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REVISÃO DE VÉSPERA MP/MG
(Prof. Saulo Rezende Moreira)
⚫ Grupo IV:
− Direito Processual Coletivo
− Direito Material Coletivo
⚫ Bens Coletivos e Relações Grupais
⚫ Direitos Humanos
⚫ Infância e Juventude
⚫ Saúde
⚫ Consumidor
⚫ Meio ambiente
⚫ Habitação e Urbanismo
⚫ Patrimônio Público e Cultural
⚫ Tutela Jurisdicional Coletiva:
Espécie de tutela jurisdicional cujo objeto é a tutela de um
interesse ou direito transindividual (coletivo “lato sensu”).
Ausência de um “Código” que reúna as normas processuais
coletivas
Conjunto de normas processuais diferenciadas
⚫ Reflexos na Competência, conexão, continência, legitimidade etc.
⚫ MICROSSISTEMA DE TUTELA JURISDICIONAL COLETIVA:
− Constituição Federal de 1988
− Lei 4.717/65 (Lei de Ação Popular)
− Lei 6.938/81 (Política Nacional Meio Ambiente)
− Lei 7.347/85 (Lei de Ação Civil Pública)
− Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e Adolescente)
− Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor)
− Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa)
− Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso)
− Lei 12.016/09 (Lei do Mandado de Segurança)
⚫ ESPÉCIES DE TUTELA JURISDICIONAL COLETIVA:
− Processo Coletivo Comum:
⚫ Ação Civil Pública
⚫ Ação Popular
⚫ Ação de Improbidade Administrativa
⚫ Mandado de Segurança Coletivo
⚫ Mandado de Injunção Coletivo
− Processo Coletivo Especial:
⚫ ADI
⚫ ADC
⚫ ADPF
⚫ OBS: O processo coletivo COMUM tutela situações concretas, em virtude de
violação ou ameaça de violação a direitos subjetivos coletivos em sentido amplo.
Já o processo coletivo ESPECIAL analisa a “lei em tese” (processo objetivo).
DIFUSOS COLETIVOS INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS
Natureza Indivisível Natureza Indivisível Natureza Divisível
Titularidade Indeterminada 
e Indeterminável
Titularidade Determinável 
(grupo, categoria ou classe)
Titularidade Determinável
(direitos individuais 
múltiplos)
Ligadas por Circunstância 
de Fato
Ligadas por uma relação 
jurídica base
Origem Comum
Ex: Meio Ambiente 
Equilibrado
Ex: Clientes de um banco, 
alunos de uma escola
Ex: vítimas da queda de um 
avião
DIREITOS COLETIVOS “LATO SENSU”
⚫
⚫
⚫ AÇÃO CIVIL PÚBLICA
− (Lei 7.347/85)
LEGITIMIDADE EM ACP
⚫ LEGITIMIDADE ATIVA: Ministério Público; Defensoria; Entes
Federativos; Autarquias; Empresas Públicas; Fundações; Soc. de
Economia Mista; Associações constituídas há mais de 1(um) ano
com finalidade institucional direcionada.
− O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do
dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
− A questão da pertinência temática (Adm. Indireta e Associações)
− STJ, 1.423.825/CE (Julgado em 07/11/2017) : A OAB não está sujeita à
exigência da pertinência temática
LEGITIMIDADE EM ACP
⚫ LEGITIMIDADE PASSIVA: AMPLA! (Pessoa física ou jurídica, de
direito público ou privado)
− Admissão de “Ação Coletiva Passiva”!
⚫ O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará
obrigatoriamente como fiscal da lei.
⚫ Na Ação Civil Pública, é facultado ao Poder Público e a outras
associações legitimadas habilitar-se como litisconsortes de qualquer
das partes. (Na Ação Popular também!)
− Art. 94 do CDC: Proposta a ação, será publicado edital no órgão
oficial sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de
comunicação social.
LEGITIMIDADE EM ACP
⚫ Admite-se o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da
União, do Distrito Federal e dos Estados (Art. 5, §5
o
LACP)
⚫ STF, RE 573.232/SC: As associações necessitam de autorização
específica de seus associados, individual ou assemblear, não
bastando a mera autorização estatutária.
