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Ortopedia - Resumo Completo

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FRATURAS-
A fratura é uma lesão de partes moles com um osso fraturado, com descontinuidade óssea. É causada por uma força 
aplicada ao tecido ósseo com intensidade suficiente para vencer sua resistência. 
Pode-se dizer que: É uma interrupção da continuidade do osso que leva à incapacidade de transmissão de carga 
devido à perda da sua integridade estrutural.
Muitas vezes, ao visualizar o local da fratura no 
paciente não é possível identificá-la, estando o 
local totalmente integro, onde só se pode 
identificar a fratura por meio de radiografia. 
Mas outras vezes apenas com a visualização 
externa se consegue saber que já existe uma 
fratura, onde as partes moles podem estar em 
grande sofrimento, o que denota o grau de 
energia e complicação da fratura.
Partes Ósseas:-
O osso, um tecido vivo, é uma forma rígida e altamente especializada de tecido conjuntivo que forma a maior parte 
do esqueleto. É o principal tecido de sustentação do corpo.
Os dois tipos de ossos são o osso compacto (cortical) e o osso esponjoso (trabecular ou medular). São distintos pela 
quantidade relativa de material sólido e pelo número e tamanho dos espaços contidos. Todos os ossos possuem 
uma camada fina superficial de osso compacto ao redor de uma massa central de osso medular esponjoso, exceto 
onde este último é substituído por uma cavidade medular.
Na visualização radiográfica, que é monodimensional, conseguimos visualizar as duas linhas do osso cortical e a 
parte medular do osso.
Incompletas: há descontinuidade de apenas uma linha do osso cortical�
Galho verde: ocorre nas crianças, são fraturas causadas pelo encurvamento do osso, isto acontece 
porque o periósteo na criança é muito espesso, conseguindo conter a fratura.
�
Simples: quando a fratura divide o osso em dois segmentos, que podem ou não estarem 
desviados.
□
Cominutivas: quando a fratura produz vários fragmentos, o osso estilhaça-se em três ou mais 
pedaços.
□
Segmentares: quando há mais de uma fratura no mesmo osso dividindo o osso em três 
segmentos.
□
Completas: quando há descontinuidade óssea das duas linhas corticais, se dividem em:�
 Incompleta Completa 
Simples
Completa 
Cominutiva
Completa Segmentar
Complexidade do traço: para que o osso esteja quebrado é necessário que exista um traço de fratura quando 
visualizado na radiografia. Quanto a complexidade do traço podem ser:
○
Mecanismo de trauma:
Tipos de Fraturas:-
Ortopedia -
01-08-2014
Aula 01/08/2014
segunda-feira, 14 de julho de 2014
17:18
 Página 1 de Ortopedia 
Espirais: este tipo de fratura é causada por uma força de torção. O resultado é uma linha de fratura em 
forma de espiral sobre o osso, como uma escada giratória. Fratura em espiral pode ser deslocada ou 
estável, dependendo da quantidade de força que resultou na fratura.
�
Oblíquas: quando o traço de fratura é maior que trinta graus (>30°).�
Transversas: quando o traço de fratura é menor que trinta graus (<30°), uma linha quase horizontal.�
Avulsão: ocorre quando um tendão que conecta um músculo a um osso arranca parte dele, resultante 
de uma forte e súbita contração muscular.
�
Compressão: são mais comuns em casos de osteoporose.�
Mecanismo de trauma:○
Fratura Epifisária: �
Fratura Metafisária:�
Fratura Diafisária:�
Fratura Intrarticular:�
Porção do osso: as fraturas podem ser classificadas quanto ao localização do traço na região do osso, 
geralmente em osso longo.
○
Fratura Fechada: a fratura óssea não tem contato com o meio externo.�
Fratura Exposta: há interrupção da continuidade do osso na qual existe comunicação entre o foco da 
fratura e o meio externo, havendo o rompimento da pele. A exposição óssea pode não ser visível, o osso 
pode não estar visível, mas há comunicação entre a fratura e o meio externo contaminado. Neste tipo 
de fratura ocorre simultaneamente um quadro de hemorragia externa, existindo ainda o risco iminente 
de infecção.
�
A presença de uma fratura exposta altera significativamente o seu manuseio e pode influenciar 
negativamente a possibilidade de uma cura completa, já que freqüentemente existe uma extensa lesão 
em partes moles, ou mesmo uma contaminação. A fratura exposta infectada não ficará curada até que a 
infecção tenha sido eliminada. 
Comunicação com o meio:○
 Página 2 de Ortopedia 
 Fratura Fechada Fratura Exposta
Fratura patológica: ocorre em osso com estrutura e resistência comprometidas por doença invasiva ou 
processo destrutivo, podendo ser por osteoporose, distúrbio endócrino (hiperparatireóidsimo que aumenta a 
reabsorção de cálcio), metastases, etc.
○
 Metástase óssea Cintilografia de fratura óssea Ressonância mostrando um edema ósseo
Fratura de stress: ocorre em osso com estrutura e resistência normais submetido à sobrecarga excessiva. ○
Classificação AO:-
Local: Porção Óssea:
Braço (úmero) = 1�
Antebraço (rádio)= 2�
Coxa (fêmur)= 3�
Perna (tíbia)= 4�
Porção Proximal = 1�
Porção Média = 2�
Porção Distal = 3.�
É a classificação simples e didática mais aceita, definida pela AO (Arbeitsgemeinschaft fur Osteosynthesefragen) 
realizada através de números e letras. Inicialmente dividiu os ossos do corpo em vários números conforme 
demonstrado abaixo. Quando for representar a classificação primeiro se coloca o número do membro (local) 
seguido da porção óssea. Existem outras subdivisões, mas deteremos a atenção apenas nestas.
Exemplo: uma fratura na porção média do úmero teremos uma classificação de fratura 12, se for uma fratura 
na porção proximal da tíbia teremos uma classificação 41
○
A classificação AO obedece ainda uma seqüência progressiva de três opções de acordo com o grau de gravidade da 
Prova
 Página 3 de Ortopedia 
A classificação AO obedece ainda uma seqüência progressiva de três opções de acordo com o grau de gravidade da 
fratura: 1. Tipo; 2. Grupo; 3. Subgrupo. A classificação é organizada por ordem crescente de gravidade de acordo 
com a complexidade morfológica, a dificuldade de tratamento e o prognóstico.
Simples em espiral = A1�
Simples obliquo = A2 �
Simples transverso = A3�
Fratura Simples Espiral Oblíqua Transversa
Grupo A: as fraturas do grupo A são as simples cujo traço é único que também é subdividido em três:○
Em Cunha em espiral = B1 �
Em Cunha de flexão = B2 �
Em Cunha fragmentada = B3 �
Fratura em Cunha Cunha em 
Espiral
Cunha de
Flexão
Cunha 
Fragmentada
Grupo B: no grupo B estão as fraturas com cunha e também é subdividido em três:○
Complexas Espiral = C1 �
Complexas Segmentares = C2 �
Complexa Irregular = C3�
Fratura Complexa Complexa 
Espiral
Complexa 
Segmentar
Complexa
Irregular
Grupo C: no grupo C estão às fraturas complexas, subdividido em:○
que é dividida em três grupos: 
Anamnese: colher detalhadamente a história do paciente, em relação a fratura, pesquisando qual o 
mecanismo de trauma e se foi de baixa ou alta energia.
○
Dor a palpação (sempre presente quando há fratura), edema, crepitação e deformidade. Algumas vezes 
o paciente consegue se movimentar ou andar, isto não quer dizer que não exista fratura.
�
Neurovascular: é sempre importante a pesquisa neurovascular, a pesquisa é realizada pela verificação 
da sensibilidade e motricidade para a parte nervosa, pelo pulso periférico para a parte vascular.
�
Exame Físico:○
RX: frequentemente deve fazer parte do exame físico do paciente, é um exame primordial na ortopedia, 
sendo realizado em no mínimo de 2 incidências (AP e Perfil), nas mãos e pés (AP e Oblíquas).
�
TAC: se ainda restar dúvida da presença de fratura, pode-se recorrer para a TC�
RNM: a ressonância é mais utilizada para visualizar as partes moles (ligamentos, tendões), a parte 
medular óssea é melhor de visualizar pela RM.
�
Exames Radiológicos:○Muitas vezes, apenas pelo Rx não se consegue identificar a origem de um fragmento ósseo, devendo ser 
realizado uma TC por reconstrução para identificar o local que provém o fragmento.
Sem o conhecimento do crescimento ósseo e da aparência dos ossos 
em imagens radiológicas e outras imagens em várias idades, uma 
cartilagem epifisial deslocada poderia ser confundida com uma 
fratura, e a separação de uma epífise poderia ser interpretada como 
um pedaço deslocado de um osso fraturado. O conhecimento da 
idade do paciente e da localização das epífises pode evitar esses 
erros anatômicos. As margens da diáfise e epífise são suavemente 
curvas na região da cartilagem epifisial. As fraturas ósseas sempre 
deixam uma borda aguda, frequentemente desigual, de osso.
Diagnóstico:-
Prova
 Página 4 de Ortopedia 
Assim, ao examinar radiografias de membros, é essencial conhecer os períodos médios de surgimento dos 
centros de ossificação pós-natais e quando a fusão das epífises está radiologicamente completa em homens e 
mulheres. Sem esse conhecimento, uma linha epifisária poderia ser confundida com uma fratura. Como no 
caso da figura acima, que mostra imagem de uma criança com suas linhas epifisárias.
ABCD “E”: o tratamento de um paciente politraumatizado é realizado seguindo o ABCDE, apenas na última 
etapa (E) é quando a traumatologia deverá atuar.
○
Imobilização: a imobilização deve ser realizada desde o resgate, seja com qual meio for, impedindo que a 
lesão aumente.
○
Uma fratura Exposta e/ou com Lesão Vascular a indicação é sempre de CIRURGIA. Na maioria das vezes a 
cirurgia é realizada apenas para controle de danos e para tratamento das partes moles, pois nas fraturas 
expostas primeiro se trata as partes moles, com estabilização da fratura, para em um segundo momento 
tratar a fratura especificamente (estabilização definitiva). 
○
Tratamento Inicial:-
Alivio da dor- Analgésicos / AINE´S○
Redução da fratura (incruenta ou cruenta): a redução deve ser feita de forma delicada para manter o paciente 
o mais confortável possível (manipulação ou tração contínua).
