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Viveiros Florestais para Produção de Mudas Visando a Restauração Florestal de Áreas Degradadas Cadastramento de Viveiros Florestais no Estado de São Paulo: Junto à CATI/SAA (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo). Junto ao IBAMA (Instituo Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais). Cadastro no RENASEM (MAPA). Tipos de Viveiros: Temporários ou provisórios: As mudas são produzidas para uma determinada área e por tempo limitado Localizam-se próximos às áreas de plantio e possuem instalações de baixo custo Permanentes ou fixos: Fornecem mudas continuamente a uma ampla região Possuem instalações definitivas de custo mais elevado Caracterização da Área de Implantação do Viveiro O viveiro deve estar inserido num local de fácil acesso para transporte de insumos, equipamentos e escoamento de mudas, lembrando que a expedição de mudas se dá na época das chuvas A área de viveiro será determinada em função do número e tipo de mudas a serem produzidas, sendo considerado um viveiro de médio porte aquele que produz no mínimo 50.000 mudas/ano A face do viveiro deve ser voltada para o norte que recebe mais insolação além de ficar protegido contra o vento É recomendado que o terreno seja levemente inclinado para facilitar o escoamento das águas da chuva e das regas (0,2 a 2% de declividade) O solo deve ser preferencialmente arenoso ou areno-argiloso, de média fertilidade; deve-se apresentar isento de ervas daninhas, nematóides, fungos ou microrganismos e formigas. O viveiro deve dispor de água em quantidade e qualidade, livre de poluentes químicos e físicos e disponível em qualquer época do ano Como o viveiro requer operários deve estar localizado próximo a centros populacionais. Deve haver disponibilidade de energia elétrica Conforme a circunstância o viveiro deve ser cercado com tela para protege-lo de furtos, roubos, depredações e invasões de animais Viveiro EMBRAPA Instalações 1. Área aberta a pleno sol: Destinada à semeadura de espécies do grupo das pioneiras que não suportam sombreamento, ou grupo das secundárias já formadas com altura acima de 30cm Viveiro com mudas semeadas a pleno sol Área coberta: Destinada às espécies florestais pertencentes aos grupos das secundárias tardias e clímax que exigem sombreamento de diferentes intensidades para germinação e crescimento inicial Tela sombrite que proporciona diferentes graus de sombreamento, desde 9% até 80% (mais utilizadas 18%, 30% e 50%) O plástico pode ser utilizado como alternativa para proteção do viveiro contra sol direto, chuva, ventos, ataques de pássaros e animais; indicado para locais frios Viveiro de mudas de Pedro Leopoldo (MG) da Holcin Brasil Tela Sombrite Viveiro EMBRAPA Tela sombrite Sementeira, germinador, canteiro ou alfobre: Pode ser confeccionado em blocos de concreto com altura de 80cm e provido de dreno a nível do solo Ou podem ser utilizadas caixas plásticas apoiadas em suporte (alternativa mais econômica) A largura útil deve ser de 1m e o comprimento, em geral, com mais de 10m e menos de 30m Devem existir caminhos internos de 4m de largura cruzando o viveiro para permitir o trânsito de veículos O enchimento deve ser feito com: 25cm de pedra britada nº2 25cm de terra porosa 20cm de terra vegetal, rica em matéria orgânica Sementeiras Viveiro APREMAVI Outras Instalações Depósito de substrato (armazenamento da terra e esterco; preparo do substrato e enchimento das embalagens) Barracão de serviços (secagem de sementes à sombra, beneficiamento, reparos em ferramentas e equipamentos) Câmara fria e Câmara seca (armazenamento das sementes) Almoxarifado, Garagem, Escritório, Vestiários e Sanitários Terreiro de secagem de sementes na Estação Experimental de Assis. Assis - SP. Escritório da Estação Experimental