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1 GERTRUDES PEREIRA SOARES SIMONE APARECIDA FERNANDES SCHUENCK TEREZINHA LÚCIA DA SILVA SÁTIRO DEFICIÊNCIAS MULTIPLAS (FÍSICA E MENTAL): INCLUSÃO NO ENSINO REGULAR IBAITI 2014 2 Gertrudes Pereira Soares Simone Aparecida Fernandes Schuenck Terezinha Lúcia da Silva Sátiro DEFICIÊNCIAS MULTIPLAS (FÍSICA E MENTAL): INCLUSÃO NO ENSINO REGULAR Monografia apresentada ao Curso de Pós Graduação, do ESAP – Instituto de Estudos Avançados e Pós Graduação e UNIVALE – Faculdades Integradas do Vale do Ivaí, como requisito parcialpara a obtenção de Especialista. Orientador (a): ProfessoraMaria Cristina Carreira do Valle Ibaiti 2014 3 GERTRUDES PEREIRA SOARES SIMONE APARECIDA FERNANDES SCHUENCK TEREZINHA LÚCIA DA SILVA SÁTIRO DEFICIÊNCIAS MULTIPLAS (FÍSICA E MENTAL): INCLUSÃO NO ENSINO REGULAR Monografia apresentada ao Curso de Pós Graduação, do ESAP – Instituto de Estudos Avançados e Pós Graduação e UNIVALE – Faculdades Integradas do Vale do Ivaí, como requisito parcial para a obtenção de Especialista. COMISSÃO EXAMINADORA ______________ NOTA _________________________________________ Professor avaliador _________________________________________ Secretaria _________________________________________ Secretaria Ibaiti, 18 de agosto de 2014 4 DEDICATÓRIA Dedico o presente trabalho primeiramente a Deus que nos deu força e nos abençoou durante o decorrer do curso e durante a elaboração deste trabalho. Dedicamos também aos nossos familiares que estiveram sempre conosco durante o decorrer deste curso. 5 AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus pela presença constante em nossas vidas. Agradecemos aos nossos familiares, obrigada pela paciência e companhia em todos os momentos de nossas vidas. Agradecemos aos nossos amigos que fizeram e fazem parte de nossas vidas como companheiros. Agradecemos aos professores e a nossa orientadora Prof.(a). Maria Cristina Carreira do Valle que fez deste momento único e de extrema importância em nossas vidas, o nosso muito obrigado. 6 “Nós não devemos deixar que as incapacidades das pessoas nos impossibilitem de reconhecer suas habilidades” – Hallahan e Kauffman, 1994. 7 SOARES, Gertrudes Pereira, SCHUENCK, Simone Aparecida Fernandes, SÁTIRO, Terezinha Lúcia da Silva. Deficiências Múltiplas (física e mental): inclusão do MD no ensino regular. ESAP – Instituto de estudos Avançados e Pós Graduação e UNIVALE – Faculdades Integradas do Vale do Ivaí. Monografia de curso de pós- graduação Lato Sensu em Deficiência Intelectual/Mental e Múltiplas. Ibaiti. 2014. RESUMO O presente trabalho versa sobre a inclusão escolar da criança com deficiência múltipla, com enfoque especial a deficiência física e mental, tendo como pressuposto a inclusão desse aluno no ensino regular. O objetivo principal do estudo é discutir a urgente necessidade de inclusão da criança com necessidades especiais na escola comum, no sentido de que este um dos caminhos principais, para alcançar uma sociedade mais justa e igual para todos em direitos e oportunidades, e como consequência, efetivar os princípios constitucionais da igualdade, da dignidade e da não discriminação. Para conduzir a argumentação, examinam-se a legislação pertinente sobre o processo de inclusão escolar, pesquisando em fontes sobre o assunto. Com ênfase na necessidade de romper barreiras que impossibilitam a inserção da criança com deficiência no ensino regular, com base em posturas e comportamentos estereotipados e preconceituosos, que, há muito tempo, vem legitimando toda forma de exclusão. Propõem-se mudanças atitudinais urgentes por meio de propostas de ações afirmativas, como forma de efetivar a inclusão escolar, ressaltando que a pior forma de segregação é aquela que marginaliza a pessoa em qualquer ambiente, o qual dificulta a aproximação e o contato natural com a interação social. Por fim, o processo de inclusão exige profundas mudanças com o único fim de melhorar a qualidade da educação, seja ela para os alunos com ou sem necessidades físicas e mentais. Palavras-chave: Inclusão escolar; Deficiência Múltipla; Deficiência física e mental; Processo de Inclusão. 8 LISTRA DE ABREVIATURA E SIGLAS AAIDD – Associação Americana de Deficiência Intelectual e de Desenvolvimento. AEE – Atendimento Educacional Especializado CENESP – Centro Nacional de Educação Especial DF – Deficiência Física DM – Deficiência Mental IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LDBEN – Lei de Diretrizes Bases da Educação MD – Múltiplas Deficiências MEC – Ministério da Educação e Cultura ONU – Organização das Nações Unidas PNE – Plano Nacional de Educação SEE – Secretaria de Educação Especial UNESCO – Organização das nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................10 1 EDUCAÇÃO ESPECIAL: HISTÓRIAS E LEIS .....................................................12 1.1 Leis que norteiam a Educação Especial...............................................................15 2 DEFICIÊNCIAS MULTIPLAS (FÍSICA E MENTAL)...............................................21 2.1 Deficiência Mental................................................................................................24 2.2 Deficiência Física.................................................................................................27 3 INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA MULTIPLAS..................................29 3.1 Aluno com Deficiência Múltiplas no Ensino Regular............................................31 CONCLUSÃO............................................................................................................39 REFERÊNCIAS..........................................................................................................41 10 INTRODUÇÃO A inclusão escolar configura-se como um desafio as escolas brasileiras diante do seu sistema e principalmente para os educadores, que se tornam personagens principais para o sucesso da verdadeira inclusão escolar. Os problemas que envolvem este processo de inclusão vão das dificuldades estruturais, organizacionais, motivacionais por parte dos professores até curriculares somados a dificuldades de aceitação e quebra de paradigmas. Por maiores que seja as necessidades de incluir e não apenas integrar, se faz presente em nossos dias primeiro por amparo legal e depois por entender que todos os envolvidos neste processo de inclusão escolar se beneficiam, os alunos pela convivência e com isso aprendem a respeitar a todos. Os professores, pois são desafiados a uma pratica mais consistente, afinalo processo ensino e aprendizagem deve ocorrer com eficiência para todos os envolvidos. Diante deste quadro o presente trabalho tem por objetivo da ênfase no processo de inclusão do Deficiente Múltiplo (MD) física/mental no ensino regular, verificando se a escola realmente está preparada para este processo de inclusão escolar, com o intuito de saber até que ponto essas crianças são aceitas e como é feito o processo de integração, ou seja, como as escolas trabalhão com essas crianças, de que forma os professores atuam em sala e se eles estão preparados para lidar com essas crianças. Este texto está organizado em três momentos distintos, porém interligados entre si. No primeiro, contextualizam-se os aspectos históricos da inclusão. No segundo momento apresenta-se, de forma sucinta, o conceito das deficiências. No terceiro, trata do processo de inclusão do aluno com deficiência múltipla, conceituando e fundamentando-se no processo de inclusão deste aluno no ensino regular. E finalmente, é apresentada a conclusão da pesquisa. Portanto é de fundamental importância ressaltar que a educação é uma das formas de participação popular que permite ao individuo portador de qualquer tipo de deficiência seja ela Física, Mental ou outras, a integração com o contexto ao qual faz 11 parte, ou seja, é possibilitar-lhe o crescimento. Salientando que é necessário e urgente fazer com que a integração evolua do discurso para ação. 12 1 EDUCAÇÃO ESPECIAL: HISTÓRIA E LEIS A educação inclusiva realmente é um dos maiores desafios de nossa sociedade, vivenciada de maneira mais efetiva desde a década de 70, ela envolve aluno, escola e família. Para compreender melhor o processo atual de inclusão escolar, é necessário entender como a pessoa com deficiência foi vista ao longo de nossa história. Diante disso temos, na