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Ensaios de máquinas elétricas Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET Curso Técnico em Eletroeletrônica - Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP, 2005 Trabalho organizado e atualizado a partir de conteúdos extraídos da Intranet por Meios Educacionais da Gerência de Educação e CFPs 1.01, 1.13, 1.18, 2.01, 3.02, 6.02 e 6.03 da Diretoria Técnica do SENAI- SP. Equipe responsável Coordenação Airton Almeida de Moraes Seleção de conteúdos Rogério Aparecido Silva Elaboração de ensaios Rogério Aparecido Silva Capa José Joaquim Pecegueiro Revisão técnica Roberto Milagre SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de São Paulo Av. Paulista, 1313 - Cerqueira César São Paulo - SP CEP 01311-923 Telefone Telefax SENAI on-line (0XX11) 3146-7000 (0XX11) 3146-7230 0800-55-1000 E-mail Home page senai@sp.senai.br http://www.sp.senai.br Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET Sumário Unidade I: Teoria Deslocamento de polaridade 5 Perdas no cobre e no ferro 15 Rendimento e impedância percentual 17 Cálculo de pequenos transformadores 21 Auto-transformador 31 Conjugado de um motor 35 Freio de Prony 39 Cálculos 51 Máquina síncrona 59 Defeitos internos nos motores de corrente contínua 75 Teste de máquina de corrente contínua 79 Unidade II: Ensaios Verificar a relação de transformação 81 Determinar perdas no ferro 83 Determinar perdas no cobre 85 Verificar a resistência de isolação de transformador 87 Calcular parâmetros do transformador monofásico 89 Efetuar ligações em transformador trifásico 93 Determinar o deslocamento de polaridade 95 Elaborar gráfico vetorial 97 Verificar o funcionamento de um TC 101 Testar isolação de máquina de corrente alternada 103 Determinar perdas no ferro de motor de corrente alternada 105 Determinar perdas no cobre de motor de corrente alternada 107 Determinar o conjugado e escorregamento de motor de indução 109 Determinar o fator de potência do motor elétrico 111 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET Determinar o rendimento de motor de indução 113 Traçar a curva característica de gerador CC 115 Traçar a curva característica de máquina síncrona 117 Determinar o ponto neutro em máquina CC 119 Referências bibliográficas 121 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 5 Deslocamento de polaridade Os bons transformadores monofásicos estão colocados, geralmente, sobre a tampa, ficando os de tensão mais alta, de um lado e os de tensão mais baixa, do outro lado. Os bornes de tensão mais alta são marcados com os símbolos H 1 e H 2 e os bornes de tensão mais baixa com os símbolos X 1 e X 2 . Para fazer essa marcação é necessário saber as relações de fase que há entre as tensões existentes nos bornes de H e de X, isto é, a defasagem existente nas tensões de entrada e as correspondentes tensões transformadas. Esta defasagem depende das conexões internas do transformador. Para transformadores monofásicos, podem ocorrer dois casos quanto ao deslocamento de polaridade, ou seja, defasagem. No primeiro caso, os dois enrolamentos, primário e secundário, estão ligados no mesmo sentido. Neste caso dizemos que o deslocamento é subtrativo (defasagem nula). Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET6 Observe o esquema na figura abaixo. AT e BT têm seus valores máximos e mínimos no mesmo instante. Veja agora, na figura abaixo, a posição normalizada dos bornes para deslocamento subtrativo. No segundo caso, os dois elementos estão ligados em sentidos opostos, formando polaridades contrárias. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 7 Neste caso dizemos que o deslocamento é aditivo (defasagem de 180º). Observe o esquema a seguir. Neste esquema, AT e BT têm seus valores máximos e mínimos em sentidos opostos, isto é, defasados de 180º. Veja a posição normalizada dos bornes para deslocamento aditivo. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET8 Transformador trifásico Para se ligar em paralelo dois ou mais transformadores trifásicos, é necessário observar as seguintes condições: os transformadores deverão ter a mesma relação de transformação, a mesma impedância percentual, isto é, mesma tensão de curto- circuito e deverão pertencer ao mesmo grupo de conexões, ou seja, ter o mesmo deslocamento angular ou defasagem. Deslocamento angular O diagrama vetorial de um transformador é o ângulo formado entre o triângulo das tensões mais baixas. O deslocamento angular ou defasagem de um transformador é determinado pela polaridade e pelo tipo de agrupamento de suas fases. Nos transformadores trifásicos, os bornes geralmente estão colocados sobre as tampas: os bornes de tensão mais alta de um lado, com a marcação H1, H2 e H3, e os bornes de tensão mais baixa do outro lado, com a marcação X1, X2, X3 e X0, se houver ponto neutro. Para marcar os bornes, tome por base a relação de fase que há entre as tensões existentes nos bornes do enrolamento de tensão mais alta (H1, H2 e H3), isto é, a defasagem existente entre as tensões aplicadas e tensões transformadas correspondentes. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 9 Esta defasagem pode ser nula ou múltipla de 30°, dependendo das conexões internas e do tipo de agrupamento externo do transformador. Observe o exemplo: Neste exemplo, as setas primárias e secundárias têm o mesmo sentido. Deslocamento angular = 0°. Para construir os triângulos, indique os vetores que representam as tensões das fases com as mesmas letras que indicam os bornes, isto é, H1, H2 e H3 para as tensões mais altas e X1, X2 e X3 para as tensões mais baixas. Se as fases estiverem ligadas em estrela, os três vetores serão também colocados em estrela a 120° um do outro. Neste caso, o triângulo das tensões tem por vértice as pontas destes vetores, como se vê na figura a seguir. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET10 Se as fases estiverem ligadas em triângulo, os três vetores são traçados de forma que componham diretamente o triângulo das tensões. Tanto na ligação estrela quanto nas ligações triângulo, os dois vetores relativos às duas fases enroladas numa mesma coluna do transformador deverão ser paralelos entre si. Terão o mesmo sentido se os dois enrolamentos forem enrolados no mesmo sentido ou terão sentidos opostos se os dois enrolamentos forem enrolados em sentidos contrários, como se vê na figura a seguir. O deslocamento angular de polaridade pode apresentar diversas formas. As mais usuais são as que apresentam ângulos de defasagem de 0°, 30°, 180° e 210°. A ABNT, porém, através da EB 91 e MB 128, recomenda o uso de transformadores com ângulos de defasagem de 0° ou 30°. Estes dois ângulos de defasagem (0° e 30°) somente são possíveis se os enrolamentos primários e secundários do transformador são enrolados no mesmo sentido. Por isso, vamos nos fixar em exemplos em que o transformador tenha esse tipo de enrolamento. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 11 Veja este exemplo: Os enrolamentos primários e secundários estão enrolados no mesmo sentido. A conexão é do tipo estrela-estrela, com fechamentos em estrela dos enrolamentos feitos da mesma forma, isto é, fechando-se as pontas finais dos enrolamentos. Neste caso, os vetores H1 e X1 estão dirigidos no mesmo sentido, então os dois triângulos das tensões (H1, H2, H3 e X1,X2,X3) têm, igualmente, o mesmo sentido, não existindo portanto nenhum deslocamento de fase, isto é, o deslocamento angular é igual a 0°. Agora, veja o mesmo transformador do exemplo anterior. Esse transformador tem, em um dos enrolamentos, o fechamento da conexão estrela nas pontas finais e, no outro enrolamento, o fechamento da conexão estrela nas pontas iniciais. Apresenta um deslocamento de polaridade de 180°. Ensaios de máquinaselétricas SENAI-SP - INTRANET12 Neste outro exemplo, os enrolamentos primários e secundários estão enrolados no mesmo sentido. A conexão é do tipo estrela-triângulo. Neste caso, os vetores H1 e X1 estão dirigidos no mesmo sentido, mas com defasagem de 30°. Então, os dois triângulos das tensões (H1, H2, H3 e X1, X2, X3) apresentam deslocamento angular de 30°. Usando o exemplo da figura anterior mas com a conexão triângulo do secundário feita de forma diferente, teremos os vetores H1 e X1 dirigidos em sentidos opostos, com defasagem de 30° + 180°, portanto, com deslocamento angular de 210°. Os transformadores trifásicos são classificados em quatro grupos, conforme deslocamento angulares 0°, 30°, 180° e 210°. Cada um desses grupos é designado por um número que é obtido dividindo-se o deslocamento angular por 30. Assim, todos os esquemas de conexão que possuem deslocamento angular nulo, constituem o grupo 0. Os esquemas que possuem deslocamento angular de 30° formam o grupo 1, pois 30° ÷ 30 = 1. