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1 EQUIPE TÉCNICA EM MEIO AMBIENTE – TMA 09 31 RIMA – RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DA USINA DE MINERAÇÃO DE URÂNIO EM CAETITÉ - BA. DEZ/2010 EUNÁPOLIS – BA 2 EQUIPE TÉCNICA EM MEIO AMBIENTE – TMA 09 31 URÂNIBA MINERAÇÃO S/A Trabalho referente à disciplina de EIA/RIMA do terceiro semestre do curso Técnico em Meio Ambiente do Instituto Federal da Bahia, campus de Eunápolis sob a orientação do professor Rodrigo. DEZ/2010 EUNÁPOLIS – BA 3 URÂNIBA MINERAÇÃO S/A RIMA – RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DA USINA DE MINERAÇÃO DE URÂNIO EM CAETITÉ - BA. DEZEMBRO DE 2010 / REVISÃO 00 IFBA – Equipe Técnica do Curso Técnico em Meio Ambiente TMA21.09 Av. David Jonas Fadini, S/Nº, Rosa Neto, Eunápolis - BA - CEP: 45823-431 Telefax: (73) 3281-2266/3281-2267 email: eunapolis@cefetba.br 4 SUMÁRIO 1 – CARACTERIZAÇÃO .................................................................................... 5 2 - ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ..................................... 13 3 – CARACTERÍSTICA AMBIENTAL DA ÁREA DE ESTUDO ........................ 18 4 – MEIO FÍSICO ............................................................................................. 22 5 – MEIO BIÓTICO .......................................................................................... 33 6 – FAUNA ....................................................................................................... 39 7 – RELAÇÃO FAUNA E FLORA ..................................................................... 43 8 – MEIO SOCIOECONÔMICO E CULTURAL ................................................ 45 9 – IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ............... 48 10 – TENDÊNCIA DE MODIFICAÇÕES NO MEIO AMBIENTE SEM A IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO. ................................................... 116 11 – PROGRAMAS E PLANOS MITIGADORES DE IMPACTOS (MONITORAMENTO E PREVENÇÃO E MINIMIZAÇÃO). ............................. 119 12- AÇÕES, PLANOS E PROGRAMAS PROPOSTOS PARA A DESATIVAÇÃO DA MINA. ............................................................................. 124 13 - REFERÊNCIAS ....................................................................................... 127 5 1 – CARACTERIZAÇÃO 1.1 – EMPREENDIMENTO O empreendimento no qual este Relatório de Impacto Ambiental - RIMA corresponde à implantação da empresa Urâniba Mineração S/A de mineração de urânio, tendo como área destinada a instalação o município de Caetité no estado da Bahia. 1.2 – CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO A Urâniba Mineração é uma empresa de mineração e beneficiamento do urânio nacional com capital misto. Contemplando a mineração e todo seu processo de extração e industrialização. Tem como meta a produção de 400 ton/ano de concentrado de urânio, usando a tecnologia de lixiviação que degrada minimamente em seu processo produtivo. Este é caracterizado pela disposição do minério em pilhas, regando com soluções de acido sulfúrico para extração do mineral. O empreendimento contará com as seguintes instalações: 1. Mina: Extração mineral. 2. Tanque de Efluente: Armazenagem da água utilizada no processo de lixiviação. 3. Britador: Maquina de britagem do mineral. 6 4. Pátio de Lixiviação: Pátio onde o material britado é disposto em pilhas e regado com soluções acidas. 5. Tanque de licor: Armazenagem do licor lixiviado com concentração urânífera. 6. Área Industrial: Complexo fabril de processamento do licor 7. Área Administrativa: Complexo administrativo. 8. Área de Reserva Legal: Área superior a 20% da propriedade destinada a proteção ambiental. Figura 1.1: Projeto Urâniba. Fonte: Empreendimento Urâniba, 2010. 7 1.3 – LOCALIZAÇÃO Caetité é um município brasileiro da Bahia, distante 757 quilômetros da capital do estado, Salvador e possui uma população em 2009 de 48.000 habitantes segundo IBGE. Figura 1.2: Localização de Caetité. Fonte: www.bamin.com.br, 2010. As futuras instalações visam à área caracterizada por uma região montanhosa na porção sudeste do estado da Bahia, a aproximadamente 35 km ao sul da sede municipal de Caetité e cerca de 15 km de Brejinho das Ametistas (distrito de Caetité), coordenadas 14º22’12.76’’S 42º32’33.29’’O. Figura 1.3: Local de instalação da Urâniba. Fonte: Google Maps, 2007. http://www.bahiaemfoco.com/Caetite http://www.bahiaemfoco.com/ http://www.bahiaemfoco.com/Salvador 8 Tem como vias de acesso as rodovias BR 122, BR 30 e BR 430. A BR 122 será a via de acesso as instalações da Urâniba. Figura 1.4: Acesso Rodoviário. Fonte: Google Maps, 2007. 1.4 – JUSTIFICATIVAS PARA O EMPREENDIMENTO A busca por energias que não provenham de combustíveis fósseis, que seu valor energético seja otimizando e maximizado é o objetivo das empresas extratoras de minérios radioativos. A Urâniba Mineração S/A, com interesse na área de reserva de urânio de Caetité, levando em conta os aspectos ambientais e promovendo o bem estar dos envolvidos em seu processo produtivo visa à exploração racional deste recurso. Entre 1976 e 1977 foram feitos vários estudos aero geofísicos que detectaram grande concentração de mineral radioativo, partindo deste estudo, geólogos estimaram uma reserva de 100.770 toneladas exclusivamente de urânio, sem outros minerais associados. Esta quantidade é suficiente para o suprimento da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (Angra 1, 2 e 3) e mais as usinas previstas no Plano Nacional de Energia 2030 - EPE (4000mw) durante toda a vida útil destas instalações. 9 Figura 1.5: Distribuição da reserva Urânífera. Fonte: INB – Indústrias Nucleares do Brasil, 2010. Em aspecto financeiro, com a implantação da Urâniba Mineração S/A contribuirá para o fortalecimento do mercado financeiro gerando um superávit do Mercado Econômico Brasileiro encarado como um dos principais desafios 10 para a Política Econômica Brasileira. Este empreendimento também trará acréscimo no quadro de exportações, fortalecendo o mercado interno. Em âmbito local, o empreendimento trará alem de tributos, parcerias e programas sociais com órgãos federais e não governamentais, geração de renda e empregos, qualificação de mão de obra local, investimentos em programas sociais e educacionais. Este plano se adéqua aos aspectos de viabilidade preenchendo os requisitos de âmbito social, econômico e ambiental, portanto é plenamente compatível com os Planos e Programas governamentais nos três níveis de governo que estão sujeitos às suas influências: municipal, estadual e federal. 1.5 – CARACTERÍSTICAS DAS FUTURAS INSTALAÇÕES Para a implantação da Urâniba Mineração S/A os preceitos de eficiência e racionalidade serão primordiais, estando presentes em todo seu processo como premissas desde sua instalação os seguintes enfoques ambientais: • Gestão ambiental. • Responsabilidade Ambiental e Social. • Minimização de poluentes. • Uso de medidas sustentáveis. • Educação Ambiental. 11 1.6 – DESCRIÇÃO GERAL DAS ATIVIDADES A Urâniba Mineração S/A terá dentre seu quadro de atividades as seguintes atribuições: pesquisa mineral, lavra e processamento metalúrgico de minério de urânio, para produção de concentrado de urânio na forma de Diuranato de Amônio (DUA). Depois de britado, o minério é disposto em pilhas e irrigado com solução de ácido sulfúrico para a retirada do urânio nele contido, a este procedimento é dadoo nome de lixiviação em pilhas estáticas. Esta técnica dispensa fases de moagem, agitação mecânica e filtração, permitindo, além de uma substancial redução nos investimentos, uma operação a custos menores, em face do reduzido número de equipamentos e unidades operacionais envolvidos. Figura 1.6: Processo de Lixiviação em Pilhas estáticas. Fonte: http://www.unesp.br, 2010. A concentração do urânio é realizada pelo processo de extração por solventes orgânicos, seguida da separação por precipitação, secagem e acondicionamento em tambores. 12 No aspecto ambiental, a ausência de rejeitos sólidos finos e a menor utilização de insumos químicos minimiza os impactos já reduzidos. No projeto destaca-se a possibilidade de reciclagem, retorno total dos efluentes líquidos ao processo, garantindo a ausência de liberação destes para o meio ambiente. Figura 1.7: Fluxograma do processo produtivo de DUA (Diuranato de Amônio). Fonte: INB – Indústrias Nucleares do Brasil, 2010. 1.7 – MOBILIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA A mão de obra para as atividades da Urâniba Mineração S/A deverá ser requisitada da área de influência direta (AID). Em caso de não houver mão de obra capacitada na (AID) a empresa promoverá cursos de capacitação e/ou contratará de outras localidades, sempre dando preferência as áreas mais próximas ao empreendimento. O mesmo será empregado para os fornecedores de material, equipamentos e serviços. 13 1.8 – CRONOGRAMA DE OPERAÇÕES Figura 1.8: Cronograma de operações. Fonte: TMA 09-31, 2010. 2 - ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO 2.1 – CONSIDERAÇÕES Segundo a resolução CONAMA (01/86), a delimitação da área de influência de um empreendimento faz parte dos requisitos legais para a avaliação de 14 impactos ambientais, direcionando os estudos e a coleta de dados para um diagnostico ambiental. As áreas de influencia são aquelas afetadas diretamente (AID) ou indiretamente (AII) pelos impactos, positivos ou negativos durante todo o processo de um empreendimento. Para este RIMA cujo objeto de estudo é a implantação da Urâniba Mineração S/A as áreas de influência direta e indireta foram definidas e delimitadas considerando os seguintes fatores: Hidrografia, Geologia e reserva mineral, recursos atmosféricos, Fauna e Flora, acesso Viário, mão de obra, fatores socioeconômicos, etc. Figura 2.1: Ilustração da Área de Influência. Fonte: TMA 09-31, 2010. 