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UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA SUP TEC EM GESTÃO DE SERVIÇOS JURÍDICOS, NOTARIAIS E DE REGISTRO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL PIM VII PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR Orientadora: Profa. Priscilla Silvestrin SANTA BÁRBARA D´OESTE 2019 Projeto Integrado Multidisciplinar de ensino e aprendizagem, apresentado como requisito parcial para obtenção de nota do sétimo bimestre. Com o objetivo de proporcionar, uma articulação entre os componentes curriculares, na perspectiva de contribuir para o exercício da interdisciplinaridade e para a construção da autonomia intelectual. UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA SUP TEC EM GESTÃO DE SERVIÇOS JURÍDICOS, NOTARIAIS E DE REGISTRO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL PIM VII PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR SÉRIE: 7º BIMESTRE ALUNOS: SANTA BÁRBARA D´OESTE 2019 1850222 - ALAN VIRGILIO DA COSTA 1838934 - DANIELA RODRIGUES GOMES 1834335 - EVELYN MONIQUE LIMA DOS SANTOS 1855132 - JOYCE AMEKU NEVES RESUMO O presente trabalho, busca apresentar informações a respeito do inventário extrajudicial. Qual cartório responsável pela execução, quais são os custos, documentos necessários e qual profissional responsável pelo procedimento. Utilizando como base as disciplinas: Direito de Propriedade e Sucessões, Fundamentos de Direito Civil e Fundamentos de Direito Empresarial. O desenvolvimento do trabalho foi embasado com ênfase nos resultados da pesquisa de campo realizada em um cartório de notas e em outros diversos meios de pesquisas jurídicas que possibilitou uma melhor compreensão. Palavras chave: Inventário extrajudicial, cartório de notas, bens e sucessões. ABSTRACT This paper aims to present information about extrajudicial inventory. Which registry is responsible for the execution, what are the costs, the necessary documents and which professional is responsible for the procedure. Using the following disciplines: Property Law and Successions, Fundamentals of Civil Law and Fundamentals of Business Law. The development of the work was based on the results of the field research carried out in a notary's office and in various other means of legal research that enabled a better understanding. Keywords: Extrajudicial inventory, notary's office, goods and succession. . SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................6 2. DESENVOLVIMENTO...............................................................................................7 2.1 Em qual cartório pode ser feito um inventário extrajudicial.....................................7 2.2 Prazo para a abertura do inventário e as consequências ......................................7 2.3 Requisitos e documentos necessários para a elaboração do inventário ...............7 2.4 Profissional responsável pela elaboração do inventário em cartório. ....................9 2.5 Reconhecimento de união estável em inventário extrajudicial l..............................9 2.6 Custos de um inventário realizado em cartório ......................................................9 2.7 É possível inventariar extrajudicialmente as quotas da sociedade que eram de propriedade do (a) falecido (a)? ...........................................................................10 3. CONCLUSÃO..........................................................................................................11 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................12 1. INTRODUÇÃO O inventário é o procedimento utilizado para apuração dos bens, direitos e dívidas do falecido. Com a partilha é instrumentalizada a transferência da propriedade dos bens aos herdeiros. A Lei 11.441/07 facilitou a vida do cidadão e desburocratizou o procedimento de inventário ao permitir a realização desse ato em cartório, por meio de escritura pública, de forma rápida, simples e segura. anteriormente só era possível realizá-lo judicialmente. A referida lei foi criada em 2007, no entanto é possível realizar o inventário extrajudicial até dos indivíduos que faleceram antes mesmo de a norma entrar em vigor. 