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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/315011015 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM COMPROMISSO SOCIAL: O DESAFIO DA SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES Chapter · January 2009 CITATIONS 9 READS 3,389 1 author: Philippe Layrargues University of Brasília 32 PUBLICATIONS 258 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Philippe Layrargues on 14 March 2017. The user has requested enhancement of the downloaded file. 1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM COMPROMISSO SOCIAL: O DESAFIO DA SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES 1 Philippe Pomier Layrargues Introdução Em outra ocasião (Layrargues, 2006) tivemos a oportunidade de discorrer sobre a relação entre educação ambiental e reprodução social, momento em que ressaltamos a dupla função que a educação ambiental se encontra submetida: a clássica função moral de socialização humana com a natureza, e também a pouco compreendida função ideológica de reprodução das condições sociais, reprodução esta que pode contemplar a possibilidade tanto de manutenção como de transformação social. O intuito nesta e em outras reflexões (Layrargues, 2002a, b; 2004) é o de problematizar a perspectiva da educação ambiental como um instrumento de reprodução social, para entendê-la além do seu reconhecido papel na mudança ambiental, também como um fator de mudança social. A expectativa é de empreender uma nova leitura para esse fazer educativo, reavaliando seus fundamentos e suas posturas, para no limite, reconhecer que na diversidade interna de opções político- pedagógicas da educação ambiental, invariavelmente despontam duas situações diversas como resultado da intencionalidade pedagógica: a reprodução da sociedade tal qual está, ou sua transformação. Essa discussão pode parecer deslocada ou fora de contexto para a educação ambiental, contudo, em se tratando de sociedades marcadas pelas injustiças e desigualdades, torna-se evidente que a transformação social se revela uma necessidade imperativa. Assim, o que se pretende argumentar com essa linha de raciocínio 2 , é a consolidação da mudança social como um novo, desejável e possível paradigma para a educação ambiental que se assuma articulada com o compromisso social. Ao fazer essa distinção das variações político-ideológicas da educação ambiental, onde portanto já não é mais possível não apenas aceitar a conjugação da educação ambiental no singular, mas sobretudo, reunir todas essas vertentes da educação ambiental no mesmo campo ideológico como se a „educação ambiental‟ fosse ideologicamente neutra e não representasse um fator de mudança social, evidentemente está se colocando essa prática educativa no seu devido lugar no contexto das práticas sociais de sociedades assimétricas historicamente determinadas. Isso quer dizer que reconhecemos haver diferenças muito comprometedoras entre as múltiplas “educações ambientais” no que diz respeito aos seus efeitos sobre a reprodução social, e também, que reconhecemos haver 1 In: Loureiro, C.F.B.; Layrargues, P.P. & Castro, R. de S. (Orgs.). Repensar a Educação Ambiental: um olhar crítico. São Paulo: Cortez. p. 11-31. 2009. 2 Agradeço aos importantes comentários de Carlos Frederico Loureiro sobre a primeira versão deste capítulo. 2 algumas vertentes da educação ambiental que melhor se aproximam das condições sociais dos países periféricos no capitalismo global, marcados por intensas e inaceitáveis desigualdades. A desigualdade em cena: o Relatório do Desenvolvimento Humano O Relatório do Desenvolvimento Humano de 2005 (PNUD, 2005), que tratou da cooperação internacional num mundo desigual, traz algumas considerações importantes para situar a questão das desigualdades: em primeiro lugar, o documento lembra que pobreza e desigualdade não são sinônimos. Pobreza é uma coisa, desigualdade é outra. Apesar da pobreza representar uma dimensão da desigualdade – a desigualdade econômica –, a desigualdade não é só econômica, como estamos acostumados a perceber no senso comum e na maioria dos estudos mais divulgados sobre a desigualdade, mas multifacetada. A desigualdade pode se revelar em inúmeras manifestações sociais, como no acesso ou falta de acesso aos serviços públicos básicos como educação, saúde, transporte, água e saneamento; na questão étnica e de gênero; na ocupação de postos de trabalho, de cargos de direção, etc. Além disso, o foco conferido à desigualdade permite um tratamento da questão social de forma relacional, diferentemente da abordagem feita ao problema da pobreza: por definição, a desigualdade é uma questão eminentemente comparativa, colocando lado a lado grupos ou estratos sociais distintos