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FORCA FUTSAL

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23/05/2012
Treinamento de força no futebol: mais do que uma realidade, uma necessidade
Délio Barboza de Sá Júnior
Resumo
O futebol está cada vez mais competitivo, por isso, tem-se estudado e investido cada vez mais em preparação física. Entendemos que essa área atravessará um grande momento com os grandes eventos que ocorrerão no Brasil, que alavancarão uma demanda de profissionais atualizados e capacitados para atuar nesse campo.
A metodologia empregada foi pesquisa bibliográfica, realizada em livros de preparação física, futebol e treinamento desportivo, assim como artigos publicados sobre assuntos relativos aos temas já mencionados.
Este trabalho tem como objetivo relatar a importância do treinamento de força para o futebol atual, descrevendo suas diferentes manifestações, princípios de treinamento, respostas e adaptações ao treinamento de força, idade ideal para iniciação de treino para essa valência e formas de aplicação.
O treinamento de força proporciona ao atleta não só um melhor desempenho físico, mas também age como um grande aliado na profilaxia de lesões e reabilitação das mesmas.
Introdução
Estudos sobre treinamento desportivo vêm se consolidando cada vez mais no cenário científico, tornando-a uma área em grande ascensão. Tendo como vertente deste seguimento o treinamento de força, que aliado ao planejamento é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento dos atletas em geral, pois a força é uma capacidade física imprescindível para os desportos, e “quanto mais esta conseguir se manifestar dentro do campo de jogo, mais em alto rendimento este atleta competirá” (COTTA, 2010).
Apresento neste trabalho, definições da força e as suas subdivisões, que devem ser treinadas de forma que atendam as necessidades da partida em suas respectivas categorias, trabalhando com as cargas corretas e respeitando os princípios de treinamentos.
O artigo tem como objetivo relatar a importância do treinamento de força para o futebol atual, que vai desde a melhora da performance do jogador, até profilaxia de lesões e reabilitação das mesmas, descrevendo as diferentes manifestações da força, princípios de treinamento, respostas e adaptações ao treinamento de força, idade ideal para iniciação de treino para essa valência e formas de aplicação.
A preparação física no Brasil tende a atravessar um grande momento, os grandes eventos que aqui acontecerão (Copa do mundo 2014, e Olimpíadas 2016), aliados a maior profissionalização do nosso futebol nacional, repatriamento e manutenção dos nossos grandes craques, alavancarão uma demanda maior ainda de profissionais qualificados para atuarem nessa área, já que “o interesse da iniciativa privada por esse desporto e as conseqüentes oportunidades de independência financeira e ascensão social têm levado os profissionais a uma incansável corrida em busca do sucesso. Essa procura pelo rendimento máximo, pela vitória e pela superação constante implica a formação de uma comissão técnica profissional que tenha o domínio da tecnologia de ponta e de conhecimentos científicos para uma melhor preparação dos futebolistas.” (GOMES; SOUZA, 2008).
A metodologia empregada foi pesquisa bibliográfica, realizada em livros de preparação física, futebol e treinamento desportivo, assim como artigos publicados sobre assuntos relativos aos temas já mencionados. Tendo como referencial teórico os princípios de treinamento de Tudor Bompa e outros grandes autores e o livro: “Treinamento de Força no Futebol” Sandro Sargentim (2010).
Futebol, aspectos a se considerar
Como em qualquer modalidade, o futebol apresenta características próprias que devem ser consideradas para elaboração e melhoraria de rendimento do futebolista.
O futebol tem característica acíclica e intermitente. Acíclico por ter uma grande variação de deslocamento, que ocorre de forma inconstante durante o jogo. Intermitente, devido à troca incessante da fase ativa para a passiva (SARGENTIM, 2010).
A fase ativa é quando o atleta participa diretamente da ação de jogo, estando ou não com a bola, essa fase é caracterizada por movimentos de alta intensidade e curta duração. Já a fase passiva, são movimentos de baixa intensidade e com uma duração maior, nessa fase o atleta se recupera a fim de dar outro estimulo intenso.
É por isso, muito importante para o processo de treino, falar de objetivos ótimos e não de objetivos máximos. Treinar o sistema condicional no futebol é objetivar a otimização das qualidades condicionais e não a maximização das mesmas. Assim, deverá ser estimulada no jogador a capacidade para que o mesmo faça bom uso e uma boa gestão das suas capacidades velozes. Terá mais sentido em falar de uma velocidade útil, de uma força útil, do que de velocidade máxima ou força máxima. (SARAIVA, 2005)
Ou seja, não é importante que o jogador seja o mais rápido, ou mais forte, ou mais resistente. É necessário que haja um equilíbrio de todas as qualidades, afim de que o atleta as mantenha em alto nível durante toda a partida.
A força no futebol
A força está presente em todo o momento da nossa vida. Segundo Sargentim (2010), nosso corpo, para realizar qualquer ação motora, por mais simples ou complexa que seja, precisa executar movimentos de força, e para que se possa aperfeiçoar o movimento de força para os desportos de alto rendimento, muitas vezes é necessário o incremento de técnicas de sobrecarga extra de peso na execução dos movimentos.
A força é uma capacidade que se manifesta de diferentes formas e é diferente em função das necessidades de cada ação motora. No âmbito do desporto, a força será a capacidade da musculatura em produzir tensão, ou seja, contração muscular, como afirma Barbanti (1979): “é a capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, envolvendo fatores mecânicos e fisiológicos que determinam a força em algum movimento particular”.
Para Zakharov (1992), a força é a capacidade de superação da resistência externa e da contra-ação a esta resistência por meio dos esforços musculares.
A força é observada a todo o momento no futebol: nos contatos com a bola (chute, passe, cabeceio), nas corridas, nas arrancadas em velocidades ou sprints, nos saltos, nas mudanças de direção, nos giros, nas fintas, acelerações e desacelerações, disputas de bola contra os adversários e outras diversas situações.
Apenas os treinamentos técnicos, táticos e os jogos não fornecem sobrecarga neuromuscular suficiente para gerar adaptações significativas (SARGENTIM, 2010). Sendo assim, é muito importante a inclusão do treinamento dessa valência física aliada ao conjunto de treinamentos específicos do futebol dentro do planejamento, para um melhor desempenho dos atletas e conseqüentemente do sucesso de suas equipes.
Importância do treino de força para o futebol
Barbanti (2001), apud Alves (2006), afirma que o “treino de força aplicado ao desporto, tem como objetivo, acima de tudo, um melhor rendimento desportivo na modalidade em questão”. Treinar força permite o desenvolvimento dos grupos musculares mais importantes no futebol.
Promove o reequilíbrio muscular e a recuperação mais rápida de níveis de força perdidos por inatividade ou lesão anterior. (BANGSBO, 2002, apud ALVES, 2006)
Contribui para o desenvolvimento de estruturas musculares menos solicitadas na especificidade da atividade, importantes na postura e equilíbrio de grandes grupos musculares (membros superiores e tronco), pois, grupos musculares harmoniosamente desenvolvidos sofrem uma menor agressão por parte das cargas de treino e competição, recuperando mais rapidamente.
Também constitui um importante fator de prevenção de lesões musculares e articulares. Melhora a eficácia dos gestos desportivos que dependem diretamente da força e contribui para o desenvolvimento de outras capacidades motoras como a velocidade, coordenação e resistência. (BANGSBO, 2002, apud ALVES, 2006)
Segundo Badillo e Ayestarán (2001), a melhoria da força é um fator importante em todas as atividades desportivas, sendo em alguns casos, determinante.
As principaismanifestações de força no jogador de futebol
A força se manifesta de diversas formas no futebol, ela é divida em três: força máxima, força explosiva e resistência de força. As divisões das manifestações de força estão em quase todos os momentos do jogo, no qual, invariavelmente, uma se sobrepõe e predomina sobre as outras.
