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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FARMÁCIA DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS E TOXICOLÓGICAS DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA CLÍNICA I Princípios em Bioquímica Clínica Profa Dra. Natália Brucker natalia.brucker@gmail.com Santa Maria, 2014 Conceitos Básicos em Análises Bioquímicas 2 •Fornecer informações diagnósticas fidedignas ao médico Análises clínicas Qualidade dos resultados Adequada correlação clínico-laboratorial Conceitos Básicos em Análises Bioquímicas 3 •Exames auxiliares e/ou complementares •Triagem, diagnóstico ou Monitoramento •Fornecem informações ou indicativos baseados na amostra analisada, nas condições e momento em que esta foi obtida O que são análises clínicas e do que se constituem? O lugar onde se situa a bioquímica clínica na medicina 4 Laboratório de Bioquímica Clínica 5 •Diagnóstico: Confirmação ou rejeição de um diagnóstico •Triagem: Detecção de doenças subclínicas presentes •Monitoramento: Avaliação do efeito de um tratamento •Prognóstico: Avaliação do desenvolvimento de doenças, controle da evolução Os resultados das análises auxiliam Diagrama de fluxo mostrando o processo da Bioquímica Clínica 6 Tratamento prescrito baseado no diagnóstico, feito pela análises dos resultados dos exames Testes Bioquímicos 7 Bioquímica Básica Análises Especializadas Análises de Emergência Testes muito solicitados e úteis para muitos pacientes, pedidos com frequência. Centro de referência, análises solicitadas raramente. São processados rapidamente e os relatórios comunicados ao clínico. 8 O que é uma análise urgente? 9 Médico necessita do resultado para tomar uma decisão Serviço disponível para garantir as análises Uso de etiquetas e código de barras para todas as amostras e métodos automáticos, permite um alto nível de produtividade Ligações diretas com terminais de computadores/consultórios clínicos permitem ao médico acesso direto aos resultados. Analisador automático Alta demanda Kit de análises Métodos manuais Automação em Bioquímica Clínica 10 O profissional responsável pelas análises deve, antes de liberar cada aparelho para a rotina de exames, testar o aparelho passando soluções de concentrações conhecidas de cada analito, comparando o resultado do aparelho com concentração real e, considerando um desvio padrão liberar ou não o aparelho. Se o aparelho não for liberado ele deve ser calibrado e testado novamente. Todas essas análises devem ser procedidas da mesma forma que a amostra clínica é processada. Isso deve ser realizado em todos os setores. Amostras usadas para análises bioquímicas 11 •Sangue venoso, soro ou plasma •Sangue arterial •Sangue capilar •Urina, fezes •Líquido cerebroespinhal •Catarro e saliva •Tecidos e células •Aspirados: líquido pleural, ascite, líquido da articulação (sinovial), intestinal (duodenal), pseudocistos pancreáticos •Cálculos renais (pedras) Coleta de sangue 12 FORMAS DE COLETA E MATERIAL •Agulha e seringa estéreis e descartáveis •Lanceta estéril e descartável •Coleta a vácuo 13 Condições do local •Flebotomista: pessoa que coleta sangue •Sala bem iluminada e ventilada •Cadeira com braçadeira •Lavatório •Material, tubos •Avental, luvas e máscara: material potencialmente infeccioso Coleta de sangue 14 Obtenção de sangue Punção venosa Punção arterial Punção da pele Antes da coleta: o coletador deve confirmar a identidade do paciente e os exames pedidos, estimar o volume de sangue, separar os tubos adequados Sangue: constituído de elementos sólidos (células sanguíneas), substância líquida (soro ou plasma), elementos gasosos (O2 e CO2) Coleta de sangue 15 •Seleção das veias por palpação: preferência veia cubital média (curva do cotovelo), colocar o garrote (max 1 min) •Desinfecção do local algodão (álcool 70%), movimentos circulares, pele secar ao ar, pele limpa não tocar, bisel da agulha para cima •Avaliar o volume de sangue a ser retirado •Soltar o garrote e depois retirar a agulha •Colocar o algodão e depois retirar a agulha •Curativo 15 min •Desprezar •Para algumas análises a hora da coleta é importante Ex. cortisol, Ferro •Cuidados na obtenção do sangue venoso Coleta de sangue 16 •Punção venosa •Veias do dorso da mão/tornozelo •Pacientes obesos, cujo o acesso às veias do cotovelo é mais difícil, essas veias da mão são por vezes mais calibrosas. •A perfuração é mais dolorosa e a hemostasia mais demorada, geralmente formando hematomas. •Evitar em pacientes diabéticos/ indivíduos com problemas circulatórios Coleta de sangue Coleta da Amostra 17 •Oclusão venosa prolongada Alterações de composição do soro quando a oclusão venosa é prolongada de 1 para 3 min Aumento % Proteínas totais 4,9 Ferro 6,7 Lipídeos totais 4,7 Colesterol 5,1 AST 9,3 Bilirrubina 8,4 18 •Punção arterial •Sangue arterial é o sangue oxigenado pelos pulmões e bombeado do coração para todos os tecidos. •São utilizadas a artéria femoral, a artéria radial ou artéria braquial •Análise de gases sanguíneos •Coleta geralmente realizada por médicos, enfermeiros •Transportar ao laboratório: processar em 15 min Coleta de sangue 19 •Punção arterial •Obter seringa para gasometria, heparinizada •O paciente deve repousar por 30 minutos •Realizar antisepsia (iodo-povidona) e álcool. Secar •Local da punção deve ser anestesiado com xilocaína 1-2% •Palpar a artéria e puncioná-la em ângulo de 30-45º (radial), 45-60º (braquial) e 45-90º (femoral) •Coletar cerca de 2 mL de sangue arterial •Remover a seringa e a agulha, aplicar pressão à gaze sobre o local. •Descartar a agulha, expelir o ar da seringa. Vedar a seringa com tampa de borracha e gelo. Laboratório processar em 15 min. Coleta de sangue 20 •Punção capilar •A pele é puncionada por uma lanceta e um pequeno volume de sangue é coletado •Utilizado na hematologia em pesquisa de hemoparasitas, na coleta de amostras para execução de microtécnicas e em provas de coagulação •Especialmente em pacientes pediátricos •Pacientes que tenham sofrido queimaduras •Nunca: lugar edematoso, espremer •Sempre: limpar com álcool 70%, quando a pele estiver seca, profundidade da incisão deve ser 2,5 mm, desprezar a primeira gota Coleta de sangue 21 •Punção capilar •Ponta do dedo •Lóbulo da orelha •RN: planta do pé •Crianças com mais de um 1 de idade: planta do dedo grande do pé Coleta de sangue TIPOS DE AMOSTRAS 22 •SORO •Coletar SEM anticoagulante •Centrifugar após a coagulação (15 min) •PLASMA •Coletar COM anticoagulante •Obtido após a centrifugação 23 Hemólise •Ruptura da membrana das hemácias liberação de Hb •Altera os resultados de alguns exames: ou nas dosagens •As amostras de plasma ou soro hemolisadas apresentam-se mais coradas. •Cuidados •Após a antissepsia do local de coleta, deixar evaporar o antiséptico •Usar garrote o menor tempo possível •Não mover a agulha durante a coleta TUBOS PARA COLETA COM SISTEMA DE VÁCUO 24 •São codificados pelo rótulo e pela COR DA TAMPA •Facilitar a identificação, transporte, armazenamento e rastreabilidade das amostras: ETIQUETAS com código debarras. TRANSPORTE DOS TUBOS 25 •Flebotomista •Hospitais: Recipiente isotérmicos/maletas https://www.youtube.com/watch?v=gcrr7ZyY1mQ https://www.youtube.com/watch?v=GSZRX9ZEHs8 TUBOS PARA COLETA COM SISTEMA DE VÁCUO 26 •Anticoagulantes: quando necessita-se de sangue total ou plasma para algumas análises •Em geral, interferem no mecanismo de coagulação in vitro, inibindo a formação da protrombina ou da trombina TUBOS PARA COLETA COM SISTEMA DE VÁCUO 27 •Tubos com tampa de cor VERMELHA •Sem anticoagulante: SORO •Indicado para Bioquímica •Tubos com tampa de cor AMARELA •Sem anticoagulante: SORO •Indicado para Bioquímica •Gel separador •Exemplo de testes: creatinina, glicose, uréia, perfil lipídico TUBOS PARA COLETA COM SISTEMA DE VÁCUO 28 •Tubos com tampa de cor CINZA •Possui fluoreto de sódio •Inibe a glicólise •Determinação da glicose sanguínea •Tubos com tampa de cor VERDE •Possui heparina e lítio •Indicado para a determinação do cálcio iônico TUBOS PARA COLETA COM SISTEMA DE VÁCUO 29 •Tubos com tampa de cor LILÁS •Possui EDTA (Etileno-diamina-tetracetato) •Colheita de sangue total para hemograma •Tubos com tampa de cor AZUL •Possui citrato de sódio •Indicado para os testes de coagulação TUBOS PARA COLETA COM SISTEMA DE VÁCUO 30 •Tubos com tampa de cor PRETA •Possui citrato de sódio tamponado •Indicado para o VSG-Westergreen •Tubos com tampa de cor AMARELO CLARO •Possui citrato de dextrose •Indicado para tipagens HLA e para testes de paternidade 31 ERROS NA COLETA •Técnica aplicada na coleta: a dificuldade em se obter uma amostra de sangue pode levar à hemólise/ coagular •Estase prolongada, garrote, durante a punção venosa •Amostra insuficiente: cada análise bioquímica requer um certo volume de material para que o teste possa ser realizado •Erros na cronometragem, ex: urina de 24 horas •Frascos incorretos para amostra: troca de tubos, uso de anticoagulante inadequado, tubos sem identificação •Armazenamento incorreto: pode propiciar valores falsamente elevados de potássio, fosfato, LDH. Transporte inadequado 32 •COLETA DE URINA Uroanálise: teste de rastreamento realizado frequentemente que fornece indicação do estado geral de saúde, bem como do trato urinário. •Exame microbiológico •EQU •Determinação de parâmetros bioquímicos na urina •Amostras de urina podem ser colhidas: •Ao acaso •Ao longo de 24 horas •Por um tempo pré-determinado COLETA DE URINA 33 Armazenamento, conservação e transporte da amostra de urina •O paciente deve receber instruções claras para o armazenamento, conservação e transporte do material coletado. •As condições para conservação devem possibilitar a manutenção da integridade dos elementos e contribuir para a estabilidade das substâncias químicas. •O tempo entre a coleta e a entrega no laboratório não deve ultrapassar uma hora, caso ultrapassar este tempo, a urina deve ser conservada em refrigerador (2-10°C) 34 •COLETA DE URINA DE 24 HORAS •Material necessário: frasco de 3L, são add conservadores quando necessários •Instruções ao paciente: recolher toda a urina eliminada durante o período da coleta •Na folha de requisição do laboratório, escrever a hora de início da coleta. •Desprezar a primeira micção da manhã •Fatores que afetam os resultados: perder uma ou mais micção, esquecer de descartar a primeira amostra, preservar de modo inadequado. COLETA DE URINA 35 •EXAME DE URINA DE 24 HORAS •Alimentação normal •Pela manhã, ao acordar, esvazias completamente a bexiga e desprezar a urina. Marcar a hora exata (Ex. 8h da manhã) •Colher as urinas produzidas durante dia e noite, manter o frasco no refrigerador e ao abrigo da luz •Pela manhã do dia seguinte, exatamente 24h após a hora em que foi desprezada a urina do começo da prova, colher toda a urina da bexiga •Enviar todas as urinas para o laboratório imediatamente COLETA DE URINA Coleta de amostras 36 •Coleta de Líquido Cefalorraquidiano (LIQUOR ou LCR) •Coletado por punção lombar/médico •Material nobre •Encaminhado para: 1º tubo: bioquímica, 