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Teologia dogmática

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FACULDADE TEOLÓGICA IBETEL
CURSO SUPERIOR DE TEOLOGIA
TEOLOGIA DOGMÁTICA NA ATUALIDADE
VALDECARLOS BRANDÃO CARVALHO
ARACAJU-SE
2017
VALDECARLOS BRANDÃO CARVALHO
TEOLOGIA DOGMÁTICA NA ATUALIDADE
Monografia apresentada à Faculdade Teológica Ibetel, como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Teologia.
Orientador: Prof. MSc. João Carlos.
ARACAJU-SE
2017
VALDECARLOS BRANDÃO CARVALHO
TEOLOGIA DOGMÁTICA NA ATUALIDADE
Monografia apresentada à Faculdade Teológica Ibetel, como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Teologia.
Orientador: Prof. MSc. João Carlos.
	Aprovado em: ___/___/____.
__________________________________________________________
Prof.
__________________________________________________________
Prof.
__________________________________________________________
Prof.
FICHA CATALOGRÁFICA
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O vocábulo "teologia" concerne aos estudos a respeito de Deus, de forma que seu emprego em um amplo sentido refere-se às doutrinas apresentadas na Bíblia. Considerando-se a supremacia divina, responsável pela criação e existência de tudo, a teologia visa ao entendimento sistemático das informações provenientes de Deus, transmitidas ao ser humano. Portanto, a preocupação da teologia é com a realidade palpável. 
Tendo em vista que a teologia analisa a realidade ultima, nada mais lhe importa, visto que as discussões alusivas à realidade capitaneam o pensamento e a vida. Isto posto, apresentando-se Deus como a realidade última, a atividade última do ser humano é a reflexão teológica.
A existência divina, suas demandas e seus atributos foram revelados à integralidade dos seres humanos, de forma que a organização e as características da mente do ser humano abarcam conhecimentos a respeito de Deus; a natureza inata deste saber implica no reconhecimento, por parte do ser humano, de sua condição de criatura de Deus. Assim, as características humanas são responsáveis por lembrá-lo da magnificência natural de Deus.
Os entendimentos do ser humano a respeito de Deus não são provenientes da criação, de forma que a derradeira passagem, em Romanos, declara que o conhecimento a respeito de Deus não decorre do âmbito do empirismo e sim do que é registrado na mente humana, ou seja, trata-se de um saber de características inatas:
De fato, quando os gentios, que não têm a Lei, praticam naturalmente as coisas requeridas pela lei, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam a Lei; pois mostram que os requerimentos da Lei estão escritas em seu coração. Disso dão testemunho também a sua consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os, ora defendendo-os (Romanos 2:14-15).
Trata-se, desta feita, da revelação geral, segundo os estudiosos da teologia, o saber divino na mente do ser humano, não sendo tal conhecimento vindouro do ambiente exterior. O objetivo da observação, portanto, é promover o estímulo mental humano da recordação do saber inato de Deus, o qual fora tolhido pelo pecado, de forma que tal conhecimento promove a interpretação humana da natureza.
A integralidade dos seres humanos possui conhecimento inato a respeito de Deus, de maneira que a totalidade das experiências e do pensar caracterizam-se tais quais testemunhas não passíveis de contra argumentação das características divinas. Assim, a negação da existência divina significa a supressão da verdade, significando a presença de perversidade e rebelião, tornando loucos os indivíduos que consideram-se sábios, segundo Romanos, capítulo 1, versículo 22.
O conhecimento inato de um indivíduo a respeito dos atributos divinos e de sua existência, assim como a lembrança constante que a natureza apresenta, por vezes, não são suficientes para promover o conhecimento salvador a respeito e Deus, de forma que este declarou sua preferência por apresentar ao ser humano, por vias da reflexão através de proposituras, ou seja, as Escrituras Divinas, que tratam-se de sua revelação especial. Por vias destas, é possível obter informações fidedignas a respeito de Deus, de modo que o indivíduo que segue os preceitos bíblicos está no caminho da salvação cristã.
O conhecimento a respeito de Deus é palpável devido à caracterização humana como semelhança e imagem sua, o que permite inferir-se que há características comuns entre ambos, tendo em vista o caráter transcendental divino, sendo possível afirmar que a revelação verbal não abarca o entendimento dos animais e dos objetos inanimados a respeito de Deus.
Percebe-se, portanto, a preferência de Deus em apresentar suas revelações por vias das escrituras bíblicas, com o lastro das palavras, em 
detrimento de experiências e imagens, de maneira que a comunicação, por meios verbais, possui as propriedades de acuidade e precisão, sendo a 
maneira adotada pela Bíblia de efetuar sua transmissão de conhecimento. Desta feita, deriva um sistema teológico fulcrado no teor bíblico, não 
sendo consideráveis formas comunicativas que não sejam verbais.
O sistema de pensamento origina-se de um princípio elementar e emprega a indução e/ou a dedução para dar-lhe continuidade. Um sistema pautado 
no raciocínio indutivo segue o caminho do ceticismo, devido às características e propriedades falaciosas da indução, a qual é dependente do 
empirismo, implicando em observações universais, surgindo estas de entes particulares. Portanto, constatações consolidadas e não refutáveis 
decorrem exclusivamente do raciocínio dedutivo, lastreado por deduções que são pautadas pela lógica (CHEUNG, 2001).
Entretanto, tendo em vista que o raciocínio dedutivo não é responsável pela geração de informações inéditas, o princípio elementar de um sistema pautado pela indução possui a integralidade dos dados que o restante do sistema demanda. Assim, determinado princípio primeiro não será capaz de promover a quantidade de proposições exigíveis para determinar aos seus entes a quantia necessária do conhecimento. Portanto, o raciocínio indutivo e o princípio elementar não cabíveis implicam na inviabilidade do conhecimento.
	A pesquisa acerca da temática de interesse será levantada por meio da busca de literatura científica na internet, em periódicos, livros e repositórios de universidades públicas e privadas, com a utilização das seguintes palavras chave: teologia, teologia dogmática, sociedade atual, fé e cristianismo. 
Num primeiro momento, serão selecionados textos pertinentes ao assunto da pesquisa, ou seja, artigos de revistas científicas e capítulos de livros; publicações em português e inglês. Em seguida, efetuar-se-á a leitura do referido aporte bibliográfico. Posteriormente, selecionar-se-ão os textos relacionados à pesquisa, efetuando-se o seu fichamento. Os dados levantados serão analisados de forma qualitativa que, segundo Vergara (2007), almeja à obtenção de informações de natureza subjetiva. 
