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1 Ed. Ambiental

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM COMPROMISSO SOCIAL: O DESAFIO DA
SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES
Chapter · January 2009
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1 author:
Philippe Layrargues
University of Brasília
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1 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM COMPROMISSO SOCIAL: O DESAFIO DA 
SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES
1
 
 
Philippe Pomier Layrargues 
 
 
Introdução 
 
Em outra ocasião (Layrargues, 2006) tivemos a oportunidade de discorrer sobre a 
relação entre educação ambiental e reprodução social, momento em que ressaltamos a 
dupla função que a educação ambiental se encontra submetida: a clássica função moral de 
socialização humana com a natureza, e também a pouco compreendida função ideológica 
de reprodução das condições sociais, reprodução esta que pode contemplar a possibilidade 
tanto de manutenção como de transformação social. O intuito nesta e em outras reflexões 
(Layrargues, 2002a, b; 2004) é o de problematizar a perspectiva da educação ambiental 
como um instrumento de reprodução social, para entendê-la além do seu reconhecido papel 
na mudança ambiental, também como um fator de mudança social. A expectativa é de 
empreender uma nova leitura para esse fazer educativo, reavaliando seus fundamentos e 
suas posturas, para no limite, reconhecer que na diversidade interna de opções político-
pedagógicas da educação ambiental, invariavelmente despontam duas situações diversas 
como resultado da intencionalidade pedagógica: a reprodução da sociedade tal qual está, ou 
sua transformação. Essa discussão pode parecer deslocada ou fora de contexto para a 
educação ambiental, contudo, em se tratando de sociedades marcadas pelas injustiças e 
desigualdades, torna-se evidente que a transformação social se revela uma necessidade 
imperativa. Assim, o que se pretende argumentar com essa linha de raciocínio
2
, é a 
consolidação da mudança social como um novo, desejável e possível paradigma para a 
educação ambiental que se assuma articulada com o compromisso social. 
Ao fazer essa distinção das variações político-ideológicas da educação ambiental, 
onde portanto já não é mais possível não apenas aceitar a conjugação da educação 
ambiental no singular, mas sobretudo, reunir todas essas vertentes da educação ambiental 
no mesmo campo ideológico como se a „educação ambiental‟ fosse ideologicamente neutra 
e não representasse um fator de mudança social, evidentemente está se colocando essa 
prática educativa no seu devido lugar no contexto das práticas sociais de sociedades 
assimétricas historicamente determinadas. Isso quer dizer que reconhecemos haver 
diferenças muito comprometedoras entre as múltiplas “educações ambientais” no que diz 
respeito aos seus efeitos sobre a reprodução social, e também, que reconhecemos haver 
 
1
 In: Loureiro, C.F.B.; Layrargues, P.P. & Castro, R. de S. (Orgs.). Repensar a Educação Ambiental: um olhar 
crítico. São Paulo: Cortez. p. 11-31. 2009. 
2
 Agradeço aos importantes comentários de Carlos Frederico Loureiro sobre a primeira versão deste capítulo. 
2 
algumas vertentes da educação ambiental que melhor se aproximam das condições sociais 
dos países periféricos no capitalismo global, marcados por intensas e inaceitáveis 
desigualdades. 
 
