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Desigualdade no Ensino Superior Brasileiro

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Relações	Étnico-Raciais	no	Brasil																																													Prof.	Passos	
	
Santos	
																																																																								AULA	8																																								Download:	[https://professorpassos.blogspot.com/]		
	
Atividade	dirigida	I	–	Responder:	
	
noticias.terra.com.br	
1. Qual	a	porcentagem	de	brancos	no	ensino	superior	em	2001	e	2011.	
2. Qual	a	porcentagem	de	negros	no	ensino	superior	em	2001	e	2011.	
3. Qual	 a	 diferença	 percentual	 entre	 os	 brancos	 entre	 2001	 e	 2011	 no	
ensino	superior?		
4. Qual	 a	 diferença	 percentual	 entre	 os	 negros	 entre	 2001	 e	 2011	 no	
ensino	superior?			
De	acordo	com	o	 IBGE,	o	percentual	de	negros	no	ensino	superior	passou	de	
10,2%	em	2001	para	35,8%	em	2011.	No	entanto,	esse	aumento	na	frequência	
entre	 jovens	 pardos	 ou	 pretos	 não	 foi	 suficiente	 para	 alcançar	 a	 mesma	
proporção	 apresentada	 pelos	 jovens	 brancos	 dez	 anos	 antes	 -	 que	 era	 de	
39,6%.	 Hoje,	 o	 número	 de	 brancos	 entre	 18	 e	 24	 anos	 que	 estão	 na	
universidade	atinge	65,7%	do	total.	
A	partir	dos	dados,	responda:	a	política	de	cotas	foi	significativa	e	
suficiente	para	equiparar	negros	e	brancos?		
	
	
Texto	2:	O	racismo	científico	e	as	ideias	eugenistas	no	Brasil.	DIWAN,	P.	Raça	Pura.	SP:	Contexto,	2011,	p.9-13	e	p.	87-121.	
	
Atividade	dirigida	(Treino	para	questão	dissertativa)	
	
http://www.miniweb.com.br/literatura/artigos/jeca_ta
tu_historia1.html	
	
Não	é	preguiça	“seu”	Lobato,	sinto	uma	canseira	sem	fim,	e	dor	de	
cabeça,	e	uma	pontada	aqui	no	peito	que	responde	na	cacunda.	
Isso	mesmo.	Você	sofre	de	anquilostomiase.		
Anqui...	o	quê?		
Sofre	de	amarelão,	entende?	Uma	doença	que	muitos	confundem	
com	a	maleita.	
	
	
Jeca	 Tatu	 era	 um	 pobre	 caboclo	 que	 morava	 no	 mato,	
numa	 casinha	 de	 sapé.	 Vivia	 na	 maior	 pobreza,	 em	
companhia	 da	 mulher,	 muito	 magra	 e	 feia	 e	 de	 vários	
filhinhos	pálidos	e	tristes.	
	
Responda	 às	 perguntas,	 com	
um	 texto	 dissertativo	 de,	 no	
mínimo,	5	linhas:	
a) O	que	 você	entendeu	
da	propaganda?		
b) Como	 você	
classificaria	a	visão	de	
Monteiro	 Lobato	
sobre	o	caboclo?		
	
	
	
circo-portugal.blogspot.com	
a) Analise	a	imagem.	
1. Investigar	a	história	da	eugenia	traz	desconforto.	
2. Com	status	de	disciplina	científica,	objetivou	implantar	um	método	
de	seleção	humana	baseada	em	premissas	biológicas.		
3. E	 isso	através	de	uma	ciência,	que	sempre	se	pretendeu	neutra	e	
analítica.	 Talvez	 por	 esse	motivo	 a	 eugenia	 tenha	 se	 tornado	 um	
dos	últimos	tabus	do	século	XX.	
	
	
	
	
http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-
estadao/2010/08/21/boa-aparencia/		
b) O	que	se	escondia	por	trás	do	anúncio?	
4. A	 tentativa	 de	 se	 obter	 uma	 boa	 aparência	 ou	 o	 “corpo	 perfeito”	 vincula-se,	
dessa	forma,	não	somente	à	autoestima:	o	sucesso	pessoal	e	a	perspectiva	de	
um	novo	emprego	estão	ligados	à	boa	aparência.	
		
purareflexao.blogspot.com	
c) O	que	a	charge	ironiza?	
5. Pesquisa	 da	 Universidade	 de	 Bath,	 na	 Inglaterra,	 constatou	 que	 “réus	 feios	 têm	 mais	
chance	de	ser	condenados”,	o	que	demonstra	que	a	 justiça	não	é	cega,	uma	vez	que	os	
jurados	que	foram	submetidos	à	pesquisa	mostraram	aversão	aos	réus	de	“má	aparência”,	
independentemente	de	sua	raça.	
	
	
5. Ameaça	mestiça	nos	trópicos:	No	ano	de	1929,	Renato	Kehl,	no	livro	Lições	de	eugenia,	decretou:	“A	nacionalidade	
brasileira	só	embranquecerá	à	custa	de		muito	sabão	de	coco	ariano”!	Dessa	premissa	dependia	a	melhoria	da	raça	
brasileira.	
6. Essa	 imagem	 de	 limpeza	 remete	 também	 ao	modo	 como	 deveriam	 agir	 os	 eugenistas:	 esfregando,	 torcendo	 e	
branqueando	os	corpos	do	povo	brasileiro	como	se	fossem	roupas	sujas.	
	
7. Se	Kehl	pontuou	a	eugenia	no	Brasil,	muito	antes	dele,	o	 racismo	e	a	 teoria	degeneracionista	 já	 faziam	sucesso	
entre	intelectuais	e	médicos	brasileiros,	trazidas	ao	país	pelos	filhos	da	elite	republicana	que	estudavam	na	Europa	
e	pelas	expedições	científicas	que	vieram	ao	Brasil.	
8. Tais	 teorias	 justificavam	a	 impossibilidade	de	progresso	do	Brasil,	dos	países	tropicais	e	da	África,	dada	tamanha	
promiscuidade	racial	de	seus	povos.	
																																														Relações	Étnico-Raciais	no	Brasil																																													Prof.	Passos	
	
Santos	
	
http://www.madrimasd.org/blogs/salu
d_publica/2009/01/14/111133	
9. As	 expedições	 científicas,	 incentivadas	 inicialmente	 por	 D.	 João	 VI	 a	 partir	 de	 1822,	
tinham	 o	 intuito	 de	 inserir	 o	 Brasil	 no	 cenário	 científico	 internacional,	 devido	 à	
diversidade	natural	e	abundância	de	dados	para	o	estudo	da	zoologia	e	da	botânica.		
10. Foi	durante	o	II	Reinado	com	D.	Pedro	II,	o	“rei	mecenas”,	que	o	país	se	tornou	o	lugar	
dos	homens	de	ciência.	O	 Imperador	 travava	correspondência	com	muitos	 intelectuais	
europeus,	tendo	contribuído	para	o	desenvolvimento	das	artes	e	das	ciências.		
	
	
11. Gustave	 Le	 Bon,	 Arthur	 de	 Gobineau	 e	 Louis	 Agassiz	 foram	 alguns	 dos	 viajantes	 que	 descreveram	 a	 situação	
promíscua	em	que	viviam	negros	e	mestiços,	que	se	ocupavam	da	vadiagem.	
	
	
http://www.madrimasd.org/blogs/salud
_publica/2009/01/14/111133	
c) Explique	a	ironia	da	charge.	
12. Nessas	 análises,	 a	 mestiçagem,	 o	 progresso	 estava	 restrito	 às	 sociedades	 “puras”.	 A	
miscigenação	 seria	 um	 fator	 antievolutivo,	 subvertendo	 as	 ideias	 do	 biólogo	 Charles	 Darwin.	
Para	eles,	a	hibridização	resultava	sempre	da	permanência	do	gene	mais	fraco,	menos	apto	e	na	
potencialização	dos	defeitos	e	imperfeições,	gerações	após	gerações.		
13. Gustave	 Le	 Bon,	 sociólogo	 e	 psicólogo	 francês,	 defendia	 as	 teorias	 da	 superioridade	 racial	 e	
correlacionava	 as	 raças	 humanas	 com	 as	 espécies	 animais,	 baseando-se	 em	 critérios	
anatômicos	como	a	cor	da	pele	e	o	formato	do	crânio.		
14. O	 conde	 Gobineau	 considerava	 que	 o	 indivíduo	 não	 possuía	 livre-arbítrio	 e	 estava	
submetido	 às	 vontades	 e	 às	 políticas	 coletivas.	 Essa	 regra	 aplicada	 significava	 a	
hierarquização	 das	 raças	 e	 a	 segregação	 racial	 para	 impedir	 a	 hibridização	 entre	 tipos	
humanos	diferentes,	a	fim	de	evitar	a	degeneração.	
	
