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O Mundo na Década de 1780 (A Era das Revoluções,1789-1848. Eric Hobsbawm)

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HISTÓRIA MUNDIAL - 19/10/19
Livro: A Era das Revoluções,1789-1848. Eric Hobsbawm
Resumo: O MUNDO NA DÉCADA DE 1780. Capítulo 1- pg-27-56 
1
Segundo o autor, o mundo na década de 1780 era ao mesmo tempo menor e maior que nosso. Era menor geograficamente, pois mesmos homens mais proeminentes na sociedade não conheciam muito do mundo povoado. Era também bem menor no quesito quantidade de habitantes, e na estatura do homem europeu comparado aos de hoje.
Mas era maior no quesito distância relativa. A comunicação era mais difícil e demorada, assim como, o transporte de pessoas e mercadorias que além de moroso era caro, com exceção para o transporte por água, mais rápido e barato. Visto pela perspectiva da maioria dos habitantes desse século, considerando que a maioria não saia de seu próprio distrito, o mundo era enorme.
2
Em 1789, o mundo era basicamente rural. Até mesma na Inglaterra, a população urbana só ultrapassou a rural em 1851. A linha que separava a cidade do campo era bem demarcada pela diferença de impostos e mesmo por muros. Um grande preconceito partia dos habitantes da cidade em relação aos do campo.
3
A questão agrária era fundamental nesta época. Para os fisiocratas, a terra e seu aluguel eram a única fonte de renda líquida. E ponto crucial estava na relação dos que cultivam a terra e os que a possuíam.
Nas colônias, com exceção do norte dos Estados Unidos, o camponês típico era o escravo, fosse indígena ou africano. A produção era voltada para os anseios da metrópole, fazendo parte integral da economia europeia. 
A leste da Europa ocidental, ficava a região de servidão agrária. Vivam tecnicamente camponeses livres, mas a sua maioria eram de lavradores servos de seus senhores, ainda enraizados no sistema feudal. O senhor das terras tradicional era um nobre proprietário que explorava suas grandes fazendas com índices de baixa produtividade, devido as técnicas rudimentares. Ainda haviam uma segunda classe, a dos cavalheiros rurais, também exploradores dos camponeses.
No resto da Europa, esta estrutura no quesito social era essencialmente semelhante. “O elo ente a posso de terras e o status de classe dominante continuava forte, e tinha de fato se tornado nos últimos tempo mais intenso”. Porém economicamente, o camponês típico já não era servo. A propriedade havia se tornado um sistema de cobrança de aluguéis e não mais uma unidade econômica do grande senhor feudal.
Algumas áreas levaram o setor agrário para um grau de desenvolvimento maior, como a Inglaterra. A propriedade de terras era bastante concentrada, e o agricultor típico era um arrendatário com um empreendimento comercial médio que dependia de mão de obra contratada. Entre 1760 e 1830, uma nova classe surge composta de empresários agrícolas, fazendeiros e grande proletariado rural.
Com exceção de algumas regiões mais desenvolvidas, a agricultura europeia era ainda ineficiente e arcaica. Seus produtos eram os mesmos: trigo, cevada, centeio, aveia, ... Produtos tropicais ainda eram raridade, exceto o açúcar importado na maior parte das colônias. De toda forma, o século XVIII era o período que encorajava a agricultura a melhorar sua eficiência, já que a expansão demográfica e a urbanização crescente, exigiriam o esforço para abastecimento.
5
O mundo mercantilista ainda continuava em expansão ligado crescimento das colônias. Vias comercias marítimas se expandiam em volume e capacidade. Embora a mineração e a indústria estivessem em crescente desenvolvimento, eram os mercadores que mantinham seu controle. Por meio do sistema doméstico, o mercador comprava os produtos dos artesãos e do campesinato e vendiam no mercado mais amplo.
Enquanto a ciência dedicava-se a solucionar os problemas industriais, o Iluminismo florescia as ideias de progresso da produção, do comércio e da racionalidade econômica e científica. Essa ideologia deu embasamento a dupla revolução (inglesa e francesa), trazendo os conceitos de liberdade do indivíduo perante o tradicionalismo da Idade Média, a superstição das Igrejas e a hierarquização fixa de classes. Também foi base para o posterior florescimento de ideologias humanistas, racionalistas e progressistas. Ainda que o Iluminismo tenha influenciado os depostas esclarecidos, o autor o classifica como um movimento revolucionário, pois seus ideais implicavam na abolição da ordem vigente.
6
Com exceção da Grã-Bretanha, que fizera sua revolução no século XVII, e alguns países menores, o absolutismo reinava em todo lugar.
Considerando a melhorias inglesas e tensões sociais e econômicas que eclodiam nos reinados, muitos monarcas começaram a adotar ideias iluministas. “A classe média instruída e as empenhadas no progresso buscavam o poderoso aparelho central de uma monarquia ‘iluminada’ (...). Um príncipe necessitava de uma classe média e suas ideias para modernizar o Estado; uma classe média fraca necessitava de um príncipe para quebrar a resistência ao progresso, causada por arraigados interesses clericais e aristocráticos”. Porém a verdade é que a monarquia absoluta, nunca realmente desejou a total transformação econômica e social exigidos. Um conflito latente se expandia entre as novas forças, as velhas forças conservadoras e os inimigos estrangeiros.
Mais que outros fatores, como a expansão econômica (crescimento de burgueses e reivindicações) e a dissidência colonial, a rivalidade internacional era que tinha maior peso no crescimento nestas tensões. Uma guerra testava os recursos de um Estado. Os conflitos entre Inglaterra e França nessa época exemplificam a situação e demonstram a luta entre o novo e antigo regime em ação. A França sai derrotada da Guerra dos Sete Anos (1756-1763) contra a Inglaterra, e para vingar-se, contribui para a guerra de Independência dos Estados Unidos, saindo vitoriosa, mas rechaçada economicamente. Esta situação só vem a piorar o caos social que se desenvolverá em breve anos que estariam por vir com a Revolução Francesa.

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