 
A desigualdade em cena: o Relatório do Desenvolvimento Humano 
 
O Relatório do Desenvolvimento Humano de 2005 (PNUD, 2005), que tratou da 
cooperação internacional num mundo desigual, traz algumas considerações importantes 
para situar a questão das desigualdades: em primeiro lugar, o documento lembra que 
pobreza e desigualdade não são sinônimos. Pobreza é uma coisa, desigualdade é outra. 
Apesar da pobreza representar uma dimensão da desigualdade – a desigualdade econômica 
–, a desigualdade não é só econômica, como estamos acostumados a perceber no senso 
comum e na maioria dos estudos mais divulgados sobre a desigualdade, mas multifacetada. 
A desigualdade pode se revelar em inúmeras manifestações sociais, como no acesso ou 
falta de acesso aos serviços públicos básicos como educação, saúde, transporte, água e 
saneamento; na questão étnica e de gênero; na ocupação de postos de trabalho, de cargos de 
direção, etc. 
Além disso, o foco conferido à desigualdade permite um tratamento da questão 
social de forma relacional, diferentemente da abordagem feita ao problema da pobreza: por 
definição, a desigualdade é uma questão eminentemente comparativa, colocando lado a 
lado grupos ou estratos sociais distintos da mesma sociedade. Claro que essa abordagem 
relacional permite visualizar as assimetrias e injustiças existentes, podendo-se revelar as 
contradições na expressão econômica do abismo existente entre a riqueza e pobreza a que 
uns se encontram submetidos, via de regra, tratadas de forma naturalizada. 
Por um cuidado semântico, é importante fazer aqui um parêntesis lembrando que 
desigualdade não é sinônimo de diferença, palavras muitas vezes tratadas no senso comum 
com uma superficialidade que retira seus sentidos mais profundos. O antônimo de diferença 
é semelhança, o antônimo de desigual é igual. Não somos e não podemos ser semelhantes, 
podemos e devemos ser diferentes (diversos), porém podemos e devemos evitar ser 
desiguais. Assim, combater a desigualdade não significa, em absoluto, ser contra a 
diversidade. 
Em segundo lugar, o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2005 reconhece 
que o combate à desigualdade ainda não recebeu a atenção que merece receber. Apesar de 
haver políticas de combate e redução da pobreza, ou seja, da dimensão econômica da 
desigualdade, muito pouco tem sido feito para combater a desigualdade. O documento faz 
então um apelo para que sejam dedicados mais esforços para corrigir as assimetrias nas 
sociedades. 
3 
Claro que a política educacional é estruturante no longo prazo para enfrentar a 
desigualdade, mas o Relatório afirma, em terceiro lugar, que a desigualdade se combate 
transversalmente, por meio de várias políticas e não apenas com as políticas sociais ou de 
renda. Em outras palavras, ao relevar a categoria „desigualdade‟ como um fundamento a ser 
enfrentado, o documento deixa claro que não existe dicotomia entre o desenvolvimento 
econômico e o desenvolvimento social, são elementos indissociáveis. 
De fato, para as Nações Unidas, o compromisso em superar as desigualdades, 
assumido na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Social ocorrido uma década antes, 
em 1995, não está sendo cumprido nada satisfatoriamente. Não apenas as desigualdades 
econômicas, mas também as não-econômicas aumentaram na última década. Por isso, o 
Informe sobre a Situação Social no Mundo de 2005 (ONU, 2005) efetuou uma decisiva 
afirmação da necessidade de se considerar a justiça social na formulação de todas as 
políticas públicas, não apenas as econômicas e sociais. Não basta haver crescimento 
econômico ou criar políticas econômicas ou fiscais de cunho distributivo para eliminar a 
pobreza, é preciso enfrentar as desigualdades em todas as suas manifestações. Caso não se 
consiga resolver a questão da desigualdade, dificilmente se alcançará a justiça social, e as 
condições de reprodução da vulnerabilidade social e econômica permanecerão inalteradas. 
O informe qualifica nada menos como „profundamente alarmante‟ o fato do mundo 
hoje deter níveis sem precedentes de riqueza, conhecimento técnico, saber científico e 
médico,e um grau de desigualdade jamais visto na história. No mesmo sentido, o Relatório 
do Desenvolvimento Humano de 2002 (PNUD, 2002) qualifica o nível da desigualdade 
mundial como „absurdo‟. 
Guimarães (2007), analisando as perspectivas do livre comércio que acabam por 
aprofundar as desigualdades sociais entre os países, afirma que o maior desafio da 
humanidade atualmente não está no crescimento econômico quantitativo, mas no 
crescimento econômico qualitativo, aquele que pode promover o bem-estar social e a 
redução das desigualdades socioeconômicas. O autor considera politicamente temerário a 
busca de maiores níveis de crescimento econômico ignorando-se a desigualdade social, e 
isso seria simplesmente desastroso para a sustentabilidade ambiental. As desigualdades 
sociais, políticas e ambientais contribuem com a desintegração social e representam uma 
das principais causas da insustentabilidade. Para ele, a persistência e inclusive o 
agravamento das várias formas de desigualdade global e nacional já não podem mais ser 
toleradas por uma sociedade que se pretende civilizada. Simplesmente não existem mais 
desculpas para que a maior parcela da população mundial viva em condições de exclusão e 
de pobreza. 
Guimarães (2007) sustenta a tese de que aos tradicionais desafios para a 
materialização do desenvolvimento efetivamente sustentável social, econômica e 
ambientalmente, somaram-se os efeitos da globalização assimétrica e desfavorável para os 
países em desenvolvimento. O “livre” comércio é na verdade apenas para uns poucos, para 
4 
a maioria ele é pesadamente regulado, mantendo inalterada a desigualdade entre os países. 
Assim, o livre comércio se torna um dos fatores determinantes da desigualdade, e para 
superar essa situação, o autor enfatiza que será necessário restaurar o equilíbrio entre as 
forças de mercado e o interesse público, e é nesse sentido que o Estado continua sendo 
único, necessário e indispensável para o desenvolvimento. 
Para analisar a crise contemporânea e propor um outro modelo de desenvolvimento, 
Furtado (2002) se interroga porque o Brasil é praticamente o país campeão mundial em 
desigualdades sociais, porque afinal de contas este país é singular na concentração de 
renda. Lembrando que o Brasil não é um país pobre, mas sim desigual, o autor afirma que o 
problema da pobreza no Brasil não é de escassez de recursos, mas sim da forte propensão 
ao consumo por parte dos grupos de alta renda. 
 