Todas, porém, estão agindo em conjunto na maior parte das ações do jogo. A junção dessas três divisões é classificada como força específica do futebolista (SARGENTIM, 2010).
Força Máxima
Força Máxima é a força que é desenvolvida por uma máxima contração muscular. O aumento dessa capacidade gera melhorias na execução dos movimentos específicos do futebol, tais como: aceleração, giros, saltos, sprints e corridas em velocidade com mudança de direção. (BANGSBO 1991, apud, SARGENTIM 2010)
O treinamento de força máxima tem como objetivo adaptar o sistema neuromuscular a cargas pesadas e ao recrutamento rápido das fibras musculares de contração rápida. (BOMPA, 2004, apud, SARGENTIM 2010)
Força Explosiva
A força explosiva se manifesta na capacidade de superar uma resistência com alta velocidade de contração muscular. (FORTEZA, 2006 apud SARGENTIM, 2010)
Os movimentos explosivos estão indicados para gestos rápidos, intensos e de grande potencialização de força. Força é explosiva é a capacidade de desenvolver, em um tempo muito breve, uma grande força contra um obstáculo de peso modesto. O objetivo principal dentro dessa força é proporcionar aos atletas um aumento na velocidade e agilidade (SARGENTIM, 2010)
Resistência de Força / Resistência de Força Explosiva
A resistência de força para o jogador de futebol é a capacidade de se manter produzindo força explosiva durante todo o jogo. Sendo que as principais ações do jogo são realizadas pela força explosiva, que está propensa a fadiga.
Treinar essa capacidade possibilita um rendimento de alto nível durante toda a partida.
“Resistência de Força é a capacidade do organismo de resistir à fadiga durante o trabalho de força prolongado.” (BOMPA, 2001, apud, SARGENTIM, 2010)
Princípios do Treinamento da Força Muscular
Sobrecarga
Baseia-se no aumento de cargas de treinamento a fim de aumentar a força muscular, provocando tensões no músculo superiores àquelas experimentadas durante as atividades cotidianas (MOURA, 2003). Onde em uma próxima sessão de treinamentos os níveis de força estarão maiores do que os iniciais das sessões anteriores.
Especificidade
Segundo esse princípio, as formas de treinamento e as técnicas de avaliação devem simular as demandas funcionais estreitamente quanto possível, uma vez que os efeitos do treinamento são sempre muito específicos (MOURA, 2003). Ou seja, quanto mais próximo da realidade de jogo o treinamento for, melhor será a transferência da mesma, a especificidade gera adaptações reais onde o atleta treinará o que ele necessitaria durante o jogo.
Reversibilidade
Para Moura (2003), a maioria das adaptações provocadas pelo exercício físico sistemático perdem-se após longos períodos de inatividade. Então reversibilidade nos remete a idéia de que, a partir do momento que uma capacidade é treinada, geram-se adaptações e há um ganho de qualidade na mesma. Porém, deixando de treiná-la, as adaptações geradas são perdidas assim como as qualidades obtidas.
Individualidade Biológica
Este princípio está direcionado para aplicações individuais de cargas de treinamento, respeitando as limitações de cada atleta (SARGENTIM,  2010).
Respostas e Adaptações ao treinamento de Força
Para Moura (2003) o treinamento de força muscular provoca rápidos ganhos em seu inicio, sem que se observe um concomitante aumento de massa muscular. Essa adaptação inicial pode ser explicada pela melhoria nos padrões de recrutamento das unidades motoras, e pode ser chamada de adaptação neural (aprendizagem). Ou seja, treino de força gera adaptações ao sistema motor, onde se pode atingir o limiar de impulso mais rapidamente, recrutando mais fibras de forma sincronizada.
Pinho, Alves e Ramos Filho (2005), dizem que outra adaptação que maximiza o ganho de força é a interação dos músculos agonistas e antagonistas, pois, para um maior desenvolvimento da força, o músculo agonista necessita minimizar a ação da co-ativação para os antagonistas.
“Essa coordenação intramuscular aperfeiçoa a capacidade de força pela contração aos agonistas e o relaxamento dos antagonistas.”
Os mesmos autores ainda destacam a hipertrofia das fibras como fator de melhoria da força muscular. “O treinamento indica um aumento das miofibrilas, mais filamentos de actina e de miosina, mais sarcoplasma, tecido conjuntivo ou uma combinação dos itens acima relacionados”.
 
Força: Qualidade que permite a um músculo ou grupo muscular opor-se a uma resistência. Possui três tipos distintos:
Força dinâmica: tipo de qualidade na qual a força muscular se diferencia da resistência, produzindo movimento.
Força estática: ocorre quando a força muscular se igual a resistência, não havendo, Por tanto, movimento.
Força de explosão (ou potencia): é a conjugação de força e velocidade; pode-se apresentar como predominância de força, ou com predominância de velocidade. Não e classificada como qualidade física derivada, por apresentar especificidade na metodologia de treinamento. Tem uma participação tão importante nos desportos que habilita a ser considerada dentre as qualidades de forma física.
1 1 Trabalho de Conclusão do Curso de Educação Física Bacharelado EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA RÁPIDA E FORÇA MÁXIMA SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL E O DESEMPENHO MOTOR EM ATLETAS DE FUTSAL DA CATEGORIA SUB-17 Lásaro Caiana de Oliveira * Orientador: Ademir Schmidt ** Resumo O propósito do presente estudo foi analisar os efeitos do treinamento de força rápida e força máxima sobre a composição corporal e o desempenho motor de atletas da categoria sub 17 de futsal. Os grupos foram compostos e divididos em dois, força rápida e força máxima, por oito atletas da categoria sub 17. Os atletas foram submetidos a um treinamento de 12 semanas ao passo que o grupo de força máxima e força rápida realizaram o treinamento de força restrito a somente o seu grupo. Os testes motores empregados foram impulsão horizontal, impulsão vertical, abdominal modificado, shuttle run e velocidade 30 m. A gordura corporal relativa foi estimada pelas equações de Slaughter et al. (1984). A análise de cada grupo demonstrou modificações corporais mais evidentes no percentual de gordura e na massa magra. O efeito mais significante foi constado nos testes de desempenho motor, agilidade e impulsão vertical e horizontal. Concluiu-se que ambos os testes tem efeitos benéficos tanto na antropometria, quanto no desempenho motor, mas não foi possível a identificação de qual dos treinamentos de força seria o mais apropriado para atletas de futsal. Palavras chaves: Futsal, Treinamento, Força Rápida e Força Máxima. 1 INTRODUÇÃO Atualmente o futsal no Brasil pode ser considerado o esporte mais praticado, com cerca de de adeptos, englobando atletas federados, não federados e praticantes apenas do lazer desta modalidade, segundo Bello e Alves (2008). Mesmo com tantos adeptos, o futsal ainda vem sendo pouco estudado quanto as suas capacidades motoras, antropometria e desempenho motor, visto que a movimentação durante as partidas é extremamente intensa e com alta exigência energética. * Discente do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira ** Doscente do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira
2 2 O futsal caracteriza-se por ser uma modalidade de caráter intermitente, alterando ações de alta intensidade com períodos curtos de recuperação. Segundo Oliveira (2008) o futsal tem como ações motoras específicas do jogo, deslocamentos variados, paradas bruscas, acelerações, desacelerações, saídas rápidas e trocas de direção com execução de fundamentos em regime de alta velocidade, ficando evidente a grande exigência sobre a capacidade de força, sobretudo de força explosiva ou rápida ede resistência de força especial. Infelizmente, a literatura disponível não especifica claramente qual tipo de treinamento de força seria mais apropriado para o atleta de futsal, entretanto sabese que o treinamento de força em geral, tornou-se uma das formas mais eficazes de exercício para melhorar a aptidão física de um indivíduo e para condicionamento de atletas. Fleck e Kraemer (2006), afirmam que indivíduos que participam de um programa de treinamento de força, produzem vários benefícios ao seu corpo, como aumento de força, aumento da massa magra, diminuição da gordura corporal e melhora do desempenho físico em atividades esportivas e da vida diária. Portanto, o propósito do presente estudo foi analisar se o treinamento de força rápida e o treinamento de força máxima interfeririam na antropometria e no desempenho motor dos atletas desta modalidade. Objetivou-se também identificar qual destes métodos de treinamento de força, seria mais apropriado para a aplicação na melhora do desempenho motor de atletas de futsal. 2 TREINAMENTO DE FORÇA RÁPIDA E FORÇA MÁXIMA Brasileiro não nasce, entra em campo. No Brasil, para ser mais preciso, ele entra primeiro em quadra, pois são poucas as pessoas que praticam ou praticaram uma única vez um desporto com bola que nunca tivera contato com o futsal ou algo que se assemelhe com ele, como um jogo reduzido de golzinho. O futsal apresenta um potencial enorme para prática do jogo com fins recreativo, educativo e especialmente para prática competitiva de alto rendimento. O futsal é o berço do futebol brasileiro, oficialmente realizado em quadras de 25 a 42 metros de comprimento por 15 a 22 metros de largura, com partidas cuja duração ocorre em dois tempos cronometrados de 20 minutos com intervalo de 10 minutos entre eles, evidenciando a alta variabilidade motora exigente para sua prática em alto rendimento.
