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RESUMO LEP
Do Condenado e do Internado (arts. 5º a 60 da Lei nº 7.210/84)
TÍTULO II - Do Condenado e do Internado
 
Vamos apresentar uma esquematização do que trata a LEP sobre o CONDENADO/INTERNADO.
 
CLASSIFICAÇÃO:
 os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para 
orientar a individualização da execução penal.
 Feita por Comissão Técnica de Classificação.
 condenados por crime doloso com violência de natureza grave contra pessoa ou hediondos 
serão submetidos identificação por DNA.
 
ASSISTÊNCIA:
Dever do Estado e estende-se ao egresso.
 
Tipos de Assistência:
 Material - alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
 Saúde - médico, farmacêutico e odontológico (ATENÇÃO: não prevê psicológico).
 Jurídica - constituir advogado para os sem recursos financeiros.
 Educacional - instrução escolar (1º grau obrigatório) e a formação profissional.
 Social - finalidade amparar e preparar para o retorno à liberdade.
 Religiosa - a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a 
posse de livros de instrução religiosa.
 
Assistência ao Egresso (liberado definitivo, pelo prazo de 1 anos após saída OU o liberado 
condicional, durante o período de prova):
 na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
 concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo 
prazo de 2 (dois) meses.
 
TRABALHO:
 finalidade educativa e produtiva.
 remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 do salário mínimo.
 prestação de serviço à comunidade não será remunerada.
 
Trabalho Interno:
 Condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões 
e capacidade.
 Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do 
estabelecimento.
 Os órgãos da Administração Pública adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens 
ou produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendável realizar-se a 
venda a particulares.
 
Trabalho Externo:
 Será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras públicas 
realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que 
tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
 
DEVERES, DIREITOS E DISCIPLINAS
 
DEVERES:
 
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-
se;
III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de 
subversão à ordem ou à disciplina;
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua 
manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
 
DIREITOS:
 
I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a 
recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas 
anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias 
determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da 
pena;
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura 
e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons 
costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da 
responsabilidade da autoridade judiciária competente.
 
DISCIPLINAS: em leves, médias e graves.
 
Faltas graves nas privativas de liberdade:
 incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
 fugir;
 possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
 provocar acidente de trabalho;
 descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
 inobservar a obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
 inobservar a execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
 tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a 
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
 
Faltas graves nas restritivas de direitos:
 descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
 retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
 inobservar a obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
 inobservar a execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
 
Sobre a FALTA GRAVE NA EXECUÇÃO PENAL o STJ lançou uma edição própria de sua publicação 
JURISPRUDÊNCIA EM TESES:
1) Após a vigência da Lei n. 11.466, de 28 de março de 2007, constitui falta grave a 
posse de aparelho celular ou de seus componentes, tendo em vista que a ratio 
essendi da norma é proibir a comunicação entre os presos ou destes com o meio 
externo.
2) A prática de fato definido como crime doloso no curso da execução penal 
caracteriza falta grave, independentemente do trânsito em julgado de eventual 
sentença penal condenatória. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - 
Tema 655)
3) Diante da inexistência de legislação específica quanto ao prazo prescricional 
para apuração de falta grave, deve ser adotado o menor lapso prescricional 
previsto no art. 109 do CP, ou seja, o de 3 anos para fatos ocorridos após a 
alteração dada pela Lei n. 12.234, de 5 de maio de 2010, ou o de 2 anos se a falta 
tiver ocorrido até essa data.
4) Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar, no âmbito da execução 
penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor 
do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por 
advogado constituído ou defensor público nomeado. (Tese julgada sob o rito do 
art. 543-C do CPC/73 - Tema 652)
5) A prática de falta grave pode ensejar a regressão cautelar do regime prisional 
sem a prévia oitiva do condenado, que somente é exigida na regressão definitiva.
6) O cometimento de falta grave enseja a regressão para regime de cumprimento 
de pena mais gravoso.
7) A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a obtenção do 
benefício da progressão de regime.
8) Com o advento da Lei n. 12.433, de 29 de junho de 2011, o cometimento de falta 
grave não mais enseja a perda da totalidade do tempo remido, mas limita-se ao 
patamar de 1/3, cabendo ao juízo das execuções penais dimensionar o quantum, 
segundo os critérios do art. 57 da LEP.
9) A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional. 
(Súmula n. 441/STJ)
10) A prática de falta grave não interrompe o prazo para aquisição do indulto e da 
comutação, salvo se houver expressa previsão a respeito no decreto concessivo dos
benefícios.REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (tem caído muito):
 
Quando será submetido ao RDD?
 crime doloso constitui falta grave; e
 subversão da ordem ou disciplina internas; ou
 alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade; ou
 fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações 
criminosas, quadrilha ou bando.
 