 
A desigualdade em foco: meio ambiente e políticas distributivas 
 
O (relativo) consenso em torno da mudança ambiental 
 
A crise ambiental trouxe novos desafios para as sociedades modernas, exigindo uma 
alteração no rumo civilizatório, e na tentativa de escapar da catástrofe ambiental, os 
sistemas sociais vêm se adaptando à nova realidade. Em graus variáveis, o sistema 
econômico começou a internalizar a relação entre a economia e o meio ambiente para 
valorar os bens ambientais que se encontram fora do mercado
3
, a tecnologia criou a 
tecnologia eco-eficiente para economizar energia e recursos, a política viu nascer um 
partido verde para defender a causa ambiental e internalizou a variável ambiental em suas 
doutrinas político-ideológicas e programas de governo, o direito se ramificou com um 
direito ambiental contribuindo com um novo arcabouço legal normativo, a educação 
qualificou-se de ambiental para auxiliar no processo de sensibilização e aquisição de uma 
nova cultura, a religião efetuou uma releitura de suas doutrinas e fundamentos espirituais, a 
comunicação criou editorias na mídia para informar a população sobre a situação 
ambiental, e assim sucessivamente. 
A mudança ambiental, ainda por se confirmar com qual grau de profundidade, 
provavelmente deve ser a mudança de maior importância para o destino da história humana. 
Mas uma mudança apenas relativamente consensuada em relação à sua imperativa 
necessidade por todos os atores sociais, uma vez que ela desponta no horizonte civilizatório 
como uma unanimidade, sem aparentemente opor grandes interesses divergentes. Desde 
que os interesses econômicos, o lucro e os privilégios não sejam afetados... A comunidade 
 
3
 Não é nosso propósito aqui discorrer sobre as diferenças entre a economia ambiental e a economia 
ecológica, mas é importante sinalizar para a existência de disputas ideológicas entre visões de mundo 
diferentes na abordagem econômica para a questão ambiental. 
5 
ambiental representa a força social sustentabilista, aquela que em termos gerais procura 
mudar a relação entre o ser humano e a natureza e trabalha para que a crise ambiental seja 
revertida, em contraposição à força social “desenvolvimentista”. 
Mas a própria comunidade ambiental deseja diferentes tipos de mudança, uns 
querem que sejam profundas e radicais, contemplando o âmbito ético e paradigmático, 
outros querem apenas que sejam superficiais, reformando os sistemas sociais, para que a 
mudança ambiental seja efetuada mantendo-se intacto os mecanismos de reprodução social, 
sem qualquer alteração das relações de poder, e o fato é que estes interesses se confundem 
com os das forças desenvolvimentistas... 
Ocorre que se por um lado é quase unânime que é necessário haver uma urgente 
mudança ambiental, por outro lado, não é totalmente óbvio que a mudança ambiental deva 
ocorrer de modo associado à também necessária mudança social, aquela que objetiva 
eliminar o quadro de desigualdades e de injustiças, suprimindo os mecanismos de 
exploração econômica, concentração de renda, exclusão e opressão social, que predominam 
nas práticas sociais realizadas internamente nas sociedades de mercado atuais e também 
entre os países centrais e periféricos do sistema capitalista mundial. 
 
Injustiça ambiental
4
: a materialização da desigualdade ambiental 
 
O fato é que os efeitos da crise ambiental já são sentidos na vida cotidiana dos seres 
humanos, e uns são mais vítimas dos danos ambientais do que outros, a ponto de terem sido 
cunhados novos conceitos definidores desse fenômeno: fala-se de risco e vulnerabilidade 
ambiental a que determinados grupos sociais são submetidos, quando suas condições de 
vida ou de trabalho são ameaçadas em função da degradação ambiental, que por sua vez, 
provocam conflitos sócio-ambientais polarizados entre sujeitos sociais que se beneficiam da 
geração de riqueza a partir da exploração dos recursos ambientais, demandando, então, 
justiça ambiental para que coletividades que normalmente já se encontram em condições de 
vulnerabilidade social, econômica e política, também não se encontrem em condições de 
vulnerabilidade ambiental, como os moradores de encostas de morros e margens de rios 
dos centros urbanos destituídos de políticas habitacionais; trabalhadores de 
empreendimentos produtivos que são vítimas de riscos tecnológicos e das condições de 
insalubridade do trabalho; comunidades rurais dependentes de recursos naturais, como as 
populações ribeirinhas, indígenas e extrativistas de um modo geral, que vêem suas 
atividades de subsistência ameaçadas pela expansão da fronteira agrícola, pela invasão 
turística, pela criação de Unidades de Conservação, pela mineração, entre outros. 
Os conflitos ambientais desrespeitam os direitos mais básicos do ser humano, seja 
no ambiente original de vida, como numa comunidade remanescente quilombola atingida 
 
