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Placenta e organogenese

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MEDICINA VETERINÁRIA - EMBRIOLOGIA. 
PLACENTA 
 
11 de outubro de 2019 
Origem da placenta: ​Trofoblasto. ​É a placenta que vai promover o desenvolvimento do 
embrião, o feto, durante todo o período gestacional. Sem a placenta, o embrião não 
desenvolve, porque é dela que saem as trocas fisiológicas.  
Função  
● Nutrição; 
● Respiração (extremamente vascular); 
● Excreção de metabólitos; 
● Produção de hormônios (progesterona, irá manter a gestação na mãe); 
● Órgão transitório. 
A partir do momento em que a placenta se estabelece verdadeiramente ​(embrião se 
encosta no endométrio uterino e acontece a justaposição ou implantação se desenvolve a 
placenta)​, o saco vitelino perde a sua função de nutrição, dando o seu lugar a placenta 
(nada mais, nada menos que o córion, que é a membrana mais externa).  
Implantação e justaposição:​ Mecanismo pelo qual o blastocisto estabiliza-se no útero, e o 
trofoectoderma desenvolve íntima relação com o epitélio uterino. 
Trofoblasto:​ ​Ancoragem do embrião na mãe, nutrição do embrião, trocas metabólicas e etc. 
Sinciciotrofoblasto:​ ​Destrói todo estroma e epitélio da mãe, as glândulas e capilares uterinos 
serão banhados por sangue.  
Citotrofoblasto:​ ​Está crescendo em volta do embrião. Faz toda a parte de glândula, sangue , 
vilosidades e forma o saco coriônico.  
 
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O cito junto com o sincício, mudam o rearranjo vascular e tem extravasamento de sangue. 
Esse extravasamento de sangue banha as vilosidades coriônicas. 
Então, sinciciotrofoblasto vem e destrói o útero da mãe. O citotrofoblasto vem e remodela 
a glândula uterina, faz o extravasamento de sangue dos vasos e forma as primeiras 
vilosidades coriônicas de sustentação.  
Saco coriônico:​ É o córion recém formado, e ele forma um saco e ele se prende no corno 
uterino. 
Vilosidades coriônicas​: São elas que vão sustentar todo embrião até o final da gestação. 
Onde vai ter as trocas fisiológicas com os vasos do feto e os vasos da mãe.  
Origem das membranas fetais 
● Cório: ​Membrana mais externa. É ela que terá o contato íntimo com o útero. 
Formado pela proliferação das células do citotrofoblasto. Mesoderma somático (reveste 
o trofoblasto). Mesoderma esplâncnico (envolve o saco vitelino). 
● Alantóide: ​Está relacionada a parte de vesícula urinária, onde tem as excretas que o 
embrião está produzindo através das trocas metabólicas com a mãe. Origem 
endodérmica (de dentro do embrião), derivado do hipoblasto e mesoderma 
extra-embrionário. ​Relacionado as artérias e veias umbilicais, e com o passar da 
gestação, quando a mãe libera a placenta, se forma um ligamento úraco, que se 
conecta a bexiga. 
● Âmnio: ​É uma membrana de proteção, e ela não tem vasos (avascular). Está 
relacionada ao cordão umbilical. Derivado do epiblasto. 
● Saco vitelino: ​Inicialmente tem função de nutrição, e depois assume a função de 
produzir as células germinativas primordiais que irão ocupar os órgãos em 
formação. Derivado do hipoblasto e mesoderma extra-embrionário.  
 
