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FRATURAS- A fratura é uma lesão de partes moles com um osso fraturado, com descontinuidade óssea. É causada por uma força aplicada ao tecido ósseo com intensidade suficiente para vencer sua resistência. Pode-se dizer que: É uma interrupção da continuidade do osso que leva à incapacidade de transmissão de carga devido à perda da sua integridade estrutural. Muitas vezes, ao visualizar o local da fratura no paciente não é possível identificá-la, estando o local totalmente integro, onde só se pode identificar a fratura por meio de radiografia. Mas outras vezes apenas com a visualização externa se consegue saber que já existe uma fratura, onde as partes moles podem estar em grande sofrimento, o que denota o grau de energia e complicação da fratura. Partes Ósseas:- O osso, um tecido vivo, é uma forma rígida e altamente especializada de tecido conjuntivo que forma a maior parte do esqueleto. É o principal tecido de sustentação do corpo. Os dois tipos de ossos são o osso compacto (cortical) e o osso esponjoso (trabecular ou medular). São distintos pela quantidade relativa de material sólido e pelo número e tamanho dos espaços contidos. Todos os ossos possuem uma camada fina superficial de osso compacto ao redor de uma massa central de osso medular esponjoso, exceto onde este último é substituído por uma cavidade medular. Na visualização radiográfica, que é monodimensional, conseguimos visualizar as duas linhas do osso cortical e a parte medular do osso. Incompletas: há descontinuidade de apenas uma linha do osso cortical� Galho verde: ocorre nas crianças, são fraturas causadas pelo encurvamento do osso, isto acontece porque o periósteo na criança é muito espesso, conseguindo conter a fratura. � Simples: quando a fratura divide o osso em dois segmentos, que podem ou não estarem desviados. □ Cominutivas: quando a fratura produz vários fragmentos, o osso estilhaça-se em três ou mais pedaços. □ Segmentares: quando há mais de uma fratura no mesmo osso dividindo o osso em três segmentos. □ Completas: quando há descontinuidade óssea das duas linhas corticais, se dividem em:� Incompleta Completa Simples Completa Cominutiva Completa Segmentar Complexidade do traço: para que o osso esteja quebrado é necessário que exista um traço de fratura quando visualizado na radiografia. Quanto a complexidade do traço podem ser: ○ Mecanismo de trauma: Tipos de Fraturas:- Ortopedia - 01-08-2014 Aula 01/08/2014 segunda-feira, 14 de julho de 2014 17:18 Página 1 de Ortopedia Espirais: este tipo de fratura é causada por uma força de torção. O resultado é uma linha de fratura em forma de espiral sobre o osso, como uma escada giratória. Fratura em espiral pode ser deslocada ou estável, dependendo da quantidade de força que resultou na fratura. � Oblíquas: quando o traço de fratura é maior que trinta graus (>30°).� Transversas: quando o traço de fratura é menor que trinta graus (<30°), uma linha quase horizontal.� Avulsão: ocorre quando um tendão que conecta um músculo a um osso arranca parte dele, resultante de uma forte e súbita contração muscular. � Compressão: são mais comuns em casos de osteoporose.� Mecanismo de trauma:○ Fratura Epifisária: � Fratura Metafisária:� Fratura Diafisária:� Fratura Intrarticular:� Porção do osso: as fraturas podem ser classificadas quanto ao localização do traço na região do osso, geralmente em osso longo. ○ Fratura Fechada: a fratura óssea não tem contato com o meio externo.� Fratura Exposta: há interrupção da continuidade do osso na qual existe comunicação entre o foco da fratura e o meio externo, havendo o rompimento da pele. A exposição óssea pode não ser visível, o osso pode não estar visível, mas há comunicação entre a fratura e o meio externo contaminado. Neste tipo de fratura ocorre simultaneamente um quadro de hemorragia externa, existindo ainda o risco iminente de infecção. � A presença de uma fratura exposta altera significativamente o seu manuseio e pode influenciar negativamente a possibilidade de uma cura completa, já que freqüentemente existe uma extensa lesão em partes moles, ou mesmo uma contaminação. A fratura exposta infectada não ficará curada até que a infecção tenha sido eliminada. Comunicação com o meio:○ Página 2 de Ortopedia Fratura Fechada Fratura Exposta Fratura patológica: ocorre em osso com estrutura e resistência comprometidas por doença invasiva ou processo destrutivo, podendo ser por osteoporose, distúrbio endócrino (hiperparatireóidsimo que aumenta a reabsorção de cálcio), metastases, etc. ○ Metástase óssea Cintilografia de fratura óssea Ressonância mostrando um edema ósseo Fratura de stress: ocorre em osso com estrutura e resistência normais submetido à sobrecarga excessiva. ○ Classificação AO:- Local: Porção Óssea: Braço (úmero) = 1� Antebraço (rádio)= 2� Coxa (fêmur)= 3� Perna (tíbia)= 4� Porção Proximal = 1� Porção Média = 2� Porção Distal = 3.� É a classificação simples e didática mais aceita, definida pela AO (Arbeitsgemeinschaft fur Osteosynthesefragen) realizada através de números e letras. Inicialmente dividiu os ossos do corpo em vários números conforme demonstrado abaixo. Quando for representar a classificação primeiro se coloca o número do membro (local) seguido da porção óssea. Existem outras subdivisões, mas deteremos a atenção apenas nestas. Exemplo: uma fratura na porção média do úmero teremos uma classificação de fratura 12, se for uma fratura na porção proximal da tíbia teremos uma classificação 41 ○ A classificação AO obedece ainda uma seqüência progressiva de três opções de acordo com o grau de gravidade da Prova Página 3 de Ortopedia A classificação AO obedece ainda uma seqüência progressiva de três opções de acordo com o grau de gravidade da fratura: 1. Tipo; 2. Grupo; 3. Subgrupo. A classificação é organizada por ordem crescente de gravidade de acordo com a complexidade morfológica, a dificuldade de tratamento e o prognóstico. Simples em espiral = A1� Simples obliquo = A2 � Simples transverso = A3� Fratura Simples Espiral Oblíqua Transversa Grupo A: as fraturas do grupo A são as simples cujo traço é único que também é subdividido em três:○ Em Cunha em espiral = B1 � Em Cunha de flexão = B2 � Em Cunha fragmentada = B3 � Fratura em Cunha Cunha em Espiral Cunha de Flexão Cunha Fragmentada Grupo B: no grupo B estão as fraturas com cunha e também é subdividido em três:○ Complexas Espiral = C1 � Complexas Segmentares = C2 � Complexa Irregular = C3� Fratura Complexa Complexa Espiral Complexa Segmentar Complexa Irregular Grupo C: no grupo C estão às fraturas complexas, subdividido em:○ que é dividida em três grupos: Anamnese: colher detalhadamente a história do paciente, em relação a fratura, pesquisando qual o mecanismo de trauma e se foi de baixa ou alta energia. ○ Dor a palpação (sempre presente quando há fratura), edema, crepitação e deformidade. Algumas vezes o paciente consegue se movimentar ou andar, isto não quer dizer que não exista fratura. � Neurovascular: é sempre importante a pesquisa neurovascular, a pesquisa é realizada pela verificação da sensibilidade e motricidade para a parte nervosa, pelo pulso periférico para a parte vascular. � Exame Físico:○ RX: frequentemente deve fazer parte do exame físico do paciente, é um exame primordial na ortopedia, sendo realizado em no mínimo de 2 incidências (AP e Perfil), nas mãos e pés (AP e Oblíquas). � TAC: se ainda restar dúvida da presença de fratura, pode-se recorrer para a TC� RNM: a ressonância é mais utilizada para visualizar as partes moles (ligamentos, tendões), a parte medular óssea é melhor de visualizar pela RM. � Exames Radiológicos:○Muitas vezes, apenas pelo Rx não se consegue identificar a origem de um fragmento ósseo, devendo ser realizado uma TC por reconstrução para identificar o local que provém o fragmento. Sem o conhecimento do crescimento ósseo e da aparência dos ossos em imagens radiológicas e outras imagens em várias idades, uma cartilagem epifisial deslocada poderia ser confundida com uma fratura, e a separação de uma epífise poderia ser interpretada como um pedaço deslocado de um osso fraturado. O conhecimento da idade do paciente e da localização das epífises pode evitar esses erros anatômicos. As margens da diáfise e epífise são suavemente curvas na região da cartilagem epifisial. As fraturas ósseas sempre deixam uma borda aguda, frequentemente desigual, de osso. Diagnóstico:- Prova Página 4 de Ortopedia Assim, ao examinar radiografias de membros, é essencial conhecer os períodos médios de surgimento dos centros de ossificação pós-natais e quando a fusão das epífises está radiologicamente completa em homens e mulheres. Sem esse conhecimento, uma linha epifisária poderia ser confundida com uma fratura. Como no caso da figura acima, que mostra imagem de uma criança com suas linhas epifisárias. ABCD “E”: o tratamento de um paciente politraumatizado é realizado seguindo o ABCDE, apenas na última etapa (E) é quando a traumatologia deverá atuar. ○ Imobilização: a imobilização deve ser realizada desde o resgate, seja com qual meio for, impedindo que a lesão aumente. ○ Uma fratura Exposta e/ou com Lesão Vascular a indicação é sempre de CIRURGIA. Na maioria das vezes a cirurgia é realizada apenas para controle de danos e para tratamento das partes moles, pois nas fraturas expostas primeiro se trata as partes moles, com estabilização da fratura, para em um segundo momento tratar a fratura especificamente (estabilização definitiva). ○ Tratamento Inicial:- Alivio da dor- Analgésicos / AINE´S○ Redução da fratura (incruenta ou cruenta): a redução deve ser feita de forma delicada para manter o paciente o mais confortável possível (manipulação ou tração contínua). ○ Manter a redução (gesso ou cirurgia)○ Restaurar a função (Reabilitação / fisioterapia)○ Tratamento:- Gessada: colocação de gesso no local fraturado.