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Gestão de Pessoas: As cinco fases evolutivas e a relação com as teorias gerais da administração. Aline Correa da Silva1 Resumo Com o grande crescimento das organizações ao longo do século XX a Gestão de Pessoas foi constituída e reformulada. Atualmente se tornou fundamental para o planejamento estratégico de qualquer empresa. O artigo apresentado tem como objetivo mostrar o desenvolvimento da Gestão de Pessoas, com base em um estudo que classifica esta evolução em cinco fases essenciais, e identificar quais as principais teorias da Administração que foram fundamentais para essas mudanças. Palavras-chave: Gestão de Pessoas, Fases evolutivas, Teorias da Administração. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo apresentar a evolução da área de Recursos Humanos e o progresso que a profissão teve ao longo dos anos. A pesquisa foi desenvolvida através de um estudo de Marras (2006), que definiu toda a história em cinco fases essenciais. Em complemento foram destacadas as principais teorias da administração, que impactaram diretamente na estrutura das organizações e consequentemente, na criação e desenvolvimento da gestão de pessoas. A década de 30 marcou o início da área de recursos humanos. O processo de recrutamento e seleção eram as funções básicas que existia, o registro do funcionário era realizado em um livro e poderia ser facilmente fraudado. Nesta época 1Aluna do MBA Gestão Estratégica de Pessoas no Instituto Nacional de Pós-Graduação - INPG. Matrícula Nº 205209. Contato: cs_aline2007@yahoo.com.br. não existia a preocupação com o bem-estar do empregado, não existia uma lei especializada na área trabalhista e apenas os lucros eram importantes para as organizações. Esta fase foi denominada como Fase Contábil e tem muitas características da Administração Científica, desenvolvida por Frederick Winslow Taylor. Em 1º de maio de 1943, foi assinado o decreto-lei nº 5.452, que criou a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Com esta nova legislação surgiu o Chefe de pessoal, responsável pelo novo departamento de rotinas trabalhistas, este profissional era especializado e geralmente formado em Direito. Essas mudanças envolvendo progressos nas relações entre empregado e empregador tem muitas características da Teoria das Relações Humanas, desenvolvida por Elton Mayo e foi denominado como Fase Legal. Na década seguinte já com as leis trabalhistas e o novo departamento com chefe de pessoal em funcionamento, surgiu a necessidade de uma preocupação com a segurança e condições de trabalho, já que no Brasil Juscelino Kubistchek implementou a indústria automobilística e com ela veio um novo modelo de gestão no padrão Americano, tendo como base teorias importantes, inclusive a de Henry Ford e sua linha de montagem. Esta fase foi denominada como Tecnicista. Na década dos anos 60 segundo Maximiano (2008), com a expansão da atividade industrial e o crescimento no número e no tamanho das organizações, surgiu a necessidade de administrá-las melhor. Neste período surgem a (APO) Administração por objetivo e muitos estudiosos como Peter Drucker, que ajudou a mudar os conceitos do processo hierárquico das organizações. E na gestão de pessoas, muitas mudanças ocorreram também. Surgiu a presença dos sindicatos, para pressionar as organizações a melhorar os benefícios e a segurança do trabalho e o surgimento do Gerente de Pessoal. Esta fase revolucionária foi denominada como Fase Administrativa. E a quinta fase, denominada Estratégica, teve início em 1985 e perdura até os dias atuais. A função de Gerente de Pessoal passou a ser ocupada por Psicólogos e Administradores, e não mais por Advogados, mudando o rumo e tornando menos burocrático e racional. O Gerente de Pessoal passou a ser parte do planejamento estratégico da empresa e um representante da importância das pessoas nas organizações. Esta fase utiliza diversas teorias da administração e estudos de diversos pesquisadores que será relatado ao longo deste artigo. A RESPONSABILIDADE DA GESTÃO DE PESSOAS E DOS RECURSOS HUMANOS NAS ORGANIZAÇÕES. Existem diversas denominações para a área de Recursos Humanos, como exemplos: Gestão de RH, Gestão de Pessoas, Área de Gente, Gestão Organizacional, Gestão de Desenvolvimento Humano. Todas caracterizam a área responsável por gerir os colaboradores de uma organização. Abaixo estão algumas definições: O ramo especializado da Ciência da Administração que envolve todas as ações que têm como objetivo a integração do trabalhador no contexto da organização e o aumento de sua produtividade. É, pois, a área que trata do recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, manutenção, controle e avaliação de pessoal. (Gil, 1994, p.13) Segundo