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Direito Empresarial Aplicado II Prof. Dra. Luciana Neves Gluck Paul II- Noções Gerais do Direito Falimentar Descumprimento de obrigação; Insolvência; Processo de execução coletiva contra devedor empresário (execução concursal); - Princípio da par conditio creditorum: tratamento isonômico aos credores; "Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor." Módulo: Tópicos Especiais de Direitos Humanos. Prof.: Msc. Luciana Neves Gluck Paul 1 Direito Empresarial Aplicado II Prof. Dra. Luciana Neves Gluck Paul Fase Pré-Falimentar 1. Contra quem pode ser promovida a Ação Falimentar? (Pressuposto Material Subjetivo) - art. 1o - Sociedade Empresária (pessoa jurídica) - Empresário Individual (pessoa física) - Eireli (pessoa jurídica) 1.1) Contra quem não pode ser promovida Ação Falimentar: a) empresa pública e sociedade de economia mista: situação polêmica, (art. 173, §1o, II da CF). b) Não eram submetidos à Lei de Falência prevista no Dec. 7661/45, pois possuem leis específicas que disciplinam o tratamento jurídico de sua insolvência, submetendo-os a um processo especial de liquidação extrajudicial. Muitas dessas leis preveem a aplicação subsidiária da antiga Lei de Falências. Assim, o art. 197 da LRE previu expressamente essa subsidiariedade. Módulo: Tópicos Especiais de Direitos Humanos. Prof.: Msc. Luciana Neves Gluck Paul 2 - instituição financeira pública ou privada: agentes econômicos que atuam em mercados regulados - cooperativa de crédito: é sociedade simples, independente do seu objeto social (art. 982, parágrafo único do art. 982 do cc0 - consórcio: agentes econômicos que atuam em mercados regulados - entidade de previdência complementar agentes econômicos que atuam em mercados regulados - sociedade operadora de plano de assistência à saúde: agentes econômicos que atuam em mercados regulados - sociedade seguradora: agentes econômicos que atuam em mercados regulados - sociedade de capitalização: agentes econômicos que atuam em mercados regulados - outras entidades equiparadas às anteriores. Direito Empresarial Aplicado II Prof. Dra. Luciana Neves Gluck Paul Fase Pré-Falimentar Módulo: Tópicos Especiais de Direitos Humanos. Prof.: Msc. Luciana Neves Gluck Paul 3 2. Sujeito Ativo do Pedido de Falência (Quem pode requerer a falência do devedor?) - Art. 97: pode ser empresário ou não. 2.1) Pedido de Autofalência: rara hipótese (normalmente, o empresário acaba tendo a sua falência requerida por um credor OU encerra as atividades sem observância das normas legais) 2.2) Pedido de falência pelo cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante do Empresário Individual: 2.3) Pedido de falência feito pelo sócio da sociedade empresária (cotista ou o acionista): rara hipótese, pois, normalmente, quando um sócio entende ser a falência o melhor caminho, mas os demais não entendem, acaba que é feita a dissolução parcial da sociedade, com a retirada do sócio dissidente e a continuidade da empresa. Direito Empresarial Aplicado II Prof. Dra. Luciana Neves Gluck Paul Fase Pré-Falimentar Módulo: Tópicos Especiais de Direitos Humanos. Prof.: Msc. Luciana Neves Gluck Paul 4 2.4) Pedido de Falência feito por qualquer credor: mais comum - Credor for empresário: instruir petição inicial com Certidão de Regularidade expedida pela Junta Comercial. - Credor com domicílio fora do Brasil: prestar caução para fins de pagar as custas e possível indenização prevista no art. 101 que trata de dolo no pedido de falência. OBS: Fazenda Pública não tem legitimidade para pedir a falência do devedor, pois possui instrumento específico para realizar a cobrança do crédito que é através da execução fiscal (Lei 6.380/1980) Decisões do STJ: REsp 287.824/MG, Rel.Min. Francisco Falcão, DJ 20.03.2006, p. 205; REsp 363.206/MG, Rel.Min. Humberto Martins, Segunda Turma, j. 04.05.2010, DJe 21.05.2010. Enunciado 56 da I Jornada de Direito Comercial do CJF - Conselho da Justiça Federal: " A Fazenda Pública não possui legitimidade