3 3 As capacidades motoras evidenciadas no futsal, no entender de Bello e Alves (2008) são resistência aeróbia, resistência anaeróbia alática, potência, ritmo, agilidade, tempo de reação, força e velocidade formando assim, um leque enorme de variáveis possíveis para a prescrição de um treinamento de força eficaz para esta modalidade. Algumas capacidades motoras determinantes, no entender de Oliveira (2008) são imprescindíveis na prática do futsal, como a resistência anaeróbia, velocidade de deslocamento e força rápida ou explosiva, esta última fator de suma importância na fase de preparação específica pré-competitiva, sendo crucial para que o atleta atinja seu desempenho máximo. O futsal é uma modalidade coletiva de colaboração e oposição, caracterizada pela sucessão de movimentos de alta velocidade em espaços reduzidos (5 a 10 metros), com contínua troca de direção e sentido, intercalados com pausas de recuperação ativas e geralmente incompletas, sendo portanto, caracterizado pela sucessão de processos anaeróbios e aeróbios (MEDINA, 2002). Sabe-se que a única forma de estimular a melhora das valências físicas necessárias para aprimorar o jogador, é expor esse atleta ao treinamento de força. Força segundo Bompa (2002), é a capacidade de aplicar impulso, sendo uma característica mecânica e uma capacidade humana neuromuscular de superar uma resistência interna e externa. Alguns dos fatores que influenciam na capacidade de força, segundo Fleck e Kraemer (2006) são os tipos de fibras musculares que o indivíduo possui em maior quantidade, fatores neurais do treinamento de força, como a coordenação intra e intermusculares, fatores estes que podem ser treinados e adquiridos com o treinamento de força. Bompa (2002), ressalta que num programa de treinamento de força, um músculo aumenta por si só ou hipertrofia como resultado dos seguintes fatores: aumento das miofibrilas, aumento da densidade capilar por fibra muscular e aumento da quantidade de proteína. Força, segundo Fonseca (2007) é uma característica neuromuscular que depende essencialmente da capacidade de contração do tecido muscular. Sendo assim, um fator chave para elevados níveis de rendimento em muitas modalidades esportivas, mostrando-se evidente nas situações em que o atleta necessita iniciar um movimento corporal de uma situação estática, parar o corpo quando em movimento, acelerar o corpo, modificar a sua trajetória, trocar de direção, saltar e
4 4 chutar, entre outras. Para Vermeil e Helland (1997), a força é a habilidade envolvida no combate ao adversário, na desaceleração e na alteração rápida da direção. Os termos treinamento contra resistência, treinamento com pesos e treinamento de força, segundo Fleck e Kraemer (2006) têm sido utilizados para descrever um tipo de exercício que exige que a musculatura do corpo promova movimentos contra a oposição de uma força geralmente exercida por algum tipo de equipamento. Ou seja, treinamento de força é todo o trabalho mecânico muscular que obriga o músculo a realizar certo tipo de força contra uma determinada resistência. Sendo assim, treinadores, preparadores físicos e estudiosos da área têm como principal interesse, evidenciar se os aumentos na força e na potência e as alterações na composição corporal provocados pelo treinamento com pesos resultarão em melhor desempenho nos seus esportes. O treinamento de força para adolescentes, segundo Fleck e Kraemer (2006) traz benefícios que incluem aumento da força muscular, potência, resistência muscular localizada, diminuição das lesões nos esportes e nas atividades recreativas e melhora no desempenho nos esportes e nas atividades recreativas. Segundo Fleck e Kraemer (2006) meninos e meninas maiores de 16 anos apresentam ganhos de força significativos após um treinamento de força de 8 semanas, o que coloca este trabalho dentro dos parâmetros bem sucedidos de testes. Para Bompa (2002), garotos na faixa etária entre 15 e 18 anos podem tolerar grandes cargas de treinamento e competição, podendo realizar exercícios específicos para um alto desenvolvimento do desempenho, sendo estes exercícios o trabalho de força. A força muscular é denominada a capacidade do músculo de exercer tensão se opondo à uma resistência. A força pode ser subclassificada de diferentes maneiras, considerando tanto o comprimento da fibra muscular durante a contração, quanto à velocidade ou capacidade de resistir a uma demanda específica. Força máxima segundo Bompa (2002) refere-se a mais alta força que o sistema neuromuscular pode executar durante uma contração voluntária máxima, dependendo de três fatores principais: potencial muscular, uso do potencial muscular e técnica. A principal característica para o desenvolvimento de um programa de treinamento de força máxima segundo Bompa (2002) é o envolvimento do exercício de todas ou no mínimo da maioria das unidades neuromusculares, ou seja, deve-se empregar estímulos máximos ou supramáximos nos treinamentos.
