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08/08/2017 1 Sistema respiratório Parte 2 Prof. Dr. Daniel Gustavo dos Reis Centro Universitário de Adamantina Curso de Odontologia Funções do sistema respiratório Troca de gases entre a atmosfera e o sangue. O corpo traz o O2 para distribuição para os tecidos e elimina o CO2, produto residual produzido pelo metabolismo. Regulação homeostática do pH corporal. Os pulmões podem alterar o pH do corpo seletivamente retendo ou excretando CO2. Funções do sistema respiratório Proteção contra patógenos e substâncias irritantes. Assim como todos os outros epitélios que têm contato com o meio externo, o epitélio respiratório é bem suprido com mecanismos de defesa que aprisionam e destroem substâncias potencialmente nocivas antes que elas possam entrar no corpo. Vocalização. O ar se move através das pregas vocais criando vibrações usadas para falar. Troca I - Ventilação pulmonar: Processo pelo qual os gases são trocados entre a atmosfera e os alvéolos pulmonares. Troca II – Respiração Externa (Pulmonar):Troca de oxigênio e gás carbônico entre o ar nos alvéolos pulmonares e o sangue nos capilares pulmonares. Troca III – Respiração Interna (Tecidual):Troca de oxigênio e gás carbônico entre os capilares sistêmicos e as células teciduais. Inspiração (Inalação) Inspiração é o conjunto de movimentos que permite a entrada de ar nos pulmões. Nesse processo ocorre a contração do diafragma, ocasionando seu abaixamento. Os músculos intercostais também se contraem fazendo com que as costelas se levantem. Isso faz com que o tórax aumente de tamanho e a pressão interna dos pulmões torne-se menor que a externa. Com a redução da pressão intrapulmonar, o ar acaba entrando pelas vias respiratórias e chegando até os alvéolos para que ocorram as trocas gasosas. Expiração (Exalação) A expiração consiste no conjunto de movimentos que resulta na retirada do ar do interior das vias respiratórias. Nesse caso, ocorre o relaxamento dos músculos intercostais e do diafragma. Diferentemente do que ocorre na inspiração, há uma redução do volume da caixa torácica, que volta ao seu tamanho de repouso, e uma retração dos pulmões, o que faz com que a pressão interna fique maior que a externa. O aumento da pressão intrapulmonar faz com que o ar seja lançado para fora do nosso corpo 08/08/2017 2 Fatores que afetam a ventilação pulmonar Tensão superficial do líquido alveolar: Fina lâmina de líquido alveolar que recobre a face luminal dos alvéolos e exerce uma força conhecida como tensão superficial. Fatores que afetam a ventilação pulmonar Complacência dos pulmões: Esforço necessário para estirar os pulmões e a parede torácica. Quanto maior a complacência, mais fácil os pulmões se expandem. Resistência da Via Aérea A velocidade do fluxo de ar pelas vias aéreas depende também da diferença de pressão quanto da resistência. Qualquer condição que obstrua as vias aéreas, aumenta a resistência e mais pressão é necessária para manter o mesmo fluxo de ar. Transporte de O2 e CO2 pelo sangue O movimento dos gases pelo sistema respiratório ocorre predominantemente por difusão. Os sistemas respiratório e circulatório apresentam várias características anatômicas e fisiológicas singulares que facilitam a difusão dos gases: • Grandes superfícies para as trocas gasosas (a barreira alvéolo-capilar e a barreira entre o capilar e as membranas dos tecidos) e curtas distâncias a serem percorridas. Transporte de O2 e CO2 pelo sangue • Diferenças substanciais dos gradientes da pressão parcial. • Gases com propriedades de difusão favoráveis. O transporte do O2 dos pulmões até os tecidos e sua liberação, para os tecidos, e o transporte do CO2, dos tecidos até os pulmões, e sua liberação, nos pulmões, dependem das leis fundamentais da difusão dos gases. Solubilidade dos gases 08/08/2017 3 Diferença de pressão interna e externa Transporte de O2 O oxigênio é transportado, pelo sangue, em duas formas: O2 dissolvido e O2 ligado à Hb. A forma dissolvida é medida, clinicamente, como PaO2 em amostra de gás do sangue arterial. Apenas pequena porcentagem de O2 do sangue está na forma dissolvida, e sua contribuição para o transporte do O2 sob condições normais é quase desprezível. A ligação do O2 à Hb, formando oxihemoglobina no interior dos glóbulos vermelhos, é o principal mecanismo de transporte de O2. A Hb que não está ligada ao O2 é chamada de desoxihemoglobina ou Hb reduzida. A capacidade do sangue de transportar O2 aumenta cerca de 65 vezes, em virtude da capacidade do O2 de se ligar à Hb. Transporte de O2 Fatores que afetam a afinidade da Hb com o O2 Acidez: quanto maior a acidez (menor o pH), menor a afinidade. Os principais ácidos lático e carbônico. Pressão parcial do dióxido de carbono: quanto maior a pressão de dióxido de carbono menor a afinidade. Temperatura: quanto maior a temperatura, menor a afinidade. 