idade antiga, segundo Miranda (s.d) uma ausência total às pessoas com deficiência e na sua maioria eles eram exterminadas. Isto associado a um pensamento cristão, pois muitos acreditavam e atribuíam essa diferença a um castigo divino, “Para outros hierarcas a condição de cristãos dos deficientes, os torna culpados, justo castigo do céu por pecados seus ou de seus descendentes” (PESSOTTI,1984). Na Grécia e em Roma, as pessoas com deficiência eram mortas ou abandonadas e os pais também cometiam assassinato de seus próprios filhos no ato do nascimento, quando se detectava a deficiência, tudo isso amparado por lei, pois na concepção Greco-romana, o Estado tinha o direito de não permitir que qualquer família permitisse a vida de crianças com deficiências. (AMARAL, 1997). As maiores dificuldades encontradas pelas pessoas com deficiências eram a educação, então o médico Benjamim Rush, de 1700, foi o primeiro norte-americano a introduzir a idéia de educação para pessoas com deficiência, mas somente em 1817 que Thomas Gallaudett, estabeleceu o “Asilo Norte-Americano para a Educação e Instrução de surdos e mudos”. As instituições para pessoas com deficiência continuaram a crescer em número e tamanho durante o final do século XIX até a década de 1950, ao mesmo tempo em que surgia uma nova tendência de escola conhecida com “escolas comuns”, nas quais a maioria das crianças eram educadas, embora vários grupos de crianças fossem excluídas das escolas publicas regulares. Entre 1814 e 1918, todos os estados legislaram o ensino obrigatório e as escolas públicas atraíram enorme quantidade de recursos para seu desenvolvimento (RURY, 1985; U. S. BUREA OF THE CENSUS, 1975; U. S. DEPARTAMENTO EDUCATION, NATIONALCENTER FOR EDUCATION STATISTICS, 1991). Pelo mundo, podemos citar que este assunto também foi discutido e aprimorado na Escandinávia em 1972, pelo líder Wolfensberger, com o Princípio de 13 Normalização da Educação Especial, o mesmo defende que todas as pessoas com deficiências têm o direito de usufruir de condições mais normais possíveis (BATISTA E ENUMO, 2004). Como vimos até aqui, durante muito tempo pelo mundo, a pessoa com algum tipo de deficiência era excluída e muitas vezes eliminada. Os indivíduos com deficiência, vistos como “doentes” e incapazes, sempre estiveram em situações de maior desvantagem, ocupando, no imaginário coletivo, a posição de alvos da caridade popular e da assistência social, e não sujeitos de direitos sociais, entre os quais se inclui o direito a educação (TAVARES FILHO, s.d. p.3-4). Então vamos neste momento relatar de forma breve como se deu a história da Educação Especial no Brasil. Em nosso país, as pessoas com deficiência começaram a ser atendidas com a criação de duas instituições localizadas no Estado do Rio de Janeiro, 1854 – o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atual Instituto Benjamim Constant IBC) e em 1857 – o Instituto dos Surdos e Mudos (hoje Instituto Nacional da Educação dos Surdos INES). No início do século XX é fundado o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE (BRASIL, 2007). Destacamos então, que as grandes tendências pela educação especial surgem em meados do século XX, quando a direção pedagógica do atendimento educacional dessas pessoas torna-se mais evidente, a princípio mais voltada para um atendimento médico, mas atrelado a uma discussão e preocupação com a educação e inclusão social destas pessoas na sociedade. Na década de 50 surgem às primeiras escolas especializadas e as classes especiais, predominavam a concepção científica da deficiência acompanhada pela atitude assistencialista, contando para isso com instituições filantrópicas de atendimento aos alunos com deficiência (BRASIL, 2006). 14 A educação especial no Brasil é marcada então por dois períodos, 1854 a 1956, por iniciativas oficiais, particulares e isoladas; e de 1957 a 1993 por iniciativas oficiais e de âmbito nacional. Na década de 70 as crianças com deficiências passam a freqüentar as classes especiais, devido ao pensamento concreto de que estes indivíduos necessitam participar de ambientes escolares, mesmo que seja por poucas horas, demonstrando novas possibilidades educacionais. [...] classes especiais em escolas públicas, visando oferecer à pessoa deficiente uma educação à parte [...] no final do século XX, por volta da década de 70, observa-se um movimento de integração social dos indivíduos que apresentavam deficiência, cujo objetivo era integrá-los em ambientes escolares, o mais próximo possível daqueles oferecidos à pessoa normal (MIRANDA, s.d. p.2) Temos agora, as décadas de 80 e 90, uma educação inclusiva que propõe uma escola responsável por criar condições de promover uma educação de qualidade para essa clientela diferenciada. [...] esse paradigma é o da inclusão social- as escolas (tanto comuns como especial) precisam ser reestruturadas para acolherem todo espectro da diversidade humana representado pelo alunado em potencial, ou seja, pessoas com deficiências físicas, mentais, sensoriais ou múltiplas e com qualquer grau de severidade dessas deficiências, pessoas sem deficiências e pessoas com outras características atípicas, etc. É o sistema educacional adaptando-se as necessidades ao sistema educacional (escolas integradas) (SASSAKI, 1998, p.9-17). Sassaki (2006), em seu artigo Inclusão: Construindo uma sociedade para todos, explica de uma forma muito clara e interessante como se deu, por meio de fazes, o desenvolvimento da história da inclusãoFase de Exclusão: período em que não havia nenhuma preocupação ou atenção especial com as pessoas deficientes ou com necessidades especiais. Eram rejeitadas e ignoradas pela sociedade. Fase da Segregação Institucional: neste período, as pessoas com necessidades especiais eram afastadas de suas famílias e recebia mantimentos em instituições religiosas ou filantrópicas. Foi nessa fase que surgiram as primeiras escolas especiais e centros de reabilitação. Fase da Integração: algumas pessoas com necessidades especiais eram encaminhadas às escolas regulares, classes especiais e salas de recursos, após passarem por testes de inteligência. Os alunos eram preparados para adaptar-se à sociedade. Fase de Inclusão: todas as pessoas com necessidades especiais devem ser inseridas em classes comuns, sendo que os ambientes físicos e os procedimentos educativos é que devem ser adaptados aos alunos, conforme suas necessidades e especificidades. 15 Temos então, um breve histórico da evolução da Educação Inclusiva no Brasil e em alguns lugares do mundo que acabou influenciando nossas ações por aqui. Agora é necessário pensarmos como a legislação da Educação Especial acontece em nosso país e direciona todas as ações inclusivas escolares e sociais da nossa sociedade. 1.1 LEIS QUE NORTEIAM A EDUCAÇÃO ESPECIAL No Brasil a implementação consistente do discurso favorável a inclusão foi influenciada por declarações e movimentos internacionais, tudo isso desde a década de 40 pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), ao longo da história, produziu inúmeros documentos internacionais norteadores de políticas públicas para seus países membros, o Brasil sendo membro e signatário desses documentos, os respeita e reconhece-os na elaboração de suas próprias políticas públicas. Dentre os documentos produzidos, destacamos: Declaração Universal dos Direitos Humanos; Declaração Mundial sobre Educação para Todos e “Plano de Ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem”; Declaração de Salamanca; Convenção da Guatemala e a Declaração de Montreal. A ONU ponta em 2010, que existem 600 milhões de pessoas com deficiência no mundo, sendo que, 400 milhões estão nos países em desenvolvimentos, incluindo aqui o Brasil, já que o Banco Mundial relata que pelo menos 79 milhões estão na América Latina, dos quais 24 milhões são brasileiros. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta e comprova tal pesquisa relatando que existem aproximadamente 3 milhões de jovens com pelo menos uma deficiência, (INCLUSÂO – REVISTA DA EDUCAÇÂO, 2010). Temos a educação inclusiva como alvo de muitos para a sua verdadeira consolidação, alicerçado nas proposições de duas declarações mundiais: em 1990 a Declaração Mundial de Educação para Todos e quatro anos depois a Declaração de Salamanca. Diante da importância destes dois eventos e suas respectivas declarações para a efetivação da inclusão no Brasil, vamos então, comentar sobre ambas. 