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apostila libras I

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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Johnny César dos Santos 
Mestre em Estudos da Linguagem. Especialista em Língua Brasileira de Sinais. Graduado 
em Letras e Pedagogia. Possui vasta experiência como Tradutor e Intérprete de Libras e 
atua como Professor de Pedagogia e Libras do Instituto Federal do Sul de Minas. 
LIBRAS I 
1ª edição 
Ipatinga – MG 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL 
 
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério 
Diretor Executivo: William José Ferreira 
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos 
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira 
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa 
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Bruna Luiza Mendes Leite 
 Carla Jordânia G. de Souza 
 Guilherme Prado Salles 
 Rubens Henrique L. de Oliveira 
Design: Brayan Lazarino Santos 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Luiza Filgueiras 
 Taisser Gustavo de Soares Duarte 
 
 
 
 
 
© 2021, Faculdade Única. 
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem 
Autorização escrita do Editor. 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 
 
 
 
 
 
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299 
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG 
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 
www.faculdadeunica.com.br
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Menu de Ícones 
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo 
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. 
Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um 
com uma função específica, mostradas a seguir: 
 
 
 
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co (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou 
links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e 
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo 
abordado. 
 
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações 
importantes nas quais você deve ter um maior grau de 
atenção! 
 
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em 
cada unidade do livro. 
 
São para o esclarecimento do significado de 
determinados termos/palavras mostradas ao longo do 
livro. 
 
Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões 
citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, 
seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
SUMÁRIO 
O STATUS DA LÍNGUA DE SINAIS NO BRASIL ............................................ 7 
1.1 RESGATANDO UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DA LÍNGUA DE SINAIS 
BRASILEIRA .............................................................................................................. 7 
1.2 AS LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS – A LUTA DAS COMUNIDADES SURDAS .............. 9 
1.3 O BILINGUISMO – UMA LUTA DAS COMUNIDADES SURDAS PELA EDUCAÇÃO E 
PELA LIBRAS. .......................................................................................................... 12 
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 16 
INTRODUÇÃO À LIBRAS .......................................................................... 21 
2.1 O ALFABETO MANUAL E A DATILOLOGIA ........................................................... 21 
2.2 OS PARÂMETROS DA LIBRAS ................................................................................ 24 
2.3 OS CLASSIFICADORES .......................................................................................... 26 
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 28 
 
PARÂMETROS DA LIBRAS ........................................................................ 32 
3.1 A CONFIGURAÇÃO DA MÃO (CM) .................................................................... 32 
3.2 O PONTO DE ARTICULAÇÃO (P.A) ...................................................................... 33 
3.3 O MOVIMENTO (M) .............................................................................................. 35 
3.4 ORIENTAÇÃO (OR) ............................................................................................... 35 
3.5 EXPRESSÕES NÃO MANUAIS (ENMS) .................................................................. 37 
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 39 
OS CLASSIFICADORES ............................................................................ 43 
4.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 43 
4.2 CLASSIFICADORES DESCRITIVOS ......................................................................... 43 
4.3 CLASSIFICADORES ESPECIFICADORES ................................................................ 44 
4.4 CLASSIFICADORES DE NÚMERO/ PLURAL ............................................................ 46 
4.5 CLASSIFICADORES INSTRUMENTAIS ..................................................................... 47 
4.6 CLASSIFICADORES DE CORPO ............................................................................. 48 
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 51 
PRIMEIROS SINAIS – VOCABULÁRIO ...................................................... 56 
5.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 56 
5.2 CUMPRIMENTOS (VOCABULÁRIO) ...................................................................... 56 
5.3 CALENDÁRIO – DIAS DA SEMANA, MESES, ANOS - (VOCABULÁRIO) ............. 58 
5.4 VERBOS ANTÔNIMOS – (VOCABULÁRIO) ........................................................... 61 
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 64 
 
CONSTRUINDO SENTENÇAS - ASPECTOS GRAMATICAIS ...................... 69 
6.1 ORDENAÇÃO DAS SENTENÇAS EM LIBRAS ......................................................... 69 
6.2 AS INTERROGATIVAS EM LIBRAS .......................................................................... 70 
6.3 AS NEGATIVAS EM LIBRAS.................................................................................... 73 
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 74 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................... 78 
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 79 
UNIDADE 
01 
UNIDADE 
02 
UNIDADE 
03 
UNIDADE 
05 
UNIDADE 
06 
UNIDADE 
04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
CONFIRA NO LIVRO 
 
A Unidade I, aborda os aspectos históricos da Libras e das 
comunidades surdas brasileiras, bem as lutas e conquistas legais 
dos surdos, incluindo a luta por uma educação bilíngue e pelo 
status linguístico da Libras 
Para iniciar as discussões em torno da linguística da Libras, a 
Unidade II apresenta o alfabeto datilológico bem como aborda a 
base da formação de sinais, apresentando brevemente os 
parâmetros e os classificadores da Libras 
 
 
A Unidade III se aprofunda nos estudos sobre os cinco parâmetros 
da Libras e suas aplicações na constituição de um sinal 
A Unidade IV retoma, porém de forma mais detalhada o conceito 
de classificador, bem como apresenta os diversos tipos e suas 
exemplificações 
 
 
A possibilidade de ampliar o vocabulário, acontece na Unidade V. 
Nela é apresentado sinais básicos para um diálogo inicial, incluindo 
a apresentação de alguns verbos antônimos. 
Por fim, na Unidade VI, discute-sealguns aspectos sintáticos e 
morfológicos para a construção e enunciação de frases em Libras. 
Nesta unidade também é abordada a formação de sentenças 
interrogativas e negativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
O STATUS DA LÍNGUA DE SINAIS NO 
BRASIL 
 
 
 
1.1 RESGATANDO UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DA LÍNGUA DE SINAIS 
BRASILEIRA 
A história da Libras – Língua Brasileira de Sinais, está intimamente ligada à 
história das comunidades surdas brasileiras. É importante ressaltar que línguas de 
sinais existem, ainda que não oficialmente, desde quando pessoas surdas existem, 
ou seja, desde o início da história humana. No entanto, até o século XV, os surdos 
eram considerados ineducáveis e consequentemente colocados à margem da 
sociedade, em muitas partes do mundo. 
No Brasil, um dos precursores da história da educação dos surdos e da Língua 
Brasileira de Sinais foi Ernest Huet, também conhecido como Eduard Huet, um 
educador surdo francês, que em 1857, a pedido de Dom Pedro II vem para o Brasil 
e funda a primeira escola para surdos do país. Escola essa que foi nomeada como 
Instituto de Surdos Mudos e que existe até hoje, localizada no Rio de Janeiro – RJ, e 
chamada atualmente de Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES – 
nacional e internacionalmente conhecido, de fato, um marco na educação dos 
surdos brasileiros e consequentemente da Libras (INES, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
Figura 1: Sede do Instituto Nacional de Educação de Surdos no Rio de Janeiro, projetada 
seguindo o estilo renascentista francês, pelo arquiteto Gustavo Lully, em 1915. 
 
Fonte: Cabral (2019, online) 
 
Assim, a mistura e uma inicial padronização entre a Língua de Sinais 
Francesa, apresentada por Huet, e os sinais já utilizados pelos surdos brasileiros do 
INES, deram início à construção da Libras que conhecemos hoje. Essa padronização 
de sinais tornou-se importantíssima, à época, para que os professores ouvintes do 
INES, conseguissem se comunicar com os alunos surdos. 
No entanto, em meio a esse progresso, um grande Marco negativo para o 
desenvolvimento da Língua Brasileira de Sinais se deu em1880 com o famoso 
Congresso de Milão, um congresso Internacional de Educação de Surdos, realizado 
em Milão na Itália. Neste congresso, foi instituído que as línguas de sinais deveriam 
ser banidas como instrumento de educação de surdos, sendo legitimado como o 
método mais adequado para a educação deles, o Oralismo. Desta forma, a 
exemplo de outras instituições de ensino para surdos espalhadas pelo mundo, o 
INES, adotou o método oralista como base para educação de seus alunos (INES, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
2007). 
Porém, como evidência de que as Língua de Sinais são naturais e vivas 
(SKLIAR, 1999), mesmo com essa proibição no âmbito da educação, os surdos não 
deixaram de se comunicar usando as línguas de sinais nos dormitórios, nos refeitórios 
e nem mesmo quando retornavam para as suas respectivas comunidades. Assim, se 
por um lado essa proibição trouxe prejuízos ao progresso da língua de sinais 
brasileira, como instrumento de ensino, por outro lado, a língua ganha força pelo 
seu contínuo uso entre os sujeitos das comunidades surdas. 
A partir de 1980, a Libras vai ganhando destaque com o crescimento de 
pesquisas em torno da língua e da educação de surdos o que, consequentemente, 
gerou impacto nas legislações educacionais brasileiras. 
 
 
 
1.2 AS LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS – A LUTA DAS COMUNIDADES SURDAS 
Analisando a perspectiva histórica é apropriado afirmar que a Libras é um 
patrimônio das comunidades surdas brasileiras, isso porque sua origem, evolução, 
divulgação e perpetuação se deu e se dá graças às lutas travadas por essas 
comunidades e, por sua resistência em mostrar que a Libras, a exemplo das línguas 
de sinais espalhadas pelo mundo, são línguas vivas e ricas e que merecem galgar o 
seu status linguístico. Assim, tanto pelos estudos como pelo amplo uso da Libras, as 
comunidades surdas brasileiras foram marcando espaço e lutando por seus direitos 
legais, reivindicações essas que, mais tarde, prepararam o terreno para a 
oficialização da Libras a nível nacional. Vejamos alguns desses marcos legais em 
torno da Libras. 
Partindo da própria Constituição federal de 1988. Em seus artigos 205 e 208: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
Art. 205 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, 
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” [...] 
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado 
mediante a garantia de:[...] III - atendimento educacional 
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na 
rede regular de ensino; [...] (BRASIL,1988). 
 
