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1-POLÍTICA E LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

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Atendimento Educacional Especializado - AEE - Módulo I
POLÍTICA E LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Introdução
A legislação educacional corresponde ao conjunto de leis referentes à educação, que se originam das constituições nacionais, como a Constituição Federal, considerada a Lei Maior do ordenamento jurídico do país, às leis aprovadas pelo Congresso Nacional e sancionadas pelo Presidente da República.
A legislação da educação refere-se ao ensino ou às questões educacionais, como, por exemplo, a profissão de professor, a democratização de ensino ou as mensalidades escolares.
Conhecer a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB é importante para o exercício da cidadania não só para os profissionais da educação e os alunos, mas como uma forma de humanização da pessoa e do desenvolvimento dos princípios de democracia e igualdade social.
A partir desses conhecimentos os educadores podem cobrar os direitos declarados nos textos legais. Dessa forma, as conquistas como o a universalização do direito ä educação, a gestão democrática da escola pública, a cobrança de responsabilidade do poder público e a destinação dos recursos financeiros destinados ä educação, trazem a expectativa de virem a ser implantadas efetivamente.
Estudar as leis que regem a educação nacional em diferentes épocas é importante para compreendermos que a legislação é um reflexo da sociedade e das condições em que se encontra o ensino brasileiro, bem como suas perspectivas.
Retrospectiva Histórica da Educação Nacional
"Para se compreender o real significado da legislação não basta ater-se à letra da lei; é preciso captar o seu espírito. Não é suficiente analisar o texto; é preciso analisar o contexto. Não basta ler nas linhas; é preciso ler nas entrelinhas” 
Dermeval Saviani 
Para compreendermos a forma como se estruturam as leis no contexto educacional brasileiro é preciso realizar um passeio pelos diversos períodos históricos a fim de percebermos a conexão da educação com a política, a economia, a cultura e a filosofia. Acreditamos, dessa forma, que estaremos contribuindo para que vocês possam construir uma visão multifacetada da História da nossa Educação e possam tomar decisões e atuarem como gestores.
Os objetivos dessa unidade são:
· Identificar as principais características econômico-sociais e culturais das diferentes fases do Brasil colônia, império e república, destacando a função da educação;
· Perceber a estreita relação entre o sistema educacional e os aspectos políticos, econômicos e culturais da sociedade brasileira nestes períodos;
· Perceber sua participação no fazer histórico.
Organização Escolar no Período Colonial – 1549-1759
O que caracteriza um sistema colonial, segundo GALEANO (1987) , é a existência de uma política de exploração estabelecida entre duas nações: uma se especializa em explorar e a outra em ser explorada. A que explora, denominada metrópole, exerce seu domínio sobre a colônia — que é a nação explorada -, retirando-lhe a autonomia e, por isto mesmo, fazendo com que se subordine aos estritos interesses da metrópole.
A elite portuguesa, em especial a burguesia mercantil, determinaria o que, como e quem produziria o que a metrópole desejava. A força de trabalho destinada à produção era composta pelos índios e pelos negros africanos. Assim estava assegurada uma produção de baixo custo, que renderia também outros tipos de lucro, uma vez que escravo era também considerado uma mercadoria. Eis aí a raiz primeira da duplicidade de nossa cultura: senhores e escravos.
O sistema educacional brasileiro tem início com a chegada dos primeiros jesuítas em 1549, até sua expulsão em 1759. Os jesuítas faziam parte da Companhia de Jesus e tinham a missão de implantar a religião católica, por meio da catequese e realizar a alfabetização dos indígenas e dos filhos dos colonos. Esses últimos recebiam uma instrução humanista centrada nos valores espirituais e morais da civilização ocidental cristã e complementavam seus estudos na metrópole (principalmente na Universidade de Coimbra .
Sobre Eduardo Galeano:
Os jesuítas implantaram uma educação elementar para a população índia e branca (com exceção das mulheres, cuja educação restringia-se às boas maneiras e prendas domésticas), uma educação de classe média para os homens da classe dominante, sacerdotal, e uma educação religiosa para a preparação de novos sacerdotes.
De acordo com Bárbara Freitag  (1986, p.47) as escolas de jesuítas cumpriam as funções necessárias para a manutenção do modelo de sociedade da época: a reprodução das relações de dominação e da ideologia dominante. Os filhos dos “senhores de engenho” eram preparados para estudar na Metrópole (Universidade de Coimbra), ou seja, em Portugal, adquirindo conhecimentos sobre o cristianismo e a cultura européia, de acordo com a ideologia dos colonizadores, preparando-os para se tornarem futuros membros da Companhia de Jesus, o que beneficiava a própria ordem religiosa, transformado-os nos futuros representantes da hierarquia colonial.
Posteriormente, isso levou a um choque com a metrópole, culminando com a expulsão dos jesuítas de Portugal e do Brasil.
Havia um predomínio da literatura clássica, de estudos do latim, da filosofia e um desinteresse quase total pela ciência.  Além disso, o trabalho intelectual era valorizado em detrimento do trabalho manual. Este era executado por índios, negros ou mestiços, que representavam a maioria da população colonial.
A economia do período colonial caracterizava-se pela monocultura, principalmente do café e da cana-de-açúcar, realizada em grandes latifúndios, realizada com a força de trabalho dos escravos. A educação dessa época mantinha o ensino alheio á realidade da vida na colônia, uma vez que não havia necessidade de conhecimentos especializados para a realização do trabalho nas lavouras.
A partir de 1760 inicia-se um período de consolidação e amplificação das reformas educacionais, introduzidas pelo Marques de Pombal , que incluíam a estruturação de um novo sistema de educação pública para substituir a dos jesuítas expulsos em 1759. A economia continuava sendo agroexportadora. A força de trabalho escrava era substituída pela força de trabalho do imigrante.
As reformas educacionais de Pombal visavam a três objetivos principais:
· Trazer a educação para o controle do Estado,
· Secularizar a educação e
· Padronizar o currículo.
Termina a administração das escolas que até essa época era realizada pelos jesuítas e passa-se o controle para os diretores. Cada aldeia indígena deveria ter pelo menos duas escolas públicas: uma para meninos e outra para meninas. Aos meninos se ensinaria a ler, escrever e contar, assim como a doutrina cristã, enquanto as meninas aprendiam a cuidar da casa, costurar e executar outras tarefas domésticas. Os diretores, diferentemente dos missionários, deveriam impor às crianças indígenas o uso do português e proibir o uso da própria língua.
O ensino das primeiras letras ao secundário passou a ser ministrado sob forma de “aulas avulsas” ou “aulas régias”, constituídas de latim, grego, filosofia e retórica, fragmentando o processo pedagógico. Faltavam professores, manuais e livros e os recursos orçamentários foram insuficientes para custear a educação pública.
A chegada da família real ao Brasil em 1808, teve repercussões no campo da educação.
O primeiro ato de Dom João relacionado à educação em terras brasileiras é a Carta Régia de 18 de fevereiro é a criação da Escola de Medicina na Bahia, a Escola de Agricultura, o museu Nacional e a Marinha. Há uma tendência á profissionalização do ensino superior e á preparação de pessoal para atender ao serviço público.
Embora essas ações se limitassem à Bahia a ao Rio de Janeiro, deixando o restante da colônia mergulhada em um atraso, pode-se dizer que essas medidas representavam uma ruptura completa com o programa escolástico e literário do período colonial. De acordo com Fernando de Azevedo  (1958), foi um período fecundo para a cultura e a educação brasileira.
· Para conhecer mais sobre o sistema escolar brasileirono período colonial, leia o artigo “Concepção do sistema escolar brasileiro entre a década de 20 e 30 expressa na visão de Anísio Teixeira”.
Organização Escolar no Período do Império (1822-1930)
O Brasil, em 1822, emancipou-se politicamente de Portugal, constituindo-se como um Estado Nacional, adotando o regime monárquico.
Após a Independência intensificaram as críticas ao sistema escravista.  Estudiosos da época (Maciel da Costa, José Eloi Pessoa) consideravam que o trabalho escravo dava rendimentos inferiores ao livre, inibia o processo de industrialização e aviltava a própria idéia de trabalho e, ainda, incentivava a vadiagem e indolência.
Paralelo à discussão sobre a abolição da escravidão, surgia a preocupação com a catequese de índios, na tentativa de “civilizar os índios bravos”. Ao mesmo tempo, a imigração e a colonização estrangeiras eram consideradas como solução para os problemas de mão-de-obra, primeiramente, para os engenhos de açúcar, depois para o trabalho agrícola com o crescimento do número de fazendas, na região sudeste, voltada ao cultivo do café. A agricultura adotada era de monocultura em grandes propriedades de terras.
No que se refere à educação pública nas primeiras décadas do Império, as escolas existentes enfrentavam grandes problemas como falta de professores, de prédios adequados e de organização de um plano de instrução.
Em relação ao ensino secundário, criou-se o Colégio Pedro II e a oferta de aulas avulsas públicas e particulares. Em nível superior se criou, com a Lei de 11 de agosto de 1827, dois cursos jurídicos, um em São Paulo e outro em Olinda. O Ato Adicional à Constituição do Império de 1834 determinou que o ensino primário ficaria aos cuidados das Províncias, desobrigando o Estado Nacional de se responsabilizar por este nível de ensino, contudo as Províncias não estavam em condições de arcar com o ensino primário e pouco se realizou.