16 A Declaração Mundial de Educação para Todos, foi aprovada em Jomtien na Tailândia, em 1990, apresentando como principal objetivo garantir o atendimento as necessidades básicas da aprendizagem de todas as crianças e seu artigo 3º a Declaração trata da universalização do acesso a educação e do principio de equidade, destacando a educação dos alunos com deficiência o documento afirma: As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadores de deficiência requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte do sistema educativo (p.4). Assim, esta Declaração deixa evidente que toda e qualquer criança, tem o direito a educação “inclusive” as crianças com qualquer tipo de deficiência. Mesmo diante de tal declaração e importância para o mundo, a exclusão ainda era presente em muitos países, o que culminou, em julho de 1994, a Conferencia Mundial de Educação, que contou com representantes de 94 países e 25 organizações internacionais, organizado pelo governo espanhol e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), tem tudo para se discutir sobre a educação e mais uma vez dar ênfase a educação integradora. Em suma a reunião proclama que as escolas regulares que estão preparadas para inclusão, constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias. Destacamos então, alguns artigos da Declaração de Salamanca, que evidencia o direito a educação e a minimização de ações discriminatórias: • Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; • Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas, • Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades, • Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades, • Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e 17 alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional (BRASIL, 2007). Para tornar nosso estudo ainda mais completo, agora vamos destacar, em ordem cronológica, as leis que nortearam todo o processo de Inclusão de crianças com Necessidades Educacionais e Especiais nas escolas regulares. Este passeio cronológico pelas leis começa em 1961, pela Lei de Diretrizes Bases da Educação Nacional (LDBEN), lei nº 4.024/61, que aponta o direito dos “excepcionais” a educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino (BRASIL, 2007). Pela Lei nº 5.692/71, que altera a anterior, define que o tratamento especial para os alunos com deficiência física, mental, ou qualquer alunos com atraso considerável de aprendizagem, não pode ser feito nas escolas regulares ou sem nenhum preparo, haja vista que a organização do sistema de ensino é incapaz de atender às necessidades especiais educacionais destes alunos e acaba reforçando o encaminhamento destes para as classes especiais (Ibidem, 2007). O Ministério da Educação e Cultura (MEC) cria em 1973, o Centro nacional de Educação Especial – CENESP – responsável pela gerencia da educação especial no Brasil, que promove ações por meio de políticas publicas de acesso universal à educação. Depois de algum tempo temos A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que estabelece em seu artigo 3º inciso IV “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Destaca ainda em seu artigo 205 que a educação é um direito de todos, garantindo pleno desenvolvimento da pessoa, o seu exercício de cidadania e qualificação para o trabalho. Seu próximo artigo (206º), inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola”, ou seja, todos têm direito a ir e permanecer em uma escola que respeita a todos (BRASIL, 2006). Em 1989, a Lei nº 7.853/89, dispõe sobre as pessoas portadoras de deficiência e sua interação social e ainda define como crime recusar a matricula de18 um estudante deficiente, isso em qualquer nível de ensino, seja ele nas escolas públicas ou privadas. Pela Lei nº 8.069/90, em 1990, O Estatuto da Criança e do Adolescente, conforme o seu artigo 55 determina aos “pais ou responsáveis a obrigação de matricular seus filhos na rede regular de ensino”, está culminando com a Declaração mundial de Educação para Todos, já mencionada no texto. Quatro anos depois temos a Declaração de Salamanca que torna-se mais um marco na luta pela inclusão para todos e em todas as escolas, mas juntamente com esta Conferência temos a Política de Educação Especial, que torna-se uma marco de retrocesso ao orientar a “integração institucional” que condiciona o acesso às classes comuns do ensino regular para os alunos que não dispõe do mesmo ritmo de aprendizagem dos alunos ditos “normais”. Em 1996, a Lei de Diretrizes Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96, no seu artigo 59 coloca que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização especifica para atender as necessidades de todos seus alunos e outros, no seu artigo 58 dispõem “o atendimento educacional especializado será feito em classes, escolas ou serviços especializados,sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular”. Em resumo a lei aponta que a educação de pessoas portadoras de deficiência deve dar-se preferencialmente na rede regular de ensino, sendo um dever do Estado e da Família promovê-la, tendo como principal objetivo que as escolas promovam o pleno desenvolvimento do educando, preparando-o para o exercício da cidadania e qualificando-o para o trabalho. O Decreto nº 3.298 regulamenta a lei nº 7.853/89 em 1999, Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define a educação especial como modalidade transversal. Em 2001, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (Resolução CNE/CEB nº2/2001), determina em seu 2º Artigo que todos os sistemas de ensino devem efetuar as matriculas de alunos com necessidades educacionais especiais, ampliando o caráter da educação especial para realizar o atendimento educacional especializado. 19 Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001). No mesmo ano, 2001, o Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001, observa que “o grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana”. No ano seguinte, pela Lei nº 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio legal de comunicação e expressão e a inclusão da disciplina de Libras como integrante do currículona formação de professores. Em 2003, é implementado pelo MEC o Programa Educação Inclusiva: que promove o direito à diversidade e apóia a transformação dos sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos. Em 2004, é lançado o documento “O acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular”, pelo Ministério Público Federal, tendo o objetivo de mostrar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão. Já em 2006, a ONU, organiza a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, tendo o Brasil como signatário, estabelece que todos os Estados Partes devem instaurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em seu 24º artigo coloca: - as pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório, sob alegação de deficiência; - as pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem; - adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sejam providenciadas; - as pessoas com deficiência recebem o apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação; e - efetivas medidas individualizadas de apoio sejam adotadas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, compatível com a meta de inclusão plena. 20 Este documento reafirma a visão de superar a oposição entre a educação regular e a educação especial. Contrariando a concepção sistêmica da transversalidade da educação especial nos diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino, a educação não se estruturou na perspectiva da inclusão e do atendimento às necessidades educacionais especiais, limitando, o cumprimento do princípio constitucional que prevê a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola e a continuidade nos níveis mais elevados de ensino (BRASIL 2007, p. 09). Depois disso, alguns decretos que reforçam esta idéia de real inclusão de pessoas com deficiências educacionais especial em escolas regulares tanto públicas quanto particulares, dentre elas destacamos: 2007 – Decreto nº 6.094/07; 2008 – Decreto nº 6.571; 2009 – Decreto nº 6.949 e ainda em 2009 – Resolução nº 4 CNE/CEB. Em 201, o Plano Nacional de Educação PNE – Um projeto de lei cuja meta pretende “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar a estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.” E por fim em 2012 – Lei nº 12.764 é instituí a Política Nacional de Proteção da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Temos então, uma pequena e resumida explanação de algumas leis, decretos e resoluções que norteiam a Educação Especial no Brasil, destacando a importância dos mesmos para uma boa efetivação da Educação Inclusiva para todos. 