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Seguranca e Medicina do Trabalho Acidentes de Trabalho Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms Jacqueline Mazzoni Revisão Textual: Profa. Ms Rose Toffoli 5 • Introdução • Classificação dos acidentes • Causas dos Acidentes A presença de acidentes, incidentes e doenças ocupacionais, muitas vezes, são reflexos da falta de interesse na prevenção por parte dos donos, gerências das empresas, entre outros. Em muitas empresas ainda é possível visualizar a culpa pelos acontecimentos recaírem unicamente no trabalhador. Nesta unidade, trataremos aspectos relacionados com esses conceitos, por exemplo, as diferenças entre acidentes e incidentes, doença profissional e doença do trabalho. Por outra parte, será abordada a existência das causas que originam estes acontecimentos, além da importância de uma correta análise de acidentes. Os dados compilados das fontes e informações podem ser de grande utilidade para quem deseja começar a resolver os principais problemas que afetam a segurança e saúde do trabalhador. Para um bom aproveitamento dessa unidade, encontrará atividades, tais como: fórum de discussão para que possa refletir e interagir com colegas e professor-tutor, atividade de sistematização com questões de múltipla escolha para viver concretamente os conceitos e, por fim, uma atividade de aproveitamento do conteúdo. · Como distinguir e diferenciar um acidente de um incidente, assim como a doença profissional e a doença do trabalho? · Quais são as causas que se devem identificar para a prevenção dos acidentes de trabalho? · Quando e quais os procedimentos corretos para se comunicar um acidente de trabalho? · Como analisar um acidente de trabalho a fim de prevenir? Acidentes de Trabalho • Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT • Análise de Acidentes de Trabalho • Doenças Ocupacionais 6 Unidade: Acidentes de Trabalho Contextualização Em Brasília, ato homenageia mortos por acidentes e doenças do trabalho. Por Carolina Sarres, da Agência Brasil, publicado, última modificação 26/04/2013 16h43min. Brasília – Para marcar as comemorações do Dia Mundial da Saúde e Segurança no Trabalho, celebrado neste domingo (28), representantes de trabalhadores, empregadores, de diversos setores do governo e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) reuniram-se na manhã de hoje (26), em Brasília, para homenagear os mortos por doenças e acidentes decorrentes do trabalho. A data também é conhecida como Dia em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho. Segundo a OIT, mais de 2,3 milhões de pessoas morrem em todo o mundo anualmente em consequência de atividades que exercem profissionalmente – das quais 2 milhões são acometidos por doenças profissionais. Dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT) da Previdência apontam que houve acréscimo de 1.690 acidentes em 2011, em relação ao ano anterior – de 709.474, em 2010, para 711.164, em 2011. O relatório mostra que, em 2011, ano do último levantamento, os setores em que mais ocorreram acidentes foram os de atendimento hospitalar, administração pública e comércio. A representante dos trabalhadores na comissão tripartite dos ministérios do Trabalho, da Previdência Social e da Saúde para discutir o tema, Vera Leda Ferreira, disse que a atuação do governo na fiscalização de situações em que há acidentes de trabalho ainda deixa a desejar. “É necessário que o governo fiscalize e autue mais, para garantir o cumprimento das normas”. As leis que existem são boas e bem escritas, mas, infelizmente, não são cumpridas. Para ler a reportagem na íntegra acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2013/04/ em-brasilia-atohomenageia-mortos-por-acidentes-e-doencas-do-trabalho 7 Introdução A palavra acidente vem do latim accidens, que significa acaso, portanto, acidente seria qualquer fato inesperado e indesejado que interrompe o curso normal de um acontecimento, causando na pessoa que sofre a ação um determinado dano, seja à integridade física e/ou ao patrimônio. Comumente é originado por fatores ambientais, sociais, instrumentais, humanos etc. (CARDELLA, 2010). Portanto