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Funções e Estrutura do Fígado

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‘FIGADO 
Maior glândula do corpo e o 2° maior órgão do corpo. Localizado na cavidade abdominal (abaixo do diafragma) no quadrante superior direito. 
Uma de suas funções é armazenar/processar os nutrientes absorvidos pelo trato digestivo. 80-90% do sangue chega ao fígado por meio da veia porta. Menor porcentagem chega pela artéria hepática (todos os nutrientes absorvidos no intestino são transportados ao fígado pela veia porta, exceto lipídios/quilomícrons que chegam pela artéria hepática).
Posição ideal no sistema circulatório para captar, transformar e acumular metabólitos e para neutralizar e eliminar substâncias tóxicas (a eliminação ocorre na bile; secreção exócrina do fígado importante para digestão de lipídios).
O fígado também produz proteínas plasmáticas (*albumina).
O fígado é revestido por capsula delgada de tecido conjuntivo (mais espesso no hilo).
Lóbulo hepático:
Hepatócito/célula hepática (componente estrutural básico do fígado). Essas células epiteliais estão agrupadas em placas interconectadas. Nos humanos, os lóbulos hepáticos não estão separados entre si. 
Há espaços porta (tecido conjuntivo contendo vasos sanguíneos, ductos biliares, vasos linfáticos e nervos) encontrados nos cantos dos lóbulos. No fígado humano há 3-6 espaços porta por lóbulo (cada um contêm 1 ramo da veia porta, 1 artéria hepática, 1 ducto e vasos linfáticos).
A veia porta contém sangue do baço/pâncreas/intestino. A artéria hepática contém sangue do tronco celíaco/aorta abdominal. Os ductos transportam a bile sintetizada pelos hepatócitos (desembocam no ducto hepático). Vasos linfáticos transportam a linfa, a qual eventualmente entra na circulação sanguínea. 
Os hepatócitos estão dispostos no lóbulo hepático. Entre os hepatócitos há capilares (sinusoides hepáticos) que são vasos irregulares dilatados composto por uma camada descontinua de células endoteliais fenestradas. As células endoteliais são separadas dos hepatócitos adjacentes por meio de uma lamina basal descontinua e espaço de Disse/espaço subendotelial que contém microvilos dos hepatócitos. O contato permite troca de macromoléculas entre o lúmen endotelial e os hepatócitos (vice-versa).
Os sinusoides também contêm macrófagos (células de Kupffer) encontradas na superfície luminal das células endoteliais (principalmente na região periférica do lóbulo hepático) e tem a função de: metaboliza hemácias velhas; digere hemoglobina; secreta proteínas relacionadas com o processo imunológico e destrói bactérias invasoras.
Nos espaços de Disse há células armazenadora de lipídios (células de Ito) que contém inclusões lipídicas ricas em vitamina A. No fígado saudável essas células tem funções: captação/armazenamento e liberação de retinoides; síntese e secreção de várias proteínas da matriz extracelular e proteoglicanos; secreção de fatores de crescimento e citocinas e regulação do diâmetro do lúmen sinusoidal em resposta a diferentes fatores reguladores (*prostaglandinas; tromboxano A2).
Fígado cronicamente doente (as células de Ito proliferam e adquirem características de miofibroblastos, com ou sem as inclusões lipídicas. Essas células são observadas próximas aos hepatócitos lesionados e são muito importantes no desenvolvimento da fibrose, inclusive da fibrose secundaria à cirrose/doença alcoólica do fígado).
Suprimento sanguíneo: 
Recebe sangue 80-90% da veia porta (pouco oxigenado e rico em nutrientes) e da artéria hepática (rico em oxigênio).
Sistema porta venoso:
Contém sangue proveniente do baço/pâncreas/intestino.
A veia porta ramifica-se repetidamente e envia pequenas vênulas portais/interlobulares aos espaços porta. 
As vênulas portais ramificam-se em vênulas distribuidoras (correm ao redor da periferia do lóbulo).
A partir das vênulas distribuidoras, pequenas vênulas desembocam nos capilares sinusoides. 
Os capilares sinusoides correm radialmente para o centro do lóbulo para formar a veia central/centrolobular (a medida que a veia central progride ao longo do lóbulo ela recebe mais sinusoides, aumentando gradualmente em diâmetro. 
No final ela deixa o lóbulo em sua base fundindo-se com a veia sublobular (de diâmetro maior).
As veias sublobulares gradualmente se convergem e se fundem, formando 2 ou mais veias hepáticas que desembocam na veia cava inferior.
Sistema arterial:
Principal função: oxigenação dos hepatócitos. 
