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AUTISMO - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

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1 JENNIFER DELGADO FONTES 
AUTISMO 
 É o nome dado a um padrão de comportamento, produzido de forma complexa, como o resultