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Identificar os agentes agressores que ativam os mecanismos de defesa do organismo. (Físico, químico e biológico).
O organismo possui mecanismos de defesa que podem ser diferenciados quanto a sua especificidade, ou seja, existem os específicos contra o antígeno ("corpo estranho") e os inespecíficos que protegem o corpo de qualquer material ou microrganismo estranho, sem que este seja específico. Também, possui barreiras naturais que são obviamente inespecíficas, como a da pele, a saliva, o ácido clorídrico do estômago, o pH da vagina, a cera do ouvido externo, muco presente nas mucosas e no trato respiratório, cílios do epitélio respiratório, peristaltismo, flora normal, entre outros.
Barreira físicas/mecânicas: As superfícies epiteliais formam uma barreira física que é muito impermeável à maioria dos agentes infecciosos. Dessa forma, a pele age como nossa primeira linha de defesa contra organismos invasores. 
Já os agentes físicos agressores são:
 Trauma mecânico
Variação extrema de temperatura
Radiação
Choques elétricos.
Barreiras químicas: Os ácidos graxos no suor inibem o crescimento de bactéria. O baixo pH do suor previne o crescimento de bactéria.
Já os agentes químicos agressores são:
Drogas
 Venenos
 Substâncias em altas concentrações que a princípios seria inócua.
Barreiras Biológicas: A barreira da pele pode prevenir a colonização de bactéria patogênica por nutrientes ou pela ligação à superfície da célula. 
Os agentes biológicos agressores são:
Vírus
 Fungos
 Protozoários
 Bactérias
 Helmintos.
Definir lesão celular e caracterizar seus tipos e diferenciar de contaminação. 
Normalmente, as células mantêm um estado normal chamado homeostasia, no qual o meio intracelular é mantido dentro de uma faixa razoavelmente estreita dos parâmetros fisiológicos. Quando encontram um estresse fisiológico ou um estímulo patológico, podem sofrer uma adaptação, alcançando um novo estado constante, preservando sua viabilidade e função. As principais respostas adaptativas são hipertrofia, hiperplasia, atrofia e metaplasia. Se a capacidade adaptativa é excedida ou se o estresse externo é inerentemente nocivo, desenvolve-se a lesão celular.
Dentro de certos limites, a lesão é reversível e as células retornam a um estado basal estável; entretanto, um estresse grave, persistente e de início rápido resulta em lesão irreversível e morte das células afetadas.
Lesão celular reversível:
 Nos estágios iniciais ou nas formas leves de lesão, as alterações morfológicas e funcionais são reversíveis se o estímulo nocivo for removido. Nesse estágio, embora existam anomalias estruturais e funcionais significativas, a lesão ainda não progrediu para um dano severo à membrana e dissolução nuclear. As duas principais características morfológicas da lesão celular reversível são a tumefação celular e a degeneração gordurosa. A tumefação celular é resultado da falência das bombas de íons dependentes de energia na membrana plasmática, levando a uma incapacidade de manter a homeostasia iônica e líquida. A degeneração gordurosa ocorre na lesão hipóxica e em várias formas de lesão metabólica ou tóxica e manifesta-se pelo surgimento de vacúolos lipídicos, grandes ou pequenos, no citoplasma.
Lesão Irreversível: 
A célula torna-se incapaz de recuperar o seu funcionamento com a retirada do estímulo nocivo, e assim, observa-se a perda da função dela, levando a sua morte. Ela ocorre através de dois processos: a necrose e da apoptose.
Necrose: 
Quando o dano às membranas é acentuado, as enzimas extravasam dos lisossomos, entram no citoplasma e digerem a célula, resultando em necrose. Os conteúdos celulares também extravasam através da membrana plasmática lesada e iniciam uma reação (inflamatória) no hospedeiro. A necrose é a principal via de morte celular em muitas lesões comumente encontradas, como as que resultam de isquemia, de exposição a toxinas, várias infecções e trauma.
Durante o processo inflamatório, acumulam-se leucócitos na periferia do tecido lesado e vão liberar enzimas digestivas nas células. Dessa forma observamos que a necrose pode ocorrer por diferentes causas e agravantes, a depender do local onde essa célula se situa (necrose hepática, em células hepáticas; necrose pancreática, em células do pâncreas).
Padrões de necrose tecidual: sob diferentes condições, a necrose tecidual assume padrões específicos: de coagulação, liquefativa, gangrenosa, caseosa, gordurosa e fibrinoide.
Apoptose:
Quando a célula é privada de fatores de crescimento ou quando o DNA celular ou as proteínas são danificadas sem reparo, a célula se suicida por outro tipo de morte, chamado apoptose, que é caracterizada pela dissolução nuclear sem a perda da integridade da membrana. Enquanto a necrose constitui sempre um processo patológico, a apoptose auxilia muitas funções normais e não está necessariamente associada à lesão celular patológica. Além disso, a apoptose, em certos papéis fisiológicos, não desencadeia uma resposta inflamatória. 
Existem diferentes tipos de apoptose, como a apoptose fisiológica e a apoptose patológica. A apoptose fisiológica é representada pela destruição de células durante a embriogênese. Já a apoptose patológica é a morte de células em determinadas infecções, ou a lesões no DNA (ocorre em exposição à radiação, ou a drogas citotóxicas ou até mesmo em quadros de hipóxia).
Apoptose em Situações Fisiológicas 
A morte por apoptose é um fenômeno normal que funciona para eliminar as células que não são mais necessárias e para manter, nos tecidos, um número constante das várias populações celulares:
Destruição programada de células durante a embriogênese. 
Involução de tecidos hormônios-dependentes sob privação de hormônio.
Perda celular em populações celulares proliferativas.
Morte de células que já tenham cumprido seu papel.
Eliminação de linfócitos autorreativos potencialmente nocivos.
Morte celular induzida por linfócitos T citotóxicos.
Apoptose em Condições Patológicas
Lesão de DNA. 
Acúmulo de proteínas anormalmente dobradas.
Lesão celular em certas infecções. 
Atrofia patológica no parênquima de órgãos após obstrução de ducto.
Discutiremos brevemente os principais mecanismos de lesão celular:
Depleção de ATP: 
ATP, o estoque de energia da célula, é produzido principalmente por fosforilação oxidativa do difosfato de adenosina (ADP) durante a redução do oxigênio no sistema de transporte de elétrons das mitocôndrias. Além disso, a via glicolítica pode gerar ATP, na ausência de oxigênio, usando a glicose derivada a partir da circulação ou a partir da hidrólise do glicogênio intracelular. As principais causas de depleção de ATP são a redução do suprimento de oxigênio e nutrientes, o dano mitocondrial e as ações de algumas toxinas (p. ex., cianeto). Os tecidos com maior capacidade glicolítica (como o fígado) são capazes de sobreviver melhor à perda de oxigênio e ao decréscimo de fosforilação oxidativa do que os tecidos com capacidade limitada para a glicólise (p. ex., o cérebro).
Danos e Disfunções Mitocondriais:
As mitocôndrias podem ser vistas como “minifábricas” que produzem energia de sustentação da vida, na forma de ATP, mas são também componentes críticos da lesão e morte celular. As mitocôndrias são sensíveis a vários tipos de estímulos nocivos, incluindo hipóxia, toxinas químicas e radiação. Os danos mitocondriais resultam em graves anormalidades bioquímicas: 
Falha na fosforilação oxidativa levando a depleção progressiva de ATP, culminando na necrose da célula, como descrito anteriormente. 
Fosforilação oxidativa anormal leva também à formação de espécies reativas de oxigênio, com muitos efeitos deletérios, descritos adiante. 
 A lesão mitocondrial frequentemente resulta na formação de um canal de alta condutância na membrana mitocondrial, chamado de poro de transição de permeabilidade mitocondrial. A abertura desse canal leva à perda do potencial de membrana da mitocôndria e à alteração do pH, comprometendo a fosforilaçãooxidativa. 
As mitocôndrias contêm também várias proteínas que, quando liberadas para o citoplasma, informam à célula que há uma lesão interna e ativam a via de apoptose, discutida adiante.
Influxo de Calcio:
Isquemia e certas toxinas causam aumento da concentração do cálcio citosólico, inicialmente por causa da liberação de Ca2+ armazenado intracelularmente e, mais tarde, do cálcio que resulta do influxo aumentado através da membrana plasmática. O aumento do cálcio citosólico ativa várias enzimas, com efeitos celulares potencialmente prejudiciais. Essas enzimas incluem as fosfolipases (que causam danos à membrana), as proteases (que clivam as proteínas de membrana e do citoesqueleto), as endonucleases (que são responsáveis pela fragmentação da cromatina e do DNA) e as trifosfatases de adenosina (ATPases), acelerando a depleção de ATP. O aumento dos níveis de Ca2+ intracelular resultam, também, na indução da apoptose, através da ativação direta das caspases e pelo aumento da permeabilidade mitocondrial.
Acúmulo de Radicais Livres Derivados do Oxigênio (Estresse Oxidativo): 
Os radicais livres são espécies químicas que possuem um único elétron não pareado em órbita externa. Tais estados químicos são extremamente instáveis e reagem prontamente com químicos orgânicos e inorgânicos; quando gerados nas células, atacam avidamente os ácidos nucleicos, assim como uma variedade de proteínas e lipídios celulares. Além disso, os radicais livres iniciam reações auto catalíticas; as moléculas que reagem com eles são, por sua vez, convertidas em radicais livres, propagando, assim, a cadeia de danos.
Normalmente as ERO são produzidas em pequenas quantidades, em todas as células, durante as reações de oxidação e redução que ocorrem durante a respiração e a geração de energia mitocondrial. Nesse processo, o oxigênio molecular é sequencialmente reduzido nas mitocôndrias através da adição de quatro elétrons para gerar água. Entretanto, essa reação é imperfeita, e pequenas quantidades de intermediários tóxicos altamente reativos são geradas quando o oxigênio é apenas parcialmente reduzido. Esses intermediários incluem o superóxido (O2), convertido em peróxido de hidrogênio (H2O2) espontaneamente ou pela ação da superóxido dismutase. O H2O2 é mais estável que o O2 e pode atravessar membranas biológicas. Na presença de metais, como Fe2+, o H2O2 é convertido ao radical hidroxila altamente reativo (OH) pela reação de Fenton.