6 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 – Em qual cartório pode ser feito um inventário extrajudicial. O inventário extrajudicial pode ser feito em qualquer cartório de notas, independentemente do domicílio das partes, do local de situação dos bens ou do local do óbito do falecido. Não se aplicam as regras de competência do Código de Processo Civil ao inventário extrajudicial 2.2 – Prazo para a abertura do inventário e as consequências jurídicas pelo não atendimento do prazo legal. O prazo legal para que não tenha, incidência de multas e/ou juros, é de 60 dias a partir da data do óbito. A LEI Nº 11.441, DE 4 DE JANEIRO DE 2007, alterou o artigo 983, da LEI N O 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973, ficando da seguinte forma: 2.3 – Requisitos e documentos necessários para a elaboração do inventário. Para que o inventário possa ser feito em cartório, é necessário observar os seguintes requisitos: (a) todos os herdeiros devem ser maiores e capazes; (b) deve haver consenso entre os herdeiros quanto à partilha dos bens; (c) o falecido não pode ter deixado testamento, exceto se o testamento estiver caduco ou revogado; Pelo Provimento 37/2016 da Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo, ainda que haja testamento válido, se houver prévia autorização judicial, é possível que o inventário seja feito em um cartório de notas. (d) a escritura deve contar com a participação de um advogado. Se houver filhos menores ou incapazes o inventário deverá ser feito judicialmente. Havendo filhos emancipados, o inventário pode ser feito em cartório. 7 “Art. 983. O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão, ultimando- se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte. ” A escritura de inventário não depende de homologação judicial. Para transferência dos bens para o nome dos herdeiros é necessário apresentar a escritura de inventário para registro no Cartório de Registro de Imóveis (bens imóveis), no Detran (veículos), no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou na Junta Comercial (sociedades), nos bancos (contas bancárias) etc. Para lavratura da escritura de inventário são necessários os seguintes documentos: ➢ Documentos do falecido RG, CPF, certidão de óbito, certidão de casamento (atualizada até 90 dias) e escritura de pacto antenupcial (se houver) - Certidão comprobatória de inexistência de testamento expedida pelo Colégio Notarial do Brasil, através da Censec (http://www.censec.org.br/); - Certidão Negativa da Receita Federal e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional;- Documentos do cônjuge, herdeiros e respectivos cônjuges; - RG e CPF, informação sobre profissão, endereço, certidão de nascimento, certidão de casamento dos cônjuges (atualizada até 90 dias). ➢ Documentos do advogado Carteira da OAB, informação sobre estado civil e endereço do advogado Informações sobre bens, dívidas e obrigações, descrição da partilha e pagamento do ITCMD - imóveis urbanos: certidão de ônus expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis (atualizada até 30 dias), carnê de IPTU, certidão negativa de tributos municipais incidentes sobre imóveis, declaração de quitação de débitos condominiais. Imóveis rurais: certidão de ônus expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis (atualizada até 30 dias), cópia autenticada da declaração de ITR dos últimos 5 (cinco) anos ou Certidão Negativa de Débitos de Imóvel Rural emitida pela Secretaria da Receita Federal – Ministério da Fazenda, Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) expedido pelo INCRA. 8 Bens móveis: documento de veículos, extratos bancários, certidão da junta comercial ou do cartório de registro civil de pessoas jurídicas, notas fiscais de bens e joias, etc. 2.4 – Profissional responsável pela elaboração do inventário em cartório. O Tabelião de Notas, e, seus prepostos. Porém a lei exige a participação de um advogado como assistente jurídico das partes nas escrituras de inventário. O tabelião, assim como o juiz, é um profissional do direito que presta concurso público, e age com imparcialidade na orientação jurídica das partes. O advogado comparece ao ato na defesa dos interesses de seus clientes. Os herdeiros podem ter advogados distintos ou um só advogado para todos. O advogado deverá assinar a escritura juntamente com as partes envolvidas. Não é necessário apresentar petição ou procuração, uma vez que esta é outorgada pelos interessados na própria escritura de inventário. Atenção: Se um dos herdeiros for advogado, ele pode atuar também na qualidade de assistente jurídico na escritura. 