Silva (2015), os Recursos Humanos têm como objetivo administrar, orientar e alinhar as políticas da empresa para todos os colaboradores, garantindo o melhor aproveitamento de suas capacidades, na direção dos objetivos e metas da organização. Por dentro da área de Recursos Humanos está o profissional responsável pela gestão de pessoas, e as atribuições mudaram ao longo dos anos, conforme demonstrado abaixo, essas informações foram retiradas da pesquisa de Marras (2006). Áreas de responsabilidade da função de pessoal Chefe de Pessoal Gerente de RI Gerente de RH Até 1950 De 1950 a 1970 De 1970 até hoje Controles de frequência Controles de frequência Controles de frequência Faltas ao trabalho Faltas ao trabalho Faltas ao trabalho Pagamentos Pagamentos Pagamentos Admissão e demissões Admissão e demissões Admissão e demissões Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Serviços gerais Serviços gerais Medicina e Higiene Medicina e Higiene Segurança patrimonial Segurança patrimonial Segurança industrial Segurança industrial Contencioso trabalhista Contencioso trabalhista Cargos e salários Cargos e salários Benefícios Benefícios Recrutamento e seleção Recrutamento e seleção Treinamento Treinamento Avaliação de desempenho Qualidade de vida Desenvolvimento gerencial Relações trabalhistas Sindicalismo Desenvolvimento organizacional Estrutura organizacional Tabela 1 - Áreas de responsabilidade da função de pessoal - Marras - 2006. Como observamos a Gestão de pessoas passou de uma simples responsabilidade de admissão e demissão para um dos papéis mais importantes no mundo dos negócios, faz parte do planejamento estratégico, faz parte das bases de uma organização, responsável por gerir o profissional do futuro, o profissional do conhecimento e da informação. Nos próximos capítulos serão relatadas as cinco fases evolutivas da gestão de pessoas e qual a relação histórica com as teorias da administração, será abordada a importância das pessoas nas organizações e como a gestão desses profissionais é a chave para o sucesso. FASE CONTÁBIL (1930) Segundo Marras (2016) a fase contábil foi a pioneira na gestão de pessoas, mas os custos eram tratados em primeiro lugar, e os trabalhadores eram vistos de forma contábil, as entradas e saídas eram registradas contabilmente. O mundo vivia uma nova fase, surgiam os princípios da Administração Cientifica e com ela uma evolução industrial e divisões de trabalho, com foco no lucro e nas produções em larga escala. Nesta época as organizações não compreendiam a importância do capital humano e no impactoque a gestão estratégica de pessoas alcançaria. “Ninguém ousará negar que o indivíduo atinge sua maior prosperidade, isoladamente, quando alcança o mais alto grau de eficiência, isto é, quando diariamente consegue o máximo rendimento”. (TAYLOR, 2006, p.25) É importante compreender como funcionam as teorias gerais da administração para entender a evolução da gestão de pessoas ao longo dos anos. A evolução da Administração está interligada com a evolução das áreas envolvidas. Segundo Maximiano (2008) Taylor conseguiu montar um conjunto de princípios e técnicas para tratar da eficiência que liderou o movimento da Administração científica, que relata em seus estudos os seus 4 princípios básicos: O Princípio de planejamento, que é a mudança de métodos antigos pelos métodos científicos, o trabalho passa a ser planejado e testado. O Princípio de preparo dos trabalhadores que é a mudança no método de seleção dos operários, que passaram a ser contratados pelas aptidões e competências contribuindo para uma produção melhor. O Princípio de controle que é a mudança no método de controle, que passou a ser inspecionada e observada para checar se estavam dentro dos padrões e normas da administração científica. O Princípio da execução que é a mudança no método de distribuição das atribuições e responsabilidades, organizando as tarefas para maior domínio do resultado. Este método consistia em movimentos repetitivos para diminuir o tempo das atividades para aumentar a produção. A fase contábil foi decisiva para o início administração como uma ciência, teve inúmeros benefícios e contribuiu para a estrutura empresarial que existe atualmente. Na Gestão de Pessoas os grandes impactos foram o desenho de cargos e tarefas, com a administração científica, que tinha os princípios de padronização e controle das funções, houve a necessidade de criar uma descrição precisa dos cargos, para que pudessem criar estratégias de otimização de tempo e maior qualidade nas produções. A Padronização que é a aplicação de métodos científicos para reduzir os custos, nesta fase não existia a figura de um líder e sim de vários supervisores especializados. Não havia leis trabalhistas, não existiam