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Normas Jurídicas: Regras e Princípios

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Capitulo1
Uma das ocorrências mais importantes do século XX, no âmbito do Direito Constitucional, dá-se à atribuição do status de norma jurídica à Constituição. • Consolidou-se na Teoria do Direito, em especial no que se refere ao Direito Constitucional, que o gênero “normas jurídicas” comporta, em meio a outras definições, duas grandes espécies: regras e princípios. • De acordo com Dworkin (2002, p. 42) “as regras são aplicadas à maneira do tudo ou nada”. A partir dos fatos que a regra estipula, ou a regra é válida, sendo aplicada ao caso, ou não, e em nada contribui para a decisão. Os princípios têm uma dimensão que as regras não possuem: a dimensão do peso ou importância. • Para Alexy (2008, p. 91) “os princípios são normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes”. São, portanto, “mandamentos de otimização”. Já as regras são satisfeitas ou não satisfeitas. Ou seja, se vale a regra, deve-se fazer o que ela exige. Com efeito, segundo o autor, as regras contêm determinações no âmbito daquilo que é fática e juridicamente possível. • Problemas de conflito entre regras são resolvidos através da solução de antinomias, critérios clássicos como a hierarquia, a especialidade ou a cronologia. É o que Alexy (2008, p. 92-93) denomina “cláusula de exceção”. Conflitos entre princípios, portanto, ocorrem não no plano da validade, mas na dimensão do peso, um sopesamento que ocorrerá diante dos interesses conflitantes
QUESTÃO 1 - (PGE-PA – Procurador do Estado – 2011 – PGE-PA) “O marco filosófico do novo direito constitucional é o pós-positivismo. O debate acerca de sua caracterização situa-se na confluência das duas grandes correntes do pensamento que oferecem paradigmas opostos para o Direito: o jusnaturalismo e o positivismo. Opostos, mas, por vezes, singularmente complementares. A quadra atual é assinalada pela superação (...) dos modelos puros por um conjunto difuso e abrangente de ideias, agrupadas sob o rótulo genérico de pós-positivismo.” (BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: os Conceitos Fundamentais e a Construção do Novo Modelo. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 247)
 Acerca do paradigma pós-positivista no Direito Constitucional, leia as proposições a seguir e assinale a (s) alternativa (s) CORRETA (S): 
I - Caracteriza-se, entre outros aspectos, pelo reconhecimento da normatividade dos princípios e de sua diferença qualitativa em relação às regras. 
II - Caracteriza-se, entre outros aspectos, pela tese da rígida separação entre direito, moral e política, expressa na obra O Império do Direito, de Ronald Dworkin.
 III - Caracteriza-se, entre outros aspectos, pela reabilitação da razão prática e da argumentação jurídica, manifesta, por exemplo, na obra de Robert Alexy. 
 IV - Caracteriza-se, entre outros aspectos, pelo desenvolvimento de uma teoria procedimentalista dos direitos fundamentais, elaborada por autores como Ronald Dworkin e H. L. Hart.
 V - Caracteriza-se, entre outros aspectos, pela concepção da interpretação-aplicação do direito como um fenômeno volitivo e não cognoscitivo, pela retomada dos valores na interpretação e pela ilimitada discricionariedade judicial nos casos difíceis, como sustenta o realismo jurídico alemão.  
a) Apenas as alternativas II, IV e V estão corretas. 
b) Apenas as alternativas III, IV e V estão corretas. 
c) Apenas as alternativas I e V estão corretas. 
d) Apenas as alternativas II e IV estão corretas
. e) Apenas as alternativas I e III estão corretas.
QUESTÃO 1 – Alternativa E O pós-positivismo, corrente à qual se filiam Robert Alexy e Ronald Dworkin, caracteriza-se pelo reconhecimento da normatividade dos princípios e de sua diferença qualitativa em relação às regras, dentre outras características, não há uma separação entre o direito, a moral e o direito, e opera-se pela reabilitação da razão prática e da argumentação jurídica, manifesta, por exemplo, na obra de Robert Alexy. 
