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Argumentação PROF.ª Karolinne Lima O que é argumentar? A linguagem, por princípio, é argumentativa, pois fazemos uso dela para influenciar pessoas e modificar contextos; todo texto traz, implícito ou explícito, pontos de vista ideológicos sobre o tema abordado. O que é argumentar? Um discurso é chamado argumentativo quando comenta o mundo, discutindo ideias e estabelecendo polêmica entre pontos de vista; criando, no destinatário, a necessidade e a obrigação de assumir posições, ou seja, de formular ele também opiniões sobre o tema e confrontá-las com as do locutor. É predominante em gêneros como debates de qualquer domínio discursivo (político, religioso, filosófico, acadêmico...); monografias, dissertações e teses do domínio acadêmico; dissertações escolares e de concurso; editoriais, artigos de opinião e cartas de leitor. O discurso argumentativo O discurso argumentativo: natureza Manipulação e argumentatividade Apelo e argumentatividade Apelo e argumentatividade Tipo de discurso ou atividade discursiva em que um locutor-argumentador busca convencer um sujeito-alvo (destinatário ou alocutário) a compartilhar sua opinião acerca de um tema ou questão polêmica, mediante a apresentação de argumentos. O discurso argumentativo: natureza O que é argumento? Em sentido amplo, argumento ou prova é qualquer recurso ou estratégia usada para defender ou refutar opiniões: exemplos, testemunhos, citações, comparações, dados estatísticos... Em sentido estrito, argumento é um conjunto de afirmações ou suposições tomadas como verdadeiras e encadeadas por um raciocínio de causalidade, por meio do qual se apresenta uma delas como conclusão e as demais como razões ou premissas. Para ser chamado argumentativo, um discurso deve apresentar argumentos em sentido estrito. O discurso argumentativo: natureza Argumento: sentido estrito Razões (indícios): Todo mundo de jeans. Tudo escrito em inglês. Conclusão (provável, expressa com modalizador): Deve ser o Brasil. Raciocínio (paradigma se então): Se todo mundo está de jeans e (se) tudo está escrito em inglês, (então) aqui deve ser o Brasil. Argumento: sentido estrito O discurso argumentativo: natureza Etapas Introdução do tema: indicação do tema (questão polêmica) e interferência no contexto de recepção (enquadramento) para posterior apresentação da opinião. Proposição e posicionamento: apresentação da opinião pessoal (tese) acerca do tema pelo argumentador e posicionamento diante dela (total ou parcialmente a favor, total ou parcialmente contra). Comprovação: apresentação de argumentos e provas. Conclusão: decorrência dos argumentos e provas apresentados; pode conter uma recapitulação. O discurso argumentativo: organização O discurso argumentativo: organização O discurso argumentativo: organização Marcas do posicionamento do enunciador L1: A poluição é apenas um caso de matéria ou energia fora de lugar. L2: Acredito que a poluição seja apenas um caso de matéria ou energia fora de lugar. L3: Dizem que a poluição é apenas um caso de matéria ou energia fora de lugar. L4: Será a poluição apenas um caso de matéria e energia fora de lugar? Marcas do posicionamento do argumentador Há quem diga que a tecnologia é neutra, servindo para fins benéficos ou maléficos. Do ponto de vista cultural, nenhuma tecnologia é neutra. A máquina a vapor de Watt, a locomotiva de Stephen, o auto-móvel de Ford têm a cara do Ocidente, assim como a tacla (pá com apoio transversal ao cabo para pressão do pé) tem a cara da civilização andina pré-colombiana. Quanto ao aspecto ético, se a tecnologia serve para o bem ou para o mal, dependendo das intenções de quem a emprega, é de se perguntar para que servem um avião bombardeiro, um carro de combate, um fuzil AR-15, mísseis de longo alcance, um canhão, uma bomba atômica, senão para fazer a guerra. SOFFIATI, Arthur. Energia nuclear ou vida. Fonte: <http://www.ecoviagem.com.br/fique-por-dentro/artigos/meio-ambiente/energia-nuclear-ou-vida--1247.asp> Citação de discurso com indeterminação da fonte Exemplos Questionamento (pergunta retórica) Qual é a tese ou opinião defendida pelo locutor-argumentador? Qual é a função argumentativa de cada uma das estratégias acima? Estratégias argumentativas Estratégias argumentativas Avaliações do locutor por meio da seleção lexical Uso persuasivo da 1.