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Fichamento Livro: História Econômica Geral Autores: SAES, Flávio Azevedo Marques e SAES, Alexandre Macchione Primeira Parte – A transição do Feudalismo ao Capitalismo Capítulo 1 e 2 Para Schumpeter, o estudo científico da economia é dividida em história, estatística e teoria, sendo a mais importante a história econômica. Durante a história econômica, o espaço começou na Europa e se projetou para os outros continentes. A economia só ganhou status de ciência quando Adam Smith publicou A Riqueza das Nações. Após isso, no século XIX se deu início ao estudo da Economia Política, na metade do mesmo século esse estudo passará pela Revolução Marginalista. Os marginalistas trazem o deslocando o foco do pensamento econômico já apresentado até aquele momento, tirando a ênfase na história e tentando entender melhor o processo de formação dos preços e alocação dos recursos disponíveis. A História Econômica começou como uma pesquisa no século XIX e consolidou sua posição como disciplina no século seguinte, XX. Essa disciplina foi também bem abordada na ótica marxistas por Marx e Engels, mas não a um consenso sobre a concepção de história para Marx. Teoria Econômica Neoclássica não estimula o estuda da História Econômica, ainda que ela incorpore elementos políticos e sociais, o objetivo dessa teoria está em analisar a expansão do mercado, a especialização e o aumento da produtividade. Na França entre os anos de 1929 a 1969 foi proposto pela escola de Annales uma mudança de foco no estuda da História Política para o estudo de uma história mais geral, isso porque havia insatisfação com a história estritamente de acontecimentos, para eles era necessário propor explicações aos processos que aconteciam. Como se processou a transição do feudalismo ao capitalismo É no feudalismo da Europa Ocidental que a organização capitalista da economia começa a existir. A organização da sociedade no feudo é útil para entender as mudanças ocorridas na organização das classes sociais ao longo da história. É chamado de Alta Idade Média o ano 476, que da do Império Romano, a 1000. A Baixa Idade Média de 1000 até a crise do feudalismo no século XIV. Com queda do Império Romano em razão das invasões bárbaras, há o enfraquecimento do poder centralizado e a desagregação dos territórios que passam a constituição de várias áreas reduzidas em domínio de um único senhor. Esse território chamado de feudo passa a ter o papel de política fundamental. O feudalismo se constitui, então, de um conjunto de instituições que estabelece relações de serviço entre um vassalo e seu senhor. Predominantemente rural, a esfera produtiva do feudo era formada pelos vassalos em relação de servidão com o seu suserano. Os camponeses aceitam a proteção de senhores feudais em troca de servir com obrigações. O comércio Europeu antes muito forte durante o Império Romano, também acaba sendo quase disseminado pelo controle progressivos dos mulçumanos sobre a navegação no mediterrâneo. Então, o feudo representa não só o declínio do poder centralizado como das relações econômicas como estavam acostumados. A nova configuração era de produção exclusivamente rural para consumo próprio e da comunidade. Em resumo, as principais características do feudalismo está: na relação senhor e servo, na fragmentação e descentralização do poder e a nova configuração produtiva baseada na produção rural. Na organização feudal o senhor do feudo dispunha de áreas de uso exclusivo destinada à sua residência e daqueles que prestavam serviços, e terras férteis de uso para produção. Os camponeses possuíam lotes para cultivo. Havia ainda terras em uso comuns, como florestas, pântanos ou campos. Os servos realizavam serviços variados, como ferreiros, cervejeiros, artesões, padeiros, entre outros. Os camponeses que trabalhavam no cultivo das terras pagavam a chama corveia, a servidão pela troca de proteção. O produto cultivado deveria dar conta de suprir as necessidades da família e pagar aa devidas taxas ao senhor. Outros tipos de obrigações que os servos deviam arcar: Banalidades, quando o camponês fazia uso das instalações do senhor feudal, metade do produto fabricado ficava para o senhorio; Talha, imposto com base na