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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnPUNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP
PRÓ-REITORIA DE PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃGRADUAÇÃOO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTDISTÂNCIA – NEaDÂNCIA – NEaD
LIBRASLIBRAS
Livro-texto EaDLivro-texto EaD
Natal/RNNatal/RN
20102010
DIRIGENTES DA UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnPDIRIGENTES DA UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP
ReitoriaReitoria
Sâmela Soraya Gomes de OliveiraSâmela Soraya Gomes de Oliveira
Pró-Reitoria de Graduação e Ação ComunitáriaPró-Reitoria de Graduação e Ação Comunitária
Sandra Amaral de AraújoSandra Amaral de Araújo
Pró-Reitoria de Pesquisa, Extensão e Pró-Reitoria de Pesquisa, Extensão e Pós-GraduaPós-Graduaçãoção
Aarão LyraAarão Lyra
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTDISTÂNCIAÂNCIA
DA UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnPDA UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP
Coordenação GeralCoordenação Geral
Barney Silveira ArrudaBarney Silveira Arruda
Luciana Lopes XavierLuciana Lopes Xavier
Coordenação PedagógicaCoordenação Pedagógica
Edilene Cândido da SilvaEdilene Cândido da Silva
Coordenação de ProduçãoCoordenação de Produção
de Recursos Didáticosde Recursos Didáticos
Michelle Cristine Mazzetto BettiMichelle Cristine Mazzetto Betti
Coordenação de Produção de VídeosCoordenação de Produção de Vídeos
Bruna Werner GabrielBruna Werner Gabriel
Coordenação de LogísticaCoordenação de Logística
Helionara Lucena NunesHelionara Lucena Nunes
Revisão de LinguagemRevisão de Linguagem
e Estrutura em EaDe Estrutura em EaD
Priscilla Carla Silveira MenezesPriscilla Carla Silveira Menezes
Apoio AcadêmicoApoio Acadêmico
Flávia Helena Miranda de Araújo Flávia Helena Miranda de Araújo FreireFreire
Assistente Assistente AdministrativAdministrativoo
Eliane Ferreira de SantanaEliane Ferreira de Santana
Gabriella Souza de AzevedoGabriella Souza de Azevedo
Gibson Marcelo Galvão de SousaGibson Marcelo Galvão de Sousa
Giselly Jordan Virginia PortellaGiselly Jordan Virginia Portella
S23S237l 7l SanSantotos, s, PaPaulo ulo RoRobertberto o de de AndAndradrade.e...
LIBRLIBRAS / Paulo AS / Paulo Roberto de Roberto de Andrade Santos. Andrade Santos. ––
Natal: EdUnP, 2010Natal: EdUnP, 2010
229p. : il.229p. : il.
Ebook – Livro Ebook – Livro eletrônico disponível on-line.eletrônico disponível on-line.
ISBN 978-85-61140-45-8ISBN 978-85-61140-45-8
1. Libras1. Libras. . I. I. TítuloTítulo
RRNN//UUnnPP//BBCCSSF F CCDDU U 8811’’222211..2244
Paulo Roberto de Andrade SantosPaulo Roberto de Andrade Santos
LIBRASLIBRAS
11aa Edição Edição
Natal/RNNatal/RN
20102010
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS
Organização
Luciana Lopes Xavier
Michelle Cristine Mazzetto Betti
Coordenação de Produção de Recursos Didáticos
Michelle Cristine Mazzetto Betti
Revisão de Linguagem e Estrutura em EaD
Priscilla Carla Silveira Menezes
Ilustração do Mascote
Lucio Masaaki Matsuno
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO
Delinea - Tecnologia Educacional
Coordenação Pedagógica
Margarete Lazzaris Kleis
Coordenação de Editoração
Charlie Anderson Olsen
Larissa Kleis Pereira
Coordenação de Revisão Gramatical e Normativa
Michelle Christie Olsen
Revisão Gramatical e Normativa
Daniel Boppré Felippe
Morgana do Carmo Andrade Barbieri
Raymi de Fátima Link 
Coordenação de Diagramação
Alexandre Alves de Freitas Noronha
Diagramação
Regina C. Cortellini
Ilustrações
Alexandre Beck 
Rafael Lauro
Ilustrações do Mascote
Lucio Masaaki Matsuno
PAULO ROBERTO DE ANDRADE SANTOS
Olá, caro(a) aluno(a), sou Paulo Roberto de Andrade Santos,
graduado em Fonoaudiologia, especialista em Motricidade
orofacial pela UnP e especialista em LIBRAS pela FIJ-RJ.
Atualmente sou professor da UnP, ministrando a disciplina de
Fundamentos de LIBRAS nos cursos de Fonoaudiologia, Pedagogia
e demais licenciaturas. Atuo nesta instituição também promovendo
a inclusão dos alunos e funcionários surdos, coordenando os
intérpretes de LIBRAS e auxiliando os professores a criar estratégias
para suprir as dificuldades do aprendizado dos alunos surdos.