⚫ Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por
associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado
assumirá a titularidade ativa. (princípio da disponibilidade motivada)
⚫ COMPETÊNCIA TERRITORIAL EM ACP
REGRA GERAL REGRAS ESPECÍFICAS
→ Art. 2
o
da LACP e art. 93, I do CDC:
Foro do local onde ocorreu ou deva
ocorrer o dano (competência “funcional”)
OBS: Quando o dano for de âmbito
nacional ou regional, a competência
será do foro da Capital do Estado ou do
Distrito Federal (art. 93, II do CDC)
→ Art. 209 do ECA: Foro do local onde
ocorreu ou deva ocorrer a ação ou
omissão (competência absoluta)
→ Art. 80 do Estatuto do Idoso: Foro do
domicílio do idoso (competência
absoluta)
⚫ RELAÇÕES ENTRE AÇÕES COLETIVAS
−
− É plenamente possível a existência de conexão, continência ou
litispendência entre duas ACPs; entre uma ACP e uma Ação
Popular; entre uma ACP e um MS Coletivo etc.
⚫ OBS: A identidade entre autores das ações coletivas comuns é
indiferente para fins de continência ou litispendência! No processo
coletivo, o que importa são os beneficiários atingidos pela decisão e não
a parte formal.
− Em virtude de sua natureza absoluta, a competência não se prorroga pela
não oposição de preliminar de incompetência ou pela existência de foro de
eleição.
− STJ [REsp 1.318.917/BA, 12/03/2013]: Nos casos de continência, a
reunião dos processos deve ocorrer no juízo da ação com objeto mais
amplo!
⚫ RELAÇÕES ENTRE AÇÕES COLETIVAS
− Súmula 489 do STJ: “Reconhecida a continência, devem ser
reunidas na Justiça Federal as ações civis públicas propostas
nesta e na Justiça estadual.”
− A litispendência é causa de extinção do processo (pressuposto
processual negativo; art. 485, V do CPC), devendo ser extinto
aquele onde houve a citação válida mais tardia (art. 240, NCPC)
⚫ OBS: Parte da doutrina sustenta ser mais adequado à
efetividade do processo coletivo que haja a reunião dos
processos.
⚫ RELAÇÕES ENTRE ACPs e AÇÕES INDIVIDUAIS
− Art. 104 do CDC: As ações coletivas que tutelam de direitos difusos e
coletivos em sentido estrito não induzem litispendência para as ações
individuais.
− Caso não tenha havido ação individual, o titular do direito beneficiado pela
sentença coletiva precisa apenas liquidar e executar o título judicial que já
lhe beneficia.
− OBS: De acordo com o STJ, a liquidação e a execução individual de
sentença proferida em ação coletiva podem ser ajuizadas "no foro do
domicílio do beneficiário”.
⚫ RELAÇÕES ENTRE ACPs e AÇÕES INDIVIDUAIS
− Havendo processo individual em tramitação, para beneficiar-se
de futura coisa julgada coletiva o titular do direito deverá
requerer a suspensão do processo individual no prazo de
30(trinta) dias, a contar da ciência do processo coletivo.
⚫ OBS: A jurisprudência vem admitindo a suspensão das ações
individuais de ofício pelo juízo, especialmente quando se
tratar de “macrolide geradora de processos multitudinários”
(STJ, REsp 1110549/RS).
TUTELAS PROVISÓRIAS NA ACP
⚫ Art. 12 da LACP e Art. 84, §3° do CDC: Possibilitam a
concessão de “mandado liminar”, com ou sem justificação
prévia.
− Art. 2
o
, Lei 8.437/92: No mandado de segurança coletivo e na ação
civil pública, a liminar será concedida, quando cabível, após a
audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito
público, que deverá se pronunciar no prazo de setenta e duas
horas .
SENTENÇA DIFUSOS COLETIVOS INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS
PROCEDENTE C.J. Erga Omnes C.J. Ultra Partes
C.J. Erga Omnes
IMPROCEDENTE COM 
EXAME DAS PROVAS C.J. Erga Omnes
(Impede nova ação 
coletiva)
C.J. Ultra Partes
(Impede nova ação 
coletiva).
