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ECOLOGIA
A palavra Ecologia derivada de: oikos = casa, logos = estudo, ciência. O termo foi originalmente empregado pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel em sua obra “Generelle Morfologie der Organismen”.
Figura 1. Livro "Generelle Morfologie der Organismen" de Ernst Haeckel.
Segundo Haeckel (1866), a Ecologia é a ciência referente à “economia da natureza, ou seja, a investigação das relações totais dos animais tanto com seu ambiente orgânico quanto com seu ambiente inorgânico; incluindo acima de tudo, suas relações amigáveis e não amigáveis com aqueles animais e plantas com os quais vêm direta ou indiretamente a entrar em contato. Numa palavra, Ecologia é o estudo de todas as inter-relações complexas denominadas por Darwin como as condições da luta pela existência”.
A ecologia é a ciência que estuda a estrutura e funcionamento da Natureza, considerando que a humanidade é uma parte dela (ODUM,1988). 
Na apostila "Ecologia básica" aborda vários temas importantes como: a história e conceitos ecológicos importantes. Segue abaixo a apostila.
Apostila de Ecologia básica 
Para melhor entender alguns termos utilizados na ecologia, segue dois glossários ecológicos.
Glossário 1
Glossário 2
1. FATORES ECOLÓGICOS
Todo organismo está submetido no meio onde vive e seus agentes físicos; climáticos; edáficos (relacionados ao solo); químicos e bióticos. O fator ecológico pode ser definido como todo elemento ou condição do ambiente capaz de agir diretamente sobre os seres vivos, pelo menos em uma fase de seu ciclo vital (PIRES, 2016).
A influência que os fatores ecológicos exercem sobre os seres vivos pode proporcionar eventos como (RICKLEFS, 2010):
* O processo de extinção e recolonização de certas espécies (influência direta na distribuição espacial e temporal);
* Mudanças nas taxas de fecundidade, natalidade e mortalidade (o que pode influenciar diretamente na densidade das populações);
* Favorecer o aparecimento de modificações adaptativas (quantitativas e qualitativas). Seleção natural ou até mesmo estratégias de sobrevivência como hibernação (redução da temperatura corporal e metabolismo do indivíduo, estado de sonolência, com em animais de clima frio), diapausa (interrupção do desenvolvimento de ovos e larvas de insetos – dormência), estivação (como ocorre nos anuros e moluscos, é um tipo de proteção contra o secamento temporário dos habitats com a passagem para o estado de dormência ou quiescência sem perda da vitalidade) e outras.
Os fatores ecológicos são divididos em fatores abióticos (fatores físicos e químicos) e bióticos (seres vivos).
Fatores Abióticos (A = não; bio = vida)
São os fatores físicos e químicos de um ecossistema. Estes fatores interagem entre si e com os fatores bióticos, garantindo o perfeito funcionamento dos ecossistemas em nosso planeta. Os fatores abióticos são: substâncias inorgânicas, compostos orgânicos, regime climático, temperatura, luz solar, pH, oxigênio e outros gases, umidade,  solo, água,  salinidade.
Fatores Bióticos  (bio = vida)
Representados pelos seres vivos que compõem a comunidade biótica ou biocenoses compreendendo os organismos heterótrofos (dependentes da matéria orgânica) e os autotróficos (responsáveis pela produção primária).
Energia solar
A energia solar té responsável pela distribuição e reciclagem de elementos químicos, pois gerencia o clima e o tempo nos sistemas de distribuição de calor e água na superfície do planeta. Dos 100% de energia solar enviada para a Terra, somente 47% conseguem atingir a sua superfície, sendo 30% energia direta e 17% difusa (Figura 2). Dos 100% iniciais, menos de 1% é utilizado pelos vegetais na produção de alimento.
Figura 2. Distribuição da energia solar na terra. (DIAS, 1992).
Praticamente todos os animais necessitam de luz para sobreviver. São exceção algumas espécies que vivem em cavernas - espécies cavernícolas - e as espécies que vivem no meio aquático a grande profundidade - espécies abissais. A luz influencia o comportamento e a distribuição dos seres vivos e, também, as suas características morfológicas. Certos animais como, por exemplo, as borboletas necessitam de elevada intensidade luminosa, pelo que são designadas por espécies lucífilas. Por oposição, seres como o caracol e a minhoca não necessitam de muita luz, evitando-a, pelo que são denominadas espécies lucífugas (CASSINI, 2005).