2.2 – ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) E a área onde serão implantadas as estruturas do empreendimento (Minas, pilha de estéril, planta de beneficiamento do minério, barragem de rejeito, fabrica de explosivos, entre outras. A área de implantação dessas estruturas corresponde a 3.000 hectares. No entanto, a ADA engloba uma extensão de terras maior: alem das áreas para a implantação das estruturas, também ha os espaços entre elas que não serão utilizados (600 hectares), totalizando 3.600 hectares. 15 Para o meio socioeconômico, a ADA foi definida da mesma forma que para os meios físico e biótico. Haverá perdas diretas de benfeitorias (edificações, casas), de culturas (comerciais ou domesticas). 2.3 – ÁREA INFLUÊNCIA INDIRETA (AID) Para os meios físico e biótico, a AID corresponde ao entorno das áreas onde serão implantadas as estruturas (ADA), onde também poderão ocorrer impactos ambientais mais significativos, alem de abranger áreas não afetadas, porem com potencial de sofrerem interferências. Os estudos de dispersão atmosférica (para as alterações de qualidade do ar) e os estudos de projeção de ruídos e vibração (para alterações dos níveis de pressão sonora e vibração) também auxiliaram na delimitação da AID. A AID do meio biótico coincide com a do meio físico, considerando que a supressão de ambientes naturais na ADA reduzira localmente as populações da biota silvestre e/ou causara a pressão dos habitats do entorno, com a chegada de fauna oriunda das áreas desmatadas. Alem disso, as atividades minerarias previstas poderão atingir comunidades hidrobiologicas dos cursos d’água dessas bacias, no trecho que recebe a contribuição das áreas da mineração. Com relação ao meio socioeconômico a definição da AID levou em conta os espaços que absorverão as influencias diretas do processo de implantação e operação do empreendimento. Sendo assim, foram identificados os municípios de Caetité e de Pindai como integrantes da AID, tendo em vista sua localização frente à movimentação da implantação e operação do empreendimento. Destaca-se a sede urbana de Caetité, devido à proximidade com a área da mina e sua condição de polo quanto à oferta de bens e serviços. Incluem-se ainda o distrito de Brejinho das Ametistas, no município de Caetité, por ser 16 vizinho da rota que será utilizada para acesso a mina; a sede urbana de Pindai e o distrito de Guirapa, que estabelecem uma inter-relação com a população residente na ADA e poderão receber um afluxo de população de fora. 2.4 – ÁREA INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) E a área localizada no entorno da AID, onde poderão ocorrer os impactos menos significativos no meio ambiente. Para os meios físico e biótico, a AII incluindo as sub-bacias hidrograficas que recebem a drenagem da área afetada direta ou indiretamente pelo empreendimento: riacho da Faca Sul, riacho do Brejinho, rio das Umburanas e parte da sub-bacia do rio Grande ou Gentio. Para o meio socioeconômico a AII abrange os municípios de Guanambi e Caculé, Guanambi, em função do seu papel de pólo regional, devera absorver a demanda de serviços e de comercio mais diversificados e, especificamente, do atendimento de maior complexidade no setor de saúde. Alem disso o empreendimento poderá absorver mão-de-obra do município. Para o município de Caculé, identifica-se potencial absorção de mão-de-obra local, alem da influencia da operação do empreendimento nos recursos hídricos do município, considerando os estudos hidrogeologicos realizados. A AII para os estudos arqueologicos considerou os municipios de Caetité, Pindai e Caculé. 17 Figura 2.2: Mapa da Área de Influência. Fonte: Adaptado de Sete Soluções e Tecnologia Ambiental Ltda, 2008. 18 3 – CARACTERÍSTICA AMBIENTAL DA ÁREA DE ESTUDO 3.1 - REGIÃO DO EMPREENDIMENTO ATUALMENTE Após a apresentação dos resultados dos estudos (diagnostico) e feito, a seguir, um resumo, para se ter um entendimento mais integrado das condições do meio ambiente, destacando os aspectos mais relevantes, onde se situara o Projeto Urâniba Mineração S/A. 3.2 - AS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DA REGIÃO SÃO RESULTADO DA HISTÓRIA DE SUA OCUPAÇÃO PELO HOMEM. Antes da ocupação humana dos últimos séculos, a região apresentava vegetação de Cerrado e Caatinga, distribuída, basicamente, em florestas nos vales, caatingas nas encostas e cerrados nas porções mais altas. A ocupação humana, como se vê hoje, aconteceu nas baixadas. Nesses locais ocorreu o desmatamento das áreas florestadas, dando lugar, então a outros tipos de ocupação como a vegetação associada a instalações rurais (roças e quintais), as pastagens e as áreas de pequenas lavouras. O que restou de vegetação apresenta grande valor ecológico e relevância para a manutenção da biota local, abrigando alta biodiversidade. Isto é reflexo da coexistência de áreas de Caatinga, Cerrado, Florestas Estacionais, Campos Rupestres e Brejos, com suas transições e variações. As Florestas Estacionais são a formação vegetal com maior adensamento e diversidade de arvores, maior estratificação vertical, sombreamento do sub-bosque e complexidade estrutural, atuando como corredores de dispersão das espécies e oferecendo maior oferta de recursos (frutos, flores, insetos, abrigos), o que resulta em alto potencial de manutenção da riqueza, abundancia e diversidadede plantas e animais. Assim, esse ambiente apresenta especial relevância na manutenção da biodiversidade. 19 Os Campos Rupestres sobre Canga abrigam espécies endêmicas da flora e algumas espécies da fauna relevantes, como, por exemplo, três espécies de morcegos nectarivoros e polinizadores. Ressalta-se, ainda, a importância da associação dos paredões rochosos com áreas de cerrado. Este conjunto de recursos (abrigos, alimento etc.) parece relacionado à riqueza e diversidade da fauna dessa região. As características principais da fauna estão mais relacionadas com a Caatinga, mas também são espécies típicas do Cerrado e algumas da Mata Atlântica. Algumas aves, os primatas (macacos), espécies de anfíbios (sapos e rãs) que ocorrem em drenagens perenes são restritivos aos ambientes florestados. Figura 3.1: Vale com Floresta na estação seca. Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. 3.3 - AS CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO RELACIONADAS COM OS RECURSOS HÍDRICOS. Esta região e o que se chama de zona de recarga de aquíferos, isto quer dizer que ali estão as surgências (nascentes) de água que formam os córregos e riachos tributários das sub-bacias do córrego das Umburanas e rio Grande ou Gentio, a oeste, e do córrego da Faca Sul, a leste. A maioria das nascentes e, consequentemente, dos riachos e córregos desaparecem na seca. Já a captação de água subterrânea e feita em poços rasos escavados por usuários locais, para abastecimento humano e animal em pequenas propriedades rurais. Esses poços estão posicionados no leito seco 20 de uma drenagem afluente do riacho Jacaré e, por apresentarem vazões pouco significativas, são utilizados somente durante o período de estiagem. No riacho Jacaré estão presentes as surgências (nascentes) mais significativas, sendo este um dos poucos cursos d’água que se mantêm perene durante a estiagem. Assim, a oferta de água para o abastecimento humano e para outros usos mostra-se insuficiente tanto nas comunidades rurais quanto nas sedes urbanas. 3.4 - PATRIMÔNIO ESPELEOLÓGICO (CAVERNAS) E ARQUEOLÓGICO (TESTEMUNHO DA OCUPAÇÃO HUMANA). Uma das características marcantes do meio físico da região é a ocorrência das cavernas, associada à ocupação mais antiga mais do homem (patrimônio arqueológico). Foi identificada a presença de 27 cavernas na área da futura mina e mais 36 em seu entorno na área de estudo espeleológico. Na ADA, existem sítios arqueológicos particularmente associados a locais protegidos, como as cavernas em minério de urânio. No entanto, há um sitio a céu aberto (Sitio Arqueológico Palmito), que é o maior de todos. Foram também registradas duas ocorrências de sítios arqueológicos com representações rupestres na ADA. Uma dessas ocorrências é um abrigo sob rocha (Sitio Arqueológico Mexirica); outra e uma pequena caverna em canga, onde há alguns picoteamentos (Sitio Arqueológico Gruta do Urânio). 21 Figura 3.2: Gravações rupestres do sítio arqueológico Moita dos Porcos. Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. 3.5 - A POPULAÇÃO INTEGRADA AO MEIO No vale do riacho Jacaré encontram-se as comunidades negras rurais de Palmito e Antas, constituídas, basicamente, por uma parentela (parentes consangüíneos e afins) formada por duas linhagens: Alves de Souza (Palmito) e Ferreira dos Santos (Antas). Existem, também, outras comunidades que não serão diretamente afetadas: Cana Brava, Acoita Cavalo e Acoita Cavalo II, Fazenda da Mata, Fazenda da Mata de Baixo, Rio da Faca e Rio da Faca de Cima, Fazenda das Flores/João Barroca, para a região de Brejinho das Ametistas e Brejo na região de Guirapa. Essas comunidades são tradicionais na região, sendo que quase todas as terras são repassadas por herança. Conservam um modo de vida e uma cultura especial com fortes laços de vizinhança e compadrio. A produção e típica de agricultura familiar basicamente, para o consumo das próprias famílias, ha quintais com pomares (frutas) e pequenas plantações de cana-de-açúcar, café, milho, feijão e arroz. Algumas famílias cultivam alho e tomate para serem vendidos em Caetité, Guanambi e Guirapa. 