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Teologia Sistemática I_ Deus, Soteriologia, Pneumatologia

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Teologia SiSTemáTica i: 
DeuS, SoTeriologia, 
PneumaTologia
Prof. Marcelo Martins
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Marcelo Martins
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M386t
Martins, Marcelo
Teologia sistemática I: Deus, soteriologia, pneumatologia. / Marcelo 
Martins – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
174 p.; il.
ISBN 978-65-5663-698-6
ISBN Digital 978-65-5663-694-8
1. Autoexistência de Deus. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
da Vinci.
CDD 230
aPreSenTação
Caro acadêmico! É com grande expectativa e entusiasmo que 
apresentamos a você o livro didático da disciplina Teologia Sistemática I: 
Deus, Soteriologia, Pneumatologia. 
O livro foi desenvolvido com muito estudo e dedicação para 
apresentar as orientações teóricas e recursos que servirão como base para 
conduzi-lo ao conhecimento acerca das questões e debates que envolvem a 
pessoa de Deus, da Salvação e do Espírito Santo. 
Na Unidade 1, iniciamos pela Teologia (Doutrina de Deus), como, 
normalmente, faz a maioria das Teologias Sistemáticas. O primeiro 
assunto abordado será a autoexistência de Deus. Na sequência, são 
destacados alguns argumentos teístas acerca da existência de Deus. São 
apresentados argumentos que, normalmente, são citados a respeito da 
temática, o argumento cosmológico, o argumento teleológico, o argumento 
antropológico, o argumento ontológico e o argumento moral. Estes 
apresentam alguns pontos importantes que contribuem para o pensamento 
a respeito da existência do Criador. Em seguida, será abordado o oposto 
dos argumentos teístas, isto é, algumas teorias antiteístas, como o ateísmo, o 
agnosticismo, o materialismo, o evolucionismo, o panteísmo, o politeísmo, o 
deísmo, o dualismo, o monismo e o positivismo.
Na Unidade 2, a temática é sobre a doutrina da Salvação – Soteriologia. 
O estudo a respeito da salvação abrange uma variedade muito grande de 
subtemas. Por isso, fez-se necessário delimitar alguns aspectos no nosso 
material, tendo em vista a disponibilidade de espaço e buscando fornecer 
a você, acadêmico, um conhecimento que proporcione aqueles conceitos 
elementares para grandes aprofundamentos do assunto. Nosso propósito 
caminhou na direção que aponta para a salvação baseada naquilo que as 
Escrituras Sagradas ensinam, que perdura desde os primeiros séculos da 
igreja, e trata da transformação na vida da pessoa desde a conversão até 
a glorificação. Assim, inicialmente, apresentaremos, a necessidade da 
salvação e a provisão para a salvação vinda da parte de Deus. Depois, serão 
aprofundados alguns termos teológicos específicos relacionados à salvação.
Na Unidade 3, o nosso foco irá se concentrar no aspecto relacionado 
ao Espírito Santo. No estudo da teologia, a doutrina bíblica do Espírito Santo 
é conhecida como “Pneumatologia”, termo que procede de três palavras 
gregas: pneuma – espírito; hagios – santo; e logia – estudo. O estudo da 
Pneumatologia também é chamado de Paracletologia. Este termo é a junção 
de duas palavras gregas: paracleto (intercessor, advogado, conselheiro de 
defesa, assistente legal) + logia (estudo, doutrina). Paracletos é um termo 
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
usado nas Escrituras Sagradas para se referir ao Espírito Santo. No decorrer 
desta Unidade, olharemos para três aspectos mais específicos a respeito da 
doutrina do Espírito Santo: 1. A natureza do Espírito Santo, 2. O Espírito 
Santo nas Escrituras, e 3. A obra do Espírito Santo.
Prezado acadêmico, desejamos que, por meio deste material você 
possa desenvolver-se nos seus estudos teológicos, e de maneira especial nos 
temas aqui abordados! 
Prof. Marcelo Martins
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
Sumário
UNIDADE 1 — DOUTRINA DE DEUS – TEOLOGIA ................................................................... 1
TÓPICO 1 — A EXISTÊNCIA DE DEUS ........................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 QUEM É DEUS? ................................................................................................................................... 4
2.1 DEUS É AUTOEXISTENTE ........................................................................................................... 6
2.2 DEUS É ESPÍRITO .......................................................................................................................... 8
3 ARGUMENTOS TEÍSTAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS ............................................................ 9
3.1 ARGUMENTO COSMOLÓGICO............................................................................................... 10
3.2 ARGUMENTO TELEOLÓGICO ................................................................................................. 10
3.3 ARGUMENTO ANTROPOLÓGICO ......................................................................................... 11
3.4 ARGUMENTO ONTOLÓGICO ................................................................................................. 12
3.5 ARGUMENTO MORAL .............................................................................................................. 13
4 TEORIAS ANTITEÍSTAS ................................................................................................................. 13
4.1 ATEÍSMO ...................................................................................................................................... 14
4.2 AGNOSTICISMO ......................................................................................................................... 14
4.3 MATERIALISMO ......................................................................................................................... 15
4.4 EVOLUCIONISMO .....................................................................................................................15
4.5 PANTEÍSMO .................................................................................................................................. 16
4.6 POLITEÍSMO ................................................................................................................................. 16
4.7 DEÍSMO ......................................................................................................................................... 17
4.8 DUALISMO .................................................................................................................................. 17
4.9 MONISMO ..................................................................................................................................... 18
4.10 POSITIVISMO ............................................................................................................................ 18
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 19
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 20
TÓPICO 2 — OS ATRIBUTOS E OS NOMES DE DEUS ............................................................. 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23
2 OS ATRIBUTOS TRANSCENDENTES (NATURAIS) DE DEUS ........................................... 23
2.1 SIMPLICIDADE ............................................................................................................................ 25
2.2 IMENSIDADE .............................................................................................................................. 26
2.3 ETERNIDADE ............................................................................................................................... 26
2.4 IMUTABILIDADE ........................................................................................................................ 27
2.5 ONIPOTÊNCIA............................................................................................................................. 28
2.6 ONISCIÊNCIA ............................................................................................................................. 28
2.7 ONIPRESENÇA ............................................................................................................................ 29
3 OS ATRIBUTOS IMANENTES (MORAIS) DE DEUS .............................................................. 30
3.1 SANTIDADE ................................................................................................................................ 30
3.2 RETIDÃO E JUSTIÇA ................................................................................................................. 31
3.3 AMOR ............................................................................................................................................ 32
3.4 SABEDORIA ................................................................................................................................. 33
3.5 VERDADE ...................................................................................................................................... 34
4 OS NOMES DE DEUS ..................................................................................................................... 34
4.1 OS NOMES DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO ............................................................. 35
4.1.1 Elohim .................................................................................................................................. 35
4.1.2 Jeová ...................................................................................................................................... 35
4.1.3 El ............................................................................................................................................ 37
4.1.4 Adonai .................................................................................................................................. 37
4.2 OS NOMES DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO ................................................................ 38
4.2.1 Deus – θεός ............................................................................................................................ 38
4.2.2 Senhor – κύριος .................................................................................................................... 38
4.2.3 Pai – πατήρ ............................................................................................................................. 39
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 40
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 41
TÓPICO 3 — UNIDADE E TRINDADE DIVINAS E OS DECRETOS DE DEUS .................. 43
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 43
2 A UNIDADE E TRINDADE DIVINA ........................................................................................... 43
2.1 A UNIDADE DE DEUS ............................................................................................................... 44
3 A TRINDADE DIVINA ................................................................................................................... 45
3.1 A PERSONALIDADE DE DEUS E A TRINDADE ................................................................. 47
3.2 A TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO .......................................................................... 48
3.3 A TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO .............................................................................. 49
4 OS DECRETOS DE DEUS .............................................................................................................. 50
4.1 CARACTERÍSTICAS DOS DECRETOS DE DEUS ................................................................. 51
4.2 CONHECENDO OS DECRETOS DE DEUS ............................................................................ 52
4.2.1 A Criação de Deus ............................................................................................................... 52
4.2.2 A providência de Deus ........................................................................................................ 53
4.2.3 A redenção ........................................................................................................................... 53
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 55
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 57
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 58
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 61
UNIDADE 2 — DOUTRINA DA SALVAÇÃO – SOTERIOLOGIA .......................................... 63
TÓPICO 1 — A NECESSIDADE E A PROVISÃO PARA A SALVAÇÃO ................................. 65
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 65
2 A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO ............................................................................................... 66
2.1 A QUEDA DO SER HUMANO .................................................................................................. 66
2.2 OS RESULTADOS DA QUEDA ..................................................................................................67
3 A PROVISÃO PARA A SALVAÇÃO ............................................................................................. 70
3.1 O SALVADOR PROMETIDO ..................................................................................................... 71