2º micro, 3º análise citológica •Diagnóstico de meningites bacterianas, virais e fúngicas Coleta da amostras 37 •Coleta de Suor 3 fases (estímulo, coleta, análise) •Colhido após estimulação iontoforética •Dosagem de eletrólitos •Teste quantitativo de cloreto no suor diagnóstico padrão de fibrose cística 38 Fatores biológicos que afetam a interpretação dos resultados •Sexo •Idade •Estresse e ansiedade: •Dieta •Jejum •Período da coleta (noite ou dia) •Postura •Exercício Físico •Gestação: •Uso de medicamentos •Álcool •Tabaco 39 Padronização dos processos pré-analíticos •Preparo do paciente •O paciente foi corretamente preparado?Ex: restrição alimentar, coleta de urina de 24h, jejum •O paciente está em uso de medicamentos? •Obtenção da amostra •Foi conferida a identificação do paciente? •A amostra foi obtida no momento adequado? horário •Foi utilizado o anticoagulante correto? •A amostra foi conservada corretamente? Bilirrubina falsamente reduzida: biliverdina •A identificação está correta?Não houve troca de amostras? rastreabilidade 40 Fase pré-analítica •Processamento da amostra •O armazenamento foi correto (refrigeração, proteção da luz)? •A amostra está turva ou apresenta hemólise? •As células foram separadas no tempo correto? 41 Fase intra-analítica •Pipetagem da amostra •A vidraria e ponteiras estão corretamente no lugar? •As ponteiras estão bem conservadas e de boa qualidade? •A pipetagem foi correta? •Não houve troca de amostras? •Adição do reagente •O reagente foi corretamente preparado? •Está dentro do prazo de validade e foi armazenado corretamente? •Foi pipetado o volume recomendado? •A mistura reagente/amostra foi correta? 42 Fase intra-analítica •Incubação •O tempo e a temperatura de incubação estão corretas? •O nível do banho-maria estava adequado •Medida fotométrica •Manutenção do aparelho? •Cubeta limpa e bem posicionada? •Volume do reagente suficiente para leitura? 43 Fase pós-analítica •Cálculos •Os cálculos estão corretos? •O resultado está dentro da linearidade? •Controle de qualidade •A curva de calibração ou fator estão corretos? •Os valores dos controles estão dentro dos limites estabelecidos? •Observam-se tendências ou desvios na análise dos mapas de controle? •Resultados e relatórios •Estão legíveis para impedir erros de interpretação? Não ocorreram erros de transcrição? Análises Clínicas 44 • Qualidade dos resultados • Controle do processo de análise • Controle das possíveis causas de variação no processo de análises Tudo deve estar documentado/ manter sistema de qualidade/ prevenção ocorrência de defeitos CONTROLE DA QUALIDADE EM LABORATÓRIOS 45 •Missão do laboratório Produzir resultados de exames que sejam de real utilizada para se fazer corretamente diagnósticos e prognósticos, acompanhar a terapia, a evolução e a prevenção de enfermidades •Controle de Qualidade Compreende um sistema que verifica a confiabilidade dos resultados dos testes analíticos por meio do uso de padrões, controles e análise estatística. A avaliação da qualidade dos processos objetiva eliminar ou minimizar a possibilidade de erro. 46 Variações analíticas:precisão e exatidão, sensibilidade e especificidade, garantia da qualidade e valores de referência Precisão: reprodutibilidade de um método analítico Exatidão: define quão próximo um valor está do real Conceitos Conceitos 47 MÉDIA: definida como o total das observações dividido pelo número de observações. DESVIO PADRÃO: informa a amplitude de variações em torno da média. SENSIBILIDADE: reflete a capacidade do método em detectar as concentrações muito pequenas do analito. ESPECIFICIDADE: reflete a capacidade do método em dosar somente o analito desejado, eliminando