O período imperial foi marcado por intensas transformações, como a expansão cafeeira no oeste paulista, a imigração em escala crescente, a Guerra com o Paraguai. O nascimento do Partido Republicano e as tensões entre o Estado e a Igreja, entre o Estado e os militares. Presenciou-se o avanço dos ideais positivistas, entre outros que possibilitaram a Proclamação da República, em 1889.
Organização Escolar no Período da República (1889-1930)
O período republicano costuma ser dividido em três fases:
1. Primeira República ou República Velha - que vai de 1889 até a Revolução de 1930;
2. Nova República ou Estado Novo – que vai do início da década de 30 até 1945;
3. Fase de 1945-1964
· Primeira República ou República Velha - de 1889 a 1930
No início da República, a maioria das províncias se encontrava em uma situação econômica desfavorável, o que não era o caso de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nesses Estados a economia se destacava com a produção do café no Rio de Janeiro e em São Paulo e a produção de leite em Minas Gerais, conhecida como a “Política de Café com Leite”.
O processo de urbanização se organizou com o fortalecimento da economia agrário-exportadora, isto é, com a exportação de produtos agrícolas para as nações desenvolvidas.
Para alguns autores foi o Governo Republicano quem proporcionou maior crescimento de oportunidades escolares. Ressaltam, porém, que até 1907 o tipo comum de escola primária era a de um professor e uma só classe, congregando vários níveis de alunos. Na Primeira República surgem os primeiros “grupos escolares”, com o objetivo de assegurar o acesso universal e a gratuidade da escola.
Nessa época, as instituições particulares, especialmente de caráter religioso, também se duplicaram. Dedicavam-se, prioritariamente, ao ensino secundário, preparatório para os cursos profissionais superiores. Como os grupos escolares não conseguiam atender a todos e as escolas particulares eram caras e não se destinavam a formar técnicos e artífices, o sistema educacional começa a demonstrar, não só seu caráter de classe, como também sua insuficiência.
De 1920 a 1930, a escola pública mostra sinais de recuperação quando ocorre um pequeno aumento do número de pessoal docente, porém, paralelamente, há significativa diminuição no número de matrículas. A insuficiência do setor em oferecer a instrução primária para todos resulta em um processo que permanece até hoje, na organização escolar: a escola para a elite e a escola para iletrados e analfabetos. Se em 1548 o “universo” a quem se destinava a escola era a população indígena, a partir do Império passou a ser a elite.
No século XVIII cresceu o movimento para libertar, principalmente nos países católicos, a educação da tutela da Igreja. Vários fatores concorreram para o processo de laicização da educação: a consolidação da concepção antropocêntrica de mundo; o racionalismo crescente; os avanços da ciência e a ampliação da instrução elementar. Por isso, a partir de meados do século XVIII, cresceram os movimentos contra o monopólio da Igreja sobre a educação.
O processo de renovação político cultural empreendido na Europa, a partir do final do século XVIII, estava baseado na crença de uma racionalidade que possibilitaria a libertação do homem, a razão foi considerada a luz que poderia retirar os homens da escuridão. Espalhou-se a certeza de que a razão e, conseqüentemente, o homem iluminado por ela poderia transformar a vida social e sua relação com a natureza. Instalou-se o movimento cultural conhecido como Iluminismo .
De acordo com a visão iluminista, a ordem do mundo natural e social era conferida pela razão, porque somente ela poderia mostrar o mundo tal como ele era verdadeiramente, guiando o homem em suas ações.
A busca pela formação do novo homem também esteve presente na pedagogia inspirada no Movimento da Escola Nova , essa tendência pedagógica utilizou as categorias racionalidade e liberdade, mas com características diferentes. De acordo com a Escola Nova, o uso da racionalidade era fundamental para enfatizar o trabalho científico; buscar métodos que dessem conta de explicar a realidade educacional; compreender o desenvolvimento do psiquismo dos educandos e criar um ambiente propício à educação.
A Constituição republicana ratifica a tradição de dualidade do sistema escolar na medida em que estabelece que:
· à União competia privativamente legislar sobre o ensino superior na capital da República, cabendo-lhe, mas não privativamente, criar instituições de ensino secundário nos Estados e promover a instrução no Distrito Federal;
· aos Estados caberia a organização de seus sistemas escolares completos.
Em outras palavras: haveria um sistema educacional para a capital e outro para o resto do país.
Encontramos nesse período manifestações de dualidade da nossa cultura; trata-se de duas dicotomias do ensino secundário:
· formação humana versus preparação para o ensino superior;
· foco na educação humanista versus foco na educação científica.
Talvez você mesmo tenha cursado ou conheça pessoas que tenham cursado o "clássico" ou o "científico" no nível secundário. E talvez também saiba de pessoas que, mesmo desejando seguir seus estudos no nível superior, foram obrigadas a fazer um “2° Grau” profissionalizante, perdendo horas em aulas, atividades e estágios que absolutamente não serviam aos seus propósitos. Esses são apenas alguns exemplos recentes de como, até hoje, vivemos esses dilemas em nosso sistema educacional.
Governo Varguista (1930-1945)
Após a década de 1930, com a derrubada da “República Velha” (1889-1930), dominada pela oligarquia cafeicultora, o Governo prestou mais atenção à educação pública. Foi somente a partir desta data que o país passou a contar com um Ministério da Educação.
Getúlio Vargas, que liderou a denominada “Revolução de 30”, governou, provisoriamente, como líder do movimento golpista, até 1934, quando a segunda constituição da República foi promulgada. Nela, pela primeira vez na história do país, apareceu a vinculação de recursos nos orçamentos públicos para a educação.
Em 1937, durante seu primeiro mandato eletivo – o governante fora eleitopelo voto indireto em 1934 –, Getúlio Vargas aplicou uma espécie de “autogolpe”, anulou a Constituição corporativista que o elegera e impôs ao país uma carta outorgada, que implantou o chamado “Estado Novo” . Até 1945, o país viveu uma ditadura personalista, voltada para uma espécie de nacionalismo típico que, de qualquer modo, preocupava-se com a modernização da Nação e que, por isso, acabou por criar uma primeira estrutura educacional pública do país.
Com a Proclamação da República a organização política apoiou-se na descentralização político-econômica, refletindo-se também na organização escolar, como evidenciado no texto da Constituição de 1891:
“...à União compete privativamente legislar sobre o ensino superior na capital da República, cabendo-lhe, mas não privativamente, criar instituições de ensino secundário nos Estados e promover a instrução no Distrito Federal...” 
A partir destas definições a Escola se organiza em graus de ensino: o 1º grau para crianças de 7 aos 13 anos e, o 2º grau para crianças a partir dos 13 anos. Uma das intenções era que os diversos níveis de ensino se tornassem “formadores” e não apenas preparadores para o grau seguinte. A entrada nos cursos superiores seria precedida de exames (no final do curso secundário) objetivando medir a capacidade intelectual dos alunos. Outra intenção era assegurar que a formação no 2º grau ocorresse tendo como base a ciência, substituindo assim o que chamavam “academismo literário”, criticado como resultado do predomínio da escola tradicional.
As controvérsias e propostas de reformas giravam em torno de dois dilemas: 
· a formação humana x preparação para o ensino superior; 
· formação humana baseada na ciência x formação humana baseada na literatura.
O que resulta desse impasse é que tanto o ensino primário como o secundário, tornam-se enciclopédicos. Acrescenta-se ao conteúdo tradicional os conteúdos ditos científicos, não resolvendo o dilema nem ao nível das ideias nem ao nível da suficiência da Escola. Na prática, a escola se manteve como preparadora daqueles que iriam ingressar no grau de ensino subseqüente. O impasse entre a predominância de conteúdos da escola humanista clássica ou da escola realista-científica, conjugando com a profusão de métodos e parâmetros pedagógicos, formam o caldo de cultura gerador de uma série de reforma na organização escolar, no período que vai de 1900 a 1930.
A Escola, mais uma vez, aparece como algo sem solução, em especial para aqueles que “esqueciam” a questão central: a dependência cultural e econômica e a marginalização e exclusão de grande parte da população, dos benefícios resultantes da modernização porque passava a sociedade brasileira, nos primeiros tempos da República, como vêm provar os dados sobre analfabetismo de mais da metade da população.
A Constituição de 1934  foi a primeira a estabelecer a necessidade de elaboração de um Plano Nacional de Educação que coordenasse e supervisionasse as atividades de ensino em todos os níveis. Foram regulamentadas as formas de financiamento do ensino oficial em cotas fixas para a Federação, os Estados e os Municípios, fixando-se ainda as competências dos respectivos níveis administrativos. Implantou-se a gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário, e o ensino religioso tornou-se optativo.
Foi ainda em 1937 que se declarou obrigatória a introdução da educação moral e política nos currículos. Portanto, paulatinamente, a sociedade brasileira passou a tomar consciência da importância estratégica da educação para assegurar e consolidar as mudanças econômicas e políticas que estavam sendo empreendidas.