Gostaria de apresentar a você dois colegas virtuais que irão
auxiliar na realização dos movimentos dos sinais ao longo do livro.
Beck
    C    O
    N    H
    E    C
    E    N
    D    O
    O
    A    U
    T    O
    R
LIBRAS
No seu dia a dia você poderá se deparar com um surdo.
Pode ser em uma loja, na sua universidade, no seu futuro
ambiente de trabalho, ou qualquer outro lugar. O que fazer
neste tipo de situação? Como você irá interagir de maneira
efetiva com esse sujeito?
A disciplina LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) trará a você as
noções básicas de como se comunicar nesta língua.
Os conhecimentos aqui apresentados serão válidos não só
para sua vida acadêmica e profissional, mas também para sua
vida social, possibilitando-lhe conhecer melhor a realidade e as
dificuldades dos surdos que utilizam este meio de comunicação.
Neste livro-texto, abordaremos os aspectos linguísticos da
LIBRAS, a legislação vigente das políticas públicas de educação
inclusiva no tocante à educação dos surdos, os aspectos culturais
inerentes a esse processo, assim como as dificuldades encontradas
por seus usuários no ambiente escolar e social.
Enfim, por meio dessa disciplina você irá adquirir os recursos
básicos para se comunicar com o surdo usuário de LIBRAS, que
pode ser um desconhecido, um amigo, aluno, paciente. Durante o
percurso nos 8 capítulos você verá que se comunicar em LIBRAS não
é uma “missão impossível”. Desejo a você um bom estudo!     C    O
    N    H
    E    C
    E    N
    D    O
    A
    D    I
    S    C
    I    P
    L    I    N
    A
Capítulo 1 - Fundamentos da LIBRAS ........................................................ 13
1.1 Contextualizando .................................................. ........................................................ . 13
1.2 Conhecendo a teoria ............................................... ..................................................... . 14
1.2.1 Aspectos históricos da língua de sinais no mundo ................................. 14
1.2.2 O surgimento da língua de sinais no Brasil................................................. 17
1.2.3 Entendendo LIBRAS ............................................. ............................................... 18
1.2.4 Sinais icônicos e arbitrários .................................................. ............................ 32
1.2.5 Mudanças históricas na LIBRAS ........................................... ........................... 35
1.2.6 Variação social e regional .............................................. .................................... 36
1.3 Aplicando a teoria na prática .................................................... ................................. 37
1.4 Para saber mais .................................................. ..................................................... ........ 38
1.5 Relembrando .................................................... ..................................................... .......... 38
1.6 Testando os seus conhecimentos .................................................... ......................... 39
Onde encontrar .................................................. ......................................................... ........... 42
Capítulo 2 - LIBRAS x Legislação ................................................................ 43
2.1 Contextualizando .................................................. ........................................................ . 43
2.2 Conhecendo a teoria ............................................... ..................................................... . 44
2.2.1 A cultura surda e sua in�uência na educação ........................................... 46
2.2.2 Legislação de LIBRAS .................................... .....................................................48
2.3 Aplicando a teoria na prática .................................................... ................................. 53
2.4 Para saber mais .................................................. ..................................................... ........ 53
2.5 Relembrando .................................................... ..................................................... .......... 54
2.6 Testando os seus conhecimentos .................................................... ......................... 54
Onde encontrar .................................................. ......................................................... ........... 56
Capítulo 3 - Conhecendo os sinais ............................................................. 57
3.1 Contextualizando .................................................. ........................................................ . 57
3.2 Conhecendo a teoria ............................................... ..................................................... . 57
3.2.1 Sinais de saudação .............................................. ................................................ 58
3.2.2 Sinais relacionados à família .............................................. .............................. 62
3.2.3 Sinais referentes aos dias da semana ........................................................... 70
3.2.4 Sinais das cores ..................................................... ................................................ 75
3.2.5 Sinais necessários para conversação e construção de frases ............... 81
3.3 Aplicando a teoria na prática .................................................... ................................. 86
3.4 Para saber mais .................................................. ..................................................... ........ 87
3.5 Relembrando .................................................... ..................................................... .......... 88
3.6 Testando os seus conhecimentos .................................................... ......................... 88
Onde encontrar .................................................. ......................................................... ........... 93
Capítulo 4 - Aspectos culturais na educação dos surdos ......................... 95
4.1 Contextualizando .................................................. ........................................................ . 95
4.2 Conhecendo a teoria ............................................... ..................................................... . 96
4.2.1 A in�uência da cultura na educação do surdo ............................. ............ 99
4.2.2 O multiculturalismo e suas in�uências ......................................................100
4.2.3 Implicações resultantes do isolamento social dos surdos ..................102
4.2.4 As associações de surdos espalhadas pelo Brasil ...................................104
4.2.5 O olhar do outro sobre o surdo.....................................................................105
    S    U
    M
     Á    R
    I    O
4.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................106
4.4 Para saber mais ......................................................................................................................................107
4.5 Relembrando ..........................................................................................................................................108
4.6 Testando os seus conhecimentos .................................................. ..................................................109
Onde encontrar .............................................................................................................................................110
Capítulo 5 - Modelos educacionais na educação dos surdos ....................................111
5.1 Contextualizando ..................................................................................................................................111
5.2 Conhecendo a teoria ............................................. ..................................................... ..........................112