5 5 Força rápida ou explosiva é a combinação da força com a velocidade, Harre e Hauptman apud Mesón e Ramos (2001), denominam essa força como capacidade de vencer uma resistência com a maior velocidade de contração muscular possível. A força explosiva está relacionada à velocidade de execução de movimento e à força desenvolvida pelo músculo. Este tipo de força depende muito da velocidade de contração das fibras musculares e do tamanho de secção transversal do músculo, da sua estrutura e da sua coordenação intra e intermuscular. Força rápida ou potência, segundo Fonseca (2007) é a mais importante manifestação de força no futsal, estando presente em todas as ações executadas durante o jogo. Ações essas envolvendo velocidade de movimento na execução de chute, potência de chutes, passes, lançamentos, fases iniciais de sprints, acelerações (arranques), sequencias rápidas de ações defensivas executadas pelo goleiro, lançamentos longos e rápidos do goleiro, paradas bruscas, mudanças de direção, ações de bola dividida e ações de proteção de bola. A valência física velocidade, é de suma importância no futsal, porque é a partir do treinamento de força, que esta demonstrará resultados de melhora, sendoo exercício realizado na velocidade exigida pela atividade esportiva. O desenvolvimento de potência está totalmente ligado a velocidade, e a especificidade da velocidade é fator primordial quando está associado ao treinamento de força. Bompa (2002), define velocidade como a capacidade de se transportar, se mover rapidamente de um local a outro em menor tempo possível. Velocidade é a relação entre espaço e tempo, onde certa distância é percorrida no menor tempo. Ozolin (1971), afirma que há dois tipos de velocidade, a geral e a específica, onde a velocidade geral é a capacidade de desempenhar qualquer tipo de movimento de maneira mais rápida possível. A velocidade específica é a capacidade de desempenhar um exercício em uma velocidade alta. A velocidade é uma capacidade motora de fundamental importância para o futsal, sendo dependente da perfeita interação do sistema neuromuscular. Dantas (2003) refere-se a esta valência como habilidade de realizar uma ação no menor tempo possível. Existem alguns fatores que afetam a velocidade direta e indiretamente. Elementos esses que incluem a hereditariedade, tempo de reação, capacidade do
6 6 atleta para superar a resistência externa, técnica, concentração, força de vontade e elasticidade muscular. A velocidade do jogador de futsal é verdadeiramente múltipla, onde não apenas o agir e reagir com rapidez, o arranque e a corrida rápida, a velocidade no tratamento com a bola, o sprint, a parada brusca e o uso rápido de respostas em situações diversas da partida estão presentes no decorrer do jogo. Com isso Fonseca (2007), ressalta as ações envolvendo velocidade no futsal como sendo a velocidade para execução do movimento de chute, potência de chute, passe, lançamento, mudança de direção, execução rápida dos gestos que constituem a finta e o drible, ações defensivas do goleiro, sequência de ações defensivas executadas pelo goleiro, ações de contra-ataque, ações de transição rápida do jogo, ações de antecipação, tomadas de decisão e ações envolvendo suporte (ajuda, cobertura) defensivo e recuperações defensivas. Demonstrando que assim como a força e a potência, a velocidade é fator primordial neste desporto. Agilidade, de forma geral, é conceituada como a capacidade do indivíduo de realizar movimentos rápidos com mudança de direção e deslocamento do centro de gravidade corporal, segundo Dantas (2003) e Barbanti (2003). Já Bompa (2005), prediz que agilidade representa a capacidade de um jogador de rapidamente mudar de direção, sendo resultado do aprimoramento da potência, velocidade, aceleração, desaceleração, velocidade de reação, coordenação viso-motora, flexibilidade dinâmica e ritmo. Observando todas essas qualidades, é visível que a agilidade não é uma capacidade independente, mas sim uma síntese das demais envolvidas, e principalmente dependente da potência do jogador. Resistência é definida como a capacidade de executar um movimento, durante um dado período de tempo, sem que ocorra a perda aparente da eficiência, segundo (Fonseca, 2007). Podendo também ser definida como habilidade atlética de realizar um movimento, durante um tempo prolongado, mantendo os parâmetros determinados de movimento. Para Bompa (2005), resistência é a capacidade de realizar um tipo de atividade que envolve muitos grupos musculares e sistemas, por um tempo prolongado. Há também a resistência especifica, a qual Bompa (2005) define como resistência especifica de jogo, onde a capacidade ou habilidade de um jogador em realizar muitas ações técnicas e táticas durante o treinamento ou o jogo no decorrer de toda a competição.
7 7 Impulsão vertical e horizontal segundo Bompa (2005), é a capacidade de saltar mais alto ou mais longe, sendo também totalmente dependente da potência das pernas. Esta impulsão está totalmente ligada ao número de unidades motoras recrutadas para a realização do movimento, sendo também totalmente dependente do trabalho de força máxima para sua evolução (Bompa, 2005). Quanto à composição corporal segundo Fleck e Kraemer (2006), também tem alterações em curto prazo nos dois gêneros, como pequenos aumentos de massa magra e pequenas diminuições no percentual de gordura corporal. A composição corporal é medida através da antropometria, que é a medida do tamanho corporal e suas proporções, incluindo espessuras de dobras cutâneas, circunferência, diâmetros e comprimentos ósseos, estatura e peso corporal. Massa Corporal é a mensuração do peso corporal medida em quilogramas (kg), ou seja, o peso. A estatura é a medida na vertical da altura, medida em metros, e o Índice de Massa Corporal (IMC) é obtido pela divisão da massa corporal (peso) pelo quadrado da estatura (expresso em metros), (SILVEIRA, MARQUES E ALVES, 2008). 3 METODOLOGIA Este artigo se caracteriza como pesquisa descritiva seguindo os parâmetros de Cruz, Hoffmann e Ribeiro (2008). Sujeitos Avaliou-se 8 atletas de futsal do sexo masculino, pertencentes à categoria sub-17 da cidade de Goiânia, Goiás, todos atletas da modalidade a mais de dois anos. Para comparação entre os métodos, os atletas foram divididos em dois grupos, por meio de sorteio, cinco no grupo de Força Rápida e três no grupo de Força Máxima.
8 8 Procedimentos e Instrumentos Tratamento Antes do inicio do treinamento de força, foi feito o teste de repetições Máximas para se identificar a carga inicial de trabalho (BAECHLE, 1992). Quanto ao treino de força máxima os atletas praticaram um treinamento onde eram realizadas 3 series de 10 repetições cada, com intervalos de 2 a 5 minutos e cargas submáximas ou próximas ao nível máximo individualmente de cada atleta. Já o treino de força rápida os atletas praticaram um treinamento onde eram realizadas 3 series de 15 repetições com cargas médias, com intervalos de 30 segundos a 1 minuto (BOMPA, 2002). Para a realização dos testes motores todos os atletas realizaram alongamentos dos membros superiores, inferiores e aquecimento antes dos testes nos períodos pré e pós-teste. Aspectos Éticos Os pais ou, ainda, os responsáveis pelos sujeitos, após serem informados sobre os propósitos do estudo e procedimentos aos quais seriam submetidos, assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Antropometria Para a mensuração da massa corporal utilizou-se uma balança eletrônica Plenna, com precisão de 0,1kg e a estatura foi determinada em um estadiômetro Welmy, com precisão de 0,1 cm. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado mediante a relação entre massa corporal e estatura, sendo a massa corporal expressa em quilogramas (kg) e a estatura em metros (m), de acordo com os procedimentos de Gordon, Chumlea e Roche (1988). A composição corporal foi avaliada por meio da técnica de espessura do tecido celular subcutâneo (EDC). Para tanto, realizou-se nove medidas, em sequência rotacional, do lado direito do corpo, sendo registrado o valor mediano. Os pontos anatômicos mensurados foram: subescapular, tricipital, seguindo as