A crise mundial de 1929  (quebra da Bolsa de Valores de Nova York), ocasiona mudanças estruturais na economia brasileira.  Ocorre uma superprodução de café e o Estado passa a comprar o produto excendente com auxílio de créditos adquiridos no exterior. Esse fato acaba gerando um aumento na dívida externa. Ocorre a restrição das importações de bens de consumo. Todos esses fatores contribuíram para o desenvolvimento da indústria no Brasil.
De acordo com Bárbara Freitag a classe dos latifundiários é obrigada a dividir o poder com a nova burguesia urbano-industrial. Com o auxílio de certos grupos militares Vargas assume o poder em 1930, implantando, em 1937 o chamado “Estado Novo”, com traços ditatoriais.
A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo capitalista de produção. A acumulação de capital, do período anterior, permitiu com que o Brasil pudesse investir no mercado interno e na produção industrial.
Vargas gozava de poderes quase ilimitados e, aproveitando-se deles, começou a tomar políticas de modernização do país. Ele criou novos ministérios - como o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio  e o Ministério da Educação e Saúde, e nomeou interventores de estados. Continuou com a Política de Valorização do Café, criando o Conselho Nacional do Café e o Instituto do Cacau, atendendo assim a algumas das reivindicações das oligarquias cafeeiras.
Getúlio Vargas cria a lei da Sindicalização, que vinculava os sindicatos brasileiros ao presidente. Vargas pretendia, assim, tentar ganhar o apoio popular, para que estes apoiassem suas decisões (a política conhecida como populismo). Mesmo assim, houve, na Era Vargas, grandes avanços na legislação trabalhista brasileira, que perduram até hoje.
São fundadas as primeiras universidades, com a união de uma série de instituições isoladas de ensino superior. Estabelece a nova Constituição de 1934 a elaboração de um Plano Nacional de Educação. É implantada a obrigatoriedade do ensino primário e o ensino religioso passa a ser facultativo, diminuindo a influência da igreja no sistema educacional.
A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão de obra especializada e para tal era preciso investir na educação. Sendo assim, em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo provisório sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileiras ainda inexistentes. Introduz-se o ensino profissionalizante e um artigo da lei de 1937 dispõe que é obrigação das indústrias e dos sindicatos criarem escolas de aprendizagem na área de sua especialização para os filhos de seus empregados e membros.
As escolas técnicas passam a ser a única via de ascensão social para permitida ao operário, incentivada pelo Estado a fim de atender às exigências de qualificação e diversificação que a indústria exige. É nesse contexto que surgem o Serviço Nacional da Indústria - SENAI   e o Serviço Nacional do comércio – SENAC .
O sistema educacional do Estado Novo reproduz a dicotomia da estrutura de classes capitalista com a oferta de cursos técnicos para “os menos favorecidos” e curso acadêmicos para a burguesia. (Sistema dual de ensino)
Deve-se recordar que em 1932 é publicado o “Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova”  dirigido ao povo e à nação, resultante de várias conferências lideradas e estimuladas por intelectuais de renome como Francisco de Azevedo e políticos e por políticos da época.
Esse documento defende a escola pública para todos como dever do Estado, devendo ser implantada em âmbito nacional. Realiza a crítica ao sistema dual de ensino e reinvindica a escola básica única. A principal crítica a respeito da educação brasileira daquele momento é de que se compunha de um ensino fragmentado, sem articulação entre os diversos ensinamentos e deles com o mundo.
Fase de 1945-1964
Essa fase corresponde à aceleração do processo de substituição de importações, iniciado no período anterior, quando os países desenvolvidos, envolvidos na II Guerra Mundial, passam a produzir material bélico e limitam a produção de bens de consumo para exportação. Dessa forma a indústria brasileira se desenvolve sem a competição de produtos estrangeiros.
A fase política que predomina é a chamada populista-desenvolvimentista, que representa uma aliança entre um empresariado nacional e setores populares com aspirações de participação econômica e política na vida nacional.
A políticaeducacional que caracteriza esse período reflete a ambivalência desses dois grupos: um de tendência populista e outro de tendência antipopulista (formada pelas classes médias, profissionais liberais, forças armadas, prejudicadas pela inflação e excluídas do processo de decisão do estado populista). Essa política se reduz, de acordo com Freitag, à luta em torno da LDB e à Campanha da Escola Pública.
A economia de substituição de importações, iniciada em 1930, acelera-se e diversifica-se entre 1945 e o início da década de 1960.  A Constituição de 1946  já havia fixado a necessidade de novas leis educacionais que substituíssem as anteriores, consideradas ultrapassadas para o novo momento econômico e político que o país passava a viver. O final da Segunda Guerra também imprime ao país novas necessidades que a educação não podia ignorar. Era um período de transitoriedade em que havia intensa manifestação a respeito dos rumos do sistema educacional.
Dos muitos debates travados, foi aprovada em 1961, finalmente, a Lei de Diretrizes e Bases (Lei n° 4.024/61) , mais conhecida simplesmente como LDB, que estabelecia as diretrizes e bases da educação nacional. Por mais de 15 anos, o projeto desta lei foi discutido no Congresso Nacional. De um lado haviam defensores de uma escola privada e de outro os defensores da escola pública. Contudo ela estruturava o sistema educacional nacional, mantendo um mínimo de integração vertical e horizontal.  Seus dispositivos mais significativos eram:
1. Tanto o setor público como o setor privado tem o direito de ministrar o ensino em todos os níveis.
2. O Estado pode subvencionar a iniciativa particular no oferecimento de serviços educacionais.
3. A estrutura do ensino manteve a mesma organização anterior, ou seja:
· Ensino pré-primário, composto de escolas maternais e jardins de infância.
· Ensino primário de quatro anos, com possibilidade de acréscimo de mais dois anos para programa de artes aplicadas.
· Ensino médio, subdividido em dois ciclos: o ginasial, de quatro anos, e o colegial, de três anos. Ambos compreendiam o ensino secundário e o ensino técnico (industrial, agrícola, comercial e de formação de professores).
· Ensino superior.
Entre 1950 e 1960, o país conheceu as maiores taxas de expansão da alfabetização. Isto se deve ao fato de que, a partir de 1947, foram instaladas classes de ensino supletivo na maior parte dos municípios. As classes de supletivo e as de ensino complementar (pré-profissional e profissional) em conjunto foram freqüentadas por mais de 400 mil alunos cada ano, por treze anos consecutivos. Assim, o supletivo composto por duas séries escolares, entre 1947 e 1959, alfabetizou cerca de 5,2 milhões de alunos (tabela 17). A taxa de analfabetos que, em 1950, era de 50%, atingiu 33,1% em 1970. Assim, as mudanças foram sensíveis: a população total quase atingiu a casa dos 100 milhões, a população urbana cresceu e o índice de alfabetização acompanhou a modificação do perfil populacional.
Entretanto, problemas fundamentais, como, por exemplo, a democratização e desintelectualização do sistema educacional, não são tratados nessa lei. A educação continuava a viver uma vida desvinculada dos problemas práticos, sem referência ao mundo do trabalho.
A Política Educacional de 1964 a 1985
Em 1964, o país sofreu um novo golpe de Estado, liderado pelos militares, que impuseram à sociedade brasileira uma ditadura que durou por 21 anos. Com o golpe militar opta-se pelo capital estrangeiro e liquida-se de vez com a política do nacional – desenvolvimentismo.
Trata-se de um modelo concentrador de renda, caracterizando-se esse período pelo: arrocho salarial para o trabalhador e êxodo rural. Nesse período a economia brasileira enfrentava uma inflação elevada, com índices mensais superiores a 60%, altas taxas de desemprego e baixo crescimento econômico.
No dia 31 de março de 1964 , atendendo às reivindicações das lideranças democráticas e do povo brasileiro, as forças armadas destituíram o Governo Goulart , sem revolução civil.
É criada a Lei 4.464/64  que proíbe o funcionamento da União Nacional dos Estudantes – UNE , criada em 1937. A Lei n. 4.440/64 institucionaliza o salário-educação: 2% do salário-mínimo regional pago pelas empresas à Previdência Social, em relação a todos os empregados (do valor arrecadado, 50% compete aos governos estaduais aplicar no ensino fundamental e o restante destina-se aos Estados mais carentes, através do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação, gerido pelo MEC).
Caro(a) aluno(a), não deixe de assistir os vídeos abaixo – Educação na Ditadura: a marca da repressão (partes 1 e 2), que explicam de forma extremamente clara como era a educação brasileira durante este período.
m 1969 ocorre o início da guerrilha urbana. Os reflexos imediatos sobre a educação se referem à reestruturação da representação estudantil. A situação é explosiva tanto na sociedade civil quando na sociedade política. O ato Institucional - AI-5 retira garantias individuais, públicas ou privadas e concede ao presidente da República plenos poderes para atuar como executivo e legislativo.
O Decreto-lei nº 477/69  é aplicado aos professores, alunos e funcionários das escolas, proibindo toda e qualquer manifestação de caráter político. A política educacional é pautada pela reordenação das formas de controle social e político, que usará o sistema educacional para assegurar este controle.  A educação estará a serviço, novamente dos interesses econômicos. A partir disso desenvolve-se uma reforma autoritária, vertical, domesticadora, que visa atrelar o sistema educacional ao modelo de desenvolvimento econômico dependente, imposto pela política econômica norte-americana para a América Latina.