Podemos dizer que esses dois artigos foram as molas propulsoras para que as 
comunidades surdas embasassem a exigência do uso de sua língua pois, sendo a 
educação um direito de todos os brasileiros, inclui-se aí os sujeitos surdos. Assim, 
sendo a surdez, considerada uma deficiência (no ponto de vista médico), os surdos 
passam a exigir uma educação especializada, conforme previa a Lei. 
Esse direito a uma educação especializada foi ratificado anos a frente com a 
Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – LDB, sancionada em 1996. Em seu 
quarto artigo, no 3º inciso garantia: “atendimento educacional especializado 
gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e 
altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e 
modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1996, Art. 4º, 
Inciso III). 
Pesquisadores (ALBRES, 2011; PERLIN; STROBEL; 2006) e membros das 
comunidades surdas ficaram atentos também às Disposições Gerais da LDB que, 
desde sua implementação, rege sobre a responsabilidade da União na promoção 
e fomento da cultura indígena brasileira na oferta de educação bilingue, como 
forma de valorização de língua e cultura desses povos. Educação Bilingue passa a 
ser então uma das lutas das comunidades surdas, conforme veremos na próxima 
seção. 
Dando continuidade aos marcos legais ligados à educação dos surdos e da 
Libras, em 19 de dezembro de 2000, A lei 10.098 ficou conhecida como Lei da 
Acessibilidade., o que inclui a comunicacional. Dentre outros aspectos, esta lei traz 
em seu artigo segundo as seguintes definições: 
 
acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, 
com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos 
urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e 
instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso 
coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com 
deficiência ou com mobilidade reduzida; [...] barreiras: qualquer 
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça 
a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o 
exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento 
e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à 
compreensão, à circulação com segurança, entre outros, 
classificadas em: [...] a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e 
nos espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso 
coletivo; [...] b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios 
públicos e privados; [...] c) barreiras nos transportes: as existentes nos 
sistemas e meios de transportes; [...] d) barreiras nas comunicações e 
na informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou 
comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o 
recebimento de mensagens e de informações por intermédio de 
sistemas de comunicação e de tecnologia da informação(BRASIL, 
2000, Art. 3º, Grifo Nosso). 
Como bem delimitado, essa Lei visava promover a acessibilidade e eliminar 
barreiras. Assim, enquadrava-se às comunidades surdas as questões relacionadas às 
barreiras comunicacionais. Essa relação é claramente exposta na própria legislação 
que em seu artigo nono exemplifica a Libras como forma de comunicação entre os 
cidadãos brasileiros. 
 
 
 
Por fim, nessa esteira de legislações, como grande destaque histórico e legal 
das comunidades surdas brasileiras, temos em 2002 o sancionamento da Lei de 
Libras, nome pelo qual ficou conhecida a Lei nº 10.436 de 24 de dezembro de 2002. 
Nesta lei, a Libras é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
de uso corrente das comunidades surdas brasileiras. 
Em 2005, com o fim de regulamentar e possibilitar a efetivação da Lei da 
Libras, foi publicado o decreto número 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Este 
decreto, muito conhecido entre as comunidades surdas e pesquisadores da área 
da Libras, trouxe várias regulamentações dentre elas: a inserção da Libras como 
disciplina curricular em cursos de licenciatura e fonoaudiologia; a instituição da 
formação de professores de Libras; a garantia do uso e da difusão da Libras e da 
língua portuguesa para o acesso das pessoas surdas à educação; a formação de 
tradutor e intérprete de Libras. 
Sendo assim é possível afirmar que foi a partir dessas duas últimas legislações 
que a Libras ganhou, legalmente, o status de Língua, frisamos que legalmente, pois 
historicamente a Libras já tinha esse status pelas comunidades surdas e 
pesquisadores da área. 
Como efeito dessas conquistas legais, pode-se dizer que a partir daí 
acontece um “boom” no campo dos estudos linguísticos da Libras, explosão está 
marcada pela implementação do primeiro curso, a nível de graduação, em Letras – 
Libras (licenciatura), ofertado pela Universidade Federal de Santa Catarina, em 
2006. 
 
1.3 O BILINGUISMO – UMA LUTA DAS COMUNIDADES SURDAS PELA 
EDUCAÇÃO E PELA LIBRAS. 
Retomando as questões relacionadas às conquistas legais das comunidades 
surdas brasileiras, uma educação bilingue começou a ser pauta das conversas, 
lutas e reivindicações das comunidades, em especial pelo exposto no decreto 
Decreto nº 5.626 (BRASIL, 2005, Art. 22), que em seu capítulo IV cita a organização 
de "escolas e classes de educação bilíngue, abertas a alunos surdos e ouvintes, 
com professores bilíngues na educação infantil e nos anos iniciais do ensino 
fundamental [...]". Essa educação bilingue referida na legislação se assemelha às 
conquistas das comunidades indígenas no que tange a ter acesso à educação em 
sua língua natural e, consequentemente, aprender o português. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
Porém, cabe aqui uma pergunta, o que é o bilinguismo quando se fala de 
educação de surdos? Quais os aspectos a serem levados em consideração ao se 
pensar uma educação bilingue? 
Para responder essas perguntas, podemos primeiramente retomar a 
etimologia da palavra bilingue e sua significação. Segundo o dicionário Michaelis 
(2021, on-line), a palavra BI-LIN-GUE, vem do latim bilingŭis e possui pelo menos duas 
definições: “Que faz uso de duas línguas” e “Que fala duas línguas”. Em outras 
palavras, no sentido literal, uma educação bilingue seria aquela que envolva duas 
línguas, a materna e uma segunda. No Brasil, temos exemplos de escolas bilingues 
de inglês/português, alemão/português, francês/português, por exemplo. 
No entanto, quando pensamos em educação de surdos, pensar em uma 
educação bilíngue envolve algumas reflexões. Muitos talvez se perguntem: Mas ter 
um intérprete de Libras em sala de aula já não garante uma educação bilingue? A 
resposta é não! Uma vez que, o que se anseia em uma educação bilingue para 
alunos surdos, não é apenas o contato com a Libras nas escolas, ou ter os 
conteúdos acessíveis através de uma tradução. Antes, o que se almeja é ter acesso 
aos conteúdos diretamente em sua língua, em outras palavras, a Libras, em uma 
escola bilingue, deve ser a língua de instrução. 
E por que esse é o anseio de muitos surdos brasileiros? Não seria essa uma 
forma de exclusão? Podemos responder essa pergunta às palavras de Sá (2011, p. 
17-22): 
 
[...] a escola bilíngue específica para surdos tem seu valor ampliado 
pelo fato de que é o único tipo de escola que mais adequadamente 
pode configurar-se como um ambiente linguístico natural favorável à 
aquisição da língua de sinais [...] os surdos, bem como os estudiosos 
que defendem a escola específica para surdos, não querem a 
criação de guetos; querem a criação de espaços garantidos para 
que o surdo se torne mais rapidamente uma pessoa "bilíngue", e, 
para tanto, precisa de um ambiente linguístico natural para a 
aquisição de sua primeira língua, a partir do qual terá condições de 
desenvolver sua consciência metalinguística, ampliando as 
possibilidades de aprendizagem da segunda língua. 
 
No Brasil, já existem exemplos de escolas públicas bilingues (Rio de Janeiro, 
Distrito Federal, Fortaleza, São Paulo) que utilizam a Libras como língua de instrução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
e português na modalidade escrita e que podem ser frequentadas por alunos 
surdos e alunos ouvintes que saibam ou estejam dispostos a aprender Libras. Neste 
tipo de escola, todos os professores devem ser bilingues e ministrar suas aulas 
(história, geografia, matemática...) em Libras. 
No entanto, a educação bilingue não é uma realidade acessível a todos os 
surdos brasileiros, pois, diferentemente das comunidades indígenas, os surdos estão 
espalhados por todo o brasil e, em muitos casos, eles representam uma baixa 
quantidade ou são únicos em idade escolar em sua região, o que impossibilita a 
oferta de uma educação em uma escola bilingue. Fora esse aspecto, outros 
aspectos precisam ser levados em consideração ao se falar de educação bilingue, 
dentre eles o contexto de aquisição da Libras, uma vez que muitos surdos 
aprendem a língua de sinais tardiamente (QUADROS, 2009). Isso porque a maior 
parte dos surdos brasileiros são filhos de pais ouvintes e, em muitos casos, são 
impedidos, por diversos fatores, de ter contato com a Libras por ocasião de sua 
primeira infância. Assim, antes de pensar em uma educação bilingue, é necessário 
garantir que as crianças surdas tenham contato com outros surdos e com a língua o 
mais cedo possível, como defendem os principais pesquisadores na área de 
educação de surdos (FERREIRA-BRITO, 1993; PERLIN, 1998; QUADROS, 2005; SKLIAR, 
1997, 1999, 2001). 
Por tratar-se de um país de tamanho continental e de população com 
culturas diferentes, a diversidade está presente também entre os surdos brasileiros e 
isso se dá por questões de ordem social, geográfica, linguística, política, dentre 
outros fatores que tornam a cultura surda multifacetada (QUADROS, 2005). 
Justamente por essa diversidade que corretamente fala-se de comunidades surdas 
no Brasil, no plural, e, por isso, questões como a educação bilingue, um direito 
dessas comunidades, torna-se também um grande desafio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (CESPE/CEBRASPE) Considerando a filosofia bilíngue de educação de surdos, 
assinale a opção correta. 
 
a) A língua de sinais pressupõe a leitura labial. 
b) O professor deve, preferencialmente, ser usuário da LIBRAS ou bilíngue. 
c) O bilinguismo consiste na utilização simultânea da língua de sinais e da língua 
oral. 
d) Na perspectiva do surdo, a língua de sinais é sua segunda língua, e o português 
escrito, a primeira. 
e) A língua de sinais deve ser aprendida após a aquisição do português escrito. 
 