preocupações com as necessidades do trabalhador e não existia a o papel do líder para gerir as pessoas e nem um departamento especializado para administrar. Durante o período de 1900 até meados da década de 30, começaram a evoluir as primeiras teorias gerais da administração. O fator humano era pouco valorizado nesse período, assim como as práticas de recursos humanos. De acordo Wood (1992) os trabalhadores eram tratados como objetos no processo produtivo, eram vistos como peças de uma engrenagem. FASE LEGAL (1930-1950) De acordo com Marras (2016) a fase Legal aconteceu entre as décadas de 1930 e 1950, e teve como fator principal a criação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), criada pelo Presidente Getúlio Vargas, seguindo uma tendência mundial da época. Com estas leis surgiram os direitos dos trabalhadores e a readequação das empresas em relação aos funcionários. Segundo Gil (2009) a partir da década de 40, depois da segunda guerra mundial, a administração de pessoal passou a se preocupar mais com as condições de trabalho e com os benefícios disponibilizados aos seus empregados. Neste período surge a função de Chefe de pessoal, que era o profissional responsável por acompanhar e manter os trabalhadores dentro das novas leis trabalhistas. Segundo Araújo (2006), os processos de admissão e demissão eram conduzidos pelos próprios chefes de pessoal e eles tinham um grande conhecimento das leis trabalhistas, geralmente estes profissionais eram formados em Direito. Em 1940 surgiu a Teoria das Relações Humanas, com enfoque no comportamento. Um experimento realizado por Elton Mayo foi essencial para a observação da importância das relações humanas. A experiência de Hawthorne Foi um dos experimentos mais importantes na escola das relações humanas, segundo Maximiano (2008), um grupo de pesquisadores da Universidade de Harvard resolveram fazer alguns testes na fábrica de uma companhia telefônica, com o objetivo de descobrir se a quantidade de luz interferia no desempenho das pessoas que trabalhavam no local. Com as variações da luminosidade a produção aumentava, em seguida foram oferecidas pequenas recompensas como lanches e intervalos para descanso, em seguida essas recompensas eram tiradas e a produção aumentava da mesma forma. Para explicar este fenômeno chamaram o médico e sociólogo Elton Mayo, que concluiu que o aumento da produtividade era relacionado ao tratamento dado aos trabalhadores. Esta pesquisa foi a base para uma nova filosofia de administração: a filosofia das relações humanas. É importante entender essa experiência de Elton Mayo e a teoria das relações humanas, para que se compreenda a mudança em toda a teoria clássica da administração. Nesta fase surge o conceito de gestão de pessoas, sendo uma área vulnerável e sujeita a instabilidade frente à cultura que se aplica às organizações. O funcionário começa a ser um sujeito colaborador, contribuindo com o seu recurso intelectual ao desempenhar sua parte no processo de transformação da empresa, mas ainda era parte de uma engrenagem. Segundo Marras (2016), nesta fase a função chefe de pessoal sofre uma pressão muito forte com a inversão dos papéis, a importância agora passou a ser o indivíduo com todas as suas necessidades, nenhuma das partes estavam preparadas para esse novo conceito, e a gestão de pessoas teve que se adequar. FASE TECNICISTA (1950-1965) Neste período surgiu no Brasil a indústria automobilística e com ela todo o seu modelo de gestão no padrão Americano, influenciado por grandes organizações. Nesta fase o mundo todo estava se baseando nos conceitos das maiores empresas do mundo capitalista, como General Motors e Ford, com a criação de departamentos bem divididos, um próprio centro de custo para cada área, lucros por unidade, segundo PLANTULLO (2001). Essas indústrias automobilísticas seguiam padrões como o desenvolvido por Henry Ford e sua linha de montagem, que foi responsável pela notável expansão da atividade industrial no mundo todo. Segundo Maximiano (2008) a linha de montagem foi uma das maiores inovações revolucionárias do século XX, elevou a produção ao mais alto nível com a sua produção em massa, produtos padronizados e produzidos em grande quantidade. Esta nova maneira de gerenciamento promoveu grandes mudanças nos organogramas e na cultura organizacional, surgindo mais responsabilidades para o Recursos Humanos, que passou a ser responsável pelo recrutamento e seleção, treinamento, cargos e salários, higiene e segurança, benefícios e outros. Com a padronização dos cargos, aumento médio dos salários e definição da jornada de trabalho o funcionário passou a ter mais atividade econômica na sociedade, mas em contrapartida no ambiente de trabalho eram considerados apenas parte da engrenagem