Pilares da reforma:
· Educação e desenvolvimento - formação de profissionais (mão-de-obra especializada) para atender as demandas de um mercado em expansão;
· Educação e segurança - introdução da Educação Moral e Cívica, Organização Social e Política do Brasil e Estudos de Problemas Brasileiros, imposição da ideologia;
· Educação e comunidade - relação escola e comunidade (conselhos de empresários e mestres), inferência da empresa na escola.
Em 1971 com a promulgação da Lei 5692 - novas diretrizes para o ensino de 1º e 2º graus - excluiu-se dos currículos disciplinas que exercitavam o pensamento - Filosofia, Sociologia, Lógica; subtraiu-se da carga horária de Língua Portuguesa, Ciências, Conhecimentos Gerais, incluindo-se aí Matemática, um tempo enorme destinando-o à "preparação para o trabalho", com a intenção de que todo adolescente saísse da escola com uma profissão.
Essa proposta não se sustentou por muito tempo, mas o estrago foi grande, uma vez ter coincidido com uma metodologia tecnicista de ensino, quando os livros foram substituídos por cadernos de exercícios descartáveis e, por longo tempo, o trabalho mais importante dos alunos era procurar uma resposta certa para cada questão proposta e marcar (X), sem necessidade de grandes reflexões. Muitos cadernos de exercícios traziam "a resposta certa" no final do mesmo.
Crescem as escolas de 3º Grau (Ensino Superior) e multiplicam-se as faculdades em todo o país, e com elas os vestibulares de massa, em que novamente, a exigência recaia no marcar (X) permitindo o ingresso, desde que a nota fosse diferente de zero, nas respectivas disciplinas avaliadas.
Do ponto de vista de sua organização interna, o atual sistema brasileiro de ensino é resultado de modificações importantes, introduzidas em 1971, 1988 e 1996.
Com a Lei n.º 5.692/71, a escola primária e o ginásio foram fundidos e denominados de ensino de 1º grau. O antigo colégio passou a se chamar ensino de 2º grau. O ensino obrigatório estendeu-se, assim, para oito anos, embora a terminologia unificada não correspondesse a uma organização integrada das oito séries. As quatro primeiras séries continuaram a ser atendidas por um único professor, do qual não era exigido nível superior, mas apenas formação para magistério em nível médio. As quatro séries finais do 1º grau e o 2º grau permaneceramdivididas em disciplinas ministradas por diferentes docentes, dos quais se exigia, ao menos formalmente, educação superior. A organização passou a ser, então, conforme especifica o quadro 2.
Esta modificação tornou difícil a comparação entre os indicadores brasileiros e os dos demais países. As principais diferenças são a longa duração do ensino fundamental obrigatório (oito anos) e seu início aos 7 anos de idade (e não aos 6, como é o mais comum).
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o sistema educacional brasileiro passou por um processo de modificação, culminando com a aprovação da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394/96) , que alterou a organização do sistema escolar, bem como a sua denominação (quadro 3).
O atendimento de 0 a 3 anos (creches) e de 4 a 6 anos (pré-escola) passou a ser denominado Educação Infantil. Os antigos 1º e 2º graus passaram à denominação Ensino Fundamental e Ensino Médio, respectivamente. A LDB reduz a dois os níveis de educação escolar: o da educação básica (composta por educação infantil, ensino fundamental e médio), e a educação superior. Apresenta a educação profissional como modalidade de ensino articulada com esses níveis, embora a admita, como habilitação profissional, nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições especializadas em educação profissional. Outras modalidades de ensino; como a educação especial e a educação indígena, ganharam especificidade dentro da nova forma de organização.
· Estrutura Administrativa da Educação Básica
Comparada com as últimas LDB dentre outras mudanças, podemos destacar, que a Lei 9394/96 estabelece dois níveis de educação escolar: Educação Básica e Educação Superior.
Características da reforma universitária:
· Lei nº 5540/68 trata da reforma do ensino superior.
· Extingue a cátedra. Cria os departamentos. Aglutina faculdades em universidades para melhor aproveitamento de recursos materiais e humanos, tendo em vista mais eficácia e produtividade. Institui o curso básico.
· Estabelece cursos de curta e longa duração.
· A matrícula passa a ser feita por disciplina – sistema de créditos.
· Nomeação de reitores e diretores de unidades (não “necessita” ser docente universitário).
· Perda da autonomia universitária.
· Despolitização.
Apesar do longo período ditatorial, Luis Antônio da Cunha, um dos mais importantes estudiosos da educação superior no Brasil, afirma que foi nesse período que o processo tardio de formação da universidade brasileira recebeu maior impulso (2000, p. 178).
A Política Educacional A Partir dos Anos 80
No final da década de 1970 e nos anos 80, um grupo significativo de estudiosos identificou os nexos da administração, tanto empresarial como educacional, com o processo de desenvolvimento do capitalismo em termos mundiais e no Brasil. Ocorreu um aprofundamento da perspectiva teórica na área da administração educacional, que introduziu a crítica aos seus fundamentos originados das teorias empresariais.
No Brasil, foi possível perceber uma relativa sincronia entre o desenvolvimento da área de administração de empresas e o "modelo" de sistema educacional implementado pelas reformas realizadas durante os governos militares. No âmbito mais geral do sistema, foram se introduzindo os parâmetros da burocracia privada e, de certa forma, esse processo era validado levando-se em conta o que ocorria na prática do trabalho fabril, em que a produtividade, a eficiência e a racionalidade se concretizavam materialmente no resultado da produção.
A divisão do trabalho pedagógico foi a forma mais concreta de uma progressiva homogeneização entre o trabalho no setor público e no setor privado, entretanto, pode-se dizer que a perspectiva empresarial não havia alcançado seu grau mais elevado entre os docentes e os diretores.
Nos anos 80 o debate entre a perspectiva conservadora na área da administração educacional e uma perspectiva crítica, progressista, foi se ampliando, a ponto de se eleger a temática da democratização da educação e a sua gestão democrática, como eixo fundamental das ações políticas das diversas entidades que constituíram o Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, durante e após o Congresso Constituinte.
Nessa década começaram a se criar mecanismos de participação da comunidade escolar e da comunidade de pais dentro da escola, a partir de eleições para a escolha de diretores e da constituição de conselhos escolares, comunitários e até dos conselhos municipais de educação. Esses mecanismos apresentam limites e possibilidades que têm de certa forma se confrontado permanentemente, ampliando ou restringindo resultados durante os anos 90.
Enquanto se discutia no senado a nova LDB, estava sendo formulada a política do Banco Mundial para América Latina, sob a ótica do modelo "democrático atualizado", segundo a perspectiva hegemônica do neoliberalismo no campo econômico e político.
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef)  é um dos exemplos da tendência de que poderão ser restringidas as possibilidades de democratização mais plena do sistema educacional, considerando-se que se tornam reduzidas as possibilidades de gerenciamento dos recursos, ainda insuficientes, que para ele são canalizados, com a efetiva participação das entidades das categorias dos educadores, e, também, dos setores populares da sociedade.
Em 1985, o país completou seu “processo de redemocratização”, desenvolvendo um amplo movimento social voltado para a formulação da segunda LDB da História da Educação Brasileira. Na atmosfera democrática de resgate das estruturas institucionais da Nação, no contexto da Assembléia Nacional Constituinte, toda a comunidade educacional brasileira participou das discussões sobre o projeto da nova LDB, durante quatro anos, em debates e consultas que foram organizados por todo o país.
Foi um longo processo, mas o entusiasmo era geral porque, pela primeira vez na história do país, os educadores deixavam de ser meros executores e passavam a ser sujeitos da formulação de políticas em sua própria área. Finalmente, depois de muitos encontros, conferências e eventos congêneres, a sociedade brasileira chegou a um projeto de lei que, apesar de suas contradições, refletia as ideias e projeções que ela sonhara.
Em 1992, o país viveu a “turbulência Collor”, que acabou desencadeando o impeachment desse Presidente. O Vice-Presidente assumiu o Governo e por meio da inteligente e competente performance do Ministro da Educação, o país foi engajado no movimento da Conferência Mundial de Educação para Todos.  Na Conferência Brasileira de Educação para Todos , representantes dos segmentos dos sistemas educacionais e de todos os graus de ensino do país discutiram as prioridades da educação brasileira e firmaram um pacto especialmente voltado para a solução dos problemas que diziam respeito à alfabetização e à educação básica.
· Política Educacional na Nova República - 1985 a 1990 – A Era Sarney
Depois de 21 anos, um civil é eleito presidente da república brasileira, seu nome: Tancredo Neves. Apesar de não ter sido através de eleição direta, a vitória de Tancredo marca o fim da Ditadura Militar brasileira (1964 -1985), como consequência, há uma verdadeira comoção nacional, toda nação brasileira vê em Tancredo a “esperança” de mudança e a consolidação da democracia; contudo, Tancredo não assume a presidência, faleceu em 21 de abril devido uma enfermidade. Assume o então vice-presidente: José Sarney. Sarney tem a difícil missão de corresponder aos anseios do povo, além de superar várias crises, entre elas, a educacional.