22 Figura 3.3: Vista da comunidade do Palmito. Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. 4 – MEIO FÍSICO Situada na porção sudeste do estado da Bahia, a aproximadamente 35 km ao sul da sede municipal de Caetité e cerca de 15 km de Brejinho das Ametistas (distrito de Caetité), a área onde se pretende implantar a Urâniba Mineração S/A corresponde a um prolongamento da serra do Espinhaço – Superfície dos Gerais, alongado no sentido norte-sul, que constitui um divisor de águas entre as bacias hidrográficas do rio São Francisco, a oeste, e as bacias do Atlântico Leste, representada pelo rio de Contas, a leste. Nas bordas da serra estão as cabeceiras de diversos córregos e riachos formadores destas bacias hidrográficas. Essa região serrana possui formações geológicas urâníferas que propiciam a implantação do empreendimento minerário no local. Os temas aqui abordados são: ar, água, solo, rocha e relevo. Eles foram organizados de maneira a permitir um diagnostico completo da área estudada, conforme os tópicos a seguir: • clima; • qualidade do ar; • ruído ambiental; 23 • recursos hídricos (hidrografia, hidrologia e hidrogeologia); • espeleologia (estudo de cavidades naturais - cavernas); • geologia e geotecnia; • geomorfologia (relevo); • solos e aptidão agrícola; • sismologia (estudo de tremores de terras); e • qualidade das águas. 4.1 – GEOLOGIA E GEOTECNIA A área visada para a futura instalação da Urâniba Mineração S/A está inserida no domínio geotectônico do Cráton do São Francisco, onde as principais unidades geológicas correspondem às rochas granito-gnáissicas do embasamento regional (as mais antigas) e aos metassedimentos do Supergrupo Espinhaço, constituído por xistos, quartzitos, filitos e formações ferríferas – itabiritos, hematitas e albititos. Figura 4.1: Afloramento de Itabirito. Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. O urânio ocorre sob a forma de uraninita através de diminutas inclusões ou grânulos intersticiais dos minerais máficos, principalmente aegirina-augina, ou presentes no interior dos cristais de albita. Os albinitos receberam também, uma classificação de campo baseada nas características mineralógicas e radiométricas. Assim sendo foram classificados com albititios férteis (potenciais mineralizadores). 24 Os albititos férteis mineralizados exibem, geralmente radiotividade bastante elevada, trata-se de albitito que contém uma percentagem de minerais ferro- magnesianos da ordem de 20% a 30% e carbonatos em inclusões de uraninita. As rochas dessa região são posicionadas com a orientação norte-sul e caimento para a direção leste, definindo o alinhamento das serras e vales da área onde deverá ser implantada a Mina. Figura 4.2: Mineral Uraninita. Fonte: www.google.com.br, 2010. Com relação à resistência dos materiais de solos e rochas, verificam-se condições variáveis, que refletem na tendência ao desenvolvimento de erosões ou de instabilidades (quedas de blocos, deslizamentos etc): os solos (pouco consolidados) e as rochas alteradas (xisto, quartzito e filito mal consolidados) apresentam resistência baixa a muito baixa; as rochas pouco alteradas e as não alteradas apresentam-se bastante consolidadas e muito resistentes. 4.2 – SISMOLOGIA O levantamento de dados de aspectos sismológicos para a área do Projeto, realizado pelo Observatório Sismológico da Universidade Federal de Brasília (SIS/UnB), mostrou que a área da futura instalação da Urâniba Mineração S/A apresenta probabilidade mínima de ocorrência de tremores de alta magnitude. 25 4.3 – GEOMORFOLOGIA (RELEVO) A área da futura instalação da UrânibaMineração S/A está situada em um prolongamento da serra do Espinhaço, na unidade geomorfológica “Superfície dos Gerais”, que caracteriza uma estreita faixa alongada no sentido norte-sul, no topo do Planalto do Espinhaço, com altitudes que variam de 900 a 1.200 m. Predomina um relevo plano a suave-ondulado nas áreas cimeiras onde ocorrem quartzitos, filitos e itabiritos do Supergrupo Espinhaço, os quais determinam a presença de cristas residuais. Figura 4.3: Afloramento de Quartzito. Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. Nas áreas de domínio das rochas do Complexo Metamórfico- Migmatítico, o relevo passa a ser ondulado, com colinas de vertentes retilíneas a convexas e topos arredondados. 26 Figura 4.4: Relevo ondulado. Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. Quanto aos processos erosivos e movimentos de massa atuais, verificam-se boas condições de estabilidade, com ocorrências pontuais de erosão laminar e em sulcos, determinados, sobretudo, pelo escoamento da água das chuvas nas áreas das atividades agropecuárias e ao longo das estradas. 4.4 – SOLO E APTIDÃO AGRÍCOLA Os solos predominantes na Área Diretamente Afetada e na Área Indiretamente Afetada do empreendimento são: Neossolos Litólicos (associados a afloramentos de rocha em locais com relevo mais acidentado); Figura 4.5: Neossolos Litólicos Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. 27 Neossolos Quartzarênicos (extremamente arenosos); Figura 4.6: Neossolos Quartzarênicos. Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. Neossolos Vermelho-amarelos (presentes principalmente nas superfícies aplainadas das porções central e oeste da ADA). Figura 4.7: Neossolos vermelhos-amarelos. Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. Predominam as terras inaptas para uso agrícola em 53,77% da ADA e as terras com aptidão restrita a regular para lavouras em 32,10%. As terras com aptidão boa para lavoura ocorrem em apenas 3,80% da ADA, presente no vale do córrego das Antas ou riacho Jacaré. A suscetibilidade dos solos à erosão varia do grau baixo ao médio. 28 4.5 – CONDIÇÕES CLIMÁTICAS Clima: transição entre tropical subquente semi-úmido e quente semi-úmido, com duas estações distintas e bem definidas: uma chuvosa, entre os meses de outubro e abril, e uma seca, de maio a setembro. Precipitação média anual em Brejinho das Ametistas: 1.083mm (59 % do volume total no trimestre de novembro a janeiro). Temperatura média mensal em Caetité: entre 19,3ºC (julho) e 22,6ºC (março). Balanço hídrico: déficit hídrico de maio a outubro e excedente hídrico de dezembro a fevereiro/ março. Ventos: em Caetité, provêem, predominantemente, de sudeste e de leste, durante todo o ano, com velocidade média anual de 4,1m/s. 4.6 – ESPELEOLOGIA Número de cavernas identificadas na área de estudo espeleológico: 63 Número de cavernas na Área Diretamente Afetada: 27 Mapeamentos e estudos geológicos e biológicos detalhados: foram realizados em 36 cavernas. Trata-se de cavernas desenvolvidas em litotipos variados, agrupados em cinco conjuntos: cavernas em formação ferrífera bandada e canga; em duricrusts; em quartzito; em xisto e filito; e em solo. Bioespeleologia: foram identificadas cerca de 163 espécies de invertebrados nas 36 cavernas estudadas. 29 Relevância: Dentre as 36 cavernas estudadas detalhadamente, duas apresentam alta relevância, duas são de média relevância e as demais apresentam baixa relevância. Nenhuma caverna se enquadra como sendo de relevância máxima, conforme o Decreto Federal nº 6.640/ 2008. Figura 4.8: Caverna de alta relevância (caverna PF 10). Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. 4.7 – QUALIDADE DO AR E RUÍDO AMBIENTAL Qualidade do ar: os resultados das análises de concentração de poeira em suspensão em três pontos do entorno da área da futura Mina indicaram que essa região possui uma boa qualidade do ar, de acordo com os padrões estabelecidos pelas legislações federal e estadual. Ruído ambiental: foram realizadas medições de ruído ambiental em 10 pontos, nos períodos diurno, vespertino e noturno, na área de entorno das futuras instalações da Mina, sendo nove pontos de amostragem classificados como área mista (comercial, industrial, residencial, rural), predominantemente residencial, e um ponto definido como área industrial (na portaria da área da futura mina). Quase todos os pontos de medição, exceto o ponto situado na portaria da Mina, apresentaram algum resultado acima do padrão da legislação vigente, 30 em algum período analisado, indicando a existência de fonte geradora de ruído ao redor da área, caracterizado como ruído urbano. 4.8 – RECURSOS HIDRICOS Bacias hidrográficas federais na área do Projeto: bacia do rio São Francisco (porção oeste) e bacia do Atlântico Leste (porção leste). Bacias hidrográficas estaduais: bacia do rio Carnaíba de Dentro (porção oeste) e bacia do rio de Contas (porção leste). Principais cursos d’água a oeste do empreendimento: córrego Pedro Antônio, córrego Grande ou Cachoeira Alta e rio das Umburanas, que pertencem à bacia do rio Carnaíba de Dentro e são afluentes do rio Grande ou Gentio. Principais cursos d’água a leste do empreendimento: córrego das Antas ou riacho Jacaré, riacho da Faca Sul e riacho da Faca Norte, que pertencem à bacia do rio de Contas e são afluentes das sub-bacias dos riachos Faca Sul e Brejinho. Características gerais dos cursos d’água da área: intermitentes ou temporários na região de cabeceiras, ou seja, apresentam água somente no período das chuvas, tornando-se perenes nas porções mais baixas de seus cursos. Isso decorre do regime hídrico irregular, com períodos de estiagem e de chuvas bem marcados, característico da região. Aquíferos: as características de relevo, solos e rochas fazem da área uma zona de recarga de aquíferos, isto é, uma área onde ocorre o abastecimento das unidades subsuperficiais armazenadoras de água. Os principais aquíferos locais são formados por hematitas e itabiritos friáveis (formação ferrífera – Aquífero Mosquito) ou por quartzitos (Aquífero Fazendinha), presentes, em grande parte, na área das cavas da Mina. Esses aquíferos abastecem as principais nascentes (em termos de perenidade e de volume de água), situadas 31 no médio curso do riacho Jacaré ou córrego das Antas, um dos poucos cursos d’água que se mantêm perenes durante a estiagem. Qualidade da água: a maioria dos resultados das análises da qualidade das águas indicou valores dentro de padrões legais, tanto para as águas superficiais (rios, lagos etc.) como para as águas subterrâneas. Porém, alguns resultados mostraram não-conformidade para os parâmetros: manganês, urânio, ferro e fósforo. Os resultados das análises indicaram que a qualidade das águas pertence às categorias boa e média. Foi registrada a presença de moluscos do gênero Biomphalaria (caramujos), que são potencialmente vetores da esquistossomose. Porém, não foi encontrado qualquer vestígio de outros vetores de doenças. 