Algumas plantas que ocorrem tanto em regiões de sombra quanto em regiões de sol, possuem adaptações às diferentes intensidades luminosas. Por exemplo, uma mesma espécie de bromélia, pode ter folhas grossas e pequenas quando está no sol e folhas mais finas e largas, quando estão na sombra, como adaptação a diferença de radiação que ela recebe (ODUM, 1988).
2. NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ECOLÓGICA
A Ecologia é dividida em níveis de organização hierárquicos, que possuem características específicas e à medida que os componentes ou subconjuntos interagem para formar um todo maior (um nível hierárquico superior), surgem propriedades que não estavam presentes no nível hierárquico anterior (Figura 3).
 Figura 3. Níveis de organização hierárquicos ecológico (ODUM E BARRETT, 2007).
3. ECOSSISTEMA
Conjunto formado por uma biocenose ou comunidade biótica e fatores abióticos que interatuam, originando uma troca de matéria entre os fatores bióticos e abióticos.
Princípios do ecossistema de acordo com Odum e Barrett (2007).
- Sistema ecológico  funciona de acordo com as leis da termodinâmica;
- Na unidade funcional do ecossistema existe uma relação entre todos os componentes constituintes - Interdependência. Ex: plantas-animais-ambiente.
- O ambiente físico exerce uma influência controladora na produtividade dos sistemas ecológicos. Ex: ciclagem de nutrientes.
- A estrutura e dinâmica das comunidades ecológicas são reguladas pelos processos populacionais. Ex: níveis tróficos.
- Os ecossistemas são abertos e se mantêm através do fluxo de energia solar – sistema aberto;
- Ordem dinâmica: lento processo evolutivo que precisa ser continuamente renovado para prosseguir.
- Equilíbrio autorregulado: consiste na capacidade natural dos ecossistemas, quando sofre algum dano ou modificação; adaptando-se à nova situação estabelecendo um novo equilíbrio. Essa capacidade de adaptação é limitada.
- Através das gerações, os organismos respondem às mudanças no ambiente através da evolução dentro das populações. Ex: seleção natural.
4. CADEIA ALIMENTAR
Nos ecossistemas, existe um fluxo de energia e de nutrientes como elos interligados de uma cadeia, uma cadeia alimentar. Nela, os “elos” são chamados de níveis tróficos e incluem os produtores, os consumidores (primários, secundários, terciários etc.) e os decompositores.
Organização de uma cadeia alimentar
 Figura 4. Cadeia alimentar terrestre.
 5. TEIA ALIMENTAR
Complexa rede de cadeias alimentares interagindo. A Figura 5 abaixo, mostra uma teia alimentar simplificada na Antártida.
  Figura 5. Teia alimentar.
Nos ecossistemas aquáticos, os principais produtores são as microalgas (fitoplâncton) e servem de alimento para o zooplâncton, que são os consumidores primários representados pelos protozoários, pequenos invertebrados, dentre outros. Os peixes são considerados os consumidores secundários. Como consumidores terciários, encontram-se peixes maiores e até mesmo o homem. Assim como no ecossistema terrestre, no ambiente aquático os decompositores são os fungos e as bactérias (ODUM, 1988).
Ao longo da cadeia alimentar, algumas substâncias tóxicas e não biodegradáveis se acumulam nos seres vivos, como metais pesados, por exemplo, mercúrio e chumbo. Conforme os níveis tróficos vão aumentando, há uma elevada concentração dessas substâncias no organismo dos seres vivos, tal processo é denominado bioacumulação ou magnificação trófica. Nos seres humanos, o efeito dessas substâncias tóxicas provocam diversas doenças como câncer, esterilidade e danos aos sistemas nervoso e muscular (NEVES, 2016).
6. PIRÂMIDES ECOLÓGICAS
Representam, graficamente, o fluxo de energia e matéria entreos níveis tróficos no decorrer da cadeia alimentar. São três tipos:
Pirâmide de número
 
Figura 6. Pirâmide de número.
Pirâmide de biomassa (kg)
Figura 7. Pirâmide de biomassa.
Pirâmide de energia (kcal)
Figura 8. Pirâmide de energia.