� Não Gessada: colocação de uma tala, orteses.� Imobilização:○ Isquemia de extremidades� Ulcera de pressão� Síndrome Compartimental� Observação: na imobilização deve-se prestar atenção para prevenir: Tratamento Conservador:- Tratamento Cirúrgico:- Parafusos� Placas� Hastes- Padrão ouro para fraturas diafisárias de tíbia e Fêmur� Prótese: substituem a parte óssea, geralmente no tratamento das fraturas no fêmur.� Expostas � Temporária� Fixação Externa:○ Fios: usados para estabilizar a fratura e não bloquear as linhas epifisárias das crianças, caso contrário poderia gerar fusão epifisial precoce. � Fixação Interna:○ Página 5 de Ortopedia Síndrome Compartimental� TEP� Pneumonia� Choque� Infecção� Falha do Material� Tétano: sempre investigar profilaxia do tétano para pacientes com fraturas expostas, se o paciente tiver dúvida (eu acho) é a mesma coisa que não fez profilaxia. � Óbito� Precoces:○ Infecção� Pseudoartrose: Interrupção do processo de consolidação da fratura que não irá consolidar sem intervenção cirúrgica. � Consolidação Viciosa: consolidação da fratura em uma posição inadequada de mau alinhamento e deformidade. � Artrose Pós-Traumática� Tardias:○ Complicações:- Página 6 de Ortopedia BIOLOGIA E BIOMECÂNICA DAS FRATURAS- Conceitos Básicos:- A traumatologia depende muito das forças que agem nos ossos, que levam a deformações, fraturas, luxações e subluxações. Estas forças só são determinadas pela intensidade, direção e sentido. Existem dois tipos de cargas que vão agir sobre o osso, uma que leva a um deslocamento Linear e outra que exerce a rotação do osso sobre articulação. Em todos ossos do corpo existe articulações sobre eles, as articulações verdadeiras com uma parte distal e outra proximal, os ossos em que não há articulações verdadeiras são os sesamoides (ex.: patela), que se articulam com outros ossos de forma indireta. Forças Básicas:- Força de Compressão: diminui o comprimento do osso○ Força de Tensão: alonga o comprimento do osso○ Força de Torção: gira o osso sobre próprio eixo○ Força de Angulação: arqueamento do osso○ Compressão� Tensão� Cisalhamento� Força X Momento → Estresse○ Dependendo do modo de elasticidade de cada osso, pode acontecer uma das forças básicas, se estas forças continuarem a agir sobre o osso leva a um estresse podendo resultar em fratura. O comportamento de qualquer material sob condições de carga fica determinado pela sua resistência e rigidez. Quando uma força externa é aplicada a um osso ou a qualquer outro material, ocorre uma reação interna. O osso é um material anisotrópico, ou seja, o comportamento do osso varia com a direção da aplicação da carga. O osso possui a característica de ser viscoelástico, ou seja, a sua resposta depende da velocidade em que a carga é aplicada e da duração da aplicação da carga. Em uma velocidade maior de aplicação de carga, o osso pode suportar maiores aplicações de carga antes de ceder ou fraturar. Propriedades dos Materiais:- Os materiais tem suas propriedades como a rigidez, que é a deformidade do material sob determinada carga, a elasticidade, que é a quantidade de carga necessária e exercida sob determinado material para que ele deforme e possa voltar a sua forma original, se a carga continuar sendo exercida vai levar a uma deformidade residual. Deformidade Elástica� Deformidade Plástica� Deformidade Residual� Ponto de Deformação○ Rigidez: deformidade do material sob determinada carga○ Resistência: trabalho necessário para fraturá-lo○ Capacidade de resistir a fadiga: cargas cíclicas○ Estes conceitos são apresentados para que se entenda que as cargas necessárias para fraturar um osso, mudam de acordo com a idade. A carga necessária para fraturar o osso de uma criança é maior do que para fraturar o osso de um adulto, que é maior do que em um idoso, pois a densidade óssea diminui Ortopedia ... Aula 19/08/2014 quarta-feira, 20 de agosto de 2014 13:13 Página 7 de Ortopedia para fraturar o osso de um adulto, que é maior do que em um idoso, pois a densidade óssea diminui com a idade, levando a diminuição da elasticidade do osso tornando-se mais fácil a fraturar. Resposta Elástica:○ Quando uma carga é inicialmente aplicada ao osso, este sofre deformação por uma mudança no comprimento ou na forma angular. A máxima deformação sofrida é de aproximadamente 3%. Isso é considerado a região elástica da curva de carga-deformação, porque, quando a carga for removida, o osso retornará a sua forma ou comprimento original. Resposta Plástica:○ Com a continua aplicação de carga, o tecido ósseo atinge seu ponto de rendimento e depois disso suas fibras mais externas começam a ceder, ocorrendo micro-rupturas e deslocamento do material no osso. A isso chamamos de região plástica da curva de carga-deformação. O tecido ósseo começa a se deformar permanentemente e, em conseqüência, sofre fratura se a carga for contínua na região plástica. Portanto, quando a carga é removida, o tecido ósseo não retorna ao seu comprimento original, mas fica permanentemente alongado. Biomecânicas dos Ossos:- Quando a pessoa tem uma fratura o organismo tenta repará-la, pois é um dano tecidual como qualquer outro. Inicialmente são depositados fibrinas de colágenos para depois serem depositados os cristais minerais. No início da progressão do calo ósseo há muitas fibras de colágenos e poucos cristais de apatita (mineral que dá resistência ao osso), na medida que o calo ósseo vai se maturando essa proporção se inverte,com maior número de cristais de apatita. No início as fibras colágenas são desorganizadas, mas com a progressão as fibras se orientam e se reorganizam dando maior rigidez ao osso. Lembre que quem dá rigidez ao osso é o colágeno e quem dá elasticidade são os cristais de apatita. É que a densidade óssea afeta a resistência óssea, por isto que o idoso é mais sujeito a fratura, por ter uma menor densidade óssea e menor resistência. A resistência óssea varia com a idade e de acordo com falhas e orifícios existentes em sua extensão. Um defeito de 30% do diâmetro leva a uma diminuição de 50% em sua resistência. Por isto que hoje em dia o tratamento cirúrgico das fraturas são utilizados placas e parafusos com melhor qualidade e menos quebradiços e requerendo menos fixação ao osso, diminuindo a quantidade de orifícios e melhorando a resistência do osso ao ser reparado. O teor de mineral afeta a resistência (quanto mais mineral mais resistente) e também o diâmetro do Calo ósseo (quanto maior o calo ósseo formado depois de uma fratura, maior a resistência ao osso). O deslocamento do Foco de Fratura, até certo ponto, estimula a consolidação, mas claro que isto tem um limite, não podendo deixar o osso totalmente livre. Padrão das Fraturas: as fraturas dos ossos se comportam de acordo com os seguintes padrões:○ Fratura de Cisalhamento: esta fratura é causada por uma força de compressão e deslizamento atuando conjuntamente sobre o osso. � Fratura Oblíqua: fratura causada por uma força de angulação e compressão.� Fratura Transversa: o osso sofre ação apenas da força de tensão.� Fratura Asa de Borboleta (de cunha): as forças atuantes são: tensão + compressão + angulação. É uma fratura incomum, pois é necessário a atuação de três forças conjuntas para acontecer. � Fratura em Espiral: apenas força de torção� Esmagamento Esponjoso: há compressão pura, ocorrendo mais nos corpos vertebrais. � Os ossos são menos resistentes à tensão e mais a compressão. Desta forma, temos que cargas compressivas levam menos fraturas do que as cargas de tensão. (ex.: um trauma de um cassetete no antebraço é uma força de tensão, o osso tem menor resistência do que um trauma de uma queda com braço apoiado transversalmente ao local de impacto, que é uma força de compressão). Prova Prova Página 8 de Ortopedia CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA:- Colágeno Tipo I, que confere Resistência e Plasticidade ao osso� Componentes Orgânicos:□ Componentes Inorgânicos: Minerais□ Matriz:� Camadas externas fibrosa e interna celular e Vasos mais espessos e irrigado em crianças. O osso em adulto é pobremente vascularizado, por isto deve-se ter muito cuidado com cirurgias de reparação óssea, evitando infecções, pois o tratamento será muito mais difícil. □ Periósteo:� Colágenos Tipo II: forma e resistência tênsil□ Macromoléculas:� Proteoglicanos: rigidez e elasticidade� Proteínas não Colaginosas:� Cartilagem: a cartilagem é formada por Condrócitos dispersos + Macromoléculas○ Após a fratura óssea, o organismo vai tentar repará- la através da consolidação óssea. A Consolidação Óssea é um fenômeno natural que culmina com a reparação óssea. O Tecido ósseo é o único que no final de sua cicatrização originará tecido ósseo verdadeiro e não fibrose como os demais tecidos. Osso: o osso tem três componentes: Medula Hematopoiética (fontes de células mesenquimais e Matriz óssea) + Tecido Ósseo + Periósteo ○ Biológico = Vascularização� Mecânico = Estabilidade� Tempo Ideal� Inflamação (10%): a resposta inflamatória ocorre imediatamente após a lesão, que leva ao recrutamento de células-tronco mesenquimais e subseqüente diferenciação em condrócitos que produzem cartilagens e osteoblastos, que formam o osso. 1. Reparo (40%): depois ocorre a reposição da matriz cartilaginosa e células, que se mineraliza, ocorrendo uma transição para osso, com iniciativa da reabsorção da cartilagem mineralizada. 