32 Figura 4.9: Mapa de Direções de Fluxo e Unidades Aquíferas. Fonte: Adaptado de Sete Soluções e Tecnologia Ambiental Ltda, 2008. 33 5 – MEIO BIÓTICO 5.1 – LOCALIZAÇÃO BIOLÓGICA DO EMPREENDIMENTO A região do empreendimento esta localizada na transição dos biomas Cerrado e Caatinga. Nessa região, podem ser encontrados vários tipos de vegetação, como cerrado, caatinga, florestas e campos. Alem de abrigar elementos dos mais importantes biomas brasileiros, a região interliga cadeias montanhosas de Minas Gerais e Bahia, na serra do Espinhaço. O bioma Caatinga ocorre apenas no Brasil, entretanto e o menos conhecido dentre os biomas brasileiros. E um dos mais ameaçados devidoao intenso uso sem planejamento da região pela população e a falta de áreas protegidas para a fauna e a flora (parques e reservas). O bioma Cerrado e um dos mais bem estudados do Brasil e reconhecido como um dos mais ricos e ameaçados do planeta, contendo uma enorme diversidade e abundancia de espécies. Também e um bioma ameaçado pela interferência do homem e as áreas protegidas são poucas e pequenas. Figura 5.1: Localização dos Biomas. Fonte: WWF Brasil, 2010. 34 5.2 – FLORA A vegetação presente na área do empreendimento varia conforme a localização, a intensidade da perda de folhas durante a seca, o tamanho e densidade das arvores, e as espécies presentes. Os principais tipos de vegetação são apresentados nas Figuras descritos a seguir. Figura 5.2: Distribuição da vegetação na área do empreendimento. Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. 5.3 – CAATINGA As Caatingas é a vegetação densa, que perde totalmente a folhagem na estação seca. As plantas são bastante tolerantes a falta de água. Ocorrem sobre solos pouco profundos e dentro da área estudada apresentam porte arbustivo (variando de 1m a 5m). Às vezes ocorrem arvores esparsas, cujas alturas variam de 5m a 10m (Caatinga arbustiva-arborea). 35 Figura 5.3: Caatinga arbustiva-arborea. Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. 5.4 – FLORESTA ESTACIONAL As Florestas são o tipo de vegetação mais denso e com varias camadas de arvores. São o principal local de busca de alimento, refugio e reprodução da fauna. A Floresta Estacional Semidecidual ocorre ao longo dos cursos d’água e perde apenas parte de sua folhagem na estação seca, enquanto a Floresta Estacional Decidual encontrada em algumas encostas fica totalmente seca. Figura 5.4: Floresta Estacional Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. 36 5.5 – CERRADO O cerrado e menos comum na área e ocorre associado à caatinga. Sua vegetação e formada principalmente por capins, ervas e arbustos, às vezes com arvores esparsas de alturas que variam entre 3 e 6 metros (cerrado arbóreo). Perde a maior parte das folhas na estação seca. Figura 5.5: Cerrado Arbóreo. Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. 5.6 – INSTALAÇÕES RURAIS, PASTOS E CULTIVOS As instalações rurais compreendem as benfeitorias rurais (casas, sítios e fazendas) e seus arredores, com pomares e áreas plantadas com espécies uteis, pastos com gramíneas para o gado, como por exemplo, a braquiaria, e culturas como o milho e a palma. Figura 5.6: Instalações rurais. Fonte: Bahia Mineração S/A, 2009. 37 5.7 – ÁREAS DE SOLO EXPOSTOS Áreas de solos expostos ocorrem em locais onde já não existe vegetação nativa, como as estradas, áreas de empréstimo de solo, áreas de pesquisa mineral e de garimpos de manganês. 5.8 – FLORA Foram encontradas 676 espécies nativas de plantas nos diferentes tipos de vegetação (caatinga, campo rupestre, campos gerais, cerrado, florestas estacionais e pastagens), sendo que as florestas possuem o maior numero de espécies. A flora da região tem potencial para diversos usos, tais como: alimentício, medicinal, ornamental e outros, como a recuperação de áreas degradadas. Algumas espécies, como Mangaba, Candeia, Copaíba e Cagaita, são encontradas em vários ambientes. Entre as espécies típicas da caatinga, estão o Cajueiro e a Aroeira; no cerrado, são comuns Araticum, Ipe-Amarelo, Sucupira-Preta, Caviuna e Carvoeiro; e, nas florestas, encontram-se Gonçalo, Peroba, Amescla, Angico E Pau-de-Tucano. Entre as espécies classificadas como ameaçadas, estão: Aroeira (Myracrodruon urundeuva), Brauna (Schinopsis brasiliensis), Samambaia Asplenium praemorsu e a Aspicarpa harleyi (sem nome popular). Algumas espécies não são suficientemente conhecidas e por isto são enquadradas como “deficientes em dados”, como Gonçalo (Astronium fraxinifolium), Euphorbia attastoma, e Mitracarpus baturitensis. Outras são espécies recém descobertas ou “novas”, como Chresta amplexifolia, Mansoa sp. e também Croton lacerotoglandulosus; podem ser novas também Lithraea sp., Ditassa sp. E quatro espécies de canelas (Lauraceae sp., Ocotea sp. , Ocotea sp. e Persea sp.) São consideradas “endêmicas”, ou seja, que só ocorrem na região onde foram encontradas: a orquídea Pseudolaelia regentii; o Coco- Devassoura (Syagrus werdermannii), duas Canelinhas-de-Ema (Barbacenia cf. 38 regis, Vellozia hirsuta) e Mandevilla luetzelburgii. Também podem ser endêmicas: Rourea sp. e dois Murici-Macho (Heteropterys sp.). Na região do empreendimento, as florestas apresentam especial relevância para a manutenção da biodiversidade, pois atuam como corredores naturais de vegetação arbórea por onde se deslocam os animais e onde estes encontram muitos recursos, como frutos, flores, insetos, abrigos etc. Os campos rupestres, por sua vez, abrigam algumas espécies exclusivas desse tipo de ambiente, adaptadas a sobrevivência sobre os solos rochosos. Figura 5.7: Flores de Syagrus werdermanii. Fonte: Sete Soluções e Tecnologia Ambiental Ltda, 2009. Figura 5.8: Barbacenia blanchetii. Fonte: Sete Soluções e Tecnologia Ambiental Ltda, 2009. 39 6 – FAUNA 6.1 – AVIFAUNA A avifauna observada na área apresenta espécies típicas da Caatinga e do Cerrado, alem da presença de algumas espécies da Mata Atlântica. Foi encontrado um total de 178 espécies de aves, das quais 14 se destacam por estarem incluídas em alguma categoria de ameaça de extinção: Jacucaca, Pica-Pau Dourado-Escuro, Chupa Dente, Vira Folha, Patinho, João Xique- Xique, Chorozinho da Caatinga, Formigueiro do Nordeste, Torom do nordeste, Maria Corruira, Cigarra do Campo, Rabo-Mole da Serra, Tico-Tico do São Francisco e Bico-Virado da Caatinga. Vinte e três espécies de aves são endêmicas: duas da Mata Atlântica (Chupa- Dente e Chorozinho de Chapeu Preto); 14 da Caatinga (Jacutinga, Periquito da Caatinga, Rabo Branco de Cauda Larga, Pica-Pau Anão Pintado, Choca do Nordeste, Choca Barrada, Chorozinho da Caatinga, Torom do Nordeste, João Xique-Xique, Bico Virado da Caatinga, Tico-Tico do São Francisco, Arapacu Verde, Garrinchão de bico Grande e Sabiá Coleira) e sete do Cerrado (Tapaluco de Coleira, Limpa Folha do Brejo, Garrinchão de Bico Grande, Soldadinho, Cigarra do Campo, Bico de Pimenta e Corrupião). Figura 6.1: Sakesphorus cristatus (Choca do Nordeste). Fonte: Sete Soluções e Tecnologia Ambiental Ltda, 2009. 40 6.2 – PEQUENOS MAMÍFEROS Foram registradas 12 espécies de pequenos mamíferos, sete marsupiais (cuícas) e cinco roedores (ratos do mato). Quatro dessas espécies pertencem a alguma categoria de ameaça de extinção. Figura 6.2: Trinomys sp. Fonte: Sete Soluções e Tecnologia Ambiental Ltda, 2009. 6.3 – MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE Foram identificadas 33 espécies de mamíferos de médio e grande porte, tais como: Tatu-Galinha, Tatu-Galinha Pequeno, Tatu de Rabo Mole, Tatu Peba, Tamanduá Mirim, Mico Estrela, Saua Guigo, Bugio, Cachorro do Mato, quati, Mão-Pelada, Jugará, Furão, Irara, Jaritataca, Cangamba, Jaguatirica, Gato do Mato Pequeno, Gato Maracaja, Onca Parda, Gato Mourisco, Onca Pintada, Veado Mateiro, Veado Catingueiro, Catitu, Queixada, Moco, Cutia, Paca, Ourico Cacheiro, Capivara e Tapeti. Dessas espécies, encontram-se em alguma categoria de ameaça de extinção: Jaguatirica, Gato do Mato Pequeno, Gato Maracaja e Onça Parda. 41 Figura 6.3: Tamanduá Mirim. Fonte: Sete Soluções e Tecnologia Ambiental Ltda, 2009. 6.4 – MORCEGOS Foram detectadas 21 espécies de morcegos. Nenhuma espécie e considerada ameaçada. 6.5 – ANFÍBIOS Foram encontradas 27 espécies de anfíbios. Desse total, apenas uma se encontra listada como vulnerável a extinção. A maior parte das espécies identificadas possui ampla distribuição geográficae algumas apresentam grande relevância para a conservação dos anfíbios da região, por representarem registros inéditos para o estado da Bahia, por serem típicas das imediações da Serra do Espinhaço, ou por serem possíveis espécies novas, ainda não descritas pela ciência. 