5.2.1 Oralismo .........................................................................................................................................112
5.2.2 Comunicação total .....................................................................................................................116
5.2.3 Bilinguismo ...................................................................................................................................119
5.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................125
5.4 Para saber mais ......................................................................................................................................127
5.5 Relembrando ..........................................................................................................................................127
5.6 Testando os seus conhecimentos .................................................. ..................................................128
Onde encontrar .............................................................................................................................................129
Capítulo 6 - Conhecendo os sinais II .............................................................................131
6.1 Contextualizando ..................................................................................................................................131
6.2 Conhecendo a teoria ............................................. ..................................................... ..........................132
6.2.1 Meios de transporte ..................................................................................................................132
6.2.2 Pro�ssões .......................................................................................................................................138
6.2.3 Animais ...........................................................................................................................................146
6.2.4 Verbos..............................................................................................................................................151
6.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................159
6.4 Para saber mais ......................................................................................................................................163
6.5 Relembrando ..........................................................................................................................................163
6.6 Testando os seus conhecimentos .................................................. ..................................................164
Onde encontrar .............................................................................................................................................166
Capítulo 7 - LIBRAS no contexto escolar e social e o
desenvolvimento linguístico dos surdos ................................................167
7.1 Contextualizando ..................................................................................................................................167
7.2 Conhecendo a teoria ............................................. ..................................................... ..........................168
7.2.1 A LIBRAS no meio acadêmico ................................................................................................168
7.2.2 Desenvolvimento linguístico dos surdos .....................................................................172
7.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................179
7.4 Para saber mais ......................................................................................................................................180
7.5 Relembrando ..........................................................................................................................................180
7.6 Testando os seus conhecimentos .................................................. ..................................................181
Onde encontrar .............................................................................................................................................182
Capítulo 8 - Conhecendo os sinais III ...........................................................................183
8.1 Contextualizando ..................................................................................................................................183
8.2 Conhecendo a teoria ............................................... ..................................................... ........................183
8.2.1 Sinais relacionados ao vestuário ................................................. .........................................184
8.2.2 Frutas ...............................................................................................................................................192
8.2.3 Corpo humano .............................................................................................................................196
8.2.4 Material escolar ............................................... ..................................................... ........................202
8.2.5 Sinais relacionados aos meios de comunicação. ............................................................206
8.2.6 Sinais de alguns verbos ............................................................................................................212
8.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................219
8.4 Para saber mais ......................................................................................................................................221
8.5 Relembrando ..........................................................................................................................................221
8.6 Testando os seus conhecimentos .................................................... ................................................222
Onde encontrar .............................................................................................................................................225
Referências ....................................................................................................................227
 “Todas as ilustrações deste material foram baseadas na obra
de Capovila e Rafhael (2005).” 
Capítulo 1
13Libras
FUNDAMENTOS DA LIBRAS
CAPÍTULO 1
1.1 Contextualizando
Você já ouviu falar no termo LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais? Se
não, possivelmente já viu surdos se comunicando através desta língua ou ainda
pode ter visto em alguns canais de TV como TV Senado, TV Câmara, Canção
Nova, etc. Trata-se de um intérprete de LIBRAS fazendo tradução simultânea
do português para LIBRAS.
Você pode ter se perguntado por que eu utilizei o termo tradução?
A resposta é bem simples. O termo tradução é empregado, pois a LIBRAS é
considerada uma língua tal como a língua portuguesa.
Neste capítulo você irá conhecer os aspectos desta língua, de seu objetivo,
sua importância, além dos requisitos necessários para que você possa fazer uso
da mesma para interagir com os surdos, seja no âmbito acadêmico ou social.
Como toda língua, a LIBRAS possui suas especificidades. Conhecê-las
será uma tarefa simples e ao mesmo tempo necessária para usá-la com boa
fluência comunicativa.
Você verá que estes passos iniciais em direção ao aprendizado da
LIBRAS farão uma grande diferença na hora de sua utilização, pois uma
boa base não deixará você na mão na hora de interagir com um surdo. Isso
possibilitará mais oportunidades em sua vida profissional, pois você terá um
destaque no atual mercado de trabalho, mercado este que está bastante
preocupado com a inclusão social. Assim, por meio do domínio desta língua
você poderá trazer vários benefícios ao seu local de trabalho como também
à vida social dos surdos.