3.2 A OBRA DE JESUS CRISTO – A REDENÇÃO PROVIDENCIADA .................................... 72
3.2.1 A vida de Jesus Cristo ........................................................................................................ 72
3.2.2 A morte de Jesus Cristo ...................................................................................................... 74
3.3.3 A ressurreição de Jesus Cristo ............................................................................................ 76
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 78
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 79
TÓPICO 2 — OS TERMOS TEOLÓGICOS DA SALVAÇÃO (PARTE 1) ................................. 81 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 81
2 JUSTIFICAÇÃO ................................................................................................................................ 82
3 REGENERAÇÃO .............................................................................................................................. 84
4 ARREPENDIMENTO ....................................................................................................................... 87
5 FÉ .......................................................................................................................................................... 89
6 BREVE DEFINIÇÕES DOS TERMOS TEOLÓGICOS .............................................................. 92
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 94
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 95
TÓPICO 3 — OS TERMOS TEOLÓGICOS DA SALVAÇÃO (PARTE 2) ................................. 97
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 97
2 RECONCILIAÇÃO ............................................................................................................................ 98
3 ADOÇÃO ........................................................................................................................................... 100
3.1 OS DIREITOS DO FILHO ADOTADO .................................................................................. 101
3.2 OS BENEFÍCIOS DA ADOÇÃO ............................................................................................... 101
4 SANTIFICAÇÃO ............................................................................................................................ 102
5 GLORIFICAÇÃO ............................................................................................................................ 106
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 110
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 114
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 115
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 117
UNIDADE 3 — DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO – PNEUMATOLOGIA ...................... 119
TÓPICO 1 — A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO ................................................................. 121
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 121
2 O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA ..................................................................................... 122
2.1 O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA PORQUE MANIFESTA TODAS AS 
CARACTERÍSTICAS DE PERSONALIDADE ....................................................................... 123
2.2 A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO É PROVADA POR AQUILO QUE 
ELE REALIZA.............................................................................................................................. 125
2.3 A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO É REVELADA PELO 
TRATAMENTO QUE O SER HUMANO LHE DISPENSA .................................................. 127
2.4 A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO É AFIRMADA PELO USO 
DE PRONOMES PESSOAIS ...................................................................................................... 128
3 O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA DIVINA ..................................................................... 128
3.1 O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA DIVINA, POIS POSSUI OS ATRIBUTOS 
DA DIVINDADE. ........................................................................................................................ 129
3.2 OS ATOS DO ESPÍRITO SANTO ATESTAM A 
DIVINDADE DELE .................................................................................................................... 131
3.3 A LIGAÇÃO DO NOME DO ESPÍRITO SANTO AO NOME DE DEUS APONTA 
PARA A SUA DIVINDADE ....................................................................................................... 133
3.4 O ESPÍRITO SANTO É CHAMADO PELO NOME DE DEUS ............................................ 133
4 OS NOMES ATRIBUÍDOS AO ESPÍRITO SANTO ................................................................. 134
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 136
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 137
TÓPICO 2 — O ESPÍRITO SANTO NAS ESCRITURAS ........................................................... 139
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 139
2 O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO ............................................................. 139
2.1 NA CRIAÇÃO ............................................................................................................................. 140
2.2 NA HISTÓRIA DO POVO DE ISRAEL .................................................................................. 141
2.3 NA VIDA DOS PROFETAS ...................................................................................................... 141
3 O ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO ................................................................. 142
3.1 NOS EVANGELHOS .................................................................................................................. 143
3.2 NO LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS .............................................................................. 143
3.3 NAS EPÍSTOLAS DO NOVO TESTAMENTO ....................................................................... 144
4 TIPOS E SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO NAS ESCRITURAS ..................................... 145
4.1 ÓLEO ........................................................................................................................................... 145
4.2 ÁGUA ........................................................................................................................................... 146
4.3 FOGO ............................................................................................................................................146
4.4 VENTO ......................................................................................................................................... 147
4.5 POMBA......................................................................................................................................... 148
4.6 PENHOR ..................................................................................................................................... 148
4.7 SELO ............................................................................................................................................ 149
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 150
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 151
TÓPICO 3 — A OBRA DO ESPÍRITO SANTO ............................................................................ 153
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 153
2 A OBRA DO ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO AO UNIVERSO MATERIAL ................ 153
2.1 A CRIAÇÃO ................................................................................................................................ 154
2.2 A PRESERVAÇÃO DA CRIAÇÃO ........................................................................................... 154
3 A OBRA DO ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO AO MUNDO ............................................ 155
3.1 TESTIFICA ................................................................................................................................... 155
3.2 CONVENCE ................................................................................................................................ 156
4 A OBRA DO ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO AOS QUE CREEM ................................. 157
4.1 REGENERA ................................................................................................................................ 157
4.2 HABITA ........................................................................................................................................ 158
4.3 BATIZA NO CORPO DE CRISTO ............................................................................................ 160
4.4 ENCHE ........................................................................................................................................ 160
4.5 CAPACITA PARA O MINISTÉRIO ......................................................................................... 161
4.6 POSSIBILITA FORMAS DE COMUNHÃO COM DEUS ...................................................... 162
4.7 PRODUZ O FRUTO DAS GRAÇAS CRISTÃS ....................................................................... 163
4.8 VIVIFICA O CORPO DOS QUE CREEM ............................................................................... 163
5 A OBRA DO ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO A JESUS CRISTO E ÀS ESCRITURAS......164
5.1 JESUS FOI CONCEBIDO PELO ESPÍRITO SANTO.............................................................. 164
5.2 JESUS FOI GUIADO PELO ESPÍRITO .................................................................................... 164
5.3 JESUS FOI RESSUSCITADO PELO PODER DO ESPÍRITO ................................................. 165
5.4 A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NAS ESCRITURAS ........................................................... 165
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 167
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 171
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 172
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 173
1
UNIDADE 1 — 
DOUTRINA DE DEUS – TEOLOGIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer os princípios elementares da existência de Deus;
• compreender a respeito da personalidade de Deus por meio de atributos 
e nomes;
• distinguir os aspectos principais da Unidade e Trindade divinas nas 
várias manifestações; 
• entender os decretos soberanos de Deus, na perspectiva do plano redentor 
da humanidade.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – A EXISTÊNCIA DE DEUS
TÓPICO 2 – OS ATRIBUTOS E OS NOMES DE DEUS
TÓPICO 3 – UNIDADE E TRINDADE DIVINAS E OS DECRETOS DE DEUS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
A EXISTÊNCIA DE DEUS
1 INTRODUÇÃO
Iniciamos os nossos estudos a respeito da Doutrina de Deus – Teologia. 
Certamente, é um privilégio e, ao mesmo tempo, desafiador caminhar nessa 
direção. O profeta Oseías expressou isso da seguinte forma: “Então, conheçamos, 
e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós 
virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Oséias 6:3). O estudo da 
Teologia, sem dúvida, envolve a questão da fé, mas, também, a razão, e o contexto 
acadêmico é essencial para nos aprofundarmos em tudo aquilo que já foi escrito, 
ensinado e pesquisado.
A Teologia se ramifica em várias áreas que abordam e enfocam aspectos 
específicos, por exemplo: 
• A Teologia exegética tem, como foco, o estudo do texto sagrado, por isso, faz 
uso do estudo das línguas (Hebraico, Aramaico, Grego), da Arqueologia, da 
Hermenêutica e da Interpretação Bíblica.
• A Teologia Prática tem, como foco, a aplicação dos conteúdos bíblicos e 
teológicos na vida cristã (prática). Envolve o estudo da Liturgia, da Homilética, 
do Ministério Pastoral, do Aconselhamento, da Diaconia etc.
• A Teologia Histórica busca, por meio dos estudos históricos (especialmente, 
bíblicos), conhecer a origem e o desenvolvimento do povo de Israel e da igreja 
cristã, por isso, abrange a História Bíblica, a História de Israel, a História de 
Missões e a História da Doutrina.
• A Teologia Bíblica focaliza a Teologia do Antigo e do Novo Testamentos. 
Dá atenção especial aos ensinamentos dos autores individuais, às seções da 
Escritura e ao lugar que cada ensino ocupa no desenvolvimento histórico.
• A Teologia Sistemática, também chamada de Teologia Dogmática, é a sistematização 
e a defesa das doutrinas expressas da Teologia e da igreja. Focaliza no ensino das 
passagens bíblicas de um determinado assunto e o sistematiza. 
Nos nossos estudos, que, agora, começamos – Teologia Sistemática I –, 
nós iniciaremos pela Teologia – Doutrina de Deus –, como, normalmente, faz a 
maioria das Teologias Sistemáticas, e trabalharemos, primeiramente, o assunto 
da autoexistência de Deus. 
UNIDADE 1 — DOUTRINA DE DEUS – TEOLOGIA
4
Neste primeiro tópico, a existência de Deus, abordaremos a seguinte 
pergunta: quem é Deus? Essa é uma questão que, desde os tempos antigos, 
permeia o coração e o pensamento do ser humano. Nesse sentido, serão abordados 
dois aspectos relevantes: a autoexistência de Deus, e o fato de Deus ser Espírito.