9 9 padronizações descritas por Slaughter et al. (1984). Tais medidas foram realizadas por um único avaliador com experiencia usando um adipômetro da marca Plenna. As medidas de circunferência foram feitas utilizando uma fita Sanny, com precisão de 0,1 cm. Para tanto, realizou-se oito medidas, sendo os pontos: circunferência de tórax, braço esquerdo e direito, cintura, coxa esquerda e direita, perna direita e perna esquerda. Testes Motores Como indicador de força/resistência muscular, utilizou-se o teste abdominal modificado (ABD), sendo que o número máximo de repetições executadas corretamente durante um minuto foi registrado (POLLOCK e WILMORE, 1993). Como indicador de agilidade, aplicou-se o teste de corrida de vai-e-vem (shuttle run). Para tanto, cada indivíduo realizou duas tentativas, com aproximadamente cinco minutos de intervalo entre elas, sendo registrado o menor tempo gasto para percorrer a distância determinada (AAHPERD, 1976). Como indicador de velocidade, utilizou-se o teste de corrida de 30m. Cada sujeito realizou duas tentativas, com intervalo de cinco minutos entre elas, sendoregistrado o menor tempo gasto para percorrer a distância pré-determinada (SILVEIRA, MARQUES e ALVES, 2008). Os testes impulsão vertical com auxilio dos membros superiores e impulsão horizontal foram empregados como indicadores de força/potência muscular. Cada sujeito realizou três tentativas em cada um dos testes, sendo registrado o maior valor obtido (JOHNSON e NELSON, 1979). Tratamento Estatístico padrão. A análise descritiva de todos os dados foi feita através de média e desvio 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos nas avaliações realizadas nos períodos pré e pósexperimento para ambos os grupos são apresentados nas Tabelas 1 e 2. As
10 10 modificações ocorridas entre esses dois momentos são expressas em valores percentuais. As características físicas dos atletas de futsal da categoria sub 17 são descritas na tabela 1, em dois grupos, 1 e 2 e respectivamente subclassificados como força rápida e força máxima, onde foram colhidos valores de pré-teste e pósteste e média percentual. Os resultados revelaram um aumento na massa corporal e índice de massa corporal (IMC) em ambos os grupos. As modificações não foram significantes. Já na estatura não houve resultados significantes. O percentual de gordura diminuiu nos dois grupos, média 17,5% no grupo de força rápida e média 19,5% no grupo de força máxima, demonstrando que o grupo 2 (força máxima) obteve uma diminuição relativamente maior que o grupo 1 (força rápida). O grupo 2 ainda teve um aumento maior que o grupo 1 no quesito massa magra, tendo elevado sua massa magra em média 4,6%, enquanto o grupo 1 conseguiu média apenas de 1,3%. Vale ressaltar que não houve nenhuma diferença significante entre os grupos que pudesse ser atribuída a um método específico de treinamento de força (força rápida e força máxima). Tabela 1. Características Antropométricas mensuradas. GRUPO 1 GURPO 2 Força Rápida Força Máxima Pré-teste Pós-teste %Média Pré-teste Pós-teste %Média MassaCorporal (kg) 62,2 62,6 2, ,1 62,6 2,5+0,3 IMC (kg/m²) 19,8 20,3 2, ,8 20,3 2,5+0,3 Estatura (m) 1,8 1,8 0 1,7 1,7 0 % Gordura 13,3 11,2-17,5+9 10,2 8,3-19,5+11,8 Massa Magra (kg) 54,7 55,2 1,3+6,3 54,9 57,3 4,6+1,1 A Tabela 2 apresenta os resultados dos testes utilizados como indicadores de desempenho motor. Os testes motores realizados foram: abdominal modificado, shuttle run, corrida 30 m e impulsão vertical e horizontal. Os resultados são representados em dois grupos, 1 e 2 onde respectivamente são subclassificados como força rápida e força máxima em valores de pré-teste e pós-teste e média percentual.
11 11 O grupo 1 obteve melhora em todos os testes menos no teste abdominal modificado ( resistência), no qual foi registrado um valor médio de -0,8%, onde o grupo 2 apresentou melhora superior mas não significante médio de 3,0%. No teste de 30 m (velocidade), o grupo 2 apresentou média de -5,3%, também obteve melhora superior ao grupo 1 que obteve média de -4,6%, mas que também não demonstrou um valor significante. Tabela 2. Testes de Desempenho Motor. GRUPO 1 GURPO 2 Força Rápida Força Máxima Pré-teste Pós-teste %Média Pré-teste Pós-teste %Média Abd (reps) RML 56,8 56,0-0,8+19,1 51,7 49,7 3,0+24,1 Shuttle Run (s) 9,5 9,1-4,5+1,2 9,3 9,1-1,9+4,3 Corrida 30 m (s) 4,5 4,3-4,6+4,5 4,7 4,4-5,3+1,6 Impulsão Vertical 46,4 48,0 4,2+7,3 45,3 45,0-1,0+3,5 Impulsão Horizontal 1,9 2,1 10,0+8,1 2,0 2,0-2,0+0,7 O grupo 1 demonstrou superioridade nos testes shuttle run (agilidade), mas não foi uma melhora significativa. Constatou-se uma melhora significativa somente nos testes de impulsão, onde no teste de impulsão vertical o grupo 1, obteve média de 4,2% e o grupo 2 registrou média -1,0%. Já no teste de impulsão horizontal o grupo 1 superou o grupo 2, onde o grupo 1 obteve a média de 10,0% e o grupo 2 obteve a média de -2,0%. O objetivo do presente estudo foi verificar o efeito dos treinamentos de força rápida e máxima na composição corporal e no desempenho motor de atletas de futsal da categoria sub 17, sendo constatado primeiramente que em ambos os grupos, força rápida e máxima, houve uma diminuição no percentual de gordura e um aumento de massa magra após o período de 12 semanas. Em outro estudo correlacionado ao tema, Serpeloni, Ricardo, Hideki, et al. (2002) obtiveram resultados semelhantes ao aplicar um treinamento de 24 semanas específico de futsal em atletas da categoria sub 17, onde foi constatado também uma diminuição no percentual de gordura e aumento de massa magra. Se por um lado, os efeitos anabólicos do treinamento físico induzem a um aumento na massa magra e uma diminuição na gordura corporal relativa, o treinamento de força pode também se equiparar ao treino físico.
12 12 Em outro estudo realizado sobre treinamento de força rápida e força máxima, Lamas, Urgrinowitsch, Eduardo, et. al (2007), obtiveram resultados relevantes em ambos os protocolos de treinamento de força, onde produziram em 8 semanas de treinamento de força rápida e máxima, aumento similar na área de secção transversa das fibras musculares, em ambos tipos de treinamento, constatando a diminuição do percentual de gordura e o aumento de massa magra. Com relação aos indicadores de desempenho motor utilizados neste estudo, observou-se melhora significativa nos percentuais de evolução nos testes utilizados como indicadores de agilidade (shuttle run), impulsão vertical e impulsão horizontal, sendo que o grupo de atletas que realizou o treinamento de força rápida obteve superioridade nestes testes. Já o grupo de força máxima, superou o grupo de força rápida nos testes motores de velocidade (30m) e abdominal modificado (resistência). Em outro estudo, Serpeloni, Ricardo, Hideki, et al. (2002) obtiveram resultados semelhantes ao aplicar um treinamento de 24 semanas específico de futsal em atletas da categoria sub 17, onde obtiveram melhora significante no teste de agilidade e principalmente nos teste de impulsão vertical e impulsão horizontal. Entretanto, Tretino e Puggina (2007) realizaram um treinamento de pliometria sobre força explosiva, agilidade e velocidade de jogadoras de futsal sub 17 durante 4 semanas, onde obtiveram resultados de p=0,004 de melhora na impulsão horizontal e na agilidade de p<0,0001, demonstrando que o treinamento de potência pode ser eficaz na melhora da força rápida. 5 CONCLUSÃO Apesar das informações sobre o futsal serem ainda escassas na literatura, as características antropométricas, metabólicas e neuromusculares de praticantes desta modalidade, merecem ser estudadas mais criteriosamente. Portanto, o controle de aspectos relacionados à composição corporal, principalmente gordura, possibilita um melhor desempenho dos jogadores durante as partidas de futsal. Em contrapartida, um bom desenvolvimento muscular parece favorecer o desempenho de jogadores de futsal, proporcionando uma condição satisfatória para a realização dos movimentos específicos da modalidade.