ou interesse de agir para requerer a falência do devedor empresário." Direito Empresarial Aplicado II Prof. Dra. Luciana Neves Gluck Paul Fase Pré-Falimentar Módulo: Tópicos Especiais de Direitos Humanos. Prof.: Msc. Luciana Neves Gluck Paul 5 3. Juízo Competente (Art. 3o): onde será ajuizado o pedido - Princípio da Territorialidade: - Definição de Principal Estabelecimento: aspecto econômico, é o lugar onde o devedor concentra o maior volume de negócios (Nem sempre coincide com a sede prevista no contrato ou estatuto ou mesmo com a matriz administrativa da empresa) - Local onde estarão concentrados o maior número de credores e a maior parte de seu patrimônio. (competência de natureza absoluta) - Decisão do STJ: REsp 1.006.093/DF, Rel.Min. Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, j. 20.05.2014, DJe 16.10.2014 - Enunciado 466 da V Jornada de Direito Civil do CJF: "Arts. 968, IV, parte final, e 997, II: Para fins do Direito Falimentar, o local do principal estabelecimento é aquele de onde partem as decisões empresariais, e não necessariamente a sede indicada no registro público." OBS: Se a sociedade for estrangeira, será considerado o principal estabelecimento localizado no território nacional. Direito Empresarial Aplicado II Prof. Dra. Luciana Neves Gluck Paul Fase Pré-Falimentar Módulo: Tópicos Especiais de Direitos Humanos. Prof.: Msc. Luciana Neves Gluck Paul 6 - Prevenção do Juízo: art. 6o, §8o - "A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor." 4. Pressuposto Material Objetivo (Insolvência) - situações previstas nos incisos I, II e III do art. 94 da LRE. (demonstração da insolvência) 4.1) Impontualidade Injustificada: não pagamento injustificado de determinada obrigação líquida no seu vencimento. - dívida superior a 40 salários mínimos (R$937,00 x 40 = R$37.480,00) - permissão de litisconsórcio - crítica: não considerou as distintas situações econômicas das empresas. - necessidade de protesto do título: Súmula 248 do STJ (Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de falência.) e Súmula 361 do STJ (A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu.) Direito Empresarial Aplicado II Prof. Dra. Luciana Neves Gluck Paul Fase Pré-Falimentar Módulo: Tópicos Especiais de Direitos Humanos. Prof.: Msc. Luciana Neves Gluck Paul 7 4.2) Execução Frustrada: caracterizada pela tríplice omissão - pedido instruído com a certidão expedida do juízo em que se processa a execução. OBS: não exige valor mínimo para a dívida. - Decisão STJ: apresentação de bens à penhora intempestivamente NÃO caracteriza execução frustrada (REsp 741.053/SP, Rel.Min. Luis Felipe Salomão, 4a Turma, j. 20.10.2009, DJe 09.11.2009) 4.3) Atos de Falência - descrição dos fatos. 5. Citação do Devedor para pagar ou contestar: - É arbitrado preliminarmente os honorários. Direito Empresarial Aplicado II Prof. Dra. Luciana Neves Gluck Paul Fase Pré-Falimentar Módulo: Tópicos Especiais de Direitos Humanos. Prof.: Msc. Luciana Neves Gluck Paul 8 6. Resposta do Devedor: recebido o Pedido de Falência, o juiz manda citar o devedor para manifestar-se das seguintes formas - PRAZO: 10 dias (Antes era de 24 horas, quase impossível de alguém conseguir suscitar alguma irregularidade no crédito cobrado) 6.1) Contestação (Art. 98): O que poderá ser suscitado na Contestação? R= Art. 96 e incisos: 6.2) Depósito elisivo (dentro do prazo da Contestação): valor correspondenteao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios (hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor.) - pode ser feito com a Contestação ou sem a apresentação de contestação. Enunciado 29 do STJ: "No pagamento em Juízo para elidir falência, são devidos correção monetária, juros e honorários de advogado." 6.3) Pedido Incidental de Recuperação Judicial (art. 95) Direito Empresarial Aplicado II Prof. Dra. Luciana Neves Gluck Paul Fase Pré-Falimentar Módulo: Tópicos Especiais de Direitos Humanos. Prof.: Msc. Luciana Neves Gluck Paul 9
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