A pesquisa será documental, sendo a pesquisa caracterizada como exploratória. Efetuar-se-á uma revisão de literatura, realizada a partir de publicações, artigos, monografias e dissertações, alusivos à teologia dogmática. O método de abordagem utilizado será uma suplementação entre o quantitativo e o qualitativo, com o respaldo de Gil (2010), Richardson (2011), Yin (2012) e Severino (2011). 
2 OBJETIVOS
	2.1 OBJETIVO GERAL
	Apresentar as características da teologia dogmática, tendo em vista suas implicações na sociedade atual.
	2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Discorrer a respeito da organização da teologia sistemática;
Apresentar as características do estudo da teologia.
3 JUSTIFICATIVA
	É correto e possível afirmar que a teologia dogmática segue um caminho divergente da dos vieses teológicos que retratam o âmbito dos assuntose temas refutáveis, ou seja, não dogmáticos. Considerando-se que a definição de dogma faz alusão à insuportabilidade de questionamentos, devido ao respaldo da fé, há a necessidade de apreciar como a sociedade atual vislumbra a vedação característica dos dogmas aos assuntos religiosos.
4 PROBLEMA
	Como a sociedade atual vislumbra os dogmas cristãos?
5 HIPÓTESE
	A sociedade atual apresenta a percepção de que os dogmas consistem na representação do fortalecimento da fé cristã.
6 METODOLOGIA
	6.1 NATUREZA DA PESQUISA E TIPO DE PESQUISA
	Severino (2011, p. 123), afirma, acerca da pesquisa exploratória, que “é uma preparação para a pesquisa explicativa”, ou seja, este tipo de pesquisa almeja revelar dados acerca de um objeto, com campo de trabalho restrito, observando-se como se dá a pronúncia deste elemento, tendo como procedimento um estudo de caso (MARTINS, 2008).
	Face ao exposto, efetuou-se uma revisão bibliográfica, realizada a partir de publicações selecionadas, tratando sobre temas que abarcam a teologia e estudos relativos à teologia sistemática e teologia dogmática, sendo esta uma categoria daquela.
O método de abordagem utilizado foi uma suplementação entre o quantitativo e o qualitativo, com o respaldo de Gil (2010), Richardson (2011), Yin (2012) e Severino (2011), os quais foram os autores nos quais inspirou-se a orientação para elaboração desta pesquisa. 
	6.2 MATERIAIS E MÉTODOS
	A pesquisa acerca da temática de interesse foi levantada por meio da busca de literatura científica na internet, através de pesquisa na biblioteca eletrônica SciELO (Scientific Eletronic Library Online), assim como livros alusivos ao tema, constantes em repositórios de universidades católicas, com a utilização das seguintes palavras chave: teologia, sociedade, teologia dogmática, teologia sistemática.
	
	6.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Num primeiro momento, foram selecionados textos pertinentes ao assunto da pesquisa, ou seja, artigos de revistas científicas e capítulos de livros; publicações em português e inglês, realizadas entre os anos de 2000 e 2016. Em seguida, efetuou-se a leitura do referido aporte bibliográfico. Posteriormente, selecionaram-se os textos relacionados à pesquisa, efetuando-se o seu fichamento.
	6.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS
Os dados levantados foram analisados de forma qualitativa que, segundo Vergara (2007), almeja a obtenção de informações de natureza subjetiva. Foram analisados segundo autores descritos no referencial teórico.
	 
	6.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Este arcabouço monográfico encontra-se organizado da seguinte maneira: o Introdução, Objetivos, Justificativa, Hipótese e a Metodologia. Em seguida,o, consta o referencial teórico, seguido pela conclusão.
7 O ESTUDO DA TEOLOGIA
	
	Ensina Carneiro (2013) que a teologia concerne ao estudo de Deus, de maneira que a utilização do aludido vocábulo em lato sensu diz respeito à inclusão das doutrinas constantes na Bíblia. Considerando-se Deus como o criador absluto do que existe, a teologia almeja ao entendimento e à articulação, em caráter sistemático, das informações provenientes da entidade divina, em direção ao ser humano. 
	O evangelho de João faz constar, em seu cap. 4, versículo 24, que Deus é espírito, de forma que faz-se necessário apresentar provas de que o conhecimento teológico é factível. Tal natureza de conhecimento é posterior ao espaço-tempo humano, afirmando as sagradas escrituras que há uma forma do ser humano conhecer a Deus: "As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, o nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei (Deuteronômio 29:29)".
	O estudo da teologia demonstra-se possível devido à revelação divina ao ser humano, através da Bíblia. Nela, Deus apresenta sua existência, suas características e suas determinações morais do ser humano. Neste diapasão, a estrutura mental do ser humano apresenta conhecimento a respeito da entidade divina suprema. Tal conhecimento permite o entendimento de que o criador promove a criação, servindo tal criação como representação da vontade divina.
	Tendo em pata que a observação da natureza a respeito do criador possua caráter manifesto, o entendimento do ser humano a respeito de Deus não decorre do vislumbre da criação. Os teólogos denominam como revelação geral o conhecimento de Deus na mente humana, de forma inata, não decorrendo de experiências de observação do meio que cerca o ser humano. O conhecimento a respeito de Deus encontra-se na mente do ser humano anteriormente ao conhecimento empírico, de forma que o escopo da observação diz respeito ao estímulo mental humano a reativar tal conhecimento inato, alusivo a Deus. O referido conhecimento, desta feita, fora tolhido pelo pecado, sendo responsabilidade deste conhecimento a interpretação humana em relação à natureza.
	A totalidade dos seres humanos dispõe de conhecimento inato a respeito do ente divino e a natureza manifesta tal conhecimento durante todo o decurso temporal, em todos os lugares, sendo o pensar humano a consolidada testemunha da existência divina. Face ao exposto, a negação a Deus é a supressão da verdade.
	Assim, a teologia mostra-se indispensável não só às ações de fulcro cristão, mas para o cotidiano e para o pensar humanos, tendo em vista que Deus é representado como a maximização da onipotência, sendo capaz de nortear a integralidade da vida de todos os seres humanos. Neste contexto, visa a teologia ao entendimento e à sistematização do seu conteúdo verbal, sendo capaz de esclarecer todos os pontos alusivos ao teor bíblico.