O óxido nítrico (NO) é outro radical livre reativo produzido pelos leucócitos e outras células. Ele pode reagir com o O2 e formar um composto altamente reativo, o peroxinitrito, que também participa da lesão celular.
Defeitos na Permeabilidade da Membrana 
O aumento da permeabilidade da membrana, levando posteriormente a lesão franca da membrana, é uma característica consistente da maioria das formas de lesão celular que culmina em necrose. A membrana plasmática pode ser danificada por isquemia, várias toxinas microbianas, componentes líticos do complemento e por uma variedade de agentes químicos e físicos.
Danos ao DNA e às Proteínas 
As células possuem mecanismos que reparam as lesões de DNA, porém se o dano é muito grave para ser corrigido (p. ex., após lesão por radiação ou estresse oxidativo) a célula inicia seu programa de suicídio e morre por apoptose. Uma reação semelhante é iniciada por proteínas impropriamente dobradas, as quais podem ser resultantes de mutações herdadas ou disparadores externos, como os radicais livres.
RESUMO:
Depleção de ATP: falha das funções dependentes de energia → lesão reversível → necrose. 
Lesão mitocondrial: depleção de ATP → falha nas funções celulares dependentes de energia → finalmente, necrose; sob algumas condições, extravasamento de proteínas que causam apoptose.
Influxo de cálcio: ativação de enzimas que danificam os componentes celulares e podem também disparar a apoptose.
Acúmulo de espécies reativas do oxigênio: modificação covalente de proteínas celulares, lipídios, ácidos nucleicos. 
Aumento da permeabilidade das membranas celulares: pode afetar a membrana plasmática, membranas lisossômicas, membranas mitocondriais; tipicamente culmina em necrose.
Acúmulo de DNA danificado e proteínas mal dobradas: dispara a apoptose.
Há uma confusão por parte dos estudantes entre esse processo de lesão e a contaminação. Contaminação nada mais é do que a presença de microrganismos que não desempenham papel de agressor que ative mecanismos de defesa do nosso corpo. É a simples presença microscopia de agentes que não adentram ao tecido humano, não provocando nenhuma disfunção local.
Definir adaptação, reparação e morte celular. 
As adaptações são alterações reversíveis em número, tamanho, fenótipo, atividade metabólica ou das funções celulares em resposta às alterações no seu ambiente. As adaptações fisiológicas normalmente representam respostas celulares à estimulação normal pelos hormônios ou mediadores químicos endógenos (p. ex., o aumento da mama e do útero, induzido por hormônio, durante a gravidez). As adaptações patológicas são respostas ao estresse que permitem às células modularem sua estrutura e função escapando, assim, da lesão. Tais adaptações podem ter várias formas distintas.
 Hipertrofia:
 É um aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do órgão. Em contraste, a hiperplasia é caracterizada por aumento do número de células devido à proliferação de células diferenciadas e substituição por células-tronco do tecido. Dito de outro modo, na hipertrofia pura não existem células novas, apenas células maiores, contendo quantidade aumentada de proteínas estruturais e de organelas. A hiperplasia é uma resposta adaptativa em células capazes de replicação, enquanto a hipertrofia ocorre quando as células possuem capacidade limitada de se dividir. A hipertrofia e a hiperplasia podem também ocorrer juntas e, obviamente, ambas resultam em órgão aumentado (hipertrófico).
Exemplo: Durante a gravidez, o aumento fisiológico maciço do útero ocorre como consequência da hipertrofia e hiperplasia do músculo liso estimulado pelo estrogênio. Ao contrário, as células musculares estriadas da musculatura esquelética e do coração podem sofrer apenas hipertrofia em resposta ao aumento da demanda porque, no adulto, elas possuem capacidade limitada de divisão.
Hiperplasia:
A hiperplasia ocorre se o tecido contém populações celulares capazes de se dividir; ocorre simultaneamente com a hipertrofia e sempre em resposta ao mesmo estímulo.
Exemplo: Os dois tipos de hiperplasia fisiológica são a hiperplasia hormonal, exemplificada pela proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e durante a gravidez e a hiperplasia compensatória, na qual cresce tecido residual após a remoção ou perda da porção de um órgão. A maioria das formas de hiperplasia patológica é causada por estimulação excessiva hormonal ou por fatores do crescimento. Por exemplo, após um período menstrual normal, há aumento da proliferação do epitélio uterino, que normalmente é estritamente regulada pela estimulação dos hormônios hipofisários, pelo estrogênio ovariano e pela inibição através da progesterona.
Atrofia:
A diminuição do tamanho da célula, pela perda de substância celular, é conhecida como atrofia. Quando um número suficiente de células está envolvido, todo o tecido ou órgão diminui em tamanho, tornando-se atrófico. Deve ser enfatizado que, embora as células atróficas tenham sua função diminuída, elas não estão mortas. As causas da atrofia incluem a diminuição da carga de trabalho (p. ex., a imobilização de um membro para permitir o reparo de uma fratura), a perda da inervação, a diminuição do suprimento sanguíneo, a nutrição inadequada, a perda da estimulação endócrina e o envelhecimento (atrofia senil).
Metaplasia:
Metaplasia é uma alteração reversível na qual um tipo celular adulto (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular adulto. Nesse tipo de adaptação celular, uma célula sensível a determinado estresseé substituída por outro tipo celular mais capaz de suportar o ambiente hostil. Acredita-se que a metaplasia surja por uma reprogramação de células-tronco que se diferenciam ao longo de outra via, em vez de uma alteração fenotípica (transdiferenciação) de células já diferenciadas.
Exemplo: A metaplasia epitelial é exemplificada pela mudança escamosa que ocorre no epitélio respiratório em fumantes habituais de cigarros. As células epiteliais normais, colunares e ciliadas da traqueia e dos brônquios são focal ou difusamente substituídas por células epiteliais escamosas estratificadas.
Esôfago de Barrett é uma doença na qual ocorre uma mudança nas células do revestimento da porção inferior do esôfago, com transformação do epitélio escamoso normal do esôfago para epitélio colunar (típico do estômago e do intestino), chamada metaplasia intestinal.
A neutralização de agentes agressores leva a desorganização e destruição tecidual. Torna-se necessária uma segunda etapa dos mecanismos de defesa, caracterizada pela reorganização da área lesada. O reparo consiste na substituição das células e tecidos alterados por um tecido neoformado derivado do parênquima e/ou estroma do local injuriado. 
Se a reparação for feita principalmente pelos elementos parenquimatosos, uma reconstrução igual a original pode ocorrer (regeneração) mas, se for feita em grande parte pelo estroma, um tecido fibrosado não especializado será formado (cicatriz).
Regeneração: Reposição de um grupo de células destruídas pelo mesmo tipo. O tecido idêntico ao perdido sem modificação na relação Parênquima/Estroma. Comum em órgãos com células lábeis e estáveis e rápida reabsorção. Na boca a reparação ocorre rapidamente, talvez devido a participação da saliva, que umedecendo a superfície da lesão não permite a formação da crosta. Deve-se também considerar a elasticidade da mucosa bucal, permitindo maior contração do tecido, visto que nas mucosas móveis a reparação é mais rápida do que nas mucosas mastigatórias. Na pneumonia lobar ocorre intenso acúmulo de células inflamatórias, com destruição dos pneumócitos, mas os vasos e a arquitetura são preservados, permitindo a regeneração. Fica claro que a regeneração restitui à área lesada a completa normalidade, tanto morfológica quanto funcional; seria, portanto, ideal que todo o processo de cura se efetuasse pela regeneração.
Substituição (cicatrização): Tecido original é substituído por tecido fibroso (fibroplasia). Tipo mais frequente de reparação, caracterizado pela neoformação de tecido conjuntivo fibroso (cicatriz), substituindo as células parenquimatosas perdidas; alteração na relação Parênquima/ Estroma.
Etapas na Formação de Cicatriz:
O reparo por deposição de tecido conjuntivo consiste em um processo sequencial que segue a resposta inflamatória:
Formação de novos vasos (angiogênese) 
Migração e proliferação de fibroblastos e deposição de tecido conjuntivo que, junto com a abundância de vasos e leucócitos dispersos, tem aparência granular e rósea, sendo chamado de tecido de granulação. 
Maturação e reorganização do tecido fibroso (remodelamento) para produzir uma cicatriz fibrosa estável. 
O reparo se inicia dentro de 24 horas da lesão por migração dos fibroblastos e indução de proliferação dos fibroblastos e células endoteliais. Em 3-5 dias, uma característica do processo de cura é o surgimento do tecido de granulação. O nome tecido de granulação deriva da sua aparência macroscópica, na superfície das feridas. Sua aparência histológica é caracterizada pela proliferação de fibroblastos e por novos e delicados capilares de paredes finas (angiogênese) em MEC frouxa, frequentemente com células inflamatórias, principalmente macrófagos. Progressivamente, o tecido de granulação acumula mais fibroblastos que depositam colágeno, resultando, finalmente, na formação de cicatriz. Com o tempo, as cicatrizes se remodelam.
A cicatrização é a substituição do tecido lesado por tecido conjuntivo fibroso. Para que a cicatrização se efetue são necessárias a eliminação do agente agressor, a ativa manutenção do potencial de proliferação das células, complementadas pela irrigação e nutrição suficientes. Como a cicatrização por tecido fibroso é constituída por tecido mais simples e mais primitivo do que os tecidos que ela substitui, essa cicatrização implica na perda permanente da função fisiológica da região comprometida.
Dessa maneira, a cicatrização de uma região cardíaca, após um infarto, reduz a função do órgão, sendo a cicatriz uma marca residual permanente e irreversível. As cicatrizes geralmente se hialinizam e perdem a elasticidade devido a pobreza em fibras elásticas. Didaticamente, pode-se considerar dois tipos básicos de cicatrização: a primária (ou por 1ª intenção) também chamada de união primária, tem importância principalmente em cirurgia e em ferimentos. É o tipo mais simples de reparação que pode ocorrer. O exemplo mais comum é a incisão cirúrgica feita com bisturi e posterior sutura dos bordos. E a cicatrização secundária (ou por 2ª intenção) também chamada de união secundária, ocorre quando a área lesada é mais extensa e os bordos não podem ser coaptados por sutura, como por exemplo, em úlceras, abcessos ou então devido à contaminação de uma incisão cirúrgica. 