Capítulo 1
14 Libras
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
• discutir sobre o surgimento da LIBRAS;
• saber o que é necessário para o aprendizado inicial em LIBRAS;
• entender o funcionamento desta língua e sua utilidade diante de
um surdo;
• usar o alfabeto manual da LIBRAS;
• identificar as configurações manuais necessárias para desenvolver os
sinais da LIBRAS.
1.2 Conhecendo a teoria
1.2.1 Aspectos históricos da língua de sinais no mundo
As línguas de sinais surgiram na França. Este fato foi de grande importância
para os surdos, não só por passarem a ter uma língua para se comunicar, mas
também para a formação de sua cultura e identidade. Saiba que nas civilizações
greco-romanas as pessoas com surdez e outras deficiências eram condenadas a
morte por terem nascido com “uma maldição”. No caso dos surdos, acreditava-
se que eles eram amaldiçoados por não conseguirem ouvir e falar.
A expressão surdo-mudo é errônea, na medida
em que a palavra mudo  indica uma pessoa
que não tem a capacidade de emitir sons, o
que não ocorre com os surdos. Embora muitos
deles não consigam falar articulando as palavras
corretamente ou em boa qualidade audível,
eles podem emitir sons. O que falta é um
modelo auditivo decorrente da privação em sua
audição. Esta falta de modelo auditivo e suas
consequências podem ser minimizadas através
do trabalho da Fonoaudiologia.
SAIBA QUE
Da oralização à língua de sinais
Em 637 d.C., o Bispo John of Beruely iniciava um trabalho que buscava
o desenvolvimento da fala dos surdos. Este processo era feito de forma
Capítulo 1
15Libras
aleatória e não possuía regras ou metodologia a ser seguida. Após a morte
do referido Bispo, não houve quem desse continuidade a tal trabalho, com
isso foram perdidos os registros da época e a igreja tomou o fato como sendo
de sua autoria.
No século XVIII surgem oficialmente os primeiros educadores de surdos,
são eles:
• o abade francês Charles Michel de L’Epée (1712-1789);
• o alemão Samuel Heineck (1729-1770);
• o inglês Tomas Braidwood (1715-1806).
Heineck e Braidwood atuavam na educação dos surdos com o objetivo
de fazê-los falar, ou seja, era um trabalho de habilitação e/ou reabilitação
mais tarde denominado oralização, no sentido de defender que o surdo
devesse falar tal como um ouvinte. Esta abordagem também buscava ensinar
o surdo a realizar leitura labial, um método que consiste em dar habilidades ao
surdo para que este saiba o que o outro está falando através dos movimentos
articulatórios de seus lábios, bochecha, língua e expressão facial. Mesmo sem
ouvir o som específico de cada palavra.
A leitura labial apresenta uma vantagem para o
surdo, visto que o capacita a interagir com pessoas
que não conhecem a língua de sinais. Por outro
lado representa também uma desvantagem,
pois é facilmente realizada de forma errada,
possibilitando uma conversa irreal.
SAIBA QUE
Os estudiosos Heineck e Braidwood deram uma importante
contribuição na educação dos surdos, porém foi por meio do trabalho do
francês L’Epée que a língua de sinais passou a ser utilizada como ponto de
partida para o ensino.
O próprio L’Epée deixou relato de como se envolveu com este trabalho
e como o desenvolveu. Ele conta que duas irmãs gêmeas surdas vinham sendo
educadas pelo Padre Vanin, que veio afalecer. Então L’Epée se prontificou para
Capítulo 1
16 Libras
dar continuidade ao trabalho, temendo
que todo esforço do Padre Vanin fosse
perdido e as meninas ficassem ignorantes
religiosamente.
Então o Abade resolveu fazer
mudanças no antigo método que se
baseava em nomear gravuras para poder
ensinar o cristianismo a surdos, pois
chegou à conclusão que aquele método
restringia-se ao sentido literal da palavra
e que o sentido da fé ficaria muito difícil
de ser compreendido. Foi quando então se
lembrou de um alfabeto manual que era
utilizado pelos monges que faziam voto de
silêncio, e como não podiam falar utilizavam-
se deste método para se comunicar.
Assim, através do uso do alfabeto manual, as irmãs passaram a “nomear”
objetos e conversar entre si com uma enorme fluência. Porém, este sistema não
permitia novos avanços e possibilidades, porque não contemplava nenhuma
gramática, nem os sentidos abstratos de uma língua.
Passado algum tempo L’Epée percebeu que as meninas já deveriam ter
desenvolvido algum tipo de gramática pois se comunicavam fluentemente,
então resolveu aprender a comunicação desenvolvida por elas, e assim
aperfeiçoá-la com o objetivo de desenvolver um método para aproximar os
sinais da língua francesa. Criou assim o que foi chamado posteriormente de
sinais metódicos.