	A comunicação divina, portanto, é determinante da demanda do estudo da teologia, pois a revelação divina ocasiona o acesso às informações que dizem respeito à Deus. Demonstra-se, pois, a teologia indispensável para a manutenção da comunicação com o divino. Percebe-se, deste modo, que a teologia é fundamental para o viver e para o pensar, devido à sua relação com as revelações contidas nas escrituras sagradas.
	Assim:
A Teologia da Igreja parte da consciência de que a experiência bíblica sobre o Deus vivo dispõe de uma linguagem suficientemente clara e acessível à razão humana. Está consciente que Deus é um mistério, que nosso conhecimento é parcial, mas é verdadeiro conhecimento de Deus. A Teologia cristã não admite que a noção de Deus pode ser absorvida nos nossos discursos humanos. “Deus semper maior” afirmava Santo Agostinho, numa expressão clássica e admitida por todos os teólogos de bom senso. A verdadeira Teologia se esforça sempre por conhecer a Deus e não um ídolo (PLESBÍTEROS, 2016, p.1). 	
	Compreende-se que, segundo Carneiro (2013), o principal fator motivador para a implementação do estudo teológico trata-se do valor do conhecimento a respeito de Deus, de maneira que este tipo de conhecimento é uma finalidade auto valorativa, ao passo que os demais conhecimentos tratam-se apenas de um meio para atingir-se uma mera finalidade. As características das atuais sociedades ocidentais, segundo Carneiro (2013), as quais enfatizam o desvencilhamento do ser humano com o saber intelectual, tendem para a distinção em conhecimento sobre Deus e conhecimento a Deus, de forma que o primeiro concerne à análise formal teológica, o que permite afirmar que uma pessoa pode conhecer sobre Deus, ao passo que não o conhece.
	Entende-se que conhecer a Deus diz respeito a possuir intimidade, afirma-se que tal intimidade é caracterizada pela permuta de pensamento e de intelecto, trazendo novamente à baila a definição de conhecimento a respeito de algo. 
	Neste contexto:
Porque nós fomos criados? Para conhecer a Deus. Que objetivos devemos estabelecer na vida? Conhecer a Deus. Qual é a “vida eterna” que Jesus dá? Conhecimento de Deus. “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3)
Qualé a melhor coisa na vida, que traz mais alegria, prazer e contentamento, do que qualquer outra coisa? Conhecimento de Deus. “Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR. (Jer. 9:23f.).
Qual, de todas as situações que Deus vê o homem, lhe dá mais prazer? Conhecimento Dele mesmo. “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.” Diz Deus (Oséias 6:6)
	Faz constar, ainda no mesmo cenário, Packer:
Quando você se conscientiza de que a principal razão porque você está aqui é conhecer a Deus, a maioria dos problemas da vida cai no lugar certo. O que faz a vida valer a pena é ter um grande e suficiente objetivo, algo que pega a nossa imaginação e nossa submissão; e isto o Cristão tem, de uma forma que nenhuma outra pessoa tem. Que outro mais alto, mais exaltado, e mais valioso objetivo pode haver do que conhecer a Deus? (PACKER, 1973, p.29).
	Surge o questionamento se é possível o conhecimento a respeito de Deus sem conhecer sobre ele, sendo possível afirmar que experiências de natureza religiosa são capazes de materializar tal conhecimento. Entretanto, a teologia conceitua a experiência religiosa como conhecimento sobre Deus, considerando-se a sua subjetividade, de maneira que sentimentalidades ou particularidades são questionáveis, apreciando-se a análise da revelação verbal divina.
	O conhecimento a Deus com lastro na adoração e na oração pode ser defendido como suficiente para manifestar a proximidade com o divino supremo; entretanto, o estudo da teologia é necessário para promover-se atos adoratórios e oratórios, de forma que a revelação bíblica é quem determinará a quem tais orações deverão ser destinadas. Nota-se que a Bíblia administra as características da adoração e da oração, comprovando-se, irrefutavelmente, que o conhecimento divino decorre da revelação verbal, a qual dá sustentáculo aos atos de cunho religioso, averbais. Assim, a predominância dos seres humanos que não pratica a análise teológica é suprimida de pensar a respeito de tais considerações; todavia, apresentam capacidade de adoração e oração.
	Entretanto, conhecer a Deus não implica em andar em amor, afirma Carneiro (2013). A afirmativa de conhecimento a Deus, associada a andar em amor concerne apenas à obediência das regras sociais, não sendo, necessariamente, normas constantes na Bíblia. Isto posto, andar em amor sem conhecer as escrituras consiste em um comportamento ilusório de conhecimento a Deus. 
	O referido autor faz constar que tendo determinado indivíduo respondido aos questionamentos alusivos a andar em amor como um método de promover o conhecimento a Deus, este sim está praticando a teologia, de maneira que o seu praticar mostra-se não evitável, ao passo que um estudo teológico equivocado implica em consequências espirituais, ao passo que a teologia rigorosa resulta em uma vida caracterizada pela piedade e pela pureza na adoração.
8 DOUTRINA DIVINA
	8.1 CONCEITUAÇÃO
	1) À luz da filosofia de Platão: Deus trata-se do início, do meio e do fim da 	integralidade das coisas, sendo ele o juízo supremo, aquele que determina as 	coisas, caracterizado pela eternidade, imutabilidade, onipotência e 	onisciência. Encontrando-se em tudo presente, detém o controle absoluto de 	todas as coisas, com justeza, santidade, bondade e sabedoria. É perfeito, de 	forma absoluta, originando a verdade, a lei e a justiça; é o fulcro da beleza, da 	ordem e, destacadamente, do bem;
	2) Conceito cristão do breve catecismo: Deus consiste em um espírito, infindo, 	imutável, sábio, poderoso, santo, justo, verdadeiro e bom;
	3) Definição combinada: Trata-se Deus de um espírito perfeito e infinito, em 	sua amplitude, originando a totalidade de tudo, seu sustentáculo e seu 	término;
	4) Segundo a Bíblia: João, no cap. 4, versículo 24, afirma que Deus é espírito; 	João, no seu primeiro evangelho, no cap. 1, versículo 5, declara que Deus é 	luz; no capítulo 4, versículo 7, João faz constar que Deus é amor, ao passo 	que Timóteo, em seu primeiro evangelho, capítulo 6, versículo 16, respalda 	João, ao afirmar que o amor é a expressão da personalidade divina.