6.7 – RÉPTEIS Das 20 espécies de repteis identificadas, nove são lagartos, duas cobras de duas cabeças e nove serpentes, sendo que não foi encontrada qualquer espécie ameaçada de extinção. Enyalius sp. 42 6.8 – PEIXES Foram coletadas apenas 12 espécies de peixes, em função do pequeno porte dos rios situados na área de estudo, alguns temporários. Peixes como Lambari, Canivete, Traira, Cascudinho, Bufão, Jundia e Cambeva representaram a maioria das capturas realizadas. Não foram coletadas espécies ameaçadas de extinção, nem detectada atividade pesqueira nos rios, provavelmente devido ao pequeno porte dos peixes ali existentes. Na maior parte dos ambientes aquáticos estudados, observaram-se alterações nos córregos, com a supressão da vegetação ciliar nativa, assoreamento, contaminação por dejetos de animais e desvio da água para irrigação e abastecimento domiciliar. 6.8 – INSETOS Foram coletadas 22 espécies de mosquitos com potencial para transmissão de endemias como dengue, febre amarela e leishmaniose. A região apresenta potencial para abrigar populações de insetos vetores, mas, por outro lado, o clima não contribui para o desenvolvimento dessas populações. 6.9 – FAUNA DAS CAVERNAS São considerados cavernícolas os organismos que passam pelo menos uma parte do seu ciclo de vida no ambiente subterrâneo. As cavidades estudadas são pequenas e tem grande interação com o exterior. De uma maneira geral, durante os estudos, as cavidades estavam secas, sem pontos de umidade detectados. Foram amostradas pelo menos 163 espécies de invertebrados nas 36 cavidades localizadas na área do Projeto, principalmente aranhas, insetos como baratas, besouros, moscas, mosquitos, barbeiros, percevejos, vespas, 43 formigas, cupins, mariposas, grilos, alem de pequenos animais como centopéias. Entre os animais vertebrados, foram encontrados alguns anfíbios e lagartos pequenos. Alem disso, fezes foram observadas em varias cavidades, bem como uma muda de cobra e ninhos abandonados de aves e pequenos roedores, poleiros provavelmente de corujas, e três tipos de morcegos. Possivelmente, muitas espécies encontradas são novas para a ciência. 7 – RELAÇÃO FAUNA E FLORA A variedade de tipos de plantas e de animais presente na área do projeto indica que existem muitas associações entre fauna e flora. Nos vários tipos de vegetação são encontradas muitas espécies de plantas que fornecem alimento para espécies de aves. Figura 7.1: Dispersores de semente 44 Fonte: Sete Soluções e Tecnologia Ambiental Ltda, 2009. Alguns mamíferos como Cuícas e Ratos do Mato se alimentam de sementes e frutos e ajudam a espalhar sementes favorecendo o brotamento de algumas plantas longe da Planta Mãe; morcegos que se alimentam de néctar e ajudam na polinização das flores e na dispersão de sementes de espécies vegetais. Animais como sapos, rãs e pererecas são mais comuns em ambientes sombreados como as florestas encontradas ao longo dos córregos. Algumas plantas como as bromélias, acumulando água em seu interior, servem de moradia para pequenos anfíbios. Foram encontradas muitas flores que atraem insetos que podem servir de alimento para espécies maiores e que também podem proteger a planta que visitam contra outros animais que se alimentam de suas folhas. 45 8 – MEIO SOCIOECONÔMICO E CULTURAL 8.1 – ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) Os municípios de Caetité, Caculé, Guanambi e Pindaí fazem parte da mesorregião geográfica do Centro-Sul Baiano e da microrregião de Guanambi. A cidade de Guanambi é a principal referência na oferta de serviços públicos e privados para todos os municípios de sua região. Dados do Ministério da Saúde mostram que Guanambi conta com um serviço de saúde bem mais avançado que os municípios vizinhos. Além dos serviços públicos de saúde, possui consultórios, clínicas e hospitais particulares, de várias especialidades, como também de laboratórios que fazem exames mais completos. Em 2008, contava com um número grande de profissionais da área da saúde de nível superior, como por exemplo 80 médicos de formação , 38 enfermeiros, 38 dentistas, 17 bioquímicos e 15 fisioterapeutas. O setor educacional de Guanambi oferta ensino nos níveis fundamental, médio e superior, com estabelecimentos da rede pública (municipal e estadual) e particular. No ensino superior, tem a presença do campus 12 da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, com quatro cursos de graduação: Pedagogia, Administração, Enfermagem e Educação Física, e dois de pós-graduação: Atividade Física, Saúde e Sociedade; Educação Infantil e Séries Iniciais. A rede particular, representada pela Faculdade de Guanambi, oferece os cursos de Administração, Biomedicina, Ciências Contábeis, Direito, Fisioterapia, Normal Superior, Magistério Anos Iniciais, Nutrição e Turismo. Encontra-se em Guanambi estabelecimentos de comércio varejista e atacadista e de prestação de serviços de referência em toda a microrregião: supermercados de maior porte, revendedoras de automóveis, caminhões e utilitários e tratores; oficinas mecânicas especializadas; locadoras de veículos; serviços de saúde e de educação mais especializados; serviços públicos 46 regionais; agências bancárias de grandes grupos financeiros (estatais e privados), entre outros. O Produto Interno Bruto – PIB (riqueza gerada) de Guanambi, para o ano de 2005, correspondeu a 29,0% do PIB Microrregional e o PIB por habitante mostrou-se 40% acima do resultado apresentado pela microrregião. A população formalmente ocupada no município, segundo a base de dados RAIS do Ministério do Trabalho e Emprego, contemplo um contingente de cerca de 6.700 pessoas, representando grande parte do emprego formal de toda a microrregião. O resultado desses indicadores mostra, portanto, a importância da economia do município de Guanambi do ponto da região onde estará localizado o Projeto URÂNIBA. A cidade de Caculé é de menor porte com uma população de cerca de 13.000 habitantes. As atividades econômicas principais do município de Caculé são ligadas à agricultura e pecuária, com presença da mão-de-obra familiar em pequenas propriedades rurais. Parte da demanda dos serviços de saúde e educação é atendida por Caetité. Em termos de comércio e serviços mais diversificados mantém vínculo, também, com Guanambi. 8.2 – ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA - DISTRITOS DE BREJINHO DAS AMETISTAS E GUIRAPÁ. O distrito de Brejinho das Ametistas é um dos mais antigos do município de Caetité. Localiza se entre a cidade de Caetité e a área do projeto Urâniba. Possui 5.853 habitantes, sendo 744 residentes na vila e o restante, a grande maioria, na zona rural. O distrito conta com um posto de saúde, uma sede do Programa de Saúde da Família (PSF), três estabelecimentos escolares municipais e uma extensão de colégio de ensino médio estadual. A estruturação econômica e a sustentação 47 do distrito sempre estiveram ligadas ao garimpo da ametista. A grande maioria da população ali residente vive dessa atividade. A produção agropecuária é voltada basicamente para a subsistência, com forte participação da mão-de- obra familiar. Na região do distrito de Brejinho das Ametistas, existe uma comunidade negra rural denominada Açoita Cavalo, com características semelhantes às das duas comunidades negras rurais tradicionais Antas e Palmito (da ADA), ou seja, com parentelas compostas, essencialmente, por população negra. A comunidade de Açoita Cavalo não disponibiliza serviços sociais deporte, constituindo-se em espaço pouco atrativo para a população. Os serviços sociais e de comércio são oferecidos pelos distritos de Guirapá e Brejinho das Ametistas e pelas sedes urbanas de Pindaí e Caetité. O Distrito de Guirapá pertence ao município de Pindaí e situa-se com certa proximidade da área do projeto da Urâniba. Possui 5.142 habitantes, sendo 827 residentes na vila e 4.315, a grande maioria, na zona rural. Conta com uma Unidade de Saúde da Família, uma creche, duas escolas municipais e um centro educacional, também municipal. Assim como em Brejinho das Ametistas, a produção agropecuária é voltada basicamente para a subsistência, com forte participação da mão-de-obra familiar. Existem também outras comunidades que não serão diretamente afetadas, mas encontram-se na AID: Cana Brava, Açoita Cavalo e Açoita Cavalo II, Fazenda da Mata, Fazenda da Mata de Baixo, Rio da Faca e Rio da Faca de Cima, Fazenda das Flores/João Barroca para a região de Brejinho das Ametistas e Brejo na região e Guirapá. Não há registros de Unidades de Conservação nos distritos como também em toda AID. 8.3 – ÁREA DIRETAMENTE AFETADA Na Área Diretamente Afetada o acesso a recursos hídricos depende de rios ou nascentes não-perenes. A disponibilidade de energia elétrica praticamente não existe. 48 Ha pouca atividade pecuária e a exploração agrícola e voltada, basicamente, para o consumo das próprias famílias. Em alguns estabelecimentos, ha quintais com pomares (frutas) e pequenas plantações de cana-de-açúcar, café, milho, feijão e arroz. Alguns cultivam alho e tomate para serem vendidos em Caetité, Guanambi e Guirapa. A Urâniba não afetara a capacidade de abastecimento da região, pois as áreas atingidas tem pequena produção agrícola. 8.4 – PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO Na ADA, ha vários sítios arqueológicos associados as cavernas. Nas cavernas da ADA, existem, aparentemente, poucos vestígios arqueológicos (peças de cerâmica e pedra lascada e polida, confeccionados em quartzo e hematita), que indicam a passagem ou estadia rápida de antigos habitantes, que estavam por ali em busca, por exemplo, de matéria-prima ou abrigo temporário. Figura 8.1: Pintura rupestre do sítio arqueológico Mexerica. Fonte: Sete Soluções e Tecnologia Ambiental Ltda, 2009. 