Com os sinais metódicos de L´Epée, cada coisa
nomeada passou a ter um sinal. No entanto,
este sistema não era utilizado como uma
língua, já que possibilitava apenas a nomeação
de objetos. Por outro lado, seu surgimento foi
fator primordial para o desenvolvimento da
língua de sinais.
SAIBA QUE
James Posselwhite
Figura 1 - Abbe Charles Michel de l´Epée, 18th
century French philanthropic educator, 1836
Capítulo 1
17Libras
L’Epée convidava os interessados para conhecer sua instituição e
metodologia, difundir no mundo seus avanços e realizar uma verdadeira obra
missionária. Este foi o motivo pelo qual fez as línguas de sinais ao redor do
mundo se desenvolverem com base na língua de sinais francesa.
Atualmente temos línguas de sinais em vários países do mundo, e as mais
conhecidas e estudadas são:
• ASL- Língua Americana de Sinais.
• LGP- Língua Gestual Portuguesa.
• LSF- Língua Francesa de Sinais.
• LIBRAS/LSB – Língua Brasileira de Sinais/Língua de Sinais Brasileira.
• JSL - Língua Japonesa de Sinais.
• BSL - Língua Britânica de Sinais.
• LIS - Língua Italiana de Sinais.
• LSA - Língua Australiana de Sinais.
É importante você saber que todas essas línguas de sinais, apesar de
serem descendentes da francesa, têm suas próprias características, pois foram
criadas pelos surdos de cada país. Portanto, as línguas de sinais não são
universais, havendo variações até no mesmo país. Apesar disso, alguns sinais
são utilizados em igualdade entre estes países e os demais e é por isso que um
surdo consegue se comunicar com surdos de outros países com mais rapidez e
facilidade que os ouvintes.
1.2.2 O surgimento da língua de sinais no Brasil
A língua de sinais foi trazida ao Brasil em 1855 por Hermest Huet, surdo
e formado pelo Instituto Nacional de surdos-mudos de Paris. Hermest veio
ao Rio de Janeiro por intermédio do Marquês de Abrantes, que conseguiu
que Dom Pedro II liberasse verba para a criação do Instituto Imperial de
Surdos-Mudos, atualmente chamado de Instituto Nacional de Educação
dos Surdos (INES).
A mudança do nome do instituto, de surdos-mudos para surdos, justifica-
se porque, com o tempo, observou-se o equívoco em considerar que todo
surdo seria obrigatoriamente mudo, como já vimos anteriormente.
Capítulo 1
18 Libras
EXPLORANDO
Para conhecer um pouco mais sobre o Instituto
Nacional de Educação dos Surdos, visite o
endereço <www.ines.gov.br>. Lá você encontrará
informações sobre a história e organização da
referida instituição, como também variadas dicas
do “mundo dos surdos” e da educação destes.
Hemest Huet observou que no Brasil já havia uma comunicação gestual
por parte dos surdos, que era utilizada entre eles com o objetivo de se fazerem
entender na sociedade. Então o educador francês aproveitou o que foi possível
dos sinais dos surdos nativos do Brasil e acrescentou sinais oriundos da língua
de sinais francesa. A partir deste momento foi criada a LIBRAS.
Imagine você sendo um surdo na época da
chegada da língua de sinais. Esta língua trouxe
cidadania a pessoas marginalizadas socialmente.
Imagine se não houvesse pessoas dispostas a
difundir e entender essa forma de comunicação?
Como estaria vivendo o surdo hoje? Pense! Você
pode trazer novas conquistas e possibilidades a
esta parcela da sociedade.
REFLEXÃO
Convido você agora a entender o funcionamento da LIBRAS. Vamos lá?
1.2.3 Entendendo LIBRAS
A LIBRAS apresenta duas formas distintas de comunicação, são elas a
datilologia (O alfabeto manual) e os sinais propriamente ditos, este segundo
você verá mais adiante.
A datilologia
Você já deve ter visto o alfabeto manual, que é bastante divulgado entre
os ouvintes, podemos encontrá-lo em calendários, revistas, entre outros. Caso
Capítulo 1
19Libras
você não tenha visto, certamente lembra da música “o abecedário da Xuxa”,
que aborda o alfabeto manual da LIBRAS. Pois bem, este alfabeto é utilizado
para fazer a datilologia.
CONCEITO
Datilologia é o ato de soletrar as palavras no
ar, utilizando a configuração manual correta
de cada letra do alfabeto ou número da língua
de sinais.
O numeral também é representado através da datilologia, ou seja, feito
digitando cada um no ar. Na Figura 2 a seguir, você verá a representação
do alfabeto manual e numeral da LIBRAS. Note que as letras que possuem
movimentos estão acompanhadas de setas indicando a direção deste.
