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Rotação de culturas - microbiologia agrícola

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MICROBIOLOGIA AGRÍCOLA 
 
Acadêmicos: André Luiz, Kamilla Prado, Vanessa De Paula, Vanessa Prado 
 
ROTAÇÃO DE CULTURA 
 
A rotação de cultura consiste em um método onde é feito uma alternação de 
espécies vegetais em uma única área, ao longo do tempo. De acordo com a Embrapa 
(2009), tais espécies devem ter propósitos comerciais de cobertura e recuperação do 
solo, já que se bem planejada, com o passar do tempo melhora ou preserva as 
características, físicas, químicas, biológicas e hídricas do solo. Primavesi (2002), aponta 
que a rotação de culturas, não se trata apenas em “trocar de culturas” aleatoriamente, 
mas que deve ser um sistema de reestabelecimento do equilíbrio biológico, já debilitado 
ou destruído pela monocultura. 
Este sistema viabiliza o plantio direto, criando condições para o uso de adubos 
verdes que contribuíram para o sistema de produção (EMBRAPA, 2009). Como a 
rotação de culturas é essencial para variar os nutrientes e reequilibrar as características 
do solo, introduzir uma nova plantação no período de descanso entre uma cultura e 
outra é uma forma de aproveitar o espaço ao mesmo tempo em que cuida do terreno. Na 
adubação verde utiliza esse período, onde o solo está fraco, e é introduzido uma espécie 
específica de planta de cobertura para revitalizar o solo, depositando ali seus nutrientes, 
fazendo com que aquele espaço receba uma manutenção. 
Existem duas formas principais de adubação verde, as que envolvem o uso de 
plantas leguminosas, e as que se utilizam da palhada das gramíneas. Cada uma oferece 
propriedades específicas ao solo, favorecendo-o de acordo com sua demanda. No caso 
das plantas leguminosas, de modo geral, há uma associação com bactérias e fungos que 
ajudam o solo a se recompor por meio da reciclagem de nutrientes do mesmo e são 
facilmente encontradas nesses grupos de plantas reparadoras (CAMPOS, 2016). 
De acordo com Padovan e Silva, na rotação de culturas, é indicado o plantio de 
gramíneas ou espécies não leguminosas, antes do plantio da cultura de interesse 
econômico, como aveia, centeio, nabo-forrageiro, sorgo-forrageiro e milheto que podem 
ser roçados ou cortados com rolo-faca, servindo de cobertura para as plantas 
leguminosas, como o feijão, soja, ervilha, dentre outros, isso no caso de culturas já 
fixadoras de nitrogênio, mas no caso de culturas como arroz, milho, sorgo e o girassol, 
que não são fixadores de nitrogênio, é necessário fazer o pré-cultivo de plantas 
leguminosas como mucunas, guandus, crotalárias, feijão-de-porco, ervilhaca, etc. Os 
autores apontam ainda que há três grupos diferentes de adubos verdes, e são 
classificados em: espécies de Outono/Inverno; espécies de Primavera/Verão; e espécies 
perenes, onde para cada região, estação ou clima, há uma espécie adequada a ser 
utilizada como adubo verde. 
Segundo Primavesi (2002), as leguminosas são muito utilizadas nesse sistema 
devido a sua simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio tanto nas raízes como nas 
folhas. Na rizosfera, espaço enraizado do solo, há um grande número de bactérias, 
fungos, e actinomicetos que se aproveitam das excreções radiculares das plantas, como 
aminoácidos, açúcares, hormônios, vitaminas e ácidos orgânicos que servem como fonte 
de carbono para os microrganismos, e em troca defendem o espaço da raiz com 
antibióticos contra patógenos. 
Primavesi (2002), aponta ainda que fungos que vivem em simbiose com as 
raízes das plantas, beneficiando-as são denominados micorrizas, os quais mobilizam 
nutrientes minerais para as plantas, aumentam a possibilidade de retirar água do solo, 
fixam nitrogênio e ainda defendem a rizosfera por antibióticos. São mais frequentes em 
raízes de árvores e plantas herbáceas por serem mais ávidos de açúcares e não 
apreciarem aminoácidos que são excretados por leguminosas, sendo associadas as raízes 
desta, as bactérias. Mas de modo geral, flora microbiana do solo é mutável de acordo 
com as estações do ano, o desenvolvimento vegetal e as condições do solo. 
Estes microrganismos além de proteger as plantas de alguns patógenos, são 
responsáveis ainda por ciclos biogeoquímicos, sendo que algumas micorrizas são 
fixadoras de nitrogênio, mas principalmente do fósforo, onde a associação micorrízica 
aumenta a eficiência de utilização do fósforo, seja ele natural ou adicionado no solo 
através da adubação, e mantendo a ciclagem do mesmo (EMBRAPA, 2009). 
Outra ciclagem realizada pelos microrganismos, é a do nitrogênio, onde sua 
fixação no solo se dá principalmente por bactérias decompositoras de celulose, pois 
através de estudos, observou-se que há uma maior fixação quando há palhada sobre a 
superfície (PRIMAVESI, 2002), explicando o porquê do sistema de rotação de culturas 
viabilizar o plantio direto favorecendo o uso de adubos verdes. 
As atividades microbianas influenciam diretamente os atributos do solo, desde a 
escolha do cultivo, como a rotação de cultura e adubação verde, sendo a matéria 
orgânica e o manejo do solo importantes fatores que atuam na decomposição, 
imobilização e transformação dos ciclos dos elementos geoquímicos, por exemplo, o 
ciclo do nitrogênio, carbono, fósforo, enxofre e metais pesados, que são geoquímicos de 
suma importância para a produção vegetal, onde a atuação dos microrganismos são um 
dos principais fatores para que haja o processo na sorção de um solo. Além de 
contribuírem de forma direta e indireta para reduzir o impacto da atuação do homem, os 
microrganismos e seus processos, atuam como agentes no combate a poluição do meio 
ambiente. (MACHADO et al, 2012) 
 Segundo (ESNPÍNDOLA et al, 1997), a adubação verde consiste numa prática 
capaz de manter a fertilidade do solo, colaborando para o aumento da produtividade 
agrícola trazendo vantagens como à fixação biológica de nitrogênio, proteção e a 
melhoria de algumas características do solo, são elas: 
Físicas, onde os teores de matéria orgânica no solo auxiliam na estabilidade de 
agregados, densidade global, porosidade, taxa de infiltração de água e retenção de 
umidade. 
Químicas, onde a fixação de nitrogênio ajuda no aumento da capacidade de troca 
catiônica (CTC) do solo, o que traz maior retenção de nutrientes junto às partículas do 
solo, reduzindo perdas por lixiviação (Kiehl, 1985), outro fator importante é a 
decomposição dos resíduos vegetais que auxilia na diminuição na acidez do solo. Isto 
porque durante a decomposição dos resíduos, são produzidos ácidos orgânicos capazes 
de complexar íons Al+++ presentes na solução do solo, reduzindo desta forma o 
alumínio tóxico do solo. 
Biológicas, onde favorece a atuação de microrganismos no solo, já que seus 
resíduos servem como fonte de energia e nutrientes. A maior atividade biológica do solo 
aumenta a reciclagem de nutrientes, o que permite inclusive um melhor aproveitamento 
dos fertilizantes aplicados ao solo. Dentre os organismos do solo favorecidos pela 
adubação verde, merecem destaque as bactérias dos gêneros Rhizobium e 
Bradyrhizobium, tais microrganismos são capazes de promover a fixação biológica do 
N2 atmosférico, associando-se às diversas leguminosas num processo simbiótico. 
Os impactos que a adubação verde acarreta, por sua maioria são positivos e com 
alternativas viáveis, porém não se pode deixar esquecer-se de um fator muito 
importante, sendo ele a diversificação das espécies utilizadas nessa prática, pois a 
utilização de uma única espécie vegetal pode trazer as mesmas desvantagens da 
monocultura, principalmente no que diz respeito ao aparecimento de pragas e doenças. 
 