Era Sarney (1985 – 1990)
Tendo adotado o lema “prioridade para o social”, o Governo assumiu uma postura de “ação” frente aos problemas educacionais, o ensino fundamental era uma das áreas que necessitavam de uma rápida ação, duras críticas eram feitas pelos educadores em universidades, por isso, a “universalização da educação básica, aliada a um ensino de qualidade” foi o primeiro compromissodo governo Sarney frente à crise educacional; “O Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento da Nova República de 1986 a 1989” era o movimento que concretizaria as ações do Governo.
Um dos princípios da Nova República era a reativação do crescimento econômico aliado ao desenvolvimento social, isso, através de uma reavaliação dos programas sociais, ajustando-os à nova orientação política que divergia da política do regime anterior (centralização das decisões e inflexibilidade na alocação de recursos).
Com relação à universalização da educação, o Estado pretendia matricular 25 milhões de crianças entre 7 e 14 anos de idade até 1989. Para legitimar essa meta, foi criado o programa: “Educação para Todos – Caminho de Mudança” cujas principais metas eram: Despertar a consciência nacional para a importância política e social da educação; aumentar a produtividade da educação básica; melhorar a situação do professorado; regularizar a distribuição dos recursos financeiros e facilitar o acesso e o retorno à educação fundamental. Os programas sociais existentes foram mantidos (Programa de Assistência aos Estudantes na Educação Fundamental e Projetos resultantes de acordos internacionais) e destinados à educação fundamental.
Em setembro de 86, o Estado promoveu um debate nacional sobre educação fundamental, que contou com a participação dos diversos setores da sociedade, O Ministério da Educação determinou um dia nacional para o debate, o “Dia D”.
O objetivo desse debate era suscitar uma discussão sobre a reforma da educação fundamental, e os resultados seriam enviados ao Ministério da Educação. O Dia D mobilizou toda sociedade brasileira, durante a semana de debate foi constatado que as questões discutidas descendiam de questões já discutidas em décadas anteriores. O Estado obteve sucesso com o debate, contudo, o entusiasmo obtido, com o passar dos meses começou a perder força, tanto que havia indicações que os esforços do governo central tinham caído no espaço vazio; E em termos de mudança, quase nada se resultou do debate, o que é compreensível, pois, grande parte dos problemas requeria soluções de longo prazo.
Entretanto o Estado criou outro movimento: o debate no momento da inauguração da carta constitucional de 1988, grupos de interesse, educadores e representantes de escolas públicas e privadas fizeram parte do debate, as sugestões e exigências obtidas do debate se materializaram: A nova constituição aumentou o valor do repasse de verbas (do Governo Federal) para o ensino fundamental. A constituição de 1988 propunha ainda, três objetivos no novo plano nacional de educação: a erradicação do analfabetismo, a universalização do atendimento escolar e a qualidade do ensino. É importante salientar que até aqui, o estado apenas havia criado uma “imagem” de ação, pois, ainda havia uma barreira: a implementação desses projetos.
A falta de coordenação entre os três níveis administrativos foi o ponto fraco do governo Sarney, principalmente na implementação dos projetos elaborados. Por exemplo: depois da coleta dos resultados do debate do Dia D, não houve uma análise conjunta dos dados entre o Governo Federal e os Estados; mesmo assim, aos Estados foi designada a impossível tarefa de incluir os dados em seus respectivos planos de ação, sendo assim, os Estados não estavam preparados para mudar suas praticas pedagógicas sem um planejamento de longa duração, além disso, a falta de autonomia dos Estados e Municípios, contribuíram para o fracasso na implementação dos projetos, a crise educacional atingiu o ápice no final de 1987, o sistema estava totalmente sobrecarregado; por falta de integração e organização entre as esferas governamentais, ou seja, os Estados e os municípios tinham que atender as obrigações impostas pelo governo federal, cuja quais, não contribuíam para melhoria dos mesmos, resultando num sobre carregamento de responsabilidades ao sistema educacional. 
Essa situação se agravou ainda mais, pois faltava ao Ministério da Educação, uma linha de comunicação, com isso a comunicação estava estagnada: De um lado o Governo Federal esperava que os Estados e os municípios encontrassem uma solução para os problemas educacionais, do outro lado, os Estados e os municípios esperavam uma supervisão do governo, o apoio dos seus especialistas e bem como, o repasse de verbas. Outro fator foi a inconstitucionalidade quanto ao repasse do governo (18% na constituição, mas, 13% na prática), aos Estados e municípios cabia a contribuição de 25%. Ademais, um aumento de recursos financeiros poderia amenizar a os problemas na educação (o que já era debatido desde os anos 70), mas, somente se os recursos fossem administrados adequadamente.
O contexto político da Nova Republica, deu combustível para debates de analistas acadêmicos, e fez com que houvesse uma aproximação entre os partidos políticos e a elaboração de experimentos em educação fundamental, apesar dessas iniciativas não conseguirem encorajar o Estado a elabora um projeto nacional para a reforma da educação fundamental, essa abertura política, contribuiu para as discussões acerca dos problemas educacionais; foros debates, congressos, seminários e conferências, todos esses eventos, tinham a participação e o apoio da sociedade, bem como o patrocínio dos partidos políticos.
Nos últimos anos do governo Sarney, o descrédito do povo brasileiro nas propostas de mudanças era notório, na área educacional, as expectativas de mudanças proporcionadas pelos debates resultaram apenas em frustrações.
Com isso, a situação educacional na Nova República era: crianças em idade escolar fora da escola, alto índice de analfabetismo em crianças que frequentavam a escola e atividades extracurriculares sobrecarregando o sistema educacional. Em 1989, a taxa nacional de matricula no ensino fundamental era de 84%, porém, a taxa de conclusão da educação fundamental era aproximadamente 14%.
A Era Collor 1990-1992
Durante o governo Collor a questão da educação fundamental, um dos problemas discutidos e repassados de governos anteriores, não se tornou um ponto de destaque em pouco tempo que Collor esteve no poder. “Surgiram novos objetivos como: A universalização da educação fundamental, A erradicação do analfabetismo e as escolas de “tempo integral”, e as questões educacionais eram discutidas em conjunto com os problemas dos setores de saúde e segurança social, passando uma ideia de que o governo não tinha o menor interesse de criar uma imagem na área educacional.
Em 1990 a (ONU) promulgou o ‘’ano internacional da alfabetização e a conferência mundial sobre educação para todos, visando os problemas e as soluções, desde o regime militar e o governo Sarney o principal objetivo para a educação fundamental era “atingir 100% de matrícula em 1998”.
O ministério da educação formulou o “programa nacional de alfabetização e cidadania”  a ser desenvolvido em três fases em nível municipal, estadual e nacional. Essa proposta foi lançada ao presidente Collor o qual prometeu universalizar a educação fundamental até 1995. Já em 1991, surgiu novos planos  para educação resumidos sob os títulos ‘’Educação com equidade e eficiência’’, ‘’Educação com qualidade’’ e ‘’Educação para modernidade’’.
Depois do programa setorial criado pela nova LDB a qual pretendia produzir a reforma da educação fundamental, o presidente Collor apoiou com a proposta de reforma “Socioliberal do estado” e defendia esta reforma como a ‘’mudança qualitativa’’. Logo surgiu um novo artigo ‘’a revolução educacional’’ com o objetivo de alcançar a democracia política através das massas. A proposta do governo de reorganizar a burocracia do estado era um sinal de que o estado estava indo na direção certa. Contudo, ficaram de lado os planos de renovação. No último ano do governo Collor a educação fundamental foi repassada as escolas de tempo integral como foi visto antes, ou seja, uma experiência iniciada nos anos 80 no Rio de Janeiro. 
Todos os projetos, os programas criados, as propostas e os objetivos desafiantes das políticas da educação fundamentalrefletiam os eventos ocorridos dentro do contexto do governo Collor. Percebe-se que durante o seu governo o item educação não fazia parte do plano Collor, o elemento mais atraente de sua plataforma referia-se a sua proposta para a economia, o “Plano Collor’’.
Depois de sua posse, Collor anuncia um pacote econômico no dia 15 de março de 1990, o plano Brasil Novo. Esse plano tinha como objetivo por um fim a crise, ajustar a economia e elevar o país do terceiro para o primeiro mundo. O novo cruzado é substituído pelo ‘’cruzeiro’’, bloqueia por 18 meses os saldos das contas correntes, cadernetas de poupança e demais investimentos superiores R$ 50.000,00. Os preços foram tabelados e depois liberados gradualmente, os salários foram pré-fixados e depois negociados entre patrões e funcionários os impostos e tarifas aumentaram e foram criados outros tributos, são suspensos os incentivos fiscais não garantidos pela constituição. É anunciado corte nos gastos públicos, também se reduz a máquina do estado com demissão de funcionários e privatização de empresas estatais. Debates e projetos de educadores continuaram apesar dos problemas políticos e econômicos no País, que atingiram seu ápice quando Collor foi afastado do governo em 1992 após um pedido de Impeachment. Vale ressaltar que os problemas educacionais não foram solucionados e seria mais uma vez um desafio para o próximo governo.