2. Remodelação (70%): células proliferam e sintetizam matriz nova. Para que a regeneração óssea progrida, o calo mole principal precisa ser reabsorvido e substituído por um calo ósseo. Embora o calo rígido seja uma estrutura que proporcione uma estabilidade biomecânica, ele não restaura completamente as propriedades biomecânicas do osso normal. Para alcançar isso, o processo de cicatrização da fratura inicia uma segunda fase de reabsorção, desta vez para remodelar o calo rígido em uma estrutura de osso lamelar com uma cavidade central medular. O processo de remodelação é realizado por um difícil equilíbrio de reabsorção do calo pelos osteoclastos, e deposição de osso lamelar pelos 3. Osteoblastos. Fases da Consolidação Óssea: O processo de reparo em si é composto por 3 fases, que se sobrepõem. ○ Lesão:○ Com a lesão óssea há danos às células, vasos, matriz óssea e tecidos moles, formando o hematoma fraturário, com uma conseqüente reação inflamatória. O hematoma é um processo Para que a consolidação óssea ocorra é necessário que exista uma Vascularização, uma Estabilidade e Tempo, se um destes falhar a consolidação irá falhar. A ortopedia para correção de uma fratura não pode agir diretamente na vascularização, que é inerente a parte biológica, mas pode atuar na estabilidade, que é a parte mecânica. Página 9 de Ortopedia hematoma fraturário, com uma conseqüente reação inflamatória. O hematoma é um processo fisiológico que ajuda na consolidação óssea, pois neste hematoma começam a se organizar as estruturas e células para consolidação, quanto menos se intervir no hematoma melhor será para o restauração óssea. Por Segunda Intenção (Indireta) onde há formação do Calo Ósseo.� Por Primeira Intenção (Direta) sem calo ósseo, mais recomendada nos locais de articulação.� Tipos de Consolidação:○ Consolidação Óssea Indireta (Por Segunda intenção):○ É um processo natural, sendo necessário a presença de micro-movimentos (movimentação interfragmentária), dando uma estabilidade relativa (princípio da haste medular) e a formação do calo ósseo e posteriormente a formação de uma estrutura mais forte. Nesta consolidação óssea haverá o Hematoma Fraturário sobre o qual se desenvolverá um tecido de granulação com explosão de células mesenquimatosas (Osteogênicas e Condrogênicas), células inflamatórias, células secretoras e substâncias químicas osteo-estimulantes com formação do Calo Ósseo Mole que gradualmente evolui para o Calo Ósseo Duro, formando o Calo Ósseo Provisório que Evolui para o Calo Ósseo Maduro com tecido ósseo verdadeiro e finalmente a Fase de Remodelação Óssea. Condrogênese (Semanas): Calo Mole□ Ossificação Endocondral (Semanas): Calo Duro□ Inflamação (dias):□ Hematoma e necrose óssea Fatores de Coagulação Fatores de Crescimento Plaquetas (PDGF - EGF - TGFβ) Polimorfosnucleares Macrófagos Mastócitos Mesenquimais pluripotentes Neoforamção vascular Fibroblastos Colágeno Tempo:� Aporte Sanguíneo:� Na medida que a consolidação vai ocorrendo o aporte sanguíneo e a oxigenação tecidual vai aumentando, e vai aumentado a atividade celular. Se nesta fase não houver uma pressão de O2 suficiente a consolidação não será eficaz. A presença de uma hipóxia sistêmica crônica vai diminuir a tensão de O2, reduzindo a síntese de colágeno e a atividade osteoblástica. Página 10 de Ortopedia Estabilidade Relativa:� A estabilidade óssea relativa é aquela que permite movimentação interfragmentária adequada para a formação do calo ósseo. Os micro-movimentos são controlados no foco da fratura. Sem Movimento 10.000 ciclos dia 10 ciclos dia (micromovimentos) A estabilidade relativa foi estudada a partir modelos fraturários controlados constituído de uma cunha em movimento de pistão. Foi verificado que se a imobilização fosse total (sem movimento) a consolidação óssea nãoocorreria, da mesma forma se não houvesse imobilização, mas se a imobilização permitisse micro-movimentos o processo de formação do calo ósseo seria estabelecido. Desta forma, ficou estabelecido que os micromovimentos são necessários para que a consolidação por segunda intenção (indireta) ocorra. Uma haste medular proporciona uma estabilidade relativa do osso, permitindo uma ossificação secundária, permitindo que o paciente movimente o membro lesado no dia seguinte, mas muitas vezes fica limitado pela dor. A haste serve para orientar o eixo ósseo. atividade osteoblástica. Biologia do Calo Ósseo:� Callus is like sex□ It´s natural□ It joins two things together□ And it requires a bit of movement□ O Senhor Apley comparou que o calo ósseo seria igual a sexo. Devendo ser natural, juntando duas coisas e requer um pouco de movimento. Qual tipo de fratura forma mais calo? A figura 02 forma um maior calo ósseo, Qual tipo de fratura tem maior deformação relativa? Fratura Complexa: deformação relativa baixa, forma mais calo ósseo. □ Fratura Simples: deformação relativa alta, forma menos calo ósseo. □ A figura 01 é a que tem maior deformação relativa, pois é a fratura mais simples. Fig. 01 Fig. 02 Consolidação Óssea Direta (Por Primeira Intenção):○ A fratura se consolida a partir do tratamento cirúrgico quando é realizada uma redução anatômica da fratura e associada à uma fixação rígida (estabilidade absoluta) dos fragmentos fraturários com placa e parafusos. Não há formação do calo na remodelação óssea. Página 11 de Ortopedia fraturários com placa e parafusos. Não há formação do calo na remodelação óssea. Estabilidade Absoluta: há ausência de movimentos no foco de fratura. As superfícies do foco de fratura não se deslocam sob aplicação de carga. Na estabilidade absoluta os capilares (sistema de Havers) cruzam a fratura, ocorrendo uma consolidação por contato e por fenda e os Osteoclastos abrem caminho para que ocorra a deposição da matriz óssea. � A fixação óssea é rígida com compressão interfragmentária. O remodelamento interno substitui osso morto e a fratura desaparece gradualmente, com formação de calo periostal mínimo, que rapidamente é absorvido. Toda estabilização absoluta é realizada por parafusos ou placas + parafusos. As hastes, fios, fixadores externos não são componentes que permitem a fixação absoluta. Este tipo de consolidação é esperada nas fraturas intra-articulares, não devendo haver formação de calo ósseo, pois irá limitar a movimentação da articulação, com uma Artrose precoce. As fraturas dos ossos do antebraço devem ser tratadas com estabilidade absoluta, pois entre o rádio e a ulna há uma articulação (membrana interóssea), permitindo o movimento de pronosupinação. Neste caso a mobilidade dos fragmentos da fratura é zero e, portanto, na consolidação não há a formação de calo ósseo, ou seja, não há tecido de granulação no hematoma fraturário. A fratura irá consolidar diretamente pelo contato das corticais dos fragmentos da fratura, onde ocorrerá a proliferação dos canais de Havers através do foco da fratura, seguida pela proliferação dos Osteoclastos que formarão túneis ósseos pelos quais seguirão os capilares, células mesenquimatosas e os Osteoblastos que, pelo processo de remodelação Haversiana (deposição e reabsorção óssea) originará tecido ósseo Lamelar e Concêntrico o que caracteriza o osso cortical. O calo ósseo formado na consolidação primária é chamado de Calo Ósseo Medular ou de Fenda que apenas preenche os espaços vazios deixados no foco de fratura pela fixação rígida. Portando durante a Consolidação Primária da fratura não se observa a formação de calo ósseo ao Raio X. Se na fixação rígida da fratura observar a formação de calo ósseo evidente no Raio X é um sinal de que houve uma falha na fixação e portanto também pode complicar com retardo de consolidação ou Pseudo-artrose, com um maior risco de desenvolver a Pseudo-artrose Infectada. Mesmo a mobilidade da fratura ser próxima de zero o fator biológico, ou seja, a vascularização no foco de fratura é de fundamental importância para o processo de consolidação da fratura. A consolidação direta é mais econômica para o organismo, pois não demanda tanta energia, oxigênio e vascularização para formação do calo ósseo. Promove uma estabilidade imediata, só produz tecido ósseo (strain < 2%) e restabelece a circulação colateral. A desvantagem consiste no maior número de problemas da consolidação do que na indireta, pois se mexe diretamente no foco da fratura. A compressão interfragmentária é realizada por um parafuso na direção contrária ao traço da fratura, permitindo o fechamento do fragmento. Prova Página 12 de Ortopedia fratura, permitindo o fechamento do fragmento. A fratura de antebraço não admite desvio de eixo e não pode formar calo ósseo, por isto o tratamento é sempre cirúrgico com consolidação direta. Nem sempre a redução anatômica (deixar os fragmentos bem encostados) é possível, porém é estável, mas deve-se tentar da melhor forma possível o alinhamento. Existe a possibilidade da fratura não consolidar. A redução absoluta deve ser feita com material bom, pois quanto mais o tecido ósseo for desvitalizado, quanto maior o tempo cirúrgico e maior número de perfurações no osso, maior o risco de infecção. Se apareceu um calo ósseo em uma fratura que se pretendia uma consolidação direta, com estabilidade absoluta, significa que não houve a correta estabilização dos fragmentos ósseos (instabilidade). Quanto maior o número de fragmentos de uma fratura, maior o risco da estabilidade absoluta não ser conseguida, com provável insucesso, com quebra de material, infecção e não consolidação. Má vascularização□ Concentração Stresse□ Aumento da deformação relativa□ Não há