da mesma sociedade. Claro que essa abordagem relacional permite visualizar as assimetrias e injustiças existentes, podendo-se revelar as contradições na expressão econômica do abismo existente entre a riqueza e pobreza a que uns se encontram submetidos, via de regra, tratadas de forma naturalizada. Por um cuidado semântico, é importante fazer aqui um parêntesis lembrando que desigualdade não é sinônimo de diferença, palavras muitas vezes tratadas no senso comum com uma superficialidade que retira seus sentidos mais profundos. O antônimo de diferença é semelhança, o antônimo de desigual é igual. Não somos e não podemos ser semelhantes, podemos e devemos ser diferentes (diversos), porém podemos e devemos evitar ser desiguais. Assim, combater a desigualdade não significa, em absoluto, ser contra a diversidade. Em segundo lugar, o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2005 reconhece que o combate à desigualdade ainda não recebeu a atenção que merece receber. Apesar de haver políticas de combate e redução da pobreza, ou seja, da dimensão econômica da desigualdade, muito pouco tem sido feito para combater a desigualdade. O documento faz então um apelo para que sejam dedicados mais esforços para corrigir as assimetrias nas sociedades. 3 Claro que a política educacional é estruturante no longo prazo para enfrentar a desigualdade, mas o Relatório afirma, em terceiro lugar, que a desigualdade se combate transversalmente, por meio de várias políticas e não apenas com as políticas sociais ou de renda. Em outras palavras, ao relevar a categoria „desigualdade‟ como um fundamento a ser enfrentado, o documento deixa claro que não existe dicotomia entre o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento social, são elementos indissociáveis. De fato, para as Nações Unidas, o compromisso em superar as desigualdades, assumido na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Social ocorrido uma década antes, em 1995, não está sendo cumprido nada satisfatoriamente. Não apenas as desigualdades econômicas, mas também as não-econômicas aumentaram na última década. Por isso, o Informe sobre a Situação Social no Mundo de 2005 (ONU, 2005) efetuou uma decisiva afirmação da necessidade de se considerar a justiça social na formulação de todas as políticas públicas, não apenas as econômicas e sociais. Não basta haver crescimento econômico ou criar políticas econômicas ou fiscais de cunho distributivo para eliminar a pobreza, é preciso enfrentar as desigualdades em todas as suas manifestações. Caso não se consiga resolver a questão da desigualdade, dificilmente se alcançará a justiça social, e as condições de reprodução da vulnerabilidade social e econômica permanecerão inalteradas. O informe qualifica nada menos como „profundamente alarmante‟ o fato do mundo hoje deter níveis sem precedentes de riqueza, conhecimento técnico, saber científico e médico,e um grau de desigualdade jamais visto na história. No mesmo sentido, o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2002 (PNUD, 2002) qualifica o nível da desigualdade mundial como „absurdo‟. Guimarães (2007), analisando as perspectivas do livre comércio que acabam por aprofundar as desigualdades sociais entre os países, afirma que o maior desafio da humanidade atualmente não está no crescimento econômico quantitativo, mas no crescimento econômico qualitativo, aquele que pode promover o bem-estar social e a redução das desigualdades socioeconômicas. O autor considera politicamente temerário a busca de maiores níveis de crescimento econômico ignorando-se a desigualdade social, e isso seria simplesmente desastroso para a sustentabilidade ambiental. As desigualdades sociais, políticas e ambientais contribuem com a desintegração social e representam uma das principais causas da insustentabilidade. Para ele, a persistência e inclusive o agravamento das várias formas de desigualdade global e nacional já não podem mais ser toleradas por uma sociedade que se pretende civilizada. Simplesmente não existem mais desculpas para que a maior parcela da população mundial viva em condições de exclusão e de pobreza. Guimarães (2007) sustenta a tese de que aos tradicionais desafios para a materialização do desenvolvimento efetivamente sustentável social, econômica e ambientalmente, somaram-se os efeitos da globalização assimétrica e desfavorável para os países em desenvolvimento. O “livre” comércio é na verdade apenas para uns poucos, para 4 a maioria ele é pesadamente regulado, mantendo inalterada a desigualdade entre os países. Assim, o livre comércio se torna um dos fatores determinantes da desigualdade, e para superar essa situação, o autor enfatiza que será necessário restaurar o equilíbrio entre as forças de mercado e