Na sequência, serão destacados alguns argumentos teístas acerca da 
existência de Deus. Serão apresentados argumentos que, normalmente, são 
citados a respeito da temática, como o argumento cosmológico, o argumento 
teleológico, o argumento antropológico, o argumento ontológico e o argumento 
moral. Estes apresentam alguns pontos importantes que contribuem para o 
pensamento a respeito da existência do Criador.
Em um terceiro momento, será abordado o opostodos argumentos teístas, 
isto é, algumas teorias antiteístas, como o ateísmo, o agnosticismo, o materialismo, 
o evolucionismo, o panteísmo, o politeísmo, o deísmo, o dualismo, o monismo e 
o positivismo. 
A Doutrina de Deus, algumas vezes, é chamada de Teontologia. Esse termo é 
a união de três palavras gregas: théos (Deus) + ontos (ser) + logos (palavra, discurso), isto é, 
o discurso ou o estudo do ser de Deus.
NOTA
2 QUEM É DEUS?
O conhecimento de Deus tem sido o motivo e a busca do ser humano 
desde os tempos mais remotos. O anseio pela “descoberta” e pela intimidade com 
o Criador é notório nos quatro cantos da face da Terra. Por isso, faz-se necessário 
buscar informações a respeito de quem é Deus.
Esta é uma pergunta – quem é Deus? – que sempre surge quando se 
adentra no estudo da Teologia. A resposta para o questionamento, baseado nas 
Teologias Bíblica e Sistemática, é que o ser humano, por si só, não consegue chegar 
ao conhecimento do Criador. Observe a seguinte pergunta: “Deus é o ser Infinito. 
Em certo sentido, Ele é incompreensível. Como podem seres finitos compreender 
o Deus Infinito, ilimitado?” (INTERSABERES, 2014, p. 104). Portanto, aprouve a 
Deus se revelar ao ser humano (Hebreus 1:1-3; João 1:18). “Embora o homem, sem 
ajuda, não possa vir a conhecer o Deus Infinito, fica claro que Deus se revelou e 
pode ser conhecido até o ponto que chegou a autorrevelação” (INTERSABERES, 
2014, p. 105). Portanto, Deus se revelou (manifestou) ao ser humano e pode ser 
conhecido dentro daquilo que tem se revelado.
TÓPICO 1 — A EXISTÊNCIA DE DEUS
5
João Calvino, na obra As Institutas da Religião Cristã, destaca um aspecto 
muito importante do conhecimento revelacional de Deus, quando afirma que, 
por outro lado, é notório que o homem jamais chega ao puro conhecimento de si 
mesmo até que haja, antes, contemplado a face de Deus, e, da visão dEle, desça a 
se examinar. Prossegue, dizendo:
 
Assim também se dá ao estimarmos nossos recursos espirituais. Pois, 
por tanto tempo quanto não lançamos a vista além da terra, muito 
fantasiosamente, lisonjeamo-nos a nós mesmos, todos satisfeitos com 
a nossa própria justiça, sabedoria e virtude, e nos imaginamos pouco 
menos que semideuses. Mas, se, pelo menos, uma vez começamos 
a elevar o pensamento para Deus e a ponderar quem é Ele, e quão 
completa a perfeição da sua justiça, sabedoria e poder, cujo parâmetro 
nos importa nos conformar, aquilo que, antes, em nós, sorria sob 
a aparência ilusória de justiça, logo, como plena iniquidade, se 
enxovalhará; aquilo que, mirificamente, impunha-se sob o título de 
sabedoria, exalará como extremada estultícia; aquilo que se mascarava 
de poder, arguir-se-á ser a mais deplorável fraqueza (CALVINO, p. 49 
apud GONÇALVES, 2014, s.p.).
Assim, conforme o pensamento de Calvino (apud GONÇALVES, 2014), 
o conhecimento de quem é Deus coopera para o conhecimento do próprio ser 
humano, e mais: teologicamente falando, pode-se dizer que esse conhecimento 
traz transformações na vida daquele que está exposto e mais perto do divino.
Muitas respostas têm sido dadas para a pergunta em questão: quem é Deus? 
Mencionaremos uma das respostas que, de certa forma, traduz o pensamento 
dos cristãos. O Catecismo Maior de Westminster (1643-1648), na pergunta: Que é 
Deus?, traz a seguinte resposta:
 
Deus é um espírito, em Si e por Si, mesmo infinito em Seu ser, 
glória, bem-aventurança e perfeição; Todo-Suficiente, eterno, 
imutável, incompreensível, onipresente, Todo Poderoso, onisciente; 
sapientíssimo, justíssimo, misericordioso e cheio de graça, longânime 
e pleno de verdade (Trindade. Capítulo 2, seção I). Há um só Deus vivo 
e verdadeiro, o qual é infinito no seu ser e perfeições. Ele é um espírito 
puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões; é imutável, 
imenso, eterno, incompreensível, onipotente, onisciente, santíssimo, 
completamente livre e absoluto, fazendo tudo para a sua própria glória 
e segundo o conselho da sua própria vontade, que é reta e imutável. É 
cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso 
e verdadeiro remunerador dos que o buscam e, contudo, justíssimo 
e terrível nos seus juízos, pois odeia todo o pecado; de modo algum, 
terá, por inocente, o culpado (WESTMINSTER, 2005, p. 27). 
Esse catecismo sintetiza, para nós, muitas coisas que, no decorrer da 
história, já foram estudadas, pesquisadas, e porque não dizer “experimentadas”, 
a respeito de Deus. Apresenta vários aspectos da pessoa de Deus, do seu 
caráter, do seu Ser, dos seus planos, da sua vontade, e dos seus desígnios. O 
conhecimento dos aspectos da pessoa de Deus pode conduzir a um caminho que 
Calvino descreve:
UNIDADE 1 — DOUTRINA DE DEUS – TEOLOGIA
6
Portanto, o conhecimento de Deus que, na Escritura, nos é proposto, 
não visa a um outro escopo, a não ser àquele que refulge gravado nas 
criaturas, isto é, convida-nos, em primeiro lugar, ao temor de Deus; 
em seguida, à confiança nEle, para que, na verdade, aprendamos 
a cultuá-lo não só com perfeita inocência de vida, mas, ainda, com 
obediência não fingida, e, então, a dependermos totalmente da sua 
bondade (CALVINO, p. 95 apud GONÇALVES, 2014, s.p.).
Com relação ao que já foi exposto, destacaremos, na sequência, dois 
aspectos primordiais a respeito da existência de Deus: a autoexistência de Deus 
e Deus é Espírito.
Você pode ler As Institutas da Religião Cristã por meio do seguinte link: https://
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DICAS
2.1 DEUS É AUTOEXISTENTE
Na sua essência, Deus é um Ser singular, isto é, não existe outro como Ele, 
a começar pela sua autoexistência. Todas as demais criaturas que fazem parte 
da criação foram criadas, ou seja, tiveram um momento em que vieram pela 
existência por meio de alguém ou algo fora delas. Com Deus, isso é diferente, pois 
Ele autoexiste. A autoexistência de Deus é, às vezes, chamada de “independência 
ou asseidade – das palavras latinas a se, que significam ‘por si mesmo’”. “Com 
respeito à existência de Deus, essa doutrina também nos recorda que somente 
Deus existe em virtude da própria natureza e que Ele nunca foi criado e nunca 
veio a existência” (GRUDEM, 1999, p. 71).
“A existência de Deus é uma premissa fundamental das Escrituras que 
não tecem argumentos para afirmá-la ou comprová-la” (BANCROFT, 1992, p. 19).
No evangelho de João 5:26, é dito: “Porque assim como o pai tem vida 
em si mesmo, também concedeu, ao Filho, ter vida em si mesmo”, ou seja, a 
autoexistência de Deus está implícita nas expressões “o pai tem vida em si 
mesmo”, e “ao Filho, ter vida em si mesmo”. 
A pressuposição da teologia cristã é um tipo muito definido. A 
suposição não é apenas de que há alguma coisa, alguma ideia ou 
ideal, algum poder ou tendência com propósito, a que se possa 
aplicar o nome de Deus, mas que há um ser pessoal autoconsciente, 
autoexistente, que é a origem de todas as coisas e que transcende a 
criação inteira, mas, ao mesmo tempo, é imanente em cada parte da 
criação (BERKHOF, 1990, p. 16).
TÓPICO 1 — A EXISTÊNCIA DE DEUS
7
A autoexistência de Deus “não significa apenas que nós existimos e que 
Deus sempre existiu, mas, também, que Deus existe, necessariamente, de modo 
infinitamente melhor, mais forte e mais excelente” (GRUDEM, 1999, p. 71). “Às 
vezes, essa ideia é expressa, dizendo-se que Ele é a causa sui (a Sua própria causa), 
mas não se pode considerar exata essa expressão, desde que Deus é o não causado, 
que existe pela necessidade do Seu próprio Ser e, portanto, necessariamente” 
(BERKHOF, 1990, p. 45). 
