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Sistemas de Saúde no mundo
Quais as principais diferenças entre os modelos de um sistema universal de saúde e uma cobertura universal de saúde?
O sistema universal de saúde é um modelo financiado pelo governo com os recursos dos impostos, dando acesso aos serviços públicos a toda a população além dos impostos existe outras formas de pagamento, como pagamento direto e outros insumos. O sistema universal de saúde possui um serviço muito abrangente, interagindo com outros sistemas sociais, já que considera a saúde como um resultado do meio social, o que inclui a educação, trabalho, habitação, lazer e outros. Já a cobertura social leva em consideração apenas a saúde, englobando diversas medidas que possam ampliar o acesso aos serviços de saúde. Defende que os recursos públicos sejam destinados ao mercado privado de saúde e de planos de saúde.
Quais as principais vantagens e desvantagens?
O sistema de cobertura universal é regido pelo mercado, a saúde vem a ser uma mercadoria, tendo o Estado uma participação mínima. Nesse sistema há uma combinação entre o capital privado e público. Possui um gasto elevado, em razão do aumento dos custos administrativos e operacionais. Os serviços oferecidos são restritos ao plano adquirido, o que leva em consideração a renda, quem possui uma renda maior com oportunidade de contribuir mais terá um plano mais completo.
O sistema universal de saúde vê a saúde como um direito universal, utilizando o Estado como meio financeiro e os impostos pagos pela população. O sistema não possui grandes custos quando se trata da administração e da operação. Esse sistema é abrangente, possui uma integração entre cuidados individuais e ações de saúde pública, buscando não apenas cuidar como também promover e prevenir a saúde. Não depende da capacidade de pagamento de cada individuo, garante o acesso aos serviços a todos, independente da capacidade de pagamento.
3-Quais as principais diferenças entre os modelos aplicados na America Latina?
 Na América Latina, são grandes as variações entre os modelos de saúde aplicados. A Colômbia e o México, por exemplo, adotaram modelos de saúde baseados na ideia da Cobertura Universal de Saúde (UHC).
Colômbia: em 1993 implantou o Sistema General de Seguridad Social em Salud, que consiste em um seguro de saúde obrigatório financiado com impostos gerais e contribuições sobre salários que inclui dois regimes. No país há a separação das funções de financiamento (Estado), asseguramento (seguradoras) e provisão de serviços (prestadores variados). Os cidadãos sem capacidade de pagamento não inseridas no mercado formal são afiliadas ao Regime Subsidiado (RS) - focalizado para pobres-, já trabalhadores do mercado formal ou com capacidade de pagamento são obrigadas a se filiar ao Regime Contributivo (RC). Existe também o regime de benefício especial, que abrange membros das forças armadas, professores e funcionários da companhia petrolífera, Ecopetro. No RC os recursos são provenientes de contribuições sobre os salários, sendo 4% do salário dos trabalhadores e 8% dos lucros dos empregadores. Os valores arrecadados são centralizados em um fundo único, o Fondo de Solidaridad y Garantía (FOSYGA).Este fundo financia também o regime subsidiado, gerando subsídios cruzados entre os diferentes grupos populacionais, os recusos do RS também vêm de receitas fiscais. Na Colômbia, 46% da população estão asseguradas pelo Regime Contributivo, 45% pelo Regime Subsidiado, e 5% pelo regime especial, totalizando 96% da população coberta. A partir de 2008 o governo, iniciou a equalização dos serviços de saúde incluídos para ambos os regimes.
México: em 2003 criou-se o Seguro Popular de Saúde (SPS). A adesão ao SPS é voluntária e seu financiamento tripartite entre governo federal, estados e famílias, com isenção de cota para grupos de menor renda. O financiamento do sistema se dá pela combinação de fontes fiscais do governo nacional (83%) e estados (16%) com contribuição obrigatória por família afiliada (1%) segundo condição socioeconômica. O SPS cobre 61 intervenções, incluído apenas oito tipos de câncer, tratamento HIV/ AIDS, tratamento para infarto agudo do miocárdio para menores de 60 anos, tratamento hepatite C para pacientes entre 20 e 50 anos. Cobertura completa para atenção a crianças até 5 anos (Seguro médico para una nueva generación). Serviços não incluídos nesse pacote somente acessíveis mediante pagamento direto. Os principais prestadores de serviço são instituições públicas da Secretaria de Saúde (hospitais autônomos e centros de saúde). 17% da população mexicana permanecem sem filiação em saúde.