○
Manter a redução (gesso ou cirurgia)○
Restaurar a função (Reabilitação / fisioterapia)○
Tratamento:-
Gessada: colocação de gesso no local fraturado.�
Não Gessada: colocação de uma tala, orteses.�
Imobilização:○
Isquemia de extremidades�
Ulcera de pressão�
Síndrome Compartimental�
Observação: na imobilização deve-se prestar atenção para 
prevenir:
Tratamento Conservador:-
Tratamento Cirúrgico:-
Parafusos�
Placas�
Hastes- Padrão ouro para fraturas diafisárias de tíbia e Fêmur�
Prótese: substituem a parte óssea, geralmente no tratamento das fraturas no fêmur.�
Expostas �
Temporária�
Fixação Externa:○
Fios: usados para estabilizar a fratura e 
não bloquear as linhas epifisárias das 
crianças, caso contrário poderia gerar 
fusão epifisial precoce.
�
Fixação Interna:○
 Página 5 de Ortopedia 
Síndrome Compartimental�
TEP�
Pneumonia�
Choque�
Infecção�
Falha do Material�
Tétano: sempre investigar profilaxia do tétano para pacientes com fraturas expostas, se o paciente tiver 
dúvida (eu acho) é a mesma coisa que não fez profilaxia.
�
Óbito�
Precoces:○
Infecção�
Pseudoartrose: Interrupção do processo de consolidação da fratura que não irá consolidar sem 
intervenção cirúrgica.
�
Consolidação Viciosa: consolidação da fratura em uma posição inadequada de mau alinhamento e 
deformidade.
�
Artrose Pós-Traumática�
Tardias:○
Complicações:-
 Página 6 de Ortopedia 
BIOLOGIA E BIOMECÂNICA DAS FRATURAS-
Conceitos Básicos:-
A traumatologia depende muito das forças que agem nos ossos, que levam a deformações, fraturas, 
luxações e subluxações. Estas forças só são determinadas pela intensidade, direção e sentido.
Existem dois tipos de cargas que vão agir sobre o osso, uma que leva a um deslocamento Linear e outra 
que exerce a rotação do osso sobre articulação.
Em todos ossos do corpo existe articulações sobre eles, as articulações verdadeiras com uma parte distal 
e outra proximal, os ossos em que não há articulações verdadeiras são os sesamoides (ex.: patela), que 
se articulam com outros ossos de forma indireta.
Forças Básicas:-
Força de Compressão: diminui o comprimento do osso○
Força de Tensão: alonga o comprimento do osso○
Força de Torção: gira o osso sobre próprio eixo○
Força de Angulação: arqueamento do osso○
Compressão�
Tensão�
Cisalhamento�
Força X Momento → Estresse○
Dependendo do modo de elasticidade de cada osso, pode acontecer uma das forças básicas, se estas 
forças continuarem a agir sobre o osso leva a um estresse podendo resultar em fratura.
O comportamento de qualquer material sob condições de carga fica determinado pela sua resistência e 
rigidez. Quando uma força externa é aplicada a um osso ou a qualquer outro material, ocorre uma 
reação interna. 
O osso é um material anisotrópico, ou seja, o comportamento do osso varia com a direção da aplicação 
da carga. O osso possui a característica de ser viscoelástico, ou seja, a sua resposta depende da 
velocidade em que a carga é aplicada e da duração da aplicação da carga. Em uma velocidade maior de 
aplicação de carga, o osso pode suportar maiores aplicações de carga antes de ceder ou fraturar.
Propriedades dos Materiais:-
Os materiais tem suas propriedades como a rigidez, que é a deformidade do material sob determinada 
carga, a elasticidade, que é a quantidade de carga necessária e exercida sob determinado material para 
que ele deforme e possa voltar a sua forma original, se a carga continuar sendo exercida vai levar a uma 
deformidade residual.
Deformidade Elástica�
Deformidade Plástica�
Deformidade Residual�
Ponto de Deformação○
Rigidez: deformidade do material sob determinada carga○
Resistência: trabalho necessário para fraturá-lo○
Capacidade de resistir a fadiga: cargas cíclicas○
Estes conceitos são apresentados para que se entenda que as cargas necessárias para fraturar um osso, 
mudam de acordo com a idade. A carga necessária para fraturar o osso de uma criança é maior do que 
para fraturar o osso de um adulto, que é maior do que em um idoso, pois a densidade óssea diminui 
Ortopedia ...
Aula 19/08/2014
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
13:13
 Página 7 de Ortopedia 
para fraturar o osso de um adulto, que é maior do que em um idoso, pois a densidade óssea diminui 
com a idade, levando a diminuição da elasticidade do osso tornando-se mais fácil a fraturar.
Resposta Elástica:○
Quando uma carga é inicialmente aplicada ao osso, este sofre deformação por uma mudança no 
comprimento ou na forma angular. A máxima deformação sofrida é de aproximadamente 3%. Isso 
é considerado a região elástica da curva de carga-deformação, porque, quando a carga for 
removida, o osso retornará a sua forma ou comprimento original.
Resposta Plástica:○
Com a continua aplicação de carga, o tecido ósseo atinge seu ponto de rendimento e depois disso 
suas fibras mais externas começam a ceder, ocorrendo micro-rupturas e deslocamento do 
material no osso. A isso chamamos de região plástica da curva de carga-deformação. O tecido 
ósseo começa a se deformar permanentemente e, em conseqüência, sofre fratura se a carga for 
contínua na região plástica. Portanto, quando a carga é removida, o tecido ósseo não retorna ao 
seu comprimento original, mas fica permanentemente alongado.
Biomecânicas dos Ossos:-
Quando a pessoa tem uma fratura o organismo tenta repará-la, pois é um dano tecidual como qualquer 
outro. Inicialmente são depositados fibrinas de colágenos para depois serem depositados os cristais 
minerais. No início da progressão do calo ósseo há muitas fibras de colágenos e poucos cristais de 
apatita (mineral que dá resistência ao osso), na medida que o calo ósseo vai se maturando essa 
proporção se inverte,com maior número de cristais de apatita. No início as fibras colágenas são 
desorganizadas, mas com a progressão as fibras se orientam e se reorganizam dando maior rigidez ao 
osso. 
Lembre que quem dá rigidez ao osso é o colágeno e quem dá elasticidade são os cristais de apatita. É 
que a densidade óssea afeta a resistência óssea, por isto que o idoso é mais sujeito a fratura, por ter 
uma menor densidade óssea e menor resistência. 
A resistência óssea varia com a idade e de acordo com falhas e orifícios existentes em sua extensão. Um 
defeito de 30% do diâmetro leva a uma diminuição de 50% em sua resistência. Por isto que hoje em dia 
o tratamento cirúrgico das fraturas são utilizados placas e parafusos com melhor qualidade e menos 
quebradiços e requerendo menos fixação ao osso, diminuindo a quantidade de orifícios e melhorando a 
resistência do osso ao ser reparado. 
O teor de mineral afeta a resistência (quanto mais mineral mais resistente) e também o diâmetro do 
Calo ósseo (quanto maior o calo ósseo formado depois de uma fratura, maior a resistência ao osso). 
O deslocamento do Foco de Fratura, até certo ponto, estimula a consolidação, mas claro que isto tem 
um limite, não podendo deixar o osso totalmente livre.
Padrão das Fraturas: as fraturas dos ossos se comportam de acordo com os seguintes padrões:○
Fratura de Cisalhamento: esta fratura é causada por uma força de compressão e 
deslizamento atuando conjuntamente sobre o osso.
�
Fratura Oblíqua: fratura causada por uma força de angulação e compressão.�
Fratura Transversa: o osso sofre ação apenas da força de tensão.�
Fratura Asa de Borboleta (de cunha): as forças atuantes são: tensão + compressão + 
angulação. É uma fratura incomum, pois é necessário a atuação de três forças conjuntas 
para acontecer.
�
Fratura em Espiral: apenas força de torção�
Esmagamento Esponjoso: há compressão pura, ocorrendo mais nos corpos vertebrais. �
Os ossos são menos resistentes à tensão e mais a compressão. Desta forma, temos que cargas 
compressivas levam menos fraturas do que as cargas de tensão. (ex.: um trauma de um cassetete no 
antebraço é uma força de tensão, o osso tem menor resistência do que um trauma de uma queda com 
braço apoiado transversalmente ao local de impacto, que é uma força de compressão).
Prova
Prova
 Página 8 de Ortopedia 
CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA:-
Colágeno Tipo I, que confere Resistência e Plasticidade ao osso�
Componentes Orgânicos:□
Componentes Inorgânicos: Minerais□
Matriz:�
Camadas externas fibrosa e interna celular e Vasos mais espessos e irrigado em 
crianças. O osso em adulto é pobremente vascularizado, por isto deve-se ter muito 
cuidado com cirurgias de reparação óssea, evitando infecções, pois o tratamento será 
muito mais difícil. 
□
Periósteo:�
Colágenos Tipo II: forma e resistência tênsil□
Macromoléculas:�
Proteoglicanos: rigidez e elasticidade�
Proteínas não Colaginosas:�
Cartilagem: a cartilagem é formada por Condrócitos dispersos + Macromoléculas○
Após a fratura óssea, o organismo vai tentar repará-
la através da consolidação óssea. A Consolidação 
Óssea é um fenômeno natural que culmina com a 
reparação óssea. O Tecido ósseo é o único que no 
final de sua cicatrização originará tecido ósseo 
verdadeiro e não fibrose como os demais tecidos.
Osso: o osso tem três componentes: Medula 
Hematopoiética (fontes de células 
mesenquimais e Matriz óssea) + Tecido Ósseo 
+ Periósteo
○
Biológico = Vascularização�
Mecânico = Estabilidade�
Tempo Ideal�
Inflamação (10%): a resposta inflamatória ocorre imediatamente após a lesão, que leva ao 
recrutamento de células-tronco mesenquimais e subseqüente diferenciação em condrócitos 
que produzem cartilagens e osteoblastos, que formam o osso.
1.
Reparo (40%): depois ocorre a reposição da matriz cartilaginosa e células, que se mineraliza, 
ocorrendo uma transição para osso, com iniciativa da reabsorção da cartilagem 
mineralizada.
2.