o interesse público, e é nesse sentido que o Estado continua sendo único, necessário e indispensável para o desenvolvimento. Para analisar a crise contemporânea e propor um outro modelo de desenvolvimento, Furtado (2002) se interroga porque o Brasil é praticamente o país campeão mundial em desigualdades sociais, porque afinal de contas este país é singular na concentração de renda. Lembrando que o Brasil não é um país pobre, mas sim desigual, o autor afirma que o problema da pobreza no Brasil não é de escassez de recursos, mas sim da forte propensão ao consumo por parte dos grupos de alta renda. A desigualdade em foco: meio ambiente e políticas distributivas O (relativo) consenso em torno da mudança ambiental A crise ambiental trouxe novos desafios para as sociedades modernas, exigindo uma alteração no rumo civilizatório, e na tentativa de escapar da catástrofe ambiental, os sistemas sociais vêm se adaptando à nova realidade. Em graus variáveis, o sistema econômico começou a internalizar a relação entre a economia e o meio ambiente para valorar os bens ambientais que se encontram fora do mercado 3 , a tecnologia criou a tecnologia eco-eficiente para economizar energia e recursos, a política viu nascer um partido verde para defender a causa ambiental e internalizou a variável ambiental em suas doutrinas político-ideológicas e programas de governo, o direito se ramificou com um direito ambiental contribuindo com um novo arcabouço legal normativo, a educação qualificou-se de ambiental para auxiliar no processo de sensibilização e aquisição de uma nova cultura, a religião efetuou uma releitura de suas doutrinas e fundamentos espirituais, a comunicação criou editorias na mídia para informar a população sobre a situação ambiental, e assim sucessivamente. A mudança ambiental, ainda por se confirmar com qual grau de profundidade, provavelmente deve ser a mudança de maior importância para o destino da história humana. Mas uma mudança apenas relativamente consensuada em relação à sua imperativa necessidade por todos os atores sociais, uma vez que ela desponta no horizonte civilizatório como uma unanimidade, sem aparentemente opor grandes interesses divergentes. Desde que os interesses econômicos, o lucro e os privilégios não sejam afetados... A comunidade 3 Não é nosso propósito aqui discorrer sobre as diferenças entre a economia ambiental e a economia ecológica, mas é importante sinalizar para a existência de disputas ideológicas entre visões de mundo diferentes na abordagem econômica para a questão ambiental. 5 ambiental representa a força social sustentabilista, aquela que em termos gerais procura mudar a relação entre o ser humano e a natureza e trabalha para que a crise ambiental seja revertida, em contraposição à força social “desenvolvimentista”. Mas a própria comunidade ambiental deseja diferentes tipos de mudança, uns querem que sejam profundas e radicais, contemplando o âmbito ético e paradigmático, outros querem apenas que sejam superficiais, reformando os sistemas sociais, para que a mudança ambiental seja efetuada mantendo-se intacto os mecanismos de reprodução social, sem qualquer alteração das relações de poder, e o fato é que estes interesses se confundem com os das forças desenvolvimentistas... Ocorre que se por um lado é quase unânime que é necessário haver uma urgente mudança ambiental, por outro lado, não é totalmente óbvio que a mudança ambiental deva ocorrer de modo associado à também necessária mudança social, aquela que objetiva eliminar o quadro de desigualdades e de injustiças, suprimindo os mecanismos de exploração econômica, concentração de renda, exclusão e opressão social, que predominam nas práticas sociais realizadas internamente nas sociedades de mercado atuais e também entre os países centrais e periféricos do sistema capitalista mundial. Injustiça ambiental 4 : a materialização da desigualdade ambiental O fato é que os efeitos da crise ambiental já são sentidos na vida cotidiana dos seres humanos, e uns são mais vítimas dos danos ambientais do que outros, a ponto de terem sido cunhados novos conceitos definidores desse fenômeno: fala-se de risco e vulnerabilidade ambiental a que determinados grupos sociais são submetidos, quando suas condições de vida ou de trabalho são ameaçadas em função da degradação ambiental, que por sua vez, provocam conflitos sócio-ambientais polarizados entre sujeitos sociais que se beneficiam da geração de riqueza a partir da exploração dos recursos ambientais, demandando, então, justiça ambiental para que coletividades que normalmente já se encontram em condições de vulnerabilidade social, econômica e política, também não se encontrem em condições de vulnerabilidade ambiental, como os moradores de encostas de