7. Produtividade do ecossistema
A atividade de um ecossistema pode ser avaliada pela produção primária bruta (PPB), que corresponde a quantidade de energia fixada pelas plantas no processo fotossintético, parte dessa energia é dissipada no processo de respiração (R) dos produtores e a produtividade primária líquida (PPB) é incorporada a biomassa vegetal e transferida para os consumidores (figura 9) (RICKLEFS, 2010).
PPB = PPBL+ R
Figura 9. A produção primária bruta pode ser dividida em respiração e produção primária líquida.
Produção secundária corresponde a taxa de produção de biomassa dos heterótrofos.
A produção primária líquida é maior nos trópicos úmidos e mínima nos biomas tundra e deserto, como mostra a Figura 10.
 Figura 10. Produção global da produção primária líquida. 
Texto interessante sobre "Produtividade Primária Liquida (PPL) do ambiente natural" da Embrapa.
http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do100_2.htm
Para obter mais conhecimento sobre o assunto, sugirimos a leitura do capítulo 6 - Energia no ecossistema do livro "Economia da Natureza" de Robert E. Ricklefs, da 6ª edição de 2010.
Robert E. Ricklefs. Economia da natureza. Cap. 6. 2010. p.117-132.
8.Sucessão ecológica
Sucessão ecológica é uma sequência de alterações ou mudanças estruturais e funcionais que ocorrem para que haja um ajuste ou uma recomposição nos ecossistemas. Mudanças essas que, em muitos casos seguem padrões mais ou menos definidos, mas culminando com a formação de uma comunidade estável (ODUM, 1988).
 Figura 11. Sucessão ecológica.
 Classificação dos processos de sucessão ecológica:
Quanto às forças que direcionam o processo:
Sucessão autogênica: mudanças ocasionadas por processos biológicos internos ao sistema.
Sucessão alogênica: direcionamento das mudanças por forças externas ao sistema (incêndios, tempestades, processos geológicos).
Quanto à natureza do substrato na origem do processo:
Sucessão primária: em substratos não previamente ocupados por organismos. Ex.: afloramentos rochosos, exposição de camadas profundas de solo, depósitos de areia, lava vulcânica recém solidificada.
Figura 12 Sucessão ecológica primária.
Sucessão secundária: desenvolve-se em substratos que já foram anteriormente ocupados por uma comunidade e, consequentemente, contêm matéria orgânica viva ou morta (detritos, propágulos). Ex: clareiras, áreas desmatadas, fundos expostos de corpos de água.
Figura 13. Sucessão ecológica secundária.
A sucessão ecológica apresenta três fases, a ecese (espécies pioneiras), a sere (secundária ou intermediária) e o clímax como mostra a figura 14.
Figura 14. Fases da sucessão ecológica.
Exemplo de sucessão ecológica na agricultura (Figura 15).
Figura 14. Sucessão ecológica na agricultura.
Os dois artigos científicos, citados abaixo, desenvolvem o tema sucessão ecológica com maior profundidade, descrevendo modelos, exemplos de alterações vegetais e as perspectivas sobre o assunto.
Sucessão ecológica: conceitos, modelos e perspectivas de Jean Carlos Miranda, 2009.
Sucessão ecológica da vegetação arbórea em uma Floresta Estacional Semidecidual, Viçosa, MG, Brasil de Alexandre Francisco da Silva et al., 2004.
9. Relações ecológicas 
Em um ecossistema, os seres vivos relacionam-se com o ambiente físico e também entre si, formando o que chamamos de relações ecológicas. As relações ecológicas ocorrem dentro da mesma população (relações intraespecíficas), ou entre populações diferentes (relações interespecíficas). Estas podem ser harmônicas, quando não há prejuízo para nenhum dos indivíduos envolvidos; ou desarmônicas, quando pelo menos um se prejudica (Figura 15). As relações estabelecem-se na busca por alimento, água, espaço, abrigo, luz ou parceiros para reprodução. 
Figura 15. Relações ecológicas.
Atividade 
Preencha a tabela abaixo, escrevendo o conceito e um exemplo de cada uma das relações listadas.