Chile: possui um sistema de seguro social de saúde constituído por um setor público e outro privado. O sistema público se financia com impostos gerais, contribuições obrigatórias sobre a folha de salários e pagamentos que são reunidos no Fondo Nacional de Salud (FONASA), cobrindo 80% da população. O setor privado se financia principalmente com as contribuições obrigatórias sobre salários que são reunidas nas Instituciones de Salud Previdenciaria (ISAPREs) que cobrem o 17% da população. A contribuição obrigatória para saúde é de 7% do salário, sendo que as ISAPREs podem cobrar até 10%. No sistema de saúde público, os serviços de saúde são fornecidos pelo Sistema Nacional de Servicios de Salud (SNSS) contando com 29 serviços de saúde regional e redes municipais de atenção primária.
Argentina: tem um sistema composto por 3 setores. 1 -público, que é gratuito e universal; 2- privado, que é voluntário e 3- Obras Sociales, que é obrigatório para os trabalhadores do setor formal. O setor público é gerido de forma descentralizada pelo Ministério de Saúde Nacional e pelos Ministérios das províncias (Estados), o financiamento vem de fontes fiscais federais, estaduais e municipais e fornece serviços a toda população, principalmente aqueles que não estão cobertos por outros subsistemas. O setor privado é majoritariamente utilizado pelos grupos de maior nível de renda, cobrindo 9% da população, sendo empresas de medicina pré-pagas diretamente contratadas. As obras sociales cobrem 61% da população argentina e se financiam mediante contribuições sociais, pagas pelas empresas (6%) e pelos trabalhadores (3%).
4- E as diferenças entre modelos da Europa e dos Estados Unidos?
Os Estados Unidos da América apresentam uma política de saúde direcionado para o privado, mas não deixa de ter intervenções governamentais. No que tange, o sistema de saúde requer que o indivíduo adquira convênios com seguradoras para que possam usufruir de serviços médicos e hospitalares para que não haja preocupações com as contas exorbitantes que chegarão. Além disso, as leis não facilitam a vida do indivíduo uma vez que as seguradoras podem ofertas coberturas em um ou dois estados do país. Não obstante, o conselho médico é projetado para ter poucos médicos de modo que valorize cada vez mais seus salários. Deste modo, o custeio do hospital vai ficando cada vez mais alto e, por conseguinte refletindo nos cifrões pagos pela população que tem condições. Entretanto, no país há o programa social Medicare, que fica encarregado de oferecer reembolso aos hospitais que tratarem pessoas idosas acima de 65 anos. Também há o Medicaid, que cobre os gastos do hospital perante o tratamento daqueles que não tenham condições financeiras.
Já na Europa, a saúde é responsabilidade do Estado de modo que se torna “gratuito” uma vez que é paga com a contribuição de tributos. Na Itália, os nativos possuem um sistema semelhante ao SUS e quase que em sua totalidade gratuita. Já em Portugal, a saúde pública é de qualidade e é cobrada em pequenas taxas, podendo ter a opção de planos privados uma vez que o público não cobre todos os gastos dependendo da situação. Além disso, tanto na Itália quanto em Portugal o brasileiro pode ter acesso gratuito a saúde pública sem precisar se preocupar com gastos exorbitantes, pois ambos os países possuem convênio com o INSS. Deste modo, para que sejam utilizados dos serviços se faz necessárioa emissão d Certificado de Direito a Assistência Médica no Exterior (CDAM). Enquanto na Irlanda, a saúde é restrita àqueles que possuem o cartão Medical Card, ou seja, o cartão para cidadãos europeus desempregados ou em casos de idosos ou crianças. Quando o indivíduo não se encaixa nesses requisitos, ele será encaminhado para uma consulta com especialista para então receber as opções de tratamento em qual rede quiser optar. Caso venha escolher pela pública, terá de enfrentar uma longa fila de espera e ainda pagar aproximadamente uma taxa de 100 euros. Por outra via, na Alemanha encontramos a obrigatoriedade de seguro tanto para residentes quanto estrangeiros uma vez que podem ter seu visto negado caso haja a ausência da contratação do convênio. Nesse quesito, a Alemanha se apresenta como um país totalmente com seguros estatais ou privados. No que diz respeito, o seguro estatal corresponde 14,6% do salário de 53.100 Euros e em valor bruto, qualquer pessoa que assuma esses valores tem o direito de adquirir esse seguro. Já o seguro privado representa a pessoa que detenha de um salário anual bruto superior a 53.100 Euros. Em contra partida, uma pessoa que tenha salário inferior a 53.100 euros anuais não pode contratar um seguro privado por não estar amparado por lei. Perante a Espanha, o país oferta saúde pública e gratuita que consegue atender a população em 90%, em que os custeios ocorrem através da arrecadação de impostos. Entretanto, a tributação não permite pagar tudo o que é necessário para a população. Sendo assim, entra a vez das seguradoras privadas ofertarem planos que contem hospitais semelhantes ao público, porém com mais especialistas e mais adaptados aquilo que falta nos hospitais públicos.