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 13 Aqueles esquemas que apresentam deslocamento angular de 180° formam o grupo 6, pois 180° ÷ 30 = 6. E, finalmente, os esquemas que possuem deslocamento angular de 210°, formam o grupo 7, pois 210 ÷ 30 = 7. Lembre-se sempre: • Para que dois transformadores possam ser agrupados em paralelo entre si, é necessário que as tensões secundárias dos dois transformadores sejam iguais e estejam em fase entre si. Isto que dizer que o agrupamento em paralelo é possível somente entre transformadores que pertençam ao mesmo grupo. • Transformadores pertencentes a grupos diferentes não podem ser ligados em paralelo. Por isso, todo transformador traz indicado em sua placa o esquema das ligações internas, a numeração dos bornes e a indicação do grupo ao qual pertence. • Os transformadores mais comuns são aqueles que pertencem aos grupos 0 e 1. Veja na tabela a seguir, a classificação dos transformadores conforme os deslocamentos angulares. Grupo de conexões e deslocamentos angulares dos diagramas vetoriais. Esquema das ligações Diagrama vetorialGrupo de conexões Deslocam. Angular Designação das conexões Alta tensão Baixa tensão Alta tensão Baixa tensão Y Y 0 ∆ ∆ 0 “0” 0° ∆ Z 0 ∆ Y 1 Y ∆ 1 “1” 30° Y Z 1 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET14 Y Y 6 ∆ ∆ 6 “6” 180° ∆ Z 6 ∆ Y 7 Y ∆ 7 “7” 210° Y Z 7 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 15 Perdas no cobre e no ferro Os transformadores, em geral, apresentam perdas de potência quando estão em funcionamento. Estas perdas compõem-se de perdas por efeito Joule e perdas no ferro. As perdas por efeito Joule ocorrem em forma de calor, devido à resistência ôhmica dos enrolamentos. Estas perdas são conhecidas também como perdas no cobre. As perdas no cobre são as perdas que ocorrem pelo efeito da histerese magnética e pelo efeito das correntes parasitas ou correntes de Foucault. Para atenuar o efeito das correntes parasitas, o núcleo de máquinas e aparelhos eletromagnéticos são feitos de lâminas isoladas entre si. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET16 Perdas por histeresis: quando um campo magnético atravessa um núcleo de ferro, as moléculas do ferro se alinham todas na mesma direção. Quando um campo magnético inverte, as moléculas tomam direção oposta, acompanhando sempre as inversões de campo magnético. A dificuldade que as moléculas apresentam ao acompanhar o campo magnético, resulta em perda de energia em forma de calor, o que denominamos perdas por histeresis. As perdas nos transformadores monofásicos são calculados através da fórmula: 2 22 2 11CU I . R I . R P += Onde: cuP = perdas no cobre em watts; 1R = resistência ôhmica do enrolamento primário, medida na temperatura de trabalho (75ºC); 1I = corrente primária em plena carga; 2R = resistência ôhmica do enrolamento secundário, medida na temperatura de trabalho (75ºC); 2I = corrente secundária em plena carga. Pode-se observar, através da fórmula, que as perdas no cobre sofrem dois tipos de variações, ou seja: • Através da variação da carga do transformador, pois, variando a carga, variam também as correntes primárias 1I e correntes secundárias 2I ; • Através da variação de temperatura de trabalho do transformador, pois variando a temperatura, variam também as resistências ôhmicas dos enrolamentos primários 1R e secundários 2R . As perdas no cobre podem ser encontradas também através do ensaio em curto- circuito. Os resultados obtidos através do ensaio são geralmente mais precisos que os obtidos através de cálculos. Isto deve ao efeito pelicular que causa uma distribuição não uniforme das correntes na seção dos condutores e que traz, como conseqüência, resistência ôhmica superior àquela medida com a ponte de Wheatstone. As perdas no ferro são encontradas através de ensaio feito com o circuito secundário aberto, o ensaio a vazio. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 17 Rendimento e impedância percentual O enrolamento primário absorve potência elétrica. O enrolamento secundário fornece potência elétrica. O rendimento de um transformador é definido pela relação entre a potência elétrica fornecida pelo secundário e a potência elétrica absorvida pelo primário. A potência absorvida pelo primário corresponde à potência fornecida pelo secundário mais as perdas no cobre e no ferro. As perdas no cobre variam em função da temperatura. Por isso, o rendimento do transformador deve ser calculado com a temperatura em regime de trabalho, ou seja, 75ºC. Para calcular o rendimento, empregue a fórmula: Fecu22 22 P P I . V I . V ++=µ ou µ Cº750 = FeC75º cu22 22 P P I . V I . V ++ Onde: µ = rendimento na temperatura ambiente; Cº75µ = rendimento na temperatura de trabalho; 2V = tensão secundária, em volts; 2I = corrente secundária, em ampères; CuP = perdas no cobre na temperatura ambiente; C75º CuP = perdas no cobre na temperatura de trabalho; FeP = perdas no ferro. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET18 Impedância percentual A impedância percentual ou tensão de curto-circuito percentual corresponde a uma parte da tensão nominal do enrolamento primário suficiente para fazer circular a corrente nominal do enrolamento secundário, desde que o enrolamento secundário esteja fechado em curto-circuito. O valor da impedância percentual varia entre 3% e 9%. Vem marcado na placa dos transformadores através dos símbolos Z%, UK% ou Vcc%. O valor da impedância percentual pode ser encontrado através do ensaio elétrico. No ensaio, o secundário do transformador é fechado em curto-circuito. Em seguida, aplica-se ao primário, através de uma fonte variável, tensão suficiente para fazer circular, no secundário, sua corrente nominal. O valor da tensão aplicada ao primário é transformada em percentagem da tensão nominal do primário. Veja este exemplo: Tensão nominal do primário - UnP = 500V Corrente nominal do secundário - Ins = 20A Tensão suficiente para fazer circular 20A no secundário quando fechado em curto- circuito (Vcc) = 30V. Z% = 6% 100 . 500 30 100 . Unp Vcc == O valor da impedância percentual (Z%) é 6%. Este valor deve ser assinalado na placa do transformador. A impedância percentual assinalada na placa dos transformadores é considerada para efeito de ligação em paralelo de transformadores. A diferença entre as impedâncias de transformadores não deve exceder a 10%, entre si. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 19 Par valores diferentes de tensão de curto-circuito (VCC), o transformador com Vcc menor ficará com maior carga. O valor da impedância percentual (Z%) é utilizada também para cálculo dacorrente de curto-circuito, dimensionamento de dispositivos de comando e proteção do equipamento. Observe, por exemplo, o cálculo da corrente de curto-circuito: Z% = 6% (dado de placa) In2 = 20A Icc = 333A 100 . 6 20 100 . %Z In2 == Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET20 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 21 Cálculo de pequenos transformadores Indicações gerais: • Transformador de indução mútua; • Potência que o secundário deverá entregar: 660W; • Tensão do secundário Es = 220V; • Tensão do primário Ep = 2200V; • Freqüência 60Hz. Cálculo da potência do primário Para se calcular a potência do primário é necessário acrescentar 10% da potência do secundário, a fim de considerar as perdas. Wp = Ws x 1,1 = 660 x 1,1 = 726 W Corrente no enrolamento Ip = A33,0 2200 726 Ep Wp == Seção e número de fio Antes de determinar a seção do fio é necessário verificar a densidade de corrente: • sem ventilação - 2A/mm2 • má ventilação - 4A/mm2 • regular ventilação - 6A/mm2 • boa ventilação - 8A/mm2 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET22 A maioria dos transformadores pequenos são dotados de má ventilação. seção do condutor = 2mm08,0 4 33,0 D Ip densidade corrente === Ver na tabela de fios magnéticos, coluna: seção em mm2 - fio n°28. Correntes admissíveis para as densidades Bitola do fio AWG Diâmetro em mm Seção em mm2 Resistênci as em ohm por Km a 20°C 1A/mm2 2A/mm2 3A/mm2 4A/mm2 5A/mm2 8 3,26 8,37 2,07 8,37 16,74 25,11 33,48 41,85 9 2,91 6,63 2,59 6,63 13,26 29,89 26,52 33,15 10 2,59 5,26 3,27 5,26 10,52 15,78 21,04 26,30 11 2,30 4,17 4,15 4,17 8,34 12,51 16,68 20,85 12 2,05 3,31 5,22 3,31 6,62 9,93 13,24 16,55 13 1,83 2,62 6,56 2,62 5,24 7,86 10,48 13,10 14 1,63 2,08 8,26 2,08 4,16 6,24 8,32 10,40 15 1,45 1,65 10,40 1,65 3,30 4,95 6,60 8,25 16 1,29 1,31 13,20 1,31 2,62 3,93 5,24 6,55 17 1,15 1,04 16,60 1,04 2,08 3,12 4,16 5,20 18 1,02 0,82 21,10 0,82 1,64 2,46 3,28 4,10 19 0,91 0,653 26,5 0,653 1,306 1,959 2,612 3,265 20 0,81 0,518 33,5 0,518 1,036 1,554 2,072 2,590 21 0,72 0,410 42,3 0,410 0,820 1,230 1,640 2,050 22 0,64 0,326 53,6 0,326 0,652 0,978 1,250 1,630 23 0,57 0,2552 57,6 0,2552 0,5104 0,7656 1,0208 1,2760 24 0,51 0,2043 84,4 0,2043 0,4086 0,6129 0,8172 1,0215 25 0,45 0,1590 108,4 0,1590 0,3180 0,4770 0,6360 0,7950 26 0,40 0,1256 137,0 0,1256 0,2512 0,3768 0,5024 0,6280 27 0,36 0,1018 169 0,1018 0,2036 0,3054 0,4072 0,5090 28 0,32 0,0804 214 0,0804 0,1608 0,2412 0,3216 0,4020 29 0,29 0,0660 261 0,0660 0,1320 0,1980 0,2640 0,3300 30 0,25 0,0491 351 0,0491 0,0982 0,1473 0,1964 0,2455 31 0,23 0,0415 415 0,0415 0,0830 0,1245 0,1660 0,2075 32 0,20 0,0314 549 0,0314 0,0628 0,0942 0,1256 0,1570 33 0,18 0,0254 679 0,0254 0,0508 0,0762 0,1016 0,1270 34 0,16 0,0201 858 0,0201 0,0402 0,0603 0,0804 0,1005 35 0,14 0,0154 1119 0,0154 0,0308 0,0462 0,0616 0,0770 36 0,13 0,0132 1306 0,0132 0,0264 0,0396 0,0528 0,0660 37 0,11 0,0095 1815 0,0095 0,0190 0,0285 0,0380 0,0475 38 0,10 0,0078 2210 0,0078 0,0156 0,0234 0,0312 0,0390 39 0,09 0,0063 2737 0,0063 0,0126 0,0189 0,0252 0,0315 40 0,08 0,0050 3448 0,0050 0,0100 0,0150 0,0200 0,0250 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 23 Tabela do número de espiras por centímetro (uma camada) para fios magnéticos isolados com diferentes materiais Espiras por centímetroBitola do fio AWG FME FMS-2 FMES-1 FME-1 FM-2 F HF QF 8 - - - - 2,8 3 3 2,9 9 - - - - 3 3,4 3,3 3,3 10 3,7 - - - 3,4 3,8 3,7 3,6 11 4,2 - - - 3,8 4,3 4,2 4,1 12 4,7 - - - 4,3 4,8 4,7 4,5 13 5,3 - - - 4,6 5,3 5,2 5,1 14 5,9 - 5,6 5,4 5,1 5,9 5,8 5,6 15 6,6 - 6,3 6 5,9 6,3 6,5 6,3 16 7,5 - 7,1 6,6 6,6 7,6 7,3 7 17 8,3 - 7,7 7,4 7,2 8,5 8,1 7,8 18 9,3 9 8,7 8 8 9,5 9,1 8,7 19 10,4 10 9,5 9 8,6 10,5 10,3 9,7 20 11,6 11 11 10 9,6 12 11 11 21 13,0 12,5 12,5 11 10 13 13 12 22 15,0 14 13 12 11 15 14 13 23 16,0 15 15 13 12 17 16 15 24 18,0 17 16 15 13 19 18 16 25 20 19 18 16 15 21 20 18 26 22 21 20 18 16 24 22 20 27 25 23 22 19 18 26 24 22 28 28 25 25 21 19 29 27 24 29 31 28 27 23 20 32 31 27 30 37 30 30 25 22 37 34 31 31 40 33 32 27 23 40 38 34 32 45 37 35 29 25 45 42 37 33 50 40 38 31 26 50 46 42 34 55 43 41 33 27 55 56 46 35 63 47 47 35 29 63 63 53 36 66 50 50 37 30 69 66 59 37 - 55 - - 32 77 72 63 38 - 59 - - 33 88 80 69 39 - 62 - - 34 98 98 80 40 - 66 - - 35 111 111 87 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET24 Seção do núcleo Sb = seção bruta = 25,6 x 1,2 = 30,72 cm2 SL = seção líquida = W = 660 = 25,6 cm2 O transformador deve ser calculado baseado na seção líquida, pois, a isolação das chapas e as possíveis rebarbas ao cortá-las, aumentam o núcleo em 20%. Sb = SL x 1,2 = (ferro mais isolação) SL = 2,1 Sb ou W (somente ferro) Nota: o fator 1,2 é a conversão dos 20%. Extraindo a raiz quadrada da potência do secundário, encontramos a seção líquida do núcleo. SL = Ws = 660 = 25,6 cm2 Número de espiras do primário Np = BxSLxFx4,4 000.000.100xEp Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 25 Np = n° de espiras do primário Ep = tensão do primário f = freqüência em Hertz SL = seção líquida do núcleo B = densidade magnética em gauss B = 8.000 para 2% de silício no ferro 10.000 para 3% de silício no ferro 12.000 para 4% de silício no ferro. O número de espiras pode ser calculado com mais facilidade, usando como base: Base: 37 espiras por volt por 1 cm2 - 60 ciclos 45 espiras por volt por 1cm2 - 50 ciclos Número de espiras por volt esp/volt = 445,1 6,25 37 SL BASE == espiras por volt Significado da espira por volt Número de espiras do primário NP = Ep x esp/volt = 2200 x 1,445 = 3179 espiras Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET26 Número de espiras do secundário Devemos aumentar 5% na tensão do secundário para compensar as perdas. Es = Es x 1,05 = 220 x 1,05 = 231 volts Ns = Es x esp/volt = 23,1 x 1,445 = 333,795 - arredondado para 334 espiras. Corrente no secundário I = amperes3 220 660 E W == Fio no secundário Procurar na tabela de fios magnéticos , coluna de 4A/mm2. 3,28 A é o mais aproximado - serve o fio n°18 AWG ou B&S. Relação de transformação: 10 220 2200 Ns Np Es Ep === Watts no primário = 726 W Watts no secundário = 660 W rendimento = %90ou9,0 726 660 WP WS == Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 27 Tipos de núcleo Núcleo Blindado - conhecido como encouraçado ou tipo SHELL. Este é o núcleo mais usado. O enrolamento secundário é feito diretamente sobre o primário, formando uma bobina, que se encaixa na coluna central. É muito eficiente, porque a dispersão das linhas magnéticas é pequena. O campo magnético reparte-se entre as duas abas do lado. Núcleo tipo coluna - conhecido também como núcleo fechado ou CORE De um modo geral, os transformadores têm dois enrolamentos, um primário e um secundário, porém alguns transformadores têm dois ou mais enrolamentos secundários; é o caso dos transformadores usados nos receptores de rádio, assim como podem ter vários enrolamentos primários, para admitirem ligações em redes de diversas tensões. Aos últimos chamamos transformadores universais. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET28 O transformador sem carga consome apenas a corrente magnetizante do núcleo. Ligando-se carga, a corrente secundária enfraquece o campo magnético no núcleo, diminuindo a reação da bobina primária sobre a linha. A corrente induzida no secundário é de oposição a corrente indutora no primário. A experiência com o anel de cobre, prova a reação da corrente induzida a corrente indutora. Ao ligar-se a chave, criam-se campos magnéticos em oposição no núcleo e no anel causando a repulsão violenta deste. O curto circuito entre espiras da bobina de um transformador,causa a queima da isolação da bobina. Nota: O curto-circuito é perigosíssimo, pode causar danos pessoais e incêndios. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 29 O transformador pode ser reversível, servindo tanto para elevar como abaixar a voltagem, desde que se apliquem voltagens correspondentes as dos enrolamentos. O mesmo transformador pode trabalhar como abaixador ou elevador. Não se deve aplicar nos terminais tensão acima de valor especificado pelo fabricante. O transformador calculado para 60 Hertz funciona mal em 50 Hertz, porque o efeito indutor é menor, as perdas no ferro são maiores. O transformador calculado para 50 Hz funciona bem em 60 Hz porque o efeito indutivo é maior. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET30 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 31 Auto-transformador O autotransformador funciona sob o mesmo princípio do transformador. A diferença entre o transformador e o autotransformador é que este tem uma única bobina servindo, ao mesmo tempo como primário e secundário. A corrente induzida tem sentido contrário à corrente indutora, de modo que no trecho A - T2 a corrente é a diferença entre o secundário e o primário. 8A - 4 = 4A Relação de transformação: 2 110 220 Es Ep == Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET32 Com os mesmos dados da figura anterior, mostramos abaixo o mesmo transformador funcionando como elevador de tensão. No autotransformador o primário tem o ponto T2 em comum com o secundário; portanto, para uso comum, o primário não deve receber tensão superior a 220V. O autotransformador tem aplicação em alta tensão em casos especiais, porém perfeitamente protegido ao alcance do público. Exemplo de cálculo de um autotransformador para regulação manual de tensão com entrada de 85V a 130V - saída 115V constante - 260W 60Hz. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 33 Disposição do cálculo Corrente no primário = A3 85 260 Ep WIp === Corrente no secundário = A2,2 115 260 Es WIs === Corrente no trecho A - T1 = corrente secundária Seção do fio Trecho A - T1 = 2mm55,0 4 2,2 D Is == Fio n°20 - Ver tabela coluna de seção em mm2 Corrente no trecho A - T2 = IsIp− = 3 - 2,2 = 0,8A Seção do fio = 2mm2,0 4 8,0 4 I == Ver na tabela coluna de mm2- fio n°24 B&S ou AWG Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET34 Seção líquida do Núcleo SL = Potência transformada A seção líquida do núcleo é calculada baseando-se na potência transformada, do autotransformador. Potência transformada = (Es - Ep) x Is = (115 - 85) 2,2 = 30 x 2,2 = 66W SL = W = 66 = 8,1 cm2 Seção Bruta Sb = SL x 1,2 = 8 x 1,2 = 9,6 cm2 (3,2 cm x 3 cm) Número de espiras Primeiro encontra-se o número de espiras por volt, tendo por base 37 espiras/volt para 60 Hz. Espiras por volt = 5,4 1,8 37 SL 37 == Espiras entre o ponto n°10 e T2 = 8,5 x 4,5 = 382,5 espiras Diferença de espiras entre os pontos de 1 a 10 5 x 4,5 = 22,5 espiras n° de espiras entre o ponto n°9 e T2 = 382,5 + 22,5 = 405 espiras n° de espiras entre o ponto n°8 2 T2 = 405 +22,5 = 427,5 espiras n° de espiras entre o ponto n°7 e T2 = 427,5 + 22,5 = 450 espiras n° de espiras entre o ponto n°6 e T2 = 450 + 22,5 = 472,5 espiras n° de espiras entre o ponto n°5 e T2 = 472,5 + 22,5 = 495 espiras n° de espiras entre o ponto n°4 e T2 = 495 + 22,5 = 517,5 espiras n° de espiras entre o ponto n°3 e T2 = 517,5 + 22,5 = 540 espiras n° de espiras entre o ponto n°2 e T2 = 540 + 22,5 = 562,5 espiras n° de espiras entre o ponto n°1 e T2 = 562,5 + 22,5 = 585 espiras Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 35 Conjugado de um motor Para você compreender o que é conjugado, vamos, antes, recordar o que é binário. Chama-se binário a um conjunto de duas forças de mesmo valor, mesma direção, sentidos contrários e não situadas numa mesma reta. Observe o binário da figura abaixo. A distância entre as forças chama-se braço e é representada pela letra d. O valor de cada uma das forças é representada pela letra F. A ação das duas forças provoca um movimento de rotação. Conjugado de um binário é o produto do valor da força pelo valor da distância. O conjugado é também chamado torque ou momento. O nome conjugado é o adotado pela ABNT. A fórmula do conjugado é: conjugado = força . distância. Observando a fórmula (conjugado = força . distância) podemos afirmar que a unidade de medida do conjugado é igual ao produto de uma unidade de medida de força por uma unidade de medida de distância. Temos, então: • Unidade de medida de força : quilograma-força ou N; • Unidade de medida de distância : metro ou m. Portanto, a unidade de medida de conjugado é N . m. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET36 Conjugado de um motor É o conjugado do binário do eixo do rotor. Este conjugado não é constante desde a partida até a velocidade nominal. Para analisarmos a variação do conjugado utilizamos um gráfico, conhecido pelo nome de curva do conjugado. Cada motor tem sua curva típica de conjugado. O conjugado varia com a potência, com a quantidade de pólos e, mesmo em motores iguais, pode variar de fabricante para fabricante. Veja agora a curva do conjugado abaixo. Vamos interpretar o gráfico acima. • CN significa conjugado nominal. O conjugado nominal é o valor do conjugado quando o motor está trabalhando com velocidade de plena carga e potência de plena carga. Por este motivo, o conjugado nominal também é chamado de conjugado de plena carga. Todos os valores de conjugados são registrados em porcentagens. Essas porcentagens são calculadas em relação ao conjugado nominal, que vale sempre 100%. • CP significa conjugado de partida do motor, também chamado de conjugado com rotor bloqueado. • CR significa conjugado resistente de partida, também chamado de conjugado resistente de carga. • Cmin significa conjugado mínimo. Os limites mínimos de conjugados devem respeitar os valores estabelecidos pela ABNT. • Cmáx significa conjugado máximo. • CPC significa conjugado a plena carga. O CPC coincide com o conjugado máximo resistente. • Ns significa rotação síncrona. • Nn significa rotação nominal, também chamada rotação a plena carga. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 37 A curva do conjugado do motor sempre deve estar situada acima da curva de conjugado resistente. Isto para garantir a partida e a aceleração do motor até atingir a velocidade nominal. Existem normas que estabelecem valores para os conjugados. Por exemplo, a Norma ABNT - EB-120 especifica, para os conjugados, valores que variam de acordo com a potência e a quantidade de pólos. Assim, num motor de 10cv e 4 pólos, o conjugado nominal é de 41Nm. Este valor é considerado como 100% na curva de conjugados. A norma ABNT só estabelece valores mínimos. Os valores máximos variam de acordo com o fabricante. Geralmente, quanto mais alta for a curva do conjugado, melhor será o motor. A maioria dos fabricantes especifica os valores dos conjugados em seus catálogos. Vamos agora examinar um exemplo de valores de conjugados. Um motor tem o conjugado de partida de 160% e o conjugado máximo de 225%. Isto significa que, na partida do motor, o conjugado é, pelo menos, 60% maior que o conjugado nominal. Por outro lado, o conjugado máximo é, pelo menos, 125% maior que o conjugado nominal. Veja no gráfico a seguir a representação desses valores. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET38 Tabela de desempenho para variação da tensão A tabela abaixo apresenta a variação, em porcentagem, de vários elementos que caracterizam o desempenho de um motor. Esta variação é estabelecida de acordo com a variação da tensão em relação à tensão nominal. Desempenho do motor Tensão 20% acimada nominal Tensão 10% acimada nominal Tensão 10% abaixo da nominal Conjugado de partida e conjugado máximo Aumenta 44% Aumenta 21% Diminui 19% Corrente de partida Aumenta 25% Aumenta 10 a 12% Diminui 10 a 12% Corrente de plena carga Diminui 30% Diminui 7% Aumenta 11% Velocidade síncrona Não altera Não altera Não altera Escorregamento Diminui 30% Diminui 17% Aumenta 23% Velocidade de plena carga Aumenta 1,5% Aumenta 1% Diminui 1,5% Rendimento Pequeno aumento Aumenta 1% Diminui 2% Fator de potência Diminui 5 a 15% Diminui 3% Aumenta 1% Sobreaquecimento Diminui 5ºC Diminui 3ºC Aumenta 6ºC Ruído magnético sem carga Aumento perceptível Ligeiro aumento Ligeira diminuição Vamos agora interpretar alguns elementos desta tabela. Todos os valores de variação de desempenho são válidos para motores trabalhando a plena carga. A única exceção é para o ruído magnético. Observe que quando a tensão da rede está acima da tensão nominal, há um aumento do conjugado e da corrente de partida. Isto pode ocasionar a queima de fusível ou acionar sistemas de proteção ao circuito. Se a tensão da rede for menor que a nominal, haverá uma diminuição do conjugado e também da potência. Observe agora o caso em que a tensão é 10% menor que a nominal. A corrente de plena carga, após o motor ter partido, aumenta 11%. Isto pode provocar um aquecimento maior no motor. Este aquecimento não se dá por aumento de carga, mas porque o conjugado de partida é menor e, portanto, terá mais dificuldade para vencer o conjugado resistente. Finalizando, sempre devemos lembrar que para o motor funcionar bem é preciso que trabalhe sob tensão nominal. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 39 Freio de Prony O freio de Prony é um dispositivo que deve ser adaptado ao eixo de um motor com a finalidade de carregar o motor mecanicamente. Observe o freio de Prony na figura abaixo. Vamos analisar a figura. O valor da força F é lido diretamente no dinamômetro, em N. A distância r chama-se braço da alavanca e é medida em m. Com os valores de F, r e da rpm do motor, podemos calcular o conjugado do binário do eixo e a potência do motor. Observe, também, que há um voltímetro e um amperímetro no circuito de ligação do motor. A leitura desses instrumentos é importante porque a experiência deve ser feita com tensões e correntes normais. O motor é ligado à rede elétrica, gira a plena rotação e em sentido horário. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET40 A embreagem é de madeira e tem o formato de sapata. Ela freia o motor através de um polia montada na ponta do eixo. O esforço do eixo do motor é transmitido através do braço de alavanca e provoca a indicação de uma força F no dinamômetro. Observe, na extremidade esquerda da alavanca, dois parafusos. Eles servem para controlar a pressão da sapata sobre o eixo. Isto permite carregar mecanicamente o motor. Observação Há vários tipos de freios Prony. As maneiras de se aplicar a frenagem também variam. Portanto, você pode encontrar diferentes tipos de freios de Prony, mas o princípio de funcionamento de todos eles é o mesmo. Desenvolvimento teórico Para efetuarmos os cálculos necessários, precisamos conhecer vários conceitos teóricos e fórmulas, que serão vistas a seguir. Conjugado de um binário Este conceito você já estudou, mas vamos repeti-lo. Observe a figura e a fórmula correspondente: Conjugado = força . distância ou, abreviadamente, C = F . d A distância d chama-se braço. A unidade de medida do conjugado é N . m. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 41 Momento de uma força em relação a um ponto É o produto do valor da força pela distância entre um ponto e a direção da força. Observe a figura. A fórmula do momento de uma força é: momento = força . distância ou, abreviadamente, M = F . d A distância d chama-se braço. A unidade de medida é N . m. Trabalho de uma força A fórmula de trabalho é: trabalho = força . deslocamento ou, abreviadamente, T = F . d A unidade de medida de trabalho é também N . m. Entretanto, no caso do trabalho, recebe o nome especial de quilogrâmetro. O símbolo do quilogrâmetro é kgm. Potência A fórmula de potência é: tempo trabalhopotência = A forma abreviada da fórmula de potência é: t TP = Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET42 A unidade de medida de potência é: segundo râmetrologqui O símbolo utilizado é s kgm Transformação de unidades A potência dos motores elétricos é dada nas unidades de medida cavalo-vapor ou cavalo-força. O símbolo de cavalo-vapor é cv e o de cavalo-força é HP. Um cv é a potência necessária para elevar um peso de 75kg à altura de 1m num intervalo de tempo de 1s. De acordo com esta definição, s kgm75cv1 = . Um HP é a potência necessária para elevar um peso de 75,6kg à altura de 1m num intervalo de tempo de 1s. De acordo com esta definição, s kgm6,75HP1 = . Para transformar unidades de tempo, usaremos a relação 1min = 60s. Cálculo da potência no eixo do motor Observe na figura abaixo um exemplo de um motor levantando um peso. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 43 O valor da força lida no dinamômetro é indicado pela letra F. O valor do raio da polia é indicado pela letra r. Observe, a seguir, a dedução de uma fórmula para o cálculo da potência. Fórmula da potência t T P = Fórmula do trabalho T = F . d Substituindo a fórmula do trabalho na fórmula da potência obtemos: t d.F P = O movimento é circular e o deslocamento é igual ao comprimento da circunferência. Portanto, temos: • Deslocamento em uma volta: 2 . π . r; • Deslocamento em um número n de voltas: 2 . π . r . n. Vamos agora substituir o deslocamento d pela expressão 2 . π . r . n. Veja: t d.F p = d = 2 . π . r . n Portanto, t n.r..2.F p π= . Vamos agora examinar as unidades de medida na fórmula. No numerador temos n, que é o número de rotações. No denominador, o tempo t está em segundos. Mas o tacômetro adaptado ao motor fornece a velocidade angular em rpm. Isto significa que, na fórmula anterior, a razão t n deve ser transformada para podermos fazer a substituição. Acompanhe as passagens abaixo. s60 n min1 n t n minemtempo rotaçõesdenúmero rpm ==== Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET44 Portanto, a fórmula ficará dividida por 60s. s60 n.r..2.F p π= Observe agora os outros elementos da fórmula. A força F, no numerador, é medida em N. O raio r, no numerador, é medida em m. O tempo, no denominador, está em s. Portanto, temos: s kgm s m.N = Mas como já vimos, s kgm 75cv1 = . Logo, 75 cv1 s kgm1 = Concluímos que a fórmula deve ser dividida por 75. A potência vai ser calculada em cavalos-vapor. Para a potência calculada um cv vamos utilizar o símbolo Pcv. 60.75 n.r..2.F Pcv π= No numerador temos uma multiplicação de vários fatores. A ordem dos fatores não altera o produto. Por isso, vamos reescrever a fórmula acima na forma mais usual: 60.75 F.n.r..2 Pcv π= Se quisermos calcular a potência em HP, aplicamos o mesmo raciocínio, lembrando apenas que s kgm 6,75HP1 = . Observe como ficará a fórmula: 60.6,75 F.n.r..2 PHP π= Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 45 Cálculo do conjugado do binário do eixo O princípio fundamental do freio de Prony é que o momento da força indicada no dinamômetro em relação ao eixo é igual ao conjugado do binário do eixo. Portanto, o conjugado do binário do eixo é calculado pela fórmula abaixo. C = F . r Na fórmula anterior, a unidade de medida de F é N e a de r é m. Portanto, a unidade de medida do conjugado do binário do eixo é N . m. Vamos agora resolver um exemplo de aplicação das fórmulas da potência e do conjugado. Exemplo Observe na figura abaixo ummodelo de freio de Prony. A força F indicada no dinamômetro vale 2N. A medida do raio r é 0,2m. A velocidade angular do motor é de 1.770rpm. Vamos calcular a potência em cv. A fórmula é: 60.75 F.n.r.