4
 Para uma noção mais adensada dos conceitos de justiça e conflito ambiental, recomendamos a consulta a 
Acselrad (2005), Acselrad, Herculano e Pádua (2004), Carvalho (1995), Lopes (2004) e Theodoro (2005). 
6 
pela construção de uma barragem,seja no ambiente de trabalho, como na indústria do 
amianto, que contamina o trabalhador com a asbestose, doença que atinge os pulmões. 
Herculano (2002) define justiça ambiental como: 
 
“o conjunto de princípios que asseguram que nenhum grupo de pessoas, sejam grupos 
étnicos, raciais ou de classe, suporte uma parcela desproporcional das conseqüências 
ambientais negativas de operações econômicas, de políticas ou programas federais, 
estaduais e locais, bem como resultantes da ausência ou omissão de tais políticas. Ou seja, 
justiça ambiental é o princípio em que os custos ambientais devem ser distribuídos de 
maneira justa entre a sociedade. Complementarmente, entende-se por injustiça ambiental o 
mecanismo pelo qual sociedades desiguais destinam a maior carga dos danos ambientais do 
desenvolvimento a grupos sociais de trabalhadores, populações de baixa renda, grupos 
raciais discriminados, populações marginalizadas e mais vulneráveis.” (p. 2) 
 
Herculano (2002) salienta justamente que o conceito de justiça ambiental representa 
a oportunidade para introduzir no campo ambiental a perspectiva das desigualdades sociais. 
A justiça ambiental analisa a poluição ambiental de modo geral pela perspectiva das 
hierarquias sociais, ou seja, pelas classes sociais. Assim, torna-se evidente que 
sustentabilidade é muito mais do que proteger a natureza para as gerações futuras, é 
também uma questão de justiça social. 
Em paralelo ao conceito de justiça ambiental, atualmente se cunhou um outro termo, 
a „Desigualdade Ambiental’ que é definida como a exposição diferenciada de grupos 
sociais a amenidades (ar puro, áreas verdes e água limpa) e situações de risco ambiental. 
Minorias étnicas e grupos de baixa renda estão mais expostos a riscos ambientais como 
enchentes (inundações), deslizamentos (desmoronamentos), poluição, contaminação, etc. 
Ou seja, existe uma relação entre baixa condição socioeconômica e alta exposição ao risco 
ambiental, corroborando a desigual distribuição dos riscos ambientais entre os grupos 
sociais, causando injustiça ambiental. Outra forma de conceber a desigualdade ambiental é 
relacioná-la com outras formas de desigualdade, como raça, sexo, renda, etc. Neste caso, os 
indivíduos são desiguais ambientalmente porque são desiguais de outras maneiras. Visto 
dessa forma, a noção de desigualdade ambiental possui uma sobreposição a outras formas 
de desigualdade. Assim, a desigualdade social estaria na origem da desigualdade ambiental, 
já que indivíduos e grupos sociais possuem acesso diferenciado a bens e amenidades 
ambientais. 
Guimarães (2007) entende que precisamente porque os pobres dos países em 
desenvolvimento tendem a viver em terras marginais, eles se vêem mais vulneráveis aos 
efeitos da degradação ambiental. São áreas pouco férteis para agricultura, suscetíveis a 
inundações, desmoronamentos, secas, erosão e outras formas de degradação. Mais de 90% 
das vidas perdidas em desastres ditos „naturais‟ viviam em países em desenvolvimento. Por 
isso o autor entende que a desigualdade social e a degradação ambiental não devem ser 
7 
definidas como problemas individuais que podem ser resolvidos pelo mercado, mas sim 
como desafios sociais de caráter coletivo. 
O estudo de Alves (2007) evidenciou haver populações residentes em áreas de risco 
ambiental na cidade de São Paulo com condições socioeconômicas significativamente 
piores do que as não residentes nestas áreas, o que representa prova empírica de 
desigualdade ambiental. Um para cada cinco habitantes da cidade de São Paulo reside em 
área de risco ambiental associado a enchentes e deslizamentos de encostas. 
É preciso ainda considerar os estudos como o de Kempf & Rossignol (2005), que 
assinalam que a desigualdade econômica é maléfica à proteção ambiental: quanto mais 
desigual for a sociedade e mais pobres serem os eleitores, haverá menores condições de se 
criar políticas públicas devotadas à melhoria ambiental, pois as escolhas irão na direção do 
aumento do crescimento econômico. A pesquisa “O que o brasileiro pensa do meio 
ambiente, do desenvolvimento e da sustentabilidade” (MMA/MAST/ISER, 1997) 
corrobora esse fato, quando afirma que apesar de quase 2/3 da população brasileira não 
aceitar a poluição como o preço para garantir empregos, reconhece que quanto mais baixa é 
a posição do entrevistado na pirâmide social, maior é a disposição para baixar a qualidade 
ambiental. 
É nessa perspectiva que a questão ambiental emerge potencialmente como uma 
questão de justiça distributiva, para eliminar as desigualdades materializadas pelos conflitos 
sócio-ambientais. 
 