Thiessen (1987) enumera, na sua Teologia Sistemática, três argumentos a 
favor da existência de Deus: 
1- A crença na existência de Deus é intuitiva. Baseado no texto de Romanos 1:19-21. 
A história mostra que o elemento religioso da nossa natureza é tão universal 
quanto o racional ou social. De certa forma, essa crença é necessária e intuitiva. 
2- A existência de Deus é assumida pelas Escrituras. As Escriturasatestam a 
existência de Deus do primeiro ao último versículo, mas não se preocupam em 
prová-la, pois já partem dessa premissa. 
3- A crença na existência de Deus é corroborada por argumentos. Cosmológico, 
Teleológico, Antropológico, Ontológico, Moral (que, posteriormente, serão 
analisados). 
Já Chafer (2003) cita quatro fontes de conhecimento de Deus: 
a) Intuição: uma intuição é a confiança ou a crença que flui, imediatamente, da 
constituição da mente.
b) Tradição: aquilo que é remoto, ou seja, as impressões mais antigas da raça, e 
aquilo que está presente, isto é, o ensino que é passado aos filhos.
c) Razão: a capacidade que o ser humano tem (relacionada à razão e ao 
pensamento).
d) Revelação: ato de Deus através das coisas criadas, por intermédio da 
manifestação de si mesmo por Jesus Cristo, e através das Escrituras Sagradas.
Entretanto, é necessário lembrar que “o cristão aceita a verdade da 
existência de Deus pela fé, mas essa fé não é uma fé cega, mas uma fé baseada 
em provas, e as provas se acham, primariamente, na Escritura, como a Palavra 
de Deus inspirada, e, secundariamente, na revelação de Deus na natureza” 
(BERKHOF, 1990, p. 23). 
“O cristão aceita a verdade da existência de Deus pela fé, mas essa fé não é 
uma fé cega, mas uma fé baseada em provas, e as provas se acham, primariamente, na 
Escritura, como a Palavra de Deus inspirada, e, secundariamente, na revelação de Deus na 
natureza” (BERKHOF, 1990, p. 16).
NOTA
UNIDADE 1 — DOUTRINA DE DEUS – TEOLOGIA
8
2.2 DEUS É ESPÍRITO
A afirmação bíblica de João 4:24 é enfática: “Deus é Espírito, e importa que 
os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”. O contexto da conversa 
de Jesus Cristo com a mulher samaritana era a respeito da adoração (local de 
adoração). Na sua fala, dirigida à mulher samaritana, Jesus deixa claro, não 
somente, o tipo de adoração que o Deus quer, mas, também, quem Deus é – 
Espírito. Nota-se a ausência do artigo, isso quer dizer que Deus é espiritual na 
sua natureza, ou seja, no seu ser essencial, Deus é espiritual.
Conforme Thiessen (1987), Deus é imaterial e incorpóreo, é invisível, 
é vivo, e é um Ser pessoal, pois tem a essência da personalidade, que é 
autoconsciência e autodeterminação. “Pelo ensino da espiritualidade de Deus, 
a teologia salienta o fato de que Deus tem um Ser substancial exclusivamente 
Seu e distinto do mundo, e que esse Ser substancial é imaterial, invisível, e sem 
composição nem extensão” (BERKHOF, 1990, p. 51).
O fato de Deus ser Espírito esclarece diversos questionamentos do ser 
humano. Por exemplo, “Deus, porém, sendo Espírito, não pertence à categoria 
da matéria e, portanto, não pode ser descoberto por investigações meramente 
naturais ou materiais” (BANCROFT, 1992, p. 19). Novamente, entra, aqui, o 
elemento “fé” para o conhecimento de Deus, pois, como é possível seres materiais, 
finitos, corpóreos, limitados investigarem Aquele que é Espírito, Infinito, 
Invisível, Eterno? 
Wayne Grudem, no Manual de Teologia Sistemática, discute a questão 
exposta, e faz uma colocação interessante de ser observada: 
Fora da verdadeira religião encontrada na Bíblia, nenhum 
sistema de religião tem um Deus que é tanto infinito quanto 
pessoal. Por exemplo, os deuses das mitologias grega e romana 
eram pessoais (eles interagiam, muitas vezes, com as pessoas), 
mas não eram infinitos: possuíam fraquezas e falhas morais 
frequentes e até rivalidades banais. Em contraposição, o deísmo 
apresenta um Deus que é infinito, mas removido para muito 
longe do mundo, para estar pessoalmente envolvido com ele. 
De modo semelhante, o panteísmo sustenta que Deus é infinito 
(visto que o universo todo é considerado como sendo Deus), mas 
tal Deus não pode, certamente, ser pessoal, nem se relacionar 
conosco, como pessoas (GRUDEM, 1999, p. 781). 
De certa forma, corroborando com esse pensamento acerca de Deus, 
Josadak Lima afirma que Deus é um ser (LIMA, 2009):
I- Ele é pessoal: inteligente, tem emoções e vontade.
II- Ele é invisível: é invisível, porque é Espírito. Contudo, Deus não está oculto 
apenas ao olho físico, mas, também, à percepção do espírito humano. Deus é 
um Ser desprovido de partes físicas, como carne, ossos, sangue. Por isso, Ele 
jamais foi visto ou contemplado a olho nu.
TÓPICO 1 — A EXISTÊNCIA DE DEUS
9
III- Ele é vivo e ativo: é o singular Criador do universo, edificador dos mundos, 
defensor dos pobres e libertador dos oprimidos.
Com isso, “Deus é algo mais do que uma condição de existência, como o 
espaço ou o tempo. Ele não só existe, mas também age. Ele é agente, Ator, Ser vivo 
e o Espírito da Vida” (DR. FARR apud BANCROFT, 1992, p. 26). Dessa forma, “[...] 
verifica-se que Deus, na qualidade de Espírito, deve ser apreendido não pelos 
sentidos do corpo, mas, antes, pelas faculdades da alma, vivificadas e iluminadas 
pelo Espírito Santo (1 Co 2.14; Cl.1.15-17)” (BANCROFT, 1992, p. 27). 
Uma observação, também importante na compreensão desse ponto, foi 
destacada por Grudem (1999, p. 86), “portanto, é correto dizer que, embora a 
essência total de Deus nunca possa ser vista por nós, no entanto, Deus ainda 
nos mostra alguma coisa de si mesmo por meio das coisas criadas, visíveis e, 
especialmente, na pessoa de Cristo”. 
3 ARGUMENTOS TEÍSTAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS
Não encontramos, nas Escrituras Sagradas, uma preocupação em tecer 
argumentos da existência de Deus, nem provar ou tentar argumentar a respeito 
disso, pelo fato que elas já partem dessa certeza. Não obstante, há argumentos 
que são levantados e corroboram a respeito da existência e do conhecimento de 
Deus. Agora, observaremos, mais de perto, alguns desses argumentos. Thiessen 
nos recorda de algo bem importante quando partimos para tal direção: 
Ao nos aproximarmos do estudo desses argumentos, precisamos, 
entretanto, ter o seguinte em mente: (a) não são provas independentes 
da existência de Deus, mas, antes, corroborações e exposições da nossa 
convicção inata da Sua existência; (b) como Deus é um Espírito, não 
devemos insistir no mesmo tipo de prova que exigimos para a existência 
de coisas materiais, mas apenas na evidência que seja apropriada para 
o objetivo da prova; (c) a evidência é cumulativa, um único argumento 
em favor da existência de Deus sendo inadequado, mas, diversos 
deles, juntos, sendo suficientes para prender a consciência e levar a 
crença (THIESSEN, 1987, 29). 
É importante ter isso em mente, pois “é a função do teísmo naturalista 
apresentar argumentos, além de chegar a conclusões que estão dentro do alcance 
da razão, ao passo que é função, do teísmo bíblico, reconhecer, classificar, mostrar 
a verdade demonstrada pela revelação” (CHAFER, 2003, p. 168). Observaremos, 
então, esses argumentos teístas, que são, usualmente, levantados. Não iremos 
exauri-los, mas apresentar os mais conhecidos. 
UNIDADE 1 — DOUTRINA DE DEUS – TEOLOGIA
10
O que significa Teísmo? “A etimologia da palavra TEÍSMO forneceria um grande 
raio de aplicação, mas, no uso comum, ela significa uma crença em Deus, e incorpora 
um sistema de crenças que constitui uma filosofia, restrita de fatos, a alguns achados e 
conclusões que a razão humana sugere” (CHAFER, 2003, p. 166)
NOTA
3.1 ARGUMENTO COSMOLÓGICO
A palavra “cosmo”, na língua grega (κόσμος), traz, como um dos 
significados, “universo, mundo”. Esse argumento parte do pressuposto de que 
o universo, e todo o funcionamento perfeito, apontam para uma causa última 
– um Criador. Conforme Berkhof (1990, p. 20), “cada coisa existente no mundo 
tem que ter uma causa adequada, assim, o universo também tem que ter uma 
causa adequada, isto é, uma causa indefinidamente grande”. Para Thiessen (1987, 
p. 29), “tudo que foi começado tem que ter uma causa adequada; o universo 
foi começado, portanto, o universo deve ter uma causa adequada para ter sido 
produzido”. Esses pensamentos estão baseados no texto bíblico de Hebreus 3:4, 
que diz: “pois toda casa é estabelecida por alguém, mas aquele que estabeleceu 
todas as coisasé Deus”.