obrigação do vassalo sustentar seu senhor; Capitação, pagamento anual em troca de proteção; Mão morta, quando um servo morria, seus familiares deveriam entregar o melhor animal. Qual a dinâmica dessa forma de organização econômica? Ou seja, qual a capacidade de crescimento e de aumento da produtividade do sistema feudal? A expansão do feudalismo se deu principalmente pelo crescimento populacional e pela expansão das áreas colonizadas na Europa que também coincidiu com o fim das guerras e invasões. O crescimento do feudo também está ligando as inovações que foram surgindo ao longo do período. Mesmo que pouco expressivas, ajudaram a aumentar a produtividade dos cultivos e atender melhor a população. Em relação a economia, o sistema feudal não possuía circulação monetária como principal meio de troca e o comércio havia sido bem reduzido, ainda que houvesse era pouco expressivo, e isso determinava a economia como fechada. O declínio da atividade comercial ocorreu por vários fatores em meios as conquistas dos bárbaros e mulçumanos, como o impedimento do fluxo de navios europeu no mediterrâneo. Já para a volta do comércio há algumas hipóteses, como a indução a troca do excedente das produções viabilizando o crescimento do comércio e a volta do fluxo de moedas e mercadorias circulando na Europa com a reabertura do mediterrâneo. Quando essas novas organizações passam a fazer parte da vida no feudalismo, abre-se a possibilidade do pagamento em dinheiro. O que seguiu nos séculos a frente foi a emersão de uma crise no sistema feudal, sendo a primeira evidência o declínio da população europeia, em que a sociedade não possui capacidade de garantir a reprodução da sua população. Esse declínio está intimamente ligado a chada da peste negra, uma doença que assolou a Europa em 1300. A recuperação da população só acontece em 1500. Porém, a peste negra não pode ser vista como o único fator e sim componente de um conjunto. Um componente seria o desequilíbrio entre população e recursos disponíveis, levando boa parte da Europa a condições precárias de alimentação. Há também a ideia da ocupação de terras com reduzida fertilidade e a falta de inovações para aumento da produtividade. Com essas questões, alguns feudos tiveram os números de servos reduzidos, deixando inviável a exploração da reserva senhorial. Houve também queda nos preços dos cereis, fazendo o excedente do senhor feudal reduzir. Alguns senhores tentaram ampliar a carga de serviços para seus servos, mas em alguns lugares que o Estado já estava mais forte, não foi possível. Outra opção adotada foi a substituição da corveia por pagamento em dinheiro. O século XIV fica conhecido como o século da crise feudal por terminar com o período de expansão que havia e trazer questões das relações fundamentais do feudalismo. A crise do século XIV havia manifestado o declínio agudo da população e quebra de relações do feudalismo. “Embora esse resultado possa ser atribuído de modo imediato à Peste Negra, na verdade ele reflete uma crise do sistema feudal: seja por uma pressão crescente da população sobre os recursos naturais (especialmente a terra), seja pela insuficiência do produto gerado para sustentar a população, dada a forma de organização social da produção, o sistema feudal mostrava-se incapaz de manter a expansão que o havia caracterizado desde o ano 1000, expansão que se manifestara pela ocupação e colonização de áreas até então vazias.” A Europa ficou com muitas áreas despovoadas e trouxe a redução de trabalhadores rurais. Essas condições trouxeram problemas para o feudo, mas ajudava os trabalhadores na questão de barganha por salários maiores. Outra questão foi a redução de gastoscom alguns produtos e o aumento com outros, permitindo a diversificação da agricultura da Europa Ocidental. A produção de manufaturados também se beneficiou aumentando a procura aos artesanatos. Essas ações acabaram por fortalecer a atividade urbana. A partir de 1460, observa-se a retomada do crescimento populacional e o alívio da crise monetária. Além disso, a expansão marítima mostrava a reação da sociedade a crise feudal. Renascimento do comércio trouxe a volta da atividade urbana e habitação de cidades que ainda existiam da época do Império Romano e o