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trabalho intervenção do Estado no domínio econômico

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Resenha Crítica de Caso
Jailton Xavier Moreira
Trabalho da disciplina Intervenção do Estado no Domínio Econômico
 Tutor: Prof. Ronald Paschoal
 Vitória
2019
CHINA: CONSTRUINDO UM “CAPITALISMO COM CARACTERÍSTICAS SOCIALISTAS”
Referências: SPAR, Debora; OI, Jean. China: Construindo um “capitalismo com características socialistas”. Harvard Business School, 708-P02, 2006.
Texto: Por volta de 2005, a China , já há algumas décadas, era o país que mais crescia no mundo. Esse crescimento afetava mais de 1 bilhão de seus habitantes. Tornara-se a terceira maior economia do mundo e a estimativa era que em poucos alguns anos poderia alcançar o topo do pódio econômico mundial. Mas a China, diferentemente de todos os países desenvolvidos, era um Estado comunista. A maior parte da força produtiva pertencia ao Estado.
Em 30 anos o país aumentou seu PIB per capita de 153 dólares para 1254 dólares e o superávit na balança comercial multiplicou 12 vezes. Essa prosperidade deve-se sobretudo pela mudança da estrutura macroeconômica chinesa, pois o país se tornou uma potência industrial ao investir na produção de computadores, produtos farmacêuticos e automóveis. 
Para manter esse crescimento acelerado e impulsionar cada vez mais a economia, a China poderia se ver obrigada a abrir ainda mais o seu território à economia de mercado. A nação oriental se via diante de um dilema: por um lado o governo queria manter o status quo social, ou seja, afrouxar a corrente comunista e correr o risco de perder o poder a qual estava acostumado ou abraçar o liberalismo para manter as altas taxas de crescimento econômico.
Quando se fala em economia chinesa, abordando as características capitalistas em um país comunista, voltar algumas décadas para contextualizar, se faz necessário. Agora, qual a necessidade de contar a origem desta nação retomando acontecimentos de 2200 A.C? Esta informação em nada acrescenta à particularidade do tema. 
Em 1949 Mao Zedong proclama a República Popular da China, com o desafio de recuperar o país do resultado de décadas de guerra e intervenções estrangeiras que exploravam a economia.
Uma década mais tarde, o governo chinês tenta impulsionar a economia através do programa “ Um Grande Salto Adiante”: Foi incentivada a criação de cooperativas agrícolas e os cidadãos foram incitados a aumentar a produção de aço. Todavia, a falta de organização, preparo e supervisão fez com que a iniciativa não desse certo. O aço produzido era de baixíssima qualidade e não seguia padrão algum. Já a produção agrícola diminuiu e o governo se viu obrigado a intervir na situação. Em poucos anos a produção chinesa se normalizou.
Mao Zendong resolve proclamar uma Revolução Cultural, enxertada de forte viés ideológico, a iniciativa não dá certo e afunda a China numa profunda crise anarquista. Mao morre em 1976 e Deng Xiaoping assume as rédeas da nação.
Primeira fase da reforma: Deng Xiaoping iniciou uma reforma estratégica pelo interior do território. Modificou a estrutura de arrendamento das terras e flexibilizou o sistema de produção dando mais liberdade para que os lavradores pudessem vender parte da produção. Esse sistema fez com que a produção crescesse em poucos anos. O texto dá a entender que a produção, mesmo crescendo, não era o suficiente para a subsistência de todos os chineses, pois no parágrafo adiante informa que o líder da nação, para enfrentar a falta crônica de comida, implanta a política do filho único.
A abertura chinesa iniciou-se com a criação das Zonas Econômicas Especiais ao longo da costa do país. Essas zonas buscavam investimento estrangeiro através de incentivos fiscais e regulamentação deficitária. Inicialmente a atração de investimentos foi pequena, mas o governo abriu as portas do mercado chinês de forma mais agressiva e conseguiu atrair investimentos maiores de grandes empresas multinacionais.
Segunda fase da reforma: as grandes fábricas, que serviu mais para dar um emprego vitalício e assistência social aos empregados, sofreram modificações estruturais e de objetivo. Toda decisão da fábrica era preestabelecida pelo governo central: salários, níveis de produção, investimentos... com a mudança, os gerentes locais assumiram essa responsabilidade e tinham liberdade para alterá-las conforme a necessidade da fábrica e não do empregado. Uma abertura ainda maior para o mercado surgiu com o estabelecimento das empresas municipais e aldeias, que apresentavam características mescladas de comunismo com capitalismo, pois apesar de serem coletivas, podiam acumular lucros e contrair empréstimos para investir na produção.
À medida que a economia crescia, a inflação a acompanhava e esta situação fez com que o governo cortasse gastos congelando os créditos. A intervenção estatal reduziu drasticamente a taxa de inflação mas, ao mesmo tempo, praticamente congelou a economia.
Em 1990, a China reestruturou gradualmente sua economia. Uma pequena parcela das empresas foi privatizada, porém as mais importantes continuaram em poder do governo. Em 2001 o país se associou à Organização Mundial do Comércio e em pouco tempo tornou-se a terceira maior exportadora do mundo. Mas a partir de 2005, constatações de que a desigualdade social estava avançando; as dívidas com os bancos, por parte das empresas estatais, não estavam sendo pagas e as denúncias de corrupção, até mesmo dentro do Partido Comunista Chinês, preocuparam o governo. O governo também se viu obrigado a reformar o sistema financeiro que, há décadas demonstrava sinais de que não funcionava corretamente. Esse ambiente acabou resultando em algumas revoltas espalhadas pelo território chinês e o governo ficou em dúvida sobre qual seria a melhor medida a tomar para enfrentar esse problema e ao mesmo tempo manter o crescimento econômico nos níveis dos 30 anos anteriores.
Os autores fazem um relato do caso chinês, com riqueza de detalhes. Em determinados momentos algumas informações ficam sobrando dentro deste imenso mar de palavras, como a origem pré- histórica chinesa, que em nada enriqueceu o conteúdo abordado. Os autores conseguem informar bem a respeito da peculiaridade da economia deste país, mas ao custo de causar um cansaço mental que poderia ser atenuado se não fosse e voltasse no tempo com tanta insistência, ligasse melhor os acontecimentos e filtrassem as informações mais relevantes para passar uma mensagem mais enxuta.
 
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