2. (FEPESE) Quando se fala de educação bilíngue para surdos no contexto escolar 
tem-se como premissa que o surdo seja escolarizado em: 
 
a) Libras e na escritada língua portuguesa. 
b) Sinais caseiros e uma língua estrangeira oral. 
c) Sinais internacionais e na escrita do português. 
d) Leitura labial e produção da escrita da língua majoritária. 
e) Nas modalidades oral e escrita da língua portuguesa. 
 
3. (IF- CE) De acordo com a Lei 10.436/02 e com o Decreto 5626/05, 
 
a) A modalidade escrita da Língua Portuguesa, na educação básica, deve ser 
ofertada aos alunos surdos ou com deficiência auditiva, preferencialmente em 
turno distinto ao da escolarização, por meio de ações integradas entre as áreas 
da saúde e da educação, resguardado o direito de opção da família ou do 
próprio aluno por essa modalidade. 
b) A Libras deve ser ofertada como disciplina curricular obrigatória nos cursos de 
formação de nível superior de licenciatura e bacharelado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
c) A lei 10.436/02 torna a Língua Brasileira de Sinais oficial da nação brasileira. 
d) Para o Decreto 5626/05, considera-se pessoa surda apenas aquela que, por ter 
perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio da Língua 
Brasileira de Sinais – Libras. 
e) A lei 10.436/02 assegura o ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras como parte 
integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais – pcns. 
 
4. (UFSM) Existem diferentes abordagens que orientaram práticas de ensino para os 
sujeitos surdos. Associe as abordagens na primeira coluna às definições na 
segunda coluna. 
 
(1) Oralismo 
(2) Bilinguismo 
(3) Comunicação Total 
 
( ) Defende a utilização de diversos recursos e técnicas, tudo que facilite a 
comunicação da pessoa surda. 
( ) Os adeptos dessa abordagem concordam que a língua de sinais favorece o 
aprendizado da língua escrita. 
( ) Foi defendida em 1880, no Congresso de Milão. 
( ) Defende a aprendizagem da língua de sinais como primeira língua e da língua 
oral na modalidade escrita como segunda língua. 
A sequência correta é 
 
a) 3 ‒ 2 ‒ 1 ‒ 2. 
b) 2 ‒ 3 ‒ 1 ‒ 1. 
c) 1 ‒ 2 ‒ 3 ‒ 1. 
d) 3 ‒ 1 ‒ 2 ‒ 2. 
e) 2 ‒ 1 ‒ 3 ‒ 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
5. (UFES) O fato histórico que marca a implementação da filosofia oralista na 
educação de surdos a partir do final do século XIX é 
 
a) Realização do Setembro Azul. 
b) Fundação da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos. 
c) Fundação do Instituto Nacional de Educação de Surdos. 
d) Movimento em prol de uma Educação Bilíngue para surdos. 
e) Realização do Congresso de Milão. 
 
6. (IBADE, 2020) A história da educação de surdos (...) evolui continuamente apesar 
de vários impactos marcantes, no entanto, vivemos momentos históricos 
caracterizados por mudanças, turbulências e crises, mas também de surgimento 
de oportunidades. (Strobel, 2009, p.3) Analisando o contexto histórico, o ano de 
1857 é considerado por pesquisadores como um marco histórico para a 
Educação de Surdos do Brasil. A alternativa que define a importância da data 
para os estudos é: 
 
a) Primeiro registro formalizado que menciona sobre "Língua de Sinais". 
b) Criação de leis que permitiam o surdo de ingressar nas escolas, possuir ou herdar 
propriedades, casar-se, votar como os demais cidadãos. 
c) A pedido do governo, viajou para a França, o professor do antigo Instituto, A. J. 
De Moura e Silva, para avaliar aquela decisão de que todos os surdos deveriam 
ser ensinados pelo “método oralista puro". 
d) Encontro internacional para avaliação da decisão do Congresso Mundial de 
Professores de surdos que tinha ocorrido em Milão. 
e) Fundação da primeira escola para surdos no Brasil, o Instituto dos Surdos Mudos, 
hoje, Instituto Nacional da Educação de Surdos (INES). 
 
7. (SELECON, 2019 - adaptada) O primeiro fato histórico que contribuiu para a 
sistematização e organização da Língua Brasileira de Sinais foi: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
a) A chegada do professor E. Huet no Brasil para criar uma escola para surdos 
b) A partida do professor E. Huet do país para ministrar aulas para surdos no México 
c) A ida do professor Thomas Gallaudet para a França para aprender como ensinar 
surdos 
d) A chegada de Thomas Gallaudet e do professor surdo Laurent Clerc no Estados 
Unidos 
e) A chegada dos franceses no Brasil. 
 
8. (COPEVE – UFAL, 2019) O atual Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) foi 
criado em meados do século XIX por iniciativa do surdo francês E. Huet, tendo 
como primeira denominação Colégio Nacional para Surdos-Mudos, de ambos os 
sexos. O colégio começou a funcionar em 1º de janeiro de 1856, mesma data em 
que foi publicada a proposta de ensino apresentada por Huet. Essa proposta 
continha as disciplinas de Língua Portuguesa, Aritmética, Geografia, História do 
Brasil, Escrituração Mercantil, Linguagem Articulada, Doutrina Cristã e Leitura 
sobre os Lábios. 
 
Ainda sobre o INES, assinale a alternativa correta: 
 
a) E. Huet realizou estudos no Instituto Nacional dos Surdos de Paris. Ao finalizar os 
estudos, partiu para o Brasil para fundar o que seria a primeira escola para surdos 
na América, o INES 
b) A língua de sinais praticada pelos surdos no Instituto – de forte influência 
francesa, em função da nacionalidade de Huet – foi espalhada por todo Brasil 
pelos alunos que regressavam aos seus Estados ao término do curso 
c) O INES foi responsável pela chegada da Libras ao Brasil. Antes disso, outros 
sistemas gestuais já existiam, espalhados pelo Brasil, e os surdos se comunicavam 
através dos gestos com familiares e amigos. A partir do ensino da Libras pelo INES, 
os surdos começaram a desenvolver uma língua, de fato 
d) O INES é referência em educação de surdos no Brasil desde a sua inauguração, 
por levar em conta a língua de sinais, não se deixando influenciar por modelos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
de educação que se distanciam da Libras, como o Oralismo, por exemplo 
e) Em 1980, o INES fechou as portas, devido às decisões tomadas no Congresso de 
Milão, referentes à proibição do uso das línguas de sinais. Somente em 26 de 
setembro de 1930, com o fim da república velha, o INES foi reinaugurado pelo 
então presidente Getúlio Vargas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
INTRODUÇÃO À LIBRAS 
 
 
 
2.1 O ALFABETO MANUAL E A DATILOLOGIA 
Antes de começarmos a estudar sobre o Alfabeto Manual da Libras, é 
importante nos atentarmos para a significação da palavra ALFABETO. Em poucas 
palavras, o alfabeto trata-se de um conjunto de sinais gráficos, que conhecemos 
como LETRAS, as quais devidamente ordenadas podem formar palavras. Esses sinais 
gráficos representam os sons (fonemas). Existem diversos tipos de alfabetos pelo 
mundo (latino, grego, georgiano...). Vale lembrar que nem todas as línguas utilizam 
o alfabeto, a exemplo da língua chinesa que usa um sistema de escrita logografia. 
Essa contextualização se faz necessária para introduzirmos os nossos estudos 
sobre o alfabeto manual da Libras. E para tal, apresentamos a seguir o alfabeto 
manual da Libras também conhecido como alfabeto digital ou datilológico, 
justamente por utilizar os dedos: 
 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
Figura 2: Alfabeto Manual Da Libras 
 
Fonte: Autor (2021) 
 
É muito comum as pessoas que têm interesse pela Libras decorarem as 
configurações do alfabeto manual e dizerem que sabem um “pouquinho de 
Libras”. Afinal, será que o alfabeto manual é Libras? Em outras palavras, será que 
podemos dizer que sabemos Libras se aprendermos o alfabeto manual? A resposta 
é não! Neste sentido, é importante entendermos, como visto no capítulo anterior, 
que a Libras tem uma estrutura linguística própria, e, como veremos mais a frente, 
não se forma um vocábulo (sinal) na Libras apenas utilizando a junção de 
configurações manuais que representam as letras do português (GESSER, 2009). 
Sendo assim, o alfabeto manual trata-se de um código de representação 
das letras do alfabeto de línguas orais alfabéticas. No casodo Brasil, o alfabeto 
manual da Libras representa as letras do alfabeto do português (GESSER, 2009). 
Considerado como parte da composição linguística da Libras, o alfabeto manual é, 
inclusive, entendido por muitos linguistas da Libras como um exemplo de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
empréstimo linguístico (FERREIRA, 2010). 
Entretanto, se o alfabeto manual faz parte da Libras, em que situações ele é 
utilizado? Para além de sua utilidade prática em auxiliar os iniciantes na Libras com 
as configurações de mãos básicas, veja algumas situações em que utilizamos o 
alfabeto manual: 
 Soletrar o nome de pessoas, em uma apresentação pessoal, por exemplo. 
 Endereços (nome de rua, número da casa) ao convidar alguém para visitar 
sua casa, por exemplo. 
 Nomes de marcas, termos técnicos e siglas que não tenham um sinal 
específico ou conhecido na Libras. 
 Aprender um novo sinal quando se deseja saber o sinal de determinada 
coisa, poderá utilizar a datilologia da palavra desejada. 
 