os interferentes LIMITES DE DETECÇÃO: quantidade mínima a ser detectada com razoável certeza. VALORES DE REFERÊNCIA: resultados são comparados a uma faixa de referência considerada representativa do estado de normalidade. CONTROLE DE QUALIDADE EM LABORATÓRIOS • Item 8.1.: O laboratório clínico deve assegurar a confiabilidade dos serviços laboratoriais prestados, por meio de, no mínimo: • (a) Controle Interno da Qualidade- CIQ • (b) Controle Externo da Qualidade- CEQ • (c) Dispor de um sistema de garantia da qualidade na realização dos testes • RDC: Resolução da diretoria colegiada (ANVISA/MS) RDC 302/2005 Norma oficial para laboratórios clínicos CONTROLE DA QUALIDADE 49 Na rotina laboratorial a maioria das análises é realizada por equipamentos, sem nenhum ou pouco contato humano. Assim, como podemos garantir que a análise foi realizada corretamente? Para isso precisamos validar os aparelhos, calibra-los e controlar rigorosamente seu funcionamento. Seleção de métodos, equipamentos, reagentes e pessoal,e inspeção constante de todas as atividades. CQ função desde o preparo do paciente, coleta, execução dos exames e liberação resultados. Controle de qualidade interno e o controle de qualidade externo. CONTROLE INTERNO DA QUALIDADE 50 Procedimentos conduzidos em associação com o exame das amostras do paciente para avaliar se o sistema analítico está operando dentro dos limites de tolerância. Para fornecer resultados válidos, para influenciar as decisões médicas . Controlar o desempenho de materiais, equipamentos e métodos analíticos Identificar aumento da variabilidade ou introdução de desvios ou tendências na calibração. Pessoal treinado Acompanhamento dos resultados e análise de gráficos (Regras de Westgard) Validação e liberação do aparelho para rotina. CONTROLE INTERNO DA QUALIDADE 51 Características de um bom sistema de controle: Fornecer informações sobre exatidão e precisão de cada processo analítico Sensíveis para detectar variações nas fases do processo Simples de implantar, manter e interpretar Revelar qualquer tipo de falha Comparar a performace de métodos, técnicas, equipamentos CONTROLE EXTERNO DA QUALIDADE 52 Controle de Qualidade Externo: controle interlaboratório Assegurar que os resultados laboratoriais se situem o mais próximo possível do valor real dos analitos analisados. A exatidão é comparada com a média de consenso, calculada a partir de resultados obtidos de outros laboratórios participantes, que utilizam a mesma metodologia. Realizado por programas de acreditação laboratorial. Esses programas fazem auditoria dentro do laboratório, eles inspecionam o controle de qualidade interno, infraestrutura, recursos humanos, documentação, procedimentos, rastreabilidade. 53 Além disso, enviam amostras que devem ser analisadas e os resultados enviados, assim é possível identificar se as análises estão sendo realizadas corretamente gerando conceitos de qualidade para cada laboratório. Fazer o acompanhamento do resultados e do desempenho. Documentar a investigação das causas e ações tomadas para os resultados rejeitados. CONTROLE EXTERNO DA QUALIDADE Programas de Controle de Externo de Qualidade CONTROLE PARA ASSEGURAR A QUALIDADE ISO, Boas práricas, Acreditações (PALC) PALC: 123 laboratórios no Brasil e 8 no RS (08.08.2014) Programa de acreditação de laboratórios clínicos CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO Soros controle interno CONTROLE DE QUALIDADE EXTERNO SBPC (Proficiência em Ensaios Laboratoriais- PELM) SBAC (Programa Nacional de Controle de Qualidade- PNCQ) CAP(College of American Pathologists) Proficiência: comparação interlaboratorial SISTEMA DA GARANTIA DA QUALIDADE Conjunto de