Poderá ocorrer um ou outro processo ou os dois, dependendo de alguns fatores sendo os mais importantes: A capacidade dos elementos do parênquima se regenerarem e a extensão da lesão. O termo quelóide é usado para as cicatrizações hipertróficas que ocorrem comumente nos indivíduos da raça negra.
Morte celular:
A apoptose é uma via de morte celular, induzida por um programa de suicídio estritamente regulado no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas. Os fragmentos das células apoptóticas então se separam, gerando a aparência responsável pelo nome (apoptose, “cair fora”). A membrana plasmática da célula apoptótica permanece intacta, mas é alterada de tal maneira que a célula e seus fragmentos se tornam alvos atraentes para os fagócitos. Rapidamente, as células mortas e seus fragmentos são removidos antes que seus conteúdos extravasem e, por isso, a morte celular por essa via não induz uma reação inflamatória no hospedeiro. A apoptose difere da necrose, que é caracterizada pela perda da integridade da membrana, digestão enzimática das células, extravasamento dos conteúdos celulares e, frequentemente, uma reação no hospedeiro.
A apoptose resulta da ativação de enzimas chamadas caspases (assim chamadas porque são cisteína proteases que clivam proteínas depois dos resíduos aspárticos). A ativação das caspases depende de um equilíbrio finamente sintonizado entre vias moleculares pró e antiapoptóticas. Duas vias distintas convergem para a ativação de caspase: via mitocondrial e via receptor de morte. Embora essas vias possam interagir, geralmente são induzidas sob diferentes condições, envolvem diferentes moléculas e exercem papéis diferentes na fisiologia e na doença.
Via Receptor de Morte da Apoptose (Extrínseca):
Muitas células expressam moléculas de superfície, chamadas receptores de morte, que disparam a apoptose. A maioria dessas moléculas são receptores membros da família do fator de necrose tumoral (TNF) que contêm em suas regiões citoplasmáticas um “domínio de morte” conservado, assim chamado porque medeia a interação com outras proteínas envolvidas na morte celular. Os receptores de morte prototípicos são do tipo TNF I e Fas (CD95). O ligante de Fas (Fas-L) é uma proteína de membrana expressa, principalmente, em linfócitos T ativados. Quando essas células T reconhecem os alvos que expressam Fas, as moléculas Fas são ligadas em reação cruzada pelo Fas-L e proteínas de ligação adaptadoras via domínio de morte. Estas, por sua vez, recrutam e ativam a caspase 8. Em muitos tipos celulares, a caspase 8 pode clivar e ativar um membro pró-apoptótico da família Bcl-2, chamado de Bid, portanto dentro da via mitocondrial.A ativação combinada de ambas as vias lança um golpe letal para a célula. 
As proteínas celulares, notadamente um antagonista de caspase chamado FLIP, bloqueia a cascata de ativação das caspases dos receptores de morte. De modo interessante, alguns vírus produzem homólogos de FLIP, e tem sido sugerido que isso seja um mecanismo usado pelos vírus para manter as células infectadas vivas. 
A via receptor de morte está envolvida na eliminação de linfócitos autorreativos e na eliminação de células-alvo por alguns linfócitos T citotóxicos.
Ativação e Função das Caspases:
As vias mitocondrial e de receptor de morte levam à ativação de caspases desencadeantes, caspase 9 e 8, respectivamente. As formas ativas dessas enzimas são produzidas e clivam outra série de caspases chamadas de caspases executoras (3,6 e 7). Essas caspases ativadas clivam numerosos alvos, culminando na ativação das nucleases, que degradam as nucleoproteínas e o DNA. As caspases degradam também os componentes da matriz nuclear e do citoesqueleto, promovendo a fragmentação das células.
Via Mitocondrial (Intrínseca) da Apoptose:
As mitocôndrias contêm uma série de proteínas que são capazes de induzir apoptose; essas proteínas incluem o citocromo c e outras proteínas que neutralizam inibidores endógenos da apoptose. Quando as células são privadas de fatores de crescimento e outros sinais de sobrevivência ou são expostas a agentes que lesam o DNA ou acumulam quantidades inaceitáveis de proteínas anormalmente dobradas, um grupo de sensores é ativado. Esses sensores são membros da família Bcl-2, as chamadas “proteínas BH3” (por conterem apenas o terceiro dos domínios conservados da família Bcl-2). Eles ativam, por sua vez, dois membros pró-apoptóticos das famílias chamadas Bax e Bak, que se dimerizam e se inserem dentro da membrana mitocondrial, formando canais através dos quais o citocromo c e outras proteínas mitocondriais extravasam para o citosol. Esses sensores também inibem as moléculas antiapoptóticas Bcl-2 e Bcl-xL, aumentando o extravasamento de proteínas mitocondriais. O citocromo c, em conjunto com alguns cofatores, ativa a caspase 9. Outras proteínas que extravasam das mitocôndrias bloqueiam as atividades dos antagonistas das caspases, os quais funcionam como inibidores fisiológicos da apoptose. O resultado é a ativação da cascata de caspases (3,6 e 7), levando, finalmente, à fragmentação nuclear. A via mitocondrial parece ser a via responsável pela maioria das situações de apoptose.
Citar linhas de defesa do organismo frente aos agentes agressores. 
A imunidade inata:
 Também denominada imunidade natural ou nativa) fornece a primeira linha de defesa contra microrganismos. Ela consiste em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que estão em vigor mesmo antes da infecção e são preparados para responder rapidamente a infecções. Esses mecanismos reagem aos produtos dos microrganismos e células lesionadas, e elas respondem essencialmente da mesma forma para exposições repetidas. 
Os mecanismos da imunidade inata são específicos para estruturas que são comuns a grupos de microrganismos relacionados e podem não distinguir pequenas diferenças entre os microrganismos. 
Os principais componentes da imunidade inata são:
Barreiras físicas e químicas, tais como epitélio e agentes antimicrobianos produzidos nas superfícies epiteliais; 
Células fagocíticas (neutrófilos, macrófagos), células dendríticas e células assassinas naturais (NK, do inglês natural killer) e outras células linfoides; 
Proteínas sanguíneas, incluindo membros do sistema complemento e outros mediadores da inflamação.
Macrófagos: 
Os fagócitos, incluindo neutrófilos e macrófagos, são as células produzidas na medula óssea, cuja função primária é ingerir e destruir microrganismos e se livrar dos tecidos danificados. As respostas funcionais dos fagócitos na defesa do hospedeiro consistem em passos sequenciais: recrutamento das células para locais de infecção, reconhecimento e ativação pelos microrganismos, ingestão dos microrganismos por processo de fagocitose e destruição dos microrganismos ingeridos. Além disso, pelo contato direto e pela secreção de citocinas, os fagócitos se comunicam com outras células de modo a promover ou regular as respostas imunes.
Formam granuloma
Bactérias extracelulares
Neutrófilos:
Também chamados de leucócitos polimorfonucleares, constituem a população mais abundante de células brancas sanguíneas circulantes e medeiam as fases iniciais das reações inflamatórias. A produção dos neutrófilos é estimulada pelo fator estimulador de colônias (G-CSF). Um humano adulto produz mais de 1 × 1011 neutrófilos por dia, cada qual circulando no sangue por horas ou poucos dias. Os neutrófilos podem migrar rapidamente para locais de infecção após a entrada de microrganismos. Após a entrada nos tecidos, os neutrófilos funcionam por somente 1 a 2 dias e, então, morrem.
Durante a inflamação, produzem secreção purulenta
Eliminação de agentes intracelulares 
Ação fungicida
Não apresentam antígenos 
Monócitos
Nos adultos, as células da linhagem de macrófago surgem a partir de células precursoras na medula óssea, direcionadas por uma proteína denominada fator estimulador de colônia de monócito (ou macrófago) (M-CSF). Esses precursores evoluem para monócitos, que entram e circulam no sangue e, então, migram para os tecidos, especialmente durante as reações inflamatórias, onde eles então amadurecem em macrófagos.
Agranulócito
Mastócitos
Os mastócitos são células derivadas da medula e presentes na pele e mucosa epitelial, contendo abundantes grânulos citoplasmáticos cheios de histamina e outros mediadores. Os mastócitos expressam receptores de alta afinidade na membrana plasmática para um tipo de anticorpo denominado IgE e, geralmente, são recobertos com esses anticorpos. Quando os anticorpos na superfície dos mastócitos se ligam ao antígeno, eventos de sinalização são induzidos e levam à liberação dos conteúdos dos grânulos citoplasmáticos para dentro do espaço extra vascular. A liberação do conteúdo do grânulo, incluindo histamina, promove mudanças nos vasos sanguíneos que causam inflamação. Os mastócitos funcionam como sentinelas nos tecidos, onde eles reconhecem produtos microbianos e respondem produzindo citocinas e outros mediadores que induzem inflamação. Estas células fornecem defesa contra helmintos e outros microrganismos, mas também são responsáveis pelos sintomas das doenças alérgicas.
Liberam Heparina (anticoagulante)
Tecido Conjuntivo
Basófilos
Basófilos são granulócitos sanguíneos com muitas similaridades estruturais e funcionais com os mastócitos. Os basófilos contêm grânulos que se ligam a corantes básicos e são capazes de sintetizar muitos dos mesmos mediadores dos mastócitos. Assim como os mastócitos, os basófilos expressam receptores para IgE, ligam IgE e podem ser ativados por antígeno ligado à IgE.
Eosinófilos
Os eosinófilos são granulócitos sanguíneos que expressam grânulos citoplasmáticos contendo enzimas que são danosas às paredes celulares de parasitas, mas também podem danificar os tecidos do hospedeiro. Os grânulos dos eosinófilos contêm proteínas básicas que ligam corantes acídicos tais como eosina. Alguns eosinófilos normalmente estão presentes nos tecidos periféricos, especialmente nas coberturas mucosas dos tratos respiratório, gastrintestinal e geniturinário, e seus números podem aumentar com o recrutamento a partir do sangue em uma situação de inflamação.