pode-se dizer que, o acidente é um evento não programado nem planejado, portanto indesejável, que pode provocar no trabalhador lesão, doença ou morte, além de causar algum dano à propriedade. Por outra parte, no trabalho também se produzem incidentes, frequentemente chamados de quase acidentes, e, na maioria dos casos, o uso desta expressão é bastante apropriada. “O incidente é qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos, mas que não chegam a causá-los”. (COSTELLA, 1999, p.98). Consideramos um exemplo de incidente: Uma trabalhadora de indústria de confecção de roupas, cuja tarefa é ajuste de coletes. No momento de sentar-se na cadeira, o assento não estava bem seguro, firme, a mesma quase caiu não fosse o fato de segurar-se na ponta da mesa evitando algum ferimento. Dessa forma, observa-se que os incidentes não geram perdas diretas, mas podem alterar o desenvolvimento normal das operações. Portanto, o conhecimento e análise de incidentes permitirá obter informações que podem ser utilizadas para evitar ou controlar os acidentes com lesões pessoais ou danos à propriedade. O acidente de trabalho deve ser entendido sobre dois enfoques, o conceito legal e o prevencionista. Lei n.º 8213/91, que dispõe em seu artigo 19 define: Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. São consideradas também acidente do trabalho segundo Ministério do Trabalho e Previdência Social: • Doença profissional, ou seja, aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. • Doença do trabalho, ou seja, aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. 8 Unidade: Acidentes de Trabalho Segundo a Lei n.º 8213/91, em seu artigo 21, equiparam-se também ao acidente do trabalho: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedadedo segurado. Observação No acidente de trajeto quando o funcionário se acidenta utilizando-se de veículo particular ou mesmo recebendo vale-transporte para uso de transporte coletivo, será considerado acidente de trabalho, pois não importa o meio de locomoção e, sim, a causalidade do evento. Mas atenção, devemos observar que nada impede que o funcionário sofra alguma penalidade por parte da empresa por cometer uma falta grave ou que o próprio INSS entenda que houve um desvio de trajeto e de conduta. Vejamos alguns exemplos que podem descaracterizar acidente de trabalho: • Mudar o seu trajeto para comprar algo pessoal, tomar um café em um bar ou passar num supermercado, perdendo um bom tempo e, ainda sofra um acidente; • Utilizar de vale-transporte e identificar que faz uso de transporte coletivo em seu trajeto e sofre um acidente quando estava na carona de uma moto. • O acidente também só será considerado a partir da saída de sua residência, caso ele ainda esteja em casa, escorrega e cai, por exemplo, não será acidente de trabalho. 9 Segundo Cardella (2010), o conceito prevencionista de acidente do trabalho é muito mais amplo, ou seja, o acidente é considerado qualquer ocorrência não programada, inesperada, que modifica ou interrompe o processo normal de uma atividade, podendo ocorrer outras consequências como danos materiais (aos equipamentos, aos produtos, as instalações e ao meio ambiente). Através do conceito legal, percebemos que o acidente só ocorre se dele resultar um ferimento. Mas devemos lembrar que o ferimento é apenas uma das consequências do acidente. Esta definição não é interessante para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho porque cria uma dependência de ocorrer um agravo direto ao trabalhador, pois, só é considerado acidente do trabalho aquele que tem uma vítima com lesões. No entanto, o conceito prevencionista deixa claro que o acidente pode ocorrer sem provocar lesões pessoais. Classificação dos acidentes A NBR 14280:2001 classifica os acidentes pela severidade das lesões sofridas pelo acidentado: • Lesão com afastamento (lesão incapacitante ou lesão com perda de tempo): Lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente ou de que resulte incapacidade permanente. Nota - Esta lesão pode provocar incapacidade permanente total, incapacidade permanente parcial, incapacidade temporária total ou morte. • Incapacidade permanente