Impede nova ação 
coletiva
IMPROCEDENTE POR
FALTA DE PROVAS Não fará coisa julgada 
erga omnes.
Não fará coisa julgada 
erga omnes. Impede nova ação 
coletiva.
EFEITOS DA SENTENÇA EM ACP
EFEITOS DA SENTENÇA EM ACP
- Noscasos de Direitos Difusos e Coletivos, nos casos de Improcedência por
falta de provas qualquer legitimado pode propor nova ação coletiva, desde que
haja prova nova.
- Nos casos de Direitos Individuais Homogêneos, a sentença de
improcedência (com ou sem exaurimento das provas) impede nova ação
coletiva e gera coisa julgada para aqueles que participaram do processo
coletivo. O lesado que não participou da ação coletiva pode ajuizar ação
individual.
- Os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes (direitos coletivos e
individuais homogêneos) não beneficiarão os autores das ações individuais, se
não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos
autos do ajuizamento da ação coletiva.
EFEITOS DA SENTENÇA EM ACP
Art. 16 da LACP: A sentença civil fará coisa julgada “nos limites da
competência territorial do órgão prolator”.
→ STJ, REsp 1.243.887/PR (Representativo de Controvérsia): os
efeitos e a eficácia da sentença não estão circunscritos a lindes
geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos do que foi
decidido, levando-se em conta, para tanto, sempre a extensão do
dano e a qualidade dos interesses metaindividuais postos em juízo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
→ Não é cabível ACP para pretensões que envolvam tributos, contribuições
previdenciárias, o FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos
beneficiários podem ser individualmente determinados.
→ O Autor da ACP não adiantará custas, emolumentos, honorários periciais ou
quaisquer outras despesas processuais (Art. 18 da LACP e art. 87 do CDC)
→ STJ: Incumbe à Fazenda Pública à qual o Ministério Público se ache vinculado
arcar com o adiantamento dos honorários das perícias pleiteadas pelo Parquet
nas ações civis públicas (AgInt no REsp 1420102/RS, 1
a
TURMA, julgado em
21/03/2017).
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
→ Ônus da Sucumbência:
- Procedência: Vencido paga custas, despesas processuais e
honorários de sucumbência.
- Improcedência: O Autor, vencido, não pagará custas,
despesas processuais e honorários de sucumbência, salvo
comprovada má-fé.
OBS: Nas ações fundadas no Estatuto do Idoso, ainda que o autor
não tenha agido de má-fé, estará sujeito aos ônus da sucumbência,
com exceção do Ministério Público (interpretação literal do artigo 88,
parágrafo único).
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
→Art. 4
o
, §1
o
Lei 7.853/89 e Art. 19 da Lei 4.717/65: A sentença que
concluir pela carência ou pela improcedência da ação fica sujeita ao
duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal.
* STJ, REsp 1374232/ES, julgado em 26/09/2017: Não aplicou a
remessa necessária ação coletiva sobre direitos individuais
homogêneos!
→ Art. 4
o
, §2
o
Lei 7.853/89: Das sentenças e decisões proferidas
contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer
qualquer legitimado ativo, inclusive o Ministério Público.
⚫
⚫
⚫ INQUÉRITO CIVIL
INQUÉRITO CIVIL
⚫ Conceito: procedimento de natureza unilateral e facultativa,
instaurado para apurar fato que possa autorizar a tutela dos
interesses ou direitos a cargo do Ministério Público.
⚫ Instauração por provocação (subscrita ou anônima); de ofício ou
mediante designação do Procurador-Geral de Justiça ou do CSMP.
− Necessita de Portaria numerada sequencialmente, delimitando o objeto; o
fundamento legal; o nome do autor da representação e dos investigados;
determinação das diligências iniciais; determinação de sua publicação; data
e local da instauração.