13 13 Os resultados observados no presente estudo, antes e após o período experimental, revelaram pequenas modificações nas variáveis antropométricas e nos indicadores de composição corporal. Apesar disso, a tendência de queda nos níveis de adiposidade foi verificada em ambos os grupos sendo que, no grupo 2, força máxima demonstrou um percentual maior. Todavia, o comportamento observado em ambos os grupos indica que, possivelmente, em um período maior de investigação essas modificações possam ser traduzidas, de forma estatisticamente significante, como um efeito positivo do treinamento de força para o futsal. Os resultados nos testes de desempenho motor, revelaram uma melhora do grupo 2 nos testes de abdominal modificado e velocidade, mas não sendo significante. O grupo 1 demonstrou melhora nos testes de agilidade e impulsão vertical e horizontal, onde em relação ao grupo 2, o grupo 1 obteve melhora, podendo transparecer que o treinamento de força rápida sugere ser mais apropriado para jogadores de futsal. Vale ressaltar que apesar de ambos os treinamentos de força demonstrarem melhora tanto na composição corporal, quanto no desempenhomotor, não se pode afirmar através deste estudo que o treinamento de força rápida e força máxima se superam quanto a aplicação e prescrição de ambos a atletas de futsal. Assim sugere-se que sejam feitas novas investigações quanto ao tema utilizando outras forma de treinamento, com amostras maiores ou até mesmo comparação com outras modalidades, para que se encontre afirmações concretas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN ALLIANCE FOR HEALTH PHYSICAL EDUCACATION RECREATION- Youth fitness test manual. Washington, 1976, 69p. BAECHLE T. R.; GROVES B. R: Weight Training. Chapaign: Leissure Press, BARBANTI, V. J. Dicionário de Educação Física. 2 ed. São Paulo: Manole, BELLO, N.; ALVES, U. S. Futsal Conceitos Modernos. 1ed. São Paulo: Phorte, p.
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Treinamento de Força como fator de profilaxia de lesões
O futebol tem passado por mudanças assim como seu calendário esportivo que está cada vez mais competitivo. O aumento do número de jogos e treinamentos elevam as chances de lesões em atletas de alto nível.
O treinamento de força além de determinante para o alto rendimento dos atletas de futebol, pode ser um grande aliado na prevenção de lesões, especialmente musculares e articulares (SARGENTIM, 2010). Já que, uma musculatura bem desenvolvida consiste numa proteção eficaz contra ferimentos e torções (WEINECK, 2003, apud, CARMO, 2010).
Podendo também atuar positivamente na reabilitação, pois, tem sido prática comum prescrever exercícios de fortalecimento na tentativa de acelerar a recuperação de lesões músculo-esqueléticas, bem como reduzir a reincidência dessas lesões após a volta do paciente a suas atividades cotidianas (MOURA, 2003).
Segundo Sargentim (2010), as lesões musculares geralmente ocorrem quando existe um desequilíbrio muscular, ou seja, desequilíbrio entre a ação concêntrica (agonista) e ação excêntrica (antagonista). Portanto, a musculatura deve está em perfeito equilíbrio e forte o suficiente para suportar movimentos característicos do futebol como chutes, arrancadas em velocidade, giros, entre outros.
Para isso, devem-se prescrever exercícios que proporcionem esse desejável equilíbrio. O trabalho de fortalecimento com exercícios de Cadeia Cinética Fechada são os mais recomendados para alcançar este desejável equilíbrio, ou seja, “são aqueles os quais as extremidades dos membros específicos estão apoiados no chão ou em uma plataforma, gerando uma estabilidade maior para a execução do movimento”.
O trabalho de propriocepção também vem sendo muito utilizado como treinamento para prevenção de lesões, além de gerar resultados significativos no treinamento de força, já que as articulações estarão mais seguras e com movimentos mais coordenados. Os exercícios de propriocepção podem ser desenvolvidos em bases estáveis ou instáveis, movimentos com desequilíbrio, com ou sem peso, com ou sem giro. Todo esse trabalho visa o fortalecimento articular (SARGENTIM, 2010).
Idade ideal para iniciação neste treinamento
As crianças se beneficiam com programas de treinamento de força para ajudar na melhora do condicionamento físico e no desempenho nos esportes, ou ainda para reduzir a probabilidade de lesões durante a prática esportiva e recreativa (Fleck, 1999, apud, GARCIA; GARCIA; KUPLICH; LINCK, 2007).
Porem, é preciso utilizar uma escala de progressão gradativa respeitando as fases do desenvolvimento esportivo que começa com a iniciação ao trabalho de força no sub-13 com exercícios com o peso do próprio corpo e ir progredindo gradativamente com a inclusão de exercícios com peso livre e variações dos métodos e exercícios (KRAMMER, 1997, APUD SARETTI, 2010).
Douglas Saretti (2010) divide a iniciação de força em 4 categorias:
Sub- 13/14 (iniciação), Sub-15(formação), Sub-17(especialização) e Sub-2 (alto rendimento), Respeitando as seguintes fases: Sub-13/14: iniciação ao trabalho de força, introdução a exercícios específicos de força priorizando pesos livres e do próprio corpo. Sub-15: Iniciação ao trabalho de força, carga subestimada, variabilidade de exercícios e metodologia de treinamento. Sub-17: Potencialização do trabalho de força, teste de 1Rm, exercícios de levantamento básico, periodização de acordo com o calendário esportivo. Sub-20: Periodização de acordo com o calendário esportivo.
Sargentim (2010) usa uma classificação parecida, porém divide as etapas em três ciclos:
Ciclo 1, a partir dos 11 até os 13 anos.
Ciclo 2, dos 14 aos 16 anos.
Ciclo 3, dos 17 aos 20 anos.
O processo de aprendizagem da força começa a partir do segundo ciclo, onde em seu último ano são introduzidos exercícios de força explosiva de baixa intensidade. Já no terceiro ciclo, dá-se inicio com um aumento significativo da carga da força explosiva buscando uma especialização. A partir dos 18 anos o atleta atinge seu pico de evolução de rendimento, dando inicio a aplicação de treinamentos de força máxima e resistência de força explosiva.
Aplicabilidade
Existem diversas formas de se treinar força, desde aparelhos de musculação ou até mesmo com o próprio peso corporal ou de um colega, cargas adicionais (bolas medicinais, coletes com pesos), superfícies instáveis para treino da força associado à proprioceptividade, equilíbrio e coordenação, estruturas elásticas (resistência exterior), barras e halteres, entre outros.
Sargentim (2010) divide a aplicação de cargas de acordo com as manifestações da força já citadas anteriormente. Vale ressaltar que não existem “fórmulas de bolo”, a comissão técnica deve avaliar seu grupo e aplicar as sessões de acordo com a realidade e necessidades do mesmo, sempre respeitando o princípio da individualidade biológica.
O autor citado acima, ainda enfatiza a importância do uso de exercícios em cadeia cinemática fechada em todas as manifestações, visando o equilíbrio muscular e articular, e também proporcionando segurança aos atletas.
Aplicação de Força Máxima
O exercício mais utilizado e recomendado a fim de promover força máxima é o agachamento. O mesmo exercício tem duas variações, agachamento com 90º e 45º. Com relação à execução, o que difere os dois é a apenas o ângulo da flexão e extensão do joelho. Já em nível de cargas, o agachamento 90º devido sua complexidade e exigência de mais esforços musculares, terá cargas reduzidas em comparação ao de 45º, que conseqüentemente por ser um movimento mais curto, trará mais segurança, podendo ser executado com cargas mais elevadas. (SARGENTIM, 2010)
Segundo o mesmo autor, devem ser obedecidos alguns padrões para aplicação da força máxima:
• aplicação de, no mínimo, 2 vezes na semana;
• no máximo 4 repetições;
• entre 5 e 6 séries por treino;
• recuperação completa, mais 5 minutos entre cada execução;
• 90% da carga máxima;
• máximo de segurança possível;
• pequenos grupos;
• cadeia cinética fechada.
Aplicação para Força Explosiva
Badillo e Ayestarán (2001) afirmaram que a todos os treinamentos de força explosiva devem ser considerados componentes de força máxima, e devem ser aplicados após a aplicação do período de força máxima.