Políticas ambientais como políticas distributivistas 
 
Uma vertente que procura explicar a crise ambiental é a que entende tratar-se de 
uma questão de base material, ou seja, que não é apenas uma visão de mundo ou uma 
cultura que precisa ser substituída, mas também as relações sociais que têm como pano de 
fundo a interação com o acesso (livre ou regulado), apropriação (individual ou coletiva) e 
uso (privado ou público) dos recursos ambientais. 
Então o que está em jogo para a construção da sustentabilidade também é o 
estabelecimento de políticas ambientais que criem regras de convívio social que regulem o 
acesso e o uso dos recursos ambientais, definindo os critérios para a repartição dos 
benefícios e prejuízos das riquezas geradas pelo uso dos produtos e serviços ambientais. É 
o estabelecimento de políticas que estejam na interface entre a questão ambiental e a justiça 
distributiva tendo como horizonte a eliminação das desigualdades. 
E aqui entra em cena o cerne do dilema civilizacional cuja crise ambiental é apenas 
uma de suas manifestações: desde que o ser humano começou a viver de modo gregário em 
sociedades complexas, dois sistemas sociais tiveram suas atribuições bem definidas a 
respeito da geração e distribuição das riquezas numa coletividade: a Economia se encarrega 
da produção, a Política se encarrega da distribuição. Apesar dessas atribuições serem bem 
8 
delimitadas, elas são complementares e dialeticamente tensionadas, uma vez que 
respondem a subjetividades contraditórias. 
Os sistemas político-ideológicos se envolvem na definição de qual relação entre 
Economia e Política é a mais adequada para o bem-estar e a coesão social de uma 
coletividade, ou seja, qual arranjo entre os mecanismos produtivos e distributivos da 
riqueza seria mais eficaz. Ocorre que essa é uma questão abstrata, não redutível a uma 
fórmula matemática neutra que defina a formulação ideal, daí a variedade de modelos 
político-ideológicos que constantemente se redefinem e se atualizam. Se uns acreditam que 
as sociedades devem ser mais igualitárias possível, cabendo à Política um papel 
preponderante sobre a Economia, permitindo a máxima distribuição das riquezas 
produzidas na coletividade, outros entendem que as sociedades devem ser o mais livres 
possíveis, minimizando a interferência da Política sobre a Economia, permitindo a 
acumulação da riqueza gerada entre aqueles que tomaram a iniciativa de produzir riquezas. 
Observa-se nessa correlação de forças, não apenas a clivagem esquerda x direita, mas o 
conflito entre os valores cooperativos e solidários daqueles que desejam sociedades 
majoritariamente igualitárias, e os valores competitivos e individualistas daqueles que 
desejam sociedades majoritariamente livres, que se manifestam cotidianamente na disputa 
do poder pela prevalência da Política sobre a Economia, e vice-versa. 
Atestando a perenidade da conflituosidade, na véspera da Rio-92, dizia a Comissão 
Interministerial para a preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento (1991): “A principal beneficiáriada proteção ambiental deve ser a 
sociedade. Os recursos são, porém; escassos e não há concordância dentro de qualquer 
sociedade, seja local ou internacional, de como estes recursos devem ser compartilhados. 
Se por um lado é fácil dizer que a proteção ambiental deve beneficiar o ser humano, é 
difícil, porém, especificar quais grupos sociais devem receber os benefícios e quais devem 
paga os custos.” 
Quanto menor as desigualdades, maior a sustentabilidade, e melhor a democracia. 
Não se constrói uma sustentabilidade forte, ampliada, se não se garantir a eliminação da 
sociedade de risco, excludente, unidimensional, monopolista, capitalista. Não se constrói 
uma verdadeira sustentabilidade se não dermos conta da dimensão ecológica e ambiental, 
evidentemente; mas também – e simultaneamente – se não dermos conta da 
sustentabilidade econômica, social, cultural, política e territorial, ou seja, de todas as 
dimensões da vida humana vivida em sociedade. Visto desta forma, o contexto (político, 
cultural, sócio-econômico) desponta como elemento estruturante para resignificar o atributo 
ambiental. 
Em síntese, a desigualdade não se manifesta apenas em termos econômicos de 
distribuição de renda. Existe também uma dimensão ambiental na desigualdade, ainda por 
ganhar visibilidade pública e reconhecimento político. E o conflito sócio-ambiental é a 
expressão nítida da dimensão ambiental da desigualdade, polarizando sujeitos sociais em 
9 
condições assimétricas de acesso ao poder, e nesse contexto, a política ambiental pode 
despontar como um elemento de justiça distributiva, somando-se às demais políticas 
distributivas. 
No limite, injustiça ambiental ou desigualdade ambiental, ambos são sintomas de 
degradação ambiental. 
A sustentabilidade ambiental depende do enfrentamento simultâneo dos problemas 
ambientais derivados da pobreza e da riqueza. Como o planeta é um só e o padrão de 
produção e consumo mundial já ultrapassou o limite da capacidade de reposição, não é 
possível imaginar uma solução onde apenas a poluição da pobreza seja enfrentada. Daí o 
foco no combate à desigualdade. 
Reduzir a pobreza pode contribuir com a melhoria ambiental. Os pobres tendem a 
sofrer mais com a poluição ou estresse ambiental. 
A reflexão a respeito da justiça distributiva, que visa romper com os processos 
historicamente instituídos de concentração de renda e exclusão social, apresenta a tendência 
em enfatizar políticas econômicas e sociais (progressividade do imposto de renda, renda 
mínima, bolsa educação, saúde, cotas universitárias, etc.). Porém, no contexto da sociedade 
de risco, onde se evidencia que a crise ambiental afeta de modo desigual o tecido social, 
emerge a categoria dos sujeitos em condições de vulnerabilidade ambiental, via de regra, os 
mesmos sujeitos impactados por condições de vulnerabilidade econômica e social, objeto 
das políticas distributivas. 
Nesse sentido, desponta a necessidade de criação de políticas públicas voltadas ao 
enfrentamento dessa problemática. E o Brasil, como um dos países mais desiguais do 
mundo, tem essa questão como um contexto estruturante para a educação ambiental com 
compromisso social. 
Diz a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 
Nacional: 
 