QUESTÃO 2 - (AFPR – Advogado – 2013 – COPS-UEL) A partir do final da década de 1980, sob a difusão de obras de autores como Ronald Dworkin e Robert Alexy, o tema relativo aos princípios –notadamente os princípios constitucionais – desenvolveu-se dogmaticamente no Brasil, levando a uma concepção de superação do positivismo jurídico. De acordo com essa concepção, assinale a alternativa correta:
Princípios estão no plano idealístico e regras são normas jurídicas que emitem um comando de otimização.
a) A função principal dos princípios é manter a integração das regras, dando-lhes unidade. 
b) Predominantemente, princípios são normas finalísticas e regras são normas descritivas.
c) Diferenciam-se princípios e regras pelo grau de exigência normativa, sendo as regras exigíveis
juridicamente, ao contrário dos princípios.
d) Os princípios são comandos programáticos destituídos de eficácia normativa.
QUESTÃO 2 – Alternativa C Como exposto na aula, para Alexy (2008, p. 90) “os princípios são normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes”. São “mandamentos de otimização”. Já as regras, para Alexy (2008, p. 91), são satisfeitas ou não satisfeitas. Ou seja, se vale a regra, deve-se fazer o que ela exige. Com efeito, segundo o autor, as regras contêm determinações no âmbito daquilo que é fática e juridicamente possível. Conclui o autor: “a distinção entre regras e princípios é uma distinção qualitativa, e não uma distinção de grau. Toda norma é ou uma regra ou um princípio”. Assim, é possível afirmar que os princípios são normas finalísticas e as regras são normas descritivas, conforme apontado na alternativa correta.
QUESTÃO 3 - (TRT 14ª Região (RO e AC) – 2012 – Juiz do Trabalho – TRT 14R) De acordo com a hermenêutica constitucional assinale a opção INCORRETA:
 a) Para Dworkin não é possível a correlação entre o direito e os valores sociais. 
b) Podemos afirmar que não há hierarquia normativa entre princípios. Na verdade o que existe é distinção axiomática/valorativa. 
c) De acordo com o princípio da unidade da Constituição o conflito entre princípios resolve-se pelo método da ponderação.
 d) De acordo com o princípio da justeza ou conformidade funcional não pode haver subversão do esquema organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido.
 e) Pelo método científico-espiritual a análise da forma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto da Constituição.
QUESTÃO 3 – Alternativa A Dworkin rompe com o positivismo jurídico possibilitando uma correlação entre o direito e os valores sociais, aderindo a corrente do pós-positivismo, em que o direito envolve uma questão de valores morais.
QUESTÃO 4 - (PC-MS – Delegado de Polícia – 2017 – FAPEMS) Sobre a interpretação das normas constitucionais, um dos temas que há vários anos permanece em discussão é o da diferença entre regras e princípios, indo desde a proposta de Ronald Dworkin em 1967, passando pela ponderação de valores proposta por Robert Alexy na década de 1980, e alcançando as práticas judiciais atuais no Brasil. Consoante aos autores NERY JR. e ABBOUD1 (2017), “[...] de forma concomitante com o crescimento da importância da Constituição, a consolidação de sua força normativa e a criação da jurisdição constitucional especializada (após a 2ª Guerra Mundial), consagrou-se, principalmente, pela revalorização dos princípios constitucionais [...]”. Diante disso, afirma-se que:
 a) O Supremo Tribunal Federal tem adotado a máxima da proporcionalidade, ainda que não rigorosamente, para a solução de colisão de princípios (por exemplo, voto do Ministro Luís Roberto Barroso no Habeas Corpus 126.292 de 17/02/2016). 
b) A ponderação de valores não tem sido adotada pelo Poder Judiciário brasileiro
c) Não há diferença entre regras e princípios.
 d) Princípios são aplicáveis à maneira do “ou-tudo-ou-nada”. 
e) O positivismo jurídico aceita a distinção entre regrase princípios.