ª pessoa do plural (nós = todo mundo) [Uso de relações argumentativas: ou...ou (paradigmas se então, como então)] A discussão sobre a necessidade de as pessoas se preocuparem com a preservação ambiental tem espaço cativo na mídia e ganhou enorme importância nos mais diversos setores da sociedade, principalmente depois da publicação dos alarmantes relatórios apresentados por organismos interna-cionais. Essa documentação apenas confirmou o que muita gente já suspeitava. [Ou fazemos algo para frear os impactos do aquecimento global sobre o planeta, ou vamos assistir a uma catástrofe de dimensões inigualáveis.] ALMEIDA, Sebastião. Vida curta para os sacos plásticos. Disponível em <http://www.ecoterrabrasil.com.br/home/index.php?pg=temas&tipo=temas&cd=1678> Marcas lingüísticas do discurso argumentativo Use o slide em Um começo de conversa, mostrando que a argumentação não é prerrogativa do chamado discurso argumentativo. Argumenta-se em qualquer gênero e discurso. Junto com os alunos, identifique recursos argumentativos explorados em cada um dos textos apresentados: as alterações formais nos nomes Marlboro e Philip Morris, no poema visual de Avelino Araújo; os absurdos focalizados na charge sobre a auto-escola brasileira; o apelo da rima no slogan da tinta Suvinil; os argumentos (paradigma se então) usados em discurso injuntivo, na capa da revista Super Interessante. Use o slide como conclusão do slide anterior, mostrando que, se a linguagem é argumentativa, um discurso, para ser assim chamado, precisa apresentar determinadas características. Use o slide para mostrar gêneros e domínios em que o discurso argumentativo é predominante. Use o slide para mostrar os grandes tópicos que organizam esta apresentação. Use o slide para caracterizar o discurso argumentativo. Use o slide para exemplificar a manipulação. Use o slide para exemplificar recursos apelativos de sedução freqüentes no domínio publicitário: slogans e rimas; pessoas e personagens famosas; exploração de contradições; intertextualidades; formas inusitadas de grafia; cores e formas... Use o slide para exemplificar apelos comuns na comunicação diária: a ameaça (texto de Luiz Barco) e a condenação do discurso via condenação da fonte, o chamado argumentum ad hominem (usado por L2 contra L1). Use o slide para retomar a caracterização do discurso argumentativo, marcando sua diferença com a manipulação e os apelos. Use o slide para conceituar argumento. Use o slide para exemplificar argumento. Use o slide para exemplificar a argumentação baseada em indícios e seu caráter de probabilidade, que deve ser marcado por modalizadores adequados. Use o slide para caracterizar a argumentação como o discurso em que um argumentador busca convencer o destinatário de uma opinião, transformando-a, para tanto, em argumento(s). As linhas cheias mostram a transformação da opinião do argumentador em argumento e seu movimento em direção ao destinatário, enquanto as linhas pontilhadas sugerem a necessidade e a obrigação do destinatário de assumir posição, ou seja, de formular ele também uma opinião sobre o tema e confrontá-la com a do sujeito argumentador. Use o slide para caracterizar as etapas do discurso argumentativo. Use o slide para exemplificar as etapas do discurso argumentativo. Use o slide para exemplificar as etapas do discurso argumentativo. Use o slide para mostrar formas de um chargista marcar seu posicionamento enunciativo. Depois, use as marcas do posicionamento enunciativodo chargista como referência analógica para apresentar o próximo slide. A charge acima é uma sátira em que o enunciador-autor critica o ponto de vista das personagens, que é o ponto de vista do que ele chama de “imprensa golpista”: a Rede Globo de Televisão, a revista Veja e o jornal Folha de S. Paulo. Talvez a marca mais forte dessa sátira esteja no fato de o chargista atribuir a porcos o que seria o ponto de vista daquelas instituições, numa clara demonstração de desqualificação do discurso por meio da desqualificação das fontes (argumentum ad hominem). Identificar a fonte e o discurso a favor do qual ou contra o qual nos posicionamos é uma das formas mais freqüentes de um enunciador-argumentador marcar seu posicionamento enunciativo no discurso. O slide reproduz exemplos do livro, p. 105. Use-o para comentar marcas formais do posicionamento enunciativo do locutor-argumentador e seus efeitos de sentido. Use o slide para exemplificar estratégias argumentativas de uso freqüente e seus efeitos de sentido. Use o slide para exemplificar estratégias argumentativas de uso freqüente e seus efeitos de sentido. Use o slide para exemplificar marcas lingüísticas de uso freqüente no discurso argumentativo. A partir deste slide, comente as articulações argumentativas apresentadas no livro do aluno, p. 110-111.
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