e não um ativo estratégico. No início dos anos 60 as estratégias da administração clássica começaram a ficar ultrapassadas com o surgimento de novos estudos como: Controle da qualidade total e Administração por objetivos. E na Gestão de pessoas os novos desafios eram flexibilizar as relações de trabalho e se aprofundar nas teorias das relações humanas, que já havia sido estudada nos anos 40, conforme capitulo anterior. FASE ADMINISTRATIVA (1965-1985) A fase administrativa criou um marco histórico nas relaçõesentre capital e trabalho, houve uma revolução movida pelos trabalhadores. Nesta época surgiram os sindicatos, para defender o interesse dos trabalhadores. E surgiu também o Gerente de Recursos Humanos com a intenção de transferir a ênfase em procedimentos burocráticos e operacionais para relações interpessoais. De acordo com Fava (2002) havia uma resistência enorme, principalmente por parte dos trabalhadores que se sentiam explorados e cujos sindicatos agiam de forma até violenta contra os princípios de Taylor. Era muito difícil fazer com que os operários seguissem os padrões de comportamento previstos na época. Com isso, vários teóricos começaram um trabalho com o intuito de reforçar a teoria clássica com insights das novas ciências que começavam a se destacar, Sociologia e Psicologia, buscando fazer com que a administração pudesse lidar com o lado humano das organizações. E no meio de toda essa revolução dos trabalhadores as grandes organizações também estavam em um período de mudanças de estratégicas. Com base nos estudos de Peter Drucker, surge a Administração por objetivos, que marcou a evolução nos processos organizacionais. Administração Por Objetivo Segundo Maximiano (2008), a administração por objetivo é um procedimento sugerido para a aplicação de fases essenciais como: planejar, organizar, executar e controlar. Esse processo substitui o processo hierárquico, no qual o chefe define os objetivos e transmite para toda sua equipe. A APO segue três princípios, os objetivos específicos que devem ser definidos de maneira específica e mensurável. A definição do tempo total para alcançar o objetivo e tempo médio para observar o desempenho da equipe. E por fim o Feedback sobre desempenho que é a observação do desempenho por etapas, reforçando com treinamentos como complemento caso o desempenho fosse baixo. A relação da APO com a gestão de pessoas é fundamental, porque marca o início da gestão do desempenho nas organizações, onde cada departamento fazia a gestão com foco nos objetivos, observando como cada funcionário trabalha para atingir as metas, incentivando e colaborando para o desenvolvimento. Isso gerou motivação, alta performance dos funcionários e maior controle organizacional, era o início do pensamento estratégico, tanto da organização como um todo, como para o Recursos humanos. FASE ESTRATÉGICA (1985-ATUAL) Essa fase é a mais atual e tem como principal característica a participação estratégica e efetiva dos Recursos Humanos no planejamento estratégico da empresa. A sua função é adequar as pessoas aos objetivos das organizações, tendo uma visão holística e não apenas do seu departamento isoladamente. Com as grandes mudanças e transformações no mundo e nas organizações os gestores foram percebendo que as pessoas são grandes diferenciais competitivos e podem ser utilizados a favor da estratégia da empresa. Chiavenato (2010) cita em seus estudos, seis processos básicos para a Gestão de Pessoas na modernidade, com o objetivo de obter efeitos sinérgicos entre organização e colaboradores. Cada processo tende a favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal utilizados. Processos de agregar pessoas O recrutamento e seleção, a busca de profissionais capacitados a contribuir com os objetivos da empresa. Processos de aplicar pessoas A integração do funcionário na empresa, a descrição do cargo a ser desenvolvido e a avaliação de desempenho do funcionário. Processos de recompensar pessoas A retenção de talentos, incentivos utilizados para satisfazer as necessidades individuais mais elevadas dos colaboradores, programas de incentivo ao pessoal e programas de benefícios. Processos de desenvolver pessoas O treinamento e desenvolvimento do conhecimento e de competências para que o colaborador possa se desenvolver profissionalmente dentro da empresa. Processo de manter as pessoas A qualidade nas condições adequadas de trabalho, bom clima organizacional, condições ambientais e qualidade de vida. Processos de monitorar pessoas São informações e relatórios sobre o desempenho e evolução do colaborador. E, foi assim que a área de Recursos Humanos ganhou novo perfil, uma nova forma de ajudar a organização a crescer. Assim chegamos no estágio atual, onde a gestão de pessoas