A artéria hepática ramifica-se repetidamente e forma as arteríolas interlobulares (localizadas nos espaços porta). Algumas dessas arteríolas irrigam as estruturas dos espaços porta e outras formam arteríolas que desembocam diretamente nos sinusoide (ocorrendomistura de sangue arterial e venoso portal).
Obs.: oxigênio/metabolitos/substâncias tóxicas e não tóxicas absorvidas no intestino alcançam primeiro as células periféricas e posteriormente as células centrais dos lóbulos. Isso explica a dualidade de comportamento dos hepatócitos (células periféricas/perilobulares e células centrais/centrolobulares).
Hepatócito:
Sempre que dois hepatócitos se encontram, eles delimitam um espaço tubular entre si (canalículo biliar). Os canalículos biliares formam uma rede complexa que se anastomosa progressivamente ao longo das placas do lóbulo hepático, terminando na região do espaço porta. 
A bile flui na direção contraria do sangue. Ela flui do centro para a periferia do lóbulo. Na periferia a bile adentra os dúctulos biliares/canais de Hering. Após curta distância, esses canais terminam nos ductos biliares localizados no espaço porta. Esses ductos gradualmente aumentam e se fundem, formando o ducto hepático que deixa o fígado.
Junções comunicantes tipo gap são comuns entre os hepatócitos (importantes na comunicação intercelular).
A superfície do hepatócito que está voltada para o espaço de Disse contém muitos microvilos (porém, sempre há um espaço entre eles e a parede do sinusoide). 
Os hepatócitos contêm 1 ou mais núcleos arredondados (contendo 1 ou 2 nucléolos). Contém abundante reticulo endoplasmático liso/granuloso (o REG da forma os corpos basofílicos). Polirribossomos sintetizam diversas proteínas (*albumina; fibrinogênio). O REL é responsável pelo processo de oxidação/metilação e conjugação essenciais para inativação ou detoxificação de várias substâncias antes da sua excreção pelo organismo (ex.: drogas). Além disso, é no REL que ocorre a conjugação da bilirrubina tóxica/hidrofóbica com o glucuronato pela enzima glucuroniltransferase, para formar o glucuronato de bilirrubina não tóxico e solúvel na água (esse conjugado é excretado na bile pelos hepatócitos).
Obs.: a bilirrubina resulta principalmente da quebra da hemoglobina e é formada pelo sistema mononuclear fagocitário (*células de Kupffer), sendo transportada para os hepatócitos. Quando a bilirrubina ou o glucuronato de bilirrubina não são excretados pode desencadear várias doenças (caracterizadas por icterícia).
REL subdesenvolvido nos hepatócitos (uma das causas principais de icterícia no recém-nascido). Hiperbilirrubinemia neonatal. Tratamento atual: fototerapia (exposição a luz azul de lâmpada fluorescente comum) transformando a bilirrubina não conjugada em um fotoisômero solúvel em água que pode ser excretado pelos rins. 
Os hepatócitos contêm frequentemente glicogênio (a quantidade varia de acordo com o ritmo circadiano e do estado nutricional do indivíduo). O glicogênio hepático é um depósito de glicose, mobilizado quando a glicose sanguínea cai abaixo do normal (hepatócitos contribuem para manter a glicemia estável). 
Os lisossomos nos hepatócitos são importantes na degradação e renovação das organelas intracelulares.
Os peroxissomos contém enzimas. Algumas de suas funções: oxidação de ácidos graxos em excesso; quebra do peroxido de hidrogênio gerado por essa oxidação (por meio da enzima catalase); quebra de purinas em excesso (APM;GMP) com consequente formação de ácido úrico; participação na síntese do colesterol/ácidos biliares e alguns lipídios utilizadospara síntese de mielina.
O complexo de Golgi dos hepatócitos formam os lisossomos e secretam proteínas plasmáticas (*albumina; proteínas do sistema complemento), glicoproteínas (*transferrina) e lipoproteínas (*VLDL).
Os hepatócitos são células exócrinas e endócrinas que também acumula, detoxifica e transporta diversas substâncias. Ele sintetiza proteínas plasmáticas para sua própria manutenção e proteínas plasmáticas para exportação. Geralmente eles não armazenam proteínas em grânulos de secreção citoplasmático, mas secreta continuamente para a circulação sanguínea. 5% das proteínas exportadas são produzidas pelas células de Kupffer; o restante é sintetizado pelos hepatócitos.
Secreção de bile (função exócrina). Composição da bile (água+ eletrólitos+ *ácidos biliares+ fosfolipídios+ colesterol+ bilirrubina. 90% dos ácidos biliares deriva da absorção pelo epitélio intestinal do íleo e são transportados para os hepatócitos. O restante é sintetizado pelo REL. Ácidos biliares são importantes para emulsificação de lipídios (facilitando a digestão pela lipase e subsequente absorção).