Governo Itamar Franco 1992-1994
Após a cassação de Collor de Mello o seu vice, Itamar Franco, assumiu. A principal medida adotada no governo Itamar foi a criação de um plano para barrar o crescimento da inflação: o Plano Real. Idealizado e organizado pelo Ministro da Fazenda (e posteriormente, Presidente da República) Fernando Henrique Cardoso, o Plano Real obteve êxito, reduzindo a inflação de 50% para 4%, em um mês. No dia 21 de abril de 1993, o Presidente Itamar Franco convocou um plebiscito para escolher a nova forma de governo: se manteria o presidencialismo e a república, ou se retornaria à monarquia e ao parlamentarismo. O regime republicano e presidencialista foi escolhido por uma maioria esmagadora dos votos.
O governo de Itamar foi curto (cerca de dois anos), mas foi o suficiente para levantar a economia nacional e, consequentemente, o orgulho dos brasileiros, ferido nos anos de chumbo da ditadura e destroçado no governo corrupto de Collor. Itamar alcançou índices tão altos de popularidade e aprovação, que seu apoio foi imprescindível para a eleição de seu Ministro e sucessor, Fernando Henrique Cardoso, nas eleições presidenciais de 1994.
Governo Fernando Henrique Cardoso 1995-2002
Com a ascensão de FHC à Presidência da República Federativa do Brasil em 1º de janeiro de 1995, a educação passou a ocupar um lugar preponderante no conjunto de políticas públicas desenvolvidas pelo governo nacional. O programa político implementado pelo governo baseou‐se na concretização de reformas, incluindo‐se aquelas que já estavam em andamento após a aprovação da Constituição Federal de 1988. Dentre as mais importantes, esteve a da educação nacional.
No âmbito da educação, o governo se empenhou em regulamentar a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, lei nº. 9.394, de 1996 ), chegando a aprovar inclusive, aquilo que iria ser a principal medida decorrente da nova lei de educação: o novo Plano Nacional de Educação (lei nº. 10.172, de 09 de janeiro de 2001).
O fato de FHC ter governado por dois mandatos consecutivos lhe permitiu atingir vários de seus objetivos políticos que, pela sua importância e abrangência, servem para caracterizar o conjunto de seu mandato como sendo uma era: “a era FHC”. A Presidência de FHC se destacou pela reforma do Estado promovida nos seus dois mandatos, pela reforma Administrativa, pela implementação de mudanças profundas na vida econômica do país e também pela reforma educativa.
Várias regulamentações surgiram no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que assumiu a presidência em 1995 com Paulo Renato Souza (1945-2011) como ministro da Educação. Já no segundo ano de mandato, após intensos debates, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), com relatoria do senador Darcy Ribeiro (1922-1997). "A nova lei reforçou aspectos importantes da Constituição como a municipalização do Ensino Fundamental, estipulou a formação do docente em nível superior e colocou a Educação Infantil na posição de etapa inicial da Educação Básica".
Para financiar os novos projetos, foi criado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) . O 1º e o 2º graus se tornaram Ensino Fundamental e Médio e a recomendação para os estudantes com necessidades especiais passou a ser a de que fossem atendidos preferencialmente na rede regular.
FHC emendou um segundo mandato e o ministro Souza incluiu o Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) . Foi um passo importante para ter uma medida de como estava a Educação nacional, embora o país tenha ficado em último lugar no ano de estreia.
Na mesma época, criou-se o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) , com resultados por escola e por aluno, que em 2009 passariam a ser considerados até em substituição ao vestibular para o Ensino Superior.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)  e o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI)  também nasceram nesse período. Para construí-los, foram reunidos profissionais que tinham referências em boas práticas de sala de aula e diversos especialistas. Depois da LDB, o Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais  que deveriam ser traduzidas nos estados e municípios, mas isso não aconteceu. A contradição é que, mesmo elas não sendo contempladas na formação docente e nas escolas, são cobradas nas avaliações externas.
Em 2001, foi aprovado o Plano Nacional de Educação (PNE), previsto na Constituição e válido por dez anos. Ele estipulava metas para aumentar o nível de escolaridade dos brasileiros e garantir o acesso à Educação, mas não teve êxito na maioria delas. Um dos motivos apontados por especialistas é o veto do governo ao investimento de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) na área. Apesar disso, houve ganhos. O documento previa que até 2007 os profissionais da Educação Infantil fossem formados em nível superior, admitindo o nível médio como ação emergencial. Isso reforça um olhar profissional pedagógico para essa etapa. Outra conquista foi a determinação de que o Ensino Fundamental fosse ampliado para nove anos, o que vem se concretizando desde então.
O governo FHC implantou políticas específicas como a duplicação da merenda escolar, a distribuição de livros escolares (módulo biblioteca), ampliação do transporte na área rural, capacitação e qualificação de professores. Sua política educacional tinha atenção voltada para o ensino fundamental, aliada à melhoria do magistério, com racionalização na aplicação dos recursos financeiros, invertendo-se as políticas até então praticadas por seus antecessores. No MEC as prioridades eram óbvias: ampliar o ensino fundamental, melhorar a qualificação dos professores, tentar pagar-lhes melhor, sobretudo nas zonas mais pobres do país e, ao mesmo tempo, revitalizar o ensino profissional e racionalizar os gastos com o ensino superior.
Durante seu governo inúmeras instituições particulares de ensino superior foram criadas, expandindo-se a oferta de vagas. Também surgiram os cursos sequenciais e por módulos, que são cursos de graduação de curto prazo (2 anos), para atender a classe trabalhadora, diferentemente dos cursos tradicionais de graduação, de duração entre 4 e 5 anos.
Governo Lula 2003-2010
No primeiro mandato, a medida inicial do governo no campo do Ministério da Educação foi durante a realização do fórum mundial social, onde reitores da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) e convidados do: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), da Federaçãode Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (FASUBRA), e da União Nacional dos Estudantes (UNE), anunciaram a criação de três grupos de trabalho: um para levantar as condições de infra-estrutura; outro para estudar necessidades emergenciais de ocupação e criação de vaga, a instalação de cursos noturnos e engajamento das universidades nos dois principais projetos do governo Lula - Fome Zero e Erradicação do Analfabetismo; e o terceiro grupo para apresentar uma nova proposta que servira como base para reformular as universidades.
Durante a campanha para presidente, anunciou um programa que iria atender dois milhões de crianças e adolescentes entre 7 e 14 que estaria fora da escola e resolver o problema de mais de 60 milhões de jovens e adultos com mais de 14 anos que, ou são analfabetos ou só completaram os 8 anos obrigatórios de estudo. Além da urgência em atender à crescente necessidade de ampliar vagas para o ensino fundamental e médio. A educação básica foi tratada de modo integrado pelo governo Lula. Não houve a visão de foco apenas no ensino fundamental, mas desde a educação infantil até o ensino médio. Para efetivar essa política, o governo Lula enviou ao Congresso Nacional a proposta a de emenda à Constituição (PEC) nº 415/05, que cria o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) .
Com duração prevista de 14 anos (2006-2019), o Fundeb atenderia, no quarto ano de implantação, 47,2 milhões de alunos, com investimentos públicos anuais de R$ 52,4 bilhões, sendo R$ 4,5 bilhões provenientes da União. A partir do quinto ano, a complementação da União será de 10% do valor do fundo, devendo ser da ordem de R$ 4,8 bilhões (em valores de 2005). O Fundeb, em vigor atualmente, financia 30,7 milhões de alunos com R$ 31,6 bilhões em recursos e com o aporte da União de R$ 400 milhões.
Salário Educação - As transferências do salário educação saltaram de R$ 1,5 bilhão, em 2004, para R$ 1,8 bilhão, em 2005. Em relação a 2002, último ano de governo FHC, observa-se um aumento de 46,9%. A aprovação da Lei do Salário-Educação (Lei nº 10.832/03)  permitiu que, a partir de 2004, a transferência direta de recursos, até então repassados aos estados e ao Distrito Federal sob a forma de cota estadual, fosse feita diretamente aos municípios, como cota municipal.
Professores da Educação Básica Capacitados - O governo Lula capacitou 75 mil docentes, através da Rede Nacional de Formação Continuada de Professores . A Escola de Gestores  qualifica diretores de escolas e democratiza a gestão escolar. Houve ainda a oferta de 17 mil vagas em cursos de graduação à distância para suprir a carência de professores nas áreas de Física, Química, Biologia e Matemática.
Livros Didáticos - Pela primeira vez, os alunos do ensino médio foram beneficiados pelo Programa Nacional do Livro Didático   - o maior programa de distribuição gratuita de livros do mundo. Mais de 120 milhões de livros são repassados aos alunos anualmente.
Ensino Universitário Federal - Foram criadas quatro novas universidades públicas federais em apenas 3 anos: ABC, Grande Dourados e UniVasf Recôncavo Baiano. Estão em processo de criação as universidades de: Alfenas, Triângulo Mineiro, Semi-Árido Vale do Jequitinhonha Vale do Mucuri do Paraná. Cinco faculdades tornaram-se universidades, e estiveram sendo criados ou ampliados 42 campi em todo o país. O governo FHC criou apenas duas universidades federais em oito anos: a Universidade Federal de Tocantins e a Universidade Federal do Vale do São Francisco.