Processos alérgicos
Reconhecimento de patógenos:
O sistema imune inato reconhece estruturas moleculares que são produzidas pelos patógenos microbianos. As substâncias microbianas que estimulam a imunidade inata frequentemente são compartilhadas por classes de microrganismos e são chamadas de padrões moleculares associados ao patógeno (PAMPs). Diferentes tipos de microrganismos (p. ex., vírus, bactérias Gram-negativas, bactérias Gram-positivas, fungos) expressam diferentes PAMPs. Essas estruturasincluem ácidos nucleicos que são exclusivos dos microrganismos, tais como RNA de fita dupla encontrado em vírus em replicação e sequências de DNA CpG não metiladas encontradas em bactérias; características de proteínas que são encontradas em microrganismos, tais como iniciação por N-formilmetionina, que é típica de proteínas bacterianas; e lipídios complexos e carboidratos que são sintetizados pelos microrganismos, mas não por células de mamíferos, tais como lipopolissacarídios (LPS) em bactérias Gram-negativas, ácido lipoteicoico em bactérias Gram-positivas e oligossacarídios com resíduos de manose terminal encontrados em glicoproteínas de microrganismos, mas não em glicoproteínas de mamíferos.
LPS: Bactérias Gram -	
Manose: Paredes bacterianas
RNA dupla hélice: vírus	
A principal classe de receptores de padrão são os Receptores do Tipo Toll:
Os receptores do tipo Toll (TLRs) são uma família conservada evolucionariamente de receptores de reconhecimento de padrão em muitos tipos celulares que reconhecem produtos de uma grande variedade de microrganismos, assim como moléculas expressas ou liberadas por células estressadas ou em processo de morte. Existem nove diferentes TLRs funcionais em humanos, denominados TLR1 até TLR9.
O reconhecimento dos ligantes microbianos pelo TLR resulta na ativação de várias vias de sinalização e, por fim, nos fatores de transcrição, que induzem a expressão de genes cujos produtos são importantes para respostas inflamatórias e antivirais. As vias de sinalização são iniciadas pela ligação do ligante ao TLR na superfície celular ou no retículo endoplasmático ou endossomas, levando à dimerização das proteínas do TLR. A dimerização do TLR induzida pelo ligante aproxima os domínios TIR das caudas citoplasmáticas de cada proteína para próximo uma das outras. Isso é seguido pelo recrutamento do domínio TIR contendo as proteínas adaptadoras, o que facilita o recrutamento e ativação de várias proteinoquinases, levando à ativação de diferentes fatores de transcrição. Os principais fatores de transcrição que são ativados pelas vias de sinalização do TLR incluem fator nuclear κB (NF-κB), ativação da proteína 1 (AP-1), fator 3 de resposta do interferon (IRF3) e IRF7. 
NF-κB e AP-1 estimulam a expressão de genes que codificam muitas moléculas necessárias para as respostas inflamatórias, incluindo citocinas inflamatórias (p. ex., TNF e IL-1), quimiocinas (p. ex., CCL2 e CXCL8) e moléculas de adesão endotelial (p. ex., E-selectina).IRF3 e IRF7 promovem a produção de interferons tipo I (IFN-α e IFN-β), que são importantes para as respostas imunes inatas antivirais.
Neutrófilos e macrófagos ativados matam os microrganismos fagocitados pela ação de moléculas microbicidas nos fagolisossomas.
Sinais de vários receptores, incluindo receptores de reconhecimento de padrão (tais como TLRs), receptores de opsoninas (tais como receptores Fc e C3) e receptores para citocinas (principalmente IFN-γ), atuam cooperativamente para ativar os fagócitos para matar microrganismos ingeridos. A fusão dos vacúolos fagocíticos (fagossomas) com os lisossomas resulta na formação dos fagolissossomas, onde a maioria dos mecanismos microbicidas está concentrada. 
Três classes de moléculas microbicidas são conhecidas como sendo as mais importantes:
Espécies reativas de oxigênio: Macrófagos e neutrófilos ativados convertem oxigênio molecular em espécies reativas de oxigênio (ROS), que são agentes oxidantes altamente reativos e que destroem microrganismos (e outras células).
Enzimas proteolíticas: Neutrófilos e macrófagos ativados produzem várias enzimas proteolíticas nos fagolissossomas que atuam para destruir os microrganismos. Uma das importantes enzimas nos neutrófilos é a elastase, uma serinoprotease de amplo espectro conhecida por ser necessária para a morte de muitos tipos de bactérias.
Óxido nítrico: Em adição às ROS, os macrófagos produzem espécies reativas de nitrogênio, principalmente o óxido nítrico (NO), pela ação de uma enzima chamada óxido nítrico sintase induzida (iNOS). A iNOS é uma enzima citosólica que está ausente em macrófagos em repouso, mas pode ser induzida em resposta a produtos microbianos que ativam os TLRs, especialmente em combinação com IFN-γ. A iNOS catalisa a conversão de arginina em citrulina, e o gás difusível óxido nítrico é liberado. Dentro dos fagolissossomas, o óxido nítrico pode se combinar com peróxido de hidrogênio ou superóxido, gerados pela fagócito oxidase, para produzir radicais peroxinitrito altamente reativos que matam os microrganismos.
Células apresentadoras de antígenos:
As células apresentadoras de antígenos (APCs) capturam microrganismos e outros antígenos, apresentam-nos aos linfócitos e fornecem sinais que estimulam a proliferação e diferenciação dos linfócitos. Por convenção, APC normalmente se refere à célula que apresenta antígenos aos linfócitos T. O principal tipo de APC que está envolvido na iniciação das respostas da célula T é a célula dendrítica. Os macrófagos e células B apresentam os antígenos aos linfócitos T nas respostas imunes mediadas por células e humorais, respectivamente. Um tipo celular especializado, chamado de célula dendrítica folicular, apresenta antígenos aos linfócitos B durante fases particulares das respostas imunes humorais. Muitas APCs, tais como células dendríticas e macrófagos, também reconhecem e respondem aos microrganismos durante as reações imunes inatas e, assim, ligam as reações imunes inatas às respostas do sistema imune adaptativo.
Células Dendríticas
As células dendríticas são as APCs mais importantes para a ativação das células T imaturas e têm papel principal nas respostas inatas às infecções e na ligação das respostas imunes inata e adaptativa. Elas têm longas projeções membranosas e capacidades fagocítica e são amplamente distribuídas nos tecidos linfoides, epitélio mucoso e parênquima de órgãos. 
Células Dendríticas Foliculares
As células dendríticas foliculares (FDCs) são células com projeções membranosas encontradas entremeadas em coleções de células B ativadas nos folículos linfoides de linfonodos, baço e tecidos linfoides mucosos. As FDCs não são derivadas de precursores na medula óssea e não estão relacionadas com as células dendríticas que apresentam antígenos aos linfócitos T. As FDCs ligam e apresentam antígenos proteicos em suas superfícies para o reconhecimento pelos linfócitos B.
A maioria das células dendríticas é parte de linhagem mieloide de células hematopoéticas e se origina de um precursor que também pode se diferenciar em monócitos, mas não em granulócitos. Similarmente aos macrófagos, as células dendríticas expressam receptores que reconhecem moléculas tipicamente produzidas pelos microrganismos e não células de mamíferos, e elas respondem aos microrganismos com a secreção de citocinas.
Células Natural Killer
As células natural killer (NK), as primeiras e mais bem descritas células linfoides inatas, são um subgrupo de ILCs tipo I, que desempenham importantes papéis nas respostas imunes inatas principalmente contra vírus intracelulares e bactérias. As funções efetoras das células NK são matar as células infectadas e produzir IFN-γ, que ativa macrófagos para destruírem microrganismos fagocitados. O mecanismo de citotoxicidade mediado pela célula NK é essencialmente o mesmo das CTLs CD8. As células NK, assim como as CTLs, apresentam grânulos contendo proteínas que medeiam a morte das células-alvo. Quando as células NK são ativadas, a exocitose dos grânulos libera essas proteínas adjacentes às células-alvo. Uma proteína do grânulo da célula NK, chamada de perforina, facilita a entrada de outras proteínas granulares, denominadas granzimas, para o citosol das células-alvo.
Receptores Ativadores e Inibidores de Células NK.
As células NK distinguem as células infectadas das células saudáveis, e a função da célula NK é regulada pelo balanço entre sinais que são gerados a partir de receptores ativadores e receptores inibidores. Essesreceptores reconhecem moléculas na superfície de outras células e geram sinais ativadores e inibidores que promovem ou inibem respostas NK.
Em geral, os receptores ativadores reconhecem ligantes nas células infectadas ou danificadas, que precisam ser eliminados, e os receptores inibitórios reconhecem células normais saudáveis, que necessitam ser preservadas. Quando uma célula NK interage com outra célula, o resultado é determinado pela integração dos sinais gerados por uma gama de receptores inibitórios e ativadores que são expressos pela célula NK e que interagem com ligantes na outra célula. A ligação aos receptores ativadores estimula a atividade de morte das células NK, resultando em destruição das células estressadas ou infectadas. Em contrapartida, a ligação dos receptores inibitórios desliga a função NK e previne a destruição das células saudáveis.
Funções dos receptores ativadores e inibidores das células NK:
Os receptores ativadores das células NK reconhecem ligantes nas células-alvo e ativam as proteínas tirosinoquinases (PTKs), cujas atividades são inibidas pelos receptores inibitórios que reconhecem as moléculas de MHC de classe I e ativam as proteínas tirosinofosfatases (PTP). As células NK não matam eficientemente as células saudáveis que expressam MHC de classe I. Se uma infecção por vírus ou outro estresse inibe a expressão do MHC de classe I nas células infectadas e induz a expressão de ligantes ativadores adicionais, o receptor inibidor da célula NK não é ocupado e o receptor ativador age sem oposição para desencadear respostas das células NK, tais como morte das células-alvo e secreção de citocinas. Além disso, as células estressadas pela infecção ou transformação neoplásica podem expressar quantidades aumentadas de ligantes ativadores, que se ligam nos receptores ativadores da célula NK e induzem mais fosforilação de tirosina do que pode ser removido pelas fosfatases associadas ao receptor inibitório, resultando na morte das células estressadas.