21 2 DEFICIÊNCIA MULTIPLAS (FÍSICA E MENTAL) O Decreto nº. 5.296 da constituição Federal, define Deficiência Múltipla como a associação de duas ou mais deficiências com mobilidade reduzida. O seu conceito varia muito no âmbito geral, ARAÚJO (2013) em seu artigo Inclusão de Portadores de Múltiplas Deficiências (MD) no Mercado do Trabalho denomina a Deficiência Múltipla: O indivíduo que possui duas ou mais deficiências primárias (mental, visual, auditiva, física), com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa, no qual serão supridas e priorizadas as principais necessidades e desenvolvidas através das habilidades básicas para o seu bom convívio em sociedade. (ARAÚJO, 2013, p.10) No Brasil o conceito de maior utilização é o do Ministério da Educação, onde caracteriza MD quem apresenta alteração completa ou parcial de uma ou mais partes do corpo, perda parcial ou total da audição e da visão, desempenho intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes os dezoito anos ou associação de duas ou mais deficiências (MEC, 2006). A classificação da Deficiência Múltipla pode ser precedida da seguinte maneira: Física e Psíquica: Na qual consiste na associação da deficiência física com a intelectual e também poderá ser defina pela ligação da deficiência física a transtornos mentais; Sensorial e Psíquica: Engloba a deficiência auditiva com a intelectual; a visual com a intelectual; auditiva com transtornos mentais e perda visual a transtornos mentais; Sensorial e Física: Consiste na associaçãoda deficiência auditiva com afísica; deficiência visual à deficiência física; Física, Psíquica e Sensorial: deficiência visual associada com física e intelectual; deficiência física ligada à deficiência auditiva e intelectual; a Deficiência física com associação a deficiência auditiva e visual. Além destes, podemos ainda salientar a deficiência múltipla sensorial, no qual abrange: a surdez com a deficiência mental; surdez com distúrbios neurológicos 22 de conduta e emocionais; surdez com deficiência física; a baixa visão com deficiência mental; abaixa visão com distúrbios neurológicos emocionais, de linguagem e conduta; abaixa visão com deficiência física; cegueira com deficiência física; cegueira com deficiência mental; cegueira com distúrbios emocionais, neurológicos, conduta e linguagem. A de se notar que a deficiência múltipla, não implica somente a aquelas crianças que nascem com algum tipo de problema e acabam caucionando outro no decorrer da vida, mais existem algumas que acabam adquirindo no parto ou durante sua existência, sendo que se não for cuidado e diagnosticado no início, pode vir a afetar diversas áreas do desenvolvimento, tanto da comunicação, quanto também intelectual psicomotora e entre outras. Neste sentido a deficiência inicial pode vir a causar outras deficiências secundárias, definindo a múltipla deficiência. Segundo Contreras& Valente (1993), a caracterização da deficiência múltipla exige a observância de certos aspectos: Têm de haver simultaneamente, na mesma pessoa, duas ou mais deficiências (psíquicas, físicas e sensoriais). Essas deficiências não têm de ter relação de dependência entre si, quer dizer, uma das deficiências não condiciona que exista outra ou outras deficiências; também não tem de haver uma deficiência mais importante do que a outra ou outras. Estabelecer a importância ou o predomínio de uma deficiência sobre a outra é difícil e não conduz a nada [...] (CONTRERAS&VALENTE, 1993, p.378). No âmbito do contexto geral é de suma importância o prognóstico rápido em ambos os casos de MD, isso é necessário para o direcionamento ao tratamento correto. Desta forma os Profissionais devem ser muito bem habilitados e especializados no assunto, vale ainda ressaltar que quanto mais rápido e mais cedo à criança ser examinada e diagnosticada, célere será seu desenvolvimento. Vivemos num País onde a maioria das famílias é carente e de poucos recursos financeiros, por isso acaba ficando difícil e mais prolongada à identificação da deficiência. O prognóstico tardinho acarreta inúmeras perdas, pois é preciso preparar a família para tal, ela é de suma importância para o bom desenvolvimento da criança com MD. A identificação da deficiência é marcante para uma melhor elaboração de estratégias e entrosamento da equipe que atenderá esta criança. Visando que a 23 educação tem um papel significativo no desenvolvimento, aprendizagem e interação familiar. O indivíduo pode, assim, ter uma deficiência, mas isso não significa necessariamente que ele seja incapaz; a incapacidade poderá ser minimizada quando o meio lhe possibilitar acessos. Na escola encontraremos alunos com diferentes diagnósticos, para os professores será importante a informação sobre quadros progressivos ou estáveis, alterações ou não da sensibilidade tátil, térmica ou dolorosa; se existem outras complicações associadas como epilepsia ou problemas de saúde que requerem cuidados e medicações (respiratórios, cardiovasculares, etc.). Essas informações auxiliarão o professor especializado a conduzir seu trabalho com o aluno e orientar o professor da classe comum sobre questões específicas de cuidados. Alunos, com níveis funcionais básicos e possibilidades de adaptação ao meio podem e devem ser educados em classe comum, mediante a necessária adaptação e suplementação curricular. Alunos com Deficiências Múltiplas essencialmente deverão receber Atendimento Educacional Especializado no espaço do atendimento educacional, será extremamente importante para a escolarização deste aluno, requerendo colaboração entre educação, saúde e assistência social: ação complementar dos profissionais nas diferentes áreas do conhecimento (neurologia, fisioterapia, fonoaudióloga, terapia ocupacional e psicologia escolar) quando necessário, fornecendo informações e orientações específicas para o atendimento às particularidades decorrentes de cada deficiência. No entanto é imprescindível que os professores admitam a disparidade e a complexidade dos diferentes tipos de deficiência, para definir estratégias de ensino que desenvolvam o potencial do aluno. De acordo com a limitação apresentada é necessário utilizar recursos didáticos e equipamentos especiais para a sua educação buscando viabilizar a participação do aluno nas situações prática vivenciadas no cotidiano escolar, para que o mesmo, com autonomia, possam aperfeiçoar suas potencialidades e transformar o ambiente em busca de uma melhor qualidade de vida. (BRASIL, 2006, p. 29). 24 2.1 DEFICIÊNCIA MENTAL O Decreto nº 5.296 de 2004, define a deficiência mental (DM) como sendo o indivíduo que possui um desenvolvimento intelectual abaixo da média, esta manifestada antes dos dezoitos anos, com limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, como: comunicação, relação social, cuidado pessoais, relacionamento, saúde, lazer, trabalho, dificuldade de aprendizagem, etc. Sendo assim, podemos enfatizar que a pessoa com deficiência intelectual ou mental é aquela que possui ausência ou disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica referente à biologia da pessoa, possuindo assim dificuldades de locomoção, percepção e relação social. Tal situação ocorre em decorrência de problemas que afetam o cérebro levando desta forma ao baixo rendimento, mais não acabam atingindo outras regiões cerebrais. Existem inúmeras causas para a deficiência mental, as mais comuns são: Genéticas – no qual decorrem durante a gestação e até o parto: desnutrição, má assistência médica à gestante, doenças infecciosas (sífilis, rubéola, toxoplasmose), Fatores tóxicos (álcool, drogas, efeitos de remédios, poluição ambiental, fumo), Fatores genéticos (alterações cromossômicas); Perinatais – Fatores que ocorrem durante o parto como: traumas e lesões durante o parto, hipóxia ou anóxia (oxigenação cerebral insuficiente), bebê prematuro ou abaixo do peso, icterícia grave; Fatores pós natal – fatores decorrentes após