	8.2 NATUREZA DIVINA
	Ao discorrer-se a respeito da essência divina, há a tendência de dar sentido às coisas essenciais como sinônimos, partes ou representações de Deus. Assim, Carneiro (2013) registra que a substância de Deus consiste em espírito e matéria. Sua substância é simples, segundo João, no capítulo 4, versículo 24, ao afirmar que a substância divina é espiritual, desprovida de associação material. Os atributos de Deus dizem respeito às características de tal substância, tratando-se da manifestação divina.
	Considerando o teor do evangelho de João 4:24, na revelação da pureza e totalidade espiritual de Deus, associa-se tal assertiva com o cap. 24, versículo 39 do evangelho de Lucas: "um espírito não tem carne e ossos como vós vedes que eu tenho". Compreende-se, portanto, que não se afirma que o homem é um espírito, no período no qual o ser humano encontra-se contido em um corpo: diz-se que o homem possui um espírito, tratando-se de uma alma vivente, conforme respaldam o primeiro evangelho de Coríntios, no cap. 15, versículo 45 e o livro de Gênesis, no cap. 2, versículo 7. 
	Sobre a natureza espiritual genuína de Deus e a sua não característica de habitação corpórea, há o respaldo dos evangelhos dos Hebreus (11:27), do primeiro evangelho de Timóteo (1:17) e do livro de Colossenses (1:15). De acordo com Young, "sentimentos, ações e partes humanas se atribuem a Deus, não que elas estejam realmente nele, mas porque tais efeitos procedem dele como iguais àqueles que fluem de tais coisas nos homens” (YOUNG, ANO, p.44).
	Entretanto, Strong relata que:
Quando de Deus se diz como aparecendo aos patriarcas e andando com eles, as passagens são para ser explicadas como se referindo a manifestações temporárias d'Ele mesmo em forma humana, manifestações que prefiguram o tabernáculo final do Filho de Deus em carne humana (STRONG, 1990, p.120).
	Portanto, a personalidade divina encontra-se abarcada em sua espiritualidade, não sendo considerada, isto posto, tal qual um viés diverso.
	Considera-se Deus como ente único, singular, indivisível e individido, em essência. De acordo com os evangelhos dos Salmos (145:3), de Mateus (5:47-48) e de Jó (11:7-9), Deus é perfeito e infinito, o que lhe assegura sua absoluta perfeição, apresentando-se o argumento de que não seria possível existir mais de um ser com tamanha perfeição, haja vista que haveria a limitação de um pelo outro.
O caráter espiritual divino puro concerne à sua essência indivisível, individual e homogênea, depreendendo-se que a essência divina não é composta e sim simples. Neste sentido, afirma Boyce:
1. Porque a composição (ou um por junto) envolve a possibilidade de separação, o que envolveria a destrutibilidade e mutabilidade, cada qual inconsistente com a perfeição absoluta e a existência necessária.
2. A composição envolve um tempo de existência separada das partes componentes”. Isto necessitaria de um tempo em que as partes existiram separadamente e, portanto, de um tempo em que Deus não existiu, ou “quando Ele existiu imperfeitamente, não tendo ainda recebido para Sua natureza essencial as adições feitas subseqüentemente, o que tudo é inconsistente com a perfeição absoluta e a essência necessária.
3. Se as partes foram compostas, foram feitas por alguma força de fora, ou tem sido um crescimento em Sua natureza”. E ambas essas idéias são inconsistentes com a perfeição absoluta e a existência necessária (BOYCE, ANO, p.).
	Entretanto, faz-se necessário reforçar que a característica única de Deus não apresentadetrimento à Sua trindade, de forma que esta concerne a três viéses eternos de um ser, conservada a sua essência.
	8.3 OS ATRIBUTOS DIVINOS
	O sentido do vocábulo atributo diz respeito a algo próprio de coisas ou de pessoas, de maneira que o atributo é indispensável ao que ou a quem é concernido, sendo responsável por suas propriedades e características. Assim, segundo Pendleton (ANO), a supressão dos atributos naturais de um ser humano ocasionariam a cessação de sua definição como tal, visto que os atributos são inexoráveis à condição humana. Paralelamente, entende-se que os atributos divinos não são passíveis de alienação.
	Neste contexto, de acordo com Pendleton, os atributos divinos
São aqueles característicos distinguintes da natureza divina inseparáveis da idéia de Deus e que constituem a base e o fundamento para Suas várias manifestações às Suas criaturas. Chamamo-los atributos, porque somos compelidos atribuí-los a Deus como qualidades ou poderes fundamentais do Seu ser, para podermos dar conta racional de certos fatos constantes nas auto-revelação de Deus (STRONG, ANO, p.115).
	Os atributos divinos são classificados, em geral, em duas categorias, com vistas a favorecer a compreensão e a memorização. A primeira classificação diz respeito aos atributos absolutos e a seguinte, aos atributos relativos.
		
		8.3.1 Atributos absolutos
	Esta categoria de atributos divinos referem-se à propriedade do Ser divino, sem dependência de associação com outras coisas. Elencar-se-ão alguns fatores, sendo o primeiro a auto existência. Deus não é derivado de coisa alguma, de maneira que sua existência se dá por ação própria e independente, conforme registra o livro de Êxodo, no cap. 3, versículo 4, ao afirmar que Deus disse: "Eu sou o que sou", sendo possível compreender que o ser é a natureza divina.
	Constante na presente classe de atributos, a eternidade divina apresenta como consequência a auto existência, que trata-se de um mistério com compreensão fora do entendimento humano. Entretanto, negar a auto existência implicaria em outro impasse: não havendo, no âmbito universal, outra entidade auto existente, a ordem conhecida das coisas surgiu da indefinição. Não seria factível o surgimento de tal ordem como resultado da energia, tendo em vista que esta é propriedade e matéria vital.
	A respeito da imutabilidade de Deus, Mullins (ANO) registra que a imutabilidade consiste na inalteração das características, da natureza e dos propósitos de Deus. Boyce (ANO) afirma que a imutabilidade divina concerne a propriedade de não mudar, considerando-se o decurso da vida, as propriedades do caráter, da natureza, da felicidade ou da vontade; não há, portanto, segundo o aludido autor, possibilidade de mudanças de Deus.
	Compreende-se, assim, que a imutabilidade encontra-se associada à perfeição e à infinitude, de forma que alterações, independentemente do fim ao qual visem, demonstram fim e ausência de perfeição. Neste mesmo sentido, reforçam Malaquias (3:6), Tiago (1:17) e Salmos (102:27). Especificamente, Hebreus (6:17), Isaías (46:10), Provérbios (19:21), Salmos (33:11), Jó (23:13), Samuel (15:29) e Números (23:19) apresentam e discorrem sobre a imutabilidade de Deus.