Remodelação (70%): células proliferam e sintetizam matriz nova. Para que a regeneração 
óssea progrida, o calo mole principal precisa ser reabsorvido e substituído por um calo 
ósseo. Embora o calo rígido seja uma estrutura que proporcione uma estabilidade 
biomecânica, ele não restaura completamente as propriedades biomecânicas do osso 
normal. Para alcançar isso, o processo de cicatrização da fratura inicia uma segunda fase de 
reabsorção, desta vez para remodelar o calo rígido em uma estrutura de osso lamelar com 
uma cavidade central medular. O processo de remodelação é realizado por um difícil 
equilíbrio de reabsorção do calo pelos osteoclastos, e deposição de osso lamelar pelos 
3.
Osteoblastos.
Fases da Consolidação Óssea: O processo de reparo em si é composto por 3 fases, que se 
sobrepõem. 
○
Lesão:○
Com a lesão óssea há danos às células, vasos, matriz óssea e tecidos moles, formando o 
hematoma fraturário, com uma conseqüente reação inflamatória. O hematoma é um processo 
Para que a consolidação óssea ocorra é necessário que exista uma Vascularização, uma Estabilidade e 
Tempo, se um destes falhar a consolidação irá falhar. A ortopedia para correção de uma fratura não 
pode agir diretamente na vascularização, que é inerente a parte biológica, mas pode atuar na 
estabilidade, que é a parte mecânica.
 Página 9 de Ortopedia 
hematoma fraturário, com uma conseqüente reação inflamatória. O hematoma é um processo 
fisiológico que ajuda na consolidação óssea, pois neste hematoma começam a se organizar as 
estruturas e células para consolidação, quanto menos se intervir no hematoma melhor será para o 
restauração óssea. 
Por Segunda Intenção (Indireta) onde há formação do Calo Ósseo.�
Por Primeira Intenção (Direta) sem calo ósseo, mais recomendada nos locais de articulação.�
Tipos de Consolidação:○
Consolidação Óssea Indireta (Por Segunda intenção):○
É um processo natural, sendo necessário a presença de micro-movimentos (movimentação 
interfragmentária), dando uma estabilidade relativa (princípio da haste medular) e a formação do 
calo ósseo e posteriormente a formação de uma estrutura mais forte. Nesta consolidação óssea 
haverá o Hematoma Fraturário sobre o qual se desenvolverá um tecido de granulação com 
explosão de células mesenquimatosas (Osteogênicas e Condrogênicas), células inflamatórias, 
células secretoras e substâncias químicas osteo-estimulantes com formação do Calo Ósseo Mole 
que gradualmente evolui para o Calo Ósseo Duro, formando o Calo Ósseo Provisório que Evolui 
para o Calo Ósseo Maduro com tecido ósseo verdadeiro e finalmente a Fase de Remodelação 
Óssea.
Condrogênese (Semanas): Calo Mole□
Ossificação Endocondral (Semanas): Calo Duro□
Inflamação (dias):□
Hematoma e necrose óssea
Fatores de Coagulação
Fatores de Crescimento
Plaquetas
(PDGF - EGF - TGFβ)
Polimorfosnucleares
Macrófagos
Mastócitos
Mesenquimais pluripotentes
Neoforamção vascular
Fibroblastos
Colágeno
Tempo:�
Aporte Sanguíneo:�
Na medida que a consolidação vai 
ocorrendo o aporte sanguíneo e a 
oxigenação tecidual vai aumentando, e vai 
aumentado a atividade celular. Se nesta 
fase não houver uma pressão de O2 
suficiente a consolidação não será eficaz. 
A presença de uma hipóxia sistêmica 
crônica vai diminuir a tensão de O2, 
reduzindo a síntese de colágeno e a 
atividade osteoblástica.
 Página 10 de Ortopedia 
Estabilidade Relativa:�
A estabilidade óssea relativa é aquela que permite movimentação interfragmentária 
adequada para a formação do calo ósseo. Os micro-movimentos são controlados no foco da 
fratura. 
Sem Movimento
10.000 ciclos dia
10 ciclos dia 
(micromovimentos)
A estabilidade relativa foi estudada a partir modelos fraturários controlados constituído de 
uma cunha em movimento de pistão. Foi verificado que se a imobilização fosse total (sem 
movimento) a consolidação óssea nãoocorreria, da mesma forma se não houvesse 
imobilização, mas se a imobilização permitisse micro-movimentos o processo de formação 
do calo ósseo seria estabelecido. Desta forma, ficou estabelecido que os micromovimentos 
são necessários para que a consolidação por segunda intenção (indireta) ocorra.
Uma haste medular proporciona uma estabilidade relativa do osso, permitindo uma 
ossificação secundária, permitindo que o paciente movimente o membro lesado no dia 
seguinte, mas muitas vezes fica limitado pela dor. A haste serve para orientar o eixo ósseo.
atividade osteoblástica.
Biologia do Calo Ósseo:�
Callus is like sex□
It´s natural□
It joins two things together□
And it requires a bit of movement□
O Senhor Apley comparou que o calo ósseo seria igual a sexo. Devendo ser natural, juntando 
duas coisas e requer um pouco de movimento.
Qual tipo de fratura forma mais calo?
A figura 02 forma um maior calo ósseo, 
Qual tipo de fratura tem maior deformação relativa?
Fratura Complexa: deformação relativa baixa, 
forma mais calo ósseo.
□
Fratura Simples: deformação relativa alta, forma 
menos calo ósseo.
□
A figura 01 é a que tem maior deformação relativa, 
pois é a fratura mais simples.
Fig. 01 Fig. 02
Consolidação Óssea Direta (Por Primeira Intenção):○
A fratura se consolida a partir do tratamento cirúrgico quando é realizada uma redução 
anatômica da fratura e associada à uma fixação rígida (estabilidade absoluta) dos fragmentos 
fraturários com placa e parafusos. Não há formação do calo na remodelação óssea. 
 Página 11 de Ortopedia 
fraturários com placa e parafusos. Não há formação do calo na remodelação óssea. 
Estabilidade Absoluta: há ausência de movimentos no foco de 
fratura. As superfícies do foco de fratura não se deslocam sob 
aplicação de carga. Na estabilidade absoluta os capilares (sistema 
de Havers) cruzam a fratura, ocorrendo uma consolidação por 
contato e por fenda e os Osteoclastos abrem caminho para que 
ocorra a deposição da matriz óssea.
�
A fixação óssea é rígida com compressão interfragmentária. O remodelamento interno substitui 
osso morto e a fratura desaparece gradualmente, com formação de calo periostal mínimo, que 
rapidamente é absorvido. Toda estabilização absoluta é realizada por parafusos ou placas + 
parafusos. As hastes, fios, fixadores externos não são componentes que permitem a fixação 
absoluta.
Este tipo de consolidação é esperada nas fraturas intra-articulares, não devendo haver formação 
de calo ósseo, pois irá limitar a movimentação da articulação, com uma Artrose precoce.
As fraturas dos ossos do antebraço devem ser tratadas com estabilidade absoluta, pois entre o 
rádio e a ulna há uma articulação (membrana interóssea), permitindo o movimento de 
pronosupinação. 
Neste caso a mobilidade dos fragmentos da fratura é zero e, portanto, na consolidação não há a 
formação de calo ósseo, ou seja, não há tecido de granulação no hematoma fraturário. A fratura 
irá consolidar diretamente pelo contato das corticais dos fragmentos da fratura, onde ocorrerá a 
proliferação dos canais de Havers através do foco da fratura, seguida pela proliferação dos 
Osteoclastos que formarão túneis ósseos pelos quais seguirão os capilares, células 
mesenquimatosas e os Osteoblastos que, pelo processo de remodelação Haversiana (deposição e 
reabsorção óssea) originará tecido ósseo Lamelar e Concêntrico o que caracteriza o osso cortical. 
O calo ósseo formado na consolidação primária é chamado de Calo Ósseo Medular ou de Fenda 
que apenas preenche os espaços vazios deixados no foco de fratura pela fixação rígida. Portando 
durante a Consolidação Primária da fratura não se observa a formação de calo ósseo ao Raio X. 
Se na fixação rígida da fratura observar a formação de calo ósseo evidente no Raio X é um sinal de 
que houve uma falha na fixação e portanto também pode complicar com retardo de consolidação 
ou Pseudo-artrose, com um maior risco de desenvolver a Pseudo-artrose Infectada. Mesmo a 
mobilidade da fratura ser próxima de zero o fator biológico, ou seja, a vascularização no foco de 
fratura é de fundamental importância para o processo de consolidação da fratura.
A consolidação direta é mais econômica para o organismo, pois não demanda tanta energia, 
oxigênio e vascularização para formação do calo ósseo. Promove uma estabilidade imediata, só 
produz tecido ósseo (strain < 2%) e restabelece a circulação colateral. A desvantagem consiste no 
maior número de problemas da consolidação do que na indireta, pois se mexe diretamente no 
foco da fratura. 
A compressão interfragmentária é realizada por um parafuso na direção contrária ao traço da 
fratura, permitindo o fechamento do fragmento. 
Prova
 Página 12 de Ortopedia 
fratura, permitindo o fechamento do fragmento. 
A fratura de antebraço não admite desvio de eixo e não pode formar calo ósseo, por isto o 
tratamento é sempre cirúrgico com consolidação direta. 
Nem sempre a redução anatômica (deixar os fragmentos bem encostados) é possível, porém é 
estável, mas deve-se tentar da melhor forma possível o alinhamento. Existe a possibilidade da 
fratura não consolidar.
A redução absoluta deve ser feita com material bom, pois quanto mais o 
tecido ósseo for desvitalizado, quanto maior o tempo cirúrgico e maior 
número de perfurações no osso, maior o risco de infecção.
Se apareceu um calo ósseo em uma fratura que se pretendia uma 
consolidação direta, com estabilidade absoluta, significa que não houve a 
correta estabilização dos fragmentos ósseos (instabilidade).
Quanto maior o número de fragmentos de uma fratura, maior o risco da 
estabilidade absoluta não ser conseguida, com provável insucesso, com 
quebra de material, infecção e não consolidação.
Má vascularização□
Concentração Stresse□
Aumento da deformação relativa□
Não há movimento no foco da fratura�
Aumento do atrito entre os fragmentos�
Fraturas simples tipos A ou B □
Membro superior □
Fraturas articulares □
Pseudoartrose hipertrófica□
Traço simples□
Indicações:�
Estabilidade Absoluta (deformação < 2%) => 
Consolidação Primária
○
Há movimento controlado no foco da 
fratura
�
Há bom suprimento sanguíneo �
Fraturas diafisárias e □
metafisárias multifragmentares □
Traço complexo□
Indicações:�
Estabilidade Relativa (deformação entre 2% 
e 10%) => Consolidação Secundária
○
Assim, quanto maior o número de fragmentos da fratura, mais indicado uma consolidação indireta, com 
estabilidade relativa. Se for uma fratura transversa no antebraço e úmero a indicação é a estabilidade 
absoluta. 
Estabilidade Redução Método Consolidação Indicação
Absoluta Direta
C.I.F.
Sem calo Articular
Antebraço
Traço Simples
Relativa Indireta
Tutor
Com calo Diáfises
Traço Complexo
Depende do movimento e da irrigação óssea□
Estabilidade relativa => consolidação secundária�
Depende da redução anatômica e CIF□
Estabilidade absoluta => consolidação primária�
Deformação relativa baixa => estimula o calo�
A consolidação óssea é um processo natural. Pode ser afetada pela estabilidade do tratamento.
Deformação relativa alta => inibe o calo�
Resumo:-
 Página 13 de Ortopedia 
 Página 14 de Ortopedia 
TRATAMENTO DE FRATURAS-
Fraturas do Membro Superior:-
O membro superior é composto pela cintura escapular (clavícula e escápula), braço (úmero), cotovelo, 
antebraço (rádio e ulna), mão e ossos do carpo. 
Fraturas da Clavícula:○
A clavícula é um osso inteiramente subcutâneo, de fácil acesso à inspeção e à palpação. Sua 
embriologia é única, pois é o primeiro osso a se ossificar (5ª sem) e o único osso longo a ossificar 
por ossificação intramembranosa sem passar pela fase cartilagínea. Constitui o único pilar ósseo 
que conecta a cintura escapular.
Funções: proporciona força e estabilidade ao braço, principalmentemovimentos acima da 
altura do ombro; local de inserção muscular, auxilia na função respiratória. 
�
Mecanismos de fratura: O mecanismo da fratura da clavícula 
é distinto em cada grupo, mas o principal mecanismo é a 
queda com apoio em extensão (onde o paciente cai com o 
membro estendido e a força do impacto é transmitida até 
dissipação na clavícula) ou por trauma direto. Como é um 
osso subcutâneo, na maioria das vezes a deformidade 
provocada por sua fratura é visível, quanto mais magro é o 
paciente melhor a visualização. 
�
Fratura do 1/3 Médio (80%): é a parte mais 
acometida, o principal mecanismo é o indireto, ocorre 
por queda sobre o membro superior estendido.
□
Fratura do 1/3 Lateral (15%): resulta da queda sobre a 
parte lateral do membro, deslocando-o para a frente e 
para baixo.
□
Fratura do 1/3 Proximal (Medial - 5%): □
A localização do terço médio, entre as duas curvas da clavícula e a mudança da forma de secção 
transversal do osso de prismática para transversal achatada talvez expliquem a maior frequência 
de fraturas nessa região. A presença do músculo esternocleidomastoideo (que puxa a cima) e dos 
ligamentos tóraco-clavicular e acrômio-clavicular (que puxa para baixo) o fragmento proximal 
ascende e o distal fica fixo em seu lugar. 
Exame Radiológico:�
A radiografia de ombro para confirmar o diagnóstico de fratura deve ser solicitada em 
posição AP (ântero-posterior), com 20o de angulação cefálica (incidência de Zanca), para 
livrar a sobreposição de estruturas ósseas.
Tratamento:�
Aspectos Clínicos:�
Dor local, tumefação e crepitações são 
sintomas e sinais sugestivos de fratura 
na maioria dos casos.
Ortopedia -
22-08-2014
Aula 22/08/2014
sábado, 23 de agosto de 2014
08:02
 Página 15 de Ortopedia 
Tratamento:�
De maneira geral, a grande maioria de fraturas do 1/3 médio podem 
ser tratadas de forma conservadora. O método ideal depende de 
diversos fatores, incluindo a idade e a condição clínica do paciente, a 
localização da fratura e das lesões associadas.
O enfaixamento em 8 pode ser empregado em crianças maiores e em 
adultos, consolidação óssea secundária (formação de calo ósseo). É 
importante atentar para a compressão de nervos e vasos na região 
axilar durante a utilização dessa forma de imobilização. 
Desvio importante□
1/3 lateral□
Fratura exposta□
Ombro flutuante (fratura da clavícula, escápula e do úmero proximal), perde a fixação 
do esqueleto apendicular com o axial. 
□
Tratamento das Fraturas da Clavícula na Criança:□
Na criança a maioria dos tratamento de fratura da clavícula é conservador, mesmo 
quando há desvio importante, mas como a criança está em crescimento o calo ósseo 
formado vai sendo reabsorvido e o osso alongando, ficando quase imperceptível se 
houve fratura. Se a fratura for exposta e com ombro flutuante o tratamento cirúrgico 
é indicado.
O tratamento cirúrgico é indicado quando houver:
Fraturas do Úmero:○
As fraturas do úmero são dividas em: - Fraturas do 1/3 proximal; Fraturas da Diáfise; Fraturas 
supra-condilianas (1/3 distal).
Fraturas do 1/3 proximal:�
As fraturas proximais do úmero envolvem a 
diáfise proximal, os colos anatômicos e colo 
cirúrgico, os tubérculos maior e menor e a 
cabeça do úmero e podem ser entendidas por 
meio do conceito das quatro partes. Os 
resultados funcionais demonstram que é uma 
das fraturas de maior dificuldade de tratamento.
No colo cirúrgico se posiciona a artéria 
circunflexa, a maioria das fraturas nesta região 
tem um risco de necrose da cabeça do úmero. 
O exame vascular da extremidade é essencial, a ausência de pulso radial e alteração de 
sensibilidade, são sinais que antecipam a presença de traumatismo grave.
Clínica: dor, edema, crepitação local, limitação de movimentos, equimose, que inicia 
em 24 a 36 horas. O braço é mantido em rotação interna e abdução, apoiado no tórax.
□
O mecanismo de lesão ocorre, em geral, por traumatismo direto sobre o ombro ou queda no 
solo apoiando-se com a mão ou com o cotovelo. Nos jovens, esse trauma precisa ser grave 
para produzir fratura; já nos idosos e em mulheres menopausadas, pode ser leve, devido à 
osteoporose. Outras causas determinantes de fratura do úmero proximal que não devem 
ser esquecidas são: crises convulsivas, choque elétrico e metástase.Em 80% dos casos a 
fratura é sem desvio.
Exame Radiológico: o diagnóstico definitivo é dado pelo exame radiográfico em AP, 
perfil e axilar (livrando a sobreposição da glenóide com o úmero). Em caso de dúvida 
pode-se recorrer a TC.
□
Classificação de Neer:□
 Página 16 de Ortopedia 
Classificação de Neer:□
Sem desvio:�
2 partes:�
3 partes:�
4 partes:�
A classificação de Neer é a mais utilizada, porque se baseia nos aspectos anatômicos e 
permite um prognóstico correto, além de possibilitar a indicação cirúrgica adequada a 
cada tipo de fratura: 
A classificação de Neer está indicada apenas para as fraturas deslocadas mais de 1cm 
ou 45o, ela não considera as chamadas fraturas de deslocamento mínimo.
Tratamento Cirúrgico:□
Angulação > 45°◊
Desvio > 1cm (desvio 
importante)
◊
Ombro flutuante◊
Indicações:�
O melhor tipo de fixação para fratura proximal de úmero é com a placa de Filus, sendo 
mandatório sua utilização em pacientes com osteoporose. A substituição da cabeça do 
úmero por uma prótese também pode ser indicada, substituindo a parte proximal do 
úmero, quando esta é inviável.
Tratamento Conservador: a imobilização e repouso do membro é indicado quando as 
fraturas se apresentarem sem desvio, utiliza-se uma tipóia. 
□
Fraturas da Diáfise do Úmero:�
Constituem 20% das fraturas do úmero em adultos. Geralmente ocorre por um trauma 
direto ou indireto, sobretudo em quedas com a mão espalmada, acidentes automobilísticos, 
traumatismos diretamente sobre o úmero ou em desportistas (lutas, beisebol).
Atenção especial deve ser dada a possível lesão do 
nervo radial. Este nervo se origina no plexo braquial, na 
axila, contorna o úmero posteriormente entre as 
cabeças lateral e medial do tríceps, passando entre o 
terço médio e terço distal do úmero, posicionando-se 
lateralmente ao osso e em seu terço distal.
Se houver uma fratura de úmero nesta região, deve-se 
procurar por sinais clínicos de acometimento nervoso.
Clínica: os sinais clássicos de fratura são dor, edema, deformidade, crepitação e 
mobilidade anormal, que podem estar todos presentes, de acordo com o tipo de 
fratura.
□
Quando houver lesão do nervo radial a mão fica caída, e o paciente não consegue 
realizar a sua extensão e dos dedos. Consegue dobrar o cotovelo, pois este 
movimento não é inervado pelo radial.
Exame Radiológico:□
Após a suspeita clínica o diagnóstico será confirmado e classificado com radiografias 
do braço em AP e perfil, envolvendo as articulações do ombro e do cotovelo.
Classificação: □
A classificação para as fraturas diafisárias do úmero aceita é a AO, que se baseia no 
grau de cominuição da fratura, separando em três grandes grupos:
Grupo A (não cominutivas): são as simples cujo traço é único que também é 
subdividido em três:
�
 Página 17 de Ortopedia 
Simples em espiral = A1�
Simples obliquo = A2 �
Simples transverso = A3�
Fratura Simples Espiral Oblíqua Transversa
subdividido em três:
Em Cunha em espiral = B1 �
Em Cunha de flexão = B2 �
Em Cunha fragmentada = B3 �
Fratura em Cunha Cunha em 
Espiral
Cunha de
Flexão
Cunha 
Fragmentada
Grupo B: no grupo B estão as fraturas com cunha e também é subdividido em 
três:
�
Complexas Espiral = C1 �
Complexas Segmentares = C2 �
Complexa Irregular = C3�
Fratura Complexa Complexa 
Espiral
Complexa 
Segmentar
Complexa
Irregular
Grupo C: no grupo C estão às fraturas complexas, subdividido em:�
Tratamento Conservador:□
Em princípio, as fraturasda diáfise do úmero são de tratamento conservador, em geral 
são não deslocadas, nas fraturas com deslocamento o tratamento conservador é 
indicado quando:
Angulação anterior for < 20o�
Varo < 30o�
Encurtamento < 3cm�
Tala Gessada em U (Pinça de Confeiteiro)◊
Gesso Pendente◊
Brace◊
Gesso toracobraquial: não é mais utilizado◊
Velpeau◊
Métodos de tratamento conservador:�
Tratamento Cirúrgico:□
Fratura Patológica: fixação interna intramedular é o método mais indicado.�
Politraumatizado: permitir uma fixação temporária para facilitar o manejo do 
paciente. 
