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Barbara Almeida Souza EIA-Rima: estrutura geral e relações Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Jeane Passos de Souza - CBR 8a/6189) Halat, Angela Modelos de gestão no varejo / Angela Halat. – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2016. (Série Universitária) Bibliografia. e-ISBN 978-85-396-1065-5 1. Administração – vendas 2. Comércio varejista : Gestão de vendas I. Título. 16-385s CDD-658.81 658.87 BISAC BUS0580010 Índice para catálogo sistemático 1. Administração de vendas 658.81 EIA-RIMA: ESTRUTURA GERAL E RELAÇÕES Eduardo Augusto Rocha de Oliveira Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Jeane Passos de Souza Gerente/Publisher Jeane Passos de Souza (jpassos@sp.senac.br) Coordenação Editorial Márcia Cavalheiro Rodrigues de Almeida (mcavalhe@sp.senac.br) Comercial Marcelo Nogueira da Silva (marcelo.msilva@sp.senac.br) Administrativo Luís Américo Tousi Botelho (luis.tbotelho@sp.senac.br) Acompanhamento Pedagógico Nome Designer Educacional Jussara Cristina Cubbo Revisão Técnica Nome Colaboração Nome Revisão de Texto Nome Projeto Gráfico Alexandre Lemes da Silva Emília Correa Abreu Capa Antonio Carlos De Angelis Editoração Eletrônica Nome Ilustrações Nome Imagens iStock Photos E-pub Ricardo Diana Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Senac São Paulo Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486 E-mail: editora@sp.senac.br Home page: http://www.editorasenacsp.com.br © Editora Senac São Paulo, 2016 Sumário Capítulo 1 Nome do capítulo, 1 1 Nome do título, 1 2 ome do título, 1 3 ome do título, 1 4 ome do título, 1 Considerações finais, 1 Referências bibliográficas, 1 Capítulo 2 Nome do capítulo, 2 1 Nome do título, 2 2 ome do título, 2 3 ome do título, 2 4 ome do título, 2 Considerações finais, 2 Referências bibliográficas, 2 Capítulo 3 Nome do capítulo, 3 1 Nome do título, 3 2 ome do título, 3 3 ome do título, 3 4 ome do título, 3 Considerações finais, 3 Referências bibliográficas, 3 Capítulo 4 Nome do capítulo, 4 1 Nome do título, 4 2 ome do título, 4 3 ome do título, 4 4 ome do título, 4 Considerações finais, 4 Referências bibliográficas, 4 Capítulo 5 Nome do capítulo, 5 1 Nome do título, 5 2 ome do título, 5 3 ome do título, 5 4 ome do título, 5 Considerações finais, 5 Referências bibliográficas, 5 Capítulo 6 Nome do capítulo, 6 1 Nome do título, 6 2 ome do título, 6 3 ome do título, 6 4 ome do título, 6 Considerações finais, 6 Referências bibliográficas, 6 7 Capítulo 1 Estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental: conceitos As atividades antrópicas vêm continuamente transformando a pai- sagem, seja pela alteração do uso do solo ou pela apropriação dos re- cursos naturais. Os impactos ambientais decorrentes dessas ativida- des estão no foco das discussões sobre ambiente e desenvolvimento nas últimas décadas, de maneira que frequentemente essas questões também passaram a ser pauta dos noticiários. Visando regular as atividades econômicas, muitos países, inclusive o Brasil, implantaram mecanismos de gestão ambiental de caráter pre- ventivo, para subsidiar a tomada de decisão do poder público acerca de projetos de desenvolvimento. 8 EIA-Rima: estrutura geral e relações Nesse contexto, a Avaliação de Impacto Ambiental tem sido con- siderada um importante instrumento que analisa as consequências ambientais de atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental, além de ser referência durante os processos de tomada de decisão. Para tal processo, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu res- pectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) têm sido os estudos empregados durante a fase de demonstração da viabilidade ambiental dos empreendimentos. Sob esse enfoque, o objetivo do capítulo é iniciar a reflexão sobre o Estudo de Impacto Ambiental dentro de um contexto da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), apresentando o conceito de impacto ambiental e introdução do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu relatório (RIMA). 1 Definições de impactos ambientais O impacto ambiental é um conceito fundamental para os profissio- nais da área de planejamento e gestão ambiental. Apesar de o termo ser amplamente utilizado e encontrado com frequência nas mídias, é necessário compreender as definições da literatura técnica para sua correta aplicação. Em uma breve consulta nos dicionários, verifica-se que a palavra “impacto” pode assumir os significados de “ato ou efeito de embater”, “efeito de uma ação”. Pressupõe-se, portanto, que o termo “impacto am- biental” seja o efeito de uma ação sobre o meio ambiente. Sob a perspectiva dos processos, Peter Wathern (1988) define im- pacto como mudança num parâmetro ambiental, dentro de determina- do período e em determinada área, resultante de determinada ativida- de, comparada com a situação que ocorreria se a atividade não tivesse sido iniciada. 9Estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental: conceitos A Figura 1 mostra como essa definição de impacto ambiental pode ser representada por meio de um gráfico. Nela, temos em determinada área a simulação de duas situações resultantes da implantação de um projeto em um momento determinado. O projeto causa alterações em um indicador ambiental ao longo do tempo e, assim, impacto ambiental é a diferença entre essas duas situações. Figura 1 – Representação do conceito de impacto ambiental Projeto iniciado Situação sem projeto Impacto ambiental Situação com projeto Tempo In di ca do r am bi en ta l Fonte: Adaptada de Sánchez (2013). Portanto, é a alteração da linha de base, devido à ação humana; em outras palavras, a Associação Internacional de Avaliação de Impacto (IAIA – da sigla em inglês, 2009) define que “impacto” é a diferença en- tre o que aconteceria com a ação e o que aconteceria sem ela. Notamos nessas definições que os impactos ambientais são resultantes das ati- vidades humanas. As alterações decorrentes de fenômenos naturais, portanto, não são consideradas impactos ambientais. Por outro lado, as alterações antropogênicas cumulativas, como o aumento das emis- sões de gases de efeito estufa, principalmente a partir da Revolução Industrial, têm provocado alterações nos ditos fenômenos naturais, como maior incidência de eventos extremos, sejam de seca ou de tem- pestades e furacões. 10 EIA-Rima: estrutura geral e relações O conceito de impacto ambiental abrange os impactos adversos (negativos) e benéficos (positivos). Ou seja, impactos ambientais po- dem ser alterações (efeitos) causadas no meio ambiente pelas ativida- des humanas, quer sejam essas alterações benéficas ou não. Sob essa perspectiva, Luis Enrique Sánchez (2013) aponta que a legis- lação brasileira, por meio da Resolução nº 001/86, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), não traz essa interpretação, pois se restringe ao conceito de poluição. Em seu artigo 1º, diz que o impacto ambiental é: [...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e bioló- gicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou in- diretamente, afetam:I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II – as atividades sociais e econômicas; III – a biota; IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V – a qualidade dos recursos ambientais (BRASIL, 1986). IMPORTANTE Impacto ambiental é diferente de poluição. Existe confusão entre os ter- mos poluição e impacto ambiental. Poluição é a emissão de matéria ou energia além da capacidade assimilativa do meio. Portanto, toda polui- ção causa impacto ambiental, mas nem todo impacto ambiental tem a poluição como causa (SÁNCHEZ, 2013). Nesse contexto, para este volume, considera-se impacto ambiental como a alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação dos processos naturais ou sociais, provocada por ação humana (SÁNCHEZ, 2013). E dessa forma, a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) pode ser feita de maneira objetiva, como processo de identificar as consequências futuras de uma ação presente ou proposta, segundo a IAIA. A Figura 2 foi adaptada de um EIA e mostra alguns impactos am- bientais identificados na ampliação de uma mineração de calcário, exemplos dos diferentes tipos de impacto da implantação da atividade em cada componente ambiental, nos meios físico, biótico e antrópico. 11Estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental: conceitos Figura 2 – Exemplo de impactos ambientais divididos por seus componentes Meio físico Meio biótico Meio antrópico Água superficial Cobertura vegetal População Qualidade de ar Condições de vida Contaminação por óleos e graxas, resíduos perigosos; alteração da turbidez e da cor; alteração no escoamento superficial; alteração no escoamento básico; captação Alteração da qualidade do ar por emissão de material particulado Perda de áreas florestais. Alteração na composição/estrutura; fragmentação de maciços Deslocamento compulsório Criação de novos postos de trabalho; aumento da renda; aumento de acidentes Componentes ambientais Impactos ambientais Fonte: Adaptada de CCRG (2003). A compreensão do termo “impacto ambiental” é o ponto de partida para a elaboração de estudos ambientais. 