Além das letras, é possível também usar configurações de mão para 
representar os números. Abaixo apresentamos os números cardinais (de zero a 
nove) e ordinais (de 1 a nove) em Libras. 
 
Figura 3: Números cardinais em libras 
 
 
Fonte: Adaptado de SEL-LIBRAS (online). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
Figura 4: Números ordinais em libras 
 
 
Fonte: Adaptado de SEL-LIBRAS (online). 
 
Como pode ser observado nas figuras anteriores, o que diferencia o número 
cardinal do ordinal, na Libras, é o balançar/ vibrar da mão. Vale lembrar que no 
caso dos ordinais, acima de 9 (nove) usa-se a composição dos números. Por 
exemplo, número 23. Primeiro sinaliza o número “2” e na sequência, o número “3”. 
Na sequência, vamos entender que tanto o alfabeto manual quanto os 
números, fazem parte de um componente linguístico integrante dos Parâmetros da 
Libras. 
 
 
 
2.2 OS PARÂMETROS DA LIBRAS 
No capítulo anterior ressaltamos o Status Linguístico da Libras, ou seja, a 
Libras, assim como qualquer outra língua vocalizada ou sinalizada é composta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
também por seus níveis linguísticos que constituem a gramática da língua, são eles: 
o nível fonético-fonológico, o nível morfológico, o nível sintático (RODRIGUES; 
VALENTE; 2011). 
Sim, a Libras também possui tais estruturas linguísticas comum a outras línguas. 
Essa descoberta se deu graças aos estudos de Willian C. Stokoe, um linguista 
americano que iniciou seus estudos com a Língua de Sinais Americana (ASL) na 
década de 1960. Com as pesquisas de Stokoe, foi possível perceber que assim 
como as línguas vocalizadas, as línguas de sinais também podiam se decompor em 
partes menores que, isoladas, não tem significação, os chamados fonemas, 
conhecidos também como quiremas (QUADROS; 2008). 
Por exemplo, na língua portuguesa, vamos decompor a palavra PATA. 
PAT (radical) + A (desinência de gênero) 
É possível mudar a significação e o gênero da palavra PATA, se alterarmos 
somente a vogal final, trocando A por O, conforme exemplo a seguir: 
PAT (radical) + O (desinência de gênero) 
Analisando as unidades menores da palavra PATA, é possível perceber que a 
troca de apenas um fome pode modificar totalmente a palavra, transformando-a 
em outra de significado completamente diferente, como o caso a seguir, onde 
substituímos a letra T pela letra R: 
PATA  PARA 
Esses exemplos é apenas para mostrar que uma análise linguística é possível 
quando decompomos uma palavra em partes menores (pares mínimos) A mesma 
coisa pode ser feita na Libras. 
Os estudos linguísticos da Libras apontam para 5 componentes que nos 
permitem estudas a língua através do estudo de unidades menores, partes essas 
essenciais e indispensáveis para a formação de um vocábulo (sinal). Esses cinco 
componentes são chamados de PARÂMETROS DA LIBRAS, são eles: 
1) Configuração de Mão; 
2) Ponto de Articulação ou Locação; 
3) Movimento; 
4) Orientação; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
5) Expressões não-manuais. 
 
Um sinal (vocábulo) na língua de sinais não se cria do nada, não se trata 
apenas de gesticulações vazias e aleatórias, para a criação de um novo sinal todos 
esses elementos descritos anteriormente devem ser levados em consideração. No 
capítulo 3, examinaremos cada um desses parâmetros em detalhes e 
entenderemos como eles são importantíssimos para as análises linguísticas da Libras. 
Assim, vimos até o momento a importância do alfabeto manual e dos 
parâmetros quando falamos da Libras. Mas você sabia que a Libras possui também 
marcações de plural, singular, intensidade e dentre outros aspectos comuns a 
línguas vocalizadas? Esse campo de estudo na Libras é chamado de 
Classificadores, como veremos na seção a seguir. 
2.3 OS CLASSIFICADORES 
Presentes também em línguas vocalizadas como o português, inglês e 
espanhol, os Classificadores, segundo Ferreira Brito (1995) “são um tipo de morfema 
gramatical e lexical, afixado, que serve para mencionar a classe a que pertence e 
descrever formas, maneiras na ação verbal etc.” Trata-se de um fenômeno 
linguístico que permite marcar “quase que de forma transparente” e perceptível 
aspectos relacionados à número, gênero, quantidade, intensidade, textura, formas, 
dentre outros aspectos. 
Apesar das diferenças entre as línguas de sinais do mundo todo, é esse 
fenômeno, os classificadores, que por um momento traz similaridades nas 
sinalizações dada a sua possível iconicidade. É por isso que, às vezes, mesmo sem 
saber Libras, uma pessoa pode ver uma sinalização e compreender parte do que 
está sendo dito. 
Por exemplo, caso uma pessoa esteja sinalizando uma notícia sobre uma 
tempestade, o uso do sinal CHUVA + VENTO concomitantemente utilizados com as 
devidas expressões faciais que denotam a intensidade da chuva e do vento, são 
considerados classificadores. Assim, fica claro que classificadores não são meros 
gestos ou pantomimas, na verdade ainda que haja a incorporação de gestos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
comuns, eles passam a ser gramaticalizados. 
Os estudos linguísticos da Libras explicitam e categorizam de diversas formas 
os classificadores, (FERREIRA-BRITO, 1995; GRINEVALD, 2000; QUADROS; STUMPF; LEITE, 
2013; SUPALA, 1986) baseados nessas pesquisas podemos destacar pelo menos 
cinco classificadores que funcionam como marcadores de concordância ou para 
explicitar manualmente imagens, são eles: 
 Classificadores Descritivos 
 Classificadores Especificadores 
 Classificadores de Número/ Plural 
 Classificadores Instrumentais 
 Classificadores de Corpo 
 
Estudaremos cada um deles detalhadamente e com exemplos no capítulo 4. 
Assim, vimos até o momento a riqueza e complexidade da Libras partindo do uso 
do alfabeto manual até às possibilidades de análise linguísticas por meio dos 
parâmetros e dos classificadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
 
1. (UFES – 2014) Sobre o alfabeto manual (ou datilologia), é CORRETO afirmar: 
 
a) O alfabeto manual é a única forma pela qual o surdo se comunica. 
b) Para escrever palavras por meio do alfabeto manual, é necessário o uso das 
duas mãos para a formação das sílabas de cada palavra. 
c) O alfabeto manual é um empréstimo linguístico da língua portuguesa, que é 
utilizado para representar nomes próprios ou algo que não possui um sinal. 
d) O alfabeto manual é padronizado mundialmente. 
e) No alfabeto manual, todas as letras são representadas de maneira icônica com 
uma das mãos. 
 
2. (UFBA – 2014 - adaptada) Observe as seis afirmações seguintes, que se referem 
ao alfabeto manual da Libras: 
 
I. É uma língua utilizada pela comunidade surda no Brasil; 
II. É um código de representação gestual das letras alfabéticas; 
III. Com o alfabeto datilológico é possível soletrar 27 diferentes letras (considerando 
também o “ç”); 
IV. É utilizado para soletrar nomespróprios de pessoas ou lugares, siglas ou palavras 
que ainda não possuem sinais correspondentes; 
V. O alfabeto datilológico é o mesmo em todos os países onde se utiliza língua de 
sinais; 
VI. Cada país tem seu próprio alfabeto manual, sendo que no Brasil, além do 
alfabeto datilológico comum, temos um alfabeto manual tátil para comunicação 
com interlocutores surdo-cegos. 
 
Quais dessas afirmações estão corretas? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
a) I, III, IV e VI. 
b) II, III, IV e VI. 
c) I, II, III e V. 
d) I, II, III e IV. 
e) I, III, IV e V. 
 
3. (FURB – 2019) A Língua Portuguesa e a Língua Brasileira de Sinais possuem 
diferenças, mas também semelhanças. Ao encontro desses aspectos, é correto 
afirmar: 
 
a) A fala ou os sinais são expressões de línguas distintas. A língua é um sistema 
coletivo de uma comunidade linguística, tecida por meio de trocas sociais, 
culturais e políticas. 
b) A língua de sinais apresenta uma sintaxe espacial, incluindo os chamados 
classificadores. A língua portuguesa usa uma sintaxe linear utilizando a descrição 
para captar o uso de classificadores. 
c) A língua de sinais utiliza a estrutura de foco através de repetições sistemáticas. 
Esse processo não é comum na língua portuguesa. relevante na língua 
portuguesa, apesar de poder ser substituído pela prosódia. 
d) A língua de sinais atribui um valor gramatical às expressões faciais. Esse fator não 
é considerado como 
e) A escrita da Língua de sinais não é alfabética. 
 
4. Analise o excerto de Ferreira Brito (1995): 
 
“[...] um tipo de morfema gramatical e lexical, afixado, que serve para mencionar a 
classe a que pertence e descrever formas, maneiras na ação verbal etc.” 
 
De qual fenômeno linguístico da Libras o excerto trata? Assinale a alternativa 
correta. 
 
a) Gestualização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
b) Alfabeto Manual. 
c) Parâmetros. 
d) Classificadores. 
e) Mímicas. 
 
5. (ITAME -2019) De acordo com Brito (1993, p. 38), o sinal, na Língua de Sinais, [...] é 
formado a partir da combinação do movimento das mãos com um determinado 
formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo 
ou um espaço em frente ao corpo. Esses conceitos trabalhados pela autora 
dizem respeito: 
 
a) A Datilologia dos Sinais. 
b) A Semântica das Línguas de Sinais. 
c) Aos Parâmetros das Línguas de Sinais 
d) À Gramática dos Sinais. 
e) Aos Quiremas. 
 