�
Cotovelo flutuante: fixar para o cotovelo não ficar sem contato com os 
segmentos.
�
Segmentar:�
Lesão vascular: deve haver estabilização da fratura tanto pela manipulação pós-
operatória quanto pela proteção do procedimento vascular. Na cirurgia primeiro 
se fixa o osso para depois cuidar da recuperação vascular.
�
Exposta:�
Redução inaceitável do ponto de vista conservador.�
O tratamento cirúrgico para fratura de úmero é considerado nas seguintes situações:
O paciente com fratura de diáfise de úmero e com lesão nervosa associada não é 
critério de tratamento cirúrgico, sendo mais indicado o tratamento conservador, 
devendo esperar até 3 meses de recuperação. Se for apenas uma apraxia o paciente 
recupera os movimentos, se for uma neurotmese o paciente não recupera, devendo 
partir para outro procedimento cirúrgico. Veja que não é da fratura do úmero, mas de 
reparação neurológica. 
 Página 18 de Ortopedia 
reparação neurológica. 
Se a indicação for conservadora e no momento da imobilização a mão ficar pendente, 
deve-se retirar a imobilização e partir para o tratamento cirúrgico, pois houve 
aprisionamento do nervo radial.
Se o paciente chega com lesão nervosa => tratamento conservador�
Se o paciente chega sem lesão nervosa, mas adquire após imobilização => 
tratamento cirúrgico.
�
A haste intramedular no úmero não tem resultados satisfatórios quanto a utilizada no 
membro inferior, pois no braço não há carga para estimular a formação do calo ósseo. 
Geralmente se utiliza a placa (placa em ponte) e parafuso no tratamento cirúrgico.
Fraturas supra-condilianas (1/3 distal):�
Esta é uma fratura quase que exclusiva do esqueleto imaturo, ocorrendo na primeira década 
da vida (4 a 10anos). É mais frequente em meninos, e o lado esquerdo é o mais acometido.
Atenção com lesão da artéria braquial e dos nervos mediano, radial e ulnar.
Remodelação metafisária do úmero distal□
Anatomia óssea□
Foruxidão ligamentar□
Mecanismos: as fraturas supracondilares dividem-se em dois tipos: - em extensão 
(mais comum); - e Flexão (mais raro).
□
Vários fatores são apontados como predisponentes das fraturas supracondilares:
Aspecto Clínico:□
Os sinais clássicos de fratura, como edema e 
impotência funcional absoluta, podem estar 
acompanhados de semiologia específica. O 
cotovelo pode apresentar deformidade em 
"S". Verifica-se com frequência, equimose 
na prega anterior do cotovelo (flictema).
É uma emergência médica, pois a fratura 
supra-condiliana pode resultar em Síndrome 
Compartimental .
Diagnóstico:□
A radiografia de cotovelo é adequada para maioria dos casos. É desaconselhável 
pesquisar crepitação, uma vez que essa manobra é extremamente dolorosa para a 
criança e apresenta o risco de lesar ainda mais as estruturas adjacentes ao cotovelo.
Tipo em Extensão: por defesa a queda é 
quase sempre em extensão. Devido a 
frouxidão ligamentar, o cotovelo sofre 
hiperextensão, permitindo que a força linear 
aplicada no membro mude de direção, 
passando a agir como força de angulação, 
concentrada no olécrano, que, por sua vez, 
age diretamente na região supracondilar, 
provocando fratura.
�
Tipo em Flexão: é raro, as vezes só é 
reconhecida apenas quando falham as 
manobras de redução utilizadas para o tipo 
em extensão. O trauma ocorre diretamente 
sobre a região posterior do cotovelo durante 
a queda. O nevo ulnar é predisposto a lesão.
�
 Página 19 de Ortopedia 
criança e apresenta o risco de lesar ainda mais as estruturas adjacentes ao cotovelo.
Classificação de Gartland:□
Tipo I: fratura sem desvio, tratamento conservador.�
Tipo II: a fratura apresenta uma cortical integra, pode ser tratado de forma 
conservadora ou cirúrgica.
�
Tipo III: a fratura se apresenta sem contato das corticais, tratamento sempre 
cirúrgico, risco de síndrome compartimental.
�
A classificação de Gartland ajuda ao traumatologista definir o tipo de tratamento.
Tratamento Conservador: □
Inicialmente imobilização com tala gessada axilopalmar, com cotovelo em flexão de 
80o, depois substituída por gesso circular.
Tratamento Cirúrgico:□
Fratura do côndilo lateral em criança é sempre cirúrgico. O 
tratamento cirúrgico consiste em uma redução incruenta (sem 
abrir) e se coloca os fios de Kirschner (fixação percutânea), de 
lateral para medial e de medial para lateral, auxiliado pela 
radioscopia (intensificador de imagem). 
Nervo Radial: neuropraxia.◊
Nervo mediano: ◊
Nervo interósseo anterior: não há perda sensitiva, já que é um nervo 
motor.
◊
Nervo Ulnar: a lesão é rara na lesão em extensão, sendo mais comum nas 
fraturas em flexão.
◊
Neurológicas�
Vasculares: ausência de pulso radial não indica a cirurgia, e sua presença não 
exclui a isquemia.
�
Síndrome Compartimental (Síndrome de Volkmann)�
Cúbito Varo (braço de radiola)◊
Alterações angulares�
Complicações:□
Fraturas do Antebraço (Criança):○
São frequentes na infância, com maior incidência entre 12 e 14 anos. A maioria ocorre no terço 
distal (75%), depois o terço médio (15%) e depois o terço proximal (10%).
Os ossos do antebraço funcionam como uma articulação, pois matem a prono-sulpinação, 
devendo ser observado no tratamento destes ossos.
A fratura em “galho verde” pode ocorrer, devido ao periósteo ter maior espessura, segurando o 
fragmento ósseo. 
O diagnóstico clínico é confirmado pela Radiografia em AP e Perfil, que deve sempre incluir todo o 
antebraço, mostrando as articulações proximais e distais à fratura. O tratamento na maioria das 
vezes é conservador, pois o calo ósseo na criança é reabsorvido, devido a seu grau de crescimento, 
 Página 20 de Ortopedia 
vezes é conservador, pois o calo ósseo na criança é reabsorvido, devido a seu grau de crescimento, 
se houver desvio importante o tratamento é cirúrgico.
Tratamento Cirúrgico:�
Fratura-Luxação de Monteggia:□
É uma lesão que consiste em uma fratura do terço proximal da 
ulna com luxação anterior da epífise proximal do rádio (fratura da 
ulna + luxação da cabeça do rádio).
Fratura-Luxação de Galeazzi:□
Ocorre uma fratura do terço distal do rádio acompanhada de 
lesão da articulação radioulnar distal (fratura do rádio + luxação 
da articulação radioulnar distal).
Nestes dois tipos de fraturas, quando se faz a redução e fixação, a luxação geralmente 
desaparece, voltando ao lugar correto. 
Fraturas de Antebraço do Adulto: geralmente realizado com fixação de placa e 
parafuso, com redução cruenta (aberta).
□
Fraturas do 1/3 Distal do Antebraço (Fratura de Colles / de Smith):○
Clínica: os portadores de fraturas dos ossos do antebraço apresentam dor, edema, limitação 
funcional, deformidade (fraturas desviadas), posição antálgica (membro próximo ao corpo, 
apoiado por algum suporte e/ou pelo membro superior contralateral).
�
Exame Radiológico: o Rx deve ser solicitado em AP e lateral absoluto, com abrangência das 
articulações satélites.
�
Fratura de Smith: corresponde a fratura de Colles invertida, o fragmento está desviado para 
anterior, é mais instável, logo seu tratamento é cirúrgico, fixação com fios e placas.
�
Fratura de Torus: ocorre na criança (degrau), fratura fisária mais comum (50%), seu 
tratamento é conservador. 
�Tratamento Conservador: (Redução incruenta + gesso axilo palmar)�
As fraturas do antebraço sem desvio no adulto são raras e podem ser tratadas de forma 
conservadora. Caso a angulação seja menor que 10o e o desvio inferior a 50%, o tratamento 
também pode ser conservador.
Tratamento Cirúrgico:�
Fraturas desviadas e expostas do antebraço devem ser tratadas com cirurgia, como são 
consideradas fraturas "articulares", tornam-se necessárias a redução anatômica, a 
estabilidade absoluta e a mobilização precoce. As fraturas com comprometimento do eixo 
do antebraço são sempre cirúrgicas.
A fratura do terço distal do antebraço é a mais comum entre os 
adultos, geralmente ocorre em paciente com mais de 50 anos e 
mais frequente no sexo feminino devido a osteoporose, e a 
queda com apoio em extensão. Se o apoio for com a mão 
espalmada o fragmento distal vai para posterior, se o apoio for 
com a mão em flexão o fragmento distal vai para anterior.
Prova
 Página 21 de Ortopedia 
Angulação > 20º□
Encurtamento > 5mm□
do antebraço são sempre cirúrgicas.
A fixação pode ser realizada com fios de kirschner e fixação com placa e parafuso, as placas 
são moldadas para o antebraço.
Fraturas dos Metacarpianos e Falanges:○
As fraturas dos matecarpais e das falanges são comuns. Resultam de trauma direto, lesões por 
torção ou mesmo por poderosas contrações musculares. A maioria pode ser tratada de maneira 
simples, atingindo bons resultados. O tratamento inadequado pode ocasionar rigidez articular de 
um dedo ou de toda a mão, com perda da capacidade funcional.
Fratura do Boxer: é uma fratura mais comum entre os ossos 
metacarpais, que ocorre no Colo do 5º MTC. Apresenta edema 
na mão, o mecanismo se dá através de murro (boxer).
�
Fratura-luxação de Bennet: quando há uma fratura na Base do 1º MTC (polegar), é sempre 
cirúrgica.
�
Tratamento Conservador: realizado por imobilização, com uma pequena placa metálica 
externa ou por gesso.
�
Tratamento Cirúrgico: realizado pela colocação de fios de Kirschner ou com placas e 
parafusos. 
�
Deve-se ter cuidado com desvios rotacionais, se a fratura for sem desvio rotacional, a maioria 
pode ser tratada de forma conservadora. 