total: Perda total da capacidade de trabalho, em caráter permanente, sem morte. Nota - Causa essa incapacidade as lesões que, não provocando a morte, impossibilitam o acidentado, permanentemente, de trabalhar ou da qual decorre a perda total do uso ou a perda propriamente dita, entre outras, as de: a) ambos os olhos; b) um olho e uma das mãos ou um olho e um pé, ou; c) ambas as mãos ou ambos os pés ou uma das mãos e um pé. • Incapacidade permanente parcial: Redução parcial da capacidade de trabalho, em caráter permanente que, não provocando morte ou incapacidade permanente total, é causa de perda de qualquer membro ou parte do corpo, perda total do uso desse membro ou parte do corpo, ou qualquer redução permanente de função orgânica. • Incapacidade temporária total: Perda total da capacidade de trabalho de que resulte um ou mais dias perdidos, excetuadas a morte, a incapacidade permanente parcial e a incapacidade permanente total. 10 Unidade: Acidentes de Trabalho • Lesão sem afastamento (lesão não incapacitante ou lesão sem perda de tempo): Lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que não haja incapacidade permanente. Causas dos Acidentes Os princípios da prevenção dos acidentes apontam que todo acidente tem causas que os originam e que podem ser evitados ao se identificar e controlar as mesmas. Estamos falando das causas básicas e das causas imediatas. Vejamos a seguir a seguinte sequencia de causalidade demonstrada pela figura 1: Sequência Causal dos Acidentes Fatores Pessoais Fatores de Trabalho Atos Inseguros Acidentes Condições InsegurasCausas Imediatas Causas Básicas Esse é um modelo que deve ser usado para explicar como ocorrem os acidentes. As causas básicas são também chamadas de causas raízes ou indiretas, porque é a condição que inicia a sequencia para a ocorrência dos acidentes, é a origem das causas imediatas Segundo Cardella (2010) são classificadas geralmente em dois grupos: fatores pessoais e fatores de trabalho. Os fatores pessoais dizem respeito a, falta de conhecimento para manejar equipamentos; incapacidade física ou mental para o trabalho; baixa autoestima; conflitos; frustração; desmotivação; nervosismo; excesso de confiança; desrespeito às instruções; má interpretação das normas, falha ou falta de comunicação. Quanto aos fatores de trabalho, temos aumento do ritmo de produção; tecnologia inadequada para os equipamentos; projeto, construção ou manutenção inadequada das ferramentas e equipamentos; normas de compras inadequadas; desgaste normal das ferramentas e equipamentos; materiais com baixa exigência de qualidade. As causas imediatas são circunstâncias que se apresentam originando diretamente o acidente. É a causa que verdadeiramente contribuiu para a ocorrência do mesmo (fonte do acidente). Observam-se facilmente e se referem aos atos inseguros e as condições inseguras. (CARDELLA, 2010) 11 Antes de seguir vamos ver um exemplo: a causa imediata de um acidente pode ser a falta de um tipo específico de EPI, mas a causa básica pode ser que esse tipo de proteção não foi utilizado porque é incomodo. Suponhamos que um trabalhador foi ferido no olho por um resíduo qualquer. Investigado o caso se comprova que não levava seus óculos de segurança: • Causa imediata: ausência de proteção individual. • Causa básica: é fundamental descobrir porque não carregava com ele os óculos, poderia ser por vários motivos, de ordem pessoal, por exemplo. O ato inseguro seria a forma como um trabalhador pode se expor, consciente ou inconscientemente, ao risco de sofrer um acidente. Vejamos alguns exemplos a seguir: • Operar um equipamento sem autorização; • Desativar os dispositivos de segurança das máquinas; • Usar equipamento com defeito; • Usar equipamentos ou ferramentas incorretamente; • Não sinalizar ou comunicar os riscos; • Não usar o equipamento de proteção individual (EPI); • Postura do corpo incorreta para levantar cargas pesadas, • Realizar manutenção de equipamentos quando estão em funcionamento; • Fazer brincadeiras com colegas e perder o foco da atenção; • Trabalhar embriagado; • Realizar o trabalho estando doente; • Fazer trabalhos sem capacitação prévia; Condições