2,3-Bifosfoglicerato (BPG): substância encontrada nas células sanguíneas. Quanto maior a quantidade de BPG, menor a afinidade. Transporte de CO2 no sangue No sangue o CO2 é transportado nos glóbulos vermelhos, principalmente como bicarbonato (HCO3 –) mas também como CO2 dissolvido e como compostos carbamínicos (i. e., o CO2 se liga a proteínas do plasma e à Hb). Assim que o CO2 se difunde através do tecido e penetra no plasma ele se dissolve rapidamente. A reação do CO2 com a H2O, dando origem a ácido carbônico (H2CO3), é a principal via para a formação de HCO3 - nos glóbulos vermelhos: Transporte de CO2 no sangue 08/08/2017 4 Controle central da respiração A respiração é processo automático, rítmico e regulado centralmente por controle voluntário. O SNC e, em particular, o tronco encefálico funcionam como o principal centro de controle da respiração. A regulação da respiração requer: • Geração e manutenção do ritmo respiratório; • Modulação desse ritmo por alças de retroalimentação sensorial e reflexos que permitem a adaptação a várias condições enquanto minimizam custos energéticos; • Recrutamento de músculos respiratórios que podem se contrair apropriadamente para a troca gasosa. Controle central da respiração Córtex Cerebral Controle voluntário. Quando o nível de CO2 e hidrogênio chegam ao nível perigoso, estímulos são mandados para o centro respiratório fazendo com que a respiração volte. Controle central da respiração CENTRO RESPIRATÓRIO Regiões localizadas no encéfalo: bulbo e ponte. Responsáveis por controlar o ritmo básico da respiração e coordenar a transição entre a inspiração e a expiração Controle central da respiração Relacionados a quantidade de oxigênio e gás carbônico Quimiorreceptores centrais: localizados no bulbo Quimiorreceptores periféricos: localizados nas paredes das artérias sistêmicas e retransmitem impulsos para os centros respiratórios. Controle central da respiração Relacionados a quantidade de oxigênio e gás carbônico Quimiorreceptores centrais: localizados no bulbo Quimiorreceptores periféricos: localizados nas paredes das artérias sistêmicas e retransmitem impulsos para os centros respiratórios. Funções não respiratórias do pulmão O pulmão tem como principal função as trocas gasosas, mas também se constitui em importante órgão de defesa que protege a parte interna do corpo do mundo externo. Além disso, o pulmão desempenha papel importante no metabolismo. Para lidar com a inalação de substâncias estranhas, o sistema respiratório e, em particular, as vias aéreas desenvolveram característicasestruturais únicas (p. ex., sistema de depuração mucociliar), bem como mecanismos imunes adaptativos e inatos especializados. 08/08/2017 5 Sistema de depuração mucociliar O sistema de depuração mucociliar protege o aparelho respiratório inferior captando e removendo dos pulmões bactérias e vírus patogênicos inalados, além de material particulado tóxico e não tóxico (p. ex., pólen, cinzas, poeira mineral, esporos de fungos e partículas orgânicas). Esse material particulado é inalado em cada inspiração e precisa ser removido dos pulmões. Os três principais componentes do sistema de depuração mucociliar são: o líquido periciliar (SOL), a camada de muco (GEL), e os cílios, que estão na superfície das células epiteliais das vias aéreas. Sistema de depuração mucociliar A camada de líquido periciliar (sol) é composta de líquido seroso não viscoso, produzido por transporte iônico ativo, realizado pelas células do epitélio colunar ciliado que revestem as vias aéreas. A manutenção da profundidade normal e da composição iônica do líquido periciliar é importante para o batimento rítmico dos cílios e a depuração mucociliar normal. Sistema de depuração mucociliar A camada de muco (gel) fica sobre a camada de líquido periciliar e é composta de uma mistura complexa de macromoléculas e eletrólitos. Por estar em contato direto com o ar, a camada de muco capta as substâncias inaladas. É constituída predominantemente de água (95%). O muco tem baixa viscosidade e propriedades elásticas elevadas. Cílios Os cílios oscilam, coordenadamente, em ritmo ondulante e bifásico característico denominado metacronismo. Executam quase 1.000 batimentos/min, e cada batimento é composto de batida vigorosa para a frente e de lenta batida de retorno, ou batida de recuperação. Quando os cílios batem vigorosamente para a frente, suas pontas