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capitulo 7

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A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR NO CONTEXTO DO MODELO NACIONAL –
DESENVOLVIMENTISTA COM BASE NA INDUSTRIALIZAÇÃO (1937 – 1955) 
Maria do Socorro de Sousa Santos Silva1 
RIBEIRO, Maria Luisa Santos. A Organização Escolar no Contexto do Modelo Nacional –
Desenvolvimentista com Base na Industrialização (1937 – 1955). In História da Educação 
Brasileira: A organização escolar. 21 ed. 1ᵃ reimpressão – Campinas, SP. Autores associados: 
HISTEDBR, 2011. (Coleção Memória da Educação). P.97 – 116. 
Ribeiro, pedagoga, com mestrado e doutorado em Filosofia da Educação pela 
pontifícia Universidade Católica de São Paulo(PUC-SP), foi professora do Programa de 
Mestrado em Educação na mesma universidade. 
Para efeito de estudo o período estudado foi dividido em três instantes chamados de 
Estado novo a saber: o de Getúlio Vargas (1937 – 1945); o de Eurico Gaspar Dutra em relação 
ao estado novo; e o de Getúlio, retornando a presidência do país pelo voto (1951 – 1954). Essa 
distinção só pode ser compreendida com os fundamentos que levaram ao crescimento acelerado 
de forças econômico-sociais denominados de processos unitários, que fazendo pressão sobre a 
superestrutura política, enquanto instrumento de organização dos outros elementos dessa 
mesma superestrutura, afim de que sejam conquistadas condições efetivas de aceleração do 
crescimento. No entanto, se estabeleceu uma pressão inversa da antiga organização estrutural 
que tenta permanecer existindo, mesmo sendo uma pressão determinante – exercida pela 
economia, a demora nas transformações superestruturais são evidentes pelo fato de que, elas 
nunca serem automáticas, mas especialmente, por que, no quadro brasileiro de 
subdesenvolvimento, até mesmo as novas forças econômicas tem de compactuar, em 
determinados setores, com a permanência das antigas como fonte de excedente de capital. As 
forças econômico-sociais apontadas são vinculadas as atividades urbano- industriais. E sob esse 
fato, a opção ditatorial(1937-1945), vai explicar as condições possíveis, de acordo com as 
circunstancias do momento externo, e especialmente internos, de desenvolvimento de um 
modelo capitalista-industrial, mesmo que dependente. 
Com a Constituição outorgada em 10 de novembro de 1937, com consequência do 
golpe defere na essência das constituições republicanas anteriores, que dispensa o sistema 
 
1 Aluna do segundo período do curso de licenciatura em Pedagogia, da Universidade Estadual 
do Piauí. 
representativo e enquadrando os demais poderes no Executivo e liquidando com o federalismo, 
governos estaduais e a pluralidade sindical. 
Quanto à educação, alguns princípios anteriores e procura dar ênfase ao trabalho 
manual. Veja-se em seu artigo 128 declara ser a arte, a ciência e o ensino livres à iniciativa 
individual e a de associações ou pessoas coletivas públicas e particulares; mantem a gratuidade 
e a obrigatoriedade do ensino primário instituindo, em caráter obrigatório, o ensino de trabalhos 
manuais em todas as escolas primárias, normais e secundárias, e, sobretudo, dá providências ao 
programa de política escolar em termos do ensino pré-vocacional e profissional que se destina 
às “classes menos favorecidas e é, em matéria de educação, o primeiro dever do Estado” (art. 
129). 
Por tanto fica explicitada a orientação político-educacional capitalista de preparação 
de um maior contingente de mão de obra para as novas funções abertas pelo mercado. O conflito 
entre os vários centros imperialistas que leva à Segunda Guerra Mundial “favorece”, em parte, 
essa situação, uma vez que em 9 de abril de 1942 é decretada a reforma do ensino Capanema, 
relativa ao ensino secundário, refletindo o transplante da ideologia nazifascista já agora na 
organização escolar brasileira. 
Em 18 de setembro de 1946, foi promulgada a 4ᵃ Constituição Republicana, que não 
diferia, em essência, da de 1934. Não continha a disposição referente aos “deputados 
classistas”, mas afirmava os três poderes independentes, o presidencialismo etc. 
Quanto à educação, essa Constituição, em muitos pontos, reafirmava os princípios de 
“democratização”, sendo, entretanto, mais restrita quanto aos propósitos relativos à gratuidade 
em comparação ao texto de 1934. No artigo 168-II, diz: “O ensino primário oficial é gratuito 
para todos: o ensino oficial ulterior ao primário sê-lo-á para quantos provarem falta ou 
insuficiência de recursos”; também é colocado a responsabilidade das empresas em relação à 
educação de seus empregados menores e dos filhos dos empregados, se o número destes for 
superior a 100. O ensino religioso consta do horário escolar com matricula facultativa e de 
acordo com a confissão do aluno. O amparo à cultura é dever do Estado, a lei proverá a criação 
de institutos de pesquisa, de preferência junto aos estabelecimentos de ensino superior. 
Um significativo avanço é constatado por meio da tomada de medidas que visaram 
concretizar o princípio de ser traçada uma política educacional de âmbito nacional, princípio 
este grandemente defendido desde a década de 1920 pelo grupo que pregava a modernização 
educacional. 
Isso ocorreu, em primeiro lugar, pela criação de uma série de órgãos, como o Instituto 
Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP, 1938), Serviço Nacional de Radiodifusão Educativa 
(1939), Instituto Nacional do Cinema Educativo (1937), Serviço do Patrimônio Histórico e 
Artístico Nacional (1937), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI, 1942), 
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC, 1946), Conselho Nacional de 
Pesquisa (CNP, 1951), Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
(CAPES, 1951), Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES, 
1954), Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais e Centros Regionais de Pesquisas 
Educacionais (1955), além de muitos outros de caráter suplementar e provisório, de iniciativa 
oficial ou particular. 
Em segundo lugar, pelo início do trabalho de elaboração de um anteprojeto de Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em cumprimento ao artigo 52 da Constituição de 
1946, que dava à União competência para legislar sobre essa matéria. 
Os educadores de “ideias novas” eram contrários a essa tendência em virtude dos 
princípios pedagógicos, visto que acreditavam na ação educativa como um processo em que as 
adaptações às diferenças regionais e individuais exigiam a descentralização. 
Os educadores católicos eram contra a centralização legal, porque essa iria contra a 
liberdade individual ou da família, ao mesmo tempo em que era vista como instrumento de 
introdução e propagação da ideologia do Estado, que iria contra a Igreja. 
Quanto a questão da reforma do ensino, de 1942 a 1946, são decretadas as Leis 
Orgânicas do Ensino que ficaram conhecidas como Reforma Capanema. A lei Orgânica do 
Ensino Industrial, do Ensino Secundário, do Ensino Comercial, do Ensino Primário, do Ensino 
Normal e do Ensino Agrícola. 
Trechos do próprio Capanema sobre o ensino secundário indicam a influência da 
tendência fascista presente no período chamado de Estado Novo (1937-1945). Quanto ao ensino 
primário, é importante assinalar que, até então, não havia recebido atenção do governo 
republicano federal. Em consequência do decreto-lei 8.529/46, ele passa a ser estruturado da 
seguinte maneira: ensino primário fundamental (dividido em primário elementar, com 4 anos 
de duração, e em primário complementar, com 1 ano) destinado a crianças de 7 a 12 anos e 
ensino primário supletivo (2 anos). 
Quanto ao ensino normal, a estrutura implantada pelo decreto-lei 8.530/46 foi a de 
cursos de nível médio. O curso de 1ᵒ ciclo (4 anos), para a formação de regentes,seria 
ministrado em escolas normais regionais e o curso de 2ᵒ ciclo (3 anos), para formar professores, 
seria ministrado nas escolas normais, propriamente ditas. Foram criados, ainda, os Institutos de 
Educação, onde deveriam funcionar os cursos anteriormente citados e mais: como anexos, o 
Jardim de Infância e a Escola Primária, os cursos de especialização de professores primários e 
habilitação de administradores escolares.

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