Inseguras seria todo fator de risco que depende única e exclusivamente das condições existentes no ambiente de trabalho (irregularidades em máquinas, equipamentos, etc.) ou da forma com que o trabalho é administrado (falta de treinamento, horas extras excessivas, etc.) que podem levar a ocorrência de acidentes. Seguem alguns exemplos: • Sistemas de sinalização e alarmes inadequados; • Organização inadequada do trabalho; • Falta de espaço físico para trabalhar; • Ausência de manual de operações e funções; • Condições atmosféricas perigosas; • Perigo de incêndios e explosões; • Ruído excessivo; • Exposição a gases, vapores, poeiras, fumos; 12 Unidade: Acidentes de Trabalho • Iluminação inadequada; • Organização e limpeza inadequadas; • Posto de trabalho construído sem levar em conta as características do trabalhador; • Falta de equipamentos de proteção individual (EPI); Antes de prosseguir convido você a refletir sobre o acaso falado na definição de acidentes no início do texto, será que é possíveldizermos que algo que causa danos, lesões e até a morte, pode ser ao acaso? Não, pois quando falamos em acidentes existem muitos fatores envolvidos, riscos, condições ambientais no trabalho, maquinários, ferramentas, não uso dos EPI’s, comportamento e percepção das pessoas, que podem levar um indivíduo a sofrer um acidente, e não uma mera casualidade, produto da fatalidade ou do destino, portanto, acidentes não existem. Explore Assista ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?feature=player_ detailpage&v=wdGlDQxE_7s#t=3s e pense porque os acidentes não existem. Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT CAT é a Comunicação de Acidente do Trabalho realizada pela empresa à Previdência Social, no prazo legal, independente de ter ocorrido ou não afastamento do trabalhador. Explore Para uma visão completa da CAT, com o formulário e forma de preenchimento acesse o link http://www.cpsol.com.br/upload/arquivo_download/1872/manual%20 preenchimento%20CAT.pdf Análise de Acidentes de Trabalho O propósito de uma análise de acidentes é encontrar as causas que ocasionaram o desencadeamento do acidente, a fim de propor medidas de controle para evitar que um acidente similar ocorra. 13 Em uma análise de acidentes é necessário analisar tanto as Causas Imediatas (atos e/ou condições inseguras) como as Causas Básicas (fatores pessoais e fatores de trabalho). A fim de poder determinar tanto as causas imediatas como as causas básicas é necessário montar uma comissão de análise de acidentes, ir ao local do acidente o mais rápido possível, para obter o maior número de evidências, entrevistar a as pessoas que foram de alguma maneira testemunhas, chefes imediatos, ver antecedentes, planos, normativa, experiência do trabalhador em seu cargo, condições do trabalhador acidentado, em fim são muitos detalhes que exige uma análise de acidentes. (COSTELLA, 1999) É fundamental levar em conta que um acidente de trabalho sempre é multicausal, nunca existe uma única causa e é missão da comissão determinar tais causas. Para isso o grupo que for analisar deve ser interdisciplinar e competente de acordo com o acidente a investigar. Costella,(1999) aponta que é necessário reunir todas as informações que possam levar a multicausalidade da ocorrência do evento, tais como: • Versões do acidente dadas por todas as pessoas que presenciaram o acidente. • Versão dada pelo chefe imediato. • Versão dada pelo encarregado de Saúde Ocupacional. • Versão dada pelo pessoal da manutenção. • Visita de inspeção ao local dos fatos, para evidenciar a situação, é aconselhável fotografar, filmar, etc. • Anotar a data, horário, tempo que o acidentado estava trabalhando, local exato da ocorrência e atividade realizada. Uma vez analisada as informações recolhidas, faz-se uma síntese descritiva de como ocorreu o acidente. Não estabelecer a ocorrência dos fatos rapidamente, deve-se analisar toda a informação necessária para chegar a versão definitiva com a intervenção de todo o grupo. Para finalizar a análise, a parte vital, são as recomendações, estas devem basear-se tanto na normativa legal, nos aspectos técnicos quanto nas contribuições