π.2 Pcv = Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET46 Substituindo os valores temos: 60.75 2.7701.0,2.3,14.2 Pcv = Efetuando as multiplicações no numerador e no denominador temos: 5004 2,4464 Pcv = Efetuando a divisão obtemos: Pcv = 0,998 ou Pcv ≅ 1cv Agora vamos calcular o conjugado do binário do eixo. A fórmula é: C = F . r Substituindo os valores, temos: C = 0,2 . 2 Portanto C = 0,4N . m Motores com freio de Prony O freio de Prony é uma máquina que tem a finalidade de carregar motores mecanicamente. Como já vimos, através dele também podemos efetuar os cálculos do momento do binário do eixo e da potência. O freio de Prony ainda serve para se efetuarem alguns ensaios elétricos e mecânicos de curta duração. A frenagem é obtida em conseqüência das correntes de Foucalt, também chamadas de correntes parasitas. Essas correntes são criadas em um disco de alumínio ou cobre, que gira entre os pólos de eletroímãs. A alimentação dos eletroímãs é obtida através da retificação da corrente alternada, fornecida por um varivolt monofásico de tensão 110V, para corrente contínua de valor variável. O maior ou menor poder de frenagem depende da intensidade do campo magnético dos eletroímãs. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 47 O freio de Prony que vai ser usado na oficina tem alguns valores característicos, apresentados abaixo: • Velocidade angular: 1.800rpm; • Conjugado máximo: 5N . m; • Raio: 0,2m. O procedimento para se utilizar o freio de Prony pode ser resumido nas operações a seguir. Através do varivolt, aumenta-se suavemente a tensão nas bobinas dos eletroímãs. Isto vai aumentar o poder de frenagem. Através de um dinamômetro, colocado adequadamente na máquina, lê-se o valor da força em N. Em seguida, aplicam-se as fórmulas e calcula-se a potência do motor em cv ou em HP. Vamos agora examinar dois esquemas sobre o freio de Prony. Esses esquemas ajudarão você a entender melhor o funcionamento da máquina. Veja na figura abaixo a vista lateral do freio de Prony. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET48 Cada número da figura identifica uma peça do conjunto. Veja agora o número de cada peça e o nome correspondente: 1. Dinamômetro, com leituras do 0N a 10N; 2. Controle do ponteiro de arrasto do dinamômetro; 3. Conjunto semimóvel com eletroímãs; 4. Disco rotativo de alumínio; 5. Controle de tensão do varivolt; 6. Retificador de CA para CC; 7. Ponto de medição de rpm; 8. Flange de acoplamento; 9. Motor em teste; 10. Mesa para a fixação dos motores; 11. Calços para o ajuste da mesa; 12. Indicador do sentido de rotação; 13. Fusível de proteção; 14. Indicador de limites mecânicos para proteção; 15. Trava do disco rotativo; 16. Sinaleira quadrada para indicar se o freio está ou não ligado; 17. Disjuntor eletromagnético; 18. Gaveta para acessórios. Veja agora o esquema do circuito elétrico deste freio de Prony. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 49 Acompanhe o número de cada peça e o nome correspondente. 1. Plugue de pino chato; 2. Cabo PB de dimensões 2 x 14; 3. Fusível diazed para 10A; 4. Disjuntor eletromagnético; 5. Base de ligação; 6. Sinaleira quadrada vermelha para indicar se o circuito está ou não ligado; 7. Varivolt monofásico de tensão 110V para CA; 8. Ponte retificadora; 9. Bobinas. Vamos agora estabelecer as operações que você deve seguir para realizar a experiência com o freio de Prony. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET50 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 51 Cálculos Vamos agora desenvolver os cálculos necessários em um ensaio de motor trifásico com carga de 6 pólos, potência de 1cv e freqüência de 60Hz. O valor do raio no freio de Prony é de 0,2m. Vamos supor que os valores medidos nos instrumentos sejam os seguintes: • Amperímetro 2,7A; • Wattímetro 1 400W; • Wattímetro 2 460W; • Dinamômetro 3,1N; • Tacômetro 1.170rpm; • Voltímetro 220V. A seguir, apresentaremos as fórmulas a serem utilizadas e suas aplicações com os valores medidos. Potência mecânica fornecida pelo motor no eixo Vamos resolver este exemplo calculando a potência em cv. 75 . 60 F.n.r..2 Pcv π= 75.60 1,3.7701.2,0.14,3.2 Pcv = Efetuando todos os cálculos, obtemos: Pcv ≅ 1cv Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET52 Conjugado do binário do eixo C = F . r C = 3,1 . 0,2 C = 0,62N . m Potência aparente total absorvida pelo motor Nas duas fórmulas: (potência aparente = 3 . tensão de fase . corrente da fase) ou (potência aparente = tensão da linha . corrente da linha . 3 ). Vamos aplicar a segunda fórmula, escrita de forma abreviada. Pa = EL .I. 3 . Pa = 220 . 2,7 . 1,73 Pa ≅ 1030 VA Potência real absorvida pelo motor Vamos utilizar o símbolo W1 para a leitura do wattímetro 1 e W2 para a leitura do wattímetro 2. Para a potência real usaremos o símbolo 03W / . As fórmulas são as seguintes: ( 03W / = W1 + W2, se o fator de potência for maior que 0,5) ou ( 03W / = W1 - W2, se o fator de potência for menor que 0,5). No presente caso, vamos utilizar a 1ª fórmula. 03W / = W1 + W2 03W / = 400 + 460 03W / = 860W Fator de potência do motor Fator de potência = aparente potência realpotência ou, de forma abreviada, a 03 P W cos /=ϕ . Aplicando os valores temos: cosϕ = 0301 860 cosϕ = 0,834 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 53 Geralmente utilizamos o fator de potência em porcentagem. Neste caso o símbolo será cosϕ% e o valor deverá ser multiplicado por 100%. cosϕ% = 0,834 . 100% cosϕ% = 83, 4% Rotação do campo magnético Esta rotação deve ser considerada à velocidade de sincronismo. Neste caso, recebe o nome de rotação síncrona. A fórmula é: pólodepares freqüência.60 síncronarotação = Observe agora a fórmula escrita de forma abreviada: p f.60Ns = Aplicando os valores, temos: 3 60.60Ns = Ns = 1200rpm Deslizamento O deslizamento é também chamado de escorregamento. Seu valor é dado em porcentagem. A fórmula é: deslizamento = síncronarotação medidarotaçãosíncronarotação − . 100% ou de forma abreviada, %100. N medidaNNS s s −= . Aplicando os valores, temos: S = 2001 17012001 − . 100% S = 2,5% Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET54 Observação O valor do deslizamento deve ser menor ou igual a 5%. Entretanto, apenas nos motores assíncronos este valor chega a 5%. Rendimento O rendimento é dado em porcentagem. A fórmula é: rendimento = total real potência mecânica potência . 736 . 100% ou de forma abreviada, µ = 30W 736 . P . 100%.. Como estamos trabalhando com potência em cv, a fórmula passa a: µ = 30 CV W 736 . P . 100%.. Substituindo os valores, temos: µ = 860 736 . 1 . 100%.. µ = 85,5% Cálculos dos outros valores de cargas para ensaiar O valor 3,1N medido no dinamômetro equivale a 100%. Devemos repetir a experiência com outras porcentagens deste valor. Veja a seguir o cálculo destas porcentagens. N77,0 100 1,3.25 N1,3de%25 == N55,1 100 1,3.50N1,3de%50 == N32,2 100 1,3.75N1,3de%75 == N87,3 100 1,3.125N1,3de%125 == Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 55 Tabela Vamos agora construir uma tabela com os valores medidos e os valores calculados. Os valores medidos e os valores calculados para o valor da força 3,1N foram explicados anteriormente. Os valores medidos e os valores calculados para os valores das forças 0,77N, 1,55N, 2,32N e 3,87N estão mostrados na tabela para o exemplo ficar completo. Quandovocê ensaiar o motor, deverá efetuar todos os cálculos necessários. Veja a tabela a seguir. Valores medidos Carga Força EL JL P N % (N) (V) (A) (W) (rpm) 25 0,77 220 1,5 270 1195 50 1,55 220 1,76 470 1190 75 2,32 220 2,3 660 1180 100 3,1 220 2,7 860 1170 125 3,87 220 3,47 1060 1160 Valores calculados Carga Pm M Pa cos.ϕ µ % (cv-HP) (N/m) (VA) % % 25 0,25 0,154 560 48,2 68,1 50 0,51 0,31 670 70,1 79,7 75 0,76 0,464 850 77,3 84,7 100 1 0,62 1030 83,4 85,5 125 1,25 0,77 1320 80,5 86,7 Vamos agora, utilizando os valores da tabela, construir os gráficos indicados a seguir. Gráfico da rotação síncrona em função da potência mecânica Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET56 Gráfico de rendimento em função da potência mecânica Gráfico do fator de potência em função da potência mecânica Gráfico do conjugado em função da potência mecânica Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 57 Observação A escolha de um motor com potência muito superior àquela a ser utilizada apresenta três inconvenientes: • Alto custo do motor; • Baixo rendimento; • Baixo fator de potência. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET58 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 59 Máquina síncrona Nesse capítulo serão estudadas as máquinas síncronas. Essas máquinas são utilizadas como motores elétricos ou como geradores de corrente alternada. A máquina síncrona utilizada como motor apresenta a vantagem de fornecer força motriz, ceder energia reativa ao sistema, o que contribui na correção do fator de potência, evitando-se investimentos com bancos de capacitores e sistemas de controle. Como geradores, são responsáveis por toda geração de energia elétrica em usinas hidroelétricas, termelétricas, energia elétrica automotiva, naval, aérea, entre outros sistemas. Por ser de fundamental importância a qualquer sistema elétrico industrial, merecem o conhecimento de suas principais características, funcionamento e aplicação. As máquinas de corrente alternada apresentam velocidade em condições de regime permanente proporcional à freqüência da corrente na armadura. Nessas máquinas, a velocidade síncrona, ou seja, o campo magnético girante criado pelas correntes da armadura caminha à mesma velocidade que o campo criado pela corrente de rotor, resultando um conjugado constante. A armadura da máquina síncrona, é considerada a parte fixa, ou seja a carcaça da máquina; o campo é a parte girante, ou rotórica. O estator da máquina síncrona é exatamente igual ao da máquina assíncrona, ou seja, recebem tensão trifásica, com o campo alimentado por tensão contínua. Um grande problema na partida de motores síncronos está no instante inicial. Devido ao campo girante na carcaça alcançar um valor de velocidade por segundo Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET60 incompatível com o rotor, cuja alimentação é feita em tensão contínua, não desenvolverá conjugado. Um enorme ruído magnético acontece, a corrente do estator se eleva podendo causar danos aos enrolamentos. Para que a partida possa ser efetuada, o rotor do motor deve ser levado a rotação do campo girante através de um sistema auxiliar, ou o rotor deve ser provido de barras similares às barras do rotor de curto-circuito (gaiola de esquilo) de uma máquina assíncrona. Neste caso, a partida do motor é executada de maneira idêntica ao motor de indução assíncrono, levando o rotor próximo à rotação síncrona e em seguida excitando o rotor com tensão contínua. As máquinas síncronas são utilizadas em sistemas elétricos como motores e geradores (alternadores). Todo o sistema de geração de energia elétrica é realizado por máquinas síncronas. Como motor, síncrono em sistemas que requeiram velocidade constante durante o processo industrial de produção, como no caso de compressores em sistemas siderúrgicos, grupos geradores C.C. (sistema Ward-Leonard), entre outras aplicações que requeiram velocidade constante. Circuito equivalente A máquina síncrona é composta pela parte fixa conhecida como Armadura ou Estator, onde temos a resistência síncrona (Rs) e a reatância síncrona (Xs). O esquema a seguir ilustra o circuito aberto equivalente dessa máquina. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 61 Características de circuito aberto A potência exigida para mover uma máquina à velocidade síncrona e sem excitação corresponde às perdas por atrito e ventilação. Quando o campo é excitado, (alimentação nos anéis) a potência mecânica é igual à soma das perdas por atrito, ventilação, e no ferro, em circuito aberto: ( ) ferro no Perdas ventilação atrito Perdas Pmec ++= As perdas no ferro em circuito aberto, portanto, podem ser encontradas pela diferença entre estes dois valores de potência mecânica. Dois conjuntos básicos de curvas características para uma máquina síncrona são necessários para levar em conta os efeitos de saturação e a determinação de constantes da máquina. A característica de circuito aberto de uma máquina síncrona pode ser representada por um gráfico da tensão terminal de armadura em circuito aberto em função da excitação de campo quando a máquina está girando à velocidade síncrona, conforme mostra o gráfico Corrente de campo x Tensão em circuito aberto : Uma curva de perdas no ferro em circuito aberto em função da tensão de circuito aberto é mostrada na figura abaixo. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET62 Características de curto-circuito Quando os terminais de armadura de uma máquina síncrona que está sendo acionada como gerador à velocidade síncrona são curto-circuitados através de amperímetros apropriados, como mostrado na figura a seguir. A corrente de campo é gradualmente aumentada até que a corrente de armadura atinja um valor máximo seguro (talvez o dobro da corrente nominal), esses dados podem ser obtidos a partir dos quais a corrente de armadura de curto-circuito pode ser traçada em função da corrente de campo. Esta relação é conhecida como a característica de curto- circuito. Uma característica de circuito aberto (cca) e uma caraterística de curto-circuito (ccc) são mostradas na figura a seguir. A relação fasorial entre a tensão de excitação Ef e a corrente de armadura em regime permanente Ia sob condições de curto-circuito polifásico é: Ef = Ia (ra + jXS) → Tensão no entreferro Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 63 A F.m.m. (força magnetomotriz) resultante cria o fluxo de entreferro resultante que gera a tensão de entreferro Er igual à tensão consumida na resistência de armadura ra e a reatância de dispersão x; ou, na forma de equação: Er = la (ra + jX) → Tensão na resistência de armadura A reatância síncrona não saturada pode ser encontrada a partir dos dados de circuito aberto e curto-circuito. Numa excitação de campo qualquer, a corrente de armadura em curto-circuito é O’b do gráfico (Iex x Vca; Iexc x Iacc) e a tensão de excitação para a mesma corrente de campo corresponde a O ` a do gráfico (Iex x Vca; Iexc x Iacc) lido na linha de entreferro. Note-se que deverá ser usada, a tensão na linha de entreferro, porque a máquina está funcionando em curto-circuito em condição não saturada. Se a tensão por fase corresponde 01 é Ef (etf) e a corrente de armadura por fase correspondente a O’ a é Ia (cc), então da equação -Tensão no entreferro. com resistência de armadura desprezada, o valor não saturado Xs (etf) da reatância síncrona é: Xs (etf) = ( ) ( )cc l' etf E a f → Reatância síncrona (não saturada) Onde os índices (etf) indicam condições de linha de entreferro. Para funcionamento em tensão nominal ou perto dela, às vezes supõe-se que a máquina é equivalente à outra não saturada, cuja característica de magnetização é uma linha reta passando pela origem e o ponto de tensão nominal na característica de circuitoaberto, de acordo com esta aproximação, o valor saturado da reatância síncrona sob tensão Vt é: XS = )cc( l' V a t → Reatância síncrona (saturada) Onde I”a (cc) é a corrente de armadura 0’c lida na característica de curto-circuito à corrente de campo 0f’ correspondente a vt na característica de circuito aberto. Este método de manipular os efeitos da saturação dá resultados satisfatórios, quando não se necessita de grande precisão. A relação de curto-circuito é definida como a relação entre a corrente de campo para obter tensão nominal em circuito aberto, e a corrente de campo necessária para a Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET64 corrente nominal de armadura em curto-circuito. Isto é, a relação de curto-circuito RCC é : RCC = " ' Of Of → Relação de curto-circuito Pode-se demonstrar que a relação de curto-circuito é o inverso do valor por unidade da reatância síncrona saturada obtendo-se os valores através do gráfico corrente de excitação (Iex) x tensão de circuito aberto (Vca), corrente de excitação (Iex) x corrente de armadora em CC (Iacc). Os seguintes dados são tomados das características de circuito aberto e de curto- circuito de uma máquina síncrona de 45 KVA trifásica, ligada em Y, 220 Volts (tensão de linha), 6 pólos, 60 Hz: Lex X Vca Lex X lacc Da característica de circuito aberto: Tensão de linha = 220V Corrente de Campo = 2,84A Da característica de curto-circuito: Corrente de Armadura, Ampères = 118V/152A Corrente de Campo, Ampères = 2,20/2,84A Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 65 Da linha de entreferro: Corrente de campo = 2,20A Tensão de linha = 202V Exemplo Calcular o valor não-saturado da reatância, o valor saturado à tensão e a relação de curto-circuito. Expressar a reatância síncrona em Ohms por fase e também por unidade, tomando os dados de chapa como base. Solução A uma corrente de campo de 2,20 Ampères , a tensão de fase da nilha de entreferro é: Ef (etf) = 3 202 = 116,7V e, para a mesma corrente de campo, a corrente de armadura em curto-circuito é: Ia(cc) = 118A Da equação Reatância síncrona (não saturada) Xs (etf) = 118 116,7 = 0,987Ω por fase Note-se que a corrente de armadura nominal é ( ) 220 . 3 45.000 = 118A Portanto, la (cc) = 1,00 por unidade. A tensão correspondente na linha de entreferro é: Ef (etf) = 220 202 = 0,92 p.u. Reatância síncrona (não saturada) XS (etf) = 1,00 0,92 = 0,92 p.u. Das características de circuito aberto e curto-circuito obtém-se: ( ) 152 . 3 220 = 0,836 Ω/fase Em por unidade, l’a (cc) = 152/118 = 1,29 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET66 Desta forma obtém-se a reatância em curto-circuito p.u. 0,775 1,29 1,00 XS == Das características de circuito aberto e curto-circuito obtém-se a relação de curto- circuito ou saturada em p.u. p.u. 1,29 2,20 2,84 RCC == Características de funcionamento em regime permanente As principais características de funcionamento em regime permanente são as relações entre a tensão terminal, a corrente de campo, a corrente de armadura, o fator de potência e o rendimento. As curvas características que são de importância em aplicações práticas são as apresentadas aqui. O motor síncrono pode operar com excitação de campo variada, bastando com isso ter um controle de excitação de campo. Considere-se um gerador síncrono alimentando a freqüência constante uma carga, cujo fator de potência é constante. A curva que mostra a corrente de campo necessária para manter a tensão terminal nominal conforme é alterada a carga, mantendo o fator de potência constante, como apresentada na figura a seguir. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 67 Se a corrente de campo for mantida constante enquanto a carga varia, a tensão terminal também variará. As curvas características de tensão terminal, traçadas em função da corrente de armadura, para três fatores de potência constantes, são mostradas na figura abaixo. O fator de potência ao qual um motor síncrono funciona e a corrente de armadura, podem ser controlados pelo ajuste da corrente de excitação de A curva que mostra a relação entre a corrente de armadura e a corrente de campo a uma tensão terminal constante e com uma carga constante no eixo é conhecida como a curva V, devido a sua forma característica. Uma família de curvas V é mostrada na figura a seguir. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET68 Para potência de saída constante, a corrente de armadura é, naturalmente, mínima ao fator de potência unitário, e aumenta conforme o fator de potência decresce. As linhas tracejadas correspondem aos pontos de fator de potência constante. Elas são as curvas compostas para o motor síncrono, mostrando como a corrente de campo deve ser alterada conforme a carga varia, a fim de manter o fator de potência constante. Os pontos à direita da curva composta de fator de potência unitário correspondem à sobre-excitação e à corrente adiantada na entrada; pontos à esquerda correspondem à subexcitação e à corrente atrasada na entrada. Características de ângulo de carga em regime permanente A máxima sobrecarga momentânea, que uma máquina síncrona pode suportar, é determinada pelo máximo conjugado que pode ser aplicado sem perda de sincronismo. Para isto, deve-se levar em consideração o ângulo máximo de potência, que é a diferença entre a tensão gerada e a tensão na carga. Caso a potência requerida pela máquina ultrapasse seu limite, ocorrerá perda de sincronismo, e danos ao equipamento. A figura que segue, mostra o circuito simples compreendendo duas tensões alternadas E1 e E2 ligadas por uma impedância Z através da qual a corrente é I. O diagrama fasorial é mostrado na figura que segue, para um dado ângulo de carga ∂ (delta). Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 69 Onde: E1 - Tensão na saída do gerador E2 - Tensão na carga I - Corrente na Linha O máximo valor de potência a ser fornecida pela máquina, é fornecido pela equação de potência em função do ângulo de carga e quando o ângulo de potência for 90º o valor da potência é fornecido pela equação de potência máxima de motor. ∂= seno . X E . E Pmax S 21 → Potência do motor em função do ângulo de carga Quando o ângulo de carga for de 90º sen 90º = 1 1 . X E . E Pmax S 21= → Potência máxima do motor Exemplo Um motor síncrono de 2000 HP, fator de potência 1,0 trifásico, ligado em Y, 2300 V, 30 pólos, 60 Hz, tem um reatância síncrona de 1,95 Ohms por fase. Para os objetivos deste problema todas as perdas podem ser desprezadas. a. Calcular o conjugado máximo em Newton-metros que este motor pode fornecer se ele é alimentado por uma fonte de tensão constante e freqüência constante, comumente chamada barramento infinito, e se a excitação de campo é constante, no valor que resultaria e, fator de potência unitário potência nominal. b. Em lugar do barramento infinito, suponha-se que o motor é alimentado por um turbogerador trifásico, ligado em Y 2300 V, 1750 KVA, 2 pólos, 3600 R.P.M., cuja reatância síncrona é 2,65 Ohms por fase. O gerador é acionado à velocidade nominal, e as excitações de campo do gerador e motor são ajustadas de modo que o motor gira a fator de potência 1,00 e tensão terminal nominal a plena carga. As excitações de campo das duas máquinas são então mantidas constantes, e a carga mecânica sobre o motor síncrono é gradualmente aumentada. Calcular o conjugado máximo do motor nestas condições. Calcular também a tensão terminal quando o motor está fornecendo conjugado máximo. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET70 Solução Embora esta máquina seja sem dúvida do tipo de pólos salientes, nós resolveremos o problema pela teoria simples para o rotor cilíndrico. A solução conseqüentemente desprezao conjugado de relutância. A máquina realmente desenvolverá um conjugado máximo, algo maior do que o valor calculado aqui. a. O circuito equivalente e o diagrama fasorial são apresentados nas figuras que seguem. Onde Efm é a tensão de excitação do motor e Xsm é sua reatância síncrona. Das especificações do motor com as perdas desprezadas: Potência aparente nominal = 2000 x 746 = 1492 KVA Tensão nominal = fase1330V / 3 2300 = Corrente nominal = 1330 3 10 . 1492 3 = 374 A 730V/fase 1,95 x 374 Xsm x la == Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 71 Do diagrama fasorial para plena carga: Efm = ( )2sma2t X x l V + V1515 730 1330 E 22fm =+= Quando a fonte de potência é um barramento infinito e a excitação de campo é constante, Vt e Efm são constantes. Substituindo Vt em lugar de E1, Efm em lugar de E2 e Xsm em lugar de X, equação 2.18, então fornece: fase / Watts10 . 1030 1,95 1515 x 1330 X E x V Pmax 3 sm fmt === fases. três as para3090Kw maxP = Para os 30 pólos, a velocidade síncrona em rad/seg. Rpm 240 15 60 x 60 ns == ω = 2 x Π x 60 240 = 25,13 rad / seg (velocidade angular) metros-Newton 10 . 123 25,13 10 . 3090 ω Pmax Tmax 3 3 === Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET72 b. Quando a fonte de potência é o turbo gerador, o diagrama pode ser representado conforme gráfico a seguir. Efg é a tensão de excitação do gerador e Xsg é a reatância síncrona. O diagrama fasorial a plena carga do motor, fator de potência 1,00, é mostrado na figura a seguir. Vt = 1330 V Efm = 1515 V A queda de tensão na reatância síncrona do gerador é: 991V 2,65 x 374 X x l sga == E do diagrama fasorial: ( ) V1665 X x l V E 2sga2tfg =+= Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 73 Como as excitações de campo e velocidades das duas máquinas são constantes, Efg e Efm são constantes. Substituindo Efg em lugar de E1, Efm em lugar de E2, e Xsg = Xsm em lugar de X, a equação de Potência Máxima, então fornece: fase / Watts10 . 545 4,60 1515 x 1655 X x X E x E Pmax 3 smsg fmfg === fases três as para 10 . 6351 maxP 3= O conjugado máximo do motor será: metros-Newton 10 . 65 25,13 10 . 1636 ω Pmax Tmax 3 3 === O sincronismo seria perdido se um conjugado de carga maior do que este valor fosse aplicado ao eixo do motor. O motor iria entrar em estol, o gerador tenderia a disparar, e o circuito seria aberto pela ação de disjuntores. Com excitações fixas, a potência máxima ocorre quando Efg se adianta a Efm em 90o. Deste diagrama fasorial: ( ) 2240V E E X X x l 2fm2fgsmsga =+=+ A488 4,60 2240 la == V951 1,95 x 488 X x l sma == ( ) 0,676 2240 1515 XX l Ef α cos ssga ==+= ( ) 0,739 2240 1655 X X l Ef α cos smsga ==+= A equação fasorial na forma retangular para a tensão terminal é: Vt = Efm + j la . Xsm → Efm - (la . Xsm . Cos α + j la . Xsm . sen α) Vt = 1515 - (643 - j 703) O módulo de Vt é: Vt = 1120V com relação ao neutro Vt = 1120 x 3 = 1940 V, tensão de linha Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET74 Quando a fonte é turbo gerador, o efeito de sua impedância produz decréscimo na tensão terminal com carga crescente, reduzindo assim a potência máxima de 3090 Kw na parte a 1635 Kw. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 75 Defeitos internos nos motores de corrente contínua Além dos defeitos externos, provocados por falhas nas ligações já estudadas, podem ocorrer também os seguintes defeitos internos nos motores de C.C. Faiscamento nas escovas As escovas são responsáveis, na maioria das vezes, pelo faiscamento que se origina entre elas e o coletor. Caracterizam uma boa escova a sua resistência ao desgaste, ao aquecimento e à fricção e sua condutibilidade elétrica. As máquinas que trabalham com baixas correntes e tensão não muito elevada suportam escovas semiduras de carvão que contêm pouco grafite e são de baixo preço. Para máquinas de grande potência e alta velocidade, a construção será boa com o uso de escovas com alta porcentagem de grafite e preço elevado. Em máquinas de grandes correntes e baixa tensão usam-se escovas compostas de uma mistura de carvão e cobre comprimidos. Escovas fora da linha neutra Ajuste as escovas no plano de comutação. Isolamento defeituoso entre escovas Desmonte o porta-escovas, verifique a isolação e dê polimento cuidadoso nos isolantes que separam as escovas da máquina. Pressão irregular das escovas Verifique o porta-escovas e regule a pressão das escovas. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET76 Mau contato das escovas com o coletor Verifique a superfície de contato das escovas. Coloque sobre o coletor uma lixa fina e, sobre ela, apoie as escovas sob pressão. Gire o eixo com a mão, procurando ajustar as escovas para que todas suas superfícies apoiem-se sobre o coletor. Coletor sujo ou com a superfície irregular O faiscamento neste caso é intermitente. Quando sujo, desengraxe com benzina ou dê um polimento com lixa fina. No caso de ser a superfície rugosa, desmonte a máquina e leve-a a um torno para dar-lhe um breve desbaste. Tenha cuidado para que as lâminas do coletor não se tornem muito finas. O melhor é retificar com rebolo de carborundo de grãos finos. Enrolamento do induzido com solda defeituosa ou dessoldado do coletor O faiscamento devido à solda defeituosa provoca um escurecimento nas lâminas correspondentes. Quando as pontas forem dessoldadas, o faiscamento aparece em outras duas lâminas consecutivas. Desmonte o induzido a faça a prova de continuidade. Esta se faz enviando-se corrente contínua de baixa tensão às lâminas onde deveriam estar as escovas. A seguir, mede- se, com o milivoltímetro, a tensão entre duas lâminas adjacentes e assim por diante. As leituras devem ser iguais, salvo nas pontas defeituosas em que a tensão venha a ser diferente de zero. Refaça ou efetue a solda. Curto-circuito no induzido Este defeito pode ser provocado devido a um aquecimento excessivo ou por um isolamento fraco ou defeituoso. O curto-circuito do induzido, além do faiscamento, provoca um consumo de corrente maior que o normal, que pode provocar a queima do enrolamento. A localização deste defeito se faz com a prova eletromagnética (com o eletroimã). Substitua as bobinas defeituosas ou, se necessário, refaça o enrolamento. Enrolamento do induzido ligado à massa Com uma lâmpada de prova, verifique se há contato entre condutores e massa. Localize a bobina defeituosa ou isolada e substitua-a por outra, nova, conforme a necessidade. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 77 Curto-circuito no indutor ou dissimetria do fluxo A extracorrente de abertura, devido ao fenômeno de auto-indução, é a maior responsável pelo curto-circuito provocado no indutor. O curto-circuito nos indutores também pode ser provocado por causas acidentais como umidade, excesso de aquecimento, etc. A dissimetria do fluxo pode ter como origem curto-circuito entre algumas espiras ou desigualdade de espiras nos pólos. Este defeito é mais acentuado nos motores com o enrolamento do induzido em paralelo. Verifique o defeito com lâmpada de prova e eletroimã e proceda à reparação. Excesso de velocidade Bobina de campo interrompida. Localize o defeito e repare-o. Mica saliente Provoca falta de corrente contínua entre coletor e escovas, causando, além de faiscamento, funcionamento rumoroso. Rebaixe a mica. Aquecimento anormal Mancais ou rolamentos gastos Verifique a folga nos mancais e rolamentos e proceda à reparação do mancal ou substitua o rolamento. Defeitos da lubrificação Verifique os órgãos da lubrificaçãoe repare-os. Defeito de ventilação Verifique o funcionamento da ventilação e repare-o. Umidade ou óleo nos enrolamentos Umidade ou óleo nos enrolamentos baixam a resistência de isolamento, provocando aquecimento anormal na máquina. Quando a máquina fica depositada em lugar pouco arejado e úmido, os enrolamentos adquirem umidade. É de boa norma efetuar-se um teste de isolação antes de se colocar a máquina em funcionamento. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET78 No caso do óleo lubrificante escorregar dos mancais, este penetra nos enrolamentos; aqui também é necessário efetuar-se um teste de isolação, pois tanto a umidade quanto o óleo lubrificante estragam o verniz dos enrolamentos. Para reparar estes inconvenientes, é necessário colocar-se a máquina em estufa, tendo-se o cuidado de retirar as partes que podem se danificar com a temperatura que vai, aproximadamente, a 100ºC. Em alguns casos, torna-se necessário efetuar-se novo envernizamento nos enrolamentos. Curto-circuito do induzido Pode ser por contato entre lâminas ou entre elas e a massa, provocado pela falta ou má isolação, ou ainda por material condutor interposto, provocando elevado aquecimento em todo o enrolamento. Também espiras em curto-circuito podem ser causa de aquecimento. Verifique o defeito com lâmpada de prova e eletroimã e repare-o Curto-circuito nos enrolamentos dos campos Um curto-circuito, mesmo pequeno, provoca aumento da corrente de excitação e, por conseguinte, a corrente se eleva. Com um eletroimã, localize o defeito e repare-o. O motor não arranca Mancais ou enrolamentos gastos A folga existente nas partes que suportam o eixo do motor provoca atração do induzido contra as expansões. Verifique o defeito e repare-o. Interrupção ou curto-circuito no induzido ou no indutor Com uma lâmpada de prova e eletroimã, verifique o defeito e repare-o. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 79 Teste de máquina de corrente contínua Estas máquinas, tanto os geradores quanto os motores, devem ser testadas à medida que suas partes estão sendo reparadas: armadura, mecanismos dos porta-escovas, enrolamentos da carcaça em série, em paralelo ou interpolos, etc. Porém, convém sempre fazer um teste final com a máquina funcionando na modalidade em que foi concebida: gerador ou motor. Primeiramente, o teste deve ser feito sem carga e, depois, dentro das possibilidades da oficina, com carga. Convém lembrar que se deve ter todo cuidado ao se energizarem as máquinas de C.C, principalmente aquelas com conexões que podem disparar. Motores Os motores de C.C. podem ser testados, a exemplo dos motores de C.A. assíncronos, no freio de Prony. Deve-se, neste caso, ter uma fonte de C.C. compatível com a tensão e potência do motor a ser testado. Deve-se ligar o motor para a conexão recomendada pelo fabricante, colocar carga gradativamente, com os valores indicados nos instrumentos, e traçar uma curva da rotação, colocando-se, no eixo X, a potência em KW e, no eixo Y, a tensão elétrica. Compara-se a curva com as curvas características da conexão e ainda calcula-se o rendimento em porcentagem. Geradores Os geradores de C.C. podem ser testados desde que acoplados convenientemente a um motor, com rotação e potência compatíveis a seus dados de placa. Fazem-se todas as verificações prévias, tanto mecânicas quanto elétricas, como se fazem para os motores. Conectam-se o gerador de acordo com as ligações recomendadas pelo fabricante; liga-se o motor no sentido indicado para o gerador, coloca-se carga Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET80 gradativamente e, com os dados colhidos, traça-se a curva de rotação sobre o eixo x, colocando-se a potência, e no eixo y, colocando-se a tensão elétrica. Observe o gráfico abaixo. A carga colocada pode ser lâmpadas incandescentes, fogareiros ou soldadores com tensão compatível à gerada. Analisa-se se a curva levantada está de acordo com as características da ligação executada no gerador. O rendimento pode ser calculado a partir dos dados do motor. Alguns geradores, por ficarem muito tempo parados para reparos, poderão perder o magnetismo residual de seus núcleos. Então, será necessário fazer circular uma corrente contínua em seus bobinados em série para criar o campo inicial magnetizante. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 81 Verificar a relação de transformação Esse ensaio tem como objetivo verificar a relação de transformação de transformadores. Procedimentos 1. Medir a resistência ôhmica no transformador, conforme indicações no esquema abaixo. 2. Montar o circuito abaixo: Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET82 3. Alimentar o enrolamento primário com valores de 110 V, 80 V e 55 V, e verificar os valores de tensão e corrente no secundário. 4. Repetir o item anterior substituindo o resistor R1 = 1K ., por R2 = 470. 5. Determinar a relação de transformação do transformador. 6. Montar o circuito a seguir. 7. Desenhar as formas de onda observadas no osciloscópio das tensões primárias (CH1) e secundária (CH2). 8. Determinar a defasagem entre as tensões secundária e primária. 9. Montar o circuito a seguir e medir a tensão do secundário. 10. Justifique o valor encontrado. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 83 Determinar perdas no ferro Determinar as perdas no ferro do transformador e os parâmetros do circuito equivalente. Procedimentos 1. Montar o diagrama abaixo: 2. Aplicar a tensão nominal no primário com o secundário em aberto. 3. Calcular os parâmetros do circuito equivalente. cRm = → I P Rm 2 0 0= I V Zm 2 0 0= Xm = Rm Zm 22 − cosϕ0 = 00 0 I.V P Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET84 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 85 Determinar perdas no cobre Determinar as perdas no cobre do transformador, e os parâmetros do circuito equivalente. Procedimentos 1. Montar o diagrama abaixo: 2. Variar a tensão no primário até a corrente no secundário atingir o valor de corrente nominal do secundário. 3. Anotar os valores de: • Tensão; • Corrente; • Potência. Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET86 4. Calcular os parâmetros do circuito equivalente. 2 1 1 1 I P R = 1 1 1 I V Z = 2 1 2 11 RZX −= cosϕ1 = 11 1 I.V P Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET 87 Verificar a resistência de isolação de transformador Medir a resistência de isolamento de um transformador e interpretar os valores encontrados. Procedimentos 1. Montar o circuito abaixo: 2. Utilizando o megôhmetro, efetuar as seguintes medições: • H1 → massa • H2 → massa • H3 → massa • X1 → massa • X2 → massa • X3 → massa • H1 → X1 • H2 → X2 • H3 → X3 Ensaios de máquinas elétricas SENAI-SP - INTRANET88 3. Faça um comentário a respeito dos valores encontrados. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
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