movimento no foco da fratura� Aumento do atrito entre os fragmentos� Fraturas simples tipos A ou B □ Membro superior □ Fraturas articulares □ Pseudoartrose hipertrófica□ Traço simples□ Indicações:� Estabilidade Absoluta (deformação < 2%) => Consolidação Primária ○ Há movimento controlado no foco da fratura � Há bom suprimento sanguíneo � Fraturas diafisárias e □ metafisárias multifragmentares □ Traço complexo□ Indicações:� Estabilidade Relativa (deformação entre 2% e 10%) => Consolidação Secundária ○ Assim, quanto maior o número de fragmentos da fratura, mais indicado uma consolidação indireta, com estabilidade relativa. Se for uma fratura transversa no antebraço e úmero a indicação é a estabilidade absoluta. Estabilidade Redução Método Consolidação Indicação Absoluta Direta C.I.F. Sem calo Articular Antebraço Traço Simples Relativa Indireta Tutor Com calo Diáfises Traço Complexo Depende do movimento e da irrigação óssea□ Estabilidade relativa => consolidação secundária� Depende da redução anatômica e CIF□ Estabilidade absoluta => consolidação primária� Deformação relativa baixa => estimula o calo� A consolidação óssea é um processo natural. Pode ser afetada pela estabilidade do tratamento. Deformação relativa alta => inibe o calo� Resumo:- Página 13 de Ortopedia Página 14 de Ortopedia TRATAMENTO DE FRATURAS- Fraturas do Membro Superior:- O membro superior é composto pela cintura escapular (clavícula e escápula), braço (úmero), cotovelo, antebraço (rádio e ulna), mão e ossos do carpo. Fraturas da Clavícula:○ A clavícula é um osso inteiramente subcutâneo, de fácil acesso à inspeção e à palpação. Sua embriologia é única, pois é o primeiro osso a se ossificar (5ª sem) e o único osso longo a ossificar por ossificação intramembranosa sem passar pela fase cartilagínea. Constitui o único pilar ósseo que conecta a cintura escapular. Funções: proporciona força e estabilidade ao braço, principalmentemovimentos acima da altura do ombro; local de inserção muscular, auxilia na função respiratória. � Mecanismos de fratura: O mecanismo da fratura da clavícula é distinto em cada grupo, mas o principal mecanismo é a queda com apoio em extensão (onde o paciente cai com o membro estendido e a força do impacto é transmitida até dissipação na clavícula) ou por trauma direto. Como é um osso subcutâneo, na maioria das vezes a deformidade provocada por sua fratura é visível, quanto mais magro é o paciente melhor a visualização. � Fratura do 1/3 Médio (80%): é a parte mais acometida, o principal mecanismo é o indireto, ocorre por queda sobre o membro superior estendido. □ Fratura do 1/3 Lateral (15%): resulta da queda sobre a parte lateral do membro, deslocando-o para a frente e para baixo. □ Fratura do 1/3 Proximal (Medial - 5%): □ A localização do terço médio, entre as duas curvas da clavícula e a mudança da forma de secção transversal do osso de prismática para transversal achatada talvez expliquem a maior frequência de fraturas nessa região. A presença do músculo esternocleidomastoideo (que puxa a cima) e dos ligamentos tóraco-clavicular e acrômio-clavicular (que puxa para baixo) o fragmento proximal ascende e o distal fica fixo em seu lugar. Exame Radiológico:� A radiografia de ombro para confirmar o diagnóstico de fratura deve ser solicitada em posição AP (ântero-posterior), com 20o de angulação cefálica (incidência de Zanca), para livrar a sobreposição de estruturas ósseas. Tratamento:� Aspectos Clínicos:� Dor local, tumefação e crepitações são sintomas e sinais sugestivos de fratura na maioria dos casos. Ortopedia - 22-08-2014 Aula 22/08/2014 sábado, 23 de agosto de 2014 08:02 Página 15 de Ortopedia Tratamento:� De maneira geral, a grande maioria de fraturas do 1/3 médio podem ser tratadas de forma conservadora. O método ideal depende de diversos fatores, incluindo a idade e a condição clínica do paciente, a localização da fratura e das lesões associadas. O enfaixamento em 8 pode ser empregado em crianças maiores e em adultos, consolidação óssea secundária (formação de calo ósseo). É importante atentar para a compressão de nervos e vasos na região axilar durante a utilização dessa forma de imobilização. Desvio importante□ 1/3 lateral□ Fratura exposta□ Ombro flutuante (fratura da clavícula, escápula e do úmero proximal), perde a fixação do esqueleto apendicular com o axial. □ Tratamento das Fraturas da Clavícula na Criança:□ Na criança a maioria dos tratamento de fratura da clavícula é conservador, mesmo quando há desvio importante, mas como a criança está em crescimento o calo ósseo formado vai sendo reabsorvido e o osso alongando, ficando quase imperceptível se houve fratura. Se a fratura for exposta e com ombro flutuante o tratamento cirúrgico é indicado. O tratamento cirúrgico é indicado quando houver: Fraturas do Úmero:○ As fraturas do úmero são dividas em: - Fraturas do 1/3 proximal; Fraturas da Diáfise; Fraturas supra-condilianas (1/3 distal). Fraturas do 1/3 proximal:� As fraturas proximais do úmero envolvem a diáfise proximal, os colos anatômicos e colo cirúrgico, os tubérculos maior e menor e a cabeça do úmero e podem ser entendidas por meio do conceito das quatro partes. Os resultados funcionais demonstram que é uma das fraturas de maior dificuldade de tratamento. No colo cirúrgico se posiciona a artéria circunflexa, a maioria das fraturas nesta região tem um risco de necrose da cabeça do úmero. O exame vascular da extremidade é essencial, a ausência de pulso radial e alteração de sensibilidade, são sinais que antecipam a presença de traumatismo grave. Clínica: dor, edema, crepitação local, limitação de movimentos, equimose, que inicia em 24 a 36 horas. O braço é mantido em rotação interna e abdução, apoiado no tórax. □ O mecanismo de lesão ocorre, em geral, por traumatismo direto sobre o ombro ou queda no solo apoiando-se com a mão ou com o cotovelo. Nos jovens, esse trauma precisa ser grave para produzir fratura; já nos idosos e em mulheres menopausadas, pode ser leve, devido à osteoporose. Outras causas determinantes de fratura do úmero proximal que não devem ser esquecidas são: crises convulsivas, choque elétrico e metástase.Em 80% dos casos a fratura é sem desvio. Exame Radiológico: o diagnóstico definitivo é dado pelo exame radiográfico em AP, perfil e axilar (livrando a sobreposição da glenóide com o úmero). Em caso de dúvida pode-se recorrer a TC. □ Classificação de Neer:□ Página 16 de Ortopedia Classificação de Neer:□ Sem desvio:� 2 partes:� 3 partes:� 4 partes:� A classificação de Neer é a mais utilizada, porque se baseia nos aspectos anatômicos e permite um prognóstico correto, além de possibilitar a indicação cirúrgica adequada a cada tipo de fratura: A classificação de Neer está indicada apenas para as fraturas deslocadas mais de 1cm ou 45o, ela não considera as chamadas fraturas de deslocamento mínimo. Tratamento Cirúrgico:□ Angulação > 45°◊ Desvio > 1cm (desvio importante) ◊ Ombro flutuante◊ Indicações:� O melhor tipo de fixação para fratura proximal de úmero é com a placa de Filus, sendo mandatório sua utilização em pacientes com osteoporose. A substituição da cabeça do úmero por uma prótese também pode ser indicada, substituindo a parte proximal do úmero, quando esta é inviável. Tratamento Conservador: a imobilização e repouso do membro é indicado quando as fraturas se apresentarem sem desvio, utiliza-se uma tipóia. □ Fraturas da Diáfise do Úmero:� Constituem 20% das fraturas do úmero em adultos. Geralmente ocorre por um trauma direto ou indireto, sobretudo em quedas com a mão espalmada, acidentes automobilísticos, traumatismos diretamente sobre o úmero ou em desportistas (lutas, beisebol). Atenção especial deve ser dada a possível lesão do nervo radial. Este nervo se origina no plexo braquial, na axila, contorna o úmero posteriormente entre as cabeças lateral e medial do tríceps, passando entre o terço médio e terço distal do úmero, posicionando-se lateralmente ao osso e em seu terço distal. Se houver uma fratura de úmero nesta região, deve-se procurar por sinais clínicos de acometimento nervoso. Clínica: os sinais clássicos de fratura são dor, edema, deformidade, crepitação e mobilidade anormal, que podem estar todos presentes, de acordo com o tipo de fratura. □ Quando houver lesão do nervo radial a mão fica caída, e o paciente não consegue realizar a sua extensão e dos dedos. Consegue dobrar o cotovelo, pois este movimento não é inervado pelo radial. Exame Radiológico:□ Após a suspeita clínica o diagnóstico será confirmado e classificado com radiografias do braço em AP e perfil, envolvendo as articulações do ombro e do cotovelo. Classificação: □ A classificação para as fraturas diafisárias do úmero aceita é a AO, que se baseia no grau de cominuição da fratura, separando em três grandes grupos: Grupo A (não cominutivas): são as simples cujo traço é único que também é subdividido em três: � Página 17 de Ortopedia Simples em espiral = A1� Simples obliquo = A2 � Simples transverso = A3� Fratura Simples Espiral Oblíqua Transversa subdividido em três: Em Cunha em espiral = B1 � Em Cunha de flexão = B2 � Em Cunha fragmentada = B3 � Fratura em Cunha Cunha em Espiral Cunha de Flexão Cunha Fragmentada Grupo B: no grupo B estão as fraturas com cunha e também é subdividido em três: � Complexas Espiral = C1 � Complexas Segmentares = C2 � Complexa Irregular = C3� Fratura Complexa Complexa Espiral Complexa Segmentar Complexa Irregular Grupo C: no grupo C estão às fraturas complexas, subdividido em:� Tratamento Conservador:□ Em princípio, as fraturasda diáfise do úmero são de tratamento conservador, em geral são não deslocadas, nas fraturas com deslocamento o tratamento conservador é indicado quando: Angulação anterior for < 20o� Varo < 30o� Encurtamento < 3cm� Tala Gessada em U (Pinça de Confeiteiro)◊ Gesso Pendente◊ Brace◊ Gesso toracobraquial: não é mais utilizado◊ Velpeau◊ Métodos de tratamento conservador:� Tratamento Cirúrgico:□ Fratura Patológica: fixação interna intramedular é o método mais indicado.