surgimento de novas. Essas novas cidades, por um tempo, se manteriam no domínio do senhor feudal pois esses possuíam o poder da terra que a cidade se levantava. A diferença nesse momento é que os habitantes dessa cidade já não estavam mais em relação de servidão com o suserano. O renascimento comercial foi orientado com duas principais rotas marítimas que refletia o crescimento comercial e populacional. Além disso, as rotas terrestres também se expandiam e ligavam o sul da Europa com o norte. No meio dessas rotas eram realizadas feiras que promoviam a distribuição das mercadorias. Com o passar do tempo as cidades passam a ser autônomas e deixam de ter ligações com os senhores feudais. Nas cidades as organizações econômicas se caracterizavam pelo artesanato e pelo comércio que estruturavam as corporações de ofício (guilda). A corporação possuía o monopólio do exercício do ofício no âmbito da cidade e criava as regras de acesso e a hierarquia: mestre, companheiros e aprendizes. Os mestres eram aqueles que haviam completado o ofício e demonstrado perante o governo, eles possuíam a autorização de manter as oficinas. A corporação controla o volume de produção e imponha normas sobre o preço e qualidade do produto. Isso evitava a concorrência entre os mestres. Os aprendizes eram jovens que trabalhavam nas oficinas com o objetivo de apreender o ofício. Caso esses aprendizes não passassem para mestres, eles ficavam como companheiros, artesões qualificados, mas que deveriam trabalhar para um mestre. No caso de produção para exportação, a estrutura econômica mudava. Ainda prevalecia a estrutura de mestre, companheiro e aprendiz, porém, não havia independência do artesanato cooperativo. Nesse caso, grandes comerciantes controlavam a oferta de matéria-prima e o acesso aos mercados externos. Com a conquista da autônima, as cidades acabavam por nomear um governo constituído por membros das corporações urbanas. Esse governo assegurava as normas restritivas das corporações em defesa da concorrência perante os mestres. O governo elevava o preço da venda das mercadorias das corporações da cidade e reduzia o preço pelo qual a população urbana comprava as mercadorias que vinham do campo vizinho. Quando a cidade ganhava importância comercial, se formava uma rica burguesia comercial que tendia a dominar o governo e alterar as normas. Expansão marítima, comercial e colonial A crise do século XIV interrompeu a expansão territorial do sistema feudal e levou a uma contração do crescimento. Nesse período ainda houve um avanço nas navegações para o comércio intraeuropeu possibilitando que algumas nações pudessem se desenvolver um pouco mais em meio a crise. Essa expansão marítima estava atras da busca pelo ouro e especiarias, porém, o avanço do Império Turco dificultou o acesso as rotas para comércio com o Oriente. A expansão territorial foi, principalmente, induzida pela falta de alimentos na Europa e matéria-prima, como madeira, para a construção. Portugal foi a pioneira na expansão marítima em busca de matéria-prima, terra para plantação de alimentos e ouro. As principais motivações vinham dos nobres portugueses, pela necessidade de indexação de terras, do conhecimento pelo comércio exterior e da navegação. Nessa exploração, Portugal adquiri o conhecimento do Brasil, mas não encontram produtos de alto valor para exploração, com isso é constituído o sistema de exploração do pau-brasil e produção de açúcar. Sendo um sistema de produção, diferente do comércio feito no Oriente, era preciso organização dos fatores de produção – terra, mão de obra e capital. A coroa portuguesa distribui algumas terras no Brasil para súditos da corte para produção de açúcar. O tráfico de escravo se intensifica como mão de obra. A Espanha também se firma na América do Sul, mas com sistema produtivo diferente. A parte que ficou para a Espanha acomodava tesouros acumulados pela população nativa e minas de metais preciosos. Sendo assim nessa região, em primeiro plano fazia-se a exploração de metais preciosos e em segundo plano a produção de agricultura. Em igual tanto para o Portugal conta para a Espanha a ideia da exploração era a acumulação de riqueza para a metrópole.
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