6. Sobre os parâmetros da Libras, assinale a alternativa correta: 
 
a) São unidades mínimas distintivas que formam os sinais. São quatro parâmetros 
composto por configuração de mão, ponto de articulação e movimento 
b) São unidades mínimas distintivas que formam os sinais que servem para indicar 
unicamente a localização espacial onde é feita a sinalização e a configuração 
de mão. 
c) São unidades mínimas distintivas que formam os sinais. Elas existem somente na 
língua de sinais brasileira. 
d) São unidades mínimas distintivas que formam os sinais. Elas existem somente em 
língua de sinais americana. 
e) São unidades mínimas distintivas que formam os sinais. São 5 parâmetros: 
configuração de mão, movimento, ponto de articulação, orientação de mão e 
expressão não-manual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
7. (FUNDATEC - 2019) Os sinais, na Língua Brasileira de Sinais, são constituídos a 
partir da: 
 
a) Percepção e criatividade de seus usuários, que não precisam seguir regras fixas. 
b) Inserção dos movimentos de negação, afirmação e elementos semânticos. 
c) Configuração de mãos associada ao conhecimento da língua portuguesa. 
d) Configuração de mãos, movimento, semântica e morfologia. 
e) Configuração de mãos, movimento, locação, expressão e ponto de 
articulação. 
8. (UFRN – 2017 – Adaptada) A Libras é uma língua que se articula nos níveis 
 
a) Fonético, morfológico e sintático, mas, discursivamente, realiza-se de forma 
rudimentar, pertencendo, portanto, à classe das linguagens concretas. 
b) Fonético e morfológico, mas apresenta inconsistências sintáticas, o que a coloca 
no subgrupo das línguas semi-articuladas. 
c) Morfológico e sintático, mas é desprovida de unidades fonéticas, o que a situa 
na categoria das línguas afônicas. 
d) Fonético, morfológico e sintático, mas se manifesta espaço-visualmente, não 
pertencendo, portanto, ao rol das línguas orais-auditivas. 
e) Morfológico e sintático, pois não se pode falar em nível fonético em línguas de 
sinais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
PARÂMETROS DA LIBRAS 
 
 
 
3.1 A CONFIGURAÇÃO DA MÃO (CM) 
Como vimos na unidade anterior, a Libras pode ser estudada e decomposta 
em unidades menores fundamentais para a construção de um sinal (vocábulo) 
essas unidades são chamadas de parâmetros. Sendo eles: configuração de mão; 
ponto de articulação; movimento; orientação /direcionalidade; expressões não 
manuais. Analisadas em pormenores nesta seção e nas seções consecutivas. 
A Configuração de Mão (CM), são as diversas formas que as mãos assumem 
para sinalizar. Segundo Karnopp (1999) essas configurações se dão pelos 
posicionamentos e seleção dos dedos ao executar um sinal. Não existe um número 
definitivo de configurações de mãos, Ferreira-Brito (1995) catalogou uma tabela 
com 46 configurações de mãos. Pimenta e Quadros apresentam posteriormente 
uma tabela com 61 configurações de mãos. Existem outros estudos que tem 
aumentado o número dessas configurações de mãos, na sequência, como 
referência apresenta-se a lista de Pimenta e Quadros (2010): 
 
 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
Figura 5: Configurações de mãos 
 
Fonte: Pimenta e Quadros (2010) 
Nota-se que as configurações de mão utilizadas para fazer o alfabeto 
manual, conforme estudado na unidade 2, faz parte desse quadro. A letra “A” é a 
CM -1, “B” CM- 52, “C” é a CM – 29 e assim sucessivamente. No entanto, vale 
lembrar que as configurações de mão não apresentam significados isoladamente, 
pois a construção de um sinal se dá a partir do uso de uma ou mais de uma delas 
associadas aos demais parâmetros (ponto de articulação, movimento, 
orientação/direcionalidade e expressões não manuais). 
 
 
 
3.2 O PONTO DE ARTICULAÇÃO (P.A) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
O ponto de articulação é o lugar do corpo ou espaço em que o sinal é feito 
podendo ser: cabeça, mão, tronco, braço ou espaço, conforme ilustra a figura a 
seguir: 
Figura 6: Espaços de realização dos sinais 
 
Fonte: Quadros e Karnopp (2004, p. 57) 
 
Alguns sinais, caracterizados como pares mínimos, são idênticos em todos os 
parâmetros diferenciando-se apenas pelo ponto de articulação, como é o caso 
dos sinais de SABADO e APRENDER, conforme evidenciado a seguir: 
 
Figura 7: Ponto de articulação “Aprender” e “Sábado” 
 
Fonte: Adaptado de Felipe e Monteiro (2007) 
 
Os sinais de “Aprender” e “Sábado”, são exemplos de pares mínimos, pois 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
tem a mesma configuração de mão 29 + 6 (de acordo com a figura 1). Ambas 
possuem o mesmo movimento (movimento de abre e fecha), mas são executados 
em pontos de articulação diferentes, pois “Aprender” é em frente a testa e 
“Sábado” em frente a boca. 
 
3.3 O MOVIMENTO (M) 
Os sinais podem ter um movimento ou serem estáticos, conforme figura 8: 
 
Figura 8: Exemplos de sinais com e sem movimentos 
 
Fonte: Felipe e Monteiro (2007) 
 
No caso de apresentarem movimentos, eles podem ser classificados quanto 
ao tipo, direção, maneira e frequência do sinal (QUADROS; KARNOPP; 2004). 
 Quanto ao tipo ele pode ser: retilíneo, circular, semicircular, sinuoso etc. 
 Quanto à direção ele pode ser: unidirecional, bidirecional, direita, 
esquerda, à frente. 
 Quanto à maneira ele pode ser: contínuo, seccionado, intenso, rápido etc. 
 Quanto à frequência ele pode ser: simples ou repetido. 
 
3.4 ORIENTAÇÃO (OR) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
Este parâmetro se refereà direção da palma da mão na execução de um 
determinado sinal. Segundo Ferreira-Brito (1995), elas podem sem classificadas 
como: para cima, para baixo, para o corpo, para a frente, para a direita ou para a 
esquerda, sempre em relação ao locutor (a quem está sinalizando) conforme 
descrito na figura a seguir. 
 
Figura 9: Orientações da Mão 
 
Fonte: Marentette (1995) 
 
A orientação e direção de um sinal, também podem modificar seu 
significado, como exemplificado na figura a seguir: 
 
Figura 10: Orientação de mão 
1) Ajudar 2) Ser ajudado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
Fonte: Gesser (2009) 
 
Analisando a figura 6, vemos duas sinalizações, no primeiro sinal da figura, a 
palma da mão está para frente e o movimento é em sentido ao interlocutor. Já na 
segunda sinalização, as mesmas configurações de mão, porém com a palma da 
mão vira para frente de quem executa a sinalização. 
 
3.5 EXPRESSÕES NÃO MANUAIS (ENMS) 
As Expressões Não Manuais, podem ser definidas também como expressões 
faciais e/ou corporais, elementos fundamentais na gramática da Libras. O estudo 
de Ferreira-Brito (2015), identificou que tais expressões não manuais podem ser 
materializadas no rosto, na cabeça e no tronco, conforme descrito a seguir: 
 
Quadro 1: Resumo de ENMs 
 Exemplos de Expressões Não Manuais 
Ros
to 
Parte superior: sobrancelhas franzidas; olhos arregalados; lance de 
olhos; sobrancelhas levantadas. 
Parte inferior: bochechas infladas; bochechas contraídas; lábios. 
Ca
beça: 
Movimento de assentimento (sim); movimento de negação; 
inclinação para frente; inclinação para o lado; inclinação para trás. 
Ros
to e 
cabeça: 
Cabeça projetada para frente; olhos levemente cerrados, 
sobrancelhas franzidas; cabeça projetada para trás e olhos arregalados. 
Tro
nco: 
Para frente; para trás; balanceamento alternado (ou simultâneo) 
dos ombros. 
Fonte: Ferreira-Brito (1995, p. 240 - 242) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
As expressões não manuais na Libras podem marcar questões sintáticas e 
fonológicas do discurso (QUADROS; KARNOPP; 2004). São responsáveis também 
pela marcação de intensidade, afirmação, interrogação e negação. 
Em sua função gramatical de intensidade, pode-se exemplificar da seguinte 
forma: 
“ESTÁ FRIO” X “ESTÁ MUITO FRIO”  em português 
Nas libras para diferenciar essa intensidade, ao invés de usar o sinal de 
MUITO, pode-se simplesmente fazer o sinal de FRIO + a expressão facial e corporal 
de muito frio (tronco para frente + sobrancelhas franzidas). 
Por fim, é possível perceber que a mínima mudança seja na configuração de 
mão, no ponto de articulação, na orientação ou nas expressões não manuais pode 
afetar toda a significação de um enunciado. Por isso a importância de estudar os 
aspectos gramaticais da Libras à medida em que se progride os estudos práticos da 
língua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (UFPA – 2018) De acordo com Gesser (2009), em Libras a orientação da palma 
da mão pode fazer a distinção do significado de um sinal. 
 
 
De acordo com a imagem acima, os sinais significam, respectivamente, 
 
a) Você me ajuda / Eu ajudo você. 
b) Nós o ajudamos / Ele nos ajuda. 
c) Eles ajudam você / Você os ajuda. 
d) Eu ajudo você / Você me ajuda. 
e) Vós ajudas ele / Ele vos ajuda. 
 
2. (IFAP – 2016) Quanto à fonologia da Libras, assinale a alternativa correta. 
 
a) Na Libras, as expressões faciais são elementos acessórios aos sinais. 
b) A configuração de mão sempre assume o formato de uma das letras do 
alfabeto datilológico. 
c) Um dos parâmetros da Libras, o movimento, é o espaço onde o sinal é 
realizado. 
d) O movimento e a direcionalidade do sinal são parâmetros básicos da Libras. 
e) O movimento dos olhos, na realização de frases negativas ou afirmativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
caracteriza um parâmetro fonológico da Libras. 
 