A principal via pela qual o sistema imune inato lida com as infecções virais é a indução da expressão de interferons tipo I, cuja ação mais importante é a inibição da replicação viral. Os interferons tipo I são secretados pelas células e agem em outras células para prevenir a disseminação da replicação viral. Os interferons tipo I mais importantes na defesa viral são o IFN-α, que atualmente inclui 13 proteínas diferentes, mas intimamente relacionadas, e o IFN-β, que é uma única proteína. As células dendríticas plasmacitoides são as principais fontes de IFN-α, mas ele também pode ser produzido pelos fagócitos mononucleares. O IFN-β é produzido por muitos tipos celulares. Os estímulos mais potentes para a síntese do interferon tipo I são os ácidos nucleicos virais.
Os interferons tipo I, sinalizando através do receptor de interferon tipo I, ativam a transcrição de vários genes que conferem a essas células resistência à infecção viral chamada de estado antiviral. Os genes induzidos pelos interferons tipo I incluem proteinoquinases serina/treonina (PKR) ativadas por RNA de dupla fita, que bloqueia a transcrição viral e eventos translacionais, e 2’,5’ oligoadenilato sintetases e RNase L, que promovem a degradação do RNA viral. A ação antiviral do interferon tipo I é primariamente uma ação parácrina, de tal forma que uma célula viralmente infectada secreta interferon para agir e proteger as células vizinhas que ainda não estão infectadas. Os efeitos dos interferons tipo I não são específicos para a expressão do gene viral, e parte da habilidade destas citocinas em bloquear a disseminação da infecção se deve à sua toxicidade às células do hospedeiro que estão próximas das células infectadas. O interferon secretado por uma célula infectada também pode agir de maneira autócrina para inibir a replicação viral naquela célula.
A resposta imune inata fornece sinais que atuam em conjunto com o antígeno para estimular a proliferação e diferenciação de linfócitos T e B específicas para antígenos. À medida que a resposta imune está fornecendo a defesa inicial contra microrganismos, ela também põe em movimento a resposta imune adaptativa. A ativação dos linfócitos necessita de dois sinais distintos, o primeiro sendo o antígeno e o segundo sendo moléculas que são produzidas durante as respostas imunes inatas aos microrganismos ou células lesionadas. Esta ideia é chamada de hipótese dos dois sinais para a ativação de linfócitos. A necessidade do antígeno (o chamado sinal 1) garante que a resposta imune subsequente seja específica. A necessidade para estímulos adicionais disparados pelas reações imunes inatas aos microrganismos (sinal 2) garante que as respostas imunes adaptativas sejam induzidas quando existe uma infecção danosa e não quando os linfócitos reconhecem antígenos inofensivos, incluindo os próprios antígenos. As moléculas produzidas durante as reações imunes inatas que funcionam como segundo sinais para a ativação dos linfócitos incluem coestimuladores (para células T), citocinas (para ambas as células T e B) e produtos da quebra do complemento (para células B).
Sistema Complemento:
O sistema complemento consiste em várias proteínas plasmáticas que trabalham juntas para opsonizar os microrganismos, promover o recrutamento de fagócitos para o local de infecção e, em alguns casos, matar diretamente os microrganismos. A ativação do complemento envolve cascatas proteolíticas nas quais uma enzima precursora inativa, chamada de zimogênio, é alterada para se tornar uma protease ativa que cliva e, assim, induz a atividade proteolítica da próxima proteína do complemento na cascata. As cascatas enzimáticas resultam em significativa amplificação da quantidade de produtos proteolíticos que são gerados. Esses produtos realizam as funções efetoras do sistema complemento. Além do sistema complemento, outras cascatas proteolíticas importantes medicamente incluem as vias da coagulação sanguínea e o sistema cinina-calicreína que regula a permeabilidade vascular.
Vias de Ativação do Complemento:
Existem três vias principais de ativação do complemento: a via clássica, que é ativada por determinados isotipos de anticorpos ligados a antígenos; a via alternativa, que é ativada na superfície das células microbianas na ausência de anticorpo; e a via das lectinas, que é ativada por uma lectina plasmática que se liga a resíduos de manose em microrganismos. Embora as vias de ativação do complemento difiram na forma como são iniciadas, todas elas resultam na geração de complexos de enzimas que são capazes de clivar a proteína mais abundante do complemento, C3. As vias alternativas e das lectinas são mecanismos efetores da imunidade inata, ao passo que a via clássica é um dos principais mecanismos de imunidade humoral adaptativa.
Via Alternativa:
A hidrólise espontânea do C3 plasmático leva à formação da C3-convertase da fase fluida e à geração de C3b. Se o C3b for depositado sobre uma superfície microbiana, ele se liga ao Fator B e forma a C3-convertase da via alternativa. Essa convertase cliva C3 para produzir mais C3b, que se liga a superfícies microbianas e participa da formação da C5-convertase. A C5- convertase cliva C5 para gerar C5b, o evento iniciador das etapas de ativação da via terminal do complemento.
C3 hidrolisado espontaneamente
Imunidade Inata 
Via Clássica:
A via clássica é iniciada pela ligação da proteína C1 do complemento aos domínios CH2 de IgG ou aos domínios CH3 de moléculas de IgM que estão ligadas ao antígeno. Os complexos antígeno-anticorpo que ativam a via clássica podem ser solúveis, fixados sobre a superfície de células ou depositados em matrizes extracelulares. A via clássica é iniciada pela ligação do C1 a moléculas de anticorpo complexadas ao antígeno, que leva à produção das convertases de C3 e de C5 ligadas às superfícies nas quais os anticorpos foram depositados. A C5-convertase cliva C5 para iniciar as etapas de ativação da via terminal do complemento.
Presença de C1
Imunidadeadaptativa (anticorpo)
C1r e C1s
Via da Lectina:
A via das lectinas de ativação do complemento é desencadeada pela ligação de polissacarídios microbianos a lectinas circulantes, tais como a lectina ligadora de manose (ou manana) plasmática (MBL) ou as ficolinas, sempre na ausência de anticorpo.
Imunidade Inata
Ligação de Polissacarideos microbianos
MASP 1 E MASP 2
Etapas Finais da Ativação do Complemento:
As C5-convertases geradas pela alternativa clássica ou das lectinas iniciam a ativação dos componentes da via terminal do sistema complemento, o que culmina na formação do complexo citocina de ataque à membrana (MAC).
Imunidade adaptativa:
 Também denominada imunidade adquirida ou específica. O sistema imune adaptativo reconhece e reage a muitas substâncias microbianas e não microbianas. As características que definem a imunidade adaptativa são a habilidade de distinguir entre diferentes substâncias, chamada especificidade, e a habilidade de responder mais vigorosamente a exposições repetidas ao mesmo microrganismo, conhecida como memória. Os componentes exclusivos da imunidade adaptativa são células denominadas linfócitos e seus produtos secretados, tais como anticorpos. Substâncias estranhas que induzem as respostas imunes específicas ou são reconhecidas pelos linfócitos ou anticorpos chamam se antígenos.
As citocinas constituem um grande grupo de proteínas secretadas com diversas estruturas e funções, que regulam e coordenam muitas atividades das células da imunidade inata e adaptativa. Todas as células do sistema imune secretam, pelo menos, algumas citocinas e expressam receptores específicos de sinalização para várias citocinas.
Entre as muitas funções das citocinas, estão o crescimento e diferenciação de todas as células imunes, a ativação de funções efetoras dos linfócitos e fagócitos e o movimento direcionado de células imunes do sangue para os tecidos e dentro dos tecidos. O grande subgrupo de citocinas estruturalmente relacionadas que regulam a migração e o movimento celular é denominado quimiocinas. Alguns dos fármacos mais efetivos desenvolvidos recentemente para tratar doenças imunológicas têm como alvo as citocinas, o que reflete a importância destas proteínas nas respostas imunes.
Características da Imunidade adaptativa:
Especificidade e diversidade: 
Respostas imunes são específicas para antígenos distintos e, de fato, para diferentes porções de um único complexo de proteína, polissacarídeo ou outras macromoléculas. As partes de tais antígenos que são especificamente reconhecidas por linfócitos individuais são denominadas determinantes ou epítopos. Esta fina especificidade existe porque os linfócitos individuais expressam receptores de membrana que podem distinguir sutis diferenças na estrutura entre epítopos distintos.
Esta habilidade do repertório de linfócitos em reconhecer muitos antígenos é o resultado da variabilidade nas estruturas dos locais de ligação do antígeno de receptores de linfócitos para antígenos, que se chama diversidade. Em outras palavras, existem muitos clones de linfócitos que diferem nas estruturas de seus receptores de antígenos e, assim, nas suas especificidades para antígenos, contribuindo para o repertório total que é extremamente diverso. 
Expansão clonal: 
Linfócitos específicos para um antígeno se submetem a considerável proliferação após a exposição a um antígeno. O termo expansão clonal se refere a um aumento no número de células que expressam receptores idênticos para o antígeno e, assim, pertencem a um clone. Este aumento nas células específicas para um antígeno permite a adaptação da resposta imune em manter o ritmo com os patógenos infecciosos em rápida divisão.
Contração e homeostasia:
 Todas as respostas imunes normais diminuem com o tempo após a estimulação pelo antígeno, retornando, assim, ao seu estado de repouso basal, o estado chamado de homeostasia. Esta contração das respostas imunes ocorre grandemente porque as respostas que são disparadas por antígenos funcionam, para eliminar os antígenos, eliminando um estímulo essencial para a sobrevivência e ativação dos linfócitos. Os linfócitos (exceto as células de memória) que são privados destes estímulos morrem por apoptose.
Memória:
Exposição do sistema imune a um antígeno estranho aumenta sua habilidade em responder novamente àquele antígeno. Respostas a uma segunda exposição ou exposições subsequentes ao mesmo antígeno, denominadas respostas imunes secundárias, normalmente são mais rápidas, maiores e, com frequência, quantitativamente diferentes da primeira resposta imune, ou primária, àquele antígeno. A memória imunológica ocorre porque cada exposição a um antígeno gera células de memória de vida longa e específicas para aquele antígeno, e são mais numerosas do que os linfócitos imaturos específicos para o antígeno que existia antes da exposição ao antígeno. Além disso, as células de memória têm características especiais que as tornam mais eficientes em responder e eliminar um antígeno do que os linfócitos imaturos que não foram previamente expostos ao antígeno.
Não reatividade ao próprio. 
Uma das propriedades mais marcantes do sistema imune de todos os indivíduos normais é sua habilidade em reconhecer, responder e eliminar muitos antígenos estranhos (não próprios) enquanto não reagem negativamente às suas próprias substâncias antigênicas. A irresponsividade imunológica também é chamada de tolerância. A tolerância aos próprios antígenos, ou autotolerância, é mantida por vários mecanismos. Estes incluem a eliminação de linfócitos que expressam receptores específicos para alguns auto antígenos, inativando os linfócitos autorreativos ou suprimindo essas células pela ação de outras células (regulatórias).
Anormalidades na indução ou manutenção da auto tolerância levam a respostas imunes contra os próprios antígenos (autólogos), o que pode resultar em distúrbios denominados doenças autoimunes.
As principais células do sistema imune adaptativo são linfócitos, células apresentadoras de antígenos e células efetoras. Os linfócitos são as células que especificamente reconhecem e respondem a antígenos estranhos, constituindo, assim, os mediadores da imunidade humoral e celular. Existem subpopulações distintas de linfócitos que diferem em como eles reconhecem os antígenos e em suas funções. 
Os linfócitos B são as únicas células capazes de produzir anticorpos. Eles reconhecem antígenos extracelulares solúveis e na superfície celular e diferenciam em plasmócitos secretores de anticorpos, funcionando, assim, como mediadores da imunidade humoral. 
Os linfócitos T, as células da imunidade mediada por célula, reconhecem os antígenos dos microrganismos intracelulares e as células T ou auxiliam os fagócitos a destruir esses microrganismos ou matam as células infectadas. As células T não produzem moléculas de anticorpo. Seus receptores de antígenos são moléculas de membrana distintas, mas estruturalmente relacionadas com os anticorpos. Os linfócitos T têm uma especificidade restrita para antígenos; eles reconhecem peptídeos derivados das proteínas estranhas que estão ligadas às proteínas do hospedeiro e são denominadas moléculas do complexo maior de histocompatibilidade (MHC), expressas nas superfícies de outras células. Como resultado, essas células T reconhecem e respondem aos antígenos associados à superfície celular, mas não aos antígenos solúveis.
 
A nomenclatura do agrupamento de diferenciação (CD, do inglês cluster of differentiation) é um método uniforme e amplamente adotado para a denominação das moléculas da superfície celular que são características de uma linhagem celular em particular ou diferenciam estágios, têm uma estrutura definida e são reconhecidas por um grupo de anticorpos monoclonais. Assim, todas as moléculas estruturalmente definidas da superfície celular recebem a denominação CD com designação numérica (p. ex., CD1,CD2). Embora originalmente pensados para definir os subtipos de leucócitos, os marcadores CD são encontrados em todos os tipos celulares do corpo.
Existem dois tipos de respostas imunes adaptativas, denominadas imunidade humoral e imunidade mediada por célula, que são mediadas por diferentes componentes do sistema imune e atuam para eliminar diferentes tipos de microrganismos.
A imunidade humoral é mediada por moléculas no sangue e secreções mucosas, denominadas anticorpos, que são produzidos pelos linfócitos B (também chamados de células B). Os anticorpos reconhecem os antígenos microbianos, neutralizam a infectividade dos microrganismos e focam nos microrganismos para sua eliminação por vários mecanismos efetores. 
A imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra microrganismos extracelulares e suas toxinas, porque os anticorpos secretados podem se ligar a esses microrganismos e toxinas e auxiliar na sua eliminação. Os próprios anticorpos são especializados e podem ativar diferentes mecanismos para combater os microrganismos (mecanismos efetores). Por exemplo, diferentes tipos de anticorpos promovem a ingestão de microrganismos pelas células do hospedeiro (fagocitose), ligação e ativação da liberação de mediadores inflamatórios das células e são ativamente transportados para os lumens de órgãos mucosos e através da placenta para fornecer defesa contra microrganismos ingeridos e inalados e contra infecções do recém-nascido, respectivamente.
Os anticorpos reconhecem os antígenos microbianos, neutralizam a infectividade dos microrganismos e focam nos microrganismos para sua eliminação por vários mecanismos efetores.
A imunidade mediada por célula, também denominada imunidade celular, é mediada pelos linfócitos T (também chamados de células T). Os microrganismos intracelulares, tais como vírus e algumas bactérias, sobrevivem e proliferam dentro dos fagócitos e outras células do hospedeiro. A defesa contra essas infecções é uma função da imunidade mediada por células, que promove a destruição de microrganismos que residem nos fagócitos ou a morte das células infectadas para eliminar reservatórios de infecção. Alguns linfócitos T também contribuem para a erradicação de microrganismos extracelulares por meio do recrutamento de leucócitos que destroem esses patógenos e auxiliando as células B na produção efetiva de anticorpos.
Os linfócitos T consistem em populações funcionalmente distintas, os mais bem definidos dos quais são as células T auxiliares e os linfócitos T citotóxicos (ou citolíticos) (CTLs, do inglês cytotoxic T lymphocytes). 
Em resposta à estimulação antigênica, as células T auxiliares secretam citocinas, que são responsáveis por muitas das respostas celulares da imunidade inata e adaptativa, funcionando como “moléculas mensageiras” do sistema imune. As citocinas secretadas pelos linfócitos T auxiliares estimulam a proliferação e diferenciação das próprias células T e ativam outras células, incluindo células B, macrófagos e outros leucócitos. 
Os CTLs matam as células que produzem antígenos estranhos, tais como células infectadas por vírus e outros microrganismos intracelulares.
Dentro do citoplasma de CTLs diferenciados, existem numerosos lisossomos modificados (denominados grânulos) que contêm proteínas, incluindo perforinas e granzimas, cuja função é matar outras células. A principal função da perforina é a facilitação da liberação das granzimas dentro do citosol da célula-alvo. A maneira pela qual isso é feito ainda não é bem compreendida. A Perforina pode se polimerizar e formar poros aquosos na membrana da célula-alvo, mas esses poros podem não ser de tamanho suficiente para permitir a entrada das granzimas. De acordo com um modelo atual, os complexos de granzima B, perforina e serglicina são liberados dos CTLs nas células-alvo, sendo que a inserção de perforina na membrana da célula-alvo provoca um processo de reparo da membrana, que leva à internalização tanto da perforina quanto de granzimas em endossomos. A perforina pode, então, atuar sobre a membrana endossomal para facilitar a liberação das granzimas no citosol da célula alvo. Uma vez no citosol, as granzimas clivam vários substratos, incluindo caspases, iniciando a morte da célula por apoptose.
Definir e descrever detalhadamente os mecanismos de inflamação, relacionando-os com os sintomas e sinais característicos.
Inflamação: A inflamação é o processo de recrutamento de leucócitos e proteínas plasmáticas do sangue, seu acúmulo nos tecidos e sua ativação para destruir os microrganismos. As manifestações externas da inflamação, chamadas de sinais cardinais, são: calor (aquecimento), rubor (vermelhidão), edema (inchaço), dor (dolor) e perda de função (functio laesa).
A inflamação é induzida por mediadores químicos produzidos pelas células do hospedeiro em resposta a um estímulo nocivo. Quando um micróbio penetra no tecido ou o tecido é lesado, a presença de infecção ou lesão é percebida por células residentes, principalmente macrófagos, mas também por células dendríticas, mastócitos e outros tipos celulares. 
Mesmo que a lesão fosse estéril, ainda assim os macrófagos seriam ativados, pois a lesão de celulas causaria a exposição dos padrões moleculares associados ao dano DAMPS. Os macrófagos serão ativados, pois existem os PAMPS, que são moléculas nas superfícies dos patógenos que serão reconhecidas por eles. 
Os macrófagos secretam mediadores como: 
Citocinas (IL-1, IL-6, TNF – alfa): Responsáveis pela ativação endotelial (expressão de moléculas de adesão).
Quimiocinas, responsáveis pela quimiotaxia (atração de células do sistema imune), ativação de leucócitos.
Oxido nitrico que causa o relaxamento do músculo liso vascular e morte de micróbios. 
Mediadores lipídicos derivados do ácido araquidônico, os principais são as prostaglandinas e os leucotrienos, que causarão aumento da permeabilidade vascular, vasodilatação, além de atrair células para o local e promoverão a ativação de neutrófilos e macrófagos.
Os mastócitos secretam histamina que causa vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, além da ativação endotelial. 
Outro fator importante que irá acontecer como iniciador da resposta inflamatória é a estimulação da terminação nervosa , o impulso nervoso vai para a medula e volta para o mesmo local estimulando a liberação de neuropeptídios ( neurocininas , Substancia P) , que agirão sobre o mastócito fazendo com que ele libere mais histamina que causará um aumento da permeabilidade vascular e vasodilatação.
Exsudato: consequência da diminuição da expressão de claudinas, aumento da síntese de ácido hialurônico, quebra de proteoglicanos, aumentando a hidrofilia local e consequentemente passagem de líquido plasmático. EDEMA. O exsudato inflamatório é composto de proteínas plasmáticas e leucócitos que extravasam dos vasos e se acumulam no local inflamado. Tem a função de destruir o agente agressor, degradar (liquefazer) e remover o tecido necrosado. A drenagem linfática fica aumentada, levando mais facilmente antígenos aos linfonodos regionais. Dependendo do local, da intensidade da reação e do agente injuriante, o exsudato pode ter diferentes características.
