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Teste de Apercepção Infantil (CAT-A) APOSTILA DIDÁTICA PARA USO SUPERVISIONADO NA DISCIPLINA DE TÉCNICAS PROJETIVAS. ATENÇÃO: Esta apostila só poderá ser usada com a exclusiva finalidade de aprendizagem. Ela servirá apenas para ilustrar as aulas de Técnicas Projetivas do Curso de Psicologia, uma vez que as informações estão condensadas para este objetivo. A interpretação do Teste de Apercepção Infantil (CAT-A) só poderá ser realizada por meio do manual – comercializado pela VETOR Editora e vendido exclusivamente para psicólogos. OBJETIVO: Captar o mundo vivencial da criança a partir da interpretação das histórias narradas aos estímulos apresentados. Procura-se compreender a estrutura afetiva da criança, a dinâmica de suas reações diante dos problemas que enfrenta e a maneira como os enfrenta. Histórico do CAT-A O CAT (da sigla em inglês para Teste de Apercepção Infantil) é um dos mais importantes instrumentos para diagnóstico psicológico e psicoterapia, desde a sua publicação em 1949 por Leopold Bellak e Sonia S. Bellak. A ideia original para a criação do CAT (sigla em inglês para Children’s Apperception Test) se deu a partir da constatação de que crianças menores tinham dificuldade em se identificar com as situações propostas pelo Teste de Apercepção Temática de Henry Murray (TAT). O C.A.T. compreende 10 gravuras que representam animais em várias situações tipicamente humanas. Destinado a crianças de 05 a 10 anos de idade. O objetivo da técnica é investigar a estrutura da personalidade da criança e seu método dinâmico de reagir aos problemas de crescimento. O C.A.T. possibilita investigar: A dinâmica das relações interpessoais da criança. A natureza e a força dos impulsos da criança. As defesas mobilizadas pela criança. A configuração da dinâmica familiar, do ponto de vista da criança. Aplicação do CAT-A Considerar: A questão do rapport com a criança. O melhor momento para administrar o CAT-A em um psicodiagnóstico. Se a criança entende o que significa contar uma história. Proibida a divulgação por meios eletrônicos, como blogs, sites e internet. As instruções: Hoje vamos inventar histórias. Eu vou mostrar dez figuras para você, uma figura por vez. Você deve tentar contar uma história para figura. Diga o que está acontecendo, o que vai acontecer depois e como termina a história. O que interessa é você inventar uma história com começo, meio e fim, da sua própria imaginação. Muito bem, esta é a primeira figura. Inquérito Se a criança descrever a figura e parecer ter dificuldade em inventar uma narrativa, pode ser útil perguntar, de vez em quando: “e o que aconteceu depois disso?” É recomendável, também, verificar se uma criança pequena compreende a instrução de inventar uma “história” (uma sequência de ações distintas). Para isso, pode-se ler para ela a primeira “descrição de ação” do que se passa na figura e, em seguida, perguntar qual ação ocorrerá depois disso. Por exemplo, o psicólogo lê o início da história verbalizada pela criança para o Cartão 1: “Era uma vez uns pintinhos que estavam na mesa e eles estavam tomando o café da manhã.” Em seguida, ele pode dizer: “Esse é um bom começo para a história. Agora, o que você acha que vai acontecer?” Se a criança não der um final para a história, pode-se ler a sequência de ações que ela verbalizou até então e perguntar: “E como a história termina?” Significado das figuras e temáticas de investigação TEMÁTICAS Prancha I Temas em relação à alimentação; satisfação / insatisfação. Relação com a figura que desempenha o papel de maternagem : crescer e tornar-se independente x permanecer dependente. Rivalidade entre irmãos. Prancha 1 As respostas giram em torno do ato de comer, de ser ou não ser suficientemente alimentado por um dos pais. Os temas de rivalidade fraterna se manifestam em detalhes como quem recebe mais, quem se comporta bem ou mal, entre outros. A comida pode ser vista como recompensa ou, ao contrário, como punição; problemas gerais de oralidade são tratados (por exemplo, satisfação ou frustração, problemas