Fraturas Membros Inferiores:-
O membro inferior é constituído pela cintura pélvica (ilíaco - osso do quadril); coxa (fêmur), perna (tíbia 
e fíbula) e pé (tarso, metatarso e falanges).
Fraturas de Fêmur Proximal:○
Ocorre com mais frequência em pessoas idosas. A ocorrência está relacionada à fragilidade 
estrutural desse segmento ósseo, decorrente de osteoporose associada à maior tendência que os 
idosos apresentam para sofrer quedas.
Na maioria das vezes, essas fraturas são provocadas por traumas de baixa energia (queda simples 
no ambiente doméstico)
Tipos de fraturas:�
Cabeça do fêmur□
Basocervical□
Colo femoral□
Grande trocânter□
Transtrocantérica□
Subtrocantérica□
Clínica: os pacientes apresentam dor no quadril após a ocorrência de traumas simples, 
impotência funcional impedindo a locomoção e membro encurtado e em rotação lateral. Os 
graus de encurtamento e rotação são proporcionais ao nível de desvio da fratura.
�
Exame Radiológico: são essenciais para estabelecer o diagnóstico da fratura, solicitadas em 
AP e perfil, se a fratura não for identificada no Rx (fratura oculta) deve recorrer a TC ou RM.
�
Tratamento Conservador: é exceção, onde o paciente tem contra-indicação absoluta de 
cirurgia pelo cardiologista. Podemos dizer que todas as fraturas de fêmur proximal são 
cirúrgicas.
�
 Página 22 de Ortopedia 
cirúrgicas.
Tratamento Cirúrgico: na maioria das vezes o tratamento das fraturas de fêmur proximal é 
cirúrgico. A demora na realização da cirurgia em idoso aumenta o índice de complicações.
�
A fixação pode ser realizada das mais variadas formas, com parafusos, placas, fios, próteses, 
vai depender do tipo de fratura e da idade do paciente. Se o paciente for mais idoso a 
escolha é uma prótese, permitindo que o paciente deambule no dia seguinte.
Fraturas Diafisárias do Fêmur:○
O fêmur é o maior e mais forte osso do corpo humano. Sua fratura deve ter um grau de energia 
muito alto, geralmente por acidentes automobilísticos e projétil de arma de fogo.
A diáfise compreende a região abaixo do pequeno trocânter até o tubérculo dos adutores. Sua 
principal função é a sustentação durante a marcha. A principal característica da diáfise é o seu 
arqueamento anterior. 
Acomete predominantemente a faixa etária abaixo dos 30 anos, atingindo mais a população 
economicamente produtiva. Mais comum no sexo masculino. O tempo de hospitalização é longo e 
o retorno as atividades é demorado.
Diagnóstico Clínico: raramente o diagnóstico de fratura diafisária do fêmur passa 
desapercebido, o paciente apresenta Dor intensa, Deformidade aparente, Mobilidade 
anormal, Hematoma extenso, Edema, Encurtamento. 
�
Por ser um trauma de grande energia, deve-se sempre examinar as estruturas 
Neurovasculares. Os pulsos periféricos devem ser pesquisados e comparados para detecção 
de envolvimento arterial. A lesão nervosa é rara, mas deve ser pesquisada testando-se as 
funções motoras e sensitivas.
Radiografias AP e Perfil, com visualização do fêmur, desde o quadril até o joelho (Rx 
de quadril, Rx de coxa e Rx de Joelho), sempre pedir articulação distal e proximal.
□
É de fundamental importância a investigação das articulações adjacentes, pois cerca 
de 15% de lesões adicionais do quadril e do joelho são vistas tardiamente
□
Exames Complementares:�
Tratamento Cirúrgico:�
O tratamento das fraturas diafisárias do fêmur é sempre cirúrgico, salvo raras exceções 
(infecção do membro afetado, má perfusão, queimaduras extensas, etc.). O padrão ouro é 
com haste intramedular. Uma placa-ponte pode ser utilizada, sendo uma redução indireta, 
preservando o foco da fratura. Nestes métodos se espera a formação de calo ósseo.
Conservador Cirúrgico
Índices relativamente altos de 
complicações:
□
Encurtamento.□
Desvios rotacionais.□
Desvios angulares.□
Limitação de movimentos do joelho.□
Aumento de complicações pulmonares.□
Mobilização precoce e indolor.□
Redução do tempo de hospitalização.□
Diminuição de complicações 
pulmonares.
□
Na criança se aceita o tratamento conservador, com utilização de gesso imediato (até dois 
anos de idade), gesso após tração de 2 a 3 semanas (de 2 a 10 anos de idade), ou 
tratamento cirúrgico, com fixação externa, fixação intramedular e osteossíntese com placa e 
parafusos.
A utilização de fixador externo é indicada nos casos de grave lesão de partes moles ou 
quando há lesão vascular.
 Página 23 de Ortopedia 
Infecção; □
Pseudo-artrose ;□
Refraturas. □
Complicações:�
Fraturas da Patela:○
Trauma direto: Queda de joelhos□
Trauma indireto: Tração violenta da musculatura e tendões (fratura por avulsão).□
Mecanismo da lesão:�
A existência de desvio ou não depende do grau de lesão de partes moles de tal aparelho. A 
classificação das fraturas da patela depende, basicamente, do traço de fratura e da 
ocorrência ou não de desvio.
Diagnóstico Clínico: o diagnóstico é realizado pela história de trauma direto ou de flexão 
violenta do joelho, seguidos de dor, edema e limitação, em grau variável, da capacidade de 
extensão do joelho. Pode aparecer Hemartrose Grave; Impotência Funcional; Deformidade.
�
Exame Radiológico: o Rx de Joelho é fundamental para o diagnóstico, realizados em AP e 
Perfil, com flexão moderada. Em casos de fraturas osteocondrais pode-se recorrer a TC e RM
�
Tratamento Conservador (Não cirúrgico):�
O tratamento não cirúrgico inclui as fraturas transversais com menos de 3mm de diástase ou 
2mm de degrau articular, é realizado por meio de Gessos ou Órteses e Fisioterapia. O 
membro inferior deve permanecer sem carga, especialmente nas fraturas do platôtibial.
Tratamento Cirúrgico: �
Nos demais tipos de fraturas, com desvio ou estáveis, a indicação de osteossíntese é melhor, 
uma vez que possibilita a obtenção de resultados anatômicos ou funcionais adequados. 
Pseudo-artrose□
Infecção Pós operatória□
Retardo de consolidação□
Perda da mobilidade□
Osteoartrite Patelar□
Diminuição da força do aparelho extensor□
Complicações:�
O osso patelar (sesamóide) está inserido no interior do mecanismo extensor do 
Joelho sendo inserido no seu pólo superior pelo tendão Quadriciptal e no pólo 
inferior pelo tendão Patelar.
Fraturas dos Ossos da Perna:○
Tíbia é o osso longo que mais sofre fraturas, sua posição subcutânea na face ântero-medial 
da perna torna a tíbia mais vulnerável. Tem canal Medular triangular.
�
Fíbula participa ativamente da articulação do tornozelo, está intimamente ligada à tíbia pela 
membrana interóssea, tornando-se um importante elemento de estabilidade nas fraturas 
�
Aspectos anatômicos e biomecânicos relevantes:
 Página 24 de Ortopedia 
membrana interóssea, tornando-se um importante elemento de estabilidade nas fraturas 
dos ossos da perna.
Epidemiologia: São as mais comuns fraturas dos ossos longos e representam seis vezes mais 
comuns que as de fêmur.
�
Trauma direto: frequentes nos acidentes de trânsito, atropelamentos, o traço da 
fratura é, na maioria das vezes, transverso ou cominutivo.
□
Trauma indireto: mais comuns nas quedas e práticas esportivas, tende a apresentar 
traço oblíquos ou espiróides.
□
Traumas rotacionais (esqui) e mistos.□
Mecanismo de Fratura: �
Prognóstico: Depende do grau de deslocamento ósseo, cominuição e a lesão das partes 
moles.
�
Diagnóstico Clínico: Dor, Edema, Impotência Funcional, Deformidade, Crepitação, Alterações 
das partes moles. A situação subcutânea da face ântero-medial da tíbia torna a inspeção 
clínica mais fácil. Lesões Vascular e neurológica tem importância essencial nas decisões 
terapêuticas. 
�
Exame Radiológico: as radiografias da perna em AP e Perfil são fundamentais no diagnóstico. 
As fraturas do terço distal da tíbia é considerada como fratura do tornozelo. 
�
Tratamento: o tratamento objetiva Alinhar, Estabilizar, Obter a consolidação, Manter o 
trofismo muscular e Manter o arco de movimento do joelho e tornozelo.
�
Uma fratura de tíbia e fíbula a imobilização deve envolver a articulação do joelho e do 
tornozelo. 
Os fixadores externos são utilizados nas fraturas expostas e nos controles de danos em 
pacientes politraumatizados. O padrão ouro para o tratamento do osso da perna é a haste 
intramedular. Pode utilizar placa e parafusos. Na parte proximal da tíbia não se consegue 
colocar uma haste, pois não tem lugar para sua fixação, devendo ser com placa e parafuso, 
além de atingir a superfície articular (estabilização absoluta - consolidação direta).
Pseudo-artrose;□
Síndrome Compartimental;□
Trombose venosa profunda.;□
Lesão de nervo;□
Osteomielites□
TVP□
Complicações:�
Estáveis;□
Fechadas;□
Sem desvios e sem encuratamento;□
Fraturas isoladas.□
Tratamento Conservador (Gesso ou Órtese):�
Instáveis;□
Aberta;□
Cominutivas;□
Sindrome compartimental;□
Lesões Vasculares;□
Politrauma□
Tratamento Cirúrgico (placas, hastes 
intramedulares e fixadores externos):
�
Fraturas do Tornozelo:○
O tornozelo é uma articulação complexa (talocrural), é uma tróclea (ou gínglimo) modificada, 
constituída pelo encaixe do corpo do tálus na pinça maleolar. O apoio principal é feito pela 
superfície articular distal da tíbia sobre o corpo do tálus, e a estabilidade e o direcionamento dos 
movimentos são dados pelos maléolos tibial e fibular e os respectivos ligamentos.
A pinça maleolar possui uma certa elasticidade, dada pela articulação tibiofibular distal, 
permitindo o seu ajuste à largura do corpo do tálus, maior na frente do que atrás, durante os 
movimentos de flexão-extensão do pé. 