� Politraumatizado: permitir uma fixação temporária para facilitar o manejo do paciente. � Cotovelo flutuante: fixar para o cotovelo não ficar sem contato com os segmentos. � Segmentar:� Lesão vascular: deve haver estabilização da fratura tanto pela manipulação pós- operatória quanto pela proteção do procedimento vascular. Na cirurgia primeiro se fixa o osso para depois cuidar da recuperação vascular. � Exposta:� Redução inaceitável do ponto de vista conservador.� O tratamento cirúrgico para fratura de úmero é considerado nas seguintes situações: O paciente com fratura de diáfise de úmero e com lesão nervosa associada não é critério de tratamento cirúrgico, sendo mais indicado o tratamento conservador, devendo esperar até 3 meses de recuperação. Se for apenas uma apraxia o paciente recupera os movimentos, se for uma neurotmese o paciente não recupera, devendo partir para outro procedimento cirúrgico. Veja que não é da fratura do úmero, mas de reparação neurológica. Página 18 de Ortopedia reparação neurológica. Se a indicação for conservadora e no momento da imobilização a mão ficar pendente, deve-se retirar a imobilização e partir para o tratamento cirúrgico, pois houve aprisionamento do nervo radial. Se o paciente chega com lesão nervosa => tratamento conservador� Se o paciente chega sem lesão nervosa, mas adquire após imobilização => tratamento cirúrgico. � A haste intramedular no úmero não tem resultados satisfatórios quanto a utilizada no membro inferior, pois no braço não há carga para estimular a formação do calo ósseo. Geralmente se utiliza a placa (placa em ponte) e parafuso no tratamento cirúrgico. Fraturas supra-condilianas (1/3 distal):� Esta é uma fratura quase que exclusiva do esqueleto imaturo, ocorrendo na primeira década da vida (4 a 10anos). É mais frequente em meninos, e o lado esquerdo é o mais acometido. Atenção com lesão da artéria braquial e dos nervos mediano, radial e ulnar. Remodelação metafisária do úmero distal□ Anatomia óssea□ Foruxidão ligamentar□ Mecanismos: as fraturas supracondilares dividem-se em dois tipos: - em extensão (mais comum); - e Flexão (mais raro). □ Vários fatores são apontados como predisponentes das fraturas supracondilares: Aspecto Clínico:□ Os sinais clássicos de fratura, como edema e impotência funcional absoluta, podem estar acompanhados de semiologia específica. O cotovelo pode apresentar deformidade em "S". Verifica-se com frequência, equimose na prega anterior do cotovelo (flictema). É uma emergência médica, pois a fratura supra-condiliana pode resultar em Síndrome Compartimental . Diagnóstico:□ A radiografia de cotovelo é adequada para maioria dos casos. É desaconselhável pesquisar crepitação, uma vez que essa manobra é extremamente dolorosa para a criança e apresenta o risco de lesar ainda mais as estruturas adjacentes ao cotovelo. Tipo em Extensão: por defesa a queda é quase sempre em extensão. Devido a frouxidão ligamentar, o cotovelo sofre hiperextensão, permitindo que a força linear aplicada no membro mude de direção, passando a agir como força de angulação, concentrada no olécrano, que, por sua vez, age diretamente na região supracondilar, provocando fratura. � Tipo em Flexão: é raro, as vezes só é reconhecida apenas quando falham as manobras de redução utilizadas para o tipo em extensão. O trauma ocorre diretamente sobre a região posterior do cotovelo durante a queda. O nevo ulnar é predisposto a lesão. � Página 19 de Ortopedia criança e apresenta o risco de lesar ainda mais as estruturas adjacentes ao cotovelo. Classificação de Gartland:□ Tipo I: fratura sem desvio, tratamento conservador.� Tipo II: a fratura apresenta uma cortical integra, pode ser tratado de forma conservadora ou cirúrgica. � Tipo III: a fratura se apresenta sem contato das corticais, tratamento sempre cirúrgico, risco de síndrome compartimental. � A classificação de Gartland ajuda ao traumatologista definir o tipo de tratamento. Tratamento Conservador: □ Inicialmente imobilização com tala gessada axilopalmar, com cotovelo em flexão de 80o, depois substituída por gesso circular. Tratamento Cirúrgico:□ Fratura do côndilo lateral em criança é sempre cirúrgico. O tratamento cirúrgico consiste em uma redução incruenta (sem abrir) e se coloca os fios de Kirschner (fixação percutânea), de lateral para medial e de medial para lateral, auxiliado pela radioscopia (intensificador de imagem). Nervo Radial: neuropraxia.◊ Nervo mediano: ◊ Nervo interósseo anterior: não há perda sensitiva, já que é um nervo motor. ◊ Nervo Ulnar: a lesão é rara na lesão em extensão, sendo mais comum nas fraturas em flexão. ◊ Neurológicas� Vasculares: ausência de pulso radial não indica a cirurgia, e sua presença não exclui a isquemia. � Síndrome Compartimental (Síndrome de Volkmann)� Cúbito Varo (braço de radiola)◊ Alterações angulares� Complicações:□ Fraturas do Antebraço (Criança):○ São frequentes na infância, com maior incidência entre 12 e 14 anos. A maioria ocorre no terço distal (75%), depois o terço médio (15%) e depois o terço proximal (10%). Os ossos do antebraço funcionam como uma articulação, pois matem a prono-sulpinação, devendo ser observado no tratamento destes ossos. A fratura em “galho verde” pode ocorrer, devido ao periósteo ter maior espessura, segurando o fragmento ósseo. O diagnóstico clínico é confirmado pela Radiografia em AP e Perfil, que deve sempre incluir todo o antebraço, mostrando as articulações proximais e distais à fratura. O tratamento na maioria das vezes é conservador, pois o calo ósseo na criança é reabsorvido, devido a seu grau de crescimento, Página 20 de Ortopedia vezes é conservador, pois o calo ósseo na criança é reabsorvido, devido a seu grau de crescimento, se houver desvio importante o tratamento é cirúrgico. Tratamento Cirúrgico:� Fratura-Luxação de Monteggia:□ É uma lesão que consiste em uma fratura do terço proximal da ulna com luxação anterior da epífise proximal do rádio (fratura da ulna + luxação da cabeça do rádio). Fratura-Luxação de Galeazzi:□ Ocorre uma fratura do terço distal do rádio acompanhada de lesão da articulação radioulnar distal (fratura do rádio + luxação da articulação radioulnar distal). Nestes dois tipos de fraturas, quando se faz a redução e fixação, a luxação geralmente desaparece, voltando ao lugar correto. Fraturas de Antebraço do Adulto: geralmente realizado com fixação de placa e parafuso, com redução cruenta (aberta). □ Fraturas do 1/3 Distal do Antebraço (Fratura de Colles / de Smith):○ Clínica: os portadores de fraturas dos ossos do antebraço apresentam dor, edema, limitação funcional, deformidade (fraturas desviadas), posição antálgica (membro próximo ao corpo, apoiado por algum suporte e/ou pelo membro superior contralateral). � Exame Radiológico: o Rx deve ser solicitado em AP e lateral absoluto, com abrangência das articulações satélites. � Fratura de Smith: corresponde a fratura de Colles invertida, o fragmento está desviado para anterior, é mais instável, logo seu tratamento é cirúrgico, fixação com fios e placas. � Fratura de Torus: ocorre na criança (degrau), fratura fisária mais comum (50%), seu tratamento é conservador. �Tratamento Conservador: (Redução incruenta + gesso axilo palmar)� As fraturas do antebraço sem desvio no adulto são raras e podem ser tratadas de forma conservadora. Caso a angulação seja menor que 10o e o desvio inferior a 50%, o tratamento também pode ser conservador. Tratamento Cirúrgico:� Fraturas desviadas e expostas do antebraço devem ser tratadas com cirurgia, como são consideradas fraturas "articulares", tornam-se necessárias a redução anatômica, a estabilidade absoluta e a mobilização precoce. As fraturas com comprometimento do eixo do antebraço são sempre cirúrgicas. A fratura do terço distal do antebraço é a mais comum entre os adultos, geralmente ocorre em paciente com mais de 50 anos e mais frequente no sexo feminino devido a osteoporose, e a queda com apoio em extensão. Se o apoio for com a mão espalmada o fragmento distal vai para posterior, se o apoio for com a mão em flexão o fragmento distal vai para anterior. Prova Página 21 de Ortopedia Angulação > 20º□ Encurtamento > 5mm□ do antebraço são sempre cirúrgicas. A fixação pode ser realizada com fios de kirschner e fixação com placa e parafuso, as placas são moldadas para o antebraço. Fraturas dos Metacarpianos e Falanges:○ As fraturas dos matecarpais e das falanges são comuns. Resultam de trauma direto, lesões por torção ou mesmo por poderosas contrações musculares. A maioria pode ser tratada de maneira simples, atingindo bons resultados. O tratamento inadequado pode ocasionar rigidez articular de um dedo ou de toda a mão, com perda da capacidade funcional. Fratura do Boxer: é uma fratura mais comum entre os ossos metacarpais, que ocorre no Colo do 5º MTC. Apresenta edema na mão, o mecanismo se dá através de murro (boxer). � Fratura-luxação de Bennet: quando há uma fratura na Base do 1º MTC (polegar), é sempre cirúrgica. � Tratamento Conservador: realizado por imobilização, com uma pequena placa metálica externa ou por gesso. � Tratamento Cirúrgico: realizado pela colocação de fios de Kirschner ou com placas e parafusos. � Deve-se