atividades planejadas, sistematizadas e implementadas com o objetivo de cumprir requisitos da qualidade especificados Pré-analítica Analítica Pós-analítica Usuário Laudo CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO CONTROLE DE QUALIDADE EXTERNO FERRAMENTAS DA QUALIDADE • PDCA • Programa 5 S • Seis sigma • Diagrama de causa e efeito • 5W2H • Fluxograma 57 O que se deve fazer no controle de qualidade Calcular as médias e os desvios padrão das medições; Definir os requisitos da qualidade para cada analito; Manter a estabilidade:reagentes, equipamentos e operador; Utilizar ferramentas estatísticas; Rejeitar as corridas fora de controle, identificar o erro e eliminar sua causa. O desempenho dos métodos analíticos pode ser monitorado pela análise de amostras controle Quando os valores estão dentro dos LC: OK Quando os valores caem foram dos LC: alerta, problemas Programa de controle interno de qualidade: ajustável, instituições do processo até aceitação ou rejeição dos resultados Como calcular a média e a faixa esperada para um controle? Cálculo da média: Soma de todos os pontos dividida pelo número de pontos. Cálculo da faixa esperada para um controle: Deve-se calcular o desvio-padrão (DP) para o conjunto de resultados obtidos e então estabelecer a faixa da seguinte maneira: Média ± 2DP Exemplo: Média dos últimos 30 dias dos resultados do controle para uréia: 35 Desvio Padrão dos últimos 30 dias: 5 Então a faixa esperada para este controle é de: 35 ± 10 mg/dl ou seja 25 a 45 mg/dl. Gráfico de Levey-Jennings São gráficos de linhas usados para identificar e exibir as tendências dos dados ao longo do tempo. VANTAGENS: simples, barato, confiável e efetivo. Apresenta informações rápidas expressas graficamente. Informa deterioração de reagentes e/ou instrumentos. DESVANTAGENS: As vezes os limites são muito amplos e podem mascarar os erros sistemáticos. 60 Fases do emprego destes gráficos Preparar amostras-controle no próprio laboratório ou comprar Analisar a amostra-controle para o analito a ser controlado no mínimo 20 vezes e em 20 dias diferentes Calcular a média e o DP dos resultados, Estabelecer os LAE Preparar para cada analito um gráfico de controle Diariamente colocar no gráfico de controle os resultados obtidos pela análise do analito na amostra controle Examinar, diariamente, cada gráfico de controle os resultados obtidos pela análise, detectando dentro e fora do controle Resultados dentro limite de controle: liberar Resultados fora limite de controle: suspender as análises, cancelar os resultados e inspecionar o processo analítico e descobrir a causa do problema. Resolvido: repetir os testes Regras de Westgard UNIDADES DE VOLUME 62 UNIDADES SÍMBOLO DEFINIÇÃO Litro L Decilitro dL 10-1 L Mililitro mL 10-3 L Microlitro μL 10-6 L Nanolitro nL 10-9L picolitro pL 10-12 L UNIDADES MOLARES UNIDADES SÍMBOLO DEFINIÇÃO mol milimol mmol 10-3 micromol μmol 10-6 nanomol nmol 10-9 picomol pmol 10-12 fentomol fmol 10-15 ÁGUA COMO REAGENTE 63 •Metais (Al, Fe, Na, Zn, Cl...) •Ânions (nitrados, fosfatos, silicato, ...) •Matéria orgânica •Gases •A qualidade da água, composição e o pH podem afetar análises Principal reagente do laboratório Impurezas Preparação da água com grau de reagente Filtração, destilação, deionização e osmose reversa Especificações da água com grau de reagente 64 TIPO I TIPO IIa TIPO IIb TIPO III Bactérias UFC/mL < 10 10 100 ----- pH ND ND NM 5,0- 8,0 Resistividade (megaohm/cm 10 1,0 1,0 0,1 Silicatos mg/L 0,05 0,1 0,1 1,0 Partículas <0,2 ND ND ND Substâncias Orgânicas PZ ND ND ND Tabela: especificações da NCCLS para água com grau reagente UFC: unidades formadoras de colônia; ND: não definido; PZ: próximo a zero FILTRAÇÃO 65 •Filtração: processo mecânico de retenção de partículas. •Ultrafiltração: processo mecânico destinado a remover pequenas impurezas dissolvidas ou suspensas na água. •Processos usados em combinação com outros processos de purificação da água. •Pré-filtros compostos de microfibras de vidro ou algodão, carvão ativado capaz de remover grandes quantidades de materiais orgânicos e cloro. •Filtro que remove todas as partículas maiores do que o tamanho do poro da membrana. •Usa radiação ultravioleta. A radição de 254 nm é a que tem maior ação bactericida e tem a propriedade de desorganizar o DNA e RNA de bactérias. Fotoxidação DESTILAÇÃO 66 •Método mais antigo de purificação da água •Envolve mudanças de fase: líquido para vapor e vapor para líquido •Vantagens: barato, baixa contaminação microbiológica •Desvantagem: Envolve grande gasto de energia, recontaminação •A água tratada apenas por destilação não fica de acordo com o requisito. DEIONIZAÇÃO 67 •Água deionizada é a água da qual os sais ionizados foram removidos pelo processo de troca iônica. •Utiliza método de resina de troca iônica: •Remoção dos cátios na água bruta: resina H+ •Remoção dos ânions na água bruta: resina HO- •Formando água de baixa condutividade •Vantagens: rapidez, eficiência e seletividade •Desvantagens: não elimina subst não ionizáveis, subst orgânicas. •IMPORTANTE: sempre deve ser precedida pela destilação para aumentar o tempo de vida útil do aparelho OSMOSE REVERSA 68 •Processo pelo qual a água é forçada sob pressão através de uma membrana semi-permeável que retém uma porcentagem de substâncias orgânicas e inorgânicas dissolvidas. •Ocorre se uma pressão maior que a pressão osmótica for aplicada ao lado do concentrado da membrana. •Desta forma, a direção normal do fluxo osmótico é revertida/ água pura passa pela membrana a partir da solução concentrada e é separada de seus contaminantes. Sistema de purificação Mili Q 69 •Sistema de purificação no qual a água passa pelos processos de deionização e osmose reversa. •Ideal para controles e calibradores •Água tipo I Eficiência dos processos de purificação da água e principais contaminantes 70 •O acoplamento de 2 métodos aumenta a eficácia LIMPEZA DO MATERIAL DE LABORATÓRIO 71 •Vidraria em geral: •Detergente neutro (Extran) a 0,5 ou 1% por 1 hora •Enxaguar em água corrente e deionizada •Secar em estufa a 80 ºC •Dosagem de íons: •Solução de HCl 50% ou ácido nítrico 30% •Solução sulfocrômica: •Remoção da matéria orgânica LIMPEZA DO MATERIAL DE LABORATÓRIO 72 •Ponteiras plásticas: •Frasco com boca larga com hipoclorito de sódio 1%, agitar várias vezes e lavar exaustivamente com água da torneira, água deionizada e secar em estufa à 37 ºC •Cubetas de espectrofotômetro: •Lavadas com água deionizada logo após o uso CETRIFUGAÇÃO 73 •A velocidade da centrifugação medida em rotações por minuto (rpm) não descreve a força necessária para separar duas fases em uma centrífuga •O termo correto é força centrífuga relativa •As unidades são expressas como o número de vezes maior do que a gravidade (EX: 1800 x g) •A força centrífuga relativa é calculada da seguinte forma •FCR= 1,118 X 10-5 X r X n2 •r= raio em centímetros do centro de rotação ao fundo do tubo na cavidade do rotor durante a centrifugação •n=velocidade de rotação do motor em rpm Princípios Laboratoriais em Bioquímica Clínica Espectrofotometria É a medida da intensidade da luz em comprimento de onda selecionado. 