morros e margens de rios dos centros urbanos destituídos de políticas habitacionais; trabalhadores de empreendimentos produtivos que são vítimas de riscos tecnológicos e das condições de insalubridade do trabalho; comunidades rurais dependentes de recursos naturais, como as populações ribeirinhas, indígenas e extrativistas de um modo geral, que vêem suas atividades de subsistência ameaçadas pela expansão da fronteira agrícola, pela invasão turística, pela criação de Unidades de Conservação, pela mineração, entre outros. Os conflitos ambientais desrespeitam os direitos mais básicos do ser humano, seja no ambiente original de vida, como numa comunidade remanescente quilombola atingida 4 Para uma noção mais adensada dos conceitos de justiça e conflito ambiental, recomendamos a consulta a Acselrad (2005), Acselrad, Herculano e Pádua (2004), Carvalho (1995), Lopes (2004) e Theodoro (2005). 6 pela construção de uma barragem,seja no ambiente de trabalho, como na indústria do amianto, que contamina o trabalhador com a asbestose, doença que atinge os pulmões. Herculano (2002) define justiça ambiental como: “o conjunto de princípios que asseguram que nenhum grupo de pessoas, sejam grupos étnicos, raciais ou de classe, suporte uma parcela desproporcional das conseqüências ambientais negativas de operações econômicas, de políticas ou programas federais, estaduais e locais, bem como resultantes da ausência ou omissão de tais políticas. Ou seja, justiça ambiental é o princípio em que os custos ambientais devem ser distribuídos de maneira justa entre a sociedade. Complementarmente, entende-se por injustiça ambiental o mecanismo pelo qual sociedades desiguais destinam a maior carga dos danos ambientais do desenvolvimento a grupos sociais de trabalhadores, populações de baixa renda, grupos raciais discriminados, populações marginalizadas e mais vulneráveis.” (p. 2) Herculano (2002) salienta justamente que o conceito de justiça ambiental representa a oportunidade para introduzir no campo ambiental a perspectiva das desigualdades sociais. A justiça ambiental analisa a poluição ambiental de modo geral pela perspectiva das hierarquias sociais, ou seja, pelas classes sociais. Assim, torna-se evidente que sustentabilidade é muito mais do que proteger a natureza para as gerações futuras, é também uma questão de justiça social. Em paralelo ao conceito de justiça ambiental, atualmente se cunhou um outro termo, a „Desigualdade Ambiental’ que é definida como a exposição diferenciada de grupos sociais a amenidades (ar puro, áreas verdes e água limpa) e situações de risco ambiental. Minorias étnicas e grupos de baixa renda estão mais expostos a riscos ambientais como enchentes (inundações), deslizamentos (desmoronamentos), poluição, contaminação, etc. Ou seja, existe uma relação entre baixa condição socioeconômica e alta exposição ao risco ambiental, corroborando a desigual distribuição dos riscos ambientais entre os grupos sociais, causando injustiça ambiental. Outra forma de conceber a desigualdade ambiental é relacioná-la com outras formas de desigualdade, como raça, sexo, renda, etc. Neste caso, os indivíduos são desiguais ambientalmente porque são desiguais de outras maneiras. Visto dessa forma, a noção de desigualdade ambiental possui uma sobreposição a outras formas de desigualdade. Assim, a desigualdade social estaria na origem da desigualdade ambiental, já que indivíduos e grupos sociais possuem acesso diferenciado a bens e amenidades ambientais. Guimarães (2007) entende que precisamente porque os pobres dos países em desenvolvimento tendem a viver em terras marginais, eles se vêem mais vulneráveis aos efeitos da degradação ambiental. São áreas pouco férteis para agricultura, suscetíveis a inundações, desmoronamentos, secas, erosão e outras formas de degradação. Mais de 90% das vidas perdidas em desastres ditos „naturais‟ viviam em países em desenvolvimento. Por isso o autor entende que a desigualdade social e a degradação ambiental não devem ser 7 definidas como problemas individuais que podem ser resolvidos pelo mercado, mas sim como desafios sociais de caráter coletivo. O estudo de Alves (2007) evidenciou haver populações residentes em áreas de risco ambiental na cidade de São Paulo com condições socioeconômicas significativamente piores do que as não residentes nestas áreas, o que representa prova empírica de desigualdade ambiental. Um para cada cinco habitantes da cidade de São Paulo reside em área de risco ambiental associado a enchentes e deslizamentos de encostas. É preciso ainda considerar os estudos como o de Kempf & Rossignol (2005), que assinalam que a desigualdade econômica é maléfica à proteção ambiental: quanto mais desigual for a sociedade e mais pobres serem os