de alimentação em si). Proibida a divulgação por meios eletrônicos, como blogs, sites e internet. TEMÁTICA Prancha II Figura com a qual coopera Agressão Competição e os sentimentos mobilizados por ela (complexo de Édipo inclusive) Símbolo de ruptura e ou castração Relação com a figura paterna TEMÁTICA Prancha III Relacionamento com a figura paterna Como é vista a figura do pai Sentimentos mobilizados frente a figura de autoridade Relação com as leis e regras de modo geral TEMÁTICA Prancha IV Rivalidade entre irmãos Origem dos bebês Aspectos relativos à proteção e ao abandono Alimentação Relacionamento com a figura materna Desejo de independência x permanecer dependente TEMÁTICA Prancha V Sexualidade Masturbação Medos Fantasias , curiosidades Segredos Relação afetiva sexual entre as figuras parentais Cena primordial Proibida a divulgação por meios eletrônicos, como blogs, sites e internet. TEMÁTICA Prancha VI Conteúdo sexual Rejeição Exclusão Abandono Regressão Cena primária TEMÁTICA Prancha VII Agressividade Ansiedade Temores ou desejo de castração Sentimentos e defesas mobilizadas frente as situações que envolve auto-agressividade, ser agredido ou agredir ao outro TEMÁTICA Prancha VIII Relações familiares Em que lugar a criança se coloca na esfera social Punições e castigos Relação entre homens e mulheres Segredos familiares TEMÁTICA Prancha IX Medo Solidão Abandono e curiosidade Proibida a divulgação por meios eletrônicos, como blogs, sites e internet. TEMÁTICA Prancha X Higiene Masturbação Punição e agente punidor Agressividade Ciúmes Castigo Formação do superego ou seja introjeção de leis e regras Diretrizes para a interpretação do CAT-A Propõe-se aqui um conjunto de nove dimensões identificadas como aspectos do sujeito a respeito dos quais podem ser levantadas hipóteses, com base nos elementos concretos da narrativa (o conteúdo manifesto). Categorias conceituais: Autoimagem, Relações objetais, Concepção do ambiente, Necessidades e conflitos, Ansiedades, Mecanismos de defesa, Superego, Integração do ego e Total. Tema principal A análise do tema principal tem por objetivo levar a uma proposição que explicite o conteúdo latente do relato e o modo como o examinando o elabora. Por conteúdo latente, entende-se o conteúdo psicológico subjacente ao conteúdo manifesto, ou seja, a narrativa em seu estado bruto. A análise do tema principal pode constituir o primeiro ou o último passo da análise da história narrada a cada cartão. Recomendamos que seja o último, na medida em que se trata de uma síntese dos demais elementos identificados no processo de análise (Silva, 1989). Nível descritivo: descrição sucinta e objetiva do relato. Nível interpretativo: qual a mensagem central do relato. Nível diagnóstico: ampliação do conteúdo latente para o nível de dinâmica do indivíduo. Proibida a divulgação por meios eletrônicos, como blogs, sites e internet. Temática frequentemente evocada: verificar a proximidade do tema da narrativa à demanda da prancha. Percepção dos elementos do estímulo: verificar se os estímulos da prancha são percebidos adequadamente, se há omissão de elementos. ● Autoimagem Baseia-se nas características do herói principal – a figura central do relato, em torno da qual gira a trama. O herói é considerado a figura de identificação, na qual o examinando projeta suas características reais ou ideais (Silva, 1989). Relações objetais Investiga-se como a criança percebe as outras pessoas e o tipo de relação que estabelece com elas: pais (figura materna, figura paterna), irmãos, amigos, rivais. As relações podem ser percebidas como de apoio, rivalidade ou outras. Concepção do ambiente Considera-se como ambiente todo o contexto que envolve o herói, incluindo as demais personagensmencionadas no relato. Como destacam Bellak e Abrams (1998), quanto mais coerente for a visão do ambiente mostrada nas histórias ao CAT-A, mais motivos existem para considerá-lo um elemento importante da personalidade do examinando e uma indicação útil de suas reações na vida diária. Geralmente dois ou três termos descritivos são suficientes (provedor, hostil, ameaçador, indiferente, etc.) Necessidades e conflitos A identificação das necessidades se dá a partir dos comportamentos do herói ou de afirmações explícitas do que ele procura, deseja ou quer. Os conflitos se referem a desejos incompatíveis e concomitantes, revelados a partir das necessidades do herói, ou a impulsos que se opõem ao superego ou ao ambiente. Ansiedades As ansiedades referem-se ao que está por trás dos conflitos, àquilo que de que realmente a criança se defende, o motivo fundamental da configuração dos conflitos, ou seja, seus principais medos. Como destacam Bellak e Abrams (1998), as ansiedades mais importantes são as relacionadas a danos físicos, abandono (solidão, falta de apoio), castigos e medo de não ter ou de perder amor (desaprovação). Proibida a divulgação por meios eletrônicos, como blogs, sites e internet. Mecanismos de defesa Mecanismos de defesa são ações psicológicas que buscam reduzir as manifestações potencialmente perigosas ao Ego. Diferentes situações vivenciadas podem desencadear sentimentos de ansiedade, medo, culpa etc. Todos os mecanismos de defesa exigem certo investimento de energia e podem ser satisfatórios ou não quanto a seus objetivos de proteger o ego contra o sofrimento psíquico. Mecanismos de defesa adaptativos Repressão: é a operação psíquica que visa fazer desaparecer da consciência um conteúdo indesejável ou intolerável (ideia, pensamento, afeto); Negação: mecanismo utilizado quando outros mecanismos de defesa não foram suficientes para barrar o desejo reprimido. Pode-se negar a realidade ou parte dela Descrição dos mecanismos fóbicos, imaturos ou desorganizados Referem-se essencialmente ao fracasso de proteção ao ego. Os conteúdos se manifestam acompanhados de afetos intensos e de natureza desagradável. As características destacadas por Haworth (1963) evidenciam comprometimento progressivo dos processos secundários. Medo e ansiedade: os conteúdos ansiógenos se expressam explicitamente. O discurso permanece relativamente organizado, mas não há possibilidade de enfrentamento ou solução do conflito proposto pela prancha. Regressão: trata-se de um retorno a estágios anteriores do desenvolvimento. Indica a adoção de modos de expressão e de comportamento de nível inferior em termos de estruturação egóica. Controles frágeis ou ausentes: indicam comprometimento dos Processos Secundários, o que dá origem à expressão de conteúdos primitivos e intensos, com perda da qualidade do discurso (falhas de lógica e articulação). Superego Existe alguma punição pelos comportamentos inadequados do herói? Em caso afirmativo, a punição é: proporcional à gravidade do deslize cometido – indica presença de superego atuante); exagerada em relação à gravidade da falha - indica interferência de superego rígido) leve demais ou inexistente – indica superego frágil. Proibida a divulgação por meios eletrônicos, como blogs, sites e internet. Obs: Nem todos os relatos permitem verificar diretamente o superego. Integração do ego Indica o nível geral de funcionamento psíquico da criança. Basicamente indica se a criança conseguiu resolver ou não o conflito. O grau de adequação do herói para lidar com os conflitos presentes na trama são uma boa indicação disso. Uma boa integração do ego é indicada por desenlaces realistas, que apresentam soluções adequadas, coerência e boa qualidade do relato. Desenlaces negativos, omitidos ou irrealistas indicam baixa integração do ego. Uma integração do ego fraca é observada em relatos impessoais e meramente descritivos, sem a elaboração de uma história ou narrativas desorganizadas. No relato descritivo, o uso das defesas impede a emergência de conteúdos pessoais. No relato desorganizado, a ineficiência das defesas dá lugar a um maior nível de ansiedade, que compromete o uso adequado dos recursos egóicos. A percepção adequada dos diferentes elementos do estímulo ajuda a verificar se a criança mantém a capacidade de adaptação. Proibida a divulgação por meios eletrônicos, como blogs, sites e internet.
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