o parto até a adolescência, exemplos: Desnutrição, infecções, intoxicações exógenas, acidentes, infestações, etc. Problemas de saúde – Causas por motivos de algum tipo de doença como o sarampo, meningite, má desnutrição extrema e também exposição a algum tipo de veneno como chumbo e o mercúrio. A classificação da gravidade da deficiência mental segundo a Associação Mundial de Saúde, esta estabelecido em: 25 o Leve (entre 53 a 70 de QI)- Apresenta um ligeiro atraso nas aprendizagens, ou algumas dificuldades concretas, pode desenvolver aprendizagens sociais ou de comunicação, e tem capacidade de adaptação e integração no mundo laboral. o Moderado (entre 36 a 52 de QI) - Dificuldade na expressão oral, e na compreensão dos convencionalismos sociais. Apresente desenvolvimento motor aceitável. o Severa (entre 20 a 35 de QI) -Fundamentalmente necessitam que se trabalhe para instaurar alguns hábitos de autonomia, já que há probabilidade de adquiri-los. Sua capacidade de comunicação é muito primária. Podem aprender de uma forma linear, são crianças que necessitam revisões constantes. o Profundo (abaixode 20 de QI) - São pessoas com uma incapacidade total de autonomia. Os que têm um coeficiente intelectual inferior a 10, inclusive aquelas que vivem num nível vegetativo. De acordo com a Associação Americana de Deficiências Intelectual e de Desenvolvimento (AAIDD, 2002), o diagnóstico deve-se basear em três critérios: Funcionamento Intelectual; comportamento adaptativo; e idade do início da manifestação ou dos sinais que indicam o atraso do desenvolvimento. Para a definição clara da deficiência é necessário fazer um teste de QI no qual o aproveitamento deva ser inferior a 70 ou 75. Há deficiência intelectual conforme a Associação, esta definida em cinco dimensões: 1. Habilidades Intelectuais: Esta relacionada a habilidades gerais, raciocínio, compreensão da idéias, pensamento abstrato, aprendizagem, habilidade de soluções de problemas; 2. Comportamento Adaptativo: Define-se por habilidades conceituais, sociais e práticas; 3. Participação, interação e papeis sociais: Ressalta a importância da relação do individuo com o meio social e comunitário; 4. Saúde: É importante o diagnóstico da deficiência mental, com fatores etiológicos e de saúde e mental; 26 5. Contextos:Relaciona-se com as condições e a qualidade de vida do individuo. A AAIDD desde 1992 salienta a importância do apoio para a pessoa com DM, no qual desempenham um papel importante no desenvolvimento e da aprendizagem durante a vida toda. Estes apoios estão classificados da seguinte forma: a. Intermitentes- são disponíveis somente em momentos necessários de crise ou períodos de transição no ciclo de vida da pessoa; b. Limitados- Caracteriza-se como apoio em pequenos períodos de treinamento ou ações voltadas ao atendimento de curta duração, com contribuição até o final. c. Extensivos- Apoio caracterizado pela sua regularidade (ex: diariamente) em limitação temporal. d. Pervasivos- Caracteriza pelo apoio de alta intensidade, proporcionados em deferentes ambientes e por toda a vida, envolvendo uma equipe com maior número de pessoas. O diagnóstico da pessoa com DM deve ser realizado por profissionais muito bem habilitados (psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogos, etc.) com ajuda da família, pais e educadores que convivem com a criança. As observações e analises feita observa-se: O funcionamento cognitivo, ou seja, na sua capacidade de aprender, pensar, resolver problemas, encontrar um sentido no mundo, uma inteligência do mundo que as rodeias; e funcionamento adaptativo, que se baseia nas competências necessária para viver com autonomia e independência na comunidade em que se insere. É importante que a criança com deficiência mental, receba desde o começo apoio e orientações necessárias para o seu desenvolvimento cognitivo e adaptativo, o ambiente educativo (creche, pré-escola, escola) é imprescindível neste sentido. A educação prepara a criança com deficiência a enfrentar o mundo sozinho, procurando de forma consciente promover atividades que a ajudem a adquirir as capacidades básicas necessárias para sua sobrevivência. 27 Todo e qualquer aluno com deficiência mental é capaz de adquirir habilidades que os possibilitam a exercer qualquer tipo de atividade, mais para isso devem ser estimulado de forma a identificar seu potencial e conseguir se posicionar no mundo onde esta inserido. 2.2 DEFICIÊNCIA FÍSICA A deficiência física (DF) mediante o Decreto nº 3.298 de 1999, ha define sendo uma perda ou anomalia de uma estrutura psicológica, fisiológica ou anatômica que resultaem comprometimento que limita ou impede o desempenho motor da pessoa afetada. De acordo com o decreto nº 5.296 de 2004 Art. 4º, a DF consiste em uma: Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. (BRASIL, 2004) Conforme descrito pela Secretária de Educação Especial (SEE, 2006) dependendo da doença ou lesão ocorrida, esta afetando quaisquer uns dos sistemas Osteoarticular, muscular ou nervoso, isoladamente ou conjuntamente acarretará em grandes limitações físicas de graus e gravidades isoladas. As causas da deficiência física podem ser por decorrência de problemas durante a gestação, má formação do bebê ou ainda por dificuldade durante o nascimento. Além disso, pode ser causado por lesão medulares resultantes de acidentes (mergulho, por exemplo) ou problemas do organismo (derrame, por exemplo). Dependendo das causas da DF a parte neurológica que se refere à deficiência neuro motora, também pode ser afetada. Nestas circunstâncias o individuo terá dificuldades na fala, no andar, na visão, nos movimentos das mãos ou de outra parte do corpo e também de controlar seus movimentos. Mais dependendo do caso há crianças com este tipo de deficiência, poderão se locomover sozinhas 28 sem auxilio, outras, no entanto precisarão de ajuda na realização de tarefas da vida diária. A Deficiência Física pode ser classificada como: Temporária - Quando tratada, permite que a pessoa volte às condições anteriores; Recuperável - Quando diante do tratado existe uma melhora considerável ou ainda suplência por outras áreas não atingidas; Definitiva - Quando apesar do tratamento, a pessoa não apresenta possibilidades de cura, substituição ou suplência; Compensável - Permite melhora por suplência de órgãos. Ao tentar definir qualquer tipo de deficiência, no entanto, é preciso focar nas aptidões que a pessoa possui, não somente nas atividades que ela não pode realizar ou tem dificuldade de desempenhar sozinha. Na escola haverá vários alunos com vários tipos de diagnósticos. Neste sentido é importante que o professor fique a par de todas as informações e diversidades de cada caso, para que assim possa conduzir seu trabalho de maneira a definir estratégias de ensino que desenvolva o potencial desta criança. A criança com deficiência física de acordo com suas limitações deve receber recursos didáticos e matérias especiais, promovendo sua interação e desenvolvimento no ambiente escolar. Dessa maneira o aluno encontrará sua autonomia e suas potencialidades, adquirindo as habilidades necessárias para transformar e melhorar o meio onde vive. 29 3 INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA MULTIPLAS O processo de inclusão a cada dia ganha mais destaque no campo educacional, rompendo barreiras, mudando paradigmas, modificando conceitos e reestruturando as práticas pedagógicas no âmbito de atender as legislações e normas da Política Nacional de Educação. A Constituição Federal deixa bem claro, que a educação deve ser igualitária com condições de acesso a todo cidadão sem nenhuma distinção, promovendo assim “o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Proporcionando uma escola aberta a todos, com condições de acesso a todas as etapas e níveis de ensino. O Ministério da Educação salienta que a educação inclusiva deve seguir, Os princípios do direito de todos à educação e valorização da diversidade humana fundamenta a política de educação especial que orienta os sistemas de ensino para garantir o acesso de todos às escolas comuns da sua comunidade e o atendimento às necessidadeseducacionais especiais dos alunos.Considerando a heterogeneidade presente na sociedade, as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e outras. Nessa perspectiva, o desafio da educação é assegurar um ensino de qualidade que beneficie os alunos com deficiência e com altas habilidades/superdotação, com a organização de escolas que promovam a participação e a aprendizagem de todos. (MEC/SEESP, 2006). A Declaração de Salamanca designa que as escolas de ensino regular devem se planejar e se organizar a receber todos os alunos independentemente de suas deficiências, diferenças ou classes sociais, proporcionando um ambiente educacional interativo e inclusivo, direcionado a todos os indivíduos. A escola deve adaptar seu currículo de acordo com as necessidades e ritmos de cada um, procurando estratégias, recursos e atividades voltadas para cada tipo de deficiência física, mental, sensoriais ou múltiplas, disponibilizando espaços democráticos que visem às diversidades, igualdades e oportunidades. A inclusão escolar é um direito garantido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.934/96), que afirma aoferta da educação especial 30 enquanto dever constitucional do Estado deve ter início na Educação Infantil, na idade de zero a seis anos. (BRASIL, 1996). A Declaração de Salamanca (1994) afirma que toda criança tem o direito a Educação, e ela deve ser dada de forma a proporcionar as oportunidades por igual, assim atingindo e mantendo o nível adequado de aprendizagem. A educação inclusiva deve favorecer e satisfazer todos os alunos independentemente de seu comprometimento, talento, deficiência, origem socioeconômica ou cultural (STAINBACK E STAINBACK, 1999). A inclusão impõe uma escola adaptativa, tendo que se ajustarem as particularidades de cada aluno, assegurando um ensino especializado que exija mudanças no relacionamento pessoal e social, efetivando os processos de ensino e aprendizagem (MANTOAN, 1997). O conteúdo das definições abaixo é de autoria de Claudia Werneck, encontrado no primeiro volume do Manual da Mídia Legal (apud MELERO, 2002). Inclusão: a inserção é total e incondicional (crianças com deficiência não precisam “se preparar” para ir à escola regular). Integração: a inserção é parcial e condicional (crianças “se preparam” em escolas ou classes especiais para estar em escolas ou classes regulares). Inclusão: exige rupturas nos sistemas. Integração: pede concessões aos sistemas. Inclusão: mudanças que beneficiam toda e qualquer pessoa (não se sabe quem “ganha” mais; TODAS ganham). Integração: mudanças visando prioritariamente a pessoa com deficiência (consolida a idéia de que elas “ganham” mais). Inclusão: exige transformações profundas. Integração: contenta-se com transformações superficiais. Inclusão: sociedade se adapta para atender às necessidades das pessoas comdeficiência e, com isso, se torna mais atenta às necessidades de TODOS. Integração: pessoas com deficiência se adaptam às necessidades dos modelos que já existem na sociedade, que faz apenas ajustes. Inclusão: defende o direito de TODAS as pessoas, com e sem deficiência. Integração: defende o direito de pessoas com deficiência. Inclusão: traz para dentro dos sistemas os grupos de “excluídos” e, paralelamente, transforma esses sistemas para que se tornem de qualidade para TODOS. Integração: insere nos sistemas os grupos de “excluídos” que provarem estar aptos (sob este aspecto, as cotas podem ser questionadas como promotoras da inclusão). Inclusão: o adjetivo inclusivo é usado quando se busca qualidade para TODAS as pessoas com e sem deficiência (escola inclusiva, trabalho inclusivo, lazer inclusivo etc.). 31 Integração: o adjetivo integrador é usado quando se busca qualidade nas estruturas que atendem apenas as pessoas com deficiência consideradas aptas (escola integradora, empresa integradora etc.). Inclusão: valoriza a individualidade de pessoas com deficiência (pessoas comdeficiência podem ou não ser bons funcionários; podem ou não ser carinhosos etc.). Integração: como reflexo de um pensamento integrador podemos citar a tendência a tratar pessoas com deficiência como um bloco homogêneo (exemplos: surdos se concentram melhor; cegos são excelentes massagistas). Inclusão: não quer disfarçar as limitações, porque elas são reais. Integração: tende a disfarçar as limitações para aumentar a possibilidade de inserção. Inclusão: não se caracteriza apenas pela presença de pessoas com e sem deficiência em um mesmo ambiente. Integração: a presença de pessoas com e sem deficiência no mesmo ambiente tende a ser suficiente para o uso do adjetivo integrador. A educação de hoje precisa mudar seus objetivos, no intuito de que as pessoas com deficiência obtenham uma cultura suficiente para que pudessem conduzir sua própria vida. A escola inclusiva é aquela que oferece um modelo educativo onde busca estabelecer ligações cognitivas entre os alunos e o currículo, para que adquiram e desenvolvam estratégias que lhes permitam resolver problemas da vida cotidiana e que lhes preparem para aproveitar as oportunidades que a vida lhes ofereça. Portanto, para construirmos uma escola de qualidade, precisamos aprimorar a cultura da diversidade. Onde o processo de ensino aprendizagem é permanente, sendo necessário aprender novos significados e comportamentos de relações entre as pessoas, respeitando e valorizando as diferenças. 3.1 ALUNO COM DEFICIÊNCIA MULTIPLAS NO ENSINO REGULAR A inclusão de alunos com deficiência múltipla, nas escolas de ensino regular, é um fato novo a os olhos de todos, pois se trata de uma deficiência mais acentuada que as demais. Neste caso, muitas vezes os próprios pais e até mesmo os professores ficam receosos, não sabem como lidar com a situação, não acreditam que este aluno conseguirá aprender realmente. Mais para a inclusão acontecer realmente é preciso que todos participem tanto autoridades, profissionais em geral e também a família, os pais são de suma 32 importância no processo educacional, sabem e conhecem esse aluno como ninguém e poderá ajudar a escola a planejar e proporcionar a ele, as melhores condições de acessibilidade e uma educação voltada principalmente às reais dificuldades que eles possuem. A escola deve estar preparada para receber esse aluno, facilitando sua integração social, tanto com os professores e preciosamente com os demais colegas. É de fato sabido, que há pouquíssimas escolas que disponibilizam de espaço físico, recursos, matérias complementares e profissionais especializado para tal atendimento. Sendo que o professor deve adaptar o currículo, procurando focar nos assuntos mais relevantes, visando o grau de deficiência do qual esta se trabalhando. A instituição de ensino precisa dispor de sala de recursos com matérias e profissionais muito bem qualificados e especializados contribuindo na recuperação, ajudando na assimilação de assuntos não dominados em sala de aula e ainda em seu desenvolvimento de acordo com suas necessidades, promovendo a integração e participação nas salas comuns. Também vale ressaltar sobre o papel do professor itinerante, no qual se trata de um professor especializado em Educação Especial voltada a um tipo ou vários tipos de deficiências, seu papel visa proporcionar um apoio especializado ao aluno com MD. Este docente auxilia o professor regular, tanto na elaboração e planejamento das aulas com recursos adaptativos e, além disso, dá um suporte essencial na comunicação e relacionamento com os demais alunos. Montoan (2007) destaca que o aluno com deficiênciasó é capaz de desempenhar seus direitos a uma educação de qualidade, a partir do momento em que a escola tome consciência em aprimorar suas práticas pedagógicas, para que este consiga obter o aproveitamento desejável para seu desenvolvimento. Fundamenta-se assim que a ensino deve ser planejado no âmbito geral, buscando as melhores estratégias e recursos de ensino aprendizagem, visando que este aluno com deficiência, consiga vencer todos os obstáculos escolares, para assim obter o conhecimento necessário para as próximas etapas de sua vida. 33 Cada ser humano pensa, fala, age e aprende de formas diferentes, e a pessoa com deficiência múltipla também é sim, portanto é imprescindível que o professor saiba explorar de maneira significante suas potencialidades e identificando suas limitações, desde modo procurar desenvolver o método mais adequado para ajudá-lo em seu aprendizado. Cada passo no decorrer do aprendizado e do desenvolvimento do aluno deve ser muito bem planejado, começando pelas atividades menos complexas até chegar as mais difíceis. O professor deve-se