eleitores, haverá menores condições de se criar políticas públicas devotadas à melhoria ambiental, pois as escolhas irão na direção do aumento do crescimento econômico. A pesquisa “O que o brasileiro pensa do meio ambiente, do desenvolvimento e da sustentabilidade” (MMA/MAST/ISER, 1997) corrobora esse fato, quando afirma que apesar de quase 2/3 da população brasileira não aceitar a poluição como o preço para garantir empregos, reconhece que quanto mais baixa é a posição do entrevistado na pirâmide social, maior é a disposição para baixar a qualidade ambiental. É nessa perspectiva que a questão ambiental emerge potencialmente como uma questão de justiça distributiva, para eliminar as desigualdades materializadas pelos conflitos sócio-ambientais. Políticas ambientais como políticas distributivistas Uma vertente que procura explicar a crise ambiental é a que entende tratar-se de uma questão de base material, ou seja, que não é apenas uma visão de mundo ou uma cultura que precisa ser substituída, mas também as relações sociais que têm como pano de fundo a interação com o acesso (livre ou regulado), apropriação (individual ou coletiva) e uso (privado ou público) dos recursos ambientais. Então o que está em jogo para a construção da sustentabilidade também é o estabelecimento de políticas ambientais que criem regras de convívio social que regulem o acesso e o uso dos recursos ambientais, definindo os critérios para a repartição dos benefícios e prejuízos das riquezas geradas pelo uso dos produtos e serviços ambientais. É o estabelecimento de políticas que estejam na interface entre a questão ambiental e a justiça distributiva tendo como horizonte a eliminação das desigualdades. E aqui entra em cena o cerne do dilema civilizacional cuja crise ambiental é apenas uma de suas manifestações: desde que o ser humano começou a viver de modo gregário em sociedades complexas, dois sistemas sociais tiveram suas atribuições bem definidas a respeito da geração e distribuição das riquezas numa coletividade: a Economia se encarrega da produção, a Política se encarrega da distribuição. Apesar dessas atribuições serem bem 8 delimitadas, elas são complementares e dialeticamente tensionadas, uma vez que respondem a subjetividades contraditórias. Os sistemas político-ideológicos se envolvem na definição de qual relação entre Economia e Política é a mais adequada para o bem-estar e a coesão social de uma coletividade, ou seja, qual arranjo entre os mecanismos produtivos e distributivos da riqueza seria mais eficaz. Ocorre que essa é uma questão abstrata, não redutível a uma fórmula matemática neutra que defina a formulação ideal, daí a variedade de modelos político-ideológicos que constantemente se redefinem e se atualizam. Se uns acreditam que as sociedades devem ser mais igualitárias possível, cabendo à Política um papel preponderante sobre a Economia, permitindo a máxima distribuição das riquezas produzidas na coletividade, outros entendem que as sociedades devem ser o mais livres possíveis, minimizando a interferência da Política sobre a Economia, permitindo a acumulação da riqueza gerada entre aqueles que tomaram a iniciativa de produzir riquezas. Observa-se nessa correlação de forças, não apenas a clivagem esquerda x direita, mas o conflito entre os valores cooperativos e solidários daqueles que desejam sociedades majoritariamente igualitárias, e os valores competitivos e individualistas daqueles que desejam sociedades majoritariamente livres, que se manifestam cotidianamente na disputa do poder pela prevalência da Política sobre a Economia, e vice-versa. Atestando a perenidade da conflituosidade, na véspera da Rio-92, dizia a Comissão Interministerial para a preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1991): “A principal beneficiáriada proteção ambiental deve ser a sociedade. Os recursos são, porém; escassos e não há concordância dentro de qualquer sociedade, seja local ou internacional, de como estes recursos devem ser compartilhados. Se por um lado é fácil dizer que a proteção ambiental deve beneficiar o ser humano, é difícil, porém, especificar quais grupos sociais devem receber os benefícios e quais devem paga os custos.” Quanto menor as desigualdades, maior a sustentabilidade, e melhor a democracia. Não se constrói uma sustentabilidade forte, ampliada, se não se garantir a eliminação da sociedade de risco, excludente, unidimensional, monopolista, capitalista. Não se constrói uma verdadeira sustentabilidade se não dermos conta da dimensão ecológica e ambiental, evidentemente; mas também – e simultaneamente – se não dermos conta da sustentabilidade econômica, social, cultural, política e territorial, ou seja, de todas as dimensões da vida humana vivida em sociedade. Visto