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Casos Concretos - Empresarial II + Questões Testes

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CASO CONCRETO 1: Fernando emitiu um título de crédito em favor de Renata, o qual circulou através de diversos endossos até o atual portador. Após o prazo de vencimento, o portador decidiu executar um dos endossantes, tendo em vista que o título não foi pago pelo devedor original. Todavia, ao ser executado, o endossante alegou em sua defesa que não poderia ser executado, haja vista que recebeu o título de um menor, o qual não teria capacidade civil, e o que tornaria nula a cadeia de endossos. Diante dessa situação hipotética, pergunta-se: 
a) Tem fundamento a defesa apresentada pelo endossante?
Não, pois as obrigações são autônomas. Não merece ser acolhida a defesa apresentada, tendo em vista que ao lançar sua assinatura no título o endossante vincula sua obrigação de pagar como garantidor, sendo que as obrigações são autônomas e independentes.
b) Qual o princípio que pode ser aplicado no caso em tela?
Princípio da autonomia, em que cada obrigação é autônoma com relação às demais, independentemente da situação (art. 7 e 17 LUG 57663/1966).
CASO CONCRETO 2 : Fernando Lopes emite uma letra de câmbio em face de Luan e a favor de Eduarda, que a endossa em branco para Rebeca, a qual endossa em preto para Maria que, por sua vez, também endossa em preto para João. Este endossa em branco e repassa o título para Dora, que repassa o título por tradição para Eunice, e assim vai por Emerson e Vitor. Por fim, Vitor transmite o título para Miro, através de endosso em preto. Diante disso: 
a) Determine quais os obrigados pelo pagamento do referido título. 
Fernando Lopes, Luan, Eduarda, Rebeca, Maria e Vitor
b) Especifique o principal efeito do endosso realizado por Vitor
O principal efeito do endosso em preto é fazer com que o título fique norminal e caso o portador queira transferi-lo obrigatoriamente deve fazê-lo por endosso.
CASO CONCRETO 3 : (VIII Exame Unificado da OAB – 2ª Fase – Empresarial – Prático-Profissional – 2012) Pedro emite nota promissória para o beneficiário João, com o aval de Bianca. Antes do vencimento, João endossa a respectiva nota promissória para Caio. Na data de vencimento, Caio cobra o título de Pedro, mas esse não realiza o pagamento, sob a alegação de que sua assinatura foi falsificada. Após realizar o protesto da nota promissória, Caio procura um advogado com as seguintes indagações: 
A) Tendo em vista que a obrigação de Pedro é nula, o aval dado por Bianca é válido? 
Sim, em razõa do princípio da autonomia das obrigações cambiais. A obrigação do avalista se mantem mesmo no caso de obrigação que ele garantiu ser nula. Por qualquer razão que não seja vício.
B) Contra qual(is) devedor(es) cambiário(s) Caio poderia cobrar sua nota promissória? Responda, justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e indicando os dispositivos legais pertinentes.
Caio poderá cobrar sua nota promissória da avalista Vianda e do endossante João.
CASO CONCRETO 4: (OAB – XIV Exme – Prático-Profissional – 2ª Fase – 2014) Uma letra de câmbio foi sacada por Celso Ramos com cláusula “sem despesas” e vencimento no dia 11.09.2013. O tomador, Antônio Olinto, transferiu a cambial por endosso para Pedro Afonso no dia 03.09.2013. O título recebeu três avais, todos antes do vencimento, sendo dois em branco e superpostos, e um aval em preto em favor de Antônio Olinto. A letra de câmbio foi aceita e o endossatário apresentou o título para pagamento ao aceitante no dia 12.09.2013. Diante da recusa, o portador, no mesmo dia, apresentou o título a protesto por falta de pagamento, que foi lavrado no dia 18.09.2013. Com base nas informações contidas no texto e na legislação cambial, responda aos seguintes itens. 
A) Quem é o avalizado nos avais em branco prestados na letra de câmbio? São avais simultâneos ou sucessivos? Justifique.
O avalizado nos avais em branco prestados na letra de câmbio é o sacador, Celso Ramos. De acordo com o Art. 31, última alínea, do Decreto n. 57.663/66 (LUG), na falta de indicação do avalizado, entender-se-á ser pelo sacador. Os avais em branco e superpostos são considerados simultâneos (Súmula 189 do STF), ou seja, cada coavalista é responsável por uma quota-parte da dívida e todos respondem pela integralidade perante o portador Pedro Afonso.
 B) Nas condições descritas no enunciado, indique e justifique quem poderá ser demandado em eventual ação cambial proposta pelo endossatário?
O endossatário poderá demandar apenas o aceitante em eventual ação cambial, porque o título foi apresentado a pagamento no dia 12 de setembro, ou seja, após o prazo legal previsto no Art. 20 do Decreto n. 2.044/1908 (dia do vencimento, 11 de setembro de 2013). Assim, houve perda do direito de ação em face dos coobrigados Celso Ramos – sacador, Antônio Olinto – endossante e de todos os avalistas, com fundamento no Art. 53 da LUG. Ressalte-se que a aplicação do Art. 20 do Decreto n. 2.044/1908 se dá em razão da reserva ao Art. 5º do Anexo II da LUG, Portanto, o prazo para apresentação a pagamento da letra de câmbio sacada “sem despesas” é regulado pelo Decreto n. 2.044/1908 e não pelo Art.38 da LUG.