surgiu como a solução as demandas de excelência organizacional. (Araújo, 2006 p. 3-4) Atualmente vivemos na era do conhecimento, segundo Drucker (2004) está acontecendo uma evolução no mundo organizacional, a tecnologia da informação exige algumas mudanças no padrão, com estruturas mais horizontais e com menos hierarquia e profissionais especialistas e a redução drástica do número de gerentes de nível médio, os principais desafios dessa nova fase no mundo negócios são, desenvolvimento de recompensas, oportunidade de carreira. Criação de visão unificada na organização de especialistas, Estrutura gerencial, Certeza da seleção, preparação e teste do pessoal da alta administração. Segundo Drucker (2004) O grande desafio gerencial do futuro é gerir especialistas do conhecimento. Estamos ingressando em um período de transformação, onde há uma conversão entre organização de comando, com organização de departamentos e divisões, em organização baseadas em informações, em organização de especialistas do conhecimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com este artigo apresentado podemos compreender a importância fundamental da Gestão de pessoas nas organizações, acompanhando as cinco fases evolutivas e a sua relação com as teorias da administração. A fase contábil nos mostrou o marco inicial dessa relação entre trabalhador e um profissional responsável por ele, não existia um departamento estruturado e as relações trabalhistas eram escassas. A fase Legal trouxe essa burocracia que faltava na fase anterior, as relações trabalhistas tinham um novo rumo com a chegada das novas leis, e o nascimento do Gerente de Pessoal, profissional geralmente formado em direito para atender as novas exigências burocráticas. Surge também o início dos estudos das relações humanas nas organizações. A fase tecnicista trouxe os novos padrões, a indústria automobilística levou todo o padrão Americano de organização e produção para o mundo. Reestruturação organizacional, novos departamentos e divisões trouxeram novos desafios para os Recursos Humanos que passou a fazer recrutamento e seleção, treinamento, cargos e salários, higiene e segurança e benefícios. A fase Administrativa marca o início de uma revolução trabalhista, surgimento de sindicatos e o fim das teorias clássicas da administração. Novas tendências surgem com a Administração por objetivos e a produção voltada para a qualidade total. Surge o gerente de Recursos humanos, com foco nas relações humanas, profissionais da Sociologia e psicologia começaram a assumir esses cargos. O feedback começa a ser utilizado na Gestão de pessoas para controle do desempenho individual. A fase Estratégica surgiu quando as organizações perceberam a importância do capital humano para a tomada de decisões e valorização dos negócios. A Gestão de pessoas passa a ser parte da base estratégica das empresas, os departamentos de Recursos humanos passaram a ter inúmeras responsabilidades e o gerente de RH passa a ter visão holística. Desde o começo do século passado até a década de oitenta, as alterações nas práticas de recursos humanos eram lentas, porque o mercado era pouco exigente. Porém, após esseperíodo, com a globalização do mercado, a maneira de uma empresa gerenciar seus funcionários passou a ser considerado um elemento crítico da vantagem competitiva sustentável. (Pfeffer,1994 p. 271) O desafio da Gestão de Pessoas está em selecionar, desenvolver e reter profissionais do futuro, que evoluíram de uma simples peça de engrenagem em uma linha de montagem de Ford a especialistas em suas áreas, e detentores de informações privilegiadas. REFERÊNCIAS ARAÚJO, L. C. G. Gestão de pessoas: estratégia e integração organizacional. São Paulo: Atlas, 2006. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: O capital humano das organizações. São Paulo: Editora Athas, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: E o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elservier, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. 3ª ED. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. DRUCKER, Peter Ferdinand, Peter Drucker na prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. FAVA, Rubens – Caminhos da administração – 1ª ED. São Paulo: Pioneira Thonsson Learning, 2002. GIL, A. C. Administração de recursos humanos: Um enfoque profissional. São Paulo: Atlas, 1994. GIL, A.C. Gestão de pessoas, Enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2009. MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: Do operacional ao estratégico. 3ª ED. São Paulo: Futura, 2000. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução À Administração. ED. COMPACTA. 1ª ED. SÃO PAULO: ATLAS, 2008. PFEFFER, J. 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