Rafael Lauro
Figura 2 – Representação do alfabeto manual da LIBRAS
Em LIBRAS temos duas formas de representar os numerais, observe quais
são elas:
Capítulo 1
20 Libras
• Se o numeral for para indicar quantidade, como por exemplo, quantas
canetas há em cima da mesa ou quantas pessoas estão na sala, usa-se
a seguinte representação (Figura 3):
Rafael Lauro
Figura 3 - Representação do numeral em LIBRAS indicando quantidade
• Se o numeral for para representar número de telefone, número da casa,
número da conta do banco, a representação usada é a seguinte (Figura 4):
Rafael Lauro
Figura 4 - Representação de valor numérico em LIBR AS
Capítulo 1
21Libras
PRATICANDO
Agora que você já conhece o alfabeto manual e
o numeral, pode, por meio da datilologia, fazer
seu nome e o de seus amigos, como uma forma
de fixar o alfabeto. Crie situações para nomear
pessoas, objetos e números, como o do seu
telefone ou sua casa, por exemplo.
Saiba que o alfabeto manual é utilizado para nomes próprios ou quando
alguma coisa ainda não tenha seu respectivo sinal ou até mesmo como uma forma
de auxilio na hora em que você possa vir a esquecer algum sinal. Nas demais
situações, utiliza-se os sinais propriamente ditos. Vamos falar sobre eles agora?
Os sinais
Os sinais são realizados a partir da combinação do movimento das mãos
em um determinado lugar, podendo este lugar ser parte do corpo ou estar
livre no espaço, tocar ou não o corpo. Em LIBRAS o que vai determinar isso
são alguns parâmetros (FELIPE, 2005), tais como: Configuração da Mão (CM),
Ponto de Articulação (PA), Movimento (M), Orientação/direção (O), Expressão
Facial e Corporal (EF).
a) Configuração da mão (CM): é a forma que a mão assume durante
a realização de um sinal. Vamos a alguns exemplos? Observe nestes
que entre colchetes temos as letras do alfabeto e estas letras são
necessárias para formação do sinal.
Beck
TELEFONE CM (Y) BRANCO CM (B) ONTEM CM (L)
Capítulo 1
22 Libras
b) Ponto de articulação (PA): é o lugar do corpo onde será realizado o sinal.
Veja nos exemplos a seguir:
Beck
LARANJA
Beck
APRENDER
Capítulo 123Libras
c) Movimento (M): é o deslocamento da mão no espaço, durante a
realização do sinal. Vamos aos exemplos?
Beck
GALINHA HOMEM
Este parâmetro pode ser classificado quanto à direcionalidade e o tipo
do movimento.
• Direcionalidade do movimento
Os movimentos realizados por nossas mãos durante a realização dos
sinais apresentam-se nas formas: Unidirecional, bidirecional e multidirecional.
Vamos conhecer cada um?
 Unidirecional: movimento em uma direção no espaço, durante a
realização de um sinal. Veja o exemplo:
Beck
ANDAR
Capítulo 1
24 Libras
 Bidirecional: movimento realizado por uma ou ambas as mãos, em
duas direções diferentes. Tal como nos exemplos a seguir:
Beck
BRINCAR PRIMO
Beck
TRABALHAR
Capítulo 1
25Libras
 Multidirecional : movimentos que exploram várias direções no
espaço, durante a realização de um sinal.
Beck
INCOMODAR
Beck
PESQUISAR
Capítulo 1
26 Libras
• Tipos de movimentos
Para um sinal ser compreendido, não podemos esquecer de obedecer
ao movimento correto que as mãos devem fazer. Confira a seguir os tipos de
movimentos e seus referidos exemplos.
 Movimento retilíneo
Beck
ENCONTRAR ESTUDAR
Beck
POR QUE
Capítulo 1
27Libras
 Movimento helicoidal
Beck
ALTA MACARRÃO AZEITE
 Movimento circular
Beck
BRINCAR BICICLETA
Capítulo 1
28 Libras
 Movimento semicircular
Beck
SURDO SAPO CORAGEM
 Movimento sinuoso
Beck
BRASIL RIO NAVIO
Capítulo 1
29Libras
 Movimento angular
Beck
RAIO ELÉTRICO DIFÍCIL
Saiba que há sinais que combinam diferentes parâmetros. Vejamos os
três primeiros parâmetros – CM, PA, M - representados no sinal de ”velho”.
Beck
VELHO
Capítulo 1
30 Libras
d) Orientação/ direcionalidade: os sinais podem ter uma direção, e
a inversão desta pode significar ideia de oposição, contrário ou
concordância, como nos exemplos a seguir:
Beck
QUERER NÃO QUERER
Beck
GOSTAR NÃO GOSTAR
Beck
IR VIR
Capítulo 1
31Libras
e) Expressão facial e/ou corporal: muitos sinais, além dos quatro
parâmetros mencionados anteriormente, em sua configuração, têm
como traço diferenciador também a expressão facial e/ou corporal,
como os sinais:
Beck
ALEGRE TRISTE
Há sinais feitos somente com a bochecha, como:
Beck
LADRÃO
Capítulo 1
32 Libras
1.2.4 Sinais icônicos e arbitrários
Como você percebeu, a LIBRAS é estruturada na modalidade gestual-
visual-espacial. Mas isso não quer dizer que os sinais são apenas reprodução
de gestos parecidos com os objetos ou “desenhos no ar”.