18 de outubro de 2019 
Arranjo das membranas fetais  
 
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É quando o córion (membrana mais externa), se interdigita com outras membranas que 
estão se formando (o cório toca em outras membranas). No caso, o saco vitelino, o âmnio e 
o alantóide propriamente dito. 
● Coriovitelina​ – fases iniciais (ventral). 
– Cadela e roedores; 
– Égua até 4° mês. ​(Saco vitelino na égua tem a função já comentada até o 4° mês). 
● ​Corioamniótica​. 
– Modelo humano, preguiças; 
– Fases iniciais nos ruminantes e suínos. ​(Quando se diz fases iniciais, significa que o 
cório está encostando no âmnio e na medida que o embrião vai crescendo, 
consequentemente o alantóide também cresce e vira a próxima placentação). 
● Corioalantóide​. 
– Segunda metade da prenhez; 
– Maioria dos mamíferos. ​(A maioria dos animais domésticos é corioalantóide 
depois de um determinado período, ou seja, o cório encosta literalmente no 
alantóide).  
Forma de área  
Algumas estruturas que aparecem durante a gestação. 
● Difusa​: Suínos e eqüinos. Vários pontos estratégicos de fixação (corno uterino). 
● Zonária (cotiledonária​): ​Ruminantes. A junção do cotilédone com a carúncula 
formam uma placenta zonária cotiledonária e os placentônios. A troca fisiológica é 
feita através dos cotilédones. 
● Zonária (anular ou circular):​ ​Gato e cão. Dentro do saco tem o cório, alantóide, 
âmnio e o saco vitelino protegido por este saco. Forma uma cinta em volta do 
embrião. Por isso o nome zonária (uma zona), anular ou circular. 
 
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● Zonária (discoidal):​ ​Humanos, primatas, roedores e morcegos. É um disco, como 
se fosse um bolo achatado.  
Modelos de interdigitação materno-fetal 
O tecido materno se interdigitando com o do feto/embrião (justaposição). Conforme a 
gestação vai se alongando, as interdigitações vão ficando mais complexas. 
● Pregueada:​ ​Pregas da mucosa uterina e trofoblasto se interdigitam. São pregas 
distribuídas no útero e só se interdigitam, a ​mais simples.​ ​Suínos, marsupiais e 
primatas. 
● Lamelar: ​Pregas mais complexas com múltiplas ramificações. Eixo central e neste 
eixo, saem mãos como se fosse uma árvore invertida, e alguns galhos. ​Carnívoros, 
primatas. 
● Trabecular:​ Misto de vilosa e pregueada. ​Macacos​. 
● Vilosa:​ ​Formam-se árvores vilosas. ​Ruminantes e humanos. 
● Labiríntica: ​Cório rodeado por lacunas ou canais de sangue materno, uma forma 
de interdigitação mais agressiva. ​Roedores, morcegos, lagomorfos e alguns primatas. 
Camadas da barreira placentária 
São todos os tecidos da mãe (pensando no endométrio: epitélio, conjuntivo, as glândulas, 
musculatura e as serosas que revestem o corpo uterino). Então quando se fala em barreira 
placentária é a união dos tecidos da mãe e do feto. E de quantos barreiras até chegar no 
endotélio da mãe. 
● Epiteliocorial:​ ​Epitélio com epitélio. Ocorre justaposição de membranas sem 
invasão tecidual (epitélio da mãe se justapõe sobre o epitélio fetal). Modelo de 
interdigitação mais simples, ​interdigitação pregueada​. Ocorre em ​macacos, equinos e 
suínos. ​Justaposição. 
● Sinepiteliocorial: ​É quando algumas células da mãe migram e se fundem com o 
epitélio fetal para ter uma troca mais eficiente. Células binucleadas ou trinucleadas 
e acontece somente em ​ruminantes​. ​Justaposição. 
● Endoteliocorial: ​Quando o endotélio do feto tem contato discreto com o da mãe. 
Perda de material, principalmente materno. Íntimo contato do trofoblasto com o 
endotélio materno (sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto). Destrói o epitélio uterino e 
 
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a membrana basal do epitélio uterino. Ocorre nos ​carnívoros, promisios e alguns 
morcegos. ​Justaposição mais agressiva. 
● Hemocorial: ​Hemo é relacionado a sangue, e se difere nessas três camadas. 
Agressão extremamente forte, onde o cito e o sincício agem corroendo todo tecido 
da mãe. Completa destruição do epitélio materno + estroma materno.​ Implantação 
verdadeira. 
○ Hemomonocorial: ​Roedores e humano. 
○ Hemodicorial: ​Coelhos, castor e humanos na fase inicial. 
○ Hemotricorial:​ ​Roedores (ratos, hamsters, camundongos). 
 