ProUni - O Programa Universidade para Todos (ProUni) , criado pelo governo Lula, concede bolsas de estudo integrais e parciais a estudantes de baixa renda em cursos de graduação em instituições privadas de ensino superior, com ou sem fins lucrativos. Em 2005, foram concedidas 112 mil bolsas. Em 2006, foram 130 mil bolsas concedidas. Dessas, 49.484 destinam-se ao sistema de cotas étnico-raciais. Os alunos do ProUni matriculados em cursos de turno integral recebem uma bolsa permanência no valor de R$ 300 para custear despesas de transporte, alimentação e moradia. Em 2003 e 2004, foram contratados 2.344 professores para o ensino superior nas universidades públicas federais. Em 2005, 2.586 foram nomeados e há previsão de contratação de mais 2.500.
Apesar de durante os oito anos de governo Lula terem sido criados 14 universidades federais, o número não foi suficiente para atender a demanda reprimida existente. As faculdades particulares oferecem vagas em troca de isenção fiscal, a um custo menor do que se fosse criar vagas nas instituições públicas.
No segundo mandato de Lula, houveram algumas falhas em sua gestão, como por exemplo, os inúmeros erros de impressão encontrados nas provas aplicadas em 2010 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os partidos de oposição atribuíram as falhas à má administração federal e ao descaso do Planalto com a educação e o próprio exame, que para muitos jovens é a principal porta de entrada do ensino superior. O ministro Haddad foi um dos responsabilizados por este fato que repercutiu no Brasil e no mundo, mas o Ministério da Educação já havia admitido que soube das falhas apenas ao abrir e distribuir as provas e que o órgão responsável pelo exame, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), não checou a impressão final.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) , criado em 2007, é uma referência desenvolvida nesse governo para servir de indicador de qualidade na educação. O IDEB mede o desempenho do sistema, estabelecendo uma escala que vai de zero a dez. O índice, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC) , pretende mostrar as condições de ensino no Brasil.
A partir da análise dos indicadores do IDEB, o MEC ofereceu apoio técnico e financeiro aos municípios com índices insuficientes de qualidade de ensino. O aporte de recursos se deu a partir da adesão ao “Compromisso Todos pela Educação”  e da elaboração do Plano de Ações Articuladas (PAR) . Segundo dados do MEC, os 5.563 municípios brasileiros aderiram ao compromisso. Assim, todos os municípios e estados do Brasil se comprometeram a atingir metas como a alfabetização de todas as crianças até, no máximo, oito anos de idade.
Governo Dilma Roussef
Em seu primeiro mandato, Dilma Rousseff apostou na educação profissional. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) prevê o financiamento de cursos profissionalizantes de nível médio para estudantes de famílias de baixa renda. No entanto, desde 2015, o Pronatec vem passando por cortes de orçamento que resultaram na diminuição de vagas. Em 2016, nenhuma vaga foi aberta: o investimento é apenas para manter os alunos que se matricularam em edições anteriores e cujos cursos ainda não acabaram. Atualmente, o programa vem passando por uma reestruturação.
Alguns avanços na área da educação foram inegáveis. O governo Dilma manteve e ampliou alguns programas iniciados no governo Lula e criou outros, como:
O Sistema de Seleção Unificado (SISU), que permite que alunos de qualquer estado brasileiro possam concorrer a vagas em universidade pública em qualquer unidade da federação.
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) beneficiou 1,6 milhões de alunos, no entanto o Fies passou nos últimos anos do governo Dilma, por sérios problemas: diminuição dos recursos do Governo federal, diminuição do número de vagas/bolsas, atraso no pagamento das instituições parceiras, entre outros.   Depois de uma expansão de financiamentos entre 2010 e 2014, o governo alterou as regras do Fies ainda nos últimos dias de 2014. Restringiu o acesso ao programa e chegou a adiar pagamentos a empresas educacionais. O ano de 2015 fechou com 313 mil contratos, 57% menos do que o registrado em 2014. Dados atualizados mostram que a União gastou R$ 12 bilhões com o Fies em 2015, 16% menos do que os R$ 13,7 bilhões de 2014.
O Programa Ciência Sem Fronteiras, criado em 2011, beneficiou 85 mil estudantes, que receberam bolsapara estudar em 40 países. Desse total, 1.540 bolsas de pós-graduação foram concedidas para estrangeiros atuarem no Brasil como “pesquisador visitante” e “jovem talento”. Concebido mais como instrumento de marketing do que como uma política destinada a acelerar a internacionalização do ensino superior, o Ciência sem Fronteiras apresentou problemas desde que foi lançado. Em vez de selecionar alunos de áreas técnicas em que o Brasil carece de especialistas, especialmente no campo das ciências exatas e biomédicas, o programa financiou indiscriminadamente estudantes de quase todas as áreas do conhecimento – inclusive publicidade e comunicações. A oferta de novas bolsas está suspensa atualmente.
Dilma iniciou o segundo mandato sem ter promovido nenhum avanço significativo na Educação Básica brasileira. Seu lema para este mandato foi “Brasil, Pátria Educadora” , sinalizando que a educação seria a prioridade de seu segundo mandato. Mas, infelizmente, o que vimos desde o início de 2015 foi um verdadeiro caos sendo instalado na área educacional. Os programas instalados na gestão anterior sofreram cortes ou estão “paralisados”.
Em meio a crises de orem política, econômica e institucional, a educação, assim como a saúde, foi esquecida/abandonada. Vários ministros se revezaram na chefia da pasta, mas nenhum provocou nenhuma alteração benéfica para área.
A presidente Dilma Roussef sofreu processo de impeachment , sendo afastada do cargo por alguns meses e, após votação no Senado Federal, foi afastada definitivamente do cargo. Assumiu o vice-presidente Michel Temer. Duas das propostas deste novo governo são: focar na Educação Básica e promover uma Reforma no Ensino Médio, medida que tem gerado controvérsias e depende ainda de análises dos parlamentares e aprovação dos mesmos.
Sistema Escolar Brasileiro
Introdução
As expressões sistema de educação, sistema de ensino e sistema escolar têm sido, muitas vezes, empregadas indistintamente. A primeira Lei de Diretrizes e Bases (4024/61), por exemplo, usa sistema de ensino e sistema de educação, referindo-se à mesma realidade. Já as leis nº 5692/71 e nº 9 394/96 utilizam sempre a expressão sistema de ensino.
Podemos distinguir essas três expressões? Claro que podemos. E um dos critérios para essa distinção é o grau de abrangência de cada uma delas.
· Sistema de educação. É a expressão que tem o sentido mais amplo de abrangência, pois se confunde com a própria sociedade. Em última análise, é a sociedade que educa, através de todos os agentes sociais: pessoas, famílias, grupos informais, escolas, igrejas, clubes, empresas, etc.
· Sistema de ensino. É a expressão de abrangência intermediária. Além das escolas, inclui instituições e pessoas que se dedicam sistematicamente ao ensino: cursos ministrados de vez em quando, conferências, catequistas, professores particulares, etc.
· Sistema escolar. É a expressão que tem abrangência mais limitada, pois compreende uma rede de escolas e sua estrutura de sustentação.
As escolas e sua estrutura podem ser consideradas um sistema, na medida em que formam um conjunto de elementos interdependentes, como um todo organizado. Segundo José Augusto Dias, “o sistema escolar é um sistema aberto, que tem por objetivo proporcionar educação”. Na verdade, a educação que o sistema escolar oferece caracteriza-se por ser intencional e sistemática, diferentemente daquela que o indivíduo geralmente obtém fora da escola, que quase sempre é informal e assistemática.
O sistema escolar é um subsistema do sistema social. Geralmente o sistema escolar produz dentro de si as condições da sociedade. Assim, se no sistema, social predominar a desigualdade, o individualismo, a exploração de uns sobre outros, essas condições tendem a se reproduzir na escola. Ao professor  cabe um papel importante na luta contra essa reprodução e contra condições sociais injustas.
Diagrama que representa o grau de abrangência dos sistemas:
Noção de Sistema
Lalande (1196), assim define sistema:
"Conjunto de elementos, materiais ou não, que dependem reciprocamente uns dos outros, de maneira a formar um todo organizado". 
Lalande 
Esta definição dá uma ideia da estrutura do sistema, apresentando-o como um todo formado de partes interdependentes e harmônicas, tem sua atenção voltada para o interior do sistema, ignorando o que se passa à sua volta.
Já a teoria de sistemas situa-o em um ambiente e analisa não somente o que se passa dentro do sistema, mas também as trocas que se realizam entre o sistema e o ambiente. Do ponto de vista de sua relação com o meio-ambiente, o sistema pode ser fechado ou aberto. Observe o gráfico a seguir:
O sistema fechado apresenta fronteiras impermeáveis ao ambiente. No sistema aberto existe um movimento de entrada e saída de elementos através das fronteiras.
O sistema aberto recebe do ambiente novos elementos, matéria-prima, energia, informações (entrada) e devolve ao ambiente produtos do sistema (saída). Informações sobre os produtos podem constituir novas entradas para o sistema (feedback), permitindo-lhe reajustar-se para corrigir eventuais falhas.