desta forma, o contexto (político, cultural, sócio-econômico) desponta como elemento estruturante para resignificar o atributo ambiental. Em síntese, a desigualdade não se manifesta apenas em termos econômicos de distribuição de renda. Existe também uma dimensão ambiental na desigualdade, ainda por ganhar visibilidade pública e reconhecimento político. E o conflito sócio-ambiental é a expressão nítida da dimensão ambiental da desigualdade, polarizando sujeitos sociais em 9 condições assimétricas de acesso ao poder, e nesse contexto, a política ambiental pode despontar como um elemento de justiça distributiva, somando-se às demais políticas distributivas. No limite, injustiça ambiental ou desigualdade ambiental, ambos são sintomas de degradação ambiental. A sustentabilidade ambiental depende do enfrentamento simultâneo dos problemas ambientais derivados da pobreza e da riqueza. Como o planeta é um só e o padrão de produção e consumo mundial já ultrapassou o limite da capacidade de reposição, não é possível imaginar uma solução onde apenas a poluição da pobreza seja enfrentada. Daí o foco no combate à desigualdade. Reduzir a pobreza pode contribuir com a melhoria ambiental. Os pobres tendem a sofrer mais com a poluição ou estresse ambiental. A reflexão a respeito da justiça distributiva, que visa romper com os processos historicamente instituídos de concentração de renda e exclusão social, apresenta a tendência em enfatizar políticas econômicas e sociais (progressividade do imposto de renda, renda mínima, bolsa educação, saúde, cotas universitárias, etc.). Porém, no contexto da sociedade de risco, onde se evidencia que a crise ambiental afeta de modo desigual o tecido social, emerge a categoria dos sujeitos em condições de vulnerabilidade ambiental, via de regra, os mesmos sujeitos impactados por condições de vulnerabilidade econômica e social, objeto das políticas distributivas. Nesse sentido, desponta a necessidade de criação de políticas públicas voltadas ao enfrentamento dessa problemática. E o Brasil, como um dos países mais desiguais do mundo, tem essa questão como um contexto estruturante para a educação ambiental com compromisso social. Diz a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional: “Provavelmente o maior desafio na construção da sustentabilidade no Brasil está em conseguir reduzir as desigualdades sociais, seja em termos de segmentos sociais, seja em termos regionais. Mas não haverá como chegar a uma sociedade estável, capaz de proporcionar justiça, trabalho, mobilidade social, esperança a cada um dos cidadãos sem modificar profundamente o quadro da distribuição da renda no país. (...) Em síntese, a redução das desigualdades sociais passa por políticas tributárias redistributivas, políticas de geração de emprego e renda, políticas compensatórias para segmentos e grupos particularmente vulneráveis e pela educação, variável fundamental.” (p. 36) E parece que o assunto começa a ganhar a pauta política: em 2007 por exemplo, dois relatórios das Nações Unidas, o Global Environment Outlook – GEO 4 (UNEP, 2007) e o Relatório de Desenvolvimento Humano 2007-2008, destinado ao combate das alterações climáticas (PNUD, 2007), assumem a questão do risco e vulnerabilidade 10 ambiental em um mundo desigual. Já não causa mais surpresa ou estranhamento ver o estabelecimento da relação entre meio ambiente e desigualdade, e ver a possibilidade da questão ambiental despontar como uma política distributiva. Já começam a aparecem enunciados como a manchete de uma notícia no boletim da Comissão Pastoral da Terra, sobre a Conferência dos Povos do São Francisco e do Semi- Árido, ocorrido em fevereiro de 2008 em Sobradinho: “Desigualdade social e degradação ambiental são as principais preocupações de conferencistas”. Com efeito, há elementos que indicam que atualmente a questão da desigualdade está ganhando espaço nos debates sobre políticas públicas, para além dos debates sobre a pobreza, e o melhor de tudo é que se começa a articular a pauta ambiental com a desigualdade. Ponto para a justiça sócio- ambiental que ganha muito em densidade e maturidade na reflexão e ação sobre o tema. Educação ambiental e mudança social? Mas o que primeiro vem à cabeça quando ouvimos dizer “educação ambiental”? Uma prática educativa voltada à conservação e melhoria ambiental? Uma modalidade da educação associada ao desenvolvimento sustentável? Uma prática educativa que vincula a relação humana com a natureza, chamando a atenção para o desequilíbrio ambiental provocado pelas atividades humanas? Uma prática educativa que pleiteia uma mudança de comportamentos e atitudes ecologicamente corretas? Se concordamos com o exposto acima, então o que “educação ambiental” tem a ver com “Mudança Social”? Educação ambiental tem relação com concentração de renda? Com exclusão social? Com desigualdade? Justiça social? Ou por ser “ambiental”, essa educação tem compromisso apenas com a criação de uma ética e consciência ambiental? A mudança social, apesar de ser algo necessário, não parece ter muito a ver com a questão ambiental... Mas se a educação ambiental é uma prática pedagógica voltada para a criação de uma outra relação entre o ser humano e a natureza, como é possível haver uma educação ambiental com responsabilidade social? Como é possível uma educação que é “ambiental” incorporar também a questão social? Como é possível juntar duas coisas que sempre vimos separadas? A questão que se coloca é se a educação ambiental, da mesma forma que a Educação, possui relações com a mudança social, seja na perspectiva da manutenção do status quo ou da transformação social. Complexidade e a releitura do significado da educação ambiental Educação ambiental é uma prática que dialoga com a questão ambiental. E no senso comum, essa prática visa uma mudança de valores, atitudes e comportamentos para o 11 estabelecimento de uma outra relação entre o ser humano e a natureza, que deixe de ser instrumental e utilitarista, para se tornar harmoniosa e respeitadora dos limites ecológicos. Uma relação onde agora a natureza não seja mais compreendida apenas como um “recurso natural” passível de apropriação humana a qualquer custo para nosso usufruto. A dificuldade de perceber o vínculo entre a questão ambiental e social é devida a uma questão de entendimento: desde que se cunhou o termo educação ambiental, o adjetivo “ambiental” foi predominantemente compreendido como sinônimo de “ecológico”. E assim se cristalizou um significado muito comum da educação ambiental: algo que diz respeito à ecologia, apesar de Tbilisi já dizer o contrário desde 1977...Só que “ambiental” é muito mais do que “ecológico”. Educação ambiental não é sinônimo de “educação ecológica”, porque vai além do aprendizado sobre a estrutura e funcionamento dos sistemas ecológicos, e abrange também a compreensão da estrutura e funcionamento dos sistemas sociais. E para complicar ainda mais, envolve a interação – material e simbólica – desses dois sistemas. Por isso que se ouve falar da construção de sociedades sustentáveis, aquelas que são ao mesmo tempo ecologicamente prudentes, economicamente viáveis, socialmente justas, culturalmente diversas, territorialmente suficientes, politicamente atuantes. É o desafio da complexidade! Como entender as mútuas relações de causalidade entre os fatores ecológicos, econômicos, sociais, culturais, territoriais, políticos... realmente não é fácil. Afinal, não estamos acostumados a ver as coisas assim, ao contrário, tendemos a separar, dividir. É o paradigma cartesiano, que nos faz ver as coisas sem conexões. Ao analisar o mundo, simplificamos a compreensão da realidade, perdemos a dimensão do todo, e desconsideramos o contexto no qual o problema ambiental em questão está inserido. As questões sociais e ambientais são indissociáveis, apesar de serem tratadas separadamente por uma leitura ideológica que as dicotomizou. A realidade foi simplificada e acabamos nos acostumando a ver limitadamente, por um lado as questões sociais, e por outro, as questões ambientais. Por se tratar de uma outra visão da realidade, é perfeitamente compreensível a dificuldade de se ver questões sociais e ambientais associadas. Justiça ambiental desponta como um conceito central para a educação ambiental com compromisso social. Implicações para a prática do educador ambiental com compromisso social Considerar a mudança social na educação ambiental, ou seja, assumir o compromisso por uma educação ambiental com responsabilidade social, empenhada também na transformação social, implica em uma reelaboração conceitual, mas também em se assumir outras posturas decorrentes da incorporação da perspectiva da questão ambiental como uma questão de justiça distributiva, para uma coerente tradução nas estratégias de ação das práticas pedagógicas da educação ambiental. 