− Possibilidade de Aditamento de Portaria ou Abertura de Novo I.C., havendo
notícias de fatos novos
INQUÉRITO CIVIL
⚫ Indeferimento de abertura de I.C.: Quando requerimento manifestamente
infundado; os fatos já foram objeto de outro I.C.; quando a situação fática já
tiver sido solucionada (Res. 23 do CNMP), no prazo de 30(trinta dias).
− Devem ser intimados os interessados acerca da decisão, os quais podem interpor
recurso ao CSMP, no prazo de 10(dez) dias. Nesses casos, o Promotor pode exercer o
juízo de retratação, no prazo de 3(três) dias.
⚫ Arquivamento: Quando esgotadas as possibilidades de diligências ou
solucionada a questão (ex: assinatura de TAC). A promoção de arquivamento
será submetida a homologação perante o Conselho Superior do MP, após a
notificação dos interessados.
⚫ OBS: Se o CSMP deixar de homologar a promoção de arquivamento, deve
provocar o PGJ para indicar outro membro para atuar no procedimento.
INQUÉRITO CIVIL
⚫ Procedimento Preparatório: O membro do MP pode (ou não) instaurar
procedimento preparatório prévio ao Inquérito Civil.
⚫ Prazos de conclusão:
− Inquérito Civil: 1 ano, prorrogáveis sucessivamente
− Proc. Preparatório: 90 dias, prorrogável uma vez
⚫ Declínio de atribuições: “quando o membro que preside o I.C. concluir ser
atribuição de outro Ministério Público, este deverá submeter sua decisão ao
referendo do órgão de revisão competente, no prazo de 3 (três) dias”
⚫ Conflito de Atribuições:
− Entre integrantes do mesmo MP Estadual: Compete ao Procurador Geral de Justiça -
PGJ
− Entre integrantes de MPEs distintos ou do MPE e do MPF: Compete ao Procurador
Geral da República – PGR (ACO 924/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/05/2016).
INQUÉRITO CIVIL
• Em regra aplica-se o princípio da publicidade no I.C., mas pode ser decretado
motivadamente o sigilo, por imposição legal ou por acarretar prejuízo às
investigações (publicidade mitigada).
• Autoexecutoriedade do I.C.: O MP não precisa de autorização/referendo de
outro órgão para realizar os atos investigatórios no procedimento.
• A Lei Orgânica Nacional autoriza a condução coercitiva em Inquérito Civil,
independentemente de ordem judicial, ressalvadas as prerrogativas legais.
• De acordo com a LC 34/1994 (LO/MPMG), devem ser encaminhadas pelo
Procurador-Geral de Justiça as requisições ou notificações tiverem como
destinatários o Governador do Estado, Vice-Governador, Secretários de
Estado, Membros do Poder Legislativo Estadual, Magistrados, Conselheiros
do Tribunal de Contas; Advogado-Geral do Estado e Defensor Público Geral.
⚫
⚫
⚫ DIREITO AMBIENTAL
PRINCÍPIOS BASILARES
⚫ Princípio da Prevenção:
− Apoia-se na certeza científica do impacto ambiental de
determinada atividade, para eliminar ou minimizar os
efeitos negativos sobre o ecossistema. Ex: Exploração de
minérios.
⚫ Princípio da Precaução:
− Garantia contra riscos potenciais que, de acordo com o
estágio atual do conhecimento, não podem ainda ser
identificados (ausência de certeza científica). Ex: OGM's e
Radiofrequência de antenas de telefonia celular
PRINCÍPIOS BASILARES
⚫ Princípio do Poluidor-Pagador:
− Exige que o poluidor suporte as despesas de prevenção,
reparação e repressão dos danos ambientais. Evita a
“privatização dos lucros” e “socialização das perdas”, em nítido
caráter dissuasivo e reparador.
⚫ Princípio do Usuário-Pagador:
− Estabelece que o usuário de recursos naturais escassos deve 
pagar por sua utilização, com o intuito de racionalizar seu uso e 
evitar o desperdício. Não necessariamente há dano ao meio 
ambiente; não tem caráter punitivo.
PRINCÍPIOS BASILARES
⚫ Função socioambiental da Propriedade:
− Normatiza que a propriedade seja exercida para beneficiar
a coletividade e o meio ambiente (aspecto positivo), não
bastando apenas que não seja exercida em prejuízo de
terceiros ou da qualidade ambiental (aspecto negativo).