	No referido contexto, registra Boyce:
Pode ser asseverado que estas são meramente antropomórficas, visando simplesmente a inculcar sobre os homens Sua grande ira pelo pecado e Sua ardente aprovação do arrependimento daqueles que tinham pecado contra Ele. A mudança de conduta no homens, não em Deus, mudará a relação entre eles e Deus. O pecado os fizera suscetíveis do Seu justo desprazer. O arrependimento os trouxera para dentro das possibilidades de Sua misericórdia. Não os tivesse Ele tratado diferentemente, então teria havido uma mudança n?Ele. Sua própria imutabilidade fá-lo necessário que Ele trate diferentemente os que são inocentes e os que são culpados, os que se endurecem contra Ele e os que se viram para Ele por misericórdia com corações arrependidos (BOYCE, ANO, p.76).
	É possível compreender que as concernências norteiam a uma sequência emotiva divina, de maneira que Suas emoções categorizam-se de forma ladeada entre si, de maneira eterna e ininterrupta, desprezando o pecado e acolhendo a justiça, sendo ambos os conceitos conhecidos por Ele desde toda a eternidade. O pecado, portanto, apresenta ao homem o desgosto divino, ao passo que a justiça implica na transposição do prazer divino ao homem. 
	O ato de orar não ocasiona alterações na natureza ou nos procederes divinos. Orar altera aquele que ora, as ocasiões e as coisas, mas jamais provoca mudanças em Deus, posto que a oração consiste numa forma de comunicação entre o ser humano e o ente divino supremo. Diante disso, o ser humano deve orar de acordo com a vontade de Deus, almejando a espera por uma resposta, de forma que o homem será atendido, caso seu pleito esteja em conformidade com a vontade divina. 
	Segundo o evangelho dos Romanos (8:15), o Espírito Santo compele o ser humano a orar e é ao Espírito Santo que o homem deve proceder, ao almejar a obtenção de determinada demanda. Entende-se que a oração é a ação divina no ser humano, com o objetivo de preparar o homem para utilizar de forma otimizada a benção de Deus.
	A respeito da santidade característica de Deus, é possível e correto afirmar que é pautada pela perfeição espiritual e moral, concernindo a Deus a impolutez, a pureza e a justeza, de forma que a santidade trata-se do atributo elementar da moral divina. Neste mesmo sentido, Torrey diz:
O sistema inteiro mosaico de lavagens; divisões do tabernáculo; divisões do povo em israelitas comuns, levitas, sacerdotes e sumos sacerdotes, a quem se permitiam diferentes graus de aproximação a Deus, sob condições rigorosamente definidas; o insistir sobre sacrifícios como meios necessários de aproximação a Deus; as direções de Deus a Moisés em Êxodo 3:5, a Josué em Josué 5:15, o castigo de Usias em 2 Crônicas 26:16-26, as ordens rigorosas a Israel sobre aproximarem-se do Sinai quando Moisés falava com Deus – tudo visou a ensinar, acentuar e ferretear nas mentes e corações dos israelitas a verdade fundamental que Deus é santo, irrepreensivelmente santo. A verdade que Deus é santo é a verdade fundamental da Bíblia, do Velho e do Novo Testamento, da religião judaica e cristã (TORREY, ANO, p.37).
	Assim, a santidade de Deus é declarada na Bíblia, nos evangelhos de Josué (24:19), Pedro (1:15,16, em seu primeiro evangelho), João (17:11), Isaías (5:16) e Salmos (22:3 e 99:9).
	8.4 ATRIBUTOS RELATIVOS
	Os atributos relativos vislumbram-se devido à associação entre a dualidade criação e tempo e Deus. A Eternidade implica no fato de que não há início de Deus, não havendo, portanto, o término de sua existência, ou seja, Deus não encontra-se condicionado ao tempo; pelo contrário, o tempo está contido em Deus. Seguindo pelo caminho da lógica, não há sucessão cronológica nos pensamentos de Deus (STRONG, ANO).
	Depreende-se, isto posto, que Deus testemunha a colocação temporal dos acontecimentos, de forma que tais eventos são imutáveis para Deus, assim como os eventos anteriores e posteriores a determinados acontecimentos. Nesta lógica, registra Murphy:
A eternidade não é, como os homens crêem, antes e depois de nós, uma linha sem fim. Não, é um circulo, infinitamente grande, toda a circunferência com a criação aglomerada; Deus reside no centro, contemplando tudo. E, ao passo que nos movemos nesta eterna volta, a porção finita que só vemos, atrás de nós está o passado; o que nos fica adiante chamamos futuro; mas para Ele que reside no centro, igualmente afastado de todo o ponto da circunferência, ambos são iguais, futuro e passado (MURPHY, ANO, p.90).
	A Onipresença divina é concernente à integralidade da presença divina em todos os locais, conforme atestam os evangelhos de Jeremias (23:23,24) e Salmos (139:7-10). A leitura dos aludidos textos atestam a presença de Deus em locais excepcionais,como forma de demonstrar a transcendentalidade divina, o que justifica a assertiva de que Deus habita os céus, visto que é o lugar no qual ocorre a preponderância manifestativa de Seu agir.
	O primeiro evangelho de João (cap.3, versículo 20) afirma que Deus a tudo conhece, possuindo, portanto, toda a sabedoria e todo o conhecimento, sendo a onisciência divina ratificada por sua característica de infinidade. Portanto, o conhecimento de Deus não tem fim. A característica imutável de Deus também respalda a Sua onisciência, visto que o fato da suprema divindade não mudar implica em sua posse sobre a totalidade dos conhecimentos. Do contrário, ele veria-se obrigado a aprender em continuidade, o que implicaria em mudanças.
	No livro de Gênesis, cap. 17, versículo 1, consta a declaração de Deus a respeito de sua posse e propriedade de todo o poder, sendo possível depreender que toda a força é sua, o que é declarado em inúmeros trechos das sagradas escrituras. Todavia, afirmar que Deus é onipotente não significa dizer que Seu poder é capaz de agir contra sua própria vontade ou ir de encontro às condutas lógicas, de forma que Ele não falta com a verdade, posto que tal ato entraria em impasse com sua santidade, por exemplo; atos ilógicos não são demonstração de poder, visto que são pautadas pela inexplicabilidade, contrariando a natureza divina, levando Deus a cometer uma contradição.