2.5 - Reconhecimento de união estável em inventário extrajudicial. Se o falecido vivia em união estável, os herdeiros podem reconhecer a existência dessa união na escritura de inventário. Se o companheiro for o único herdeiro ou se houver conflito entre ele e os demais herdeiros, o reconhecimento da união estável deve ser feito judicialmente. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura com o objetivo de constituição de família. O Supremo Tribunal Federal atribuiu às uniões homoafetivas os mesmos efeitos da união estável heteroafetiva. 2.6 - Custos de um inventário realizado em cartório. O preço do inventário é tabelado em todos os cartórios do estado de São Paulo e depende do valor do patrimônio deixado pelo falecido. Na maioria dos casos, o inventário em cartório é mais barato do que o inventário judicial. 9 2.7 - É possível inventariar extrajudicialmente as quotas da sociedade que eram de propriedade do (a) falecido (a)? Sim, dependendo do que prevê o contrato social, é possível inventariar as quotas da sociedade que eram de propriedade do falecido(a) e inclui-las da declaração de ITCMD causa mortis. Existem casos que houve a possibilidade de inventariar, os herdeiros receberam as quotas e o outro sócio compareceu ao ato, anuindo com a inclusão dos mesmos, de forma a dar continuidade a empresa, referida escritura foi levada a registro na JUCESC, de forma a dar continuidade a empresa e publicidade a terceiros (Lei 8.934/94). Para a lavratura do ato é necessário apresentar os documentos abaixo, além dos documentos normais de um inventário extrajudicial comum: todos os contratos sociais da empresa e alterações, simplificada expedida a menos de 90 dias, RG, CPF e certidão do estado civil dos outros sócios, o último balanço social assinado pelo contador responsável e avaliação nominal das quotas societárias na data do óbito, levando em conta todo o patrimônio possuído naquela data pela empresa, assinada pelo Contador responsável. CND´s do INSS e da Receita em nome da empresa. 10 3. CONCLUSÃO Diante do exposto, são irrefutáveis as conquistas que trouxeram a lavratura de inventário extrajudicial para o Judiciário, e mais ainda para a sociedade, que é quem mais ganhou com o advento da norma. Já não era sem tempo esse avanço, a sociedade não merecia mais ficar à mercê do Judiciário – com sua morosidade absurda – esperando anos para solucionar pendências. A solução de conflitos de forma consensual é um fim buscado pelo Código do Processo Civil, de 2015, e até mesmo pela atuação das serventias extrajudiciais, que devem ser vistas, cada vez, não apenas como palco para o desenvolvimento seguro de diversas relações jurídicas, mas efetivamente como instrumento célere e eficiente para a justiça de um modo geral. Os Cartórios cada vez mais devem ser destacados como lugares adequados à resolução de conflitos, evitando a judicialização desnecessária e promovendo as formas consensuais de soluções de litígios. O inventário extrajudicial facilitou de forma incontestável a solução da divisão dos bens após o falecimento. Ademais, desafogou de forma considerável o Judiciário e trouxe liberdade para as partes escolherem o melhor caminho a ser tomado diante de uma situação tão dolorosa, qual seja, o falecimento de um ente querido. 11 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADORNO JÚNIOR, H. L.; SILVA, J. L. P. A linguagem jurídica como instrumento de efetivação da justiça. Universitas. Ano 2 - Nº 2 - Janeiro/Junho 2009. CÂMARA, Alexandre Freitas, Lições de Direito Processual Civil, 14ª edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2008. CALMON DE PASSOS, J.J. Instrumentalidade do processo e devido processo legal. Revista de processo, v. 102, São Paulo, 2001. RODRIGUES, sílvio. Direito Civil – Direito das sucessões . São Paulo: Saraiva . 2002, V .7 . BRASIL. Lei 11.441, de 4 de janeiro de 2007. Altera dispositivos da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. BRASIL. Lei 13.105/2015, de 16 de março de 215. Código de Processo Civil. 12