“Provavelmente o maior desafio na construção da sustentabilidade no Brasil está em 
conseguir reduzir as desigualdades sociais, seja em termos de segmentos sociais, seja em 
termos regionais. Mas não haverá como chegar a uma sociedade estável, capaz de 
proporcionar justiça, trabalho, mobilidade social, esperança a cada um dos cidadãos sem 
modificar profundamente o quadro da distribuição da renda no país. (...) Em síntese, a 
redução das desigualdades sociais passa por políticas tributárias redistributivas, políticas de 
geração de emprego e renda, políticas compensatórias para segmentos e grupos 
particularmente vulneráveis e pela educação, variável fundamental.” (p. 36) 
 
E parece que o assunto começa a ganhar a pauta política: em 2007 por exemplo, 
dois relatórios das Nações Unidas, o Global Environment Outlook – GEO 4 (UNEP, 2007) 
e o Relatório de Desenvolvimento Humano 2007-2008, destinado ao combate das 
alterações climáticas (PNUD, 2007), assumem a questão do risco e vulnerabilidade 
10 
ambiental em um mundo desigual. Já não causa mais surpresa ou estranhamento ver o 
estabelecimento da relação entre meio ambiente e desigualdade, e ver a possibilidade da 
questão ambiental despontar como uma política distributiva. 
Já começam a aparecem enunciados como a manchete de uma notícia no boletim da 
Comissão Pastoral da Terra, sobre a Conferência dos Povos do São Francisco e do Semi-
Árido, ocorrido em fevereiro de 2008 em Sobradinho: “Desigualdade social e degradação 
ambiental são as principais preocupações de conferencistas”. Com efeito, há elementos 
que indicam que atualmente a questão da desigualdade está ganhando espaço nos debates 
sobre políticas públicas, para além dos debates sobre a pobreza, e o melhor de tudo é que se 
começa a articular a pauta ambiental com a desigualdade. Ponto para a justiça sócio-
ambiental que ganha muito em densidade e maturidade na reflexão e ação sobre o tema. 
 