9 – IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS Impacto ambiental é qualquer alteração significativa no meio ambiente, em um ou mais de seus componentes, provocada por uma ação humana. Os estudos ambientais realizados para o Projeto da Urâniba Mineração S/A objetivaram avaliar de que maneira o empreendimento impactará o meio ambiente e, a partir disso, propor ações, planos e programas destinados a minimizar, 49 monitorar, compensar ou potencializar tais impactos, positivos ou negativos, para que, dessa maneira, o empreendimento seja ambientalmente viável. 9.1 - METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS Inicialmente, foram identificadas as atividades e tarefas potencialmente geradoras de impacto ambiental relacionadas às fases de implantação, operação e desativação da Urâniba Mineração S/A. Então, foram adotados critérios chamados de Preliminares e de Valoração. O resultado desses critérios definiu a magnitude dos impactos ambientais. 9.2 - FASES DO EMPREENDIMENTO 9.2.1 - PROJETO: Consiste na execução dos serviços de sondagem geológica, realização dos estudos hidrogeológicos, geotécnicos topográficos e ambientais. 9.2.2 - IMPLANTAÇÃO: Trata-se na etapa de obras contemplando as atividades/tarefas: supressão da vegetação, construção do canteiro de obras, execução das obras civis das instalações industriais da planta de beneficiamento e de construção dos prédios das áreas de apoio operacional, abertura das cavas para a retirada do minério. 9.2.3 - OPERAÇÃO: Quando ocorre o início das operações de lavra e beneficiamento do minério. 50 9.2.4 - DESATIVAÇÃO: Consiste na fase após a paralisação da retirada de minério (exaustão da jazida), encerramento das atividades de beneficiamento, desmontagem dos equipamentos e máquinas, demolição das instalações industriais e prediais, desativação das áreas de apoio operacional. Figura 9.1: Metodologia de avaliação de impactos. Fonte: Sete Soluções e Tecnologia Ambiental Ltda, 2009. 51 9.3 – IMPACTOS GERADOS PELO URÂNIO 9.3.1 ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DO AR Devido às emissões atmosféricas durante a operação do empreendimento decorrente da movimentação dos solos e do desmonte de rochas na lavra, na britagem e rebritagem do minério, gerando quantidade significativa de material particulado além da emanação de gás radônio. Diante destes fatores este impacto e considerado de incidência direta, classificado como reversível a longo prazo pela renovação da dinâmica atmosférica da região e controle de emissões, e enquadrado na definição de media magnitude. As medidas de mitigação consistem no controle de velocidade dos veículos e aspersão das vias de acesso e praças de sondagem na área da mina. Controle continuo da qualidade do ar e instalação de coifas e filtros em áreas de concentração de gases. 9.3.2 CONTAMINAÇÃO DOS MANANCIAIS SUBTERRÂNEOS COM ALTERAÇÕES DAS SUAS PROPRIEDADES E POTABILIDADE. A liberação de poluentes para o meio ambiente durante a implantação e a operação do empreendimento, com possíveis alterações na qualidade das águas subterrâneas poderá ocorrer, de forma significativa, a partir do desmonte de rochas na lavra, do pátio de lixiviação, da disposição de rejeitos sólidos e estéril, dos pátios de estocagens de insumos e das operações da unidade de processo. Avaliando estes fatores o impacto esta classificado de incidência direta, irreversível de magnitude alta. 52 As medidas de mitigação incluem impermeabilização do solo das áreas de armazenamento de efluentes e insumos, programa de controle de movimentação de sedimentos, plano de controle da qualidade dos recursos hídricos, manejo adequado de rejeitos e estéril, adequação da planta produtiva para minimizar e ou prevenir a contaminação. 9.3.3 DEPOSIÇÃO DE PARTÍCULAS COMUNS E RADIOATIVAS SOBRE A COBERTURA VEGETAL As partículas geradas pela mineração de urânio deverá conter certo teor de isótopos radioativos, devido à ocorrência dessas substâncias no solo e no subsolo da área. Esse pó, ao ser dissipado pelo vento, irá depositar-se sobre a cobertura vegetal das áreas vizinhas, podendo causar a sua contaminação com isótopos radioativos Avaliando estes fatores o impacto esta classificado de incidência direta, de longo prazo por ocorrer durante toda atividade de mineração, reversível a longo prazo e de magnitude media. As medidas mitigadoras para tal processo é a constante umidificarão do solo, plano de controle de material particulado, analise continua de velocidade e incidência dos ventos, pesquisa e acompanhamento de fatores biológicos e contaminação. 9.3.4 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVA E DANOS A SAÚDE. Devido à quantidade de isótopos radioativos liberados no ambiente prevê-se riscos de contaminação, direta pelo contato frequente com o material radioativo nas áreas de produção, indireta pelas condições do meio rico em urânio e emissões de poluentes e particulados, por magnificação trófica devido ao fato que o urânio é um metal pesado e não pode ser absorvido pelo organismo. Avaliando estes fatores o impacto esta classificado de longo prazo, irreversível e de magnitude media. 53 O controle e mitigação será feito pelos constantes programas de saúde, investimento em equipamentos de segurança para contatos diretos, identificação e minimização de atividades poluidoras, acompanhamento das concentrações de urânio e taxas de biocumulação, investimentos em infra- estrutura de saúde e educação ambiental. 9.3.5 EMISSÃO DE POLUENTESRADIOATIVOS DURANTE O PROCESSO DE LIXIVIAÇÃO. Durante o processo de lixiviação tanto gases provenientes dos ácidos usados no processo de retirada do urânio do produto britado quando na reação com o mesmo libera gases radioativos no meio ambiente. Identificado como de longo prazo, reversível e de magnitude média. Serão utilizados na área de lixiviação estruturas fechadas de grande porte, dotadas de sistema de exaustão e filtragem de gases para a minimização das emissões de poluentes. 9.4 - FASE DE PROJETO As intervenções executadas na etapa de projeto que causam interferência sobre os elementos do meio físico são, basicamente, aquelas necessárias à operação de sondagem e levantamentos topográficos, geotécnicos e hidrogeológicos: corte parcial da vegetação em picadas para levantamento topográfico, supressão de vegetação em áreas de acessos e praças de sondagem, abertura de vias de acesso, regularização da superfície em praças de sondagem e os furos de sondagem propriamente ditos. Estas intervenções da fase de projeto são de pequena monta. Os impactos decorrentes destas intervenções da fase de projeto são descritos a seguir. 54 9.4.1 - MEIO FÍSICO 9.4.1.1 ALTERAÇÃO NA DINÂMICA DE SEDIMENTOS DA BACIA HIDROGRÁFICA A supressão de vegetação nas áreas constituem intervenções que conduzem à exposição direta dos solos às chuvas, ficando estes susceptíveis à instalação de focos erosivos e, consequentemente, ao carreamento de sedimentos para os canais fluviais. Ressalta-se que as áreas degradadas estão sendo imediatamente recuperadas, visando prevenir a ocorrência de processos erosivos e a reintegrar as áreas degradadas na paisagem local. Diante do exposto, o impacto de alteração da dinâmica de sedimentos na bacia hidrográfica, na fase de projeto, caracteriza-se como de natureza negativa, incidência direta, local, permanente, reversível a médio ou longo prazo, de baixa importância, tendo em vista a extensão da área afetada na etapa considerada, e de baixa magnitude, quando considerados, em conjunto, todos os critérios de avaliação. 9.4.1.2 ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA 55 Este impacto está relacionado ao carreamento de sedimentos pelas chuvas, causado em virtude da exposição do solo pela supressão da vegetação. Os eventuais sedimentos carreados para as águas possuem o potencial de alteração da mesma, uma vez que podem levar a diversas alterações físico- químicas das águas, tais como cor, turbidez, ferro, manganês e urânio. As pequenas áreas de sondagem com a movimentação de terra nesta fase e o fato da execução imediata do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, a importância deste impacto é classificada como baixa. O impacto é considerado de incidência indireta, uma vez que é decorrente dos processos erosivos instaurados, e reversível a curto prazo, já que, cessada a fonte de lançamento, o meio possui potencial de recomposição em curto período. É temporário, ocorrendo principalmente, em épocas chuvosas, o que, juntamente com os critérios de valoração descritos anteriormente, leva a considerá-lo de baixa magnitude. Com relação à alteração da qualidade das águas subterrâneas, o impacto potencial é decorrente da infiltração dos efluentes sanitários originados. Considerando o reduzido volume gerado e o fato de que atualmente esses efluentes são tratados em um conjunto séptico, composto por uma fossa séptica e sumidouro, a importância deste impacto é classificada como baixa. Além disso, é considerado temporário, reversível a curto prazo, pois o meio se recupera em um período curto de tempo, uma vez cessada a fonte de incidência direta, visto que decorre de uma tarefa do empreendimento, e de 56 baixa magnitude, considerando a utilização dos tratamentos de efluentes específicos. As águas subterrâneas também podem ser alteradas pela geração, controle e disposição final inadequados de resíduos sólidos perigosos (óleos usados) e resíduos dos banheiros químicos. O impacto é classificado como reversível a médio ou longo prazo, de abrangência local e incidência direta. A adoção do procedimento de manuseio e destinação final adequados dos resíduos sólidos, a importância do impacto é classificada como baixa. A avaliação do conjunto de critérios determina a classificação da magnitude do impacto como baixa. 