 
10. Ciclagem dos nutrientes
Refere-se ao ciclo dos nutrientes que são absorvidos pelas raízes das plantas no solo, que ao se decomporem, voltam a disponibilizar esses nutrientes nas camadas mais superficiais facilitando sua absorção pelas plantas (EMBRAPA, 2005). Os ciclos dos nutrientes incluem: ciclo do carbono, ciclo do enxofre, ciclo do nitrogênio, ciclo da água, ciclo do fósforo e ciclo do oxigênio, como mostra na apostila (PIRES, 2016) abaixo:
 Apostila sobre Ciclagem de nutrientes.
OBS: A energia solar flui através dos ecossistemas ao longo de vias unidirecionais e não cíclicas, enquanto que o movimento de nutrientes minerais é cíclico.
Ecossistemas empregam biodiversidade na teia alimentar para reciclar materiais naturais, tais como os nutrientes minerais. Reciclagem em sistemas naturais simboliza um dos muitos serviços feitos por ecossistemas para sustentar e contribuir para o bem-estar da sociedade humana.
Resumo:
Aprendemos que a ecologia é uma ciência (ramo da Biologia) que estuda os seres vivos e suas interações com o meio ambiente onde vivem. Essa ciência também se encarrega de estudar a abundância e distribuição dos seres vivos no planeta Terra. Nos ecossistemas encontramos fatores ecológicos que podem ser definido como todo elemento ou condição do ambiente (fator abiótico) capaz de agir diretamente sobre os seres vivos (fator biótico). Em uma cadeia alimentar, os seres vivos e o meio ambiente transferem e trocam continuamente energia e matéria. A principal fonte de energia dos ecossistemas é a energia solar que é captada pelos produtores (plantas) e, através da fotossíntese, é transformada em energia química. A fotossíntese utiliza cerca de 1 a 2% da energia luminosa que chega a um ecossistema, sendo o suficiente para fornecer toneladas de matéria orgânica por ano. As pirâmides ecológicas são úteis na representação dos níveis tróficos de um ecossistema, sendo que os decompositores não são incluídos nas pirâmides, nelas, cada nível trófico é representado por um retângulo, no qual o comprimento é proporcional ao número de indivíduos na pirâmide de números; à biomassa, na pirâmide de biomassa; e à energia, na pirâmide de energia. Também foi estudado a sucessão ecológica que representa uma sequência de comunidades, desde a colonização até a comunidade clímax, de determinado ecossistema. Estas comunidades vão sofrendo mudanças ordenadas e graduais. As primeiras plantas que se estabelecem são denominadas pioneiras (líquens), e vão gradualmente sendo substituídas por outras espécies secundárias de porte médio (arbustos), até que as condições ambientais chegam uma comunidade clímax (árvores grandes). Também foi estudada as relações ecológicas ocorrem dentro da mesma população (entre indivíduos da mesma espécie), ou entre populações diferentes (entre indivíduos de espécies diferentes). Essas relações estabelecem-se na busca por alimento, água, espaço, abrigo, luz ou parceiros para reprodução. Finalizamos com os elementos químicos tendem a circular na biosfera em vias características, do ambiente aos organismos e desses, novamente, ao ambiente. O movimento desses elementos e compostos inorgânicos que são essenciais para a vida pode ser adequadamente denominado ciclagem de nutrientes. O estudo e a compreensão dos ciclos nutrientes pode ajudar a identificar potenciais impactos ambientais causados pela introdução de substâncias potencialmente perigosas nos diversos ecossistemas.
  BIODIVERSIDADE
A biodiversidade ou diversidade biológica, refere-se à variedade de organismos vivos, incluindo os ecossistemas terrestres, marinhos e outros aquáticos, e os complexos ecológicos dos quais fazem parte da biosfera. Isso inclui a diversidade dentro de uma espécie (diversidade genética), entre espécies e entre ecossistemas (RICKLEFS, 2010).
Desde 1986, o termo e conceito tem adquirido largo uso entrebiólogos, ambientalistas, líderes políticos e cidadãos conscientizados no mundo todo. Este uso coincidiu com o aumento da preocupação com a extinção, observado nas últimas décadas do Século XX (BIODIVERSIDADE, 2016).
O autor Franco (2013), no artigo "O conceito de biodiversidade e a história da biologia da conservação: da preservação da wilderness à conservação da biodiversidade" discute o surgimento e o significado do conceito de biodiversidade e a história da biologia da conservação. Segue abaixo o artigo.
Artigo do autor Franco, 2013.