 
Educação ambiental e mudança social? 
 
Mas o que primeiro vem à cabeça quando ouvimos dizer “educação ambiental”? 
Uma prática educativa voltada à conservação e melhoria ambiental? Uma modalidade da 
educação associada ao desenvolvimento sustentável? Uma prática educativa que vincula a 
relação humana com a natureza, chamando a atenção para o desequilíbrio ambiental 
provocado pelas atividades humanas? Uma prática educativa que pleiteia uma mudança de 
comportamentos e atitudes ecologicamente corretas? 
Se concordamos com o exposto acima, então o que “educação ambiental” tem a ver 
com “Mudança Social”? Educação ambiental tem relação com concentração de renda? Com 
exclusão social? Com desigualdade? Justiça social? Ou por ser “ambiental”, essa educação 
tem compromisso apenas com a criação de uma ética e consciência ambiental? A mudança 
social, apesar de ser algo necessário, não parece ter muito a ver com a questão ambiental... 
Mas se a educação ambiental é uma prática pedagógica voltada para a criação de uma outra 
relação entre o ser humano e a natureza, como é possível haver uma educação ambiental 
com responsabilidade social? Como é possível uma educação que é “ambiental” incorporar 
também a questão social? Como é possível juntar duas coisas que sempre vimos separadas? 
A questão que se coloca é se a educação ambiental, da mesma forma que a Educação, 
possui relações com a mudança social, seja na perspectiva da manutenção do status quo ou 
da transformação social. 
 
 
Complexidade e a releitura do significado da educação ambiental 
 
Educação ambiental é uma prática que dialoga com a questão ambiental. E no senso 
comum, essa prática visa uma mudança de valores, atitudes e comportamentos para o 
11 
estabelecimento de uma outra relação entre o ser humano e a natureza, que deixe de ser 
instrumental e utilitarista, para se tornar harmoniosa e respeitadora dos limites ecológicos. 
Uma relação onde agora a natureza não seja mais compreendida apenas como um “recurso 
natural” passível de apropriação humana a qualquer custo para nosso usufruto. 
A dificuldade de perceber o vínculo entre a questão ambiental e social é devida a 
uma questão de entendimento: desde que se cunhou o termo educação ambiental, o adjetivo 
“ambiental” foi predominantemente compreendido como sinônimo de “ecológico”. E assim 
se cristalizou um significado muito comum da educação ambiental: algo que diz respeito à 
ecologia, apesar de Tbilisi já dizer o contrário desde 1977...Só que “ambiental” é muito 
mais do que “ecológico”. Educação ambiental não é sinônimo de “educação ecológica”, 
porque vai além do aprendizado sobre a estrutura e funcionamento dos sistemas ecológicos, 
e abrange também a compreensão da estrutura e funcionamento dos sistemas sociais. E para 
complicar ainda mais, envolve a interação – material e simbólica – desses dois sistemas. 
Por isso que se ouve falar da construção de sociedades sustentáveis, aquelas que são ao 
mesmo tempo ecologicamente prudentes, economicamente viáveis, socialmente justas, 
culturalmente diversas, territorialmente suficientes, politicamente atuantes. É o desafio da 
complexidade! Como entender as mútuas relações de causalidade entre os fatores 
ecológicos, econômicos, sociais, culturais, territoriais, políticos... realmente não é fácil. 
Afinal, não estamos acostumados a ver as coisas assim, ao contrário, tendemos a separar, 
dividir. É o paradigma cartesiano, que nos faz ver as coisas sem conexões. Ao analisar o 
mundo, simplificamos a compreensão da realidade, perdemos a dimensão do todo, e 
desconsideramos o contexto no qual o problema ambiental em questão está inserido. 
As questões sociais e ambientais são indissociáveis, apesar de serem tratadas 
separadamente por uma leitura ideológica que as dicotomizou. A realidade foi simplificada 
e acabamos nos acostumando a ver limitadamente, por um lado as questões sociais, e por 
outro, as questões ambientais. Por se tratar de uma outra visão da realidade, é perfeitamente 
compreensível a dificuldade de se ver questões sociais e ambientais associadas. 
Justiça ambiental desponta como um conceito central para a educação ambiental 
com compromisso social. 
 