Na aplicação de força explosiva muito tem se falado em pliometría, porém não é uma via de regra, também podem ser utilizados outros métodos de treinamento como: corridas tracionadas, trenós, treinos em caixas de areia, etc. Porém, com a aplicação de salto e com barra nas costas, é possível conseguir dimensionar a carga e, por conseqüência, uma possível evoluçã do atleta dentro dessa manifestação. (SARGENTIM, 2010)
Quando o atleta salta com a barra nas costas, é gerada uma ação intensa na musculatura no momento da aterrissagem, devido ao próprio peso corporal somada ao peso da sobrecarga e da gravidade. Tal ação aperfeiçoa a contração excêntrica da musculatura específica. (SARGENTIM, 2010)
Segundo o mesmo autor, devem ser obedecidos alguns padrões para aplicação da força explosiva:
• a carga não deve ultrapassar 15% a 20% do peso corporal;• os movimentos devem ser feitos de forma mais rápida possível;
• não deve ultrapassar 6 repetições;
• 16 a 20 séries por treino;
• entre 4 e 5 exercícios em cada sessão;
• 2 a 3 vezes por semana;
• recuperação completa, mais que 4 minutos;
• priorização do gesto técnico.
Aplicação para Resistência de Força Explosiva
As regras aplicadas ao treinamento de força explosiva são as mesmas para a aplicação de resistência de força explosiva, tendo como diferença a relação entre cargas e número de execução dos exercícios, por treinarem com mais repetições, as cargas serão menores, gerando uma potência maior no salto e uma adaptação maior do organismo ao estímulo, quando aplicado no treino técnico e no jogo. A resistência de força explosiva é aplicada nos momentos em que a equipe necessita de alto rendimento na fase competitiva (SARGENTIM, 2010).
Segundo o mesmo autor, devem ser obedecidos alguns padrões para aplicação da força explosiva:
• 10% a 15% do peso corporal;
• 12 a 20 repetições;
• 20 a 24 séries;
• recuperação completa, mais 5 minutos;
• 4 a 5 exercícios por sessão de treino;
• mesmos exercícios da força explosiva ;
• maior ação do peso corporal;
• 2 a 3 vezes na semana;
• colocação do gesto técnico.
Considerações finais
Ficou evidenciado durante todo trabalho a importância do treinamento de força para o futebol, porém uma busca descontrolada e mal orientada da  força, não tendo em conta os objetivos específicos da modalidade, pode influenciar negativamente o rendimento desportivo (BADILLO E AYESTARÁN, 2001).
Sendo assim, não existem mais espaços para intervenções empíricas e sem fundamentação, tais atitudes podem comprometer todo o planejamento e conseqüentemente influenciando negativamente no rendimento da equipe.
Bibliografia
Alves, J. M. V. M. O treino da Força no Futebol. Porto, 2006
BADILLO, J. J. G.; AYESTERÁN, E. G. Fundamentos do treinamento de força: aplicação ao alto rendimento desportivo. Porto Alegre: Artmed, 2001.
BARBANTI, V. J. Teoria e Prática do Treinamento Desportivo. 2ª edição – São Paulo – SP. Editora Edgard Blucher. 1979.
CARMO A. A. L. Adaptações ao treinamento de resistência aeróbica, força e flexibilidade e suas implicações no árbitro de futebol de campo. Belo Horizonte, 2010.
COTTA, R. M. Treinamento de força no futebol atual. Site: Universidade do Futebol. 2010
GARCIA, M.; GARCIA, E.; KUPLICH, P.; LINCK, A. A idade ideal para a iniciação do treinamento de força no futebol. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, 2007
GOMES, A. C.; SOUZA, J. Futebol – Treinamento Desportivo de Alto Rendimento. Artmed 2008
SARAIVA, P. Força, o suporte condicional do futebolista. Promocion , abr. 2005.
MOURA, N. A. Treinamento da Força Muscular. São Paulo: Revinter, 2003
PINHO S. T.; ALVES D. M.; RAMOS FILHO L. A. Adaptações treinamento futebol. XXIV Simpósio Nacional de Educação Física, Pelotas, 2005
SARGENTIM, S. Treinamento de Força no Futebol. São Paulo: Phorte, 2010.
SARETTI, D. Treinamento de força aplicado à categoria de base. Site: Universidade do Futebol. 2010
ZAKHAROV, A. Ciência do Treinamento Desportivo. Rio de Janeiro, Grupo Palestra Sport, 1992.
 As capacidades de força dos jovens atletas estão intimamente ligadas ao crescimento dos tecidos ósseo e muscular e ao desenvolvimento do aparelho articular. O maior acréscimo de força de certos músculos ocorre no período entre 14 e 17 anos (GOMES, 2002).
    O treinamento de força promove aumentos de força em meninos e meninas, porém os mecanismos exatos que promovem esse aumento ainda não estão completamente elucidados nos indivíduos pré-púberes e púberes (FLECK E KRAEMER, 2006).
    "A força é a única qualidade física básica que a partir da qual podem expressar-se as demais" (FAJARDO, 2007, p. 20).
    "O desenvolvimento da força no esporte que envolve potência e força muscular faz parte integrante do treinamento de todos os esportes, tendo seus objetivos diferenciados de acordo com a modalidade" (GARCIA et al., 2007, p. 66).
    Todo profissional ou pessoa que desejar melhorar o desempenho de um atleta deve ter como preocupação primária, o desenvolvimento da força. A utilização de vários métodos de desenvolvimento de força leva a um crescimento mais rápido, cerca de 8 a 12 vezes mais que usar apenas capacidades disponíveis para certo desporto. Desta forma, o Treinamento de Força é um dos mais importantes componentes do processo de formação de atletas (BOMPA, 2002 apud PERFEITO, 2008).
    No futsal, o treinamento de força é necessário para a elevação da performance específica da modalidade, especialmente para saltar, chutar e na capacidade de aceleração. Além da elevação da performance, "esse tipo de treinamento é muito importante para prevenir lesões, pois uma musculatura bem desenvolvida é mais eficiente na proteção do aparelho motor" (SANTI MARIA, 2009, p.125).
    O início precoce dos jovens no esporte tem sido visto pelas diversas áreas como uma boa iniciativa da sociedade. A inserção do jovem em práticas desportivas trás benefício, isto é, “ocupa seu tempo em uma atividade cujos benefícios podem ser enumerados em vários aspectos: integração social do jovem, determinação de regras que se estende por toda a vida, capacidade de raciocínio rápido, espírito de cooperação, etc.”. (GOMES, 2009, p. 233).
    A aprovação do treinamento de força para jovens por organizações profissionais qualificadas vem se tornando universal. As seguintes organizações têm produzido posicionamentos indicando que o treinamento de força para jovens é eficaz e seguro quando apropriadamente supervisionado: American Academy of Pediatrics (1990), American College of Sports Medicine (1993), American Orthopedic Society for Sports Medicine (1998) e National Strenght and Conditioning Association (1996), que é apoiada pelo American College of Sports Medicine (FLECK E KRAEMER, 2006).
    Para além do óbvio objetivo de ficar mais forte, treinamentos de força podem ser realizados para melhorar a performance esportiva, reabilitação de lesões, prevenção de lesões e/ou aumentar a longo prazo a saúde (PEDIATRICS, 2001).
    As diversas associações e órgãos que cuidam da saúde no esporte (NCSA, AOSSM e AAP) fazem sugestões quanto aos benefícios do treinamento de força em crianças e adolescentes, que podem se beneficiar com a prática do treinamento, corretamente prescrito e supervisionado, aumentando assim o desempenho nas práticas esportivas e recreacionais (GARCIA, 2007).
    Para o desenvolvimento de um programa de treinamento de força destinado às crianças e adolescentes, deve seguir os mesmos passos do desenvolvimento de um programa para adultos. Porém algumas orientações devem ser seguidas para que o treinamento possa ser realizado em condições favoráveis, tanto para a segurança quanto para o melhor aproveitamento dos participantes.