3. (IFF – 2018) A partir das pesquisas de Stokoe, Ferreira-Brito e outros estudiosos no 
Brasil, definiram-se os parâmetros fonológicos da LIBRAS, que são: 
a) Locação ou ponto de articulação, configuração de mãos, movimento, 
orientação da mão, expressões não manuais. 
b) Ponto de articulação, alfabeto manual e expressões não manuais. 
c) Orientação do olhar, ponto de articulação, expressão facial, expressões não 
manuais. 
d) Alfabeto manual, orientação do olhar, expressão corporal, configuração da 
mão. 
e) Locação ou ponto de articulação, expressões não manuais, expressão facial. 
 
4. (UEC -2018 - Adaptada). Na língua de sinais podem-se listar pares mínimos em 
relação às configurações de mão, ou à locação, ou ao movimento em que 
apenas a mudança de um destes elementos, em contraste com os demais 
idênticos, vai identificar o seu valor distintivo na língua. Assinale a opção que 
apresenta exemplos de pares mínimos na Libras quanto à locação. 
 
a) Aprender – sabado 
b) Marron – roxo 
c) Queijo – rir 
d) Saber – não saber 
e) Amor – saudade 
 
5. As expressões faciais fazem parte das expressões não manuais que compõe os 
classificadores. É uma das funções das expressões faciais gramaticais em Libras 
 
a) Marcar tempo verbal. 
b) Realizar concordância nominal. 
c) Realizar referenciação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
d) Marcar as interrogativas. 
e) Substituir os sinais 
 
6. (FUNRIO – 2014) Leia atentamente a definição abaixo e assinale a alternativa 
que complete corretamente a afirmativa: 
Os __________ são sinais que, substituindo o nome que as precedem, podem vir 
junto com o verbo para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação 
do verbo. Funcionam como partes dos verbos de movimento, localização, ou 
para descrever tamanhos e formas de objetos. 
 
A) classificados. 
B) compostos. 
C) classificadores. 
D) abstratos. 
E) gestos. 
 
7. (UFPA- 2018) Segundo Quadros e Karnopp (2004), o Ponto de Articulação ou 
a Locação é a área no corpo ou no espaço de articulação definido pelo corpo 
em que ou perto da qual o sinal é articulado, conforme ilustrado na imagem a 
seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
Os sinais que têm como Ponto de Articulação ou Locação, respectivamente, o 
braço, o espaço neutro, a bochecha, o nariz, a testa, o queixo e o peito do 
sinalizador são 
 
a) Educado, televisão, conseguir, biscoito, alemanha, saudade, água. 
b) Educado, televisão, conseguir, alemanha, biscoito, água, saudade. 
c) Educado, conseguir, televisão, biscoito, alemanha, água, saudade. 
d) Educado, televisão, conseguir, biscoito, alemanha, água, saudade. 
e) Educado, conseguir, biscoito, alemanha, água, saudade, televisão 
 
8. (ITAME -2019) De acordo com Brito (1993, p. 38), o sinal, na Língua de Sinais, [...] 
é formado a partir da combinação do movimento das mãos com um 
determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma 
parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo. Esses conceitos trabalhados 
pela autora dizem respeito: 
 
a) A Datilologia dos Sinais. 
b) A Semântica das Línguas de Sinais. 
c) Aos Parâmetros das Línguas de Sinais 
d) À Gramática dos Sinais. 
e) Aos Quiremas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
OS CLASSIFICADORES 
 
 
 
4.1 INTRODUÇÃO 
Antes de iniciar o detalhamento deste tema, é importante retomar o 
conceito de “Classificadores”, abordado na Unidade 2. Assim, classificadores, “são 
um tipo de morfema gramatical e lexical, afixado, que serve para mencionar a 
classe a que pertence e descrever formas, maneiras na ação verbal etc.” Trata-se 
de um fenômeno linguístico que permite marcar “quase que de forma 
transparente” e perceptível aspectos relacionados à número, gênero, quantidade, 
intensidade, textura, formas, dentre outros aspectos. Por se tratar de uma Unidade 
Lexical, os classificadores são formados levando em conta os parâmetros da Libras 
(MENDONÇA; 2012). 
 Vale a pena relembrar também que “os estudoslinguísticos da Libras 
explicitam e categorizam de diversas formas os classificadores, (FERREIRA-BRITO, 
1995; GRINEVALD, 2000; QUADROS; STUMPF; LEITE, 2013; SUPALA, 1986), baseados 
nessas pesquisas podemos destacar pelo menos cinco classificadores que 
funcionam como marcadores de concordância ou para explicitar manualmente 
imagens, são eles: Classificadores Descritivos, Classificadores Especificadores, 
Classificadores de Número/ Plural, Classificadores Instrumentais e Classificadores 
de Corpo” a definição e exemplificação de cada um destes se dará a seguir. 
 
4.2 CLASSIFICADORES DESCRITIVOS 
Os Classificadores descritivos, como o próprio nome sugere, são usados para 
descrever o som, a forma, a textura, o paladar, o cheiro, o tamanho, a 
consistência, a tonalidade etc., dos objetos, coisas e animais. No que diz respeito a 
forma, eles podem ser: dimensionais, bidimensionais ou tridimensionais 
Sim, com o uso dos classificadores descritivos é possível descrever qualquer 
aspecto ou característica, de um referente, assim como é possível ser feito em 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
qualquer outra língua vocalizada. 
Vejamos a seguir exemplos em que se usam os Classificadores Descritivos: 
 
4.3 CLASSIFICADORES ESPECIFICADORES 
Os Classificadores especificadores também estão visam descrever o som, a 
forma, a textura, o paladar, o cheiro, o tamanho, a consistência, a tonalidade etc., 
dos objetos, coisas e animais, no entanto, diferentemente dos descritivos, eles visam 
especificar: 
 
A localização de elementos 'de' ou 'em' um referente (números, 
símbolos etc.); ou (ii) o modo como os referentes “arranjam-se”, 
dispõem-se, distribuem-se ou espalham-se no espaço; o modo como 
os referentes estão dispostos em dado lugar ou contexto, por 
exemplo: enrolados, em círculos, empilhados, enfileirados, 
espalhados etc (FARIA-NASCIMENTO, 2009, p. 121). 
 
Ou seja, os classificadores especificadores dizem sobre a localização ou o 
modo como os referentes estão/são em relação a um espaço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
 
Quadro 2: Exemplos de uso de Classificadores Especificadores: 
O Modo como a fumaça se espalha 
 
 
 
Fumaça saindo das 
chaminés de indústrias 
 
 
 
Fumaça da explosão de 
uma bomba atômica 
 
 
 
 
 
 
Fumaça de um churrasco 
 
 
 
Fumaça de um incenso 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
A especificação quanto a localização pode ser exemplificada com a 
localização de um número, por exemplo (número da casa, número da camiseta de 
futebol, número de telefone). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
4.4 CLASSIFICADORES DE NÚMERO/ PLURAL 
Veja, a seguir, exemplos em que se usam os Classificadores de número/plural: 
Quadro 3: Classificadores de número/plural 
Vários livros na 
estante na posição 
vertical 
 
Livros sobre uma 
mesa na posição 
horizontal 
 
Carros em um 
estacionamento 
 
Disposição de 
cadeiras em um 
auditório 
 
Pessoas em uma fila 
indiana 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
Com o uso deste classificador, é possível descrever a quantidade de objetos, 
pessoas, coisas, animais etc. em um determinado espaço. Neste processo a mão 
substitui, ou incorpora o objeto e, por meio da repetição e extensão, representa sua 
quantidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
 
4.5 CLASSIFICADORES INSTRUMENTAIS 
Vejamos a seguir exemplos em que se usam os Classificadores Instrumentais: 
 
 
Quadro 4: Classificadores Instrumentais 
Usar uma 
Britadeira 
 
 
 
 
Usar uma 
tesoura 
 
 
 
 
Pintar um 
quadro com 
pincel 
 
 
 
 
Pintar parede 
com rolo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
Passar batom 
 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
Com o uso desse classificador as mãos, o corpo e a expressão facial do 
sinalizador incorpora o formato e/ou a ação (funcionamento) do instrumento 
referido. 
 
4.6 CLASSIFICADORES DE CORPO 
Este, é um classificador que descreve a ação corporal (de uma pessoa, de 
um animal) da forma como ela acontece na realidade. O sinalizador utiliza a parte 
superior do corpo (as mãos, os braços e as expressões faciais e corporais), para 
como que “simular” a ação. Tem uma grande semelhança com os Classificadores 
Instrumentais, porém se diferencia pelo fato de que não há a manipulação nem o 
toque de objetos. 
Veja, a seguir, exemplos em que se usam os Classificadores de Corpo: 
 
Quadro 5: Classificadores de Corpo 
O andar de um 
Leão Bravo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 
O rastejar de 
uma cobra 
 
 
O andar de 
uma pessoa 
bem idosa 
 
 
A 
ultrapassagem 
de um corredor 
em uma 
maratona 
 
 
Uma pessoa 
andando de 
sapatos com 
saltos altos 
 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
Por fim, é muito importante lembrar que os classificadores, sendo uma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
unidade lexical e parte da gramática da Libras, se diferenciam de mímicas e 
pantomimas, pois além de todos os aspectos linguísticos supracitados, por se tratar 
de uma língua de sinais, tem-se que levar em consideração. 
 