Implicações para a prática do educador ambiental com compromisso social 
 
Considerar a mudança social na educação ambiental, ou seja, assumir o 
compromisso por uma educação ambiental com responsabilidade social, empenhada 
também na transformação social, implica em uma reelaboração conceitual, mas também em 
se assumir outras posturas decorrentes da incorporação da perspectiva da questão ambiental 
como uma questão de justiça distributiva, para uma coerente tradução nas estratégias de 
ação das práticas pedagógicas da educação ambiental. 
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Isso implica em considerar os contextos sócio-econômico e cultural, para incorporar 
a estrutura social, cultural e econômica na elaboração do projeto político-pedagógico das 
reflexões/ações educativas. Implica, também, em identificar os atores sociais em situação 
de risco e conflito sócio-ambiental, para além do mapeamento dos problemas ambientais. O 
problema ambiental é diferente do conflito sócio-ambiental, uma vez que o enfoque do 
problema ambiental tira do contexto analisado os atores sociais em disputa, que o enfoque 
do conflito sócio-ambiental recupera para a centralidade da análise. Isso implica ainda em 
facilitar a compreensão das assimetrias no poder, das injustiças existentes, dos mecanismos 
de concentração de renda e exclusão social, dos esquemas de opressão social e cultural. 
 Fazer educação ambiental com compromisso social significa reestruturar a 
compreensão de educação ambiental, para estabelecer a conexão entre justiça ambiental, 
desigualdade e transformação social. A justiça ambiental é o elemento que nos permite ver 
com clareza a conexão entre as questões sociais e ambientais, e no campo da educação 
ambiental, trabalhar com processos pedagógicos vinculados à expansão da fronteira 
desenvolvimentista com os grupos sociais em condições de risco e vulnerabilidade 
ambiental permite a abordagem contextualizadora, complexa e crítica. Significa também 
uma readequação político-institucional para articular as forças sociais que lutam por um 
mundo melhor, que tem agendas afins e podem potencializar alianças entre os educadores 
ambientais, os educadores populares, os sujeitos da justiça ambiental, o movimento 
feminista, pacifista e da economia solidária, que buscam reverter o quadro de desigualdade 
social, exclusão social e concentração de renda. 
A educação ambiental com compromisso social não pode abrir mão da politização 
do debate ambiental, situando-o no terreno das doutrinas político-ideológicas e seus 
respectivos mecanismos de produção e reprodução social, trabalhando pelas condições 
ideais para os atores sociais perceberem a existência das situações de vulnerabilidade e 
risco ambiental, motivarem-se a reagir e participar para institucionalizar o risco ambiental. 
Educação ambiental com compromisso social é aquela que articula a discussão da 
relação entre o ser humano a natureza inserido no contexto das relações sociais. É aquela 
que propicia o desenvolvimento de uma consciência ecológica no educando, mas que 
contextualiza seu projeto político-pedagógico de modo a enfrentar também a padronização 
cultural, exclusão social, concentração de renda, apatia política; além da degradação da 
natureza. É aquela que enfrenta o desafio da complexidade, incorporando na reflexão 
categorias de análise como trabalho, mercadoria e alienação. 
Programas de educação ambiental que implementam campanhas de coleta seletiva e 
reciclagem, e que são planejados sem essa contextualização, tendem a gerar o 
desenvolvimento de uma consciência ecológica sem compromisso social, uma vez que 
reforçam a cultura consumista e os mecanismos de concentração de renda e exclusão social. 
O movimento pela justiça ambiental pode significar uma nova forma de lutar contra 
as desigualdades sociais, que ao mesmo tempo é uma forma de lutar contra a degradação 
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ambiental. Mas Herculano (2002) salienta que as gigantescas injustiças sociais brasileiras 
encobrem e naturalizam a exposição desigual à poluição e o ônus desigual dos custos do 
desenvolvimento. Dado ao amplo leque de agudas desigualdades sociais no país, a 
exposição desigual aos riscos químicos fica aparentemente obscurecida e dissimulada pela 
extrema pobreza e as péssimas condições gerais de vida a ela associadas. Assim, justamente 
as maiores vítimas das injustiças ambientais não percebem a situação a que estão expostas; 
e aí pode entrar um papel a desempenhar pelo educador ambiental com compromisso 
social, com o intuito de mobilizar sujeitos políticos à participação pública, auxiliando tais 
grupos e comunidades, por meio da pesquisa-ação, por exemplo, a desvelar a realidade a 
que estão submetidos com todas as suas contradições e auxiliá-los a se instrumentar na 
defesa de seus direitos e interesses. 
Educação ambiental é Educação; e como tal, serve seja para manter ou mudar a 
realidade, reproduzir ou transformar a sociedade. A educação “ambiental” não só poderia 
como deveria ser praticada com responsabilidade “social”, pois com ela é possível 
contribuir com a mudança do quadro das desigualdades no país e no mundo. 
 
 
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