9.4.1.2 ALTERAÇÃO DA PAISAGEM REGIONAL As tarefas da fase de projeto potencialmente causadoras de alteração da paisagem são: o corte parcial da vegetação para, a abertura de vias de acesso e o decapeamento da superfície em praças de sondagem. Essas tarefas promovem alterações de pequena monta na paisagem local de caráter estético visual, dado a pequena área afetada. 57 Ressalta-se que a área da cava, principal área atingida pelas intervenções dos trabalhos de sondagem, tem um posicionamento topográfico desfavorável à visualização a partir da rodovia BA-122, que concentram o tráfego local e cortam a área do futuro empreendimento. Diante do exposto, o impacto de alteração da paisagem, na fase de projeto, é considerado pouco expressivo, sendo classificado como negativo, direto, local, permanente, reversível a médio ou longo prazo, de baixa importância, considerando-se a pequena área afetada e as dificuldades de visualização dessa área afetada a partir das vias de trânsito que concentram o fluxo de pessoas. Esses critérios determinam, portanto, um impacto de baixa magnitude. Como medida mitigadora do impacto, está sendo executado o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. As intervenções propostas se destinam a prevenir a ocorrência de processos erosivos e a reintegrar as áreas degradadas na paisagem local. 9.4.1.3 ALTERAÇÃO DAS PROPRIEDADES DOS SOLOS DECORRENTE DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDO O impacto ambiental de alteração das propriedades do solo, em virtude da geração de resíduos sólidos, tem potencial de ocorrer caso haja o controle na coleta, armazenamento e disposição final dos mesmos. Nesta fase de projeto, o impacto está associado aos resíduos sólidos gerados pelos serviços de supressão da vegetação e na área de apoio administrativo. Os resíduos 58 decorrentes da supressão de vegetação e o solo orgânico vêm sendo estocados adequadamente para utilização durante a recuperação de áreas degradadas. Como se trata de resíduos inertes, a importância é considerada baixa; a duração é permanente, pois o impacto não cessa de se manifestar em um horizonte de tempo conhecido; e a reversibilidade é a curto prazo, pois, para esse tipo de resíduo, o meio possui potencial de voltar às suas condições naturais rapidamente, e a abrangência é local, pois está restrito à ADA. O cruzamento desses parâmetros resulta em baixa magnitude. O impacto é de abrangência local, de duração permanente, considerando que não cessa de se manifestar em um espaço de tempo conhecido, e reversível em longo prazo, uma vez que são necessários longos períodos para que o meio retorne às condições naturais. A junção de todos esses critérios define a magnitude como média. Ressalta-se que são mantidos procedimentos específicos para a coleta, armazenamento e destinação final adequada dos resíduos sólidos. 9.4.1.4 ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DO AR A execução das tarefas na fase de projeto têm potencial de alterar a qualidade do ar por meio da geração de poeira e de gases de combustão. As tarefas relacionadas à sondagem ocorrem somente no interior da ADA, a abrangência do impacto gerado é classificada como local. No caso do impacto ocasionado pelo deslocamento de veículos de transporte, realizado em vias 59 não pavimentadas de acesso à área do empreendimento que extrapolam os limites da AII, a classificação da abrangência do impacto passa a ser regional. Assim sendo, a alteração da qualidadedo ar é classificada como de baixa importância. O impacto é classificado, então, como reversível a curto prazo e de duração temporária, considerando o potencial de recuperação do meio. A avaliação conjunta de todos os critérios resulta em uma baixa magnitude. As medidas de mitigação consistem no controle de velocidade dos veículos e aspersão das vias de acesso e praças de sondagem na área da mina. 9.4.1.5 ALTERAÇÃO DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA PELO CONSUMO DE ÁGUA O consumo de água na fase de projeto está relacionado às atividades de sondagem, à aspersão das vias de acesso e à irrigação dos plantios realizados para recuperação das áreas degradadas, com uso da água bombeada de dois poços profundos. Para consumo humano está sendo utilizada água mineral. O impacto de alteração da disponibilidade, nessa fase, é considerado um impacto negativo, direto, de duração temporária, reversível a curto prazo, considerando que o meio tem potencial para se recompor no curto prazo e que um pequeno volume de água é consumido; de abrangência local, tendo em vista que o impacto se restringe à ADA/AID, de baixa importância, pelo fato de produzir uma pequena alteração na qualidade ambiental da área considerada, portanto, de baixa magnitude. 60 9.4.2 - MEIO BIÓTICO 9.4.2.1 PERDA DE ÁREA VEGETADA E DA BIODIVERSIDADE ASSOCIADA A retirada da vegetação para a abertura de acessos para pesquisa corresponde a áreas restritas. Este impacto afeta particularmente o campo rupestre sobre canga, nas praças de sondagem. Nesses locais existem espécies que só ocorrem em locais com afloramento de minério, e por isto são consideradas raras e endêmicas. A existência de ambientes semelhantes ao redor garante a reposição das populações num prazo relativamente curto. Sua abrangência é local, restringindo-se aos pontos de desmate e a seu entorno imediato; e sua importância é baixa, pois não expressa perdas na qualidade ambiental geral, apenas transitoriamente. A medida de controle associada a este impacto é a recuperação das áreas degradadas para favorecer a regeneração natural da vegetação e aumento gradativo da biodiversidade. 61 9.4.2.2 AFETAÇÃO DE ÁREAS DE REFÚGIO, REPRODUÇÃO E DESLOCAMENTO DA FAUNA Durante a fase de projeto, com a movimentação de máquinas e pessoas podendo gerar impactos como o afugentamento de fauna das áreas adjacentes, o aumento do risco de atropelamento de fauna nas vias de circulação, particularmente à noite, algum molestamento eventual de exemplares da fauna silvestre por parte dos empregados e a perda de tocas ou ninhos localizados nos trechos atingidos. Este impacto negativo e de incidência direta pode ser considerado temporário, uma vez que as ações causadoras são transitórias. É reversível, dada a possibilidade de recuperação das áreas afetadas; de abrangência local, pela pequena extensão das áreas desmatadas; e de baixa importância, em função dessas características específicas da fase de projeto. Como medida de controle deste impacto, ações do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. 9.4.3 - MEIO SOCIOECONÔMICO E CULTURAL CONTRIBUIÇÃO DO EMPREENDIMENTO COMO INDUTOR DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO DA REGIÃO A realização de estudos e levantamentos de campo para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental resultou em um amplo conjunto de informações a respeito da região de Caetité. O aumento do conhecimento das características 62 físicas, bióticas, culturais bem como da dinâmica socioeconômica, podem favorecer a proposição de estratégias de conservação dos recursos naturais. Os dados levantados até o momento poderão balizar propostas de projetos de aprofundamento de pesquisa por instituições locais em determinadas áreas do conhecimento, planejamento do uso sustentável do solo e adequação de atividades humanas na região. No caso, o impacto é classificado como positivo, direto, irreversível, de abrangência regional e alta importância e magnitude. 9.4.3.1 INTERFERÊNCIA NO COTIDIANO DAS FAMÍLIAS DO ENTORNO DO EMPREENDIMENTO Observou-se, na fase de projeto, a ocorrência de ruídos e poeira pela movimentação de máquinas e veículos utilizados para a execução nos serviços de sondagem, topografia, geotecnia, estudos hidrogeológicos e abertura de acessos. As comunidades tradicionais existentes passaram a ter contatos com pessoas de fora do seu círculo de convivência. Os incômodos das atividades da fase de projeto podem ser avaliados como negativos, temporários, reversíveis em curto prazo, de abrangência local e de alta importância, sendo um impacto de média magnitude. 63 9.5 - FASE DE IMPLANTAÇÃO 9.5.1 - MEIO FÍSICO 9.5.1.1 ALTERAÇÃO DA PAISAGEM O impacto ocorrido na fase de projeto tem continuidade, com maior relevância, na fase de implantação e de operação. As tarefas associadas à implantação do empreendimento, tais como supressão da vegetação, execução dos serviços de terraplanagem, decapeamento das áreas de lavras, disposição de material estéril e implantação das obras civis, ocasionarão, como efeito direto, a alteração da paisagem local. Essas tarefas promovem o estabelecimento de uma paisagem transformada, com mudanças do aspecto geral da cobertura vegetal decorrente de sua fragmentação ou supressão total da vegetação; transformações da topografia; interferências em talvegues; inserção de estruturas construídas atípicas no local, dentre outras. O impacto de alteração da paisagem local se caracteriza como de natureza negativa, incidência direta, pois decorre de ações do empreendimento; abrangência local, pois está limitado à ADA; duração permanente e irreversível. O impacto é classificado como de média importância e de magnitude média. Visando minimizar esse impacto, deverá ser executado o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Ainda que as áreas sejam recuperadas de maneira a se reintegrarem harmonicamente à paisagem regional, a paisagem local não retornará às condições originais, mantendo-se 64 descaracterizada devido às características e ao porte das alterações ocorridas. Portanto, como medida compensatória do impacto, serão implementados o plano de Apoio à Criação de Unidade de Conservação de Uso Restrito e o Programa de Incentivo à Formação de Corredores Ecológicos. Ressalta-se que o impacto aqui considerado está limitado à alteração paisagística, em seus aspectos estéticos, e de uso, como elemento do patrimônio natural. Os impactos relacionados à paisagem, quanto aos aspectos ecológicos e científicos das formações vegetais nativas presentes na área, estão abordados mais adiante nos itens referentes ao meio biótico. Quanto à presença de cavernas na área da mina, que compõem a paisagem local e que sofrerão impactos relacionados às fases de implantação e de operação da Mina, e por serem consideradas elementos do patrimônio espeleológico, alvo de regulamentação específica (Decreto Federal nº 6.640/2008), o impacto sobre elas está avaliado em separado mais adiante, como “Perda de Elementos do Patrimônio Espeleológico (cavernas)”, na fase de operação. Considerando-se a implementação das ações previstas no Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, espera-se que haja uma expressiva atenuação do impacto após o encerramento da atividade minerária. 