Não há uma classificação mundial universalmente aceita (UNEP, 1995) mas Olson (1994) definiu 94 classes de ecossistemas baseados na cobertura terrestre, na vegetação e no clima. Essa classificação fornece um mecanismo para resumir dados em âmbito global, mas reconhecendo o caráter distintivo dos ecossistemas em cada região em particular.
Os ecossistemas de florestas tropicais são os habitats mais ricos em espécies. Embora cubram menos do que 10% da superfície da Terra, podem conter 90% de todas as espécies do mundo. Os recifes de coral também são muito rico em espécies. Cerca de 1,75 milhão de espécies foram nomeadas por taxonomistas até o momento (UNEPWCMC, 2000). O número total de espécies foi estimado em 14 milhões (ver tabela abaixo), embora essa estimativa seja muito incerta, devido à falta de informações sobre o número de espécies de insetos, nematoides, bactérias e fungos.
Tabela 1. Número estimado das espécies descritas.
Os organismos vivos contribuem para uma grande variedade de serviços ambientais, como a regulação da composição gasosa da atmosfera, proteção de zonas costeiras, regulação de ciclos hidrológicos e do clima, geração e conservação de solos férteis, dispersão e decomposição de resíduos, polinização de várias plantações e a absorção de poluentes (PRIMACK, 2001). A biodiversidade também fornece recursos genéticos para alimentos e para a agricultura e portanto constitui a base biológica para a segurança alimentar do mundo e o suporte à subsistência humana. Várias espécies relacionadas a plantas silvestres são de grande importância para as economias nacionais e mundiais (UNEP, 1995).
O número de espécies vegetais e animais apresentam maior concentração nas áreas tropicais do planeta. Calcula-se que no Brasil estão concentrados 2/3 das espécies de plantas e animais existentes na superfície da Terra, constituindo a região de maior biodiversidade do mundo (PRIMACK, 2001).
 Figura 1. Distribuição da biodiversidade na Terra.
1. Valor da biodiversidade
 Atividade 01. Explique porque a polinização é um dos principais mecanismos de manutenção e promoção da biodiversidade na Terra.
2. Níveis da diversidade biológica
Todos os níveis de diversidade biológica são necessários para a sobrevivência contínua das espécies e das comunidades naturais e todos são importantes para especie humana. 
3. Espécie
Grupo de indivíduos que é morfológica, fisiológica e quimicamente distintas de outros grupos. Indivíduos capazes de se cruzarem entre si, produzindo descendentes férteis.
4. Espécime
Também chamado de indivíduo de uma espécie. Usado como amostra representativa para o estudo das propriedades de uma população da espécie a que pertença.
5. Medindo a biodiversidade 
 6. Dinâmica de populações
É a parte da ecologia que estuda as variações de ocorrência de indivíduos da mesma espécie (população) e procura definir a(s) causa(s) dessas variações. Exemplo: com a caça de jacarés, há um aumento da população de piranhas resultando, desta forma, em uma variação de ocorrência (MONIZ, 2016). Alguns conceitos são importantes para um estudo de populações, entre eles, destacam-se a estrutura etária e o modo como os indivíduos se distribuem no espaço e no tempo, além da abundância e da densidade populacional. A variabilidade genética de uma população é também um fator muito importante, pois mede a tendência dos diferentes alelos de um mesmo gene que variaram entre si em uma dada população, influenciando no potencial de adaptação desta população a eventuais modificações do meio em vive (PIVELLO e ROSSO, 2016).
Um outro importante atributo populacional é o tipo de distribuição espacial ou dispersão. A distribuição espacial é decorrência direta de como se dá o “espalhamento” dos indivíduos dentro da área total ocupada pela população (PIVELLO e ROSSO, 2016). O padrão de dispersão pode resultar de uma estratégia biológica, mas também pode decorrer do modo como estão dispersos os recursos do ambiente. Há três padrões principais de dispersão dos indivíduos no espaço: agregada, aleatória e uniforme (Figura 1).
Figura 2. Tipos de dispersão.
A dispersão agregada ocorre quando vários indivíduos são atraídos para porções específicas do ambiente, ou quando um indivíduo atrai outros indivíduos junto a si, formando grupos. A dispersão ao acaso se dá quando há uma probabilidade igual de um indivíduo ocorrer em qualquer ponto do espaço, independentemente da posição dos demais indivíduos. E a dispersão regular ou uniforme ocorre quando cada indivíduo tende a repelir ou eliminar outro indivíduo próximo, ficando então os indivíduos mais homogeneamente espaçados do que se esperaria por acaso (PIVELLO e ROSSO, 2016).