5- Baseando-se nas respostas anteriores, faça uma comparação entre os sistemas discutidos anteriormente e o sistema brasileiro, o Sistema Único de Saúde.
O Sistema Único de Saúde (SUS) garante o direito universal à saúde, ampliando o acesso para toda a população, pois prevê a cobertura e atenção integral à saúde para todos. Dessa forma, o SUS não segue o modelo de Cobertura Universal de Saúde (UHC). Os serviços de saúde seguem os mesmos princípios organizativos e são de responsabilidade federal, estadual e municipal. 
O nível municipal é o principal responsável pela provisão das ações e serviços de saúde, especialmente pela atenção básica de saúde. 
O nível estadual é responsável pela organização de redes regionais resolutivas, em seu âmbito, pela cooperação técnica e financeira aos municípios e também atua, em caráter complementar, na provisão de serviços, principalmente no tocante a serviços de média e alta complexidade.
O nível federal, por intermédio do Ministério da Saúde (MS), coordena em âmbito nacional o SUS e tem sob seu encargo, além da formulação da política nacional de saúde e da cooperação técnica aos níveis subnacionais em sua implementação, a regulação do sistema público e das atividades privadas em saúde; o registro e controle da qualidade de medicamentos e da qualidade sanitária dos produtos, procedimentos e substâncias de interesse para a saúde; a vigilância sanitária aeroportuária; a formulação e condução da política nacional de produção de insumos e equipamentos e da política nacional de sangue e hemoderivados, bem como a coordenação nacional dos sistemas de vigilância sanitária e epidemiológica, de informação, controle, auditoria e avaliação do sistema de saúde. 
O SUS não é uma instituição, é um sistema com um conjunto de unidades, serviços e ações, que interagem para um fim comum. No país, 75% da população (155 milhões de cidadãos) utilizam o SUS, o financiamento do sistema se dá através de impostos pagos pelos contribuintes e por contribuições sociais, sendo gastos quase 4% do PIB com saúde pública. A cobertura prevista é integral: ações de saúde pública, promoção da saúde, atenção básica, assistência ambulatorial especializada e hospitalar, assistência odontológica, procedimentos de diagnóstico e terapia e assistência farmacêutica.
Na América Latina, O Brasil é o único país capitalista que adotou um modelo de sistema público universal desde 1988. Como citado anteriormente, boa parte dos países acabaram modelos de saúde baseados na ideia da Cobertura Universal de Saúde (UHC). Entre as exclusividades do SUS em relação aos outros sistemas da América Latina, está o tipo de cobertura oferecido (integral) e também o fato de mesmo sendo o país mais populoso, o Brasil é o único que cobre 100% da população.
Enquanto que na Europa os países que mais se assemelham com o SUS são Espanha, Itália e Portugal. Pois, ambos possuem políticas públicas aplicadas na população por meio de uma porcentagem retirada da arrecadação de impostos que visam cobrir ao máximo os cidadãos. Nesse quesito, aquele que mais obtém êxito é a Espanha porque dá cobertura a 90% da sua população, além de estar entre os 20 países melhores em saúde no mundo.

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