REFERÊNCIAS 
 
CAMPOS, Thiago. O que você deveria saber sobre a adubação verde ou rotação de 
culturas. Ingrower, 2016. Disponível em < http://thiagoorganico.com/adubacao-verde-rotacao-de-culturas/ > Acesso 01/ 05 / 19. 
 
CARVALHO, Arminda Moreira de (editor técnico); AMABILE, Renato Fernando 
(editor técnico). Cerrado: adubação verde. Planatina, DP. Embrapa, 2009. ISBN 85-
7075-027-8 
 
PADOVAN, Milton Parron; SILVA, Rogério Ferreira da. Adubação Verde: opções 
para outono/inverno, primavera/verão, e espécies perenes. Tecnologias para a 
agricultura familiar. Disponível em 
<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/115299/1/28-33.pdf > Acesso 
01/ 05 / 19. 
 
PRIMAVESI, Ana. Manejo Ecológico do Solo: A Agricultura em Regiões Tropicais. 
São Paulo. Nobel, 2002. ISBN 978-85-213-0004-2. P. 164 a 179. 
 
ESPÍNDOLA, J.A.A.; GUERRA, J.G.M.; ALMEIDA, D.L. de. Adubação verde: 
Estratégia para uma agricultura sustentável. Seropédica: Embrapa-Agrobiologia, 1997. 
20p. (Embrapa-CNPAB. Documentos, 42). 
 
MACHADO D. M.; SHOSSLER T. R.; ZUFFO A. M.; ANDRADE F. R.; PIAUILINO 
A. C. Atividades microbianas e as transformações no ciclo dos elementos no solo. 
Enciclopédia biosfera, 2012. Disponível em 
<http://www.conhecer.org.br/enciclop/2012b/ciencias%20agrarias/atividades%20micro
bianas.pdf> Acesso 01/ 05 / 19.

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