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ATOS FALHOS

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IBMR
PÓS GRADUAÇÃO EM PSICANÁLISE
DISCIPLINA: O ESTATUTO DO INCONSCIENTE
ATOS FALHOS
 
Rio de janeiro
2019
Este presente trabalho foi elaborado de forma a tentar explicar informalmente o conteúdo apresentado em sala de aula.
Escolhemos falar sobre os “Atos Falhos”, onde explicaremos com nossas palavras a idéia obtida com os escritos das obras “Conferências Introdutórias à Psicanálise e A Psicopatologia da Vida Cotidiana”.
      Para Freud o acesso ao inconsciente é como se fosse  um labirinto que pode ser acessado através de erros, distrações e ligações. Muito interessante descobrir que quando estamos falhando na verdade estamos acertando. Descobrir que nossa mente age de uma forma tão poderosa é algo surpreendente.      
Ato em que o resultado explicitamente visado não é atingido, mas se vê substituído por outro. Fala-se de atos falhos não para designar o conjunto das falhas da palavra, da memória e da ação, mas para as ações que habitualmente o sujeito consegue realizar bem, e cujo fracasso ele tende a atribuir apenas à sua distração ou ao acaso. Freud demonstrou que os atos falhos eram, assim como os sintomas, formações de compromisso entre a intenção consciente do sujeito e o recalcado. (LAPLANCHE; PONTALIS. Vocabulário de Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p.44).
Seguindo a linha de pensamento Freudiana, podemos dizer que um ato falho seria um representativo de algum componente inconsciente. Assim eles deixariam de ser ato falho para serem somente coisas que desejamos fazer, mesmo que de forma inconsciente. 
Freud acreditava que o inconsciente é um amontoado de emoções e pensamentos perigosos, muitas vezes vergonhosos demais para terem permissão de transitar livremente na consciência. Como um verdadeiro Iceberg, onde a maior parte da personalidade humana existe abaixo da superfície, e embora não seja visível no sentido de ser conscientemente acessível, sua força influencia o consciente.  
Alguns erros cotidianos podem exemplificar como ocorre o ato falho, trocar o nome do namorado pelo do “ex”, perder as chaves de casa.
Para Freud até aquela topada no é da mesa tem um significado. 
Pode ser que esquecer as chaves de casa, esteja relacionado e uma vontade de se mudar do local onde mora, ou até mesmo de um relacionamento infeliz no convívio daquela casa.
Freud diz que esses atos de esquecimentos, esbarrões, entre outras coisas que nem são perceptíveis, seria a luta entre o consciente contra o nosso inconsciente tentando se expressar.
Na cultura pop, temos uma frase do um personagem Chaves que exemplifica de uma forma simples o ato falho, “Foi sem querer querendo”.   
Freud diz que os atos falhos não seriam obras do acaso, mas sim atos psíquicos sérios no qual possuem um sentido com origem de um confronto de duas intenções diferentes. (FREUD, 1916)
Alguns questionamentos surgem naturalmente, seriam todos os lapsos, erros e pancadas atos falhos? Outros fatores como cansaço, distração, nervosismo, e etc?  Mas para o pai da Psicanálise, esses fatores atuariam como facilitadores e favorecedores do mecanismos psíquico. (FREUD, 1916)
Foi no livro A Psicopatologia da Vida Cotidiana, que Freud descreveu os  três bases de atos falhos: 
1- Os de esquecimento [“Vergessen”] 
2- Os de lapsos da fala [“Versprechen”] 
3- Os de equívocos na ação [“Vergreifen”]
 Os atos falhos de esquecimentos abrangem os esquecimentos de palavras, ou sequência de palavras, nomes, esquecimentos dos locais onde certos objetos foram deixados, entre outros.
	Já os Lapsos da fala compreendem, na troca de palavras ou nomes. O caso da troca do nome do atual namorado pelo nome do “ex”. 
	O que Freud chama de equívocos na ação, se dá pelo descontrole motor, que ele vai chamar de “atos sintomáticos e acidentais”.
Freud exemplifica muito bem esses atos falhos em A Psicopatologia da Vida Cotidiana, onde descreve o funcionamento dos atos falhos. 
Um pequeno exemplo de um caso de esquecimento relatado pelo próprio Freud:
Suponhamos que eu tenha sido imprudente o bastante para passear de noite num bairro deserto da cidade, onde me hajam assaltado e roubado meu relógio e minha carteira. No posto policial mais próximo, comunico a ocorrência com as seguintes palavras: “Eu estava na rua tal e tal, e lá o isolamento e a escuridão tiraram meu relógio e minha carteira.” Embora, com essa afirmação, eu não dissesse nada de inverídico, o texto de minha comunicação me exporia ao risco de pensarem que não estou muito certo da cabeça. Esse estado de coisas só poderia ser corretamente descrito dizendo que, favorecidos pelo isolamento do lugar e protegidos pela escuridão, malfeitores desconhecidos roubaram meus objetos de valor. Ora, a situação no esquecimento de nomes não tem por que ser diferente; favorecida pelo cansaço, por distúrbios circulatórios e por uma intoxicação, uma força psíquica desconhecida rouba-me o acesso aos nomes próprios pertencentes à minha memória - uma força que, em outros casos, pode ocasionar a mesma falha da memória quando se está com saúde e eficiência plenas. (FREUD, S. Sobre a psicopatologia da vida cotidiana. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p 20)
Voltando ao nosso “Chaves” que age sem querer, mas querendo, conseguimos enxergar, como é a complexidade do nosso aparelho psíquico. Que em nosso dia a dia é percebível o conflito do nosso consciente com o inconsciente, entre desejo e repressão, num complexo jogo onde o desejo vai sendo representado por atos falhos às vezes impercebíveis.
Segundo Freud, não queremos lidar com complexos, com ansiedades muito grandes, com tabus sexuais ou até com uma vontade terrível de se matar. Às vezes, simplesmente não queremos confessar, para nós mesmos, um desejo tolo de consumo. Ou que o casamento já não é mais aquele mar de rosas. O ato falho é a forma que nossa mente cria de assumir esse conflito: provocando uma ruptura no sentido original do pensamento, o que leva a um equívoco, uma pequena amnésia ou um acidente. (CARVALHO, A. Freud: para entender de uma vez. São Paulo: Abril 2017)
 
REFERÊNCIAS
FREUD, Sigmund. Conferências Introdutórias à Psicanálise. São Paulo: Companhia Das Letras, 2014.
FREUD, Sigmund. Sobre a psicopatologia da vida cotidiana. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
LAPLANCHE; PONTALIS. Vocabulário de Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1992. 
CARVALHO, Alexandre. Freud: para entender de uma vez. São Paulo: Abril 2017

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