Quem será submetido ao RDD?
 Preso provisório, ou condenado.
 
Quais características do RDD?
 
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da 
sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena 
aplicada;
II - recolhimento em cela individual;
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de 
duas horas;
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol.
 
SANÇÕES E RECOMPENSAS
 
SANÇÕES:
I - advertência verbal;
II - repreensão;
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam 
alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.
 
RECOMPENSAS:
I - o elogio;
II - a concessão de regalias.
Da Execução das Penas em Espécie (arts. 105 a 170 da Lei nº 7.210/84)
TÍTULO V - Da Execução das Penas em Espécie
 
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE:
 
Transitando em julgado, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia 
de recolhimento para a execução.
Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se 
por outro motivo não estiver preso.
 
REGIMES
 
O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena
privativa de liberdade (CUIDADO: o juiz da sentença, e não do juiz da execução).
Quando houver condenação por mais de um crime a determinação do regime de cumprimento 
será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas.
Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo
cumprida, para determinação do regime.
 
CAI MUITO: Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência
particular quando se tratar de:
 
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante.
 
REGRESSÃO DE REGIME:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, 
torne incabível o regime (artigo 111).
 
AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA: permissão de saída e saída temporária.
 
Permissão de Saída: sair do estabelecimento, mediante escolta.
Saída Temporária: sair temporariamente sem vigilância (pode monitoração 
eletrônica).  
Permissão de Saída: fechado, semi-aberto ou provisórios.
Saída Temporária: semi-aberto.  
Permissão de Saída: falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, 
ascendente, descendente ou irmão; ou necessidade de tratamento médico.
Saída Temporária: visita à família; freqüência a curso supletivo profissionalizante, 
bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução; 
participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.  
Permissão de Saída: diretor do estabelecimento.
Saída Temporária: Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a 
administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos: 
comportamento adequado; cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o 
condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente; compatibilidade do 
benefício com os objetivos da pena.  
Permissão de Saída: duração necessária à finalidade da saída.
Saída Temporária: não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 
(quatro) vezes durante o ano.
REMIÇÃO:
Estudo - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino 
fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação 
profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias.
Trabalho- 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
 
Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, recomeçando 
a contagem a partir da data da infração disciplinar.
 
O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.
 
MONITORAÇÃO ELETRÔNICA poderá quando:
 autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
 determinar a prisão domiciliar;
 
A monitoração eletrônica poderá ser revogada:
 quando se tornar desnecessária ou inadequada;
 se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou 
cometer falta grave.
 
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS:
 Prestação de Serviços à Comunidade
 Limitação de Fim de Semana
 Interdição Temporária de Direitos
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENAL:
O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena 
privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos.
Dos Órgãos da Execução Penal (art. 61 a 81-B da Lei nº 7.210/84)
TÍTULO III - Dos Órgãos da Execução Penal (veja as competências na LEP seca)
 
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
II - o Juízo da Execução;
III - o Ministério Público;
IV - o Conselho Penitenciário;
V - os Departamentos Penitenciários;
VI - o Patronato;
VII - o Conselho da Comunidade.
VIII - a Defensoria Pública.
Dos Estabelecimentos Penais (art. 82 a 104 da Lei nº 7.210/84)
TÍTULO IV - Dos Estabelecimentos Penais
 
 Penitenciária: reclusão em regime fechado.
 Colônia Agrícola, Industrial ou Similar: regime semi-aberto.
 Casa do Albergado: privativa de liberdade em regime aberto e da pena de limitação de fim de 
semana.
 Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico.
 Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico: inimputáveis e semi-imputáveis.
 Cadeia pública: presos provisórios.

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