12 Isso implica em considerar os contextos sócio-econômico e cultural, para incorporar a estrutura social, cultural e econômica na elaboração do projeto político-pedagógico das reflexões/ações educativas. Implica, também, em identificar os atores sociais em situação de risco e conflito sócio-ambiental, para além do mapeamento dos problemas ambientais. O problema ambiental é diferente do conflito sócio-ambiental, uma vez que o enfoque do problema ambiental tira do contexto analisado os atores sociais em disputa, que o enfoque do conflito sócio-ambiental recupera para a centralidade da análise. Isso implica ainda em facilitar a compreensão das assimetrias no poder, das injustiças existentes, dos mecanismos de concentração de renda e exclusão social, dos esquemas de opressão social e cultural. Fazer educação ambiental com compromisso social significa reestruturar a compreensão de educação ambiental, para estabelecer a conexão entre justiça ambiental, desigualdade e transformação social. A justiça ambiental é o elemento que nos permite ver com clareza a conexão entre as questões sociais e ambientais, e no campo da educação ambiental, trabalhar com processos pedagógicos vinculados à expansão da fronteira desenvolvimentista com os grupos sociais em condições de risco e vulnerabilidade ambiental permite a abordagem contextualizadora, complexa e crítica. Significa também uma readequação político-institucional para articular as forças sociais que lutam por um mundo melhor, que tem agendas afins e podem potencializar alianças entre os educadores ambientais, os educadores populares, os sujeitos da justiça ambiental, o movimento feminista, pacifista e da economia solidária, que buscam reverter o quadro de desigualdade social, exclusão social e concentração de renda. A educação ambiental com compromisso social não pode abrir mão da politização do debate ambiental, situando-o no terreno das doutrinas político-ideológicas e seus respectivos mecanismos de produção e reprodução social, trabalhando pelas condições ideais para os atores sociais perceberem a existência das situações de vulnerabilidade e risco ambiental, motivarem-se a reagir e participar para institucionalizar o risco ambiental. Educação ambiental com compromisso social é aquela que articula a discussão da relação entre o ser humano a natureza inserido no contexto das relações sociais. É aquela que propicia o desenvolvimento de uma consciência ecológica no educando, mas que contextualiza seu projeto político-pedagógico de modo a enfrentar também a padronização cultural, exclusão social, concentração de renda, apatia política; além da degradação da natureza. É aquela que enfrenta o desafio da complexidade, incorporando na reflexão categorias de análise como trabalho, mercadoria e alienação. Programas de educação ambiental que implementam campanhas de coleta seletiva e reciclagem, e que são planejados sem essa contextualização, tendem a gerar o desenvolvimento de uma consciência ecológica sem compromisso social, uma vez que reforçam a cultura consumista e os mecanismos de concentração de renda e exclusão social. O movimento pela justiça ambiental pode significar uma nova forma de lutar contra as desigualdades sociais, que ao mesmo tempo é uma forma de lutar contra a degradação 13 ambiental. Mas Herculano (2002) salienta que as gigantescas injustiças sociais brasileiras encobrem e naturalizam a exposição desigual à poluição e o ônus desigual dos custos do desenvolvimento. Dado ao amplo leque de agudas desigualdades sociais no país, a exposição desigual aos riscos químicos fica aparentemente obscurecida e dissimulada pela extrema pobreza e as péssimas condições gerais de vida a ela associadas. Assim, justamente as maiores vítimas das injustiças ambientais não percebem a situação a que estão expostas; e aí pode entrar um papel a desempenhar pelo educador ambiental com compromisso social, com o intuito de mobilizar sujeitos políticos à participação pública, auxiliando tais grupos e comunidades, por meio da pesquisa-ação, por exemplo, a desvelar a realidade a que estão submetidos com todas as suas contradições e auxiliá-los a se instrumentar na defesa de seus direitos e interesses. Educação ambiental é Educação; e como tal, serve seja para manter ou mudar a realidade, reproduzir ou transformar a sociedade. A educação “ambiental” não só poderia como deveria ser praticada com responsabilidade “social”, pois com ela é possível contribuir com a mudança do quadro das desigualdades no país e no mundo. Referências Bibliográficas ACSELRAD, H. Justiça ambiental. In: FERRARO JUNIOR, L.A. (Org.) Encontros e Caminhos: formação de educadoras(es) ambientais e Coletivos Educadores. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2005. p. 217-228. _____. (Org.) Conflitos ambientais no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004. _____, HERCULANO, S. & PÁDUA, J.A. (Orgs.) Justiça ambiental e cidadania. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004. ALVES, H.P. da F. Desigualdade ambiental no município de São Paulo: análise da exposição diferenciada de grupos sociais a situações de risco ambiental através do uso de metodologias de geoprocessamento. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, 24(2):301-316. 2007. BOYCE, J.K. Inequality and environmental protection. Working Paper Series 52. 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