 Página 25 de Ortopedia 
movimentos de flexão-extensão do pé. 
Complexo Ligamentar Sindesmótico (4);□
Colaterais Mediais (2) □
Colaterais Laterais (3)□
Estabilizadas por grupos de ligamentos:�
Mecanismo de Lesão:�
Trauma direto;□
Trauma indireto: mais frequente, consistindo no trauma Torcional, por 
pisadas em falso no caminhar ou correr, na prática de esportes e em 
acidentes de trabalho e de trânsito.
□
Diagnóstico Clínico: �
A anamnese geralmente esclarece a causa, mas não elucida o mecanismo da lesão, porque a 
maioria dos pacientes não se dá conta ou não recorda os detalhes da ocorrência. Doenças 
como diabete, doença vascular periférica, artrites e tabagismo podem influir decisivamente 
na conduta terapêutica e no desfecho do caso.
NV?□
Observa-se Impotência Funcional, Dor, Deformidade, Hematoma. 
A compressão manual látero-medial da fíbula contra a tíbia no terço médio da perna pode 
revelar fratura alta da fíbula, fratura do maléolo ou lesão da sindesmose. As manobras de 
gaveta, inversão, eversão e rotação externa do pé servem para caracterizar lesões 
ligamentares.
Exames complementares:�
A confirmação diagnóstica é dada pelo RX de tornozelo em AP, Perfil e AP verdadeiro (para 
tirar a sobreposição da fíbula, que está posterior a tíbia - pequena rotação medial), RX sob 
estresse, TC ou RNM (para lesões ligamentares).
Tratamento: objetiva Redução anatômica, Manutenção, Restauração da função.�
Tratamento Conservador: □
Indicado nas fraturas estáveis e sem 
desvios e em pacientes com alto risco 
cirúrgico.
Tratamento Cirúrgico (placas e parafusos):□
Indicado em qualquer fratura com desvio que 
envolva a superfície articular e na falha do 
tratamento conservador.
No maléolo medial sempre se coloca um parafuso, no maléolo lateral, na maioria das vezes, 
se coloca uma placa e parafuso. 
O tornozelo tem três articulações em uma só, a articulação da tíbia com 
o tálus, fíbula com tálus e da fíbula com a tíbia. Isto forma uma pinça ou 
encaixe, seu espaço articular deve ser o mesmo em toda sua extensão. 
Entre a tíbia e a fíbula encontramos uma articulação fibrosa, a 
sindesmose. Ao longo da diáfise da tíbia e fíbula encontramos a 
membrana interóssea.
Se houver uma fratura da tíbia, mas o espaçamento articular do 
tornozelo não houver alteração o tratamento pode ser conservador 
(gesso), mas se houver alargamento em qualquer parte o tratamento é 
cirúrgico.
Fraturas do Pé:○
No pé existem vários ossos. O calcâneo é o osso tarsal mais frequentemente lesionado. Na maioria 
as fraturas são intra-articulares e decorrem de trauma axial no retropé, como queda de altura ou 
acidente automobilístico.
 Página 26 de Ortopedia 
Diagnóstico: a avaliação radiográfica da fratura do pé é realizada em AP, Perfil (para 
calcâneo) e Oblíqua. 
�
Tratamento:�
Dois fatores devem ser considerados: o desvio articular, principalmente da faceta posterior 
da articulação talocalcânea, e o componente extra-articular, em especial o desvio da parede 
medial - diminuição da altura, do comprimento ósseo, bem como a angulação em varo ou 
valgo.
As fraturas extra-articulares tem melhor prognóstico do que as fraturas articulares. Na 
maioria dos casos o tratamento é conservador (gesso). 
 Página 27 de Ortopedia 
FRATURAS EXPOSTAS-
Introdução:-
A fratura exposta refere-se a um amplo espectro de lesões, desde perfuração na pele em fratura oblíqua 
longa até esmagamento do membro com fratura multifragmentar. Diferenciar o tipo de trauma é 
importante, pois o prognóstico das fraturas expostas é determinado, de forma mais específica, pela 
extensão/quantidade de tecidos desvitalizados produzida pelo trauma e pelo tipo e grau de 
contaminação bacteriana, e não apenas pela caracterização da fratura isoladamente.
A análise minuciosa do binômio Fratura-Partes Moles, permite classificar tais fraturas em diferentes 
grupos, com o objetivode avaliar o prognóstico de cada lesão e, como consequência, orientar o 
tratamento mais adequado para cada caso em particular. As metas do tratamento nos casos de fraturas 
expostas envolvem a prevenção da infecção, a obtenção da consolidação óssea e a cicatrização de 
partes moles para permitir a recuperação funcional do membro acometido o mais cedo possível.
A fratura exposta é definida como sendo aquela em que ocorre ruptura na pele e nos tecidos moles 
subjacentes, permitindo a comunicação óssea direta ou de seu hematoma fraturário com o ambiente. 
Quando a fratura ocorre no mesmo segmento do membro com ferida, deve ser considerada fratura 
exposta, até prova em contrário.
Na fratura exposta não há necessidade do osso estar para o lado de fora pele, sendo necessário apenas 
a comunicação do foco da fratura com o ambiente, com rompimento das partes moles, gerando grande 
risco de infecção bacteriana local.
É frequente, sendo proveniente de trauma de alta energia e com tratamento muito difícil. Tem alta 
incidência de complicações, desvascularização e seqüelas. A diminuição da vascularização local faz com 
que haja aumento do potencial de infecção e diminuição do potencial de formação de calo ósseo.
Assim, a destruição da vascularização traz maiores possibilidades de complicações como infecções, 
pseudartrose, perda de função e perda do membro atingido.
... é uma lesão de partes moles com um osso fraturado abaixo...
Fratura...○
... comunica o meio externo com o foco de fratura ou seu hematoma
... é a ruptura das partes moles que envolvem a fratura - invólucro
Fratura Exposta...○
Muito mais importante do que a fratura é a lesão das partes moles. O grau de destruição das partes 
moles é quem orienta a decisão quanto ao tipo de tratamento e de estabilização, uma vez que aquelas 
estruturas estão comprometidas.
Classificação:-
Allgöwer - 71○
Gustilo e Anderson - 76○
Oestern e Tscherne - 84○
Gustilo e Anderson - 84*○
A classificação da fratura exposta é importante, porque permite a comparação dos resultados, mas, 
principalmente, porque dá orientação quanto ao prognóstico da lesão e na escolha do melhor método 
de tratamento, diminuindo a incidência de complicações por antecipar os problemas, prevenindo erros.
A classificação proposta por Gustilo e Anderson, com alteração em 1984, leva em consideração o 
tamanho da ferida, o grau de energia e o grau de contaminação. Se tornou a mais utilizada no mundo, e 
envolve os seguintes tipos:
Ortopedia ...
Aula 28/08/2014
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
21:01
 Página 28 de Ortopedia 
Gustilo Tipo I: o ferimento cutâneo é < 1cm, com ferida limpa (contaminação mínima) e traços 
simples.
○
Gustilo Tipo II: o ferimento cutâneo é > 1cm e < 10cm. As lesões das partes moles são moderadas 
(contaminação moderada) e os traços são +/- simples.
○
Gustilo IIIA: após o debridamento é obtida cobertura óssea adequada (fratura segmentar e 
por PAF ou ocorridas no campo).
�
Gustilo IIIB: a lesão não permite cobertura óssea adequada no primeiro tempo, 
necessitando de retalhos e enxertias posteriores.
�
Gustilo IIIC: a fratura está associada com lesão vascular (arterial) que necessita reparo 
cirúrgico para manter a viabilidade do membro.
�
Gustilo Tipo III: o ferimento cutâneo é > 10cm, com lesão extensas de partes moles e 
deslocamento do periósteco e/ou esmagamento. Tem contaminação significativa. O trauma foi 
de alta energia, com fraturas multifragmentar ou perda óssea, mas não necessariamente há perda 
óssea. É subdividido em:
○
As fraturas expostas segmentares, as lesões ocorridas no campo e em ambientes altamente 
contaminados, as lesões por PAF (tiro) e as de alta energia são, automaticamente, classificadas 
como Gustilo Tipo III.
O que denota a classificação é o momento do procedimento cirúrgico. A classificação pode ser 
modificada dependendo da evolução da cirurgia.
envolve os seguintes tipos:
Questão de prova: em uma fratura com lesão vascular deve-se primeiro estabilizar a 
fratura para logo após interceder na lesão vascular.
Zona de Lesão:-
A ferida da pele é simplesmente uma janela através da qual a verdadeira ferida se 
comunica com o exterior (Paul Clifford - 2000).
Tratamento - Objetivos:-
O objetivo atual do tratamento das fraturas em geral é a consolidação da fratura e a reabilitação 
completa da função no menor espaço de tempo possível. No tratamento da fratura exposta é acrescido 
no procedimento evitar a infecção e focar na cicatrização das partes moles.
ABC's□
Ressucitação□
Estabilização Clínica□
Neurovascular: nos pacientes com trauma pélvico se faz uma fixação externa, 
evitando uma complicação por possível hemorragia.
□
Ressucitação / Estabilização (para qualquer paciente politraumatizado), o primeiro 
atendimento deve ser realizado conforme as recomendações do ATLS.
�
Avaliação detalhada do membro lesado, analisando as condições de perfusão, pele, 
músculo, nervo, osso.
Os critérios para avaliar a viabilidade de um músculo incluem os 4 C's (Cor, Circulação, 
Consistência e Contratilidade). Na cirurgia ao pinçar o músculo e não houver contração o 
músculo é inviável. Se a coloração do músculo estiver escurecida a retirada é indicada.
Nas primeiras assistências os cuidados imediatos envolvem a cobertura da ferida, isolando-a 
do meio externo através de curativo estéril, seguida de imobilização provisória com talas, 
Primário: emergência (Atendimento Pré-Hospitalar)○
Tratamento:-
Prova
Prova
Prova
 Página 29 de Ortopedia 
do meio externo através de curativo estéril, seguida de imobilização provisória com talas, 
órteses ou similares. Esse procedimento simples ajuda a prevenir o aumento da lesão de 
pares moles, pela mobilidade dos fragmentos ósseos, assim como a protegem do meio 
externo. A utilização de curativos estéreis no atendimento inicial diminui o índice de 
infecção.
Assim, o primeiro atendimento deve ser realizado conforme ATLS, dando atenção inicial a 
ressucitação, seguida de estabilização clínica. Concomitante a essa fase inicial, institui-se a 
cobertura da ferida com curativo estéril e imobilização provisória.