Nas palavras de Chafer (2003), o argumento cosmológico depende da 
validade de três verdades contribuintes:
a) cada efeito deve ter uma causa;
b) o efeito é dependente da sua causa para a existência; 
c) a natureza não pode produzir a si mesma. 
A crença intuitiva de que todo efeito tem uma causa é o princípio básico 
a respeito de qual o argumento cosmológico avança para chegar às 
conclusões necessárias. Ex nihilo, nihil fit – do nada, nada pode surgir 
– é um axioma que foi reconhecido pelos filósofos de todas as épocas. 
Asseverar que qualquer coisa veio a existir por si mesma é asseverar 
que ela agiu antes que existisse, o que é um absurdo. A inexistência 
não pode gerar existência (CHAFER, 2003, p. 172).
3.2 ARGUMENTO TELEOLÓGICO
A palavra “téleios”, na língua grega (τέλειος), significa completo, perfeito 
e plenamente desenvolvido. Esse argumento fala da ordem e da finalidade 
perfeita de um sistema perfeito que existe. “Ordem e organização útil, em um 
TÓPICO 1 — A EXISTÊNCIA DE DEUS
11
sistema, evidenciam inteligência e propósito na causa que o originou; o universo 
é caracterizado por ordem e organização útil, portanto, o universo tem uma causa 
inteligente e livre” (THIESSEN, 1987, p. 30).
O argumento está baseado em textos bíblicos, por exemplo, Salmos 94:9: 
“O que fez o ouvido, acaso não ouviria? O que formou os olhos, será que não 
enxergaria?” Conforme Berkhof (1990, p. 20), esse pensamento cita que, “em toda 
parte, o mundo revela inteligência, ordem, harmonia e propósito, o que gera a 
existência de um ser inteligente e com propósito, apropriado para a produção de 
um mundo como este”. 
FIGURA 1 – ARGUMENTOS TEÍSTAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS
FONTE: O autor
3.3 ARGUMENTO ANTROPOLÓGICO 
A palavra “antropos” (ἄνθπωπος) tem, como significado, ser humano, 
homem e pessoa. Esse argumento mostra que as constituições física, mental e 
espiritual do ser humano são uma evidência do Criador. Chafer (2003) explica que 
o argumento antropológico indica que os elementos que são reconhecidos como 
propriedades inatas do homem devem ser possuídos pelo Criador. O argumento 
está restrito ao campo da evidência, em relação à existência de Deus e das suas 
qualidades, que pode ser retirada da constituição do homem.
UNIDADE 1 — DOUTRINA DE DEUS – TEOLOGIA
12
O corpo humano é, assim, uma prova específica de um Criador, visto 
que ele não pode ser explicado de maneira diferente [...], novamente, 
a inteligência do homem, com as suas realizações na descoberta, 
nas invenções, na ciência, literatura, e na arte, exige, com resistência 
implacável, uma causa adequada [...], e, finalmente, a consciência, 
assim como a crença inerente em Deus não pode ser explicada com 
outra base a não ser aquela em que o homem procede daquele que 
possui todos os atributos em um grau infinito (CHAFER, 2003, p. 184). 
 
Strong et al. (2003) afirmam que esse argumento é complexo e sugere uma 
divisão para compreendê-lo melhor: 
1- A natureza intelectual e moral do homem deve ter tido, como autor, um Ser 
intelectual e moral.
2- A natureza moral do homem prova a existência de um Legislador e Juiz santo.
3- As naturezas emocional e voluntária do homem provam a existência de um Ser 
que pode fornecer, em si mesmo, um objeto de satisfação da afeição humana 
e um fim que convoca as atividades mais nobres do homem e assegura os 
progressos mais nobres. 
3.4 ARGUMENTO ONTOLÓGICO
Este argumento parte do pressuposto de que, se o ser humano tem o 
pensamento de um Ser que é absolutamente perfeito, ele deve existir. Nesse caso, 
esse Ser é Deus. Segundo Berkhof (1990, p. 20), esse argumento “foi apresentado, 
na sua mais perfeita forma, por Anselmo (1033 -1109 d.C.). Ele argumenta que 
o homem tem a ideia de um ser absolutamente perfeito, de que a existência 
é atributo de perfeição, e que, portanto, um ser absolutamente perfeito tem 
que existir”.
“O argumento ontológico, no teísmo, consiste em um curso de raciocínio a 
partir de Deus, como a Primeira Causa absoluta de todas as coisas para as coisas 
que causou, especificamente, a ideia inerente de que Deus existe” (CHAFER, 
2003, p. 186).
Para Thiessen (1987, p. 29), “esse argumento encontra, na própria ideia 
de Deus, a prova da existência. Afirma que todos os homens têm a ideia de Deus 
intuitivamente, e, daí, tentam encontrar prova da existência na própria ideia”. Na 
mesma direção de pensamento, “conforme esse argumento, a existência de Deus 
é certificada pelo fato de que a mente humana crê que Ele realmente existe” 
(CHAFER, 2003, p. 186). 
TÓPICO 1 — A EXISTÊNCIA DE DEUS
13
3.5 ARGUMENTO MORAL
O argumento moral indica que a consciência que o ser humano possui 
reconhece a existência de um Juiz, no caso, Deus, dessa forma, a violação da 
lei (ou das leis) do Criador gera certeza de julgamento e punição para aqueles 
que venham a violá-las. De acordo com Berkhof (1990, p. 21), “Kant tomou o 
seu ponto de partida no imperativo categórico, e, deste, deferiu a existência de 
alguém que, como legislador e juiz, tem absoluto direito de dominar o homem. 
Na sua opinião, esse argumento é muito superior a qualquer um dos outros”. 
 
A consciência reconhece a existência de uma lei moral que tem 
autoridade suprema; violações conhecidas dessa lei moral são 
acompanhadas de sentimentos de desmerecimento e medo do 
julgamento; essa lei moral, como não é autoimposta, e essas ameaças 
de julgamento, como não são autoexecutáveis, argumentam, 
respectivamente, em favor da existência de uma vontade santa que 
impôs a lei [...] (THIESSEN, 1987, p. 32). 
Um bom livro de Teologia Sistemática: 
BERKHOF, L. Teologia sistemática. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1990. Disponível em: 
https://docplayer.com.br/15383153-Teologia-sistematica.html. Acesso em: 11 maio 2021.
DICAS
4 TEORIAS ANTITEÍSTAS 
Depois de observarmos alguns argumentos teístas acerca da existência de 
Deus, apresentaremos, agora, algumas teorias antiteístas, isto é, teorias que são 
contrárias ou que, de alguma forma, negam a existência de Deus. Destacaremos 
dez dessas teorias. Existem outras, mas, aqui, devemos nos ater a essas. 
UNIDADE 1 — DOUTRINA DE DEUS – TEOLOGIA
14
FIGURA 2 – TEORIAS ANTITEÍSTAS
FONTE: O autor
4.1 ATEÍSMO 
O termo “ateísmo” (ἄθεος – ‘nenhum Deus’) já revela a negação da 
existência de Deus na própria formação da palavra. O ateísmo, segundo a 
etimologia do termo, significa uma negação do ser de Deus. Certamente, é 
a teoria mais conhecida em relação às teorias antiteístas. Essa teoria nega a 
existência de Deus. Conforme Chafer (2003, p. 191), “para o ateu, o universo 
material é somente um acidente e todas as suas maravilhas de coordenação e 
desenvolvimento são fortuitas. Ele não reconhece uma causa para nada, mesmo 
para a sua própria existência”. 
De maneira geral, existem duas correntes em relação ao ateísmo: os 
teóricos e os práticos (alguns autores também acrescentam o ateísmo virtual). 
Os ateus práticos são aqueles que vivem como se Deus não existisse. Por outro 
lado, os ateus teóricos podem ser classificados da seguinte forma: “O ateu 
dogmático, que, de início, nega que haja um Ser divino; o ateu cético, que duvida 
da capacidade da mente humana de admitir se há Deus ou não; o ateu capcioso, 
que sustenta não haver prova válida da existência de Deus” (LIMA, 2009, p. 17).
4.2 AGNOSTICISMO 
Na origem, o termo “agnosticismo” é composto pelas palavras gregas 
a ( α ) – sem – e gnosis ( γνώσις ) – conhecimento. “O agnosticismo não nega 
a existência de Deus, ele nega a possibilidade de conhecimento de Deus. É o 
sistema que ensina que não sabemos e nem podemos saber se Deus existe ou não” 
(INTERSABERES, 2014, p. 107). A premissa básica do agnosticismo é “acreditar 
somente no que se vê”. 