ter cuidado com desvios rotacionais, se a fratura for sem desvio rotacional, a maioria pode ser tratada de forma conservadora. Fraturas Membros Inferiores:- O membro inferior é constituído pela cintura pélvica (ilíaco - osso do quadril); coxa (fêmur), perna (tíbia e fíbula) e pé (tarso, metatarso e falanges). Fraturas de Fêmur Proximal:○ Ocorre com mais frequência em pessoas idosas. A ocorrência está relacionada à fragilidade estrutural desse segmento ósseo, decorrente de osteoporose associada à maior tendência que os idosos apresentam para sofrer quedas. Na maioria das vezes, essas fraturas são provocadas por traumas de baixa energia (queda simples no ambiente doméstico) Tipos de fraturas:� Cabeça do fêmur□ Basocervical□ Colo femoral□ Grande trocânter□ Transtrocantérica□ Subtrocantérica□ Clínica: os pacientes apresentam dor no quadril após a ocorrência de traumas simples, impotência funcional impedindo a locomoção e membro encurtado e em rotação lateral. Os graus de encurtamento e rotação são proporcionais ao nível de desvio da fratura. � Exame Radiológico: são essenciais para estabelecer o diagnóstico da fratura, solicitadas em AP e perfil, se a fratura não for identificada no Rx (fratura oculta) deve recorrer a TC ou RM. � Tratamento Conservador: é exceção, onde o paciente tem contra-indicação absoluta de cirurgia pelo cardiologista. Podemos dizer que todas as fraturas de fêmur proximal são cirúrgicas. � Página 22 de Ortopedia cirúrgicas. Tratamento Cirúrgico: na maioria das vezes o tratamento das fraturas de fêmur proximal é cirúrgico. A demora na realização da cirurgia em idoso aumenta o índice de complicações. � A fixação pode ser realizada das mais variadas formas, com parafusos, placas, fios, próteses, vai depender do tipo de fratura e da idade do paciente. Se o paciente for mais idoso a escolha é uma prótese, permitindo que o paciente deambule no dia seguinte. Fraturas Diafisárias do Fêmur:○ O fêmur é o maior e mais forte osso do corpo humano. Sua fratura deve ter um grau de energia muito alto, geralmente por acidentes automobilísticos e projétil de arma de fogo. A diáfise compreende a região abaixo do pequeno trocânter até o tubérculo dos adutores. Sua principal função é a sustentação durante a marcha. A principal característica da diáfise é o seu arqueamento anterior. Acomete predominantemente a faixa etária abaixo dos 30 anos, atingindo mais a população economicamente produtiva. Mais comum no sexo masculino. O tempo de hospitalização é longo e o retorno as atividades é demorado. Diagnóstico Clínico: raramente o diagnóstico de fratura diafisária do fêmur passa desapercebido, o paciente apresenta Dor intensa, Deformidade aparente, Mobilidade anormal, Hematoma extenso, Edema, Encurtamento. � Por ser um trauma de grande energia, deve-se sempre examinar as estruturas Neurovasculares. Os pulsos periféricos devem ser pesquisados e comparados para detecção de envolvimento arterial. A lesão nervosa é rara, mas deve ser pesquisada testando-se as funções motoras e sensitivas. Radiografias AP e Perfil, com visualização do fêmur, desde o quadril até o joelho (Rx de quadril, Rx de coxa e Rx de Joelho), sempre pedir articulação distal e proximal. □ É de fundamental importância a investigação das articulações adjacentes, pois cerca de 15% de lesões adicionais do quadril e do joelho são vistas tardiamente □ Exames Complementares:� Tratamento Cirúrgico:� O tratamento das fraturas diafisárias do fêmur é sempre cirúrgico, salvo raras exceções (infecção do membro afetado, má perfusão, queimaduras extensas, etc.). O padrão ouro é com haste intramedular. Uma placa-ponte pode ser utilizada, sendo uma redução indireta, preservando o foco da fratura. Nestes métodos se espera a formação de calo ósseo. Conservador Cirúrgico Índices relativamente altos de complicações: □ Encurtamento.□ Desvios rotacionais.□ Desvios angulares.□ Limitação de movimentos do joelho.□ Aumento de complicações pulmonares.□ Mobilização precoce e indolor.□ Redução do tempo de hospitalização.□ Diminuição de complicações pulmonares. □ Na criança se aceita o tratamento conservador, com utilização de gesso imediato (até dois anos de idade), gesso após tração de 2 a 3 semanas (de 2 a 10 anos de idade), ou tratamento cirúrgico, com fixação externa, fixação intramedular e osteossíntese com placa e parafusos. A utilização de fixador externo é indicada nos casos de grave lesão de partes moles ou quando há lesão vascular. Página 23 de Ortopedia Infecção; □ Pseudo-artrose ;□ Refraturas. □ Complicações:� Fraturas da Patela:○ Trauma direto: Queda de joelhos□ Trauma indireto: Tração violenta da musculatura e tendões (fratura por avulsão).□ Mecanismo da lesão:� A existência de desvio ou não depende do grau de lesão de partes moles de tal aparelho. A classificação das fraturas da patela depende, basicamente, do traço de fratura e da ocorrência ou não de desvio. Diagnóstico Clínico: o diagnóstico é realizado pela história de trauma direto ou de flexão violenta do joelho, seguidos de dor, edema e limitação, em grau variável, da capacidade de extensão do joelho. Pode aparecer Hemartrose Grave; Impotência Funcional; Deformidade. � Exame Radiológico: o Rx de Joelho é fundamental para o diagnóstico, realizados em AP e Perfil, com flexão moderada. Em casos de fraturas osteocondrais pode-se recorrer a TC e RM � Tratamento Conservador (Não cirúrgico):� O tratamento não cirúrgico inclui as fraturas transversais com menos de 3mm de diástase ou 2mm de degrau articular, é realizado por meio de Gessos ou Órteses e Fisioterapia. O membro inferior deve permanecer sem carga, especialmente nas fraturas do platôtibial. Tratamento Cirúrgico: � Nos demais tipos de fraturas, com desvio ou estáveis, a indicação de osteossíntese é melhor, uma vez que possibilita a obtenção de resultados anatômicos ou funcionais adequados. Pseudo-artrose□ Infecção Pós operatória□ Retardo de consolidação□ Perda da mobilidade□ Osteoartrite Patelar□ Diminuição da força do aparelho extensor□ Complicações:� O osso patelar (sesamóide) está inserido no interior do mecanismo extensor do Joelho sendo inserido no seu pólo superior pelo tendão Quadriciptal e no pólo inferior pelo tendão Patelar. Fraturas dos Ossos da Perna:○ Tíbia é o osso longo que mais sofre fraturas, sua posição subcutânea na face ântero-medial da perna torna a tíbia mais vulnerável. Tem canal Medular triangular. � Fíbula participa ativamente da articulação do tornozelo, está intimamente ligada à tíbia pela membrana interóssea, tornando-se um importante elemento de estabilidade nas fraturas � Aspectos anatômicos e biomecânicos relevantes: Página 24 de Ortopedia membrana interóssea, tornando-se um importante elemento de estabilidade nas fraturas dos ossos da perna. Epidemiologia: São as mais comuns fraturas dos ossos longos e representam seis vezes mais comuns que as de fêmur. � Trauma direto: frequentes nos acidentes de trânsito, atropelamentos, o traço da fratura é, na maioria das vezes, transverso ou cominutivo. □ Trauma indireto: mais comuns nas quedas e práticas esportivas, tende a apresentar traço oblíquos ou espiróides. □ Traumas rotacionais (esqui) e mistos.□ Mecanismo de Fratura: � Prognóstico: Depende do grau de deslocamento ósseo, cominuição e a lesão das partes moles. � Diagnóstico Clínico: Dor, Edema, Impotência Funcional, Deformidade, Crepitação, Alterações das partes moles. A situação subcutânea da face ântero-medial da tíbia torna a inspeção clínica mais fácil. Lesões Vascular e neurológica tem importância essencial nas decisões terapêuticas. � Exame Radiológico: as radiografias da perna em AP e Perfil são fundamentais no diagnóstico. As fraturas do terço distal da tíbia é considerada como fratura do tornozelo. � Tratamento: o tratamento objetiva Alinhar, Estabilizar, Obter a consolidação, Manter o trofismo muscular e Manter o arco de movimento do joelho e tornozelo. � Uma fratura de tíbia e fíbula a imobilização deve envolver a articulação do joelho e do tornozelo. Os fixadores externos são utilizados nas fraturas expostas e nos controles de danos em pacientes politraumatizados. O padrão ouro para o tratamento do osso da perna é a haste intramedular. Pode utilizar placa e parafusos. Na parte proximal da tíbia não se consegue colocar uma haste, pois não tem lugar para sua fixação, devendo ser com placa e parafuso, além de atingir a superfície articular (estabilização absoluta - consolidação direta). Pseudo-artrose;□ Síndrome Compartimental;□ Trombose venosa profunda.;□ Lesão de nervo;□ Osteomielites□ TVP□ Complicações:� Estáveis;□ Fechadas;□ Sem desvios e sem encuratamento;□ Fraturas isoladas.□ Tratamento Conservador (Gesso ou Órtese):� Instáveis;□ Aberta;□ Cominutivas;□ Sindrome compartimental;□ Lesões Vasculares;□ Politrauma□ Tratamento Cirúrgico (placas, hastes intramedulares e fixadores externos): � Fraturas do Tornozelo:○ O tornozelo é uma articulação complexa (talocrural), é uma tróclea (ou gínglimo) modificada, constituída pelo encaixe do corpo do tálus na pinça maleolar. O apoio principal é feito pela superfície articular distal da tíbia sobre o corpo do tálus, e a estabilidade e o direcionamento dos movimentos são dados pelos maléolos tibial e fibular e os respectivos ligamentos. A pinça maleolar possui uma certa elasticidade, dada pela articulação tibiofibular distal, permitindo o seu ajuste à largura do corpo do tálus, maior na frente do que atrás, durante os movimentos de flexão-extensão do pé. Página 25 de Ortopedia movimentos de flexão-extensão do pé. Complexo Ligamentar Sindesmótico (4);□ Colaterais Mediais (2) □ Colaterais Laterais (3)□ Estabilizadas por grupos de ligamentos:� Mecanismo de Lesão:� Trauma direto;□ Trauma indireto: mais frequente, consistindo no trauma Torcional, por pisadas em falso no caminhar ou correr, na prática de esportes e em acidentes de trabalho e de trânsito. □ Diagnóstico Clínico: � A anamnese geralmente esclarece a causa, mas não elucida o mecanismo da lesão, porque a maioria dos pacientes não se dá conta ou não recorda os detalhes da ocorrência. Doenças como diabete, doença vascular periférica, artrites e tabagismo podem influir decisivamente na conduta terapêutica e no desfecho do caso. NV?