Figura 11: Espaço de realização dos sinais na Libras 
 
Fonte: Langevin e Ferreira Brito (1988) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (CCV – UFC -2019) Sobre classificadores em língua de sinais é correto afirmar: 
 
a) Os classificadores são morfemas que existem tanto em línguas orais, como em 
línguas de sinais. 
b) As configurações de mãos e o movimento são partes constituintes de um 
classificador em língua de sinais. 
c) Os classificadores não podem funcionar como nome, como adjetivo, como 
advérbio de modo ou como locativo. 
d) Em uma narrativa em língua de sinais, os classificadores não podem assumir uma 
relação espacial entre pessoas e objetos. 
e) As Configurações de mãos são fonemas das línguas de sinais e, por isso, 
funcionam como afixos classificadores que se juntam aos verbos. 
 
2. (IF SERTÃO -PE – 2016) Nas línguas de sinais os classificadores utilizam 
configurações de mãos que representam alguma propriedade física de uma 
classe. Na Libras encontram-se os seguintes tipos de classificadores: 
 
a) Classificadores específicos, classificadores de plural, classificadores de corpo, 
classificadores de movimento, classificadores instrumentais. 
b) Classificadores de movimento, classificadores descritivos, classificadores de plural, 
classificadores instrumentais, classificadores de plural. 
c) Classificadores de unidade, classificadores específicos, classificadores de plural, 
classificadores de movimento, classificadores instrumentais. 
d) Classificadores descritivos, classificadores específicos, classificadores 
instrumentais, classificadores de unidade, classificadores de plural. 
e) Classificadores específicos, classificadores descritivos, classificadores de plural, 
classificadores de corpo, classificadores instrumentais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
3. (FUNRIO – 2014) Leia atentamente a definição abaixo e assinale a alternativa que 
complete corretamente a afirmativa: 
Os __________ são sinais que, substituindo o nome que as precedem, podem vir 
junto com o verbo para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação 
do verbo. Funcionam como partes dos verbos de movimento, localização, ou 
para descrever tamanhos e formas de objetos. 
a) Classificados. 
b) Compostos. 
c) Classificadores. 
d) Abstratos. 
e) Gestos. 
 
4. (INSTITUTO AOCP- 2016) Os classificadores são recursos linguísticos usados para 
descrever pessoas, animais, objetos, movimentos ou localização. Mediante essa 
afirmação, assinale a alternativa correspondente a tipos de classificadores. 
 
a) CL Descritivo, CL Indicativo, CL do Corpo. 
b) CL Locativo, CL Semântico, CL Direcional. 
c) CL de Parte do Corpo, CL Especificador, CL Nome e Número. 
d) CL de Elemento, CL Direcional, CL do Plural. 
e) CL Indicador, CL de Nome, CL de Localização5. (UFU -MG – 2019 - Adaptada) Nas frases: “Colocar um livro na estante” / “Colocar 
as cartas sobre a mesa” / “Colocar os copos na lavadora”, é correto afirmar que, 
em língua de sinais, o verbo COLOCAR, tal como usado nas frases, pertence a 
 
a) Verbo classificador. 
b) Verbo espacial (+loc). 
c) Verbo com concordância. 
d) Verbo simples. 
e) Verbo composto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
6. (COPEVE-UFAL-2019) Os classificadores envolvem uma categoria polimórfica 
específica das línguas de sinais. Esse tipo de produção abrange uma 
combinação de morfemas altamente complexos simultaneamente articulados. 
As descrições de classificadores apresentam três diferentes tipos, conforme as 
imagens a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
 
Estes tipos podem ser classificados respectivamente como classificadores: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
 
a) De tamanho e forma, de manipulação e de entidade. 
b) De objetos, de ações e de pessoas. 
c) De simetria, de dominância e de cruzamento. 
d) De nomes, verbos e pronomes. 
e) De concretos, abstratos e espaciais. 
 
7. (CCV – UFC- 2018) Conforme as autoras Quadros, Campello, Pizzio e Rezende 
(2009), sobre os classificadores na Libras é correto afirmar que: 
 
a) Os classificadores são considerados exclusivamente descritivos. 
b) A escolha de um classificador é geralmente uma escolha morfológica. 
c) Os classificadores descritivos apresentam apenas a função bidimensional. 
d) Os classificadores representam a relação entre gramatical e agramatical em um 
dado contexto dentro do sistema de uma determinada língua. 
e) A função dos classificadores especificadores é descrever visualmente a forma, o 
tamanho, a textura, o paladar, o cheiro, os sentimentos, “o olhar”, “os sons” do 
material, do corpo da pessoa e dos animais 
 
8. (COVEST - COPSET-2019) _________________ se refere ao tamanho e à forma. É 
utilizado para apresentar a aparência de um objeto, isto é, a forma, o tamanho, 
a textura ou o desenho de um objeto. Usualmente, é produzido com ambas as 
mãos, para formas simétricas ou assimétricas. Assinale a alternativa que preenche 
corretamente a lacuna acima. 
 
a) Classificador semântico. 
b) Classificador do plural. 
c) Classificador instrumental. 
d) Classificador descritivo. 
e) Classificador de corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
PRIMEIROS SINAIS – VOCABULÁRIO 
 
 
 
5.1 INTRODUÇÃO 
Até o momento, foi possível explanar, basicamente, os aspectos históricos e 
linguísticos da Libras. Na unidade 2, apresentou-se o alfabeto manual bem como os 
numerais em Libras. No entanto, é importante relembrar que dominar, unicamente, 
a sinalização do alfabeto não significa saber Libras. Se familiarizar com alguns sinais 
é um passo importante para estabelecer os primeiros diálogos com pessoas surdas. 
Neste sentido, esta última unidade visa focar na aquisição de vocabulários e 
expressões básicas na comunicação em Libras. 
 A seguir, apresentaremos algumas expressões e sinais. Atente-se para 
configuração das mãos representadas nas imagens e para as setas, que indicam a 
direcionalidade do sinal. 
 
5.2 CUMPRIMENTOS (VOCABULÁRIO) 
O sinal de “Bom Dia”, sofre algumas variações a depender da região ou 
localidade. Isso é um exemplo de Variação Linguística na Libras. 
 
Figura 12: Bom dia em Libras
Fonte: Oliveira (2009) 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pimenta (2019, online)
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
 
 
 
Figura 13: Outros cumprimentos 
 
 
 
Fonte: Oliveira (2009) 
 
Obs. o sinal de MEU pode ser também com a mão espalmada batendo no 
peito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
 
 
 
Fonte: Oliveira (2009) 
 
Fonte: Pimenta (2019, online) 
 
 
 
 
5.3 CALENDÁRIO – DIAS DA SEMANA, MESES, ANOS - (VOCABULÁRIO) 
Analise atentamente os sinais de tempo que estão dispostos abaixo. Os dias 
da semana, meses e a forma de se referir a passagem de tempo dos anos. 
 
Figura 14: Dias Da Semana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
 
 
 
Fonte: Oliveira (2009) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
Figura 15: Meses do ano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
 
 
Fonte: Oliveira (2009) 
 
Figura 16: Anos 
 
 
Fonte: Oliveira (2009) 
 
 
 
5.4 VERBOS ANTÔNIMOS – (VOCABULÁRIO) 
Nesta seção apresentaremos alguns sinais antônimos, além de possibilitar a 
aprendizagem dos sinais e seus correspondentes contrários na Libras, esta seção 
proporcionará também uma ampliação vocabular, elemento necessário para a 
fluência na língua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
 
Figura 17: Verbos antônimos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
 
Fonte: Oliveira (2009) 
 
Observando atentamente os pares das imagens anteriores, é possível 
identificar algo comum a todas elas. Na próxima unidade, abordaremos 
detalhadamente essa característica linguística na composição de orações na 
Libras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (QUADRIX-2019 - Adaptada) Assinale a alternativa que corresponde à sinalização 
apresentada na figura abaixo 
 
 
a) Boa tarde, boa noite, boa madrugada 
b) Bom almoço, boa tarde, bom jantar 
c) Olá, tudo bem? 
d) Bom dia, boa tarde, boa noite 
e) Obrigada, de nada, tudo bem 
 
2. (UFES-2014) Sobre o alfabeto manual (ou datilologia), é CORRETO afirmar: 
 
a) O alfabeto manual é a única forma pela qual o surdo se comunica. 
b) Para escrever palavras por meio do alfabeto manual, é necessário o uso das 
duas mãos para a formação das sílabas de cada palavra. 
c) O alfabeto manual é um empréstimo linguístico da língua portuguesa, que é 
utilizado para representar nomes próprios ou algo que não possui um sinal. 
d) O alfabeto manual é padronizado mundialmente. 
e) No alfabeto manual, todas as letras são representadas de maneira icônica com 
uma das mãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
 
3. (VUNESP-2019) Observe a palavra a seguir: 
 
 
 
Assinale a alternativa que contém o significado da datilologia apresentada. 
 
a) Meses. 
b) Verme. 
c) Vezes. 
d) Verde. 
e) Fezes. 
 
4. Observe as sinalizações da figura a seguir e estabeleça a sua relação com uma 
das alternativas abaixo: 
 
 
 
a) Dias da semana. 
b) Meses do ano . 
c) Anos. 
d) Números cardinais. 
e) Saudações. 
 
5. Observe as sinalizações da figura a seguir e estabeleça a sua relação com uma 
das alternativas abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
66 
 
 
 
 
a) Dias da semana. 
b) Meses do ano . 
c) Anos. 
d) Números cardinais. 
e) Saudações . 
 
6. As imagens a seguir representam alguns dos meses do ano em Libras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
 
Selecione a alternativa que apresenta, respectivamente, a sequência correta : 
 
a) Maio/ Junho/ Abril. 
b) Abril/ Julho/ Maio. 
c) Abril/ Junho/ Maio. 
d) Outubro/Junho/ Maio. 
e) Outubro /Abril/ Maio. 
 