Não se deve manipular a ferida em locais potencialmente contaminados, sendo este 
procedimento reservado ao ambiente do centro cirúrgico.
ATB / Tétano Profilaxia:�
A antibioticoterapia deve ter início precoce + tetanoprofilaxia□
Nos pacientes com fraturas expostas, devem ser administradas na fase inicial, a 
antibioticoterapia e a tetanoprofilaxia, pois as feridas estão potencialmente contaminadas 
com bactérias. Deve-se administrar antibióticos intravenoso o mais cedo possível após o 
acidente.
Cefalotina => 2,3%□
Penicilina + Estrepto => 9,7%□
Placebo => 13,9%□
Em um estudo prospectivo foi realizado testes, onde um grupo usou cefalotina, outro a 
penicilina + estreptomicina e o terceiro com placebo. A Taxa de Infecção foi a seguinte:
Atualmente, as cefalosporinas continuam como escolha ideal no manuseio inicial das 
fraturas expostas.
Gustilo Tipo I => 0%□
Gustilo Tipo II => 2 - 7%□
Gustilo Tipo III => 10 - 20%□
Esquema de Antibioticoprofilaxia (IV):□
Tipo Escolha ATB Opção ATB
Gustilo I e II Cefalosporina 1a Geração
Gustilo III Cefalosporina 1a + Aminoglicosídeo Cefalosporina - 3aG
Área Rural, Esgoto Cefalosporina 1a + Aminoglocídeo + Penicilina C. Cefalosporina 3aG
Nos tipos I e II a utilização desses medicamentos deve ser de apenas 24hs e, nos tipos 
III, por 72hs. É recomendado manter por 24hs a cada novo debridamento cirúrgico. 
Se após o tempo recomendado com manutenção de antibiótico, o tratamento não é 
mais profilático, passando a ser terapêutico. 
Aminoglicosídeo (Gentamicina, Clindamicina). Cefalosporina de 1aG (Cefalotina). 
Cefalosporina de 3aG (Ceftriaxona). Na falta da penicilina cristalina pode substituir 
pelo Metronidazol. 
Os primeirosrelatos de Gustilo e Anderson, após antibioticoterapia foi obtido as seguintes 
taxas de infecções:
Explorar / Lavar Feridas (há 
maior risco de infecção)
□
Pinçar Vasos (maior risco de 
lesão de vaso viável)
□
O que não fazer no Pronto Socorro:�
Curativo Estéril □
Compressivo□
Imobilização Provisória□
ATB / Tétano Profilaxia□
Conduta Inicial:�
Prova
Prova
 Página 30 de Ortopedia 
Tratamento Cirúrgico Primário: Limpeza Mecânico Cirúrgica (LMC) + Debridamento �
No caso de irrigação (LMC) com mais de 10L de soro, há significativa redução na incidência 
de infecção. A utilização de anti-sépticos é contra-indicada, pois pode piorar a ferida e 
produzir deiscência de sutura.
Lembrar que o debridamento cirúrgico e/ou LMC devem ser feitos em ambiente cirúrgico e 
não na sala de emergência.
Tratamento Cirúrgico Subseqüente�
Reabilitação�
Secundário:○
Tratamento Cirúrgico Primário:-
< 6hs 0 - 2%�
> 12hs 6 - 10%�
Evitar Infecção:○
Irrigação e Debridamento1.
Estabilização da Fratura2.
Fechamento da ferida3.
Debridamento:1.
Ampliar bordos da ferida => excisão da pele lesionada□
Remover tecidos doentes => morto / inviável músculos□
Expor as bordas ósseas => remover osso desvitalizado□
Irrigar de novo□
Use a experiência... O importante é evitar a infecção.□
O debridamento tem o objetivo criar uma ferida viável, com remoção de corpo estranho, 
tecidos desvitalizados, reduzir a contaminação bacteriana e criar uma ferida vascularizada. E 
ainda:
Fácil de Aprender□
Difícil de Fazer□
Fácil de Esquecer□
O debridamento é um procedimento Cirúrgico:
Estabilização Óssea:2.
A estabilização óssea primária é realizada após a LMC / Debridamento, mas deve levar em 
conta a classificação da fratura. A fixação óssea, restaurando o comprimento, o alinhamento 
e a rotação, evita a perpetuação da lesão das partes moles produzidas pelos fragmentos 
ósseos e diminui a formação de espaço morto e hematoma, permitindo cuidado mais 
adequado das feridas e melhor mobilização e conforto do paciente.
A estabilização óssea diminui a infecção, impede a agressão contínua, permite a 
revascularização e diminui sangramento. Além de favorecer a consolidação e a função do 
membro afetado.
Qual o melhor método de fixação?□
A melhor fixação é a que estiver disponível no momento, ou seja, é a fixação 
Imediata!
Padrão de fratura
Não existe um método universal, a escolha do método depende da avaliação 
individualizada e personalizada da fratura. Entre os fatores que mais influenciam 
estão:
Planejar Seqüencial:○
Se o tratamento cirúrgico primário for precoce com menos de 6 horas há uma redução na incidência de 
infecção, cerca de 0 a 2%. Se este procedimento levar mais que 12 horas a incidência de infecção sobe 
para 6 - 10%.
 Página 31 de Ortopedia 
Padrão de fratura�
Tipo de lesão de partes moles�
Tempo de Evolução�
Lesões associadas�
Estado Geral do paciente�
Placas e Parafusos:�
Indicado para os casos de fraturas intra-articulares, metafisárias e de membros superiores. 
Proporciona uma estabilidade absoluta ou relativa. Sua fixação necessita de maiores 
agressões as partes moles e ao osso, aumentando o risco de infecção e perda sanguínea, 
pois há uma maior desvitalização do tecido para conseguir fixá-las. Para sua colocação é 
necessário que o paciente tenha uma cobertura cutânea viável, não sendo indicada nos 
casos que esta cobertura não for possível.
Fixador Externo:�
O fixador externo é um método de estabilidade relativa seguro e eficaz, permitindo a 
estabilização dos fragmentos, com as vantagens de serem versáteis, fáceis de aplicar e 
pouco traumáticos para a área já lesada, além de permitir acesso à ferida e de proteger as 
partes moles até sua cicatrização. Existem casos que o fixador externo se torna definitivo, 
mas geralmente quando a consolidação já esta completa o fixador externo pode ser 
retirado.
Muito indicado para politraumatizados instáveis ou com lesões vasculares associadas, neste 
casos o fixador deve ser temporário. Também é indicado para perdas ósseas, contaminação 
grave (Gustilo tipo III) e fraturas periarticulares. Ressalte que sempre que houver dúvida o 
fixador externo é o melhor método de fixação.
Ex.: paciente politraumatizado, comatoso se tiver uma fratura externa, há indicação de se 
colocar um fixador externo, permitindo um maior controle de danos.
A escolha de fixador externo pode levar a algumas complicações como a infecção (7 a 20%) 
devido ao trajeto dos pinos (interface pele-pino-osso) e perda de massa muscular. O 
cuidado adequado com a limpeza dos pinos pode evitar a infecção. Pseudoartrose também 
tem uma incidência alta (20 a 40%), por isto raramente é utilizado como estabilização 
definitiva. Pode ainda ocasionar consolidação viciosa (17%), rigidez articular, dificultar 
procedimentos posteriores e dor.
Haste Intramedular:�
A haste intramedular proporciona uma estabilidade relativa, com alto índice na 
consolidação e com baixos índices de infecção e de consolidação viciosa.
A técnica respeita a biologia, sem desvitalizar os tecidos, preservando o envelope 
das partes moles e a vascularização. Além de que facilita o acesso a ferida.
É o método de escolha para ossos longos com Gustilo I, II e IIIA. Nos casos de 
Gustilo IIIB a utilização é controversa, e no caso de Gustilo IIIC não há indicação 
de haste intramedular.
O emprego dessas hastes sem bloqueio e finas em fraturas multifragmentárias é 
contra-indicado, devido ao risco de encurtamento e desvio dos fragmentos.
Existe controversa se a colocação da haste deve ser Fresada ou Não Fresada, mas foi 
detectado que depois de algumas semanas não houve diferença na formação de calo ósseo 
e a taxa de infecção em ambos os métodos foram equivalentes.
O implante da haste intramedular é tecnicamente difícil, exigindo treinamento adequado e 
equipamentos caros como o Intensificador de Imagem.
Fechamento da Ferida:3.
Depois da irrigação, debridamento cirúrgico da ferida e estabilização da fratura, resta 
 Página 32 de Ortopedia 
Depois da irrigação, debridamento cirúrgico da ferida e estabilização da fratura, resta 
decidir como fechar a ferida ou como cobrir a exposição.A princípio, essas feridas, após o 
debridamento cirúrgico, devem ser deixadas abertas para posterior fechamento.
Ferida Limpa□
Tecido necrótico e corpos estranhos retirados□
Presença de Tecidos viáveis□
Sutura sem tensão□
Ausência de espaço morto.□
É possível optar pelo fechamento primário se as feridas forem produzidas por baixa energia 
e baixa contaminação, mas para isto o cirurgião deve analisar os seguintes aspectos:
Cicatrização por 2a intenção□
Fechamento primário imediato□
Fechamento primário retardado□
A maioria dos ferimentos dos tipos Gustilo I e II pode ser tratada com as seguintes 
hipóteses:
Enxertia Precoce�
Menor índice de infecção�
Até o sétimo dia�
Fechamento Secundário□
Geralmente os casos de Gustilo II e IIIA o tratamento pode ser por meio de procedimentos 
adjuvantes em fechamentos tardios. Mas na maioria dos casos de Gustilo tipo III é com 
enxerto ou retalho.
O Curativo a Vácuo (VAC ® System) tem sido bastante eficaz na cicatrização de feridas 
externas com tratamento definitivo ou entre o debridamento e o fechamento secundário. 
Este método estimula a angiogênese, associado à dificuldade de crescimento bacteriano, 
diminui período de pré-enxertia, resultando em excelente poder de cicatrização.
Nos casos de Gustilo IIIA e IIIB é necessário colocar retalhos e Microcirurgia.
Resumo:-
Tratar uma fratura exposta requer experiência. A avaliação inicial deve ser criteriosa, prestando atenção 
no binômio Osso X Partes Moles, orientando o prognóstico e terapêutica.
O tratamento depende da conduta inicial, sendo o principal foco a prevenção da infecção. Nunca 
esquecer que o debridamento é essencial.

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