15. Esteve	no	Brasil	 em	1876,	 como	 representante	diplomático	da	 França,	 e	 travou	um	 relacionamento	bastante	estreito	
com	D.	Pedro	II,	mesmo	depois	de	ter	voltado	para	a	Europa.	Seu	livro	Ensaio	sobre	a	desigualdade	das	raças	defende	
fervorosamente	a	superioridade	da	raça	branca.		
16. Os	 eugenistas	 tinham	 propostas	 para	 curar	 o	 Brasil:	 branqueamento	 pelo	 cruzamento,	 controle	 da	 imigração,	 a	
regulação	dos	casamentos,	o	segregacionismo	e	a	esterilização.	
17. Kehl	no	seu	livro	A	cura	da	fealdade,	define	eugenia:	“A	definição	é	curta,	os	seus	fins	é	que	são	imensos;	é	a	ciência	do	
aperfeiçoamento	moral	e	físico	da	espécie	humana”.	
18. Em	1918,	Kehl	 fundou	a	Sociedade	Eugênica	de	São	Paulo.	A	 imprensa	noticiou,	elogiou	e	 registrou	a	 formação	dessa	
área	de	saber.	Jornal	do	Commercio,	O	Estado	de	São	Paulo,	Correio	Paulistano	publicavam	artigos.	Em	1918,	foi	criada	a	
Liga	Pró-Saneamento	do	Brasil	(LPSB),	contando	com	os	nomes	de	Carlos	Chagas,	Monteiro	Lobato,	Vital	Brasil	e	Afrânio	
Peixoto	entre	outros.	
	
www.infoescola.com	
d) Analise	a	figura	do	Jeca	Tatu.	
19. Monteiro	 Lobato,	 na	 Revista	 do	 Brasil,	 divulgou	 as	 atividades	 da	 LPSB.	 Esse	 envolvimento	
marcaria	 sua	produção	 literária.	O	conto	“Urupês”,	publicado	no	 jornal	O	Estado	de	São	Paulo	
em	 1914,	 traz	 como	 personagem	principal	 Jeca	 Tatu.	 Seu	 primeiro	 livro	 foi	 uma	 coletânea	 de	
artigos	publicados	nesse	jornal	e	trazia	críticas	e	análises	para	o	saneamento	do	país:	Problema	
vital,	1918,	teve	patrocínio	da	SESP	e	LPSBe	prefácio	de	Renato	Kehl.	
20. De	uma	interpretação	puramente	racial	dos	problemas	sociais,	médicos	e	intelectuais	migraram,	
com	o	passar	dos	anos	e	com	o	sucesso	da	medicalização,	para	uma	interpretação	sanitária.	De	
inferior	e	inapto,	o	Jeca	passou	a	vítima,	a	paciente	esquecido	por	um	governo	omisso	e		
irresponsável.	No	entanto	essa	 interpretação	é	mais	 sofisticada	e	 sutil	do	que	parece.	 Lobato	pertenceu	ao	grupo	que	
posteriormente	inocentou	o	Jeca	Tatu,	mas	apesar	dessa	migração	de	pensamento,	sanitaristas	e	eugenistas	acreditavam	
que	os	caracteres	indesejados,	por	exemplo,	ligados	a	doenças	ocasionadas	pela	falta	de	higiene,	podiam	ser	transmitidos	
geração	após	geração,	tal	como	pensado	por	August	Weismann.		
	
21. A	 reorientação	 do	 Jeca	 –	 de	 culpado	 a	 vítima	 –	 foi	 consolidada	 quando	 Lobato	 uniu-se	 ao	 amigo	 farmacêutico	
Cândido	Fontoura,	em	1924,	e	Jeca	Tatu	transformou-se	em	garoto-propaganda	do	Biotônico	Fontoura.	
	