observar como o aluno se comporta e se esta conseguindo se habituar e desenvolver tal atividade, a cada etapa que os alunos derem deve ser anotado diariamente, fazendo assim o seu próprio controle do progresso que cada um deles obtiver, podendo a seguir fazer um planejamento mais seguro do próximo passo a seguir, construindo desta forma uma escola de real inclusão. O processo de inclusão do individuo com deficiência múltipla, é uma etapa que requer um grande esforço por parte de todos os profissionais. É preciso que os mesmos se conscientizem da importância da integração deste aluno no ambiente escolar. Sendo que os valores sociais, culturais, e intelectuais para os mesmos são fatores determinantes para o seu desenvolvimento. A inclusão do aluno com vários tipos de deficiência não depende somente do grau de severidade “ou nível de seu desempenho intelectual, mais das possibilidades de interação, acolhida, socialização, adaptação do individuo ao grupo e principalmente, da modificação da escola para atendê-lo”. (MEC/SEED/SEESP, 2007, p. 9) Um dos grandes desafios para que a inclusão se torne uma realidade, ela depende de preparação, interação e conscientização da equipe pedagógica, bem como na formação, participação e formação de professores, no qual se faz necessários programas de formação mais significativos para uma qualificação maior desses profissionais. A escola deve se readequar, promover modificações estruturas para que se ajustem às necessidades especiais de seus alunos. 34 O Brasil defende uma educação para todos por meio de uma escola heterogenia, pluralista e acolhedora, sem olhar as diferenças. A inclusão pressupõe que as instituições se preparem para receber esses educandos com vários tipos de deficiências, revendo e reformulando currículos, adequando o espaço físico, revendo metodologias e recursos didáticos. (LOCATELLI; VAGULA, 2009, p.2). Nesta perspectiva LOCATELLI e VAGULA (2009), destacam que o sucesso escolar colabora com a inclusão e aceitação do individuo na sociedade, aumentado sua auto-estima e valorizando-o como ser humano. As oportunidades, existentes ou não, bem como dos instrumentos e medições que possam ser apropriados por estas pessoas em suas relações sociais e não resultam unicamente das deficiências biológicas que possam apresentar. Se favoráveis forem as condições sociais, a situação de deficiência será suavizada, uma vez que não serão impostas exceções à participação dessas pessoas. (ROSS, 2004, p. 204). Mediante a Declaração de Salamanca (1994, p.23): A integração e a participação fazem parte essencial da dignidade humana e do gozo do exercício dos direitos humanos. No campo da educação, essa situação se reflete no desenvolvimento de estratégias, que possibilitem uma autêntica igualdade de oportunidades. Todos são diferentes, isto é um fato inegável, e nas escolas estas diferenças estão em destaque, mas ainda é pouco vivenciada, pois encarar diferenças de pensamento, de gostos pessoais, de estilos de vida é fácil, mas quando falamos de diferenças físicas e intelectuais que condicionam o aluno a situações especiais de educação a diferença torna-se muito difícil e muitas vezes vista como impossível. A educação para todos e com todos envolvidos, faz com que os alunos se beneficiam pelas atitudes positivas, aprendem a ser mais compreensivos, respeitadores das diferenças e ainda aprendem com elas, pois reconhecem que muitas ações são limitadas por algumas deficiências. Assim todos os alunos necessitam dessa interação, para aprenderem a viver em comunidade. Nesta perspectiva, STAINBACK (1999, p.22) acrescenta: Nas salas de aulas integradas, todas as crianças enriquecem-se por terem oportunidade de aprenderem uma com as outras e conquistam as atitudes, as habilidades e os valores necessários para as nossas comunidades apoiarem a inclusão de todos os cidadãos. 35 A escola precisa então efetivar a inclusão em todas as suas especificidades, respeitando a todos e fazendo com que este momento seja único e de muita qualidade, como coloca Carvalho “As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando um sistema educacional que reconheça e atenda às diferenças individuais, respeitando as necessidades de qualquerdos alunos” (CARVALHO, 2004, p. 26). A Política nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) cria o Atendimento Educacional Especializado (AEE), de maneira a garantir uma educação de qualidade aos alunos com qualquer tipo de deficiência. Esse atendimento da possibilidade aos alunos a aprender “o que é diferente dos conteúdos curriculares do ensino comum e que é necessário para que possam ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência” (SEESP/SEED/MEC, p.22, 2010). O AEE tem a tarefa de identificar, planejar e efetuar solução para a acessibilidade, e também pedagogos que promovam a participação dos alunos incluídos no ensino regular, visando-o seu desenvolvimento e sua aprendizagem. A escola neste contexto deve apresentar todas as oportunidades possíveis para que o aluno seja incentivado de maneira a se expressar, pesquisar, inventar e reinventar, dentro do espaço educacional. As escolas precisam e devem se preparar para a inclusão, uma que seja real e não apenas com o fim próprio da interação. Uma inclusão significativa que propõe aos educandos um sentimento de pertencimento, que instiga a construção de relações identitárias do sujeito com o grupo e fazer isso acontecer nas escolas é uma tarefa bem complicada, principalmente quando se trata de incluir sujeitos com deficiência. O autor Paulo Freire relata isso com muita simplicidade: Uma das tarefas mais importantes da prática educativa-crítica é propiciar as condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva por que capaz de amar. Assunção de nós mesmos não significa a exclusão dos outros (FREIRE, 1996, p. 46). Ensinar não é uma tarefa fácil, requer tempo, formação adequada, planejamento, dedicação, motivação, amor e muito mais, mesmo porque essas especificidades tornam-se mais evidentes e necessárias quando se tem um projeto de inclusão escolar. 36 Para se incluir alunos com necessidades especiais de educação nas escolas regulares é preciso muitas mudanças: estruturais, flexibilização ou adequação do currículo, metodológicas, funcionais, profissionaise principalmente, uma mudança de valores, pois a escola em toda a sua essência não foi preparada para este momento, então a quebra de paradigmas torna-se ainda mais complexo e tudo isso deve ser feito sem perder a fundamental essência de uma educação de qualidade. Essas mudanças têm seu inicio em pequenas alterações curriculares, nas quais não necessitam de autorização ou supervisão, conhecidas como Adaptações curriculares de Pequeno Porte, ampara da pelo MEC: Respostas educativas que devem ser dadas pelo sistema educacional, de forma a favorecer a todos os alunos e dentre estes,os que apresentam necessidades educacionais especiais: a) de acesso ao currículo; b)de participação integral, efetiva e bem sucedida em uma programação escolar tão comum quanto possível; (BRASIL, 2000, p. 7). Este desafio envolve a escola toda, mas temos um agente principal o professor que muitas vezes não está preparado para as mudanças, mas precisa enfrentá-las. O professor deve estar ciente de que ele é o agente principal destas mudanças e torna-se fundamental para o sucesso delas, mesmo porque ele se beneficia com a inclusão escolar, segundo Olga Maria Rolim “o professor exercita sua competência em realizar projetos educacionais mais completos e adaptados as necessidades especificas dos seus alunos; e desenvolve a responsabilidade pela aprendizagem deles” (2008, p.22). Saviani (2001) aponta na concepção histórico-critica que o papel do professor frente a este desafio de inclusão é fundamental, uma vez que ele seja o mediador do processo de ensino e aprendizagem. E diante de tal afirmação, torna-se necessário a real participação do professor neste processo, então torna-se importante cativá-lo, incentivá-lo, motivá-lo, afinal, o sucesso desta inclusão escolar está diretamente relacionada ao bom trabalho do educador. 