QUESTÃO 4 – Alternativa A Como trabalhado na aula, há uma diferença entre princípios e regras adotada hoje pelo direito constitucional brasileiro. O Poder Judiciário brasileiro, principalmente em julgados no âmbito do Supremo Tribunal Federal, tem aplicado as teorias de Ronald Dworkin e Robert Alexy, que diferenciam regras de princípios. A máxima da proporcionalidade tem sido adotada, juntamente com a ponderação de valores, teorias argumentativas pós-positivistas
QUESTÃO 5 - (TCE-MG – Auditor Conselheiro Substituto – 2018 – FUNDEP) Nas últimas décadas, as teorias de Robert Alexy, relativas à distinção entre as espécies de normas jurídicas, têm sido aplicadas na hermenêutica constitucional. No tocante à tese de que os princípios se caracterizam como mandados de otimização, é correto afirmar que:
 a) A medida do cumprimento dos princípios depende das possibilidades fáticas e jurídicas.
 b) A observância dos princípios somente ocorre se for garantida a sua eficácia máxima (ótima) em cada caso concreto.
  c) A referida caracterização dos princípios insere-se em uma distinção quantitativa (de grau) entre princípios e regras. d) A referida característica dos princípios visa denotar o seu papel na construção do direito como “integridade”, por meio da qual se pode alcançar a resposta correta em cada caso concreto. 
e) A referida característica dos princípios visa distingui-los das meras diretrizes políticas e denotar sua verdadeira natureza de regras jurídicas.
QUESTÃO 5 – Alternativa A Como abordado na aula, para Alexy (2008, p. 90), o ponto mais importante para diferenciar regras e princípios consiste no fato de que “os princípios são normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes”.
Capitulo 2 
Pontuando
 • A hermenêutica constitucional se concretiza em técnicas de interpretação das normas constitucionais que buscam dar sentido aos preceitos constitucionais, atividade de enorme importância, principalmente no contexto atual de efetividade das normas constitucionais e abertura para a aplicação dos princípios. 
• Importante salientar que a interpretação constitucional possui características distintas dos outros ramos do Direito, pois está cercada de peculiaridades que lhe desenham um campo único, uma vez que a atribuição de sentido aos preceitos constitucionais é atividade marcada por um potencial de efeitos sobre a ordem jurídica, sobre o cotidiano dos indivíduos, pois proclama valores a serem protegidos, seguidos e estimulados pelos poderes constituídos e pela própria sociedade (MENDES, 2017, p. 79). 
• Os métodos e princípios da hermenêutica constitucional visam reduzir o impacto da liberdade interpretativa dos órgãos jurisdicionais, buscando estabelecer regras para alcançar uma racionalização e maior transparência nas decisões jurídicas.
 • Foram analisados os seguintes métodos de interpretação das normas constitucionais: o método clássico, que preconiza que a Constituição deve ser interpretada como as regras hermenêuticas comuns a todas as leis; o método da tópica, que toma a Constituição como um conjunto aberto de regras e princípios, dentre os quais o aplicador deve escolher o que mais se adequa para o caso concreto; o método científico-espiritual, de acordo com o qual se deve enxergar a Constituição como um sistema cultural e de valores de um povo, cabendo ao intérprete aproximar-se desses valores, e o método hermenêutico-concretizador, segundo o qual o caso concreto também é importante, como na tópica, porém, a primazia não é do problema, mas da Constituição. 40 
• Os princípios de interpretação constitucional, que servem de baliza que antecedem a solução do caso concreto, visam auxiliar a função do aplicador do direito e são fórmulas que auxiliam na solução dos problemas de interpretação.