O tamanho populacional refere-se ao número de indivíduos e a densidade associa esse número à área (ou volume, para os organismos aquáticos) por eles ocupada. Os fatores envolvidos no crescimento populacional são as taxas de: natalidade, mortalidade, imigração e emigração. De modo geral, as taxas de natalidade e de imigração tendem a aumentar a densidade da população e as taxas de mortalidade e de emigração tendem a diminuí-la, sendo assim, a população se encontra em equilíbrio quando a soma da taxa de natalidade com a de imigração for igual à soma da mortalidade e de emigração.
NATALIDADE + IMIGRAÇÃO = MORTALIDADE + EMIGRAÇÃO
 BIOMAS MUNDIAS 
Os biomas são comunidades biológicas em que os diversos fatores ambientais (clima, solo vegetação e espécies animais) interagem de forma integrada a fim de manter o seu funcionamento (existência) em equilíbrio. Como cada região do planeta apresenta características ambientais particulares, os biomas também se diferem de região para região.
Os principais biomas mundiais são Taiga, Tundra, Floresta temperada, Floresta tropical, Campos, Savana e Deserto, como mostra a figura 2 abaixo.
 
 
BIOMAS BRASILEIROS
O Brasil apresenta uma variedade de biomas (figura 3), devido a sua extensão territorial, sobretudo pelos tipos de cobertura vegetal, com uma enorme diversidade de fauna e flora. 
  Figura 4. Biomas brasileiros.
Resumo:
Aprendemos que a biodiversidade é responsável por garantir o equilíbrio das espécies em todo o mundo, e a ligação estreita que existe entre os seres vivos e o ambiente resulta em sistemas complexos. Foram apresentados a diferença entre os valores diretos, indiretos e de existência da biodiversidade, além disso verificamos que a presença dos maiores índices de diversidade estão concentrados em áreas tropicais. Foram estudados alguns dos parâmetros populacionais essenciais, como a distribuição etária, a densidade populacional, e a natalidade e mortalidade de populações. Foi visto, a diferenciar a composição de uma comunidade e a estrutura de uma comunidade, sendo esta última descrita a partir de medidas ecológicas, como o número de indivíduos (abundância), o número de espécies (riqueza). E finalizamos com os tipos de biomas mundiais e brasileiros, mostrando suas características e adaptações.
AMEAÇAS À BIODIVERSIDADE
Dos cerca de duzentos países atuais, apenas dezessete são considerados mega diversos, por conterem 70% da biodiversidade mundial. O Brasil está em primeiro lugar nessa lista, abrangendo a maior diversidade biológica continental. Nosso território abriga entre 15% e 20% de toda a biodiversidade do planeta e o maior número de espécies endêmicas, a maior floresta tropical (a Amazônia) e dois dos dezenove hotspots (bioma que conjuga alto índice de espécies endêmicas com altograu de ameaça pela atividade humana) mundiais - a Mata Atlântica e o Cerrado (GANEM, 2011). 
A Mata Atlântica é o bioma mais alterado, do qual restam apenas 27% da sua cobertura original; o Cerrado cede, progressivamente, espaço para a soja e, mais recentemente, para a cana-de-açúcar, de modo que a história parece repetir o ciclo econômico que determinou a devastação da floresta atlântica; e a Amazônia, outrora inacessível, perde a cada ano uma área de floresta que pode ser comparada a um Estado de Sergipe. A Caatinga e o Pantanal, cuja ocupação é dificultada pela dinâmica peculiar de seus ciclos hidrológicos, também dão sinais de profundas modificações em sua paisagem (DRUMMOND, 2016).
A perda da biodiversidade é rápida, contínua e silenciosa. Nos últimos 50 anos, o ser humano alterou os ecossistemas mais rápida e extensivamente do que em qualquer outro período da sua história. As causas fundamentais da perda da biodiversidade são o crescimento da população humana associada a padrões de consumo insustentáveis, uma crescente produção de lixo e poluentes, o desenvolvimento urbano, conflitos internacionais e a contínua desigualdade na distribuição de riquezas e recursos (MAY et al, 1995). 