	 	
23. O	 único	 romance	 de	 Lobato,	 O	
choque	das	raças	ou	o	presidente	
negro,	 foi	 publicado	 em	 1926.	
Criou	 uma	 trama	 futurista,	 no	
ano	de	2228,	os	EUA	se	deparam	
com	o	problema	racial	mais	forte:	
a	 eleição	 do	 primeiro	 presidente	
negro:	Jim	Roy.		
																																														Relações	Étnico-Raciais	no	Brasil																																													Prof.	Passos	
	
Santos	
24. No	ano	de	2228	os	“três	pesos	mortos”	responsáveis	pelos	males	do	mundo	que	sobrecarregavam	a	sociedade	
haviam	 sido	 eliminados:	 o	 vadio,	 o	 doente	 e	 o	 pobre.	 Em	 vez	 de	 combatê-los	 com	 o	 castigo,	 o	 remédio	 e	 a	
esmola,	adotaram-se	três	medidas	respectivamente:	a	eugenia,	a	higiene	e	a	eficiência.	Para	impedir	a	posse	de	
Jim,	 o	orgulho	da	 raça	branca,	 extinguiu	 a	 raça	negra,	 em	 segredo,	 esterilizada	 através	de	 cosméticos,	 criados	
pelos	brancos,	que	alisavam	os	cabelos	crespos	dos	negros.	
	
	
pmizraji.wordpress.com	
h) Descreva	a	imagem.	
i) Quais	preconceitos	a	figura	demonstra?	
j) Monteiro	Lobato	aceitaria	esta	homenagem?	
25. A	correspondência	entre	Lobato	e	Kehl	durou	mais	de	três	décadas	de	1918	a	
1946.	Em	uma	das	cartas	Lobato	afirma	que	a	literatura,	ficção	ou	ciência,	“é	
um	 processo	 indireto	 de	 fazer	 eugenia,	 e	 os	 processos	 indiretos	 no	 Brasil,	
«work»	muito	mais	eficientemente”.		
	
26. Em	1929,	realiza-se	o	Primeiro	Congresso	Brasileiro	de	Eugenia.	O	objetivo	principal	era	definir	quais	seriam	as	
propostas	para	políticas	públicas	para	o	governo.	Um	dos	poucos	pontos	consensuais	era	 relativo	à	política	de	
imigração	restritiva,	principalmente	asiática,	baseada	em	exames	prévios	de	saúde.		
	
	
27. À	frente	dos	debates	mais	 intensos	estava	Roquette-Pinto,	médico,	pioneiro	na	radiofonia	no	país.	
Contrário	 à	 segregação	 e	 favorável	 à	 miscigenação.	 Era	 discípulo	 do	 antropólogo	 Franz	 Boas	 e	
acreditava	que	ela	era	normal	e	saudável.	Era	adepto	da	eugenia	positiva,	profilática	e	não	radical,	a	
solução	pra	o	problema	nacional	era	a	higiene	e	não	a	raça.	
	
28. Em	1929,	a	imigração	asiática	aumentava	e	diminuía	a	europeia,	o	que	preocupava	os	eugenistas.	O	incentivo	à	
imigração	europeia	significou	o	investimento	no	projeto	de	branqueamento	racial	do	povo	brasileiro.	Mais	de	1,5	
milhões	de	imigrantes	brancos	entraram	no	país	entre	1890	e	1920.	Não	carregavam	o	estigma	preconceituoso	
de	que	eram	preguiçosos,	sujos	e	indisciplinados	tal	como	os	negros	e	os	mulatos.	
29. A	 lei	 de	Restrição	à	 Imigração	afetou	a	 entrada	no	Brasil	 de	 asiáticos	e	 judeus,	 denominados	pelos	 eugenistas	
como	não	assimiláveis	socialmente.	Postura	que	estava	de	mãos	dadas	com	a	ideologia	nazifascista	e	as	políticas	
imigratórias	norte-americanas.	Legalizada	em	1934	foi	retirada	da	Constituição	após	o	golpe	de	1937.	
30. A	 política	 de	 Getúlio	 Vargas	 na	 década	 de	 30	 foi	 direcionada	 em	 defesa	 do	 nacionalismo	 de	 inspiração	
nazifascista.	O	partido	de	Plínio	Salgado,	Ação	Integralista	Brasileira,	fundado	em	1932,	pregava	a	radicalização	de	
políticas	nacionalistas	e	xenófobas,	aproximando-se	dos	ideais	eugenistas.		
	