	A Veracidade divina diz respeito à Sua fidedignidade da revelação que Ele promoveu aos seres que criou, conforme registram Pedro (4:19), Hebreus (6:18), Tessalonicenses (5:24), Coríntios (1:20), Coríntios (1:9;2), Romanos (1:25) e João (9:33).
	O Amor de Deus é apresentado no tratar aos seres que por Ele foram criados, tanto no que concerne à bondade quando ao caráter de redenção do amor, assim como apresenta-se com traços de particularidade, discriminação e soberania.
	Deus provê ensinamento da Justiça nos livros de Romanos (2:6), Salmos (7:9-12), Deuteronômio (32:4) e Gênesis (18:25). Enfaticamente, a justiça divina definiu a morte de Jesus para promover-se a salvação divina; esta mesma justiça ocasiona a impossibilidade de Deus aprovar a impunidade.
9 DOGMATISMO TEOLÓGICO
A Teologia Dogmática concerne à análise sistemática do que é ensinado pela Igreja, promovendo-se o estudo conjunto da fé, em referência aos dogmas. É responsável pela demonstração da verdade dogmática, com fulcro na tradição e nas Escrituras Sagradas, facilitando a compreensão do teor bíblico, fornecendo respostas à comunidade científica, apresentando as implicações da teologia no que diz respeito ao doutrinário (HIEROSOLYMITANI, 2015).
Neste contexto, Dogma consiste em: "1. Proposição lastreada como certa e firme, como inegável princípio de determinada ciência; 2. Doutrina de Deus, a qual Jesus Cristo revelou aos homens e foi ratificada pela Igreja; 3. Pontos fundamentais da integralidade de um sistema, religião, doutrina ou ciência" (HOUAISS, 2012, p.322).
Depreende-se, portanto, que os dogmas consistem no conhecimento doutrinário o qual a Igreja apresenta, com vistas a obter a crença do ser humano no que foi revelado por Deus, sob o manto da formalidade, demandando-se única e exclusivamente fé para a consolidação de um dogma. Assim, é possível e correto afirmar que uma doutrina é vislumbrada tal qual um dogma quando houver sua definição solene pelo Magistério da Igreja ou quando for assim disposto pela consolidada e estática tradição. Entende-se que a negação ao dogma significa a negação à fé. Por sua vez, a doutrina é a verdade que a Igreja ensina, quando considera indispensável a sua crença, tais quais os seguintes fatores: a) composição da lei natural, conclusão da teologia e revelação formal. Assim, a doutrina é composta pela ação da Igreja de ensinar:
9.1 VERDADE IRREFUTÁVEL
A religião tem em vista a consolidação da existência divina, de forma que não se falaria em fé sem conceber-se a credulidade em Deus. A compreensão humana não é capaz de atingir o entendimento a Deus, visto que a capacidade humana é finita, ao passo que Deus é infinito; entretanto, é possível ao homem o conhecimento sobre Deus. 
9.2 DEMANDA DO CONHECIMENTO EM DEUS
A necessidade e/ou a decisão de conhecer a Deus é indispensável para o conhecimento, entretanto, a aplicação da capacidade cognitiva não é suficiente: é necessária a constante prática de atos morais alinhados com a vontade e os ensinamentos divinos, de forma que agir de encontro à moralidade inviabiliza e impossibilita o conhecimento a Deus. 
Tendo em vista que é palpável à integralidade dos seres humanos o conhecimento, o Papa Pi XII (1950, p.12) registra que "o entendimento humano encontra dificuldades, já por causa dos sentidos ou imaginação, já pelas concupiscências derivadas do pecado original. E acontece que, nestas coisas, os homens facilmente se persuadem do que é falso ou duvidoso, o que não querem que seja verdadeiro".
9.3 CONHECER NATURALMENTE A DEUS ATRAVÉS DE SUAS CRIATURAS
A infinidade divina abrange, com naturalidade, a perfeição, de forma que não é possível conhecer a Deus de forma direta. Entretanto, é possível considerar que Ele existe, ao vislumbrar-se tudo o que existe, sendo necessário observar também Sua autoria sobre o que concerne ao que vai além do natural.
9.4 RACIONALIDADE DA EXISTÊNCIA DIVINA
Não trata-se de uma constatação momentânea e evidente a existência divina: demanda-se, para sua compreensão, a implementação de ações de cunho racional, de forma que a predominância dos procederes probatórios acerca da existência divina são lastreados pela casualidade. Assim, Santo Tomás de Aquino elenca 5 pontos demonstrativos da existência de Deus, quais sejam a eficiência da casualidade, o contingenciamento dos seres, a diversidade dos níveis de perfeição, a existência do movimento e a ordem universal das coisas.
9.5 CONTINGENCIAMENTO DOS SERES
O contingenciamento dos seres apresenta-se das seguintes formas:
a) Surgimento de acordo com a vontade divina, como o espírito humano;
b) Convergência elementar dos seus componentes, tal qual a composição atômica da água, que consiste em um átomo de oxigênio e dois átomos de hidrogênio, por exemplo;
c) Decorre de um ser semelhante a outro, de forma que determinado ser origina outro idêntico a si.
A explicação que lastreia o surgimento dos seres contingentes se dá através de 3 hipóteses:
a) Decorrência de um ser semelhante elementar;
b) Procedência mútua e infinitamente ininterrupta;
c) Aparecimento de algo que antes não havia.
A Tabela 01 apresenta as aludidas hipóteses com uma breve análise:
TABELA 01 – Seres contingentes
	Hipótese
	Análise
	Decorrência de um ser semelhante elementar
	Os seres são originários de algo que não existia, o que caracteriza tal apresentação como absurda e ilógica, posto que não é possível a produção de algo a partir de nada. 
	Série infinita
	Uma série infinita é responsável pela procedência dos seres, o que resta-lhe a característica de inadmissibilidade, visto que não consiste em uma explicação.
	Aparecimento de algo que antes não havia
	Explicação que contém sentido, visto que registra que os seres originam-se de algo que lhes criou.
Fonte: OFÍCIO CATÓLICO, 2013 (adaptado pelo autor).
9.6 A ORDEM UNVIERSAL
No mundo, existe a ordem particular de cada ser e que age integralmente sobre estes. Nos seres de elevada massa, tais quais os corpos celestes, há a ação de altas velocidades, dando-se o seu cruzamento orbital em inúmeros eventos. Todavia, uma ordem de particular intelecto ordena os aludidos movimentos.