Assim, a LIBRAS é formada por sinais icônicos e sinais arbitrários. Vamos
entender a diferença entre estes a seguir.
Sinais icônicos
Para um sinal ser considerado icônico ele deve apresentar uma
configuração manual parecida com um objeto. Abaixo alguns exemplos:
Beck
TELEFONE BORBOLETA
Isso não significa que os sinais icônicos são iguais em todas as línguas.
Cada sociedade capta facetas diferentes do mesmo referente, representadas
por meio de seus próprios sinais, convencionalmente (FERREIRA BRITO,
1993). Por exemplo, para comunicar a palavra “árvore” na LIBRAS, o tronco
é representado pelo antebraço e a mão aberta são as folhas em movimento.
Já na Língua de Sinais Chinesa (LSC), representa-se apenas o tronco da árvore
com as duas mãos (os dedos indicador e polegar ficam abertos e curvos), como
pode ser observado a seguir:
Capítulo 1
33Libras
Beck
ÁRVORES (LIBRAS) ÁRVORE (LSC)
Também podemos observar a diferença do sinal da palavra “casa” em
LIBRAS e ASL (Língua Americana de Sinais). Veja o exemplo:
Beck
CASA (LIBRAS) CASA (ASL)
Sinais arbitrários
Os sinais arbitrários são aqueles que não apresentam semelhança entre
o sinal representado e o objeto real.
A arbitrariedade é uma propriedade básica de qualquer língua. Assim, o
fato de a LIBRAS ser formada, em sua maioria, por sinais arbitrários confere-
lhe o caráter de língua.
Capítulo 1
34 Libras
Durante muito tempo acreditou-se que as línguas
de sinais não eram consideradas língua por serem
icônicas, não representando, portanto, conceitos
abstratos. O que é um engano, pois as línguas de
sinais podem representar toda complexidade de
uma língua, inclusive seus conceitos abstratos.
CURIOSIDADE
Veja a seguir, exemplos de sinais arbitrários na LIBRAS:
Beck
CONVERSAR RÁPIDO
EXPLORANDO
O que acha de visualizar cada sinal apresentado
neste capítulo? Visite o site <www.acessobrasil.
org.br/libras/> e pesquise as palavras que
utilizamos como exemplo. Saiba que este site foi
feito para ser consultado por pessoas de todo
país, portanto você poderá encontrar variações
regionais em alguns sinais.
Iremos a seguir falar mais especificamente sobre estas variações que
ocorrem na LIBRAS.
Capítulo 1
35Libras
1.2.5 Mudanças históricas na LIBRAS
Outra característica que confere a LIBRAS o status de língua é o seu
caráter histórico. A LIBRAS sofreu constantes transformações ao longo do
tempo, como qualquer língua do mundo.
No nosso português temos o conhecido e clássico exemplo da palavra:
Vossa Mercê, que sofreu transformações para > Vossemecê > Vosmecê > você.
Abaixo exemplos destas transformações em LIBRAS.
Beck
AZUL
1o 2o 3o
Beck
BRANCO
1o 2o 3o
Capítulo 1
36 Libras
1.2.6 Variação social e regional
A LIBRAS pode sofrer ainda, como toda língua, variações sociais e
regionais. No português podemos citar o exemplo do automóvel “Kombi”,
que em algumas regiões do país, como em São Paulo, é chamado de “perua”
pela população. Em LIBRAS isto também acontece. Observe alguns exemplos
de diferenças encontradas entre as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil:
Beck
AJUDAR
Nordeste Sudeste
Beck
AVIÃO
Nordeste Sudeste
Capítulo 1
37Libras
Aqui encerramos nosso primeiro capítulo e com isso demos o nosso
passo inicial em relação ao aprendizado desta língua. No próximo capítulo,
abordaremos os aspectos legais da educação dos surdos e da Língua Brasileira
de Sinais (LIBRAS).
1.3 Aplicando a teoria na prática
Você foi ao supermercado e ao chegar à fila do caixa, em sua frente,
havia um surdo precisando de ajuda para se comunicar, pois a funcionária
não entendia o que ele queria expor e, ao mesmo tempo, esta não se fazia
compreender para o surdo.
Diante do conhecimento que você já tem sobre LIBRAS, você poderia ajudar
o surdo na situação indicada. Como você faria para conversar com essa pessoa?
Vamos resolver este problema juntos? Há duas possíveis soluções, vejamos:
Solução 1: Em primeiro lugar, você poderá se certificar se este surdo tem
condições de se comunicar através da leitura labial, para isso fale em direção
a ele fazendo uma pergunta bem simples, como por exemplo, perguntando se
está tudo bem. Caso ele não tenha capacidade de realizar essa leitura labial,
você pode passar para a solução 2.