estendem-se para cima e penetram a camada de muco viscoso, movendo o muco e as partículas nele aprisionadas. Quando realizam o movimento oposto, os cílios se libertam do muco e retornam totalmente para dentro da camada sol. Quando os cílios da nasofaringe batem, empurram o muco para a faringe, ao passo que os cílios da traqueia empurram o muco para cima, em direção à faringe, onde é engolido Sistema de depuração mucociliar Existem cerca de 250 cílios em cada célula do epitélio das vias aéreas, e cada cílio mede de 2 a 5 μm de comprimento. Os cílios são compostos de microtúbulos que contém uma ATPase que é responsável pelo batimento contrátil do cílio. Funções não respiratórias do pulmão Funções metabólicas do pulmão A enzima conversora de angiotensina (ECA) presente no pulmão, converte angiotensina I (inativa) em angiotensina II (ativa). 08/08/2017 6 Doenças respiratórias ASMA DOENÇA PULMONAR OSTRUTIVA CRÔNICA ENFISEMA BRONQUITE CRÔNICA PNEUMONIA TUBERCULOSE CORIZA E INFLUENZA EDEMA PULMONAR Asma Inflamação crônica das vias aéreas, hipersensibilidade das vias aéreas a diversos estímulos e a obstrução das vias aéreas. A obstrução das vias aéreas pode ser por espasmos do músculo liso nas paredes dos brônquios, ou edema da túnica mucosa das vias aéreas, aumento da secreção de muco e dano ao epitélio da via aérea. Tratamento: agonista beta-adrenérgico. Agentes anti- inflamatórios como os corticoides. Doença pulmonar obstrutiva crônica Obstrução crônica e recorrente do fluxo de ar, o que aumenta a resistência das vias aéreas. As principais são enfisema e bronquite crônica. Causadas normalmente pelo cigarro ou fumaça. Outras causas poluição do ar, infecção pulmonar, exposição ocupacional a pó e gases. Enfisema Distúrbio caracterizado pela destruição das paredes dos alvéolos, produzindo espaços aéreos anormalmente grandes, que permanecem cheios de ar durante a respiração. Causado por irritação a longo prazo, cigarro e ar poluído. Tratamento: parar de fumar, remoção de outros irritantes, prática de exercícios sob cuidados médicos. Bronquite crônica Secreção excessiva de muco brônquico e acompanhada por tosse produtiva, que dura pelo menos três meses. Sintomas: falta de ar e hipertensão pulmonar. O tratamento é semelhante ao do enfisema Pneumonia É a infecção ou inflamação aguda dos alvéolos. Quando ocorre, micróbios entram nos pulmões de indivíduos suscetíveis, liberam toxinas prejudiciais, estimulando a inflamação e as respostas imunes que têm efeitos colaterais nocivos. Streptococcus pneumoniae Tratamento: antibióticos, broncodilatadores, oxigenoterapia, ingestão aumentada de líquido e fisioterapia torácica. 08/08/2017 7 Tuberculose Bactéria Mycobacterium tuberculosis. Afeta pulmões e as pleuras. Sintomas: fadiga, perda de peso, anorexia, febre, suores noturnos, tosse, dispnéia, dor no peito. A infecção, geralmente, é transmitida pela inalação de aerossóis de secreções respiratórias, contendo o bacilo da tuberculose. Os perdigotos da tuberculose podem ser dispersos por aerossóis produzidos pela turbina, sprays de água e aparelhos de ultrassom durante o atendimento odontológico. Coriza e influenza Conhecida também como resfriado comum. Sintomas típicos de resfriado. As complicações incluem sinusite, asma, bronquite, infecções de ouvido e laringite. INFLUENZA (gripe) Causada por vírus. Sintomas: calafrio, febre, dor de cabeça e dores musculares. Edema pulmonar Acúmulo anormal de líquido intersticial nos espaços intersticiais e alvéolos de pulmões. Aumento da permeabilidade capilar ou aumento da pressão capilar pulmonar. O sintoma mais comum é a dispnéia. Tratamento: administração de oxigênio, medicamentos que dilatam os bronquíolos e baixam a pressão arterial, diuréticos, para livrar o corpo do excesso de líquidos, aspiração das vias aéreas. Estudo Dirigido Quais as funções do sistema respiratório? O que é ventilação pulmonar, respiração externa e respiração interna? Quais fatores afetam a ventilação pulmonar? Quais fatores afetam a afinidade da hemoglobina com o oxigênio? Como se dá o transporte de O2 e CO2 pelo organismo? Como o SNC controla a respiração? Como o quimiorreceptor funciona? Quais os componentes do sistema de depuração mucociliar? O que são as seguintes doenças respiratórias?: ASMA, DOENÇA PULMONAR OSTRUTIVA CRÔNICA, ENFISEMA, BRONQUITE CRÔNICA, PNEUMONIA, TUBERCULOSE, CORIZA E INFLUENZA, EDEMA PULMONAR ? Trabalho de pesquisa: Sistema respiratório Como o tabagismo pode prejudica o sistema respiratório? Explique a relevância odontológica do tabagismo. (sistema respiratório superior e inferior)
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