□ Observa-se Impotência Funcional, Dor, Deformidade, Hematoma. A compressão manual látero-medial da fíbula contra a tíbia no terço médio da perna pode revelar fratura alta da fíbula, fratura do maléolo ou lesão da sindesmose. As manobras de gaveta, inversão, eversão e rotação externa do pé servem para caracterizar lesões ligamentares. Exames complementares:� A confirmação diagnóstica é dada pelo RX de tornozelo em AP, Perfil e AP verdadeiro (para tirar a sobreposição da fíbula, que está posterior a tíbia - pequena rotação medial), RX sob estresse, TC ou RNM (para lesões ligamentares). Tratamento: objetiva Redução anatômica, Manutenção, Restauração da função.� Tratamento Conservador: □ Indicado nas fraturas estáveis e sem desvios e em pacientes com alto risco cirúrgico. Tratamento Cirúrgico (placas e parafusos):□ Indicado em qualquer fratura com desvio que envolva a superfície articular e na falha do tratamento conservador. No maléolo medial sempre se coloca um parafuso, no maléolo lateral, na maioria das vezes, se coloca uma placa e parafuso. O tornozelo tem três articulações em uma só, a articulação da tíbia com o tálus, fíbula com tálus e da fíbula com a tíbia. Isto forma uma pinça ou encaixe, seu espaço articular deve ser o mesmo em toda sua extensão. Entre a tíbia e a fíbula encontramos uma articulação fibrosa, a sindesmose. Ao longo da diáfise da tíbia e fíbula encontramos a membrana interóssea. Se houver uma fratura da tíbia, mas o espaçamento articular do tornozelo não houver alteração o tratamento pode ser conservador (gesso), mas se houver alargamento em qualquer parte o tratamento é cirúrgico. Fraturas do Pé:○ No pé existem vários ossos. O calcâneo é o osso tarsal mais frequentemente lesionado. Na maioria as fraturas são intra-articulares e decorrem de trauma axial no retropé, como queda de altura ou acidente automobilístico. Página 26 de Ortopedia Diagnóstico: a avaliação radiográfica da fratura do pé é realizada em AP, Perfil (para calcâneo) e Oblíqua. � Tratamento:� Dois fatores devem ser considerados: o desvio articular, principalmente da faceta posterior da articulação talocalcânea, e o componente extra-articular, em especial o desvio da parede medial - diminuição da altura, do comprimento ósseo, bem como a angulação em varo ou valgo. As fraturas extra-articulares tem melhor prognóstico do que as fraturas articulares. Na maioria dos casos o tratamento é conservador (gesso). Página 27 de Ortopedia FRATURAS EXPOSTAS- Introdução:- A fratura exposta refere-se a um amplo espectro de lesões, desde perfuração na pele em fratura oblíqua longa até esmagamento do membro com fratura multifragmentar. Diferenciar o tipo de trauma é importante, pois o prognóstico das fraturas expostas é determinado, de forma mais específica, pela extensão/quantidade de tecidos desvitalizados produzida pelo trauma e pelo tipo e grau de contaminação bacteriana, e não apenas pela caracterização da fratura isoladamente. A análise minuciosa do binômio Fratura-Partes Moles, permite classificar tais fraturas em diferentes grupos, com o objetivode avaliar o prognóstico de cada lesão e, como consequência, orientar o tratamento mais adequado para cada caso em particular. As metas do tratamento nos casos de fraturas expostas envolvem a prevenção da infecção, a obtenção da consolidação óssea e a cicatrização de partes moles para permitir a recuperação funcional do membro acometido o mais cedo possível. A fratura exposta é definida como sendo aquela em que ocorre ruptura na pele e nos tecidos moles subjacentes, permitindo a comunicação óssea direta ou de seu hematoma fraturário com o ambiente. Quando a fratura ocorre no mesmo segmento do membro com ferida, deve ser considerada fratura exposta, até prova em contrário. Na fratura exposta não há necessidade do osso estar para o lado de fora pele, sendo necessário apenas a comunicação do foco da fratura com o ambiente, com rompimento das partes moles, gerando grande risco de infecção bacteriana local. É frequente, sendo proveniente de trauma de alta energia e com tratamento muito difícil. Tem alta incidência de complicações, desvascularização e seqüelas. A diminuição da vascularização local faz com que haja aumento do potencial de infecção e diminuição do potencial de formação de calo ósseo. Assim, a destruição da vascularização traz maiores possibilidades de complicações como infecções, pseudartrose, perda de função e perda do membro atingido. ... é uma lesão de partes moles com um osso fraturado abaixo... Fratura...○ ... comunica o meio externo com o foco de fratura ou seu hematoma ... é a ruptura das partes moles que envolvem a fratura - invólucro Fratura Exposta...○ Muito mais importante do que a fratura é a lesão das partes moles. O grau de destruição das partes moles é quem orienta a decisão quanto ao tipo de tratamento e de estabilização, uma vez que aquelas estruturas estão comprometidas. Classificação:- Allgöwer - 71○ Gustilo e Anderson - 76○ Oestern e Tscherne - 84○ Gustilo e Anderson - 84*○ A classificação da fratura exposta é importante, porque permite a comparação dos resultados, mas, principalmente, porque dá orientação quanto ao prognóstico da lesão e na escolha do melhor método de tratamento, diminuindo a incidência de complicações por antecipar os problemas, prevenindo erros. A classificação proposta por Gustilo e Anderson, com alteração em 1984, leva em consideração o tamanho da ferida, o grau de energia e o grau de contaminação. Se tornou a mais utilizada no mundo, e envolve os seguintes tipos: Ortopedia ... Aula 28/08/2014 quarta-feira, 27 de agosto de 2014 21:01 Página 28 de Ortopedia Gustilo Tipo I: o ferimento cutâneo é < 1cm, com ferida limpa (contaminação mínima) e traços simples. ○ Gustilo Tipo II: o ferimento cutâneo é > 1cm e < 10cm. As lesões das partes moles são moderadas (contaminação moderada) e os traços são +/- simples. ○ Gustilo IIIA: após o debridamento é obtida cobertura óssea adequada (fratura segmentar e por PAF ou ocorridas no campo). � Gustilo IIIB: a lesão não permite cobertura óssea adequada no primeiro tempo, necessitando de retalhos e enxertias posteriores. � Gustilo IIIC: a fratura está associada com lesão vascular (arterial) que necessita reparo cirúrgico para manter a viabilidade do membro. � Gustilo Tipo III: o ferimento cutâneo é > 10cm, com lesão extensas de partes moles e deslocamento do periósteco e/ou esmagamento. Tem contaminação significativa. O trauma foi de alta energia, com fraturas multifragmentar ou perda óssea, mas não necessariamente há perda óssea. É subdividido em: ○ As fraturas expostas segmentares, as lesões ocorridas no campo e em ambientes altamente contaminados, as lesões por PAF (tiro) e as de alta energia são, automaticamente, classificadas como Gustilo Tipo III. O que denota a classificação é o momento do procedimento cirúrgico. A classificação pode ser modificada dependendo da evolução da cirurgia. envolve os seguintes tipos: Questão de prova: em uma fratura com lesão vascular deve-se primeiro estabilizar a fratura para logo após interceder na lesão vascular. Zona de Lesão:- A ferida da pele é simplesmente uma janela através da qual a verdadeira ferida se comunica com o exterior (Paul Clifford - 2000). Tratamento - Objetivos:- O objetivo atual do tratamento das fraturas em geral é a consolidação da fratura e a reabilitação completa da função no menor espaço de tempo possível. No tratamento da fratura exposta é acrescido no procedimento evitar a infecção e focar na cicatrização das partes moles. ABC's□ Ressucitação□ Estabilização Clínica□ Neurovascular: nos pacientes com trauma pélvico se faz uma fixação externa, evitando uma complicação por possível hemorragia. □ Ressucitação / Estabilização (para qualquer paciente politraumatizado), o primeiro atendimento deve ser realizado conforme as recomendações do ATLS. � Avaliação detalhada do membro lesado, analisando as condições de perfusão, pele, músculo, nervo, osso. Os critérios para avaliar a viabilidade de um músculo incluem os 4 C's (Cor, Circulação, Consistência e Contratilidade). Na cirurgia ao pinçar o músculo e não houver contração o músculo é inviável. Se a coloração do músculo estiver escurecida a retirada é indicada. Nas primeiras assistências os cuidados imediatos envolvem a cobertura da ferida, isolando-a do meio externo através de curativo estéril, seguida de imobilização provisória com talas, Primário: emergência (Atendimento Pré-Hospitalar)○ Tratamento:- Prova Prova Prova Página 29 de Ortopedia do meio externo através de curativo estéril, seguida de imobilização provisória com talas, órteses ou similares. Esse procedimento simples ajuda a prevenir o aumento da lesão de pares moles, pela mobilidade dos fragmentos ósseos, assim como a protegem do meio externo. A utilização de curativos estéreis no atendimento inicial diminui o índice de infecção. Assim, o primeiro atendimento deve ser realizado conforme ATLS, dando atenção inicial a