Nas últimas três décadas, a redução e a extinção de espécies tornaram-se questões ambientais de grande importância. As espécies estão sendo extintos a uma velocidade mil vezes superior à taxa de extinção natural (DJOGHLAF, 2006). As informações sobre o estado de conservação das espécies são fornecidas pela União para a Conservação Mundial (UICN), que regularmente publica “Listas Vermelhas” de espécies consideradas ameaçadas de extinção. A última Lista Vermelha da UICN (HILTON-TAYLOR, 2000) indica que cerca de 24% (1.130) das espécies de mamíferos e 12% (1.183) das espécies de pássaros são hoje consideradas ameaçadas de extinção no mundo (ver tabela 1 abaixo).
Tabela 1. Espécies de vertebrados ameaçadas por região.
O ICMBio finalizou em dezembro de 2014 a avaliação nacional do risco de extinção da fauna brasileira que consiste em um diagnóstico do risco de extinção das espécies, identificando e localizando as principais ameaças, as áreas importantes para sua manutenção e a compatibilidade com atividades antrópicas. Entre 2010 e 2014 foram avaliados 12.256 táxons da fauna, incluindo todos os vertebrados descritos para o país. Foram 732 mamíferos, 1.980 aves, 732 répteis, 973 anfíbios e 4.507 peixes, sendo 3.131 de água doce (incluindo 17 raias) e 1.376 marinhos, totalizando 8.924 animais vertebrados. Foram avaliados também 3.332 invertebrados, entre crustáceos, moluscos, insetos, poríferos, miriápodes, entre outros (ICMBIO. 2014).
A perda e degradação do habitat, ocorre principalmente decorrente da expansão agrícola e urbana e da instalação de grandes empreendimentos, como hidrelétricas, portos e mineração, é a mais importante ameaça para as espécies continentais. Para as espécies marinhas, a pesca excessiva, seja direcionada ou incidental, é a ameaça que mais se destaca. Os resultados apontam 1.173 táxons ameaçados no Brasil (BRASIL, 2014).
Nos 1.173 táxons oficialmente reconhecidos como ameaçados estão 110 mamíferos, 234 aves, 80 repteis, 41 anfíbios, 353 peixes ósseos (310 água doce e 43 marinhos), 55 peixes cartilaginosos (54 marinhos e 1 água doce), 1 peixe-bruxa e 299 invertebrados. São, no total, 448 espécies Vulneráveis (VU), 406 Em Perigo (EN), 318 Criticamente em Perigo (CR) e 1 Extinta na Natureza (EW) (ICMBIO. 2014). Dentre os dados apresentados, destacam-se as 170 espécies da fauna que saíram da lista de animais ameaçados de extinção, a exemplo da baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) e da arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), que tiveram suas populações recuperadas. De acordo com as pesquisas, alguns fatores contribuíram para esse quadro: espécies extintas reencontradas, ampliação do conhecimento sobre as espécies e aumento populacional ou de proteção do habitat (BRASIL, 2014).
No site no ICMBio pode-se baixar o livro vermelho volume I e II.
http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/lista-de-especies/livro-vermelho.html
 
PRINCIPAIS IMPACTOS A BIODIVERSIDADE
1. Aquecimento global (Efeito estufa)
É um mecanismo natural de manutenção da temperatura que possibilita a vida humana na Terra. Parte da energia solar que chega ao planeta é refletida diretamente de volta ao espaço e a outra parte é absorvida (raio infravermelho) pelos oceanos e pela superfície da Terra, promovendo o seu aquecimento. Uma parcela desse calor é irradiada de volta ao espaço, mas é bloqueada pela presença dos gases do efeito estufa (GEE).
As principais causas do aquecimento global:
- Aumento da emissão dos gases do efeito estufa causado, principalmente, pelo aumento do uso de combustíveis fósseis (gasolina e diesel). Os principais gases que favorecem o aquecimento global são: Dióxido de Carbono (CO2); Gás Metano (CH4); Óxido Nitroso (N2O); Perfluorcarbonetos; Hexafluoreto de Enxofre (SF6); Hidrofluorcarbonetos (HFCs).