Nas criaturas menores, há órgãos de altíssima complexidade, responsáveis por funções específicas e diversas, com a finalidade de conservar a existência de determinada espécie.
Nesta linha, registra Lobo (2009) que o avanço dos conhecimentos atômicos são responsáveis pelo conhecimento de justificativas capazes de demonstrar a esplendorosa criaçãode Deus:
Os materialistas do século XIX e seus herdeiros, os marxistas do século XX, dizem-nos que o crescente conhecimento científico da criação permite rebaixar a fé em um Criador. Mas, toda nova resposta suscitou novas perguntas, quanto mais compreendemos a complexidade da estrutura atômica, a natureza da vida, ou o caminho das galáxias, quanto mais encontramos novas razões para nos assombrar entre os esplendores da criação divina (LOBO, 2009, p.162).
Assim, a regência por tal ordem demanda da existência da ordenação por vias de um intelecto, de maneira que a conveniência da disposição dos métodos adequados para satisfazer-se determinada finalidade decorre do emprego de uma inteligência, sendo inadmissível a atribuição do acaso ao ordenamento perfeito de tudo o que o ser humano conhece e desconhece. Portanto, não é possível vislumbrar as coisas do mundo como produto da casualidade. 
9.7 A MORALIDADE DA LEI
A Tabela 02 elenca as condições da lei moral.
TABELA 02 - Condições da lei moral
	Condição
	Apresentação
	Obrigação à integralidade dos seres humanos
	A lei moral é determinada à totalidade dos seres humanos, não excetuando-se indivíduo algum, afirmando que a obediência aos preceitos morais devem ser obrigatoriamente respeitados.
	Superioridade ao ser humano
	Caracteriza-se a lei moral como superior ao ser humano, não sendo aceitável que este a desconheça, não sendo possível alterá-la, com vistas a não haver a possibilidade de aceitação de determinado ato pernicioso.
	Obrigatoriedade da consciência
	A observação e obediência à lei moral implica em sentimentos de cunho satisfatório, ao passo que desobedecê-la resulta em sentimentos de culpa.
Fonte: OFÍCIO CATÓLICO, 2013 (adaptado pelo autor).
Compreende-se, diante do entendimento da referida tabela, que a lei moral, com vistas a respaldar a moralidade, demanda da legislatura de um ente superior ao ser humano, sendo denominado de lei moral o agrupamento de determinações descobertas pelo ser humano na própria consciência, permitindo-lhe diferenciar o que há entre o bem e o bem, impelindo-o a promover o bem. 
Há, face ao exposto, na lei moral, as seguintes circunstâncias, demanda da legislatura de um ente superior ao ser humano, sendo denominado de lei moral o agrupamento de determinações descobertas pelo ser humano na própria consciência, permitindo-lhe diferenciar o que há entre o bem e o bem, impelindo-o a promover o bem. 
10 NEGAÇÃO AOS DOGMAS
	10.1 CLASSIFICAÇÃ DE ATEUS
	Os ateus classificam-se em positivos, que são os que possuem a ideia de Deus e não aceita a existência divina; os negativos, desprovidos da ideia de Davos e os práticos que admitem a existência divina, entretanto, contestam-na, através de seus atos. Em geral, os ateus negativos caracterizam-se por uma breve ignorância da existência de Deus, visto que a consciência, com o decurso temporal, surgem na mente de tais indivíduos. Tal circunstância se dá quando o homem é capaz de executar reflexões a respeito de sua existência e do mundo que lhe envolve, passando a ter noção da grandiosidade e perfeição do universo.
	Os ateus positivos podem ser constituídos devido a própria convicção, com origem em um processo educativo que lhe privou do conhecimento de Deus ou negou sua existência, por vias de argumentos sofistas, aos quais não pode o jovem perceber sua fragilidade devido a ignorância na qual encontra-se imerso.
	Declarou Wojtyla (1971) que nunca esqueceria o efeito em si causado por um militar russo, momentos após o término da Segunda Guerra Mundial. O futuro Sumo Sacerdote, ao atender ao chamado do referido soldado no seminário de Cracóvia, de forma que ambos empreenderam uma longa conversa. Wojtyla percebeu que Deus é capaz de inserir-se de uma forma extraordinária na mente do ser humano, mesmo havendo um exuberante ambiente hostil à crença na entidade divina. Neste sentido, o soldado declarara ao seu interlocutor que nunca havia adentrado a uma igreja, assim como não aprendera a respeito de Deus em sua educação nem na atividade laboral. Entretanto, sabia, em seu íntimo, da existência de Deus e gostaria de conhecê-lo.
	A assertiva de que a convicção científica comprovaria a não existência de Deus é insuficiente, visto que não obteve êxito em tal comprovação. Demandar-se-ia a negação a argumentos irrefutáveis, tais quais a infinda série dos seres, a organização da matéria e a ordem universal das coisas como obra da casualidade. Fazer-se-ia necessário abdicar da lei moral, a qual é inexorável à consciência humana, o que é avesso à racionalidade do ser humano.
	Há, fortemente, a propagação dos ateus práticos, que consistem nos indivíduos que não voltam-se à existência divina, agindo como se não fosse real a existência de Deus. De acordo com Povoa (1979), o viés liberal do capital e o marxismo sistemático são importantes para a propagação da referida categoria de ateu. O mesmo autor também chama a atenção para os riscos presentes no secularismo, alertando para a consideração de Deus como um óbice.
	Portanto, face ao exposto, considera-se que a Teologia Dogmática abarca as coisas verdadeiras, nas quais o ser humano deve acreditar, sendo o dogma o composto basilar da religião, de forma que o conhecimento a Deus, através das revelações da religião, ocasiona a obediência aos mandamentos, conhecendo-se a santidade, a perfeição, a imutabilidade, a onipresença, a onisciência e a bondade intrínsecas a Deus.
11 O DOGMATISMO
	
	O dogma consiste no conteúdo verdadeiro presente na revelação de Deus, na definição ampla. No sentido estrito, diz respeito às verdades que Deus relevou através da Igreja aos seres humanos que lhes são fiéis. O vocábulo em questão pode ser conceituado como uma verdade definida ou como objeto da fé cristã. 
	Assim, aquele que nega o dogma está duvidando das verdades que demandam de credulidade, de maneira que tal indivíduo está em cometimento de heresia. Compõe-se o dogma de dois pontos constituintes, quais sejam a verdade que Deus revela, presente nas Sagradas Escrituras e na definição solene do Santo Papa. 