ressucitação, seguida de estabilização clínica. Concomitante a essa fase inicial, institui-se a cobertura da ferida com curativo estéril e imobilização provisória. Não se deve manipular a ferida em locais potencialmente contaminados, sendo este procedimento reservado ao ambiente do centro cirúrgico. ATB / Tétano Profilaxia:� A antibioticoterapia deve ter início precoce + tetanoprofilaxia□ Nos pacientes com fraturas expostas, devem ser administradas na fase inicial, a antibioticoterapia e a tetanoprofilaxia, pois as feridas estão potencialmente contaminadas com bactérias. Deve-se administrar antibióticos intravenoso o mais cedo possível após o acidente. Cefalotina => 2,3%□ Penicilina + Estrepto => 9,7%□ Placebo => 13,9%□ Em um estudo prospectivo foi realizado testes, onde um grupo usou cefalotina, outro a penicilina + estreptomicina e o terceiro com placebo. A Taxa de Infecção foi a seguinte: Atualmente, as cefalosporinas continuam como escolha ideal no manuseio inicial das fraturas expostas. Gustilo Tipo I => 0%□ Gustilo Tipo II => 2 - 7%□ Gustilo Tipo III => 10 - 20%□ Esquema de Antibioticoprofilaxia (IV):□ Tipo Escolha ATB Opção ATB Gustilo I e II Cefalosporina 1a Geração Gustilo III Cefalosporina 1a + Aminoglicosídeo Cefalosporina - 3aG Área Rural, Esgoto Cefalosporina 1a + Aminoglocídeo + Penicilina C. Cefalosporina 3aG Nos tipos I e II a utilização desses medicamentos deve ser de apenas 24hs e, nos tipos III, por 72hs. É recomendado manter por 24hs a cada novo debridamento cirúrgico. Se após o tempo recomendado com manutenção de antibiótico, o tratamento não é mais profilático, passando a ser terapêutico. Aminoglicosídeo (Gentamicina, Clindamicina). Cefalosporina de 1aG (Cefalotina). Cefalosporina de 3aG (Ceftriaxona). Na falta da penicilina cristalina pode substituir pelo Metronidazol. Os primeirosrelatos de Gustilo e Anderson, após antibioticoterapia foi obtido as seguintes taxas de infecções: Explorar / Lavar Feridas (há maior risco de infecção) □ Pinçar Vasos (maior risco de lesão de vaso viável) □ O que não fazer no Pronto Socorro:� Curativo Estéril □ Compressivo□ Imobilização Provisória□ ATB / Tétano Profilaxia□ Conduta Inicial:� Prova Prova Página 30 de Ortopedia Tratamento Cirúrgico Primário: Limpeza Mecânico Cirúrgica (LMC) + Debridamento � No caso de irrigação (LMC) com mais de 10L de soro, há significativa redução na incidência de infecção. A utilização de anti-sépticos é contra-indicada, pois pode piorar a ferida e produzir deiscência de sutura. Lembrar que o debridamento cirúrgico e/ou LMC devem ser feitos em ambiente cirúrgico e não na sala de emergência. Tratamento Cirúrgico Subseqüente� Reabilitação� Secundário:○ Tratamento Cirúrgico Primário:- < 6hs 0 - 2%� > 12hs 6 - 10%� Evitar Infecção:○ Irrigação e Debridamento1. Estabilização da Fratura2. Fechamento da ferida3. Debridamento:1. Ampliar bordos da ferida => excisão da pele lesionada□ Remover tecidos doentes => morto / inviável músculos□ Expor as bordas ósseas => remover osso desvitalizado□ Irrigar de novo□ Use a experiência... O importante é evitar a infecção.□ O debridamento tem o objetivo criar uma ferida viável, com remoção de corpo estranho, tecidos desvitalizados, reduzir a contaminação bacteriana e criar uma ferida vascularizada. E ainda: Fácil de Aprender□ Difícil de Fazer□ Fácil de Esquecer□ O debridamento é um procedimento Cirúrgico: Estabilização Óssea:2. A estabilização óssea primária é realizada após a LMC / Debridamento, mas deve levar em conta a classificação da fratura. A fixação óssea, restaurando o comprimento, o alinhamento e a rotação, evita a perpetuação da lesão das partes moles produzidas pelos fragmentos ósseos e diminui a formação de espaço morto e hematoma, permitindo cuidado mais adequado das feridas e melhor mobilização e conforto do paciente. A estabilização óssea diminui a infecção, impede a agressão contínua, permite a revascularização e diminui sangramento. Além de favorecer a consolidação e a função do membro afetado. Qual o melhor método de fixação?□ A melhor fixação é a que estiver disponível no momento, ou seja, é a fixação Imediata! Padrão de fratura Não existe um método universal, a escolha do método depende da avaliação individualizada e personalizada da fratura. Entre os fatores que mais influenciam estão: Planejar Seqüencial:○ Se o tratamento cirúrgico primário for precoce com menos de 6 horas há uma redução na incidência de infecção, cerca de 0 a 2%. Se este procedimento levar mais que 12 horas a incidência de infecção sobe para 6 - 10%. Página 31 de Ortopedia Padrão de fratura� Tipo de lesão de partes moles� Tempo de Evolução� Lesões associadas� Estado Geral do paciente� Placas e Parafusos:� Indicado para os casos de fraturas intra-articulares, metafisárias e de membros superiores. Proporciona uma estabilidade absoluta ou relativa. Sua fixação necessita de maiores agressões as partes moles e ao osso, aumentando o risco de infecção e perda sanguínea, pois há uma maior desvitalização do tecido para conseguir fixá-las. Para sua colocação é necessário que o paciente tenha uma cobertura cutânea viável, não sendo indicada nos casos que esta cobertura não for possível. Fixador Externo:� O fixador externo é um método de estabilidade relativa seguro e eficaz, permitindo a estabilização dos fragmentos, com as vantagens de serem versáteis, fáceis de aplicar e pouco traumáticos para a área já lesada, além de permitir acesso à ferida e de proteger as partes moles até sua cicatrização. Existem casos que o fixador externo se torna definitivo, mas geralmente quando a consolidação já esta completa o fixador externo pode ser retirado. Muito indicado para politraumatizados instáveis ou com lesões vasculares associadas, neste casos o fixador deve ser temporário. Também é indicado para perdas ósseas, contaminação grave (Gustilo tipo III) e fraturas periarticulares. Ressalte que sempre que houver dúvida o fixador externo é o melhor método de fixação. Ex.: paciente politraumatizado, comatoso se tiver uma fratura externa, há indicação de se colocar um fixador externo, permitindo um maior controle de danos. A escolha de fixador externo pode levar a algumas complicações como a infecção (7 a 20%) devido ao trajeto dos pinos (interface pele-pino-osso) e perda de massa muscular. O cuidado adequado com a limpeza dos pinos pode evitar a infecção. Pseudoartrose também tem uma incidência alta (20 a 40%), por isto raramente é utilizado como estabilização definitiva. Pode ainda ocasionar consolidação viciosa (17%), rigidez articular, dificultar procedimentos posteriores e dor. Haste Intramedular:� A haste intramedular proporciona uma estabilidade relativa, com alto índice na consolidação e com baixos índices de infecção e de consolidação viciosa. A técnica respeita a biologia, sem desvitalizar os tecidos, preservando o envelope das partes moles e a vascularização. Além de que facilita o acesso a ferida. É o método de escolha para ossos longos com Gustilo I, II e IIIA. Nos casos de Gustilo IIIB a utilização é controversa, e no caso de Gustilo IIIC não há indicação de haste intramedular. O emprego dessas hastes sem bloqueio e finas em fraturas multifragmentárias é contra-indicado, devido ao risco de encurtamento e desvio dos fragmentos. Existe controversa se a colocação da haste deve ser Fresada ou Não Fresada, mas foi detectado que depois de algumas semanas não houve diferença na formação de calo ósseo e a taxa de infecção em ambos os métodos foram equivalentes. O implante da haste intramedular é tecnicamente difícil, exigindo treinamento adequado e equipamentos caros como o Intensificador de Imagem. Fechamento da Ferida:3. Depois da irrigação, debridamento cirúrgico da ferida e estabilização da fratura, resta Página 32 de Ortopedia Depois da irrigação, debridamento cirúrgico da ferida e estabilização da fratura, resta decidir como fechar a ferida ou como cobrir a exposição.A princípio, essas feridas, após o debridamento cirúrgico, devem ser deixadas abertas para posterior fechamento. Ferida Limpa□ Tecido necrótico e corpos estranhos retirados□ Presença de Tecidos viáveis□ Sutura sem tensão□ Ausência de espaço morto.□ É possível optar pelo fechamento primário se as feridas forem produzidas por baixa energia e baixa contaminação, mas para isto o cirurgião deve analisar os seguintes aspectos: Cicatrização por 2a intenção□ Fechamento primário imediato□ Fechamento primário retardado□ A maioria dos ferimentos dos tipos Gustilo I e II pode ser tratada com as seguintes hipóteses: Enxertia Precoce� Menor índice de infecção� Até o sétimo dia� Fechamento Secundário□ Geralmente os casos de Gustilo II e IIIA o tratamento pode ser por meio de procedimentos adjuvantes em fechamentos tardios. Mas na maioria dos casos de Gustilo tipo III é com enxerto ou retalho. O Curativo a Vácuo (VAC ® System) tem sido bastante eficaz na cicatrização de feridas externas com tratamento definitivo ou entre o debridamento e o fechamento secundário. Este método estimula a angiogênese, associado à dificuldade de crescimento bacteriano, diminui período de pré-enxertia, resultando em excelente poder de cicatrização. Nos casos de Gustilo IIIA e IIIB é necessário colocar retalhos e Microcirurgia. Resumo:- Tratar uma fratura exposta requer experiência. A avaliação inicial deve ser criteriosa, prestando atenção no binômio Osso X Partes Moles, orientando o prognóstico e terapêutica. O tratamento depende da conduta inicial, sendo o principal foco a prevenção da infecção. Nunca esquecer que o debridamento é essencial.
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