Na realidade, não podem existir sistemas absolutamente fechados, nem completamente abertos. Um sistema absolutamente fechado tenderia inexoravelmente para a destruição (entropia), por não conseguir renovar-se. Um sistema completamente aberto, em que elementos do ambiente entrem e saiam livremente, já não seria um sistema, por não manter um mínimo de organização. Por esta razão, o sistema aberto sempre dispõe de um subsistema de fronteira, que lhe permite selecionar os inputs (entrada) e os outputs (saída). Assim em uma escola, o vestibular, por exemplo, define quem pode entrar e os exames finais estabelecem quem tem o direito de sair com um diploma.
O Sistema Escolar
O sistema escolar é um sistema aberto, que tem por objetivo proporcionar educação. Ele trata de um aspecto especial da educação – a escolarização.
A educação proporcionada pela escola assume um caráter intencional e sistemático, dando ênfase especial ao desenvolvimento intelectual, sem contudo descuidar de outros aspectos, tais como o físico, o emocional, o moral, o social.
Originariamente a escola foi criada para cuidar do desenvolvimento intelectual, vendo-se forçada a atender aos demais aspectos da educação por razões de ordem social - a sociedade vem exigindo sempre mais da escola - e por razões de ordem lógica - a educação é um processo integral, não podendo desenvolver-se em setores isolados.
Mas a educação entendida em seu sentido pleno realiza-se através de uma multiplicidade de agências sociais e não apenas através da escola.Nesse sentido denomina-se escolarização a educação dada na escola. Por isto mesmo, preferimos dizer sistema escolar, a sistema de ensino. Sistema de educação é expressão ampla demais; confunde-se com a própria sociedade, pois teria que englobar todas as agências sociais que educam: família, clubes, empresas, grupos informais, pessoas, escolas, etc. Sistema de ensino é expressão com amplitude intermediária e, além de escolas, abrange, também, outras instituições e pessoas que se dedicam à educação sistemática: catequistas, professores particulares, etc. Sistema escolar compreende uma rede de escolas e sua estrutura de sustentação.
Modelo de Sistema Escolar
Em relação ao sistema escolar, a sociedade é considerada como um supersistema. O sistema escolar recebe da sociedade uma multiplicidade de elementos e devolve à sociedade os produtos de sua atuação. A Figura mostra um modelo de sistema escolar inserido em um supersistema, que é a sociedade.
A compreensão do sistema educacional brasileiro exige que não se perca de vista a totalidade social da qual o sistema educativo é parte, mas ao mesmo tempo não deve se perder a dimensão do ambiente interno.
O Sistema Escolar compreende uma rede de escolas e uma estrutura de sustentação.
Rede de escolas: Em um sistema escolar, a rede de escolas constitui seu subsistema de produção, ou seja, é o subsistema que se dedica à atividade-fim do sistema. A rede de escola distribui-sedentro de uma estrutura didática que tem duas dimensões.
· Dimensão vertical: Níveis de ensino. Ao longo desta dimensão, as escolas vão se diversificando para acompanhar o crescimento biológico e psicológico dos alunos. Quando ainda muito pequeno, o aluno freqüenta as chamadas escolas de educação infantil. Por volta dos seis ou sete anos começa sua escolaridade obrigatória e, conforme foi crescendo, vai passando para escolas de maior complexidade quanto ao conteúdo da aprendizagem.
· Dimensão horizontal: modalidades de ensino, Ao longo desta dimensão, as escolas assumem diferentes modalidades para atender a aspectos psicológicos dos alunos (interesse, vocação, habilidade) e a necessidades sociais (formação de técnicos e profissionais para os diferentes setores da economia).
Estrutura de sustentação: Consiste na estrutura administrativa do sistema escolar. Ela apresenta: elementos não - materiais, entidades mantenedoras, administração.
Elementos não-materiais:
Normas 
· Disposições legais: Constituição, leis, decretos.
· Disposições regulamentares: regimentos, portarias, instruções.
· Disposição consuetudinária; ética, costumes, praxe, coerção social.
Metodologia do ensino.
Conteúdo do ensino: currículos e programas.
Entidades mantenedoras: 
As escolas encontradas no sistema escolar podem ser mantidas pelos seguintes tipos de entidades:
Poder Público
· Federal
· Estadual
· Municipal
Entidades particulares
· Leigas – são as instituições que não tem ligação com doutrina religiosa;
· Confessionais – são as instituições que tem ligação com doutrina religiosa.
Entidades mistas: autarquias, etc.
Administração:
Compreende os organismos que tem por finalidade a gestão (gerenciamento) do sistema escolar.
O Sistema Escolar Brasileiro
Atualmente o sistema escolar brasileiro é regido pela lei nº 9 394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Esta lei, aprovada após oito anos de discussão comandada pelo Congresso Nacional, revogou as leis nº 4 024, de 20/12/1961 (que foi nossa primeira lei de diretrizes e bases da educação); nº 5 692, de 11/8/1971 ( que estabelecia as diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º grau); e nº 7 044, de 18/10/1982 (que tornou opcional a profissionalização no 2º grau, obrigatória pela lei de 1971).
Em seu artigo 1º, após declarar que a educação abrange “os processos formativos” que se desenvolvem em todas as instâncias da vida social, a lei nº 9 394/96 afirma destinar-se a disciplinar “a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias” (§ 1º) que “a educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social” (2º).
Os estudos que faremos sobre o sistema escolar brasileiro neste módulo serão sempre baseados na lei nº 9 394/96. Neste módulo vamos estudar quatro pontos importantes sobre o sistema escolar brasileiro: níveis de ensino, modalidade de ensino, funcionamento do sistema e direitos e deveres.
Níveis de Ensino
De acordo com a lei (art. 21) a educação escolar compõe-se da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e da educação superior:
Educação infantil. Para crianças até seis anos de idade. Será oferecida em creches, ou entidades equivalentes (até três anos de idade), e em pré-escolas (de quatro a seis anos), conforme o artigo 30.
Ensino fundamental. Tem a duração de oito anos letivos e é obrigatório, e gratuito na escola pública (art.32). deve ter um mínimo de 800 horas anuais em 200 dias de efetivo trabalho escolar (arts. 24 e 32).
Ensino Médio. Deve ter a duração mínima de três anos (art. 35), em no mínimo 800 horas e 200 dias anuais de efetivo trabalho escolar (art. 24).
Educação Superior. Conforme o artigo 44 abrangerá os seguintes cursos e programas:
I. cursos seqüenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino;
II. de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo;
III. de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino;
IV. de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino.
Modalidades de Ensino
O ensino oferecido pelo sistema escolar brasileiro começa por uma base comum para todos, diversificando-se gradualmente até alcançar  uma especialização em nível superior. Em linhas gerais, o que pode acontecer é o seguinte:
Comparada com as últimas LDB dentre outras mudanças, podemos destacar, que a Lei 9394/96 estabelece dois níveis de educação escolar: Educação Básica e Educação Superior.
Vamos definir sumariamente as duas, mas vamos nos deter na primeira citada.
· Educação Básica – constituída pela educação infantil, pelo ensino fundamental e pelo ensino médio;
· Educação Superior – constituído pelos cursos de graduação, de pós-graduação (aperfeiçoamento, especialização, mestrado, doutorado e outros), de extensão e pelos cursos seqüenciais por campo de saber.
Educação Infantil
De acordo com o artigo 29 da lei 9 394/96, “ a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
Conforme vimos no quadro 3  a Educação Infantil abrange a creche – para crianças  até 3 anos e a pré-escola – para crianças em idade de 4 a 6 anos.
Podemos considerar como um grande avanço a inclusão da Educação Infantil na Educação Básica. Isso desencadeou uma série de ações que poderão contribuir para a melhoria desse nível de ensino. Uma delas se refere a criação do FUNDEB em substituição ao FUNDEF. Nesse último o financiamento ia apenas para o Ensino Fundamental, com o FUNDEB ele também se amplia para a Educação infantil. Detalharemos mais sobre esse assunto no item “financiamento”.
Porém, são muitos os desafio para a implantação de uma educação infantil de qualidade, pois o trabalho com as crianças dessa faixa etária busca desenvolvimento integral dessa criança, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social.
O Ensino Fundamental
As legislações anteriores à 9.394/96 inserem preceitos relativos à formação geral e universal, entretanto essas leis tratam essa questão de forma reducionista em relação à atual. O texto da lei atualmente em vigor, apesar das limitações, traz uma nova dimensão à concepção de homem:
“A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.” 
Esse conceito engloba a plenitude da vida cultural, tornando-se relevante pelos seus possíveis reflexos na educação básica. A inclusão da educação escolar na amplitude da vida social, nos leva a uma reflexão crítica: a escola estaria realmente integrada à sociedade? Existe integração entre teoria e prática, entre trabalho intelectual e trabalho manual? Estaria preparando os alunos para vivenciarem as mudanças desse mundo globalizado?
Assegurar um ensino de qualidade implica em analisar todas essas questões, principalmente no que se refere à relação entre educação e trabalho, diante do atual cenário em que se responsabiliza a educação por organizar “um novo perfil do conhecimento”.
A educação básica, enquanto direito de cada indivíduo e dever do Estado  pode vir a se constituir em uma via de acesso à plenitude democrática, mediante a formação de indivíduos conscientes de seu papel na sociedade, assumindo uma postura participativa, crítica e libertadora – um cidadão pleno.
A ampliação do número de anos e etapas de escolarização deverá se refletir na integração entre os vários níveis e destes

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