	A integralidade das verdades que Deus ensina aos seres humanos encontram-se presentes na tradução e na Bíblia, de maneira que tais ideias demandam da classificação como dogma. Assim, não é possível trocar o sentido de um dogma: possibilita-se apenas a substituição dos termos nos quais se dá sua expressão. Ou seja, é possível promover a substituição de vocábulos, com vistas a facilitar a compreensão e impelir clareza à leitura.
	De acordo com Arce (2013), a fé significa a admissão de algo, quando é disposta de crédito a fonte que emana o que é propagado. Isto posto, a fé consiste na crença em algo devido à fidedignidade do interlocutor. A fé, portanto, é divergente de condutas opinativas e que demandam de provas, não tratando-se, portanto, de uma opinião nem de probabilidade. É fulcrada em testemunhos, tal qual a predominância do teor histórico. Diferencia-se da ciência, já que não demanda da visão ou constatação do ser humano. 
	A fé promove a admissão da verdade como algo certo, descartando evidências e derivados, pois necessita apenas da confiança da testemunha, dividindo-se em divina e humana, sendo a última classificação quando decorre do que o ser humano ensina e classifica-se no primeiro conceito quando advém de Deus.
	Segundo o Concílio Vaticano I:
Uma virtude sobrenatural pela que, com a inspiração e ajuda da graça de Deus, acreditam ser verdadeiro o que pelo foi revelado; não pela intrínseca verdade das coisas recebidas pela luz natural da razão, mas sim pela autoridade do mesmo Deus que revela, o qual não pode enganar-se, nem nos enganar (DEIFILLIUS, 1789, p.3).
	A conceituação de virtude sobrenatural concerne à fé, devido a capacidade desta de transcender a ordem humana e da natureza, visto que Deus é capaz de falar com o ser humano por vias da Revelação, de forma que a fé, como resposta natural à Revelação, apresenta-secomo sobrenatural, consequentemente. A graça age em conformidade com a fé, devido aquela sobrepor-se às capacitações humanas. 
	Um dos elementos da fé é a crença na verdade que é revelada, ao passo que a autoridade divina demanda e exerce a confiança em plenitude, superando testemunhos de qualquer natureza, o que justifica-se pela inconteste sabedoria de Deus, sendo a motivação da fé a Sua autoridade.
	A fé possui caráter racional em seu motivo, visto que a crença em uma pessoa demanda de sua ciência e da veracidade, ou seja, é necessário que determinado ser humano seja ciente dos seus atos e que não possua propensão para promover o engano. Tais condições exigidas pelo homem, ao serem encontradas em Deus, o são em um nível infinitamente superior, visto que não é possível promover a Deus o engano nem há a possibilidade de enganar a si próprio.
A fé trata-se, também, de algo racional na maneira na qual se apresenta. Ela não determina a crença do ser humano nas verdades que se revelam, a não ser que haja a certeza de que Deus provocou sua revelação. A crença em uma verdade revelada por Deus, desprovida da certeza de que Deus a revelou, descaracteriza a fé como princípio racional.
	O ser humano é levado a crer no conjunto argumentativo que prova a existência de Deus por vias de motivos denominados motivos de credibilidade, os quais tornam crível a revelação proveniente de Deus (DEIFILLIUS, 1790, p.1). Assim, tendo-se que a profecia e o milagre são próprios de Deus, estes são provas evidentes de sua origem divina ou Deus induziria o ser humano ao engano, se ao contrário fosse.
CONCLUSÃO
	Hodiernamente, ouve-se que o tema essencial da Teologia é Deus, dúvida esta que assenta-se sobre o detrimento do conceito filosófico e cultural do termo que designa Deus, assim como determinados pontos de natureza epistemológica atuais, os quais atestam Deus como ente distante do ser humano. Há razões religiosas, declarando-se a transcendentalidade total de Deus e sua inacessibilidade, assim como fatores filosóficos, que registram a origem divina no pensar do ser humano. Elencam-se, também, razões metodológicas, visto que determinados escritores registram que a teologia tem como objeto fundamental de estudo a salvação do homem, preterindo-se Deus.
	Todavia, com lastro na Teologia Dogmática, é necessário atentar que a teologia surge do pressuposto de que a consciência referente aos ensinamentos bíblicos acerca de um Deus vivo apresenta um fácil entendimento ao ser humano, o qual deve conscientizar-se que Deus trata-se de um mistério alheio à sua compreensão, sendo o saber do ser humano apenas pautado na parcialidade, não tratando-se do real conhecimento.
	Desta forma, a teologia dos cristãos não considera o sentido de Deus como conceituável nas definições humanas, sendo necessário observar as palavras de Santo Agostinho, quando este declarou que Deus é sempre maior, de forma que a Teologia Sistemática, lastreada pelos dogmas teológicos, almejam ao reconhecimento de Deus não de forma icônica, mas verdadeira.
REFERÊNCIAS
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BEEKE, Joel R.; JONES, Mark. Teologia Puritana | Doutrina Para A Vida. Ed. Vida Nova. 2013;
BEINERT, Wolfgand; STUBENRAUDH, Bertram. Novo Léxico da Teologia Dogmática Católica. Ed. Vozes. 2015;
DUARTE, Luiz F. D.; CARVALHO, Emilio N. de Carvalho. Religião e psicanálise no Brasil contemporâneo: novas e velhas Weltanschauungen. Rev. Antropol. vol.48 no.2 São Paulo July/Dec. 2005 (artigo);
GALVÃO, Antônio Mesquita. Kairos. Iniciação A Teologia Dogmatico-Pastoral. Ed. Vozes. 1998;
KLOPPENBURG, Boaventura. Colheita na Vetustez - Fragmentos de Teologia Dogmática. Ed. Vozes. 2013.
LIBÂNIO, J. B. Introdução à teologia Fundamental. 2010;
NOSELLA, Paolo. Ética e pesquisa. Educ. Soc. vol.29 no.102 Campinas Jan./Apr. 2008. (artigo);
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MÜLLER, Gerhard Ludwig. Dogmática Católica. Teoria e prática da Teologia. Ed. Vozes. 2014;
O'DONNELL, John. Introdução À Teologia Dogmática. Ed. Loyola. 2010;
SCHNEIDER, Theodor. Manual de Dogmática - Volume 1. Ed. Vozes. 2012;

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