**ELE DISSE SER IMPORTANTE SABER 
CONSTITUIÇÃO MATERNA  CONSTITUIÇÃO FETAL 
EPITÉLIO UTERINO  EPITÉLIO FETAL 
MEMBRANA BASAL DO EPITÉLIO UTERINO  MEMBRANA BASAL  
DO VASO FETAL 
ESTROMA ENDOTELIAL (TEC. CONJUNTIVO DO ÚTERO) 
HEMOMONOCORIAL 
MESÊNQUIMA FETAL (TEC. CONJUNTIVO DO FETO) 
MEMBRANA BASAL DO VASO MATERNO ​HEMODICORIAL  MEMBRANA BASAL DO TROFOBLASTO 
ENDOTÉLIO DO VASO MATERNO ​HEMOTRICORIAL MAIS 
AGRESSIVA 
EPITÉLIO DO TROFOBLASTO (FETO) 
 
Modelos de inter-relação de fluxo sangüíneo materno-fetal (não irá perguntar o 
porque). 
1. Concorrente (fluxo paralelo): ​Fluxo sanguíneo da mãe e feto iguais,sempre em 
um sentido único. Menos eficiente. ​Gestações longas. 
2. Multiviloso: ​Formam vilosos e ficam dentro dos placentônios da vaca. O sangue 
materno vem de um lado e o fetal do outro e fazem a troca fisiológica. ​Gestações 
longas. 
 
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3. Corrente-cruzada: ​??? 
4. Contra-corrente (sentidos opostos):​ ​É o mais eficiente porque quando o sangue 
está em sentido oposto a troca fisiológica é melhor. ​Gestações curtas. 
Eficiência de transporte de O2 da mãe para o feto aumenta do primeiro modelo para o quarto. 
 
  PLACENTAÇÃO 
ESPÉCIE  SUÍNOS  EQUINOS  RUMINANTES   CARNÍVOROS 
PLACENTA  CORIOALANTÓIDE  CORIOALANTÓIDE E 
CORIOVITELINA 
CORIOALANTÓIDE  CORIOALANTÓIDE 
FORMA DE ÁREA  DIFUSA   DIFUSA  COTILEDONÁRIA  ZONÁRIA 
INTERDIGITAÇÃO  PREGUEADA  VILOSA  VILOSA  LAMELAR 
CAMADA  EPITELIOCORIAL   EPITELIOCORIAL  SINEPITELIOCORIAL  ENDOTELIOCORIAL 
JUSTAPOSIÇÃO X 
IMPLANTAÇÃO 
SEPARAÇÃO TOTAL 
DAS MEMBRANAS 
JUSTAPOSIÇÃO  JUSTAPOSIÇÃO  JUSTAPOSIÇÃO + 
AGRESSIVA 
FLUXO SANGUÍNEO  CORRENTE 
CRUZADA À 
CONTRA CORRENTE 
MULTIVILOSO  MULTIVILOSO A 
CONTRA CORRENTE 
CORRENTE 
CRUZADA 
 
 
 
 
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MEDICINA VETERINÁRIA - EMBRIOLOGIA. 
ORGANOGÊNESE. 
 
25 de outubro de 2019 
Organogênese ​é a formação dos órgãos e demais tecidos. Ou seja, os órgãos e tecidos 
começam a se derivar de uma forma mais complexa a partir dos folhetos embrionários. 
Originado a partir da mesoderme. 
É um tecido mais especializado e as células já tem memória para o tecido se formar. Sua 
função ​é ​diferenciação celular​, a partir da gastrulação porque os folhetos embrionários já 
se modificaram. 
 