    Os exercícios do programa de treinamento devem ser escolhidos de acordo com a faixa etária, com o nível de condicionamento, com o nível de conhecimento e coordenação, assim como a experiência prévia em exercícios físicos (CAMPOS, Arruda, 2004).
    Com crianças, a sobrecarga de um treinamento integrado para melhorar a força específica do futsal é suficiente com exercícios simples, fortalecendo as musculaturas que não estão envolvidas no jogo.
    A aplicação da força no treinamento está dividida em categorias pelas diferenças etárias, que possuem níveis maturacionais diferentes. Weineck (2004) subdivide as faixas etárias da seguinte forma:
a.     Categoria de 6 até 10 anos
    O principal objetivo nesta categoria é o fortalecimento do aparelho locomotor e da musculatura responsável pela postura de jogo, de forma multidisciplinar, variada e harmônica (com os dois lados do corpo).
    O treinamento deve ser integrado com bola, ser divertido e estar relacionado com a formação geral da coordenação.
    Até o décimo ano de vida é caracterizado pelo jogo livre, devendo também ser jogado com as mãos para enfatizar a visão periférica, que posteriormentevai contribuir para o desenvolvimento da criança no jogo.
    O treinamento de força deve ser realizado de maneira dinâmica, em função da baixa capacidade anaeróbica apresentada pelo indivíduo infantil (WEINECK, 2003).
    Segundo as pesquisas de Dieckmann; Letzelter (apud WEINECK, 2003) demonstram que o treinamento de força rápida é apropriado, de forma especial, nessa etapa. As recomendações de um treinamento de força nessa etapa é de duas vezes por semana, durante 12 semanas (30 a 45 minutos), para obtenção de ganhos na força rápida (força de salto, de chute e de sprint).
b.     Categoria de 10 até 12 anos
    Nesta faixa etária que é caracterizada pelo início da puberdade (em meninas com 11/12 anos e em meninos com 12/13 anos), ocorre um fortalecimento dos mais importantes grupos musculares.
    Trabalhos com o próprio peso corporal ou com utilização de medicine ball, e ainda com anilhas, fornecem uma sobrecarga adequada para esta faixa etária (WEINECK, 2004).
    Exercícios para o fortalecimento da musculatura abdominal, dorsal, extensora de braço, exercícios para força de salto podem ser mais elaborados, porém devem continuar sendo organizados de forma recreativa recomenda Weineck (2004).
c.     Categoria de 11 até 15 anos ou Pubescência
    A pubescência pode ser dividida em Pubescência (primeira fase puberal) e Adolescência (segunda fase puberal).
    Devido ao estirão de crescimento na primeira fase puberal ocorre uma desarmonia passageira nas proporções corporais. Esta faixa etária sofre uma série de modificações morfológicas e funcionais devido a secreção de hormônios do crescimento e sexuais, é extremamente delicada a sobrecargas de treinamento de forma errada e exercícios de caráter unilateral duradoura, pois estas sobrecargas terão reflexo direto na região da coluna (WEINECK, 2004).
    "Crianças e adolescentes com um crescimento retardado devem ser sobrecarregados de forma cautelosa, especialmente no treinamento de força" (WEINECK, 2004, p. 346). Nesta faixa etária, a força geral deve ser paralelamente desenvolvida com a força específica e os seus requisitos próprios do condicionamento (BENEDEK, 1987). "Sendo que a força básica geral é treinada através de circuitos, lutas de empurrar e puxar e exercícios com aparelhos". (WEINECK, 2003, p. 372).
d.     Categoria de 15 até 18 anos ou Adolescência
    Neste período ocorre o desenvolvimento lateral, onde se apresentam uma harmonia das proporções corporais e o aumento das concentrações de testosterona.
    A adolescência representa a faixa etária com a mais alta treinabilidade. Nesta faixa etária podem-se comprovar as mais altas taxas de crescimento da força (KOMADEL; ZURBRUGG apud WEINECK, 2004).
    Devido à estabilização do sistema esquelético, pode-se utilizar métodos de treinamentos adultos, porém com o volume sobrepondo a intensidade. Além disso, nesta fase, como a capacidade aeróbia já está bem desenvolvida, pode-se utilizar exercícios que causem fadiga local (estes devendo ser empregados com cautela).
    Como se pode avaliar nas explicações anteriores, no treinamento de força, em crianças e em adolescentes, ocorrem transformações dos conteúdos. Embora encontra-se exercícios de força na forma de jogos em todas as faixas etárias, com o passar do desenvolvimento, estes são substituídos por exercícios mais específicos e com uma ligação técnico-tático (WEINECK, 2004).
    Portanto, programas que são planejados para atletas profissionais nunca devem ser realizados por pré-púberes ou púberes, pois a capacidade de atletas profissionais em elevar peso, faz parte de anos em experiência de treinamento e de um desenvolvimento morfofuncional maduro. Forçar indivíduos pré-púberes e púberes a realizar um treinamento de atletas com mais experiência, os levará ao estresse e conseqüentemente resultar em graves lesões.
    O futsal hoje é um esporte que faz parte da cultura brasileira exercendo uma grande influência na formação dos jovens. Observa-se que a cada ano ocorre um aumento considerável de crianças e jovens participando de programas de treinamento e iniciação esportiva.
    Para que o jovem tenha um desenvolvimento psicofísico harmonioso, deve-se dar a ele uma dose de movimento, de maneira controlada e planejada (GOMES, 2008).
    O treinamento de força em crianças e adolescentes tem obtido aceitação e popularidade principalmente porque os ganhos em força podem ocorrer, o desenvolvimento ósseo pode ser acentuado e as lesões em outros esportes e atividades podem ser prevenidos com o aperfeiçoamento de programas de treinamento apropriados. Quando planejar um programa, considere o desenvolvimento e as diferenças físicas entre as crianças, a tolerância ao exercício e os aspectos de segurança, de tal modo que as lesões agudas e crônicas sejam minimizadas e os benefícios para os participantes sejam maximizados.
Conclusão
    Através da revisão de literatura especializada, existem evidências científicas que o treinamento de força em adolescentes pode ser benéfico, desde que bem organizado e planejado, para contribuir no desenvolvimento harmonioso dos movimentos e da parte estrutural do individuo. Deve-se ter atenção especial no uso de sobrecargas e na execução dos movimentos nos exercícios, pois o não cumprimento destes pode levar a lesões e ao desinteresse da criança e do adolescente a prática da atividade.
    É importante considerar que um programa de treinamento de força apresenta-se de grande valia para atletas jovens em crescimento, maturação e desenvolvimento neuromotor, já que nesta fase o aspecto de condução dos estímulos neuro-sensoriais e motores estão em formação, pois o treinamento de força produz um avanço na adaptação neuromuscular, assim como melhora da coordenação e aumento da densidade mineral óssea.
    Diversas pesquisas são necessárias no futsal com o sentido de buscar melhores soluções e apresentar resultados concretos a respeito do treinamento de força nas categorias de base, visto que as exigências para se ter um atleta bem preparado o mais cedo possível são inúmeras, fazendo com que muitas vezes o processo de aprendizagem e desenvolvimento do indivíduo seja acelerado, apresentando as conseqüências deste treinamento precoce futuramente.
    Diante disso o papel do profissional de educação física é de conhecer, elaborar e orientar o programa de treinamento de forma segura, e que promova benefícios para as crianças e adolescentes, sem deixar o lado lúdico de fora, e incorporando aos poucos a especificidade que a modalidade impõe, favorecendo que estes indivíduos quando adultos possam ter além do rendimento esperado uma vida saudável.

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