J.J. Galhardo. Paraguaçu Paulista - SP. Almoxarifado e garagem da Estação Experimental de Assis. Assis - SP. Unidade de beneficiamento de sementes – EMBRAPA Sistemas de Produção Semeadura em germinadores: Recomendado para espécies cujas sementes são muito pequenas (Tibouchina granulosa-quaresmeira) ou apresentam índice de germinação baixo ou duvidoso (Balfourodendron riedelianum- pau-marfim) ou ainda quando a germinação é demorada e desuniforme como em Euterpe edulis – palmito juçara É feita a lanço e em seguida as sementes são cobertas com fina camada de material inerte (palha de arroz, capim seco, serragem, entre outros) A profundidade da semeadura é a espessura da semente Repicagem de mudas: É realizada após a germinação das sementes nos canteiros As mudas devem estar com altura entre 3 e 7cm, em geral apresentando 2 pares de folhas Deve ser realizada em dias chuvosos ou nublados e à sombra, mantendo as plântulas sempre úmidas As raízes pivotantes devem permanecer na posição vertical sem formar ganchos na sua ponta Após a repicagem as mudas devem ser mantidas à sombra com irrigação constante até que seja assegurado o pegamento Semeadura Direta em Recipientes Indicada para sementes de tamanho médio a grande (Joannesia princeps - anda-açu) ou para plântulas de difícil repicagem (cássia mimosa) Utiliza-se de 3 a 5 sementes por recipiente para garantir o aproveitamento de pelo menos 1 plântula As sementes devem ser colocadas nos recipientes e cobertas com substrato e/ou material inerte O canteiro deve ser protegido com sombrite ou plástico até 30 dias após a germinação Sementes semeadas direto em tubetes Embalagens A escolha da embalagem varia em função de: Custo de aquisição Vantagens na operação durabilidade, possibilidade de reaproveitamento, área ocupada no viveiro facilidade de movimentação e transporte Sacos de polietileno: Na cor preta, com furos para drenagem na metade inferior Dimensões de 9x14cm ou de 8x15cm com 0,07mm de espessura para sementes de espécies pioneiras Para espécies que permanecem por mais tempo no viveiro (não pioneiras) as dimensões mais indicadas são 11x25cm com espessura de 0,15mm Os canteiros podem ser instalados no chão ou suspensos a cerca de 80 cm de altura Canteiros Instalados no Chão Canteiros Suspensos Tubetes: Confeccionados em polipropileno rígido de alta densidade, possuem estrias verticais salientes para induzir o direcionamento da raiz Para espécies nativas o tubete de menor dimensão tem se mostrado eficiente, ficando o maior destinado às sementes maiores TIPOS DIÂM. EXT. mm DIÂM. INT. mm DIÂM. FURO mm ALTURA Mm VOLUME cm3 QUANT. FRISOS TUBETES Por m2 Tubete Pequeno 34 28 12 125 53 4 ou 6 850 a 900 Tubete Médio 47,5 38 15 145 115 8 450 a 500 Ornamentais 63 52 9 131 180 8 250 a 300 Tubetão 63 52 13 190 288 8 150 a 300 Especificações de tubetes mais utilizados Vantagens: Apresenta estrutura rígida que protege a raiz A quantidade de substrato a ser utilizado é menor As mudas são mais leves facilitando a distribuição Diminui a necessidade de mão de obra, tanto no viveiro como no plantio Mudas formadas em tubetes Mudas formadas em tubetes -EMBRAPA Substratos Para sacos plásticos: Terra de sub solo (70%) mais composto orgânico ou esterco curtido (30%) OBS: utilizar, sempre que possível, a terra de bota fora retirada do local de obras do viveiro objetivando dois ganhos ambientais Evita-se a extração de solo fértil Dá-se uso nobre a terra que normalmente iria para o aterro sanitário ou para lixões Para tubetes: Existem no mercado substratos próprios para tubetes, cuja composição é bastante variável Vermiculita (30%), terra de sub solo (10%) e composto orgânico (60%) Vermiculita (40%), terra de sub solo (20%) e casca de arroz carbonizada ou calcinada (40%) Terra de sub solo (40%), areia( 40%) e esterco curtido (20%) Composto orgânico (80%) e casca de arroz carbonizada (20%) Tratos culturais Irrigação: Deve ser diária de preferência de manhã ou à tarde quando a evaporação é menor; os canteiros de semeadura e as mudas em estágio inicial de desenvolvimento devem ser mais freqüentes Pode ser: Manual com regadores ou mangueiras Por aspersão ou micro aspersão, sendo a segunda mais indicada em função da economia da mão de obra e do maior controle sobre a distribuição da água Detalhe do aspersor Irrigação de canteiros com aspersores Adubação: Deve ser recomendada com base na análise química do substrato Ao menor sinal de deficiência de nutrientes como mudança de coloração das folhas, perda de vigor e redução do crescimento Aplicação sem análise química (por metro cúbico de substrato) 2 kg calcáreo 1 kg de superfosfato simples 0,5kg de cloreto de potássio Para substratos utilizados em tubetes (8 litros/1000tubetes) 4 kg de sulfato de amônia 1 kg de cloreto de potássio Micronutrientes quelatizados Para 100 litros de água 4. Poda da copa Tem o objetivo de: Corrigir diferenças na copa Reduzir o tamanho da muda Eliminar brotos laterais que se formam junto ao colo da muda 5. Poda das raízes Tem o objetivo de Facilitar a repicagem quando a muda ultrapassa o tamanho de plantio indicado para a espécie Retardar o desenvolvimento até a época do plantio 6. Danças ou moveção É a remoção das mudas de um local para outro, dentro do próprio canteiro ou entre canteiros Tem o objetivo de agrupar mudas do mesmo tamanho evitando desequilíbrios na competição principalmente por luz Também é feita para evitar a fixação no solo das raízes que transpuserem o recipiente 7. Combate de ervas daninhas: Devem ser controladas nos germinadores, nas embalagens e entre os canteiros Pode ser manualmente, por corte mecânico ou com uso de herbicidas sob orientação profissional 8. Doenças Dumping-off ou Tombamento Causada por uma série de fungos do solo Na fase de pré-emergência atacam radícula destruindo a semente Depois da emergência atacam as raízes e colo Prevenção e controle: Usar terra de subsolo ou outro substrato livre de patógenos Desinfectar o substrato com brometo de metila sob orientação profissional Tratar as sementes com fungicidas Reduzir o sombreamento e a irrigação ao mínimo Pulverizar os canteiros com fungicida sob orientação profissional 2. Doenças nas folhas Recomenda-se a redução do sombreamento e da irrigação e, se necessário, a pulverização de fungicidas, mediante orientação profissional 9. Orientações para prevenção de patógenos Não instalar o viveiro em locais permanentemente sombreados pH do substrato próximo a 6,0 Evitar excesso de umidade Não utilizar sementes mal beneficiadas, mal conservadas ou velhas Manter a densidade adequada de plântulas no viveiro Realizar fertilização adequada do substrato 10. Pragas A pragas mais comuns em viveiros são cupins, grilos, paquinhas, lagartas, pulgões e besouros Podem ser controlados mediante aplicações de inseticidas Formigas cortadeiras Podem ser controladas com aplicação de iscas formicidas ao longo dos carreiros e próximo dos olheiros ativos O controle de formigas deve ser feito em todo entorno do viveiro, num raio de pela menos 50 metros Expedição de mudas Deve-se proceder à seleção de mudas antes da expedição devendo ser descartadas aquelas que apresentarem: Sintomas de deficiência Incidência de pragas e doenças Mudas raquíticas O tamanho médio das mudas para expedição ao campo deve estar entre 30 a 40cm Pouco antes da expedição das mudas, as mesmas devem passar por um processo de rustificação. Deve-se proceder da seguinte forma: São reduzidas as irrigações As mudas ficam a pleno sol No caso de uso de sacos plásticos as mudas devem ser expedidas com o substrato mais seco devendo se pulverizar com água
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