⚫ Participação comunitária / popular:
− Os cidadãos têm o direito (e o dever) de participar da
tomada de decisões que possam vir a afetar o equilíbrio
ambiental.
⚫
⚫
⚫ POLÍTICA NACIONAL DE 
RECURSOS HÍDRICOS
⚫ (Lei 9.433/97)
RECURSOS HÍDRICOS
⚫ Art. 20 daCF/88 (Bens da União):
− Lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio ou 
que banhem mais de um Estado; que sirvam de limites com outros países; 
ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os 
terrenos marginais e praia fluviais;
− Potenciais de energia hidráulica;
⚫ Art. 26 da CF/88 (Bens dos estados):
− Águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, 
ressalvadas as decorrentes de obras da união
⚫ Os municípios não são detentores de “domínio” hídrico
RECURSOS HÍDRICOS
⚫ CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUÍZO FEDERAL E JUÍZO
ESTADUAL. AÇÃO DE USUCAPIÃO. IMÓVEL QUE CONFRONTA COM RIO
FEDERAL. INTERESSE DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.
⚫ De acordo com a Nota Técnica n. 18/2005/NGI e a Resolução n. 399 da
Agência Nacional de Águas - ANA, o Rio Piracicaba, por banhar mais de um
estado da Federação, é considerado federal, nos termos do artigo 20, III,
da Constituição Federal.
⚫ Conflito conhecido, declarando-se competente o Juízo Federal da 3ª Vara de
Piracicaba- SJ/SP. (CC 97.359/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 10/06/2009, DJe 24/06/2009)
RECURSOS HÍDRICOS
⚫ Competência legislativa:
− Competência privativa da União legislar sobre águas.
⚫ Competência material:
− Competência comum (União, estados, DF e municípios) registrar,
acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos.
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
⚫ Fundamentos:
− A água é um bem de domínio público, limitado e dotado de valor econômico;
− Em situações de escassez, uso prioritário para consumo humano e
dessedentação de animais;
− Gestão deve proporcionar o uso múltiplo das águas;
− Gestão descentralizada, com participação do Poder Público, usuários e
comunidades.
− Definição das bacia hidrográficas como unidades territoriais para
implementação da PNRH.
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
⚫ Diretrizes:
− Gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos
de quantidade e qualidade;
− Adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas,
bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas
regiões do País;
− Integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental;
− Articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores
usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional;
− Articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo;
− Integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas
estuarinos e zonas costeiras.
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
⚫ Instrumentos:
− Planos de Recursos Hídricos;
− Enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos
preponderantes da água;
− Outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
− Cobrança pelo uso de recursos hídricos;
− Compensação a municípios;
− Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
⚫ OBS1: Independem de outorga pelo Poder Público (Art. 12, §1
o
da
Lei 9.433/85):
− → o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades
de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural;
− → as derivações, captações e lançamentos considerados
insignificantes;
− → as acumulações de volumes de água consideradas
insignificantes.
⚫ OBS2: Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos
far-se-á por prazo não excedente a trinta e cinco anos,
renovável.
•
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
⚫ A outorga poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em definitivo ou
por prazo determinado:
− I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;
− II - ausência de uso por três anos consecutivos;
− III - necessidade premente de água para atender a situações de
calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas adversas;
− IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental;
− V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo,
para os quais não se disponha de fontes alternativas;
− VI - necessidade de serem mantidas as características de
navegabilidade do corpo de água.
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
⚫ A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:
⚫ I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação
de seu real valor;
⚫ II - incentivar a racionalização do uso da água;
⚫ III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e
intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos.
⚫ OBS: A fixação de valores pela derivação, captação ou extração deve
observar o volume retirado e seu regime de variação. Nos casos de
lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos além do
volume e do regime de variação, também as características físico-químicas,
biológicas e de toxidade do afluente.
RECURSOS HÍDRICOS (JULGADOS 
IMPORTANTES)
⚫ SÚMULA 479 DO STF: As margens dos rios navegáveis são de
domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo,
excluídas de indenização.