- Queimadas: além de reduzir a quantidade de árvores, que servem como reguladoras da temperatura, as queimadas lançam gases poluentes na atmosfera
- Desmatamento: tem ocorrido, principalmente em países em desenvolvimento, como forma de ampliar as áreas para agricultura e pastagem de animais, além da exploração de madeira. Com menos cobertura de árvores e plantas, aumenta a temperatura do meio ambiente.
- Desenvolvimento urbano sem planejamento: diminui as áreas verdes nas cidades, aumentando a quantidade de prédios e ruas asfaltadas, provocando a formação de ilhas de calor urbano.
 - Desertificação: queimadas e desmatamento podem resultar no processo de desertificação (formação de desertos) em várias regiões do mundo.
 Consequências do aquecimento global
- Extinção de espécies animais e vegetais;
- Branqueamento dos recifes de corais;
Uma reportagem interessante no Programa Fantástico, mostra uma pesquisa do Projeto Coral Vivo no litoral da Bahia, abordando o fenômeno do branqueamento dos corais provocado pelo aquecimento global.
- Alteração na frequência e intensidade de chuvas;
- Elevação do nível do mar;
- Intensificação de fenômenos meteorológicos (por exemplo: tempestades severas, inundações, vendavais, ondas de calor, secas prolongadas);
- Surgimento de vetores de doenças.
A 21ª Conferência das Partes (COP) da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP 21) ocorreu em dezembro de 2015, em Paris, e teve como objetivo promover um novo acordo entre os 195 países para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global e em consequência limitar o aumento da temperatura global em 2ºC até 2100 (NAÇÕES UNIDAS, 2015)
2. Contaminação do ambiente por agrotóxicos
O modelo de produção agropecuário adotado no Brasil, baseado na “revolução verde”, cujo aumento na produtividade é obtido por meio de plantas melhoradas geneticamente e pelo uso de insumos como fertilizantes e agrotóxicos, exige a estruturação de toda a sociedade para avaliar e gerenciar os riscos advindos da utilização desses produtos (GOMES e BARIZON, 2014). 
A agricultura tem um papel de destaque em relação aos agrotóxicos, pois estima-se que dois terços do total de agrotóxicos existentes sejam utilizados na agricultura, isto faz dos trabalhadores agrícolas a população mais suscetível à exposição a estes compostos. Depois da exposição ocupacional, as principais fontes de exposição humana aos agrotóxicos são as ambientais, já que uma vez utilizados, estes produtos têm a capacidade de acumular-se no ar, água ou solo, podendo então causar danos aos seres humanos. Pessoas podem, portanto, estar expostas a níveis excessivos de agrotóxicos no trabalho por meio do alimento, solo, água ou ar. E com a contaminação de águas subterrâneas, lagos, rios e outros corpos de água, os agrotóxicos podem ainda poluir os suprimentos de água potável, peixes e outras fontes muitas vezes vitais para o bem-estar humano (RANGEL et al, 2011)
Estudos realizados em distintos estados do Brasil têm detectadoa presença de agrotóxicos no leite materno, assim como apontado a possibilidade de ocorrência de anomalias congênitas relacionadas ao uso de agrotóxicos (OMS, 1996). Em geral, os riscos para a saúde humana decorrentes da exposição a agrotóxicos são o desenvolvimento de câncer, malformação e danos para o sistema nervoso e funcionamento do sistema endócrino (RANGEL et al, 2011).
O documentário "Nuvem de Veneno" expõe as preocupações com as consequências do uso desses agroquímicos no ambiente e na saúde do trabalhador. Um documentário revelador que faz refletir sobre a forma que crescemos e sobre o tipo de desenvolvimento que queremos.
Resumo
Aprendemos que o Brasil é o país com a maior diversidade de espécies no mundo, porém nos últimos 50 anos, estamos reduzindo nossos biomas e aumentando o número de espécies ameaçadas de extinção Os resultados apontam 1.173 táxons ameaçados no Brasil. Foram apresentadas as principais causas das ameaças a extinção: a degradação e a fragmentação de ambientes naturais, resultado da abertura de grandes áreas para implantação de pastagens ou agricultura convencional, extrativismo desordenado, expansão urbana, ampliação da malha viária, poluição, incêndios florestais, formação de lagos para hidrelétricas e mineração de superfície. Além disso, foram estudados os principais impactos ambientais provocados pelo homem como aquecimento global, desmatamento, contaminação por agrotóxicos mostrando as causas, consequências e medidas sustentáveis.