TÓPICO 1 — A EXISTÊNCIA DE DEUS
15
O termo ‘agnóstico’ é aplicado, às vezes, a qualquer doutrina 
que afirma a impossibilidade de qualquer conhecimento 
verdadeiro, afirmando que todo conhecimento é relativo, e, 
portanto, incerto [...] na teologia.O termo é limitado aos pontos 
de vista que afirmam que nem a existência nem a natureza 
de Deus, sem, ainda, a natureza suprema do universo, são 
conhecidas ou cognoscíveis (THIESSEN, 1987, p. 35).
O pragmatismo, na filosofia e na teologia, e o positivismo, na ciência, são 
os tipos de agnosticismo, em tempos recentes, que mais se destacam. Os dois 
rejeitam uma revelação especial e a competência da razão no estudo da realidade 
suprema. Thiessen (1987) ressalta que, Augusto Comte (1798-1859), o fundador do 
positivismo, decidiu nada aceitar como verdadeiro, além dos detalhes observados, 
e como a ideia de Deus não poderia, assim, ser submetida a um exame, ele a omitiu 
e se devotou inteiramente ao estudo dos fenômenos. 
4.3 MATERIALISMO 
O materialismo nega a existência de Deus ou de seres espirituais e 
afirma que toda a realidade é matéria em movimento. Dessa forma, entende-se 
a alma, além da mente, como aspectos do corpo, negando a realidade após a 
morte, como céu, inferno. Com isso, acaba descrendo da existência de Deus, por 
acreditar, simplesmente, na realidade da matéria. Uma definição afirma que o 
Materialismo é:
A doutrina de que os fatos da experiência são todos para ser explicados 
pela referência à realidade, atividades, e leis de substância física ou 
material [...]. As teorias materialistas têm variado desde a primeira, mas 
a forma mais amplamente aceita considera todas as espécies de vidas, 
mentais e sencientes, como produtos do organismo, e, o universo em 
si, como resolvível em termos de elementos físicos e de movimentos (A 
NEW STANDARD DICTIONARY, 1913 apud CHAFER, 2003, p. 199). 
4.4 EVOLUCIONISMO 
O Evolucionismo parte da teoria de um desenvolvimento (evolução 
orgânica) meramente biológico dos seres. A teoria foi elaborada, primeiramente, 
por Charles Darwin, no conhecido livro A Origem das Espécies, de 1859. De acordo 
com a teoria evolucionista do desenvolvimento natural, a criatura é o efeito de 
uma causa natural, e é moldada e formada, de acordo com forças sobre as quais 
ela não tem controle algum. Com relação ao evolucionismo:
 
O Dr. Leander Keyser escreve: Em geral, a evolução é a teoria de 
que o cosmos se desenvolve desde o material bruto e homogêneo 
até o estado presente heterogêneo e avançado por meio de forças 
residentes. A evolução é tanto teísta quanto ateísta. A evolução teísta 
reconhece Deus como o Criador dos materiais originais, mas afirma 
UNIDADE 1 — DOUTRINA DE DEUS – TEOLOGIA
16
que a evolução é o método pelo qual todo o desenvolvimento, a partir 
de um estado primordial suposto para um estado de perfeição, foi 
trabalhado. A evolução ateísta rejeita a pessoa de Deus, nega a sua obra 
na criação, e afirma que a matéria é eterna ou que se autodesenvolve 
(CHAFER, 2003, p. 194-195). 
4.5 PANTEÍSMO
Como o termo sugere, “panteísmo é a crença de que Deus é tudo e tudo 
é Deus, confundindo, assim, Deus com a natureza, a matéria com o Espírito, 
e o Criador com as coisas que Ele criou” (CHAFER, 2003, p. 201). A palavra 
“panteísmo” é uma junção de duas palavras gregas, pan (παν), que significa 
tudo e todas as coisas, e théos (θεός), que significa Deus. “Como o próprio nome 
sugere, é a doutrina segundo a qual Deus e o mundo se fundem, constituindo-se 
em um todo indivisível. Essa é a religião do hinduísmo, em que ‘tudo é deus e 
deus é tudo’” (CLÍNICA, 2014 apud INTERSABERES, 2014, p. 109).
Conforme Thiessen (1987), veja, a seguir, os principais tipos de panteísmo: 
1- O Panteísmo Materialista: afirma que a matéria é a causa de toda a vida e 
mente. 
2- O Hilogoismo e Panpsiquismo: são os mais antigos e recentes nomes para a 
mesma coisa.
3- O Neutralismo: é uma forma de monismo que afirma que a realidade última 
não é nem a mente nem a matéria, mas algo neutro do qual a mente e a matéria 
são apenas aparências ou aspectos.
4- O Idealismo: afirma que a última realidade é da natureza da mente, e que o 
mundo é o produto da mente, da mente individual ou da mente finita.
5- O Misticismo Filosófico: é o tipo mais absoluto de monismo em existência.
4.6 POLITEÍSMO
O Politeísmo é a crença de que há mais de um Deus, e ensina a adoração a 
vários deuses. “O Politeísmo não apresenta nenhuma similaridade com a doutrina 
bíblica de uma Trindade de Pessoas com uma só essência. A crença trinitariana é 
baseada no fato principal de que há um Deus [...], e afirma que o único Deus subsiste 
em três pessoas” (CHAFER, 2003, p. 200). Diferentemente da ideia da Trindade:
 
o politeísmo [...] distribui as perfeições e as funções do Deus infinito 
entre muitos deuses limitados. Ele surgiu da adoração da natureza 
apresentada pelos antigos Vedas Hindus, e, logo, suplantou, de um 
modo geral, o monoteísmo primitivo. A princípio, permaneceu, 
longamente, na Caldeia e na Arábia, e consistia na adoração dos 
elementos, especialmente das estrelas e do fogo. Subsequentemente, 
tomou formas especiais provenientes das tradições, da índole e das 
TÓPICO 1 — A EXISTÊNCIA DE DEUS
17
civilizações relativas de cada nacionalidade. Dentre os selvagens mais 
rudes, ele se derivou para o fetichismo, como na África ocidental e 
central. Dentre os gregos, foi tornado o veículo para a expressão de 
humanitarismo refinado na apoteose dos homens heroicos antes do 
que na revelação de deuses encarnados. Na Índia, surgindo de uma 
filosofia panteísta, tem sido levado aos extremos mais extravagantes, 
com respeito ao número e ao caráter das divindades. Onde quer que 
o politeísmo tenha sido conectado à especulação, aparece como a 
contraparte esotérica do panteísmo” (OUTLINES OF THEOLOGY, p. 
47-48 apud CHAFER, 2003, p. 199-200). 
4.7 DEÍSMO 
O deísmo afirma que Deus existe, não obstante, nega a possibilidade de 
Ele se revelar aos homens. “Esse termo, do latim Deus, é intimamente ligado 
à palavra grega, Theos [...]. É ‘a verdadeira religião da natureza’, visto que 
afirma que tudo o que pode ser conhecido de Deus é restrito a tais deduções da 
observação da criação” (CHAFER, 2003, p. 203).
Para o deísmo, Deus está presente na criação apenas através do seu 
poder, não por sua própria pessoa e natureza. Ele dotou a criação 
de leis invariáveis sobre as quais Ele simplesmente exerce uma 
supervisão [...]. O deísmo nega uma revelação especial, os milagres, a 
providência. Ele afirma que todas as verdades a respeito de Deus são 
descobertas pela razão, e que a Bíblia é, simplesmente, um livro sobre 
os princípios da religião natural, que são determinados pela luz da 
natureza (THIESSEN, 1987, p. 42).
A frase de Carlyle sintetiza bem o Deísmo: “um Deus ausente, sentado e 
sempre inativo desde o primeiro sábado, que fica do lado de fora do Universo, 
a fim de contemplar as coisas acontecerem” (CARLYLE apud CHAFER, 2003, 
p. 204). 
4.8 DUALISMO 
O dualismo é considerado um sistema ou uma teoria que assevera uma 
dualidade radical ou duplicidade da natureza, de existência ou de operação, 
normalmente, retratado pelo bem e o mal.
Esta teoria assume que há duas substâncias ou princípios distintos e 
irredutíveis. Em epistemologia, elas são ideia e objeto; em metafísica, 
mente e matéria; na ética, o bem e o mal; na religião, o bem (Deus) e o 
mal (Satanás). O cristão, entretanto, não crê que Satanás seja coeterno, 
como Deus, mas sim uma criatura de Deus e sujeita a Ele (THIESSEN, 
1987, p. 41).
UNIDADE 1 — DOUTRINA DE DEUS – TEOLOGIA
18
Chafer (2003) mostra que, na história do pensamento reflexivo, quatro 
espécies de dualismo se desenvolveram: 
1- Dualismo Teológico (crença com dois seres ou princípios divinos, um bom e o 
outro mal). 
2- Dualismo Filosófico.
3- Dualismo Psicológico.
4- Dualismo Ético.
4.9 MONISMO
“Esta doutrina ensina que o homem é um ser portador de uma única 
natureza – a matéria. Ela não faz distinção entre Deus e a Criação” (LIMA, 
2009, p. 19). 