9.5.1.2 ALTERAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS SOLOS E INSTALAÇÃO DE PROCESSOS EROSIVOS E/OU INSTABILIDADES GEOTÉCNICAS DEVIDO À GERAÇÃO DE ÁREAS EXPOSTAS E À MOBILIZAÇÃO DE MATERIAIS 65 As intervenções de implantação da Mina, tais como: a supressão da vegetação, os serviços de terraplanagem, o decapeamento das áreas de lavra, a abertura de estradas/acessos, dentre outras, provocarão a alteração da estrutura dos solos e sua exposição direta aos agentes erosivos, tornando-os mais susceptíveis à erosão e aos movimentos de massa (instabilidadesgeotécnicas). Os processos erosivos e as instabilidades geotécnicas podem acarretar, como efeitos indiretos, a perda de solos, a degradação da paisagem, o assoreamento dos cursos d’água e a alteração da qualidade das águas em função do carreamento de sedimentos para os cursos d’água. Para mitigar esses impactos, serão implantados dispositivos de drenagem provisórios (leiras e bacias de contenção de sedimentos), durante a fase de implantação, até que o sistema de drenagem pluvial definitivo previsto seja construído. Essas estruturas são previstas no Plano de Controle de Processos Erosivos e Assoreamento. O impacto de instalação de processos erosivos é classificado como negativo, direto; local, pois ocorre na ADA; de duração permanente e reversível a médio ou longo prazo, quando cessada ou controlada a origem do impacto. Mesmo considerando a efetividade dos dispositivos de drenagem pluvial provisórios, que serão implantados juntamente com as obras de instalação do empreendimento, o impacto é classificado como de média importância. Portanto, a magnitude, que traduz a grandeza ou porte da intervenção no meio ambiente, é, neste caso, média. Como medida de minimização do impacto será executado o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, o qual deverá atenuar a magnitude do impacto. Como medidas compensatórias pela eventual perda de solos, serão implementados o Programa de Incentivo à Formação de Corredores Ecológicos e o Apoio à Criação de Unidade de Conservação de Uso Restrito. 66 9.5.1.3 ALTERAÇÃO DAS PROPRIEDADES DO SOLO PELA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Durante o período de obras, serão gerados diversos tipos de resíduos e em quantidades variadas, com potencial de gerar o impacto ambiental de alteração das propriedades do solo, inerente à falta de controle de manuseio, armazenamento e disposição final dos mesmos. O impacto é classificado como de incidência direta; e, como ele se restringe à ADA, sua abrangência é classificada como local. A duração é permanente, considerando que, uma vez executada a ação, o impacto não cessa de se manifestar num horizonte temporal conhecido; e a reversibilidade é dada em médio a longo prazo, já que o ambiente necessita de longos períodos para se recompor naturalmente. Como medida de mitigação dos impactos, os resíduos sólidos gerados serão controlados pelo Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, o qual contempla ações de coleta seletiva, armazenamento, transporte e disposição final adequados. Também poderão contribuir para a prevenção do impacto das ações do Programa de Educação Ambiental. 67 9.5.1.4 SUPRESSÃO DE SOLO COM APTIDÃO PARA USO AGROSSILVOPASTORIL E PARA PRESERVAÇÃO DA FLORA E DA FAUNA A execução da terraplanagem e do descapeamento da área da cava promoverão a retirada dos solos nessa área e naquelas a serem submetidas ao decapeamento para abertura de vias de acesso internas e para obras civis em geral, a exemplo da área da planta de beneficiamento de minério. O impacto associado à terraplanagem é negativo, de incidência direta, permanente e irreversível, pois o solo não retornará à sua condição original após cessada a ação de terraplanagem. Sua abrangência é local, por incidir em locais da ADA, e é caracterizado como de alta importância, em decorrência da grande dimensão da área atingida. Considerando o conjunto de critérios para avaliação do impacto a magnitude é classificada como alta. O impacto é classificado como aquele das áreas terraplanadas, porém difere quanto à importância, classificada como média, considerando-se a dimensão da parcela da área da cava que será decapeada nessa fase, resultando em magnitude média. O decapeamento total da área da cava será efetuado durante a operação do empreendimento, sendo reavaliado nessa fase. Devido ao caráter irreversível do impacto e ao fato de não ser mitigável, são previstas ações de compensação por meio do Apoio à Criação de Unidade de Conservação de Uso Restrito e do Programa de Formação de Corredores Ecológicos, que atenderá ao conjunto das áreas afetadas. 68 9.5.1.5 ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DO AR Nas atividades de implantação da Urâniba Mineração S/A, a alteração da qualidade do ar está relacionada à geração de poeira e gases de combustão e está, portanto, diretamente relacionado à velocidade e à direção dos ventos da região. A qualidade do ar da região, atualmente, considerada satisfatória, conforme constatado nos estudos realizados para o diagnóstico ambiental. Durante a implantação, o impacto da alteração da qualidade do ar devido às emissões de poeira poderá decorrer, por exemplo, do decapeamento da área de lavra, movimentação de equipamentos e veículos, abertura de acessos, execução das obras, mobilização e desmobilização do canteiro de obras. O impacto se caracteriza como negativo, incidência direta, abrangência local, duração temporária, reversível a curto prazo e de baixa importância, portanto, de magnitude baixa. A aspersão de água prevista para as áreas de geração de material particulado poderá reduzir a magnitude do impacto. Durante a fase de implantação, ocorrerá movimentação de veículos para o transporte de pessoal e de materiais/equipamentos para a obra até a área do Projeto. Ressalta-se que o impacto de incômodo à população é avaliado mais adiante, no item referente aos impactos do meio socioeconômico. O impacto será mitigado com as ações previstas no Programa de Controle das Emissões Atmosféricas, que prevê a aspersão de água por meio de caminhões-pipa em vias não pavimentadas e áreas expostas sob intervenção. Observa-se ainda que, desde o início das obras, será realizado monitoramento da qualidade do ar para o eficiente acompanhamento do nível das alterações ocorridas. 69 Com relação à alteração da qualidade do ar pela emissão de gases de combustão, serão utilizados equipamentos, incluindo os geradores que irão fornecer energia elétrica, antes que a derivação da linha de transmissão esteja instalada, e veículos (caminhões, caminhões fora-de-estrada e pick up) que poderão emitir os gases SO2, NOx, CO e VOC. Ressalta-se que serão utilizados equipamentos e veículos novos de alta tecnologia de fabricação, além da execução de um plano de manutenção preventiva dos equipamentos e veículos e, consequentemente baixa emissão de gases poluentes. O impacto de alteração da qualidade do ar relacionada à queima de combustíveis pela operação de máquinas, equipamentos e veículos que emitirão quantidades insignificantes de gases de combustão. O conjunto de todas as emissões implica um impacto de baixa importância, ponderando-se que a utilização dos equipamentos e veículos é descontínua. Após a finalização da tarefa, o impacto permanece por um determinado tempo no ambiente, tendo sua duração avaliada como temporária. Considerando a capacidade do meio de retornar a sua condição original rapidamente, é enquadrado como reversível em curto prazo. O impacto é classificado como de baixa magnitude. Contudo, serão implementadas medidas de controle da geração de gases de combustão, como a manutenção preventiva e corretiva dos veículos e equipamentos envolvidos nas obras, além de testes conhecidos como de “fumaça preta”, previstos no Programa de Controle das Emissões Atmosféricas. 70 9.5.1.6 ALTERAÇÃO DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA PELA GERAÇÃO DE RUÍDO A alteração do nível de pressão sonora está associada diretamente à geração de ruídos provocada pela operação de máquinas e equipamentos, circulação de veículos, escavações e obras em geral, dentre outras. Com relação aos equipamentos com potencial para a geração de ruído, podemos citar: perfuratrizes para rochas na detonação, uso da escavadeira hidráulica para escavação e carregamento do minério e estéril, usos de caminhões fora-de-estrada para o transporte do minério
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