Outras moléculas importantes envolvidas no processo inflamatório, são as moléculas do complemento, como há o dano tecidual o complemento é ativado, e promoverá a degranulação de mastócitos e produção de anafilotoxinas , que são fragmentos (C3a, C4a ou C5a) produzidos durante as vias do sistema complemento. As anafilotoxinas se ligam aos receptores específicos da superfície celular e promovem a inflamação aguda através da estimulação da quimiotaxia neutrolítica e ativação dos mastócitos.
C3a	Ativação, Atração células da defesa, por exemplo, leucocitos, neutrófilos.
C3b	Intermedia a fagocitose.
Efeitos sistêmicos da inflamação:
A febre, caracterizada por elevação da temperatura corporal, é uma das manifestações mais proeminentes na resposta da fase aguda. A febre é produzidaem resposta a substâncias chamadas pirogênios, que atuam estimulando a síntese de prostaglandina nas células vasculares e perivasculares do hipotálamo. Os produtos bacterianos, como o lipopolissacarídio (LPS; chamado pirogênio exógeno) estimula os leucócitos a liberarem citocinas como IL-1 e TNF (chamados pirogênios endógenos) que aumentam os níveis de cicloxigenases que convertem o AA em prostaglandinas. No hipotálamo, as prostaglandinas, especialmente PGE2, estimulam a produção de neurotransmissores, os quais funcionam para reajustar a temperatura em nível mais alto. Os AINEs, incluindo a aspirina, reduzem a febre, inibindo a cicloxigenase, bloqueando assim a síntese de prostaglandina.
Níveis plasmáticos elevados de proteínas da fase aguda. Essas proteínas plasmáticas são sintetizadas principalmente no fígado e, na inflamação aguda, suas concentrações podem aumentar 100 vezes como parte da resposta ao estímulo inflamatório. Dessas proteínas, as três mais conhecidas são a proteína C reativa (CRP), o fibrinogênio e a proteína amiloide A sérica (SAA).
Leucocitose é uma característica comum das reações inflamatórias, especialmente aquelas induzidas por infecções bacterianas.
Quando o processo está resolvido e os microrganismos foram combatidos, os neutrófilos ficam ociosos e sofrem apoptose, pois tem vida curta, então os macrófagos começam a reconhecer os neutrófilos mortos , e entendem que o processo inflamatório esta resolvido , ou seja, o fator causador da inflamação esta resolvido. Os macrófagos M2, secretarão fatores reparadores no tecido lesado.
Caracterizar inflamação crônica e diferenciá-la da aguda.
A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada (semanas a meses ou anos) na qual inflamação ativa, destruição tecidual e reparação por fibrose ocorrem simultaneamente. A inflamação aguda, é caracterizada pelas alterações vasculares, edema e infiltrado predominantemente neutrofílica.
A inflamação aguda pode progredir para inflamação crônica. Essa transição ocorre quando a resposta aguda não pode ser resolvida ou devido à persistência do agente lesivo ou por causa da interferência com o processo normal de cura.
A inflamação crônica origina-se nos seguintes contextos: 
Infecções persistentes por microrganismos difíceis de erradicar.
Doenças inflamatórias imunomediadas (distúrbios de hipersensibilidade). As doenças que são causadas por ativação excessiva e inapropriada do sistema imune são reconhecidas como importantes problemas de saúde. Sob certas condições, as reações imunes desenvolvem-se contra os próprios tecidos do indivíduo, resultando nas doenças autoimunes.
Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos. Os exemplos incluem materiais exógenos não degradáveis, como a sílica.
Em contraste com a inflamação aguda, que é manifestada pelas mudanças vasculares, edema e infiltração predominantemente neutrofílica, a inflamação crônica é caracterizada por:
Infiltração com células mononucleares, que incluem macrófagos, linfócitos e células plasmáticas
Destruição tecidual, induzida pelo agente agressor persistente ou pelas células inflamatórias.
Tentativas de cura pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo, realizadas pela proliferação de pequenos vasos sanguíneos (angiogênese) e, em particular, fibrose.
Classificação da inflamação crônica:
Inflamação cronica inespecífica: É o tipo de inflamação cronica em que o exsudato inflamatório crônico e a proliferação de vasos dispõem de uma maneira irregular, de forma que não se tem indícios do agente etiológico, não podendo chegar a um diagnostico concreto. Por não formar um granuloma organizado, não haverá uma referência ou um modelo de destruição tecidual.
Inflamação cronica Granulomatosa:
A inflamação granulomatosa é um padrão distinto de inflamação crônica que é encontrado em um número limitado de condições infecciosas e algumas não infecciosas. Brevemente, um granuloma é um esforço celular para conter um agente agressor que é difícil de erradicar. Nessa tentativa, frequentemente existe uma forte ativação dos linfócitos T levando à ativação dos macrófagos, que pode causar injúria aos tecidos normais. A tuberculose é o protótipo das doenças granulomatosas.
Um granuloma é um foco de inflamação crônica consistindo em uma agregação microscópica de macrófagos que são transformados em células epitelioides, rodeadas por um colar de leucócitos mononucleares, principalmente linfócitos e ocasionalmente plasmócitos. Frequentemente, as células epitelioides se fundem para formar as células gigantes na periferia ou algumas vezes no centro dos granulomas.
Os granulomas de corpo estranho são incitados por corpos estranhos relativamente inertes. Tipicamente, os granulomas de corpos estranhos se formam em torno de materiais tais como talco (associado com abuso de droga intravenosa), suturas ou outras fibras que sejam grandes o suficiente para impedir a fagocitose por um único macrófago e não incitarem nenhuma resposta inflamatória ou imune.
Os granulomas imunes são causados por uma variedade de agentes capazes de induzir a resposta imune mediada por célula. Esse tipo de resposta imune produz os granulomas usualmente quando o agente agressor é fracamente degradável ou particulado. Em tais respostas, os macrófagos englobam os antígenos das proteínas estranhas, as processam e apresentam os peptídeos aos linfócitos T antígeno-específicos, causando sua ativação.
O protótipo do granuloma imune é aquele causado por infecção com Mycobacterium tuberculosis. Nessa doença, o granuloma é referido como tubérculo. Ele frequentemente é caracterizado pela presença de uma necrose caseosa central. Em contraste, a necrose caseosa é rara em outras doenças granulomatosas.
Discutir os marcadores laboratoriais da resposta inflamatória aguda e reconhecer as alterações laboratoriais de atividade inflamatória diante de uma “agressão” física, química e/ou biológica:
O organismo humano é capaz de responder às mais diversas ações, de diferentes naturezas, através da liberação de uma série de mediadores inflamatórios. Um dos principais marcadores inflamatórios é a Proteína C-Reativa (PCR). A PCR é um constituinte normal no organismo, tendo como concentração ideal, valores inferiores a 1 mg/dL. É produzida pelo fígado a partir do estímulo inicial da IL-6 e TNF- α. A PCR se caracteriza por participar da resposta imune inata, na ativação das plaquetas e na remoção de restos celulares. Possui boa estabilidade, sensibilidade, reprodutibilidade, precisão. Os métodos mais utilizados para sua dosagem são imunoturbidimetria e nefelometria. Diante de um processo inflamatório, apresenta rápida elevação de seus níveis, podendo chegar a mil vezes os valores basais.
Além da PCR, existe uma citocina denominada Interleucina-6 (IL-6), um marcador inflamatório utilizado para a avaliação de possíveis doenças futuras e para avaliar doenças já existentes. É capacitada para estimular a produção de PCR e regular a expressão de outras citocinas inflamatórias. A IL-6 é induzida juntamente com o NF-α e IL-1 e age estimulando as células T e B, induzindo proteínas de fase aguda nos hepatócitos.
O Fator de Necrose Tumoral-Alfa (TNF-α) é uma das principais citocinas relacionadas aos processos inflamatórios e imunes. O principal estímulo para a sua secreção é a presença de lipopolissacarídeos (LPS) bacterianos. O TNF- α é secretado por macrófagos, linfócitos e monócitos e tem como efeito, a promoção da resposta imune e inflamatória por meio do recrutamento de neutrófilos e monócitos para o local de infecção.
O Fibrinogênio é uma proteína abundante no plasma e, diante de reações inflamatórias, tem papel no reparo tecidual e na cicatrização, diante processos inflamatórios agudos, sua concentração aumenta em até 2 a 4 vezes. A velocidade de hemossedimentação (VHS) reflete o aumento da concentração plasmática de proteínas de fase aguda, principalmente a de fibrinogênio. Quanto maior for a presença de macromoléculas,maior será o valor de VHS. 
Mulheres tendem a apresentar menores valores de VHS, enquanto idosos e gestantes apresentam níveis.
A Proteína Sérica Amiloide A (SAA) apresenta características semelhantes ao do PCR, possui três isoformas, sendo duas delas são proteínas de fase aguda (SAA aguda) e a outra, constitutiva. É induzida, principalmente, pela IL-1, o TNF-α e a IL-6. É o marcador mais sensível da inflamação aguda e, o método mais utilizado para avaliar a proteína é a imunonefelometria. Em níveis normais, apresenta baixa concentração. Possui rápida resposta, meia-vida curta e, diante processos inflamatórios, pode se elevar em até mil vezes.
A α1-glicoproteína ácida (AGP) é sintetizada pelo fígado, granulócitos e monócitos. Entre as suas funções, é possível observar a inibição da resposta quimiotática e da produção de superóxidos por neutrófilos, a inibição da agregação de plaquetas e a indução da liberação de citocinas de monócitos. O método usado para avaliar a AGP é a imunonefelometria. Diante de um estímulo inflamatório, seus níveis séricos podem aumentar de 2 a 4 vezes, possuindo uma meia-vida de aproximadamente 24 horas.
Compreender os mecanismo de ação dos anti-inflamatórios e quais são eles
Anti-inflamatórios, como o próprio nome sugere, são classes de medicações responsáveis por inibir a atividade inflamatória das células do organismo, e são fármacos utilizados no mundo inteiro com ampla importância em qualquer desregulação sofrida pelo nosso corpo, não só inflamatória, mas também com propriedades analgésicas, antipiréticas e, em alguns casos, antialérgica. A partir daí podemos classificá-los em duas classes distintas, os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) e os esteróides, cada um como um mecanismo e efeito diferente, mas com finalidades semelhantes, que é combater a inflamação. Porém, para entendermos melhor o mecanismo de ação desses fármacos, precisamos conhecer o processo inflamatório e os componentes relacionados a ele.
