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AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA CC NULIDADE DE PARTILHA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL (OU DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES) DA COMARCA DE ________.
Aristóteles Afonso Mendes, músico, solteiro, inscrito no RG sob nº _____, e CPF n ________, endereço eletrônico _________, residente e domiciliado a __________________________, vem respeitosamente a presença de V. Excelência, por meio de seu advogado a qual junta procuração em anexo, com fulcro nos artigos 1.784 propor:
AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA C/C NULIDADE DE PARTILHA
Em face de nome irmão 1, profissão, estado civil, o número de RG e CPF, endereço eletrônico, domicilio e residência; nome irmão 2, profissão, estado civil, o número de RG e CPF, endereço eletrônico, domicilio e residência e nome irmão 3, profissão, estado civil, o número de RG e CPF, endereço eletrônico, domicilio e residência, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
DOS FATOS
Aristóteles, autor desta demanda, é filho de Maria Mercês e de Mario Afonso Pereira, no entanto, fora criado apenas por sua mãe, tendo em vista que seu pai negou qualquer relacionamento afetivo com ambos quando descobriu da gravidez da sua então namorada Maria Mercês, tendo o Sr. Mario Afonso falecido há dois anos. 
Apesar do distanciamento afetivo com seu genitor, o autor morava perto do falecido e de toda sua família – esposa e filhos que sabem da história que os envolvia. Ocorre que, o autor morou fora do Brasil por três anos, e voltou ao país quando descobriu que seu genitor havia falecido.
Neste sentido, da morte do Sr, Mario Afonso, os outros três filhos do falecido promoveram o inventário e a partilha e, mesmo sabendo da existência do irmão, autor desta da ação, não o incluíram no processo de inventário. O genitor do autor deixou três casas, um apartamento, dois carros, e aplicações monetárias, somando uma herança de 3 milhões e 700 mil reais. 
Assim que soube do óbito, Aristóteles retornou ao Brasil e ingressou com ação de reconhecimento de paternidade, anexada nos autos, afim de comprovar seu grau de parentesco com o Sr. Mario Afonso, disto, obteve sentença declaratória recentemente, reconhecendo a paternidade do requerente, sendo genitor Mário Afonso Pereira. 
Deste modo, ciente de que, conforme o regramento civil brasileiro Aristóteles tem direito a parte de lhe cabe na herança, vem por meio desta ação, requerer a petição de inventário e consequente anulação de partilha, com fundamentos de direito que seguem.
DO DIREITO
Do direito de petição de herança face a paternidade reconhecida entre de cujos e autor
De acordo com o Código Civil vigente, a herança deve ser transmitida aos herdeiros legítimos e testamentários, in verbis:
Código Civil
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
Assim, de forma clara o inventário exposto na parte fática deve ser tido como nulo, posto que celebrado com exclusão do autor que é herdeiro legitimo, conforme comprova a declaração de paternidade realizada e oficializada judicialmente. 
Deste modo, sabendo que a petição de herança é uma proteção da qualidade de sucessor, tendo em vista que pelo princípio da “saisine”, desde a abertura da sucessão a herança pertence ao herdeiro, conforme dispõe o supracitado art. 1.784 do CC. Assim, de acordo com o artigo 1.828 do Código Civil, é possível a postulação de petição de herança, conforme segue:
Código Civil
Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.
Logo, a aludida e presente ação é necessária para que o autor tenha seu direito sucessório reconhecido e consequentemente tenha a restituição da herança de direito. Assim, por ter já sido realizado o inventário, é cabível a presente demanda, por ser o autor herdeiro injustamente excluído e não estar impedido pelo que versa o artigo 1.001 do CC – que veda a habilitação caso o inventário esteja encerrado.
Da nulidade da partilha realizada 
Nesta esteira, com o reconhecimento da qualidade hereditária do autor da herança, um dos principais efeitos decorrentes deste fato é a nulidade da partilha, já que um dos herdeiros necessários não participou da divisão.
Deste modo, uma vez que a partilha realizada está eivada de vício que gerou inequívoco dano ao autor, é admitida a sua anulação conforme preceitua o artigo 171, II, do Código Civil, sendo ainda a pretensão autoral tempestiva, pois não ultrapassou o prazo prescricional contados da abertura da sucessão, presente no artigo 205 do Código Civil.
Assim, é necessária a petição de herdeiro, e por consequência lógica e decorrente, deve ser nula a partilha realizada sem a divisão para o sucessor que foi injustamente excluído, que no caso foi o autor.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:
Seja reconhecida finalmente a condição de herdeiro do autor;
A procedência desta ação, afim de determinar a petição de inventário e a consequente nulidade da partilha ora realizada;
A citação dos Réus, para contestar, querendo, a ação de nulidade do inventário/partilha extrajudicial e das alienações subsequentes levadas a efeito, cumulada com a de petição de herança, no prazo legal e sob pena de revelia;
A condenação solidária dos Réus nas custas processuais e honorários advocatícios, estes à razão de 20% sobre o valor da causa;
A intimação do Ministério Público para intervir em todos os atos do processo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DIAS. Caroline Ferreira. Da petição de herança. Disponível em: < https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8685/Da-peticao-de-heranca>. Acesso em: 18 de setembro de 2019.
CARTAXO. Fernando Antonio da Silva. Da Ação de Anulação de Partilha. Disponível em: < https://livros-e-revistas.vlex.com.br/vid/da-acao-anulacao-partilha-632402405>. Acesso em 18 de setembro de 2019.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Partilha de herança é recalculada em virtude da descoberta de novo herdeiro. Disponível em: < https://stj.jusbrasil.com.br/noticias/100680182/partilha-de-heranca-e-recalculada-em-virtude-da-descoberta-de-novo-herdeiro>. Acesso em: 18 de setembro de 2019.
MARTINS, Jomar. Reconhecimento de parernidade, por si só, não derruba partilha já feita. Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2015-jul-06/reconhecimento-paternidade-nao-derruba-partilha-feita>. Acesso em: 18 de setembro de 2019.