De acordo com a seguinte definição, o monismo é “a doutrina que se 
refere à explicação de todas as existências, atividades e desenvolvimentos 
do universo, incluindo os seres físicos, psíquicose espirituais, a um princípio 
último ou substância” (NEW STANDARD DICTIONARY, 1913 apud CHAFER, 
2003, p. 204).
4.10 POSITIVISMO 
O positivismo tem, como critério único da verdade, os fatos e as relações. 
“A filosofia elaborada por Augusto Comte (1798-1857), que é baseada na suposição 
de que o conhecimento do homem é restrito aos fenômenos, e, esses, o homem 
pode conhecer somente em parte. Ele rejeita toda consideração da metafísica ou 
da filosofia especulativa” (CHAFER, 2003, p. 204).
Com o positivismo, findamos essas teorias, ainda que existam outras. Com 
isso, finalizamos este primeiro momento, a partir do qual observamos, apenas 
um pouco, “quem é Deus” e as teorias antíteístas. 
19
Neste tópico, você aprendeu que:
• Conforme o Catecismo de Westminster, Deus é um Espírito, em Si e por Si 
mesmo, infinito em Seu ser, glória, bem-aventurança e perfeição; Todo-
Suficiente, eterno, imutável, incompreensível, onipresente, Todo Poderoso, 
onisciente; sapientíssimo, justíssimo, misericordioso e cheio de graça, 
longânimo e pleno de verdade.
• A autoexistência de Deus “não significa apenas que nós existimos e que Deus 
sempre existiu, mas, também, que Deus existe, necessariamente, de modo 
infinitamente melhor, mais forte e mais excelente” (GRUDEM, 1999, p. 71).
• Acerca da existência de Deus, observamos que Deus é um Ser autoexistente, 
é Espírito, pessoal (pois apresenta inteligência, emoções e vontade), e é vivo 
e ativo. 
• Thiessen (1987) enumera três argumentos a favor da existência de Deus: 1. A 
crença na existência de Deus é intuitiva; 2. A existência de Deus é assumida pelas 
Escrituras; e 3. A crença na existência de Deus é corroborada por argumentos. 
• Alguns argumentos teístas abordam a respeito da existência de Deus: 
Cosmológico, Ontológico, Teleológico, Antropológico e Moral.
• O termo “ateísmo” (ἄθεος – ‘nenhum Deus’) já revela a negação da existência 
de Deus. De maneira geral, existem duas correntes em relação ao ateísmo: os 
teóricos e os práticos (alguns autores também acrescentam o ateísmo virtual).
• Algumas das teorias antiteístas são: Ateísmo; Agnosticismo; Materialismo; 
Politeísmo; Evolucionismo; Deísmo; Panteísmo; Dualismo; Positivismo; Monismo.
• O Deísmo afirma que Deus existe, não obstante, nega a possibilidade de Ele se 
revelar aos homens.
• O Panteísmo é a crença de que Deus é tudo e tudo é Deus, confundindo, assim, 
Deus com a natureza, a matéria com o Espírito, e o Criador com as coisas que 
Ele criou.
RESUMO DO TÓPICO 1
20
AUTOATIVIDADE
1 Conforme Thiessen (1987), Deus é imaterial e incorpóreo, é invisível, 
é vivo, e é uma pessoa, pois tem a essência da personalidade, que é a 
autoconsciência e a autodeterminação. Há vários termos importantes no 
estudo da Teologia, e um deles é o “Teísmo”. Acerca do significado de 
Teísmo, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Teísmo afirma que Deus existe, não obstante, nega a possibilidade de 
Ele se revelar aos homens.
b) ( ) Teísmo é a crença em vários deuses e propaga a adoração aos deuses e 
à criação. 
c) ( ) Teísmo tem, como critério único da verdade, os fatos e as relações. 
d) ( ) Teísmo, conforme a própria palavra sugere, significa uma crença em Deus. 
2 A pergunta “quem é Deus?” sempre surge quando se adentra no estudo 
da Teologia. A resposta para esse questionamento, baseado nas Teologias 
Bíblica e Sistemática, é que o ser humano, por si só, não consegue chegar ao 
conhecimento do Criador. Acerca da pergunta “Quem é Deus?”, assinale a 
alternativa CORRETA:
a) ( ) Deus é um espírito; Todo-Suficiente, eterno, imutável, incompreensível, 
onipresente, Todo Poderoso, onisciente.
b) ( ) Deus é um espírito; instável, mutável, incompreensível, como o homem, 
Todo Poderoso, onisciente.
c) ( ) Deus é um dos espíritos, suficiente, imutável, compreensível, altruísta, 
cheio de compaixão e glória. 
d) ( ) Deus não é um espírito, mas é Todo-Suficiente, eterno, imutável, 
incompreensível, onipresente, Todo Poderoso, onisciente.
3 Há vários argumentos que são levantados e corroboram a respeito 
da existência de Deus e do conhecimento de Deus. A respeito desses 
argumentos, leia, analise e relacione os itens a seguir: 
I- Argumento Ontológico.
II- Argumento Moral.
III- Argumento Cosmológico.
IV- Argumento Teleológico.
( ) Este argumento parte do pressuposto de que, se o ser humano tem o 
pensamento de um Ser que é absolutamente perfeito, ele deve existir. 
Neste caso, esse Ser é Deus.
( ) Este argumento diz que, “em toda parte do mundo, revelam-se inteligência, 
ordem, harmonia e propósito, o que gera a existência de um ser inteligente 
e com propósito, apropriado para a produção de um mundo como este”.
21
( ) Este argumento parte do pressuposto de que o universo, e todo o 
funcionamento perfeito, apontam para uma causa última – um criador. 
( ) Este argumento indica que a consciência de que o ser humano possui e 
reconhece a existência de um Juiz, no caso, de Deus, e, dessa forma, da 
violação da lei (ou das leis) do Criador, ocorrem certeza de julgamento e 
punição para aqueles que venham a violá-las.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) II – III – I – IV. 
b) ( ) IV – II – III – I.
c) ( ) I – IV – III – II. 
d) ( ) III – II – I – IV.
4 Há várias teorias chamadas de antiteístas, isto é, teorias que negam a 
existência ou o conhecimento de Deus. Com relação às teorias antiteístas, 
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as sentenças falsas: 
( ) O Agnosticismo não nega a existência de Deus, nega a possibilidade de 
conhecimento de Deus.
( ) Panteísmo é a crença de que Deus é tudo e tudo é Deus, confundindo, 
assim, Deus com a natureza, a matéria com o Espírito, e o Criador com as 
coisas que Ele criou.
( ) O Dualismo nega a existência de Deus ou de seres espirituais e afirma que 
toda realidade é matéria em movimento.
( ) O Deísmo afirma que Deus existe, não obstante, nega a possibilidade de 
Ele se revelar aos homens.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) F – V – V – V. 
b) ( ) V – V – F – V. 
c) ( ) V – F – V – V. 
d) ( ) F – V – V – F.
22
23
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
OS ATRIBUTOS E OS NOMES DE DEUS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, depois de conhecermos um pouco da existência de Deus, 
daremos um segundo passo importante nos nossos estudos acerca da Doutrina de 
Deus. Neste tópico, focaremos em dois aspectos fundamentais dentro da Teologia: 
os atributos e os nomes de Deus. 
Primeiramente, aprofundar-nos-emos no conhecimento dos atributos de 
Deus. Verificaremos a diferença entre os atributos transcendentes e imanentes, e 
veremos, de perto, a definição dos mais importantes atributos. Com relação aos 
atributos transcendentes, destacaremos os seguintes: Simplicidade, Imensidade, 
Eternidade, Imutabilidade, Onipotência, Onisciência e Onipresença. Depois, 
serão abordados os atributos imanentes: Santidade, Retidão, Justiça, Amor, 
Sabedoria e Verdade.
Na sequência, nosso foco será os nomes de Deus. Observaremos, em um 
primeiro momento, os nomes de Deus no Antigo Testamento – Jeová, Elohim, El, 
Adonai –, e buscaremos ver o significado de cada um deles e como eram usados. 
Depois, abarcaremos os nomes de Deus no Novo Testamento – Deus, Senhor e 
Pai – com o mesmo enfoque.
2 OS ATRIBUTOS TRANSCENDENTES (NATURAIS) DE DEUS 
O que é um atributo? Conforme o dicionário Houaiss, atributo é aquilo 
que é próprio, característico de algo ou de alguém; particularidade (HOUAISS, 
2009). Comumente, usamos mais a palavra “qualidade” hodiernamente, em vez 
de atributo. Destarte, no contexto teológico, aparece mais o termo “atributo”.
Quando olhamos para a história a respeito dos atributos divinos, 
percebemos que, nos primeiros séculos da era cristã, os alvos eram definir e 
compreender profundamente o que eram os atributos da divindade. Passando 
por Tertuliano, Agostinho, Orígenes e chegando aos concílios (como o de Niceia 
– 325 d.C.), o enfoque era no entendimentodos atributos, e como eles estavam 
relacionados à Triunidade de Deus.