Esse processo ocorre devido à resposta a uma lesão tecidual, seja física (queimaduras, radiações ou traumas), químicas (substâncias químicas) ou biológicas (microrganismos e reações imunológicas). É caracterizada por um complexo mecanismo de respostas imunológicas e de mediadores, produzido pelo sistema imune inato e adquirido, onde através de uma cascata de reações e eventos bioquímicos geram condições satisfatórias para atuação da imunidade do organismo. Como exemplo desses mediadores, podemos citar as prostaglandinas, citocinas, tromboxanos, leucotrienos e TNF-α (Fator de necrose tumoral).
Esses mediadores são responsáveis por estimular outras células do organismo a promover a inflamação por uma série de eventos como vasodilatação, quimiotaxia, além de serem hiperalgésicos. Dentre eles, um é particularmente especial, as prostaglandinas. Esses compostos estão envolvidos em uma série de processos fisiológicos e patológicos, como por exemplo, a vasodilatação, contração de músculos lisos, hipotensão, proteção da mucosa gástrica, inibição de secreção ácida no estômago, hiperalgesia, dentre outros. John Vane sugeriu que um importante mecanismo de ação anti-inflamatória seria o bloqueio da síntese de prostaglandinas, e este é basicamente a função dos AINEs. 
1 – Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs):
A síntese de prostaglandinas no organismo se dá pela metabolização do ácido araquidônico, que está presente nos fosfolipídios das membranas celulares. Enzimas fosfolipases liberam o ácido, que através da ação de três importantes enzimas, a ciclo-oxigenase 1 e 2 (COX-1 e COX-2), metaboliza-o em prostaglandinas, prostaciclina e tromboxanos, e lipoxigenases (LOX) o transforma em leucotrienos e lipoxinas, porém a importância maior nesse mecanismo é inibição das ciclo-oxigenases.
A COX-1 é uma enzima que participa de vários processos fisiológicos, agindo no organismo mesmo quando não está em um processo patológico, como por exemplo, na proteção gástrica por produção de muco estomacal, inibição da secreção gástrica, manutenção da função renal ou nas plaquetas, aumentando a coagulação. Já a COX-2 é uma enzima expressa principalmente na presença de citocinas como a IL2 e TNF-α na inflamação, por macrófagos, porém também tem uma importante função, através da PGI2, na redução da coagulação sanguínea. Isso é importante quando formos analisar os efeitos colaterais dos diferentes fármacos não esteroidais.
Conhecendo os agentes produtores de prostaglandinas (PGs), foram desenvolvidas drogas para inibir a ação das COXs, não produzindo as PGs a partir do ácido araquidônico, bem como os tromboxanos, diminuindo assim os processos inflamatórios. É importante ressaltar que eles não reduzem a inflamação já instaurada, mas sim, minimizam o aumento dela. Podemos observar a síntese de prostaglandina através da imagem abaixo. 
Figura 1. Metabolismo do ácido araquidônico
Fonte: Hilário et al, 2006.
Para que seja considerado um AINE, a droga deve ser capaz de produzir os seguintes efeitos a partir do seu mecanismo de ação, reduzir a dor, inflamação e a febre. Alguns anti-inflamatórios possuem a capacidade de minimizar alguns desses sintomas, porém não são considerados anti-inflamatórios propriamente ditos, possuindo apenas função analgésica, antipirética, como é o caso da dipirona ou paracetamol.
Os AINEs podem ser divididos em duas classes, os inibidores não seletivos de COX-2 e os seletivos de COX-2. Os não seletivos foram os primeiros sintetizados e tem a capacidade de inibir tanto a COX-1, quanto a COX-2, e mesmo possuindo sua função anti-inflamatória, seus efeitos adversos estão diretamente ligados a COX-1, causando assim reações indesejadas no estômago, rins e de coagulação, como no caso do diclofenaco e ácido acetilsalicílico, sendo contraindicado a paciente com gastroenterites, com insuficiência renal ou hemofílicos. Vale lembrar que o AAS foi um dos AINEs primeiramente sintetizados, servindo de base para vários anti-inflamatórios a partir do salicilato.
Surgiu então uma necessidade de produzir AINEs que pudessem desviar esses efeitos colaterais, focando apenas na função anti-inflamatória. Foi aí que foram sintetizados os seletivos para COX-2, ou coxibes, dentre alguns podemos citar o celecoxib e o rofecoxib. Sua seletividade minimiza muito os efeitos gastrintestinais, sendo observados pouca ou nenhuma ação sobre o aparelho gastrointestinal. Entretanto, por inibirem somente a COX-2, permitem que a função coagulante da COX-1 seja aumentada, ocorrendo assim uma maior possibilidade de infarto agudo do miocárdio, trombos cardíacos, ataques isquêmicos ou trombo pulmonares, fazendo com que o sonho de anti-inflamatórios perfeitos ainda esteja distante. Muitos desses medicamentos já foram retirados do mercado, enquanto alguns ainda permanecem, devendo ser utilizados com cautela em paciente com essas pré-disposição.
Alguns exemplos muito utilizados dessa classe são a nimesulida, meloxicam e etodolaco, porém mesmo possuindo maior seletividade pela COX-2, ainda possuem alguma afinidade por COX-1, sendo os de primeira geração desses anti-inflamatórios seletivos.
2- Anti-inflamatórios esteroides
Os esteróides são substâncias produzidas pelo próprio organismo com várias funções fisiológicas. São hormônios sintetizados pelas adrenais e metabolizados no fígado, a partir de estímulos hipofisários e tem como precursor o colesterol para sua formação. Como exemplo clássico de corticóides, temos o cortisol, que quando liberado na circulação possui potente função anti-inflamatória e imunossupressora.
Como moléculas sintetizadas para uso farmacêutico, temos como exemplos de glicocorticosteroides, a hidrocortisona, a prednisona e a metilprednisolona, sendo ambas pró-fármacos transformadas pelo fígado em prednisolona, que é a forma ativa da droga e pode ser administrada de forma oral ou intravenosa. Todas são medicações sistêmicas não seletivas com alto poder anti-inflamatório e imunossupressor através de alguns mecanismos de ação diferentesdos AINEs, mas com finalidades parecidas.
Dentre alguns mecanismos de ação, temos a inibição da produção de PGs através da inibição da enzima fosfolipase A2, na cascata de metabolização do ácido araquidônico, não permitindo que ele seja formado, inibindo todo o processo de produção de prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos, reduzindo assim a inflamação.
Além desse, por serem hormonais, eles se ligam a receptores de corticóides celulares e atuam no núcleo das células inibindo a transcrição e tradução de mediadores inflamatórios como as interleucinas IL-1, IL-2, interferon gama, que atuam no recrutamento de leucócitos para o tecido inflamado. Outro mecanismo importante é a imunossupressão de linfócitos T, impedindo tanto a sua resposta a antígenos quanto sua reprodução, além de reduzirem a proliferação de leucócitos, através da inativação de moléculas de adesão nas células endoteliais, inibindo a diapedese e permeabilidade capilar, o que diminui a participação de neutrófilos no processo. Por essas propriedades imunossupressoras, são muito utilizados como drogas de primeira escolha contra rejeição em transplantes.
Entretanto, por serem drogas sistêmicas, produzem uma série de efeitos colaterais. Os mais importantes, são a hipertensão arterial, hiperglicemia e hiperlipidemia, síndrome de Cushing, muito associada a altas doses de corticóides e leucocitose por imunossupressão, o que pode provocar aumento da sucessão de infecções. Para tentar minimizar esses efeitos, deve-se atentar para o uso cauteloso dessa medicação, com doses menores, principalmente em doenças inflamatórias crônicas.
Identificar o grau das lesões por queimaduras
 É muito importante determinar o grau da queimadura no paciente, pois assim é possível identificar a profundidade da lesão na pele e determinar o tratamento adequado;
 Atualmente, a literatura traz 4 tipos de graus de queimadura, a saber: 
Lesão de 1° grau: Somente a camada mais superficial da pele (epiderme) é atingida. Por exemplo, queimaduras pela exposição solar; 
Lesão de 2° grau: Atinge tanto a epiderme quando a derme, e pode ser dividida em queimadura de 2° grau superficial e de 2° grau profundo. Por exemplo, ferimento causado por líquidos superaquecidos;
Lesão de 3° grau: Essa queimadura é uma das mais graves de todas, pois todos os tecidos são atingidos. Além da epiderme e derme, os tecidos celulares subcutâneos e tecidos ósseos também podem ser afetados. Pode ser causada, por exemplo, por meio de queimaduras de origem química, elétrica ou térmica;
Lesão de 4° grau: Há ainda esta última categoria denominada lesão de 4° grau. Acontece quando há processo de carbonização ou quando as camadas mais profundas do corpo são atingidas, tais como: ossos, cavidades, músculos e articulações.
DÚVIDAS:
Um linfonodo é cercado por uma cápsula fibrosa, sob a qual existe um sistema sinusal cercado por células reticulares, com pontes cruzadas por fibrilas de colágeno e outras proteínas da matriz extracelular e preenchido com linfa, macrófagos, células dendríticas e outros tipos celulares.
A imunização ativa ocorre quando o próprio sistema imune do indivíduo, ao entrar em contato com uma substância estranha ao organismo, responde produzindo anticorpos e células imunes (linfócitos T). Esse tipo de imunidade geralmente dura por vários anos, às vezes, por toda uma vida. Os dois meios de se adquirir imunidade ativa são contraindo uma doença infecciosa e a vacinação.
A imunização passiva é obtida pela transferência ao indivíduo de anticorpos produzidos por um animal ou outro ser humano. Esse tipo de imunidade produz uma rápida e eficiente proteção, que, contudo, é temporária, durando em média poucas semanas ou meses. A imunidade passiva natural é o tipo mais comum de imunidade passiva, sendo caracterizada pela passagem de anticorpos da mãe para o feto por meio da placenta e também pelo leite.

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