FOLHETOS EMBRIONÁRIOS 
ECTODERME  ENDODERME  MESODERME 
TECIDO NERVOSO   SISTEMA RESPIRATÓRIO  SISTEMA MUSCULAR 
EPIDERME  SISTEMA DIGESTÓRIO  SISTEMA ESQUELÉTICO 
ANEXOS DERIVADOS DA 
EPIDERME 
  SISTEMA CARDIOVASCULAR 
(CORAÇÃO E CÉLULAS 
SANGUÍNEAS) 
    CÉLULAS GERMINATIVAS 
 
Resumo das aulas anteriores nas palavras do André. ​*vai perguntar* 
Se dá início através do processo do ​zigoto ​(união dos dois gametas). Esse zigoto passou por 
uma fase de clivagem, remodelamento dos blastômeros, divisões mitóticas e chegou na 
blástula​.  
 
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Na ​blástula ​se forma a cavidade da blastocele. A massa celular interna se formou e dividiu 
em epiblasto e hipoblasto e iniciou o processo de formação do saco vitelino primitivo. O 
epiblasto começa a derivar principalmente os tecidos embrionários e chegamos na fase de 
gástrula​.  
A ​gástrula ​forma o intestino primitivo ou o arquêntero. Surge a notocorda, o tubo neural, 
os somitos e o celoma. O embrião começa a se remodelar e inverter (dobramento). 
Embrião já está formado. 
 
Sistema cardiovascular ou circulatório 
Primeiro sistema a se formar no embrião. Pode-se afirmar que o cório já está estabelecido 
e funcional. O saco vitelino já perdeu a função de nutrição e as trocas fisiológicas fetais e 
maternas estão mais ativas. Então é necessário que haja um suporte sanguíneo para o 
crescimento do embrião. 
Mesoderma se prolifera e forma a cavidade cardiogênica e inicialmente forma o primeiro 
tubo único. Esse tubo único tem a ​primeira torção​, e surge um átrio e um ventrículo, sem 
septação. Na ​segunda torção, ​o átrio primitivo torce e forma os dois átrios, mas ainda há 
somente 1 ventrículo. E por último ocorre a ​terceira torção​, e se forma o segundo 
ventrículo. Sendo assim, dois átrios e dois ventrículos. 
Se perguntar na prova origem do sistema cardiovascular: ​O mesoderma vai formar 
uma área cardiogênica e por fim vai gerar grupos angioblásticos (vários cordões 
angioblásticos) que depois se unem, formam um tubo único e começa o processo de 
divisões para a formação do coração. 
Hematopoiese pré-natal (formação das células sanguíneas) 
O sangue se forma através de quatro fases específicas dentro do embrião. Tudo isso se dá 
antes do nascimento do embrião. 
1. Mesoblástica:​ ​Irá formar basicamente as hemácias e o início da parede dos vasos 
(afinal, sangue está preso dentro de um tubo).​ Está relacionado ao mesoderma do 
 
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saco vitelino​. As células primordiais agora assumem a função de povoamento dos 
tecidos propriamente ditos. E estas células irão formar ilhotas de sangue. Uma 
parte irá originar a parede dos vasos dessas ilhotas e a outra parte irá originar as 
hemácias. 
2. Fase hepática:​ Quem produz as células são o ​fígado​. Produz somente ​leucócitos 
(células de ​defesa ​ou glóbulos brancos).  
3. Fase esplênica:​ O ​baço ​irá produzir as células até o final da gestação.  
4. Fase mieloide:​ Produção na ​medula​.  
Hematopoiese pós-natal 
Após nascimento, somente a medula produz as células sanguíneas.  
 
MEDULA ÓSSEA 
CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS 
CÉLULAS TRONCO MIELÓIDES    CÉLULAS TRONCO LINFÓIDES 
PLAQUETAS  GLÓBULOS 
VERMELHOS 
EOSINÓFILO, BASÓFILO, 
NEUTROFILO E MACROFAGO 
  LINFÓCITO B  LINFÓCITO T  CÉLULAS DENDRÍTICAS 
COAGULAÇÃO DO SANGUE  TRANSPORTE 
0² E CO² 
DEFESA    DEFESA DO ORGANISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
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