	www.brasilcultura.com.br 
Do	Jeca	ao	Zé	Carioca	
k) Na	análise	das	duas	figuras,	mostre	os	índices	de	tristeza	de	alegria.		
31. Aos	 poucos	 o	 Brasil	 afastou-se	 da	 Alemanha	 e	 aproximou-se	 dos	 EUA,	
assinando	acordos	de	interesse	nacional.		
32. Walt	 Disney	 cria	 o	 Zé	 Carioca	 em	 1942	 e	mostra	 ao	mundo	 a	 imagem	do	
brasileiro	 malandro	 e	 cordial.	 Um	 papagaio	 colorido,	 mestiço,	 sedutor	 e	
com	ginga,	embalado	pelo	samba	e	pela	cachaça.		
	
www.guiadosquadrinhos.
com 
	
33. O	Brasil	entra	na	Segunda	Guerra	Mundial:	permitia	o	estacionamento	da	base	aliada	no	Rio	Grande	do	Norte,	
Natal,	 e	 recebia	 como	 contrapartida	 o	 financiamento	 para	 a	 criação	 da	 Companhia	 Siderúrgica	 Nacional	 e	
modernização	das	forças	armadas. 
34. O	 eugenismo	 entrou	 em	 esquecimento,	 tornando-se	 sinônimo	 de	 intolerância	 e	 violência.	 Seus	 adeptos	
desapareceram	da	cena	política	ou	reorientaram	suas	histórias	omitindo	a	participação	no	movimento.		
35. O	estigma	reacionário	e	racista	ficou	com	Renato	Kehl.	
	
Texto	2:	A	construção	da	identidade	e	da	não-identidade	negra	no	Brasil.	 	SANTOS,	H.	A	busca	de	um	caminho	para	o	Brasil:		
4º,	5º	e	6º	passos;	Uma	visão	integrada	da	trilha,	p.	148-177).	
	
1. A	 introjeção	 do	 racismo	 e	 do	 preconceito	 (4º	 passo):	 A	 centopeia	 de	 duas	
cabeças	imagina-se	que	possa	mover-se	em	sentidos	opostos.	Em	um	sentido,	a	
sociedade,	 fortalecida	 pelos	 meios	 de	 comunicação,	 destila	 seu	 racismo	 e	
constrói	os	seus	preconceitos	contra	os	negros	e	seus	valores.	
2. Os	 valores	 do	 negro	 são	 a	 sua	 cultura.	 Em	 um	 sentido	 contrário,	 temos	 o	
próprio	negro-descendente	vindo	e	assumindo	 (em	sua	cabeça),	 como	se	 fosse	
verdade,	aquelas	idéias	armadas	contra	si.	
a) Como	o	autor	da	charge	mostra	a	introjeção	do	preconceito	pelo	negro?		 	www.visaopanoramica.com	
																																														Relações	Étnico-Raciais	no	Brasil																																													Prof.	Passos	
	
Santos	
	
3. A	não	 identidade	étnica	e	 racial	do	negro	brasileiro	 (5º	passo):	Por	 que	 é	 necessário	 aos	 negros	 afirmar	 sua	
identidade.	É	ou	não	importante	as	pessoas	se	reconhecerem	como	negro-descendentes	e	valorizarem	esse	fato?	
Os	mais	céticos	poderiam	ainda	argumentar:	"Para	que	serve	isso?".	"O	que	eu	faço	com	isso?".	
	
	
psycologika.blogspot.com	
b) Relacione	a	figura	com	a	questão	da	identidade.	
4. A	não	identidade	racial	é	o	resultado	da	"visão	da	sociedade"	que	não	tem	o	negro	e	
seus	valores	em	boa	conta	e	o	discrimina.	O	instrumento	usado	para	consolidar	essa	
visão	são	os	meios	de	comunicação.	Ao	desvalorizar	a	si	mesmo	(autoestima	negativa),	
surge	 um	 vazio,	 preenchido	 pela	 internalização	 daqueles	 falsos	 conceitos	 (ideias)	
armados	pelo	"racismo	cordial”.	
5. Não	 há	 tantos	 negro-descendentes	 assumidos,	 mas	 já	 há	 um	 significativo	 contingente.	
Quem	 são?	 Precisamente	 os	 que	 têm	 consciência	 étnico-racial.	 Sentimento	 difícil	 de	
emergir	sem	que	se	tenha	um	reconhecimento	da	própria	identidade.	
	