1.1 Estudos ambientais O EIA é o estudo mais aplicado na avaliação de impacto ambien- tal no Brasil. No entanto, existem outros tipos de estudos ambientais que também subsidiam a análise de viabilidade ambiental. Segundo a Resolução Conama nº 237/97: Estudos ambientais são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, opera- ção e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentados como subsídio para a análise da licença requerida, tais como relatório 12 EIA-Rima: estrutura geral e relações ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recupe- ração de área degradada e análise preliminar de risco (BRASIL, 1986). Na lista a seguir, são apresentados os estudos ambientais mais co- muns nos processos de licenciamento no Brasil: • Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (Rima): destinados a atividade modificadoras do meio ambiente exemplificadas no artigo 2 da Resolução Conama 01/86. • Estudo Ambiental Simplificado (EAS) ou Relatório Ambiental Simplificado (RAS): estudo definido pela legislação de muitos es- tados brasileiros, destinado a analisar e avaliar as consequências ambientais de atividades e empreendimentos considerados de impacto pequeno ou não significativo. • Relatório Ambiental Preliminar (RAP): estudo definido pela legisla- ção de São Paulo, que, diferentemente dos outros estudos aqui lis- tados, tem como objetivo instruir requerimentos que possam cau- sar impactos significativos, e pode definir se um empreendimento precisa ou não apresentar um EIA para prosseguimento da análise. • Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV): instituído pelo Estatuto da Cidade, aplicado a áreas urbanas para empreendimentos defi- nidos em lei municipal específica. • Projeto Básico Ambiental (PBA): documento que apresenta, deta- lhadamente, todas as medidas de controle e os programas am- bientais de um empreendimento. • Relatório e Plano de Controle Ambiental (RCA/PCA): estudo que tem por objetivo identificar e propor medidas mitigadoras aos im- pactos gerados por empreendimentos de médio porte. • Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD): estudo téc- nico que reúne informações, diagnósticos, levantamentos e es- tudos que permitam a avaliação da degradação ou alteração, e a consequente definição, de medidas adequadas à recuperação de uma área. 13Estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental: conceitos 1.2 O que é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é um documento integrante do processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), que consolida os re- sultados de avaliações técnicas sobre os projetos de desenvolvimento que se pretende instalar. Cabe ressaltar que o EIA é uma etapa da AIA, um processo mais amplo, segundo Iara Moreira (1992), definido por: Um conjunto de procedimentos capaz de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame sistemático dos impactos ambien- tais de uma ação proposta (projeto, programa, plano ou política) e de suas alternativas, e que seus resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão, e por eles considerados (MOREIRA, 1992, p. 33.) Os procedimentos da AIA são interligados e correlacionados, como se vê na Figura 3. O processo é iniciado com a apresentação da propos- ta de projeto pelo empreendedor diante de uma organização respon- sável pela tomada de decisão, que pode ser uma empresa privada, um organismo financeiro, uma agência de desenvolvimento ou um órgão governamental; sendo este último o caso mais geral e onde se insere o processo de licenciamento ambiental (SÁNCHEZ, 2013). Uma vez conhecida a proposta, é estimado seu potencial de causar impacto, o que é função do órgão licenciador, relacionado às condicio- nantes que o tipo de projeto implica sobre o meio onde será implantado e da resiliência do meio em que ele será inserido. A triagem, realizada pelo órgão ambiental, pode ser definida como o procedimento para determinar se a proposta deverá ou não estar sujei- ta à AIA, e, em caso afirmativo, a que nível de detalhe (IAIA, 2009). No caso de negativa, o projeto passa para aquilo a que Sánchez (2013) se refere como um “licenciamento ambiental convencional” ou simplifica- do, sem utilização de AIA. 14 EIA-Rima: estrutura geral e relações Figura 3 – Apresentação de uma proposta Não Etapa de triágem A proposta pode causar impactos ambientais significativos? Talvez Sim Licenciamento convencional Avaliação a mbiental inicial Licenciamento apoiado no EIA Etapa análise detalhada Etapa pós aprovação Análise técnica Determinação do escopo do estudo Elaboração do EIA/RIMA Consulta pública Decisão Aprovação Reprovação Monitoramento e gestão ambiental Acompanhamento Fonte: Adaptada de Sánchez (2013). 15Estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental: conceitos Sob a ótica da (AIA), o EIA é uma etapa fundamental no processo, uma vez que é por meio desse documento que é feita a identificação e avaliação das prováveis consequências de determinadas ações. Trata- se, portanto, de uma ferramenta que direciona a tomada de decisão, com o objetivo maior de promover o desenvolvimento sustentável no planejamento e gestão de projetos. No Brasil, o EIA está ligado ao processo de licenciamento ambiental do empreendimento e, embora a adoção desse instrumento na política ambiental do Brasil tenha sido tardia, representou importante avanço para o país (GLASSON;SALVADOR, 2000). O marco legal do EIA no Brasil iniciou em 1981, com a publicação da Política Nacional do Meio Ambiente, pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 (BRASIL, 1981), onde o instrumento foi posteriormente regula- do pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama (BRASIL, 1986; 1997). Um pouco mais tarde, em 1988, o EIA também foi considera- do instrumento da política ambiental do país por meio da Constituição Federal (BRASIL, 1988). A Resolução Conama nº 01/86 determinou a necessidade de reali- zação de EIA para licenciamento de empreendimentos potencialmente poluidores, incluindo em seu texto uma listagem de atividades que se enquadram nessa categoria. Essa obrigatoriedade também é expressa pela Constituição Federal de 1988, que estabeleceu, em seu artigo 225, inciso IV, a exigência do estudo prévio de impacto ambiental, sendo a primeira Constituição a instituir a obrigatoriedade dos estudos de im- pacto nesse âmbito. IMPORTANTE Cabe ressaltar que o adjetivo “prévio” é utilizado para afirmar que o estu- do deve ser realizado antes da instalação de obra ou atividade potencial- mente causadora de significativa degradação ambiental, não podendo ser concomitante nem posterior à obra ou atividade. 16 EIA-Rima: estrutura geral e relações Nota-se que o EIA tem sido o estudo mais importante e necessá- rio para o licenciamento ambiental, por sua relevância em determinar a extensão e a intensidade dos impactos ambientais que poderão ser causados pelo projeto proposto (SÁNCHEZ, 2013). O EIA é um estudo que alia investigação científica multi e interdisci- plinar com técnicas de avaliação. No Brasil, as diretrizes gerais estão previstas na Resolução Conama nº 01/86, que define a necessidade de realizar um diagnóstico ambiental das áreas de influência de um proje- to, numa perspectiva histórica, que sirva de base à previsão e avaliação dos impactos e à proposição, no mesmo documento, de medidas de mitigação e compensação cabíveis. Desse modo, o EIA torna-se direcionador nas práticas de prevenção ambiental, uma vez que esse documento faz a avaliação de alternativas ao projeto (sejam elas tecnológicas ou locacionais) e pode recomendar alterações nele para que as medidas de mitigação e compensação pos- sam reduzir e eliminar potenciais impactos negativos e ainda potencia- lizar os impactos positivos. PARA SABER MAIS No âmbito internacional, de acordo com a International Finance Corpora- tion (2012), preconiza-se a aplicação da abordagem da “hierarquia da mi- tigação”, que visa evitar, minimizar e compensar os impactos dos novos projetos, evitando e reduzindo impactos negativos, bem como potenciali- zando as perspectivas positivas de conservação e desenvolvimento local. 2 Objetivo básico do EIA-Rima Diante de sua finalidade, o EIA provê subsídio à tomada de decisão e delineamento de ações futuras em relação à mitigação dos danos am- bientais que o empreendimento possa vir a gerar sobre o meio. 17Estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental: conceitos No âmbito do licenciamento ambiental brasileiro, o EIA subsidia a análise da viabilidade ambiental1 de um determinado empreendimento, para a emissão da Licença Ambiental Prévia (LP) e a definição de exi- gências técnicas para as próximas etapas (Conama, 1997). Para subsidiar os órgãos no processo decisório, o EIA também deve explorar as alternativas passíveis de execução do projeto que maximi- zem os benefícios e minimizem os danos que poderão ser causados. Pode-se compreender que a relação entre licenciamento ambien- tal e o processo da AIA (vinculado à prática do EIA) desempenha um papel importante com o intuito de minimizar os efeitos adversos de novos projetos, que podem representar algum impacto sobre o meio ambiente, e assim verificar a compatibilidade entre a atividade propos- ta e a qualidade ambiental do ambiente no qual o projeto está inserido (KIRCHHOFF et al., 2007). 3 Diferenças entre o EIA e o Rima Como exposto, o EIA é um documento técnico, elaborado por espe- cialistas de diferentes áreas do conhecimento, e frequentemente utiliza linguagem acadêmica. Segundo Sánchez (2014), o objetivo do EIA é ser- vir de base para os processos de tomada de decisão em relação à via- bilidade ambiental de um projeto ou empreendimento. Dessa forma, é necessário que as partes interessadas, seja o órgão ambiental, empresa privada ou comunidades, tenham acesso aos estudos e que possuam elementos que permitam a avaliação do projeto (SÁNCHEZ, 2013). 