CASO CONCRETO 5: Maria e Bernardo são casados e possuem conta corrente no Banco Brasileiro S.A. Para efetuar o pagamento de um tratamento dentário da esposa, Bernardo emite um cheque no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em favor do dentista Alberto. Sendo assim, o dentista depositou o cheque e foi surpreendido pela devolução do cheque por falta de fundos. Tendo em vista que não conseguiu o pagamento do cheque, Alberto promoveu execução em face de Maria, tendo em vista que foi a usuária do tratamento dentário. Analisando caso concreto, responda as seguintes questões: 
a) Tendo em vista que a conta corrente é conjunta, será procedente a execução em face de Maria? 
Ai nda q ue a conta sej a e m co nju nto é impo ss ível a cobrança em face de Mari a haj a vista que o 
pri ncípio d a li te rali dade , poi s o che q ue f oi emi ti do por Be rnardo. 
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Ainda que a conta seja em conjunto, é impossível a cobrança em faze de Maria, tendo em vista o princípio da literalidade, vez que o cheque foi emitido por Bernado.
b) Quais os requisitos legais que devem conter num cheque?	
Nos termos do art. 1º da lei do chque, são: a denominação “cheuqe” no título, a ordem incondicional de pagar quantia determinada, o nome do banco ou instituição que deve pagar (sacado), indicação do lugar de pagamento, indicação da data e lugar de pagamento e assinatura do emitente (sacador).
CASO CONCRETO 6: (TJ/ DF /Juiz/ 2012) A respeito da assim chamada "duplicata virtual '', "duplicata escritural" ou "duplicata eletrônica", esclareça como se dá o seu saque e quais são os requisitos necessários para que tenha eficácia executiva, bem como forneça dois argumentos, retirados exclusivamente da Lei 5.474168 que, em tese, não permitiriam a constituição do crédito cambial na forma esclarecida.
A duplicata virtual consiste em uma modernização dos títulos de crédito tradicionais, sendo a versão informatizada da duplicata comum. Assim, elas são lançadas por meio eletrônico que pode ser verificado, com os mesmos efeitos de uma duplicata em papel.
Apesar de serem aceitas e sua existência confirmada pelo Tribunal de Justiça, elas podem ser protestadas normalmente em cartório. Teoricamente o princípio da cartularidade impediria essa nova forma de duplicata.
TESTES – RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA
1 - (Ministério Público/SP – 2011) A atual Lei de Falências, que regula a Recuperação Judicial, a Extrajudicial e a Falência do empresário e da sociedade empresária, instituída por meio da Lei n.º 11.101, de 9 de fevereirode 2005, trouxe uma profunda reforma no direito falimentar brasileiro. Das alternativas a seguir, a única correta é: 
a) a suspensão das ações de execução contra o devedor, na Recuperação Judicial, não excederá o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados do deferimento do processamento da Recuperação, prorrogáveis uma única vez por 60 (sessenta) dias, a critério do Juiz.
b) a remuneração do administrador judicial não pode exceder a 10% (dez por cento) do valor devido aos credores submetidos à Recuperação Judicial. 
c) a constituição do Comitê de Credores é obrigatória, na Falência e na Recuperação Judicial, e, dentre suas responsabilidades, estão a fiscalização e o exame das contas do administrador judicial. 
d) havendo objeção ao Plano de Recuperação Judicial, o Juiz deverá deliberar sobre o assunto, após parecer do Comitê de Credores, administrador judicial e Ministério Público. 
e) a intimação do Ministério Público será realizada, no processo de Recuperação Judicial, após o deferimento do processamento da Recuperação Judicial.
2. (CESPE – OAB/SP – 2007) No tocante à habilitação de crédito e impugnação previstas na Lei n.º 11.101/05, é correto afirmar que: 
a) na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, com exceção daqueles derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembléia geral de credores, ressalvada a hipótese de homologação do quadro geral de credores contendo tais créditos. 
b) na falência, os credores retardatários farão jus aos rateios extras eventualmente realizados, mas ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. 
c) após a homologação do quadro geral de credores, é vedado qualquer pedido de retificação para inclusão de créditos retardatários. 
d) da decisão judicial sobre a impugnação caberá recurso de apelação. 
3. (EJEF – Juiz Estadual/MG – 2008) Quanto à falência e à recuperação judicial, é INCORRETO afirmar que: 
a) Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. 
b) Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadrogeral para inclusão do respectivo crédito. 
c) Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários têm direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de credores. 
d) As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação.