24
UNIDADE 1 — DOUTRINA DE DEUS – TEOLOGIA
Com o passar dos séculos, chegando a São Tomás de Aquino, Martinho 
Lutero, João Calvino, e, posteriormente, aos teólogos modernos, a ênfase passou 
a ser mais na classificação dos atributos.
No estudo dos atributos de Deus, a fim de facilitar o entendimento e a 
compreensão desse tema, algumas divisões têm sido dadas, visando facilitar para 
uma melhor compreensão. Assim, aquilo que denominamos, no nosso texto, de 
atributos “transcendentes e imanentes”, podem ser conhecidos por outros termos: 
atributos “incomunicáveis e comunicáveis”; atributos “naturais e morais”; 
atributos “imanentes ou intransitivos e emanentes e transitivos”; atributos 
“passivos e ativos”; atributos “absolutos e relativos”; e atributos “negativos e 
positivos”. Os primeiros de cada par são aqueles que não apresentam nenhuma 
relação com o ser humano, pois são próprios somente da divindade, por exemplo, 
onisciência, onipresença etc. Os segundos são aqueles que têm relação com o ser 
humano, isto é, são comunicados e compartilhados por parte da divindade com 
o ser humano, por exemplo, santidade, justiça e amor. “Enquanto os atributos 
incomunicáveis salientam o Ser Absoluto de Deus, os atributos comunicáveis 
acentuam o fato de que Ele entra em várias relações com as Suas criaturas” 
(BERKHOF, 1990, p. 45).
Strong et al. (2003, p. 244) definiram os atributos de Deus como “aquelas 
características que distinguem a natureza divina, inseparáveis da ideia de Deus, e 
que constituem a base e a razão das diferentes manifestações das suas criaturas”. 
De acordo com Martins (2015, p. 55), “os atributos divinos são as peculiaridades 
especiais da natureza de Deus, totalmente intrínsecas a Ele, as quais são o 
fundamento e o apoio das diversas revelações as suas criaturas”. Somando-se a 
todas essas definições, ainda, pode-se dizer que “os atributos de Deus são aquelas 
características essenciais, permanentes e distintivas que podem ser afirmadas a 
respeito de Seu ser. Seus atributos são as perfeições, inseparáveis de natureza e 
que condicionam o caráter” (INTERSABERES, 2014, p. 121). 
Abordaremos, nos nossos estudos, a partir de agora, os atributos 
transcendentes. 
Atributos ‘transcendentes’ e ‘imanentes’ podem ser conhecidos por outros 
termos: atributos ‘incomunicáveis e comunicáveis’; atributos ‘naturais e morais’; atributos 
‘imanentes ou intransitivos e emanentes e transitivos’; atributos ‘passivos e ativos’; atributos 
‘absolutos e relativos’; e atributos ‘negativos e positivos’.
NOTA
TÓPICO 2 — OS ATRIBUTOS E OS NOMES DE DEUS
25
FIGURA 3 – OS ATRIBUTOS DE DEUS
FONTE: O autor
2.1 SIMPLICIDADE
“Por esse termo, indica-se que o Ser divino não é composto, não é complexo 
ou divisível [...]. Assim é com Deus. Sendo, Ele, o Ser perfeito, deve ser adorado 
como a expressão última e infinita da simplicidade” (CHAFER, 2003, p. 237). Para 
Berkhof (1990, p. 49), “quando falamos da simplicidade de Deus, empregamos 
o termo para descrever o estado ou a qualidade que consiste em ser simples, a 
condição de estar livre de divisão em partes e, portanto, de composição. Quer 
dizer que Deus não é composto e não é suscetível de divisão em nenhum sentido 
da palavra”.
“O termo simplicidade é usado, primeiramente, em oposição à composição 
material, seja mecânica, orgânica ou química; segundo, em um sentido metafísico, 
como negação da relação entre substância e propriedade, essência e modo” (DR. 
HODGE apud CHAFER, 2003, p. 237). Além disso, conforme Berkhof (1990, p. 49), 
“a simplicidade de Deus se segue de algumas das Suas outras perfeições: da Sua 
autoexistência, que exclui a ideia de que alguma coisa O precedeu, como no caso 
dos compostos [...]”. 
26
UNIDADE 1 — DOUTRINA DE DEUS – TEOLOGIA
2.2 IMENSIDADE 
“Aqui, a imensidão de Deus significa a Sua infinidade em relação ao 
espaço. Deus não é limitado ou circunscrito pelo espaço; ao contrário, todo espaço 
finito é dependente dEle. Ele existe, na realidade, além do espaço” (THIESSEN, 
1987, p. 76).
Para Berkhof (1990, p. 47), a imensidade de Deus “pode ser definida como 
a perfeição do Ser Divino pelo qual transcende todas as limitações espaciais 
e, contudo, está presente em todos os pontos do espaço com todo o Seu Ser”. 
Isso quer dizer que Deus ocupa o espaço repletivamente, isto é, preenche todo 
o espaço, com isso, não está ausente de alguma parte do espaço, nem tampouco 
mais presente em uma parte do que em outra.
Aparentemente, a imensidão ou a imensidade se confunde com outro 
atributo que será posteriormente visto, a onipresença. Entretanto, há uma 
diferença: “a ‘Imensidade’ aponta para o fato de que Deus transcende todo o 
espaço e não está sujeito a limitações, ao passo que ‘onipresença’ denota que, não 
obstante, Ele preenche todas as partes do espaço com todo o Seu Ser” (BERKHOF, 
1990, p. 48). A imensidade aponta para a transcendência de Deus, a onipresença 
para a imanência.
2.3 ETERNIDADE
A eternidade de Deus também é um atributo incomunicável. Alguns 
autores a classificam dentro da infinidade de Deus. “Deus não tem começo, fim 
ou sucessão de momentos no seu próprio Ser, e Ele vê, todo o tempo, de modo 
vividamente igual, todavia, Deus vê os eventos no tempo e os atos no tempo” 
(GRUDEM, 1999, p. 74). “Aqui, a eternidade de Deus significa a infinidade 
em relação ao tempo; significa que Ele não tem começo nem fim; que Ele está 
livre de toda a passagem de tempo; e que Ele é a causa do tempo” (THIESSEN, 
1987, p. 76). Berkhof (1990, p. 47) nos lembra de um aspecto importante acerca 
desse atributo:
a eternidade, no sentido estrito da palavra, é adstrita àquilo que 
transcende todas as limitações temporais [...]. Sua eternidade pode ser 
definida como a perfeição de Deus pela qual Ele é elevado acima de 
todos os limites temporais e de toda a sucessão de momentos, tendo a 
totalidade da Sua existência em um único presente indivisível. 
Diferentemente dos anjos e do ser humano, os quais, em determinado 
momento da história e do tempo, foram criados e vieram à existência, a Teologia 
entende que Deus sempre existiu e sempre existirá para todo o sempre. Ele é o 
único Ser que é absolutamente eterno, pois a existência não conhece princípio ou 
fim. Nas palavras de Moisés, “antes que os montes nascessem e se formassem, a 
TÓPICO 2 — OS ATRIBUTOS E OS NOMES DE DEUS
27
terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (A BÍBLIA SAGRADA, 
Salmos 90:2, grifo nosso). Ele é chamado de “o Eterno”, ou “O Deus Eterno”. De 
acordo com Chafer (2003), a palavra eternidade pode ser empregada de dois modos:
1) Para descrever aquilo que existe desde a eternidade passada, ou aquilo que 
existe em relação à eternidade futura.
2) Para designar uma eternidade agrupada em um conceito, no caso, “o Deus Eterno”. 
Salienta-se um aspecto relevante na compreensão desse atributo:
Não devemos supor que o tempo, agora que ele existe, não tem uma 
realidade objetiva para Deus, mas, antes, que Ele vê o passado e o 
futuro tão vividamente quanto vê o presente. Pode-se ver um desfile 
do alto de uma torre, de onde se pode vê-lo em toda a sua extensão de 
uma só vez, ou se pode vê-lo de uma esquina, de onde só se pode vê-lo 
por partes. Deus tudo vê da primeira maneira, apesar de estar ciente 
da sequência do desfile (THIESSEN, 1987, p. 77). 
Assim, a eternidade de Deus aponta para o fato de que “Deus não teve 
princípio nem terá fim. Ele conhece os acontecimentos na sucessão do tempo, 
mas não está limitado, de nenhum modo, pelo tempo” (BANCROFT, 1992, p. 
49). Grudem (1999, p. 77) sintetiza, dizendo que “devemos, portanto, afirmar que 
Deus não possui sucessão de momentos no seu próprio Ser, vê toda a história de 
modo vividamente igual, e, na sua criação, vê o progresso dos eventos sobre o 
tempo e age diferentemente em diferentes pontos do tempo”.
2.4 IMUTABILIDADE 
O profeta Malaquias faz a seguinte afirmação a respeito de Deus: “porque

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