6. A	 identidade	 de	 um	 negro	 brasileiro:	 A	 identidade	 da	 pessoa	 se	 constrói	 ao	 longo	 do	 tempo	 e	 se	 transforma	
continuamente	pela	vida	afora.	Na	minha	relação	com	o	mundo	teço	minhas	referências,	as	quais	vão	permitir	
que	me	reconheça	como	pessoa.	
7. Mediante	a	autoimagem,	incluídos	os	aspectos	da	identidade,	os	brasileiros	com	ascendência	negra	reconhecem	
a	 si	 próprios	 como	 tais.	 A	 identidade,	 após	 assumida,	 passa	 a	 ser	 um	 artefato	 (uma	 peça)	 na	 construção	 do	
indivíduo.	Quem	não	desenvolve	essa	"peça"	é	um	ser	incompleto.	É	possível	imaginar	um	automóvel	sem	pneus?	
8. Sem	esse	componente,	a	pessoa	encontradificuldades	para	desenvolver	outras	“peças”	importantes	para	a	sua	
vida:	 autoconfiança,	 orgulho	 de	 si	 mesmo,	 brio,	 segurança	 quanto	 à	 imagem,	 facilidade	 de	 expressão	 e	
sucesso	pessoal	sólido.		
9. As	pessoas	com	receio	de	ofender	os	negros	usam	expressões	inadequadas	quando	se	referem	a	eles.	Muitos	têm	
como	 mais	 educado	 chamar	 um	 negro	 ou	 um	 negro-mestiço	 de	 "moreno".	 Uma	 mulher	 negra	 bonita	 será	
chamada,	quase	sempre,	de	mulata.		
10. Há	uma	singularidade	sobre	a	qual	não	existe	dúvida:	a	de	que	somos	negros.	O	mais	adequado	seria	se	referir	às	
pessoas	sem	fazer	uso	de	sua	identificação	étnico-racial.	São	pessoas,	apenas.	E	pronto.		
11. Mulata(o);	 uma	 instituição	 nacional:	 Acreditou-se	 que	 os	 mulatos	 tinham	 "passe	 livre"	 na	 sociedade	 para	
progredirem.	Ele	 "passeia",	 tem	bom	trânsito,	em	algumas	 rodas	 sociais.	É	a	síndrome	da	meia-verdade.	 Essa	
movimentação	ocorre	mais	no	sentido	fisico,	mas	não	há	integração	e	efetiva	mobilidade	social	(crescimento).	
12. Pesquisas	demonstram:	na	renda	e	na	educação	(capacitação)	negros	e	mulatos	estão,	praticamente,	juntos.	
13. Duda,	13	anos,	vive	na	favela	da	Beira	Rio	e	parou	de	estudar	na	4ª	série:	"[...]	eu	queria	mesmo	era	ser	um	pouco	
mais	claro".	“Eu	podia	ter	puxado	meu	pai,	que	é	moreno”.	Apesar	de	sonhar	com	a	morenidade,	afirma:	"[...]	
não	é	que	eu	não	gosto	de	 ser	negro".	 Sua	professora	 se	 referia	 a	ele	 como	"seu	neguinho".	 Sua	própria	 avó,	
"negritinho"	e	seus	colegas	como	"cascão"	e	"gambá".	Ninguém	se	referia	a	sua	cor	de	forma	carinhosa.	
14. Quando	se	trata	de	meninas	e	meninos	da	classe	média	negra	e	negro-mestiça,	em	que	quase	todos	os	colegas	
são	brancos,	há	um	torpor	sobre	esse	tema.	
	