Desvantagem da solução 1: Os surdos revelam que perdem cerca de
50% de uma conversa tentando realizar leitura labial, com isso você pode não
conseguir passar uma informação correta e o surdo, por vergonha, não revela
que não entendeu o que foi dito.
Solução 2: Para responder a essa questão, você deverá lembrar que
mesmo ainda não dominando os sinais da LIBRAS você poderá utilizar a
datilologia (alfabeto manual). No entanto, saberá que esta só é utilizada pelos
surdos em palavras que ainda não têm um sinal, já que uma comunicação
realizada apenas por meio do alfabeto manual torna-se monótona e o surdo
logo perderá o interesse. Imagine você ouvinte conversando com alguém
que esteja soletrando as palavras! Cansativo, não acha? De qualquer forma,
o uso da datilologia será suficiente para poder ajudar qualquer surdo com
dificuldades, tal como a do supermercado aqui exposta, mesmo sabendo que
você não conseguirá interagir com eficácia e fluência.
Capítulo 138 Libras
1.4 Para saber mais
Título: Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngüe da Língua
de Sinais Brasileira
Autores: Fernando César
Capovilla e Walkiria Duarte
Raphael
Editora: EDUSP Ano: 2001
Este é o mais completo dicionário de LIBRAS lançado até os dias
atuais, nele você encontrará figura dos sinais. Será uma ótima
ferramenta para seu aprendizado!
Site: LIBRAS – Dicionário da Língua Brasileira de Sinais
URL: <http://www.acessobrasil.org.br/libras/>
O site citado também é um dicionário online da LIBRAS. Apesar do
fácil acesso, apresenta uma variedade menor de sinais se comparado
com a referência anterior, em contrapartida ele apresentará os sinais
em movimento por meio de vídeos. Vale a pena uma visita!
Título: Educação de surdos - a aquisição da linguagem
Autor: Ronice Müller de
Quadros Editora: ArtMed Ano: 1997
Nesta terceira referência você descobrirá aspectos históricos da
evolução da LIBRAS e sua prática no cotidiano. Assim você fará a
relação com o que foi abordado neste capítulo e o dia a dia do surdo.
1.5 Relembrando
Neste capítulo você pôde aprender sobre os seguintes assuntos:
• Histórico das línguas de sinais: A língua de sinais surgiu na França,
com a criação dos sinais metódicos por L´Epée. No Brasil foi trazida
pelo surdo Hemest Hued, de nacionalidade francesa, que criou o
Instituto Imperial de Surdos-Mudos.
Capítulo 1
39Libras
• Alfabeto manual e sua utilização: Vimos que o alfabeto manual é utilizado
em nomes próprios e em palavras que ainda não possuem seu sinal.
• Os parâmetros de LIBRAS:Configuração da Mão (CM), Ponto de Articulação
(PA), Orientação/ direção (O) e Expressão Facial e Corporal (EF).
• Característica da LIBRAS como língua: Vimos que a LIBRAS apresenta
variação regional, arbitrariedade e iconicidade na construção dos sinais.
1.6 Testando os seus conhecimentos
1) Segundo Felipe (2005), os sinais são formados a partir da combinação do
movimento das mãos com um determinado formato em um determinado lugar,
podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo.
Estas articulações das mãos são chamadas de parâmetros. Quais são eles?
a) Configuração das mãos, ponto de articulação, movimento, orientação/ 
direção e expressão facial e/ou corporal.
b) Configuração das mãos, ponto de articulação, fonação, atenção e
orientação/direção.
c) Ponto de articulação, movimento, orientação/direção e expressão
facial e/ou corporal.
d) Configuração das mãos, ponto de articulação, movimento e posição
dos dedos.
e) Todas estão incorretas.
2) Os verbos QUERER e GOSTAR, em língua de sinais:
a) Têm significados diferentes e possuem a mesma configuração.
b) Têm significados diferentes e possuem movimentos inversos.
c) Possuem pontos de articulação iguais, embora tenham significados
opostos.
d) Possuem uma direção, cuja inversão indica oposição.
e) Todas estão incorretas.
Capítulo 1
40 Libras
3) Nas línguas de sinais, podemos encontrar os tipos de movimentos que
acontecem nos sinais durante a sinalização. Vejamos abaixo:
I. Movimento circular
Beck
II. Movimento helicoidal
Beck
Capítulo 1
41Libras
III. Movimento angular
Beck
IV. Movimento retilíneo
Beck
Fonte: Adaptado de Aspectos Lingüísticos da Língua de Sinais –SEED/SUED/DEE – 1998 – Curitiba/PR.
Quais figuras correspondem aos seus respectivos movimentos?
a) As assertivas I, III estão corretas.
b) As assertivas I e IV estão corretas.
c) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
d) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
e) Todas estão incorretas.

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