Proporções anormais de ácidos biliares podem levar a formação de cálculos na vesícula, que podem bloquear o fluxo da bile e provocar icterícia, devido a ruptura das junções oclusivas ao redor dos canalículos biliares. 
Lipídios e carboidratos são armazenados no fígado na forma de triglicerídeos e glicogênio (supre energeticamente o organismo no período entre as refeições). 
O fígado também armazena vitaminas (*vitamina A- armazenada nas células de Ito).
No hepatócito também ocorre a gliconeogênese (conversão de AA em glicose).
Regeneração hepática:
A perda de tecido hepático por remoção cirúrgica ou ação de substâncias tóxicas dispara um mecanismo pelo qual os hepatócitos começam a se multiplicar, continuando até que a massa original de tecido tenha sido restaurada.
Quando os hepatócitos são repetidamente agredidos durante um longo período, sua multiplicação é seguido por um aumento significativo na quantidade de tecido conjuntivo. Ocorre formação de nódulos de diferentes tamanhos. Essa desorganização (cirrose) é progressiva e irreversível, levando a falência do órgão. Trata-se de uma fibrose difusa, que afeta todo o fígado, resultando em diversas condições que acometem a arquitetura do fígado.
Causa: lesão duradoura aos hepatócitos causada por álcool, drogas, hepatite viral e doença hepática autoimune.
Resumo;
Fígado é constituído principalmente de células hepáticas, ou hepatócitos. Em cortes histológicamente preparados, pode-se observar unidades estruturais chamadas lóbulos hepáticos. Em humanos, os lóbulos estão em íntimo contato, o que dificulta a sua observção. Na periferia dos lóbulos, existe uma massa de tecido conjuntivo rico em ductos biliares, vasos biliares, nervos e vasos biliares. Assim, entre cada lóbulo, existe uma área chamada de espaço porta. Em cada um deles existe um ramo da artéria hepática, um ducto (que se liga ao ducto biliar) e vasos linfáticos.
Os ductos biliares são revestidos por um epitélio cubóide, e transporta, até a vesícula biliar, passando pelo ducto hepático, a bile, sintetizada pelos hepatócitos.
Os hepatócitos estão dispostos ao redor dos lóbulos hepáticos, formando placas celulares; estas placas possuem capilares, chamados de sinusóides, que se caracterizam pelas suas dilatações irregulares. As células endoteliais desses capilares estão separados dos hepatócitos apenas por uma lâmina basal. Portanto, o sangue passa pelos capilares, e os seus metabólitos atravessam rapidamente as células endoteliais, chegando rapidamente aos hepatócitos, devido ao seu íntimo contato. Esta rápida troca metabólica é importante não somente para a absorção de nutrientes provenientes da dieta, mas também para a secreção de metabólitos sintetizados nos hepatócitos.
Os sinusóides possuem macrófagos, denominados Células de Kupfer, encontrados na luz dos capilares. Essas células atuam metabolizando hemáceas velhas, digerindo suas hemoglobinas, secretando imunosubstâncias e destruindo possíveis bactérias que tenham penetrado pelo sistema porta.
O fígado por ser o órgão em que ocorre a maior parte das reação metabólicas, qualquer difunção deste, é de uma grande preocupação. A maior parte das doenças do fígado é acompanhada por Icterícia, ou seja, o doente fica com a pele em um tom amarelado.
Uma doença típica é a Hepatite, que tem origem viral. Ela pode ser classificada em tipo A, B, C, D, E.
Outra doença é a Cirrose, que é causada pela formação de tecido fibroso no fígado, substituindo o tecido morto.
Hemocromatose é uma doença genética que afeta o fígado.
Câncer de fígado é uma anormalidade nos hepatócitos, que se multiplicam descontroladamente, gerando sérios agravamentos.
Icterícia é o amarelamento da pele, da esclera dos olhos, e das mucosas devido ao alto nível de bilirrubina no sangue. Quando as hemáceas morrem, o grupo heme da hemoglobina das hemáceas é transformada em bilirrubina no baço. Essa bilirrubina é processada no fígado, e compõe a bile, sendo assim excretada; porém com o mau funcionamento do processamento da bilirrubina no fígado, esta se acumula no sangue. Em recém-nascidos, a icterícia pode ocorrer devido ao subdesenvolvimento do retículo endoplasmático liso dos hepatócitos, o que impede o bom funcionamento do processamento da bilirrubina. Ela pode ser tratada com a exposição à luz azul de lâmpadas fluorescentes, pois esta transforma a bilirrubina em um fotoisômero hidrosolúvel, que permite a sua eliminação pelos rins.

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