	
http://znloja.blogspot.com.br/2011/08/marvel-
comics-revelou-ontem-o-novo.html		
15. Deixar	 de	 abordar	 aspectos	 da	 identidade	 mestiça	 de	 maneira	 adequada,	 no	
momento	certo,	pode	gerar	no	futuro	um	adulto	esquizofrênico	ou	amargurado.	
Enquanto	criança,	a	pessoa	é	mais	suscetível	às	referências	de	valorização.	
16. Complicações	 ocorrem	 com	 mestiços	 quanto	 aos	 membros	 da	 família:	 avós,	
tios	e	primos.	Corre-se,	sempre,	o	risco	de	ter	um	lado	branco	e	outro	negro	
ou	 mestiço.	 O	 Brasil	 "inventou"	 um	 modo	 próprio	 de	 enfrentar	 sua	 densa	
mestiçagem	–	um	silêncio	ensurdecedor:	"deleta	esse	papo".	
	
17. Reportagem	sobre	mestiçagem:	casal,	marido	europeu,	loiro	(austríaco)	e	a	mulher,	brasileira	(nissei).	O	filho	do	
casal,	 um	menino	 de	 2	 anos,	 saiu	 bem	 loirinho.	 As	 pessoas,	 ao	 verem	a	 criança,	 exclamam:	 "[...]	 como	ele	 é	
lindo!	 Sorte	 que	 nasceu	 com	o	 cabelo	 loiro".	 Seu	 pai	 estranha	 essa	 reação:	 "[...]	 é	 impressionante	 como	os	
brasileiros	valorizam	muito	os	padrões	de	beleza	europeu	e	norte-americano".	
18. Os	 empresários	 de	 bandas	 femininas,	 do	 axé	music,	 sabedores	 da	 paixão	 nacional,	 faturam	 alto	 com	 essa	
subserviência	estética.	Contratam	moças	claras	(não	necessariamente	brancas)	e	formam	bandas,	em	que	duas	
coisas	são	fundamentais:	um	corpo	malhado	e	o	cabelo	loiro	(vale	tingir).	
19. Trata-se	de	uma	mistura	explosiva	para	o	 imaginário	masculino	negro-mestiço	 nacional:	 a	 dança	 e	 a	música	
são	negras,	o	corpo	bem	nutrido	das	moças	também	lembra	mulheres	negras.	Contudo,	o	cabelo	é	loiro.	
	
																																														Relações	Étnico-Raciais	no	Brasil																																													Prof.	Passos	
	
Santos	
http://www.jornalmentecorpo.com.
br/noticia.php?id_not=20		
20. Adoção	de	crianças:	é	grande	a	procura	por	crianças	brancas	 (de	preferência	 loiras).	
Praticamente,	não	há	crianças	disponíveis	com	esse	perfil	para	a	adoção.		
21. Um	 casal	 branco	 de	 classe	 média	 adotou	 três	 meninos	 mulatos.	 Para	 ele,	 "[...]	
racismo	é	uma	realidade	no	Brasil,	 existe	em	 todas	as	 classes".	Não	dá	para	 ter	 três	
filhos	com	ascendência	negra	no	Brasil	sem	conhecer	de	perto	a	discriminação	racial.	Ao	
adotar	um	filho	negro	ou	mulato	não	há	como	não	sentir	na	própria	pele	(branca)	toda	
a	singularidade	da	discriminação	racial	"à	brasileira".	
	
22. A	não	identidade	negra	assola	pessoas	das	mais	variadas	patentes.	O	general-de-brigada	Jorge	Alves,	ao	ser	nomeado	
afirmou:	 "A	 cor	 do	 Exército	 é	 verde-oliva”.	 “Não	 me	 preocupo	 com	 essa	 questão	 de	 distinção	 racial,	 pois	 o	 meu	
parâmetro	é	trabalho	e	estudo".	Collin	Powel	não	pensaria	em	dizer	isso.	
23. A	afirmação	do	general	 Jorge	Alves	pode	sugerir	a	alguns	 incautos	que,	ao	trabalhar	e	estudar,	os	negros,	como	ele,	
podem	prosperar	na	vida.	Em	primeiro	lugar,	trabalho	é	o	primeiro	e	grande	parâmetro	de	todos	os	negros	que	vieram	
ou	que	nasceram	aqui.	Só	se	trabalhou,	pouco	se	viveu.

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