 • Foram analisados os seguintes princípios: o princípio da supremacia da Constituição, segundo o qual as normas constitucionais possuem posição hierárquica superior às demais normas do ordenamento jurídico; o princípio da unidade da Constituição, que determina que devem ser tomadas soluções que tragam harmonia em caso de tensões existentes entre as normas constitucionais; o princípio da presunção de constitucionalidade das leis e atos normativos, segundo o qual as leis e atos normativos editados pelos poderes possuem presunção de validade e legitimidade; o princípio da eficácia integradora, que determina que deve-se dar preferência aos critérios que favoreçam a integração social e a unidade política; o princípio da interpretação conforme a Constituição, princípio que consiste em recomendar aos intérpretes da Constituição que, diante de normas infraconstitucionais de múltiplos significados, optem pelo sentido que as tornem constitucionais; o princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade, muito importante na hermenêutica contemporânea, e o princípio da efetividade, segundo o qual as normas constitucionais são normas jurídicas, a Constituição possui força normativa e o intérprete deve prezar pelo máximo de efetividade na proteção e na aplicação dos dispositivos constitucionais.
QUESTÃO 1 - (TCE-MG – Auditor Conselheiro Substituto – 2018 – FUNDEP) No tocante à interpretação constitucional, Luís Roberto Barroso afirma haver um princípio que se destina “à preservação da validade de determinadas normas, suspeitas de inconstitucionalidade, assim como à atribuição de sentido às normas infraconstitucionais, da forma que melhor realizem os mandamentos constitucionais”. Tal princípio “abriga, simultaneamente, uma técnica de interpretação e um mecanismo de controle de constitucionalidade.” Assinale a alternativa que apresenta o princípio referido por Barroso:
 a) Princípio da efetividade.
 b) Princípio da interpretação conforme a Constituição.
 c) Princípio da presunção de constitucionalidade das leis e atos do Poder Público. 
d) Princípio da supremacia da Constituição.
 e) Princípio da unidade da Constituição.
Letra B
Como exposto na aula, trata-se do princípio da interpretação conforme a Constituição que consiste em recomendar aos intérpretes da Constituição que, diante de normas infraconstitucionais de múltiplos significados, optem pelo sentido que as tornem constitucionais e não pelos quais resulte uma declaração de inconstitucionalidade visando valorizar o trabalho legislativo, preservando as leis e prevenindo o surgimento de conflitos (COELHO, 2004, p. 23-24). Como assevera Mendes (2017, p. 95), em função da presunção de constitucionalidade, não se pode supor que o legislador tenha a intenção de dispor em sentido contrário à Constituição. Assim, se uma norma infraconstitucional, devido às suas peculiaridades semânticas, admite mais de um significado e um deles for compatível com a Constituição deve-se entender que aquele é o sentido próprio da norma em exame. Segundo Barroso (2015, p. 337), ao dispor sobre o princípio analisado, afirma que a interpretação conforme a Constituição pode envolver a atividade interpretativa adequada dos valores e princípios constitucionais ou a declaração de inconstitucionalidade de interpretações possíveis de uma norma, ou ainda, a declaração de não incidência de uma norma a determinada situação, por violação à Constituição.
QUESTÃO 2 - (PJC-MT – Delegado de Polícia Substituto – 2017 – CESPE) O método de interpretação da Constituição que, por considerá-la um sistema aberto de regras e princípios, propõe que se deva encontrar a solução mais razoável para determinado caso jurídico partindo-se da situação concreta para a norma, é denominado método:
 a) Hermenêutico clássico.
 b) Científico-espiritual. 
c) Tópico-problemático. 
d) Normativo-estruturante.
  e) Hermenêutico concretizador
QUESTÃO 2 – Alternativa C Conforme tratado na aula, o método tópico-problemático toma a Constituição como um conjunto aberto de regras e princípios, dentre os quais o aplicador deve escolher o que mais se adequa para o caso concreto. Segundo Mendes (2017, p. 90), neste método,o foco é o problema e as normas constitucionais servem de catálogo de múltiplos e variados princípios que servirão de solução para o problema prático. O autor pontua que o método supõe um consenso acerca do conteúdo da Constituição e sobre os valores nela inseridos, dificultando sua aplicação em sociedades distinguidas pela polarização ou multiplicidade de visões em torno de valores políticos e morais.

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