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PEÇA PRATICA CIVIL IV

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CIVEL DE VILA VELHA-ES
PROCESSO Nº...,
EMPRESA GAMA LTDA, pessoa jurídica de direito privando, inscrita no CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede na rua..., nº..., bairro..., Cidade/ES..., CEP..., inconformado com a r. sentença de fls..., proferida na ação de cobrança em epígrafe que move em face de Paulo Nascimento, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., inscrito no CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado à rua..., nº..., bairro..., Cidade/ES..., CEP..., por seu advogado devidamente constituído, procuração em anexo, vem perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 1009 do CPC e seguintes, interpor
RECURSO DE APELAÇÃO
 Pelos motivos de fato e de direito expostos a seguir, que acompanha esta petição de interposição.
Por oportuno, cabe destacar que o apelante instrui o presente recurso com comprovante de recolhimento do preparo.
Bem como, o recurso é tempestivo, considerando a data do protocolo, o prazo legal e a data de intimação da r. sentença de fls...,
Por fim, requer seja recebido o presente recurso no duplo efeito, devendo ser intimado o apelado no prazo legal para apresentar contrarrazões, e, em seguida seja remetido ao juízo Ad Quem, onde espera-se ser reconhecido e provido.
Local, Data,
Advogado
OAB
RAZÕES DE APELAÇÃO
APELANTE: EMPRESA GAMA LTDA
APELADO: PAULO NASCIMENTO
PROCESSO Nº...,
ORIGEM: 1º VARA CIVEL DE VILA VELHA-ES
EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA TURMA
DOUTOS DESEMGADORES
DOS FATOS
O apelante atua no ramo de fechamento de varandas, tendo sido contratada pelo apelado para execução de serviço orçado em R$ 7.000,00 (sete mil reais), valor pago por meio de sete cheques, cada um no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), todos emitidos por Heraldo Nascimento, irmão do apelado. Ocorre que os quatro últimos cheques que foram devolvidos por não terem provisão de fundo, razão pela qual o apelante ajuizou ação de cobrança visando o recebimento da obrigação.
Em audiência de conciliação, mas não foi firmado acordo, ato continuo, transcorreu o prazo in albis, em razão disso o apelante peticionou nos autos presentando manifestação no sentido de: 
a) pugnou pela incidência dos efeitos da revelia;
b) declarou não ter outras provas a produzir além dos documentos que acompanham a inicial; 
c) pediu o julgamento conforme o estado do processo, nos termos do artigo 355 do Código de Processo Civil. 
Entretanto, o MM. Juiz extinguiu o processo sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485, inciso..., pois entendeu que o apelado não é parte legítima da ação. No entanto, esse entendimento não deve prosperar, senão vejamos.
DAS RAZOES DA ANULAÇÃO
Da legitimidade das partes na Ação de Cobrança 
Inicialmente destaca-se que, trata-se de erro in procedendo do Juiz, pois, embora o juiz tenha entendido que o apelado não seja parte legítima, essa conclusão não procede, haja vista que, o contrato de prestação de serviços firmado entre as partes tem o apelado como parte devedora na obrigação, devidamente assinado, com um valor liquido e termo, isto é, a data em que a prestação deveria ser satisfeita, e que o mesmo usou cheques de terceiros como garantia de pagamento, conforme demonstrados em documentos anexo em fls. nº..., sendo assim, o uso de cheques embora de terceiros não o exime de sua obrigação de pagar o valor firmado em contrato.
Ademais, segundo o Código Civil, um dos princípios fundamentais do direito privado é o da boa-fé objetiva, cuja função é estabelecer um padrão ético de conduta para as partes nas relações obrigacionais. Norteando, portanto, todo o ordenamento jurídico, nos termos do art. 113, do CC.
Sobre a boa-fé nos contratos Carlos Roberto Gonçalves diz: Princípio da boa-fé: dispõe o art. 113 do novo Código que “os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. Deve o intérprete presumir que os contratantes procedem com lealdade e que tanto a proposta como a aceitação foram formuladas dentro do que podiam e deviam eles entender razoável, segundo a regra da boa-fé. (esquematizado, 2011, p.702). Desse modo o apelante faz jus a sua pretensão de receber o valor devido conforme calculo em anexo fls..., firmado em contrato com o apelado. 
A r. sentença de fls..., extinguiu o processo sem resolução do mérito. Contudo, o artigo Art. 355 do CPC, precisa que, o juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando:
I - Não houver necessidade de produção de outras provas; II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349.
Outrossim, o Código de Processo Civil determina no Art. 344, que “se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor”. Portanto, quando o apelado deixou passar o prazo sem se manifestar, ocorreu à revelia, e seu efeito material é a presunção de veracidade das provas constantes apresentadas junto com a inicial, conforme anexo em fls..., devendo o juiz reconhecer como verdadeiros os fatos narrados pelo autor, sendo assim, o apelado faz jus ao pedido de aplicação da revelia. 
De acordo com a jurisprudência, o magistrado deve assegurar a produção das provas que considera necessárias à instrução do processo, de oficio ou a requerimento das partes, bem como apreciá-las livremente para a formação de seu convencimento, logo, uma vez preenchidos os requisitos para o julgamento antecipado da lide, constitui um direito do litigante e um dever que se impõe ao juiz. Sendo seu cumprimento um dever do juiz. TJSC, Ap 2007.035950-2, j. 31.01.2008/STJ, AgRg no AREsp 77.030, j. 13.02.2012. 
Nesse sentido Theodoro Jr fala: Decorrem da revelia a presunção de veracidade dos fatos arrolados pelo autor, na inicial (art.344), e o julgamento antecipado da lide (art. 355, II), que no caso resultará, em princípio, na procedência do pedido e na declaração de extinção da obrigação (art. 546) ... Isto quer dizer que serão presumidos verdadeiros os fatos alegados pelo autor (art. 344), e ao juiz caberá o julgamento antecipado da lide, caso... contenha elementos documentais suficientes (art. 355, I e II). (Vol.II,6015, p.72,109).
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso de apelação, para anular a r. sentença de fls..., a fim de que possa prosseguir a ação de cobrança com análise das provas que atestam a legitimidade passiva, assim como, seja reconhecido os efeitos da revelia.
Nestes termos, pede deferimento.
Local, Data,
Advogado/OAB.

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