4. (MPT – Procurador do Trabalho – 2008) A respeito da recuperação extrajudicial assinale a alternativa CORRETA: 
a) os credores trabalhistas, tributários, titulares de posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóveis cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, e de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio e o credor decorrente de adiantamento de contrato de câmbio para exportação, não serão atingidos pelo plano de recuperação extrajudicial; 
b) para simplesmente procurar seus credores e tentar encontrar, junto com eles, uma saída negociada para a crise, o empresário ou sociedade empresária precisará atender aos requisitos da Lei para a recuperação extrajudicial; 
c) não haverá qualquer requisito a ser preenchido pelo empresário e a sociedade empresária para requerer a homologação do acordo de recuperação extrajudicial; 
d) a desistência da adesão ao plano por parte do credor poderá ocorrer a qualquer momento, independentemente da distribuição do pedido de homologação;
5. (TJDFT – Juiz Substituto/2005) Assinale a alternativa incorreta. Nos termos da Lei nº 11.101/2005, na hipótese de recuperação judicial, pode-se afirmar que: 
a) não tem legitimidade para obter o benefício quem já o obteve há menos de 5 anos; 
b) se o sócio controlador tiver sido condenado por crime falimentar. 
c) pode ser requerida pelos herdeiros do devedor. 
d) que são legitimados para o pedido apenas as sociedades empresárias e não o empresário individual. 
6. (FCC – TRT 6ª Região/PE – Juiz do Trabalho – 2013) O plano de recuperação judicial poderá prever, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros meios de recuperação, 
a) a ineficácia dos contratos de alienação fiduciária. 
b) a alienação de bem objeto de garantia real, com a supressão da garantia, independente de aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia. 
c) nos créditos em moeda estrangeira, o afastamento da variação cambial, independentemente de aprovação expressa do credor titular do respectivo crédito. 
d) a redução salarial e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva 
e) o parcelamento dos créditos tributários no prazo máximo de quinze anos.
7. (TJDFT – Juiz Substituto/DF – 2007) Assinale a assertiva correta: 
a) A falência cessa os efeitos do mandato, cabendo ao mandatário, de imediato, prestar contas de sua gestão ao juízo falimentar. 
b) Os juros bancários posteriores à decretação da falência, debitados da conta do falido, devem ser creditados de novo, a não ser que o banco depositário desconhecesse a falência de seu cliente quando apurou o lançamento. 
c) O credor de coobrigados solidários cujas falências sejam decretadas tem o direito de concorrer em apenas uma delas, pela totalidade de seu crédito. 
d) A decretação da falência não suspende o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação. 
8. (VUNESP – Procurador do Município/Ribeirão Preto-SP – 2007) O prazo de contestação na ação de falência será de: 
a) 24 horas 
b) 48 horas 
c) 5 dias 
d) 10 dias 
e) 15 dias
9. (OAB/MG – 2007) São efeitos da sentença declaratória da falência, exceto: 
a) a perda da administração dos bens do falido, que passam a ser guardados e conservados pelo administrador judicial nomeado pelo juiz. 
b) a sujeição dos credores ao concurso universal da falência. 
c) o encerramento dos contratos bilaterais do falido. 
d) o encerramento das contas correntes do falido.
10. (OAB/MG – 2008) Na falência, o crédito trabalhista habilitado conta com posição de destaque na hierarquia da classificação dos credores até o valor de 150 salários mínimos. Em relação ao credor trabalhista cujo crédito superar esse limite, é verdade afirmar: 
a) os saldos excedentes do seu crédito serão incluídos na classe dos créditos quirografários. 
b) os saldos excedentes do seu crédito serão incluídos na classe dos créditos subordinados. 
c) os saldos excedentes do seu crédito serão incluídos na classe dos créditos com privilégio especial. 
d) os saldos excedentes do seu crédito não poderão ser reclamados na falência. 
11. (OAB/MG – 2008) A preferência do crédito com garantia real na falência: 
a) é limitada a 150 (cento e cinquenta) salários mínimos. 
b) é limitada a ao valor do bem gravado. 
c) é limitada a 50% da avaliação dos bens arrecadados. 
d) é ilimitada.
12. (TJGO – Juiz - 2007) Assinale a alternativa que especifica um dos requisitos objetivos para a homologação do plano de recuperação extrajudicial: 
a) Existência de plano de reestruturação do capital, propiciando o ingresso de recursos
b) Não pode ser previsto no plano o pagamento antecipado de nenhuma dívida. 
c) Previsão de realização parcial do ativo para obtenção de recursos necessários ao plano de recuperação da empresa. 
d) Previsão de equalização de encargos financeiros, com redução de direitos creditórios dos credores da empresa. 
13. (VUNESP – TJ/SP – 2013) Submetem-se aos efeitos da recuperação os seguintes créditos: 
a) Garantidospor propriedade fiduciária de bens móveis ou imóveis e de arrendamento mercantil,. 
b) Fiscais e parafiscais. 
c) Debêntures com garantia real. 
d) Importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação (ACC)
GABARITO:
1- E 
2 – A 
3 – C
4 – A
5 – D
6 – D
7 – A
8 – D
9 – C
10 – A
11 – B
12 – B
13 - C

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