⚫ STJ, REsp 518.744/RN: A propriedade do solo não se confunde com
a do subsolo! O fato de serem encontrados recursos hídricos em
propriedade particular não torna o proprietário titular do domínio de
referidos recursos. A água é bem público de uso comum, motivo pelo
qual é insuscetível de apropriação pelo particular.
− O particular tem, apenas, o direito à exploração das águas
subterrâneas mediante autorização do Poder Público cobrada a
devida contraprestação (arts. 12, II e 20, da Lei n.º 9.433/97)
⚫
⚫
⚫ RESPONSABILIDADE PELO 
DANO AMBIENTAL
RESPONSABILIDADE PELO 
DANO AMBIENTAL
⚫ Legitimidade do MP para Ação Civil e Penal
⚫ Ação Popular Ambiental (Art. 5
o
, LXXII da CF/88)
⚫ Responsabilidade Objetiva do Poluidor - art. 14, § 1º da Lei 6.938/81
(indenizar ou reparar)
− Teoria do Risco Integral (não admite excludentes como caso fortuito
ou força maior).
⚫ Responsabilidade solidária entre todos os poluidores.
⚫ Natureza propter rem da obrigação de reparação (transmissão de
domínio ou posse).
RESPONSABILIDADE PELO 
DANO AMBIENTAL
⚫ Possibilidade de Inversão do ônus da prova em ACP Ambiental
(REsp 972.902-RS, Rel. Min. Eliana Calmon) – Princípio da
Precaução.
⚫ Desconsideração da Personalidade Jurídica: Teoria Menor
(sempre que a personalidade for obstáculo ao ressarcimento,
independentemente de fraude ou abuso de direito)
⚫ Imprescritibilidade da ação que visa a reparar o dano ambiental.
⚫
⚫
⚫ DIREITO DO CONSUMIDOR
PUBLICIDADE NAS RELAÇÕES 
DE CONSUMO
⚫ Publicidade enganosa: qualquer modalidade de informação ou comunicação
de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor.
⚫ Publicidade abusiva: Aquela que a que incita a violência, explora o medo ou
a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da
criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou
segurança.
⚫ Art. 36 do CDC: A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
− Não há vedação expressa ao “merchandising”
PUBLICIDADE NAS RELAÇÕES 
DE CONSUMO
⚫ Art. 10, §1
o
do CDC: O fornecedor de produtos e serviços que,
posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver
conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato
imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante
anúncios publicitário (fundamenta o “recall”).
⚫ Artigo 31 do CDC: a ofertae apresentação de produtos ou serviços devem
assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua
portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição,
preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como
sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
PUBLICIDADE NAS RELAÇÕES DE 
CONSUMO
⚫ Obrigação de Informação na Publicidade:
− → Informação-conteúdo: características do produto ou serviço;
− → Informação-preço: custo, formas e condições de pagamento;
− → Informação-utilização: como se usa o produto ou serviço;
− → Informação-advertência: riscos do produto ou serviço
⚫ STJ, REsp 586.316/MG: Existência de lacuna na Lei 10.674/2003 (lei do
glúten), que tratou apenas da informação-conteúdo, o que leva à aplicação
do art. 31 do CDC, em processo de integração jurídica, de forma a obrigar o
fornecedor a estabelecer e divulgar, clara e inequivocamente, a conexão
entre a presença de glúten e os doentes celíacos (informação-advertência).
−
PUBLICIDADE NAS RELAÇÕES 
DE CONSUMO
⚫ Força vinculante da Publicidade para o Fornecedor:
− Art. 30 do CDC: Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa,
veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a
produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que
a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser
celebrado.
⚫ Ônus da Prova na comunicação publicitária:
− Art. 38 do CDC: O ônus da prova da veracidade e correção da informação
ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
− Doutrina: é desnecessária a “inversão” do ônus da prova, porquanto, por
imposição legal, este já incumbe ao fornecedor!
Prof. Saulo Rezende Moreira
BOA PROVA!!!

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