74 •Lei de Beer: existe uma função direta entre [ ] e a absorbância: linearidade até certo ponto. •Feixe de luz é transmitido através de um monocromador. Em seguida a luz atravessa a cubeta, onde parte da energia radiante é absorvida, dependendo da natureza e [ ] da subst. •Branco: 100%T •Calibração/curva •Leitura da solução ABSORBÂNCIA 75 Na prática: realiza-se a leitura das abs de uma solução teste e solução padrão de concentração conhecida e aplica-se: Concentração do padrão = concentração do teste Absorbância do padrão Absorbância do teste Princípios Laboratoriais em Bioquímica Clínica Fotometria de Chama 76 Dosagem de: Na, K, Li, Ca •Ex: chama do Lítio produz uma cor vermelha, a do sódio amarela. •Substituída por técnicas eletroquímicas Princípios Laboratoriais em Bioquímica Clínica 77 •TURBIDIMETRIA: a turvação causa atenuação (decréscimo) da intensidade do raio de luz incidente, à medida que ele passa através de uma solução de partículas. A medida deste decréscimo da intensidade do feixe de luz incidente causado pela dispersão, reflexão e absorção de luz é a turbidimetria. •Ex: dosagem de PCR •NEFELOMETRIA: é definida como a detecção da energia luminosa dispersa ou refletida para um detector que não esteja no caminho direto da luz transmitida. Os nefelômetros são projetados para medir a luz dispersa, podendo empregar diferentes ângulos. Ex: imunoglobulinas Tipos de reações empregadas no laboratório clínico Reações segundo o produto formado 78 REAÇÃO Aglutinação Precipitação Colorimetria Ultravioleta •Reações de aglutinação: empregam partículas ligadas a antígenos ou a anticorpos para reagirem com o analito da amostra biológica. A aglutinação formada é visualizada a olho nu ou microscópio. •Reações de precipitação/turvação: são reações em que o analito presente na amostra biológica é precipitado por ação de reagente, que pode ser químico ou anticorpo. Geralmente são métodos envolvendo proteínas (dosagem ou pesquisa). As turvações são observadas visualmente ou medidas por nefelometria ou fotometria. Tipos de reações empregadas no laboratório clínico Reações segundo o produto formado 79 REAÇÃO Aglutinação Precipitação Colorimetria Ultravioleta •Reações colorimétricas: são reações com formação de produtos. Mede-se a energia transmitida e/ou absorvida na faixa visível do espectro eletromagnético radiante (400 a 680 nm). •Reações no ultravioleta: são reações em que os produtos formados não são coloridos, mas que são capazes de absorverem emergia radiante na faixa ultravioleta do eletromagnético radiante (340 ou 365 nm). Tipos de reações empregadas no laboratório clínico Reações segundo o procedimento 80 Reações de ponto final: Formam um produto com concentração máxima ao término da reação permanecendo inalterada por um determinado tempo em função da estabilidade doreagente •Estas reações podem ser colorimétricas ou ultravioletas •Ex: dosagem químicas ou enzimáticas da glicose, colesterol etc. Inicio da reação Término da reação Perda da estabilidade Tipos de reações empregadas no laboratório clínico Reações segundo o procedimento 81 Reação Cinética Contínua: A velocidade de formação do produto é medida em intervalos de tempo (3 no mínimo). Dosagem de fosfatase alcalina: Método de p-nitrofenol (mede a velocidade de formação do produto em intervalos (3) de tempo de 1 minuto após a incubação na temperatura de 37ºC. Reações Cinéticas de 2 tempos: o produto da reação é medido durante um intervalo de tempo havendo a interferência do técnico. Nesses casos, faz-se uma leitura aos 30 seg (branco) e outra leitura aos 90 seg Utiliza-se o delta de 1 minuto para calcular a concentração do analito Esta reação serve para diminuir o tempo de reação e tbm para reduzir a influência de interferentes. Ex: dosagem de creatinina: método cinético colorimétrico Ex: dosagem de ureia: método cinético UV
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