dadas por toda a comissão. Essas recomendações precisam estar orientadas a evitar que um acidente similar torne a ocorrer. Doenças Ocupacionais Como o acidente do trabalho, as doenças ocupacionais são o resultado de acontecimentos não desejados e, geralmente, envolvem o contato ou exposição do trabalhador com um agente (químico, físico, biológico, entre outros) durante um determinado período. As doenças ocupacionais se caracterizam por ocasionar deterioração lenta e paulatina da saúde do trabalhador, produto de uma exposição continuada a situações adversas no ambiente, que provocam danos em sua saúde. (BELLUSCI, 2001). 14 Unidade: Acidentes de Trabalho Conforme discutido anteriormente a doença profissional é aquela que está diretamente relacionada com a tarefa ou trabalho que se realiza. A seguir alguns exemplos mais conhecidos na área de SST (Segurança e Saúde no Trabalho), como o Saturnismo, que ocorre pela exposição ao chumbo, muito utilizado em fundições, fábricas de baterias, cerâmicas, etc.; a Silicose derivada da longa exposição ocupacional do trabalhador, sem proteção adequada, a poeiras de sílica em pequenas partículas geradas em processos industriais, como lixamento de cerâmicas, na britagem de pedras, etc.; a surdez ou hipoacusia (incapacidade parcial ou total da audição) provocada pela exposição ao ruído ou vibrações existentes no ambiente de trabalho. A doença do trabalho é aquela que se relaciona indiretamente com a profissão ou trabalho, ou seja, desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado podendo afetar qualquer trabalhador independente da tarefa que realiza. As situações mais comuns são o estresse no trabalho, desgaste profissional ou Síndrome de Burnout e assédio moral. Trocando Ideias A síndrome de Burnout acomete trabalhadores que desenvolvem atividades laborais marcadas por um contato interpessoal intenso, e é considerado um transtorno emocional provocado pelo trabalho. Desta forma é possível observar que o conceito de saúde (medicina do trabalho, saúde ocupacional e saúde do trabalhador) merece destaque entre os profissionais da área de Segurança e Medicina do Trabalho que atuam na prevenção das doenças ocupacionais. Para uma compreensão maior desses conceitos e das doenças ocupacionais acessem os links • http://www.scielo.br/pdf/rsp/v25n5/03.pdf • http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lista_doencas_relacionadas_trabalho.pdf 15 Material Complementar Caro (a) aluno (a) Para facilitar seus estudos, você encontrará links interessantes com a finalidade de aprofundamento do tema desta unidade. • http://www.unibrasil.com.br/arquivos/direito/20092/bruna-de-oliveira-medeiros.pdf artigo de boa qualidade relatando sobre Acidente de trabalho e Doenças ocupacionais. • http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=39 artigo sobre perícia médica do INSS relacionando o acidente de trabalho e as doenças ocupacionais. • http://www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_analise_acidente.pdf site do Ministério do Trabalho e Emprego onde são abordados textos relacionados ao universo dos acidentes de trabalho. • http://www.ibram.org.br/sites/700/784/00001034.pdf ANAIS de um seminário Nacional que contêm uma discussão sobre a comunicação de acidente de trabalho – CAT. 16 Unidade: Acidentes de Trabalho Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14280:2001. Cadastro de acidente do trabalho – Procedimento de classificação. Rio de Janeiro, 2001. BELLUSCI, Silva M. Doenças profissionais ou do trabalho. São Paulo: SENAC, 2001. BRASIL, Previdência Social. Lei nº 8213 de 24 de junho de 1991. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br (acesso abril 2013) CARDELLA, Benetido. Segurança no trabalho e prevenção de acidentes: uma abordagem holística. São Paulo: Atlas, 2010. COSTELLA, Marcelo. Análise dos Acidentes do Trabalho e Doenças Ocupacionais Ocorridos na Atividade de Construção Civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997. 1999. 168 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999. 17 Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000
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