37 Mantoan (2006) coloca que é necessário promover a confiança dos professores com urgência em relação ao sucesso do processo de ensino aprendizagem para todos, ou seja, ele precisa acreditar mesmo que é possível, e não apenas fazê-la por obrigação legal. Carvalho (2004,p.77) acrescenta: A Letra das leis, os textos teóricos e os discursos que proferimos asseguram os direitos, mas o que os garante são as efetivas ações, na medida em que se concretizam os dispositivos legais e todas as deliberações contidas nos textos de políticas públicas. Para tanto,mais que prever há que prover recursos de toda a ordem, permitindo que os direitos humanos sejam respeitados, de fato. Inúmeras são as providências políticas, administrativas e financeiras a serem tomadas, para que as escolas, sem discriminações de qualquer natureza, acolham a todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras... Assim os professores precisam entender seu real papel frente a este processo de inclusão, e não somente entender, mas querer fazer parte disso com muita convicção que o sucesso do ensino e da aprendizagem podem ser alcançados por todos os envolvidos. Sua função é tão importante que Olga Rolim (2008, p.21) destaca: É papel do professor: - Valorizar as diferenças – ser diferente e único é uma característica de todo ser humano; - Descobrir e valorizar as potencialidades – cada um tem capacidades próprias; devem ser descobertas, proclamadas, cultivadas e exploradas; - Valorizar o cooperativismo – promover a solidariedade entre crianças com deficiência e seus colegas. O aluno sem deficiência aprende a ajudar alguém em suas reais necessidades e isto diminui tabus, mitos e preconceitos; - Mudar sua metodologia – individualizar o ensino, trabalhar de forma diversificada, avaliar permanente e qualitativamente; - Oferecer, quando necessário, serviços de apoio para suprir dificuldades individuais – alunos que necessitam devem utilizar outras modalidades de serviços: reforço, professor itinerante, sala de recursos, desde que associados ao que está aprendendo na sala regular. Para que haja sucesso na inclusão, a tarefa deve ser coletiva, não ficando somente em função do professor, mais de todos os envolvidos. Só irá obter sucesso no processo de desenvolvimento e aprendizagem do aluno com deficiência física e mental, quando todos (pais, professores, gestores, e especialistas) se conscientizarem que cada um tem um papel fundamental nesta ação. E para que o 38 mesmo aconteça há um grande trabalho a ser realizado, exigirá pesquisa, estudo, debate, avaliação, planejamento e estratégias todas formuladas em conjunto com toda a equipe. A escola trabalhando em parceria com o professor especialista e com a equipe terapêutica (fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional), no qual realiza atendimentos individuais fora da escola, com este auxilio os alunos com necessidades especiais, consegue uma melhor adaptação, interação, comunicação e possibilitando um melhor desempenho nas atividades escolares. Vale também ressaltar que o conhecimento das características do ambiente familiar e escolar, as formas de interação e expressão utilizadas pelo aluno, pelos colegas e seus cuidadores, conhecer também os interesses, necessidades e experiências vividas, constituem-se em valiosos pontos de partida para adaptar as atividades às demandas e as especularidades de cada deficiência. Mesmo com todos estes procedimentos, é importante enfatizar que este processo só poderá ocorrer se os pais obtiverem o desejo de tal realidade ocorra. Pois a família são agentes indispensáveis no processo educacional de seus filhos, ainda mais quando possuem dificuldades especiais, a presença deles é mais cobrada no ambiente escolar, afinal, a dependência destas crianças são maiores. Os pais encontram diante de si um longo caminho de obstáculos na educação de seus filhos, e a participação deles, neste processo, é o que determinará o avanço educacional destas crianças. Os pais precisam manter uma boa interação com a escola, pois isto representa um fator positivo para a inclusão escolar dos seus filhos e estes possuem conhecimentos e experiências para ensiná- los. Os alunos com deficiência necessitam de incentivo e atenção para vencer as dificuldades de aprendizagem que muitas vezes fazem com que elas desistam de estudar. Manter uma boa relação entre pais e a escola é fundamental para o sucesso da inclusão. 39 CONCLUSÃO Não há duvida de que todos precisam e têm direto a uma educação de qualidade, principalmente os alunos com deficiências múltiplas. Para a formação de verdadeiros cidadãos é indispensável à educação, e quando ela chega até os alunos com necessidades especiais educacionais deixamos claro que o respeito a sua integridade produz crescimento. A escola para todos não é fácil de ser construída em toda a sua essência, pois necessita da colaboração de muitos: sociedade, pais, educadores, secretarias e o governo em geral, e quando um projeto envolve tantas pessoas as dificuldades se atenuam. As instituições apresentam ainda falta de estruturas físicas e de materiais adequados para receber e trabalhar pedagogicamente com as diversidades, como também os professores destacam a falta de capacitação adequada e com isso a fragilidade do processo de ensino e aprendizagem se torna impossível ou muito complexo. É necessário entender a importância da inclusão nas escolas para poder cativar a todos como participantes deste processo de inclusão educacional. Mesmo porque a inclusão deve ser vista como um processo que requer etapas, tempo e análise, pois não basta ser ela garantida por lei, mas a inclusão vai além das regulamentos e dos espaços definidos como regulares ou especiais,ela refere-se ao respeito dos momentos, capacidades e necessidades dos indivíduos. As mudanças são importantes, no entanto exige esforço detodos permitindo que a escola seja vista como um ambiente de construção do conhecimento, evitando qualquer tipo de discriminação. Para que isso aconteça, a educação deverá ser aberta, procurando o favorecimento da construção durante a vida do aluno, independente de suas dificuldades, dando-lhes oportunidades adequadas para o desenvolvimento de suas potencialidades. A postura do professor de ser mudado, o seu papel deve ser redefinido para que o processo de inclusão realmente aconteça. As barreiras impostas devem ser 40 revistas, como também as políticas e práticas pedagógicas e dos processos de avaliação. É imprescindível conhecer o desenvolvimento de cada indivíduo, considerando que o processo é diferente cada aluno. A utilização de novas tecnologias, o Investimento em capacitação, atualização,e sensibilização de todos é importante para o decorrer do processo. A formação profissional do professor é significativa para aprimoramento curricular e pedagógico, proporcionando desta forma melhorias do processo ensino aprendizagem. O assessoramento ao professor é necessário na solução de problemas vivida continuamente na sala de aula, criando alternativas para beneficiar todos os alunos. Usar propostas diversificadas de conteúdos e práticas que visam melhorar a convivência entre docente e alunos. A avaliação deve ser imposta de forma continuada e permanente, dando destaque na qualidade e não na quantidade do conhecimento, favorecendo a criatividade, a cooperação e a participação. A construção do processo de inclusão escolar deve ser aberta a toda comunidade. As transformações impostas no sistema de ensino devem vir a beneficiar a todos, levando em conta as deficiências e limitações de cada ser humano. As dificuldades ainda são muitas, a inclusão desse alunado em classes comuns gera novas circunstâncias de desafios que se somam com as dificuldades já existentes, reafirmando que o processo de inclusão exige profundas mudanças com o único fim de melhorar a qualidade da educação, seja ela para os alunos com ou sem necessidades especiais. O entendimento da criança com deficiência é um direito, sendo dever do Estado e Municípios arcar com as despesas de adaptação do ambiente, recursos, materiais e formação docente para melhor atender esta clientela, afinal, educação de qualidade é direito de todos. Portanto, a inclusão só se tornará uma realidade, no momento em que todos se responsabilizem, procurando desenvolve-la com competência e preparo profissional, amor, perseverança e respeito. 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ARAÚJO, MACIEL CAMPOS DE ARAÚJO. A Inclusão do Portador de Deficiências Múltiplas no Mercado de Trabalho. 2013. Disponível em: <http://www.trabalhosfeitos.com/>. 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