1 Segundo Marcelo Montaño e Marcelo Pereira Souza (2008), a viabilidade ambiental pode ser entendida como uma propriedade fundamental das ações exercidas sobre o meio, que expressa a adequabilidade das atividades antrópicas sobre o meio ambiente frente aos padrões de qualidade, levando-se em consideração a capacidade do meio em assimilar certo nível de alterações (impactos) provocadas por essas atividades. Sendo assim, concorrem para a viabilidade ambiental as características do meio (físico, biótico e antrópico) e as características (tecnológicas) da atividade ou empreendimento que se pretende implantar, considerando o nível de qualidade ambiental estabelecido para o momento da implantação e requerido ao longo do tempo. 18 EIA-Rima: estrutura geral e relações E diante disso, devido à importância do EIA como instrumento de comunicação ambiental e negociação social, tornou-se obrigatória a apresentação de um documento síntese do estudo. A síntese das infor- mações do EIA, bem como de suas conclusões, é apresentada em seu respectivo relatório, o Rima (Relatório de Impacto Ambiental). Por este motivo, é comum a expressão “EIA/Rima”. No RIMA, portanto, os dados devem ser apresentados de forma ob- jetiva e adequada à compreensão pública. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por meio de imagens, gráficos e tabelas necessários ao entendimento claro das consequên- cias ambientais do projeto. No processo de licenciamento, em sua fase de consulta pública, o EIA e o Rima devem estar acessíveis ao público em locais apropriados, de forma a garantir o conhecimento de seu conteúdo pelos interessa- dos, durante a análise técnica do pedido de licença ambiental. Considerações finais Diante do exposto, a definição de impacto ambiental está associada à alteração da qualidade ambiental decorrente das ações humanas, po- dendo ser negativo ou positivo. Alguns empreendimentos são sujeitos à apresentação de estudos ambientais como subsídio para seu licenciamento. O Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo relatório são estudos técnicos em que é re- alizado um exame sistemático dos impactos ambientais de um projeto e de suas alternativas, sendo seus resultados apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão. 19Estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental: conceitos Referências ALMEIDA, Maria Rita Raimundo e. Aplicação da abordagem sistêmica para análise da efetividade da Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil: um es- tudo para os estados de São Paulo e sul de Minas Gerais. Tese (Doutorado em Engenharia Ambiental). Escola de Engenharia de São Carlos, 2013. 174 p. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Coleção Saraiva de Legislação. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. BRASIL. Resolução Conama n° 001, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Brasília: Diário Oficial da União, 1986. BRASIL. Resolução Conama n° 237, de 19 de dezembro de 1997. Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente. Brasília: Diário Oficial da União, 1997. COMPANHIA DE CIMENTO RIBEIRÃO GRANDE (CCGR). Ampliação da Mina Limeira: estudo de impactoambiental. São Paulo. v. 2, 267 p., 2003. GLASSON, John; SALVADOR, Nemesio Neves Batista. EIA in Brazil: a procedu- res-practice gap. A comparative study with reference to the European Union, and especially the UK. Environmental Impact Assessment Review, v. 20, p. 195- 225, 2000. INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR IMPACT ASSESSMENT. Reference and guidance documents: what is impact assessment? Disponível em: <http://www. iaia.org/reference-and-guidance-documents.php>. Acesso em: 29 jan. 2017. INTERNATIONAL FINANCE CORPORATION (IFC). IFC Guidance Note 6 Biodiversity Conservation and Sustainable Management of Living Natural Resources. Washington, DC, 2012. INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 14001: Environmental management systems – Requirements with guidance for use. Genebra, 2004. KIRCHHOFF, Denis et al. Limitations and drawbacks of using Preliminary Environmental Reports (PERs) as an input to Environmental Licensing in 20 EIA-Rima: estrutura geral e relações São Paulo State: a case study on natural gas pipeline routing. Environmental Impact Assessment Review. v. 27, p. 301-318, 2007. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Guia de Procedimentos do Licenciamento Ambiental Federal - Documento de Referência. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/Procedimentos.pdf>. Acesso em: 02 fev. 2017. MONTAÑO, Marcelo; SOUZA, Marcelo Pereira. A viabilidade ambiental no licenciamento de empreendimentos perigosos no estado de São Paulo. [s. l.], Engenharia Sanitária e Ambiental [on-line]. 2008, vol. 13, n. 4, p. 435- 442. ISSN 1413-4152. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1413- 41522008000400012>. Acesso em: 04 fev. 2017. MOREIRA, Iara. 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