7. Observe as sinalizações a seguir e as relacione, na ordem em que se apresentam, 
com as alternativas abaixo 
 
 
 
a) Mês/ Segunda-feira / Dia 
b) Janeiro / Fevereiro/ Domingo 
c) Janeiro/ Segunda-feira / Domingo 
d) Domingo/ Dois / Dia 
e) Mês/ Segunda-feira/ Domingo 
 
8. (COVEST-COSET- 2019) Sobre a datilologia, assinale a alternativa correta. 
 
a) Não é língua de sinais, mas cabe a ela o processo de transposição de palavras 
do Português para a Libras. 
b) É língua de sinais, pois cabe a ela o processo de transposição de palavras da 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
 
Libras para o português. 
c) Não é língua de sinais, embora caiba a ela a formulação de todas as 
configurações de mãos. 
d) É língua de sinais, pois todos os sinais partem de suas configurações de mãos. 
e) É língua de sinais e cabe a ela a transposição da configuração das mãos para as 
palavras de uma língua oral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
 
CONSTRUINDOSENTENÇAS - 
ASPECTOS GRAMATICAIS 
 
 
 
6.1 ORDENAÇÃO DAS SENTENÇAS EM LIBRAS 
 
A sintaxe é responsável por descrever a ordem e estabelecer relação entre 
as palavras e os termos de uma determinada oração. Quadros e Karnopp (2004), 
sobre esta questão, dissertam que: 
 
Ordem das palavras é um conceito básico relacionado com a 
estrutura da frase de uma língua. O fato de que as línguas podem 
variar suas ordenações das palavras apresenta um papel significante 
nas análises linguísticas. Por exemplo, Greenberg (1966) observou que 
de seis combinações possíveis de sujeito (S), objeto (O) e verbo (V), 
algumas delas são mais comuns do que outras. (QUADROS; 
KARNOPP, 2004, p.133). 
 
Diversos Linguistas que pesquisam línguas de sinais (ARAÚJO, 2013; FELIPE, 
1989; FERREIRA-BRITO, 1995; QUADROS, 1999, QUADROS; KARNOPP, 2004), admitem a 
possibilidade de diversas ordenações na Libras, mas todos concordam que a 
predominante é a S.V.O (Sujeito – Verbo – Objeto). 
 
Por exemplo: 
 
JONAS COMPROU BICICLETA 
(SUJEITO + VERBO + OBJETO) 
 
Existem, porém, outras possibilidades de ordenação como a OSV e a SOV 
 
Por exemplo: 
 
BICICLETA, JOÃO COMPROU 
(OBJETO +SUJEITO + VERBO) 
 
Neste caso há o que chamamos de topicalização (QUADROS, 2000), muito 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
 
 
comum em Libras. Em outras palavras o que ocorre é: 
 
BICICLETA (tópico), JOÃO COMPROU (comentário) 
 
No caso das frases com ordenação em SOV, segundo QUADROS (2000), elas 
acontecem, mas com a presença de verbos manuais, ou desde que essas trocas 
não gerem a possibilidade de reversão de sujeitos, pois em casos de reversibilidade 
a ordenação SOV torna-se agramatical. 
 
Exemplo: 
 
JOÃO BICICLETA COMPROU 
(SUJEITO + VERBO + OBJETO)  gramatical 
 
No entanto, se fosse a frase original fosse JOÃO AMA MARIA a ordenação 
SOV seria agramatical, pois a frase MARIA AMA JOÃO (reversibilidade) trata-se de 
uma outra frase, ou seja, neste caso a ordenação SOV não cabe. 
As demais ordenações (VSO, OVS e VOS) –, segundo Quadros (2000) não são 
derivadas na LIBRAS, mesmo com a presença de alguma marca especial, logo, são 
agramaticais. 
 
 
 
6.2 AS INTERROGATIVAS EM LIBRAS 
A ordenação também está presente nas sentenças interrogativas, afinal, elas 
também são construções linguísticas. No entanto, nas sentenças interrogativas em 
Libras, independente das ordenações sintáticas, há a presença INDISPENSÁVEL de 
um elemento: as marcas não manuais. Sem os elementos não manuais (expressão 
facial e/ou corporal) qualquer sentença deixa de ser classificada como 
interrogativa. (QUADROS; KARNOPP, 2004) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
 
 
 
 
Essas marcas não manuais podem ser: o arquear da sobrancelha, o inclinar 
da cabeça juntamente com o arquear da sobrancelha, inclinar do tronco para 
frente ou para trás, dentre outras possibilidades. 
Na maioria das sentenças interrogativas há a presença dos elementos 
linguísticos interrogativos (o que, quem, como, onde, por que, quando etc.) Porém, 
veremos exemplos em que eles não aparecem, pois estão ocultos ou subtendidos 
em um diálogo. 
Exemplo de frases interrogativas: 
Em português: Onde você mora? 
Em Libras: VOCÊ MORA ONDE 
 
Há uma leve elevação da cabeça e um franzir das sobrancelhas. 
Interrogativa que expressa curiosidade, note que há uma inversão na ordem da 
sentença e o elemento interrogativo é deslocado para o final da frase. 
 
Em português: Quem ganhou o jogo? 
Em Libras: QUEM GANHOU O JOGO QUEM 
 
Há uma leve elevação da cabeça e o levantar das sobrancelhas. 
Interrogativa que expressa uma curiosidade pela novidade, excitação, note que há 
uma repetição do elemento interrogativo ao final da frase. A sinalização do sinal 
QUEM, é feita de modo repetitivo tanto no início quanto no final da sentença. 
 
Em português: O Jonas Comprou um carro? 
Em Libras: JONAS COMPRAR CARRO 
 
Há um leve abaixamento da cabeça, acompanhado elevação das 
sobrancelhas. Interrogativa que expressa dúvida e desconfiança é como se 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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dissesse: “Eu não acredito que o Jonas comprou um carro!”. 
 
 
 
 
 
Figura 18: Expressões interrogativas em Libras 
 
 
Fonte: Capovilla e Raphael (2001) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
 
Acima, foram apresentados para a ampliação vocabular alguns dos sinais 
interrogativos na Libras. 
 
6.3 AS NEGATIVAS EM LIBRAS 
As sentenças negativas são aquelas que apresentam em sua estrutura uma 
negação, geralmente acompanhadas das palavras NÃO, NEM, NUNCA, JAMAIS 
etc. Na Libras, elas podem vir acompanhadas do vocábulo (sinal) NÃO, ou por 
meio da incorporação da negação, sem a utilização do sinal NÃO. Em grande 
parte das construções frasais negativas, em Libras, a negação é marcada por 
elementos não manuais - expressão faciais e/ou corporais - (QUADROS; PIZZIO; 
REZENDE, 2008). 
No capítulo 5, vimos alguns exemplos de vocabulários antônimos, naquela 
lista, é possível perceber uma marcação não manual comum a todos os sinais ali 
listados. Reanalisemos estes exemplos, especificamente, nas imagens a seguir: 
 
Figura 19: Exemplo de sinais de negação 
 
 
Fonte: Oliveira (2009) 
 
Note que em todos as sinalizações, da figura anterior, há a incorporação da 
negação, o balançar da cabeça de um lado para o outro, é uma das formas de se 
fazer isso. A incorporação da negação pode ser evidenciada também, em alguns 
casos, pela sinalização direcionalmente contrária, como é o caso dos sinais 
QUERER/ NÃO QUERER. 
Assim, com todas as análises linguísticas feitas ao longo dessas unidades, é 
possível reafirmar o status linguístico da Libras e ressaltar a importância de se 
aprofundar nos estudos gramaticais em todos os seus níveis o fonético, o 
morfológico e o sintático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. (INSTITUTO MACHADO DE ASSIS -2018 - Adaptada) A Língua de Sinais utiliza as 
expressões faciais e corporais para estabelecer tipos de frases, como as 
entonações na língua portuguesa. A imagem abaixo trata de qual tipo de frase? 
 
 
 
a) Frase exclamativa. 
b) Frase afirmativa. 
c) Frase negativa. 
d) Frase interrogativa. 
e) Frase agramatical. 
 
2. (UFMT 2017) A Libras possui diversas regras gramaticais, um aspecto dessa língua 
de modalidade visual-espacial é o fenômeno de incorporação. Um processo 
produtivo na língua de sinais brasileira é a incorporação da negação. Sobre esse 
processo, analise as afirmativas abaixo. 
 
I. Na Libras, pode ocorrer a incorporação da negação em alguns verbos, que, 
com um movimento contrário, caracteriza a negação incorporada, como nos 
verbos QUERER/QUERER-NÃO. 
II. Em todos os verbos na Libras, a incorporação de negação é feita pelo indicador 
movimentando-se de um lado para outro, representando o sinal de NÃO logo 
após o sinal a ser negado. 
III. Outra forma de incorporação de negação pode ocorrer simultaneamente ao 
movimento ou à expressão corporal, são exemplos TER e NÃO-TER, PODER e NÃO-
PODER. 
 
Está correto o que se afirma em 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a) II, apenas. 
b) I, II e III. 
c) II e III, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) Nenhuma das afirmativas está correta. 
 
3. (CCV -UFC- 2018) “A ordem das palavras é o conceito básico relacionado à 
estrutura da sentença de uma língua. A ideia de que as línguas podem 
apresentar diferentes ordens básicas teve um papel significativo na análise 
linguística” (QUADROS, PIZZIO, REZENDE, 2008). 
 
Sobre a ordem das palavras na Libras, é correto afirmar que: 
 
a) A ordem SOV é derivada da ordem OSV. 
b) As ordens VSO e OVS são possíveis na Libras. 
c) Na Libras só é possível a seguinte ordem: OSV. 
d) A ordem SOV é considerada agramatical na Libras. 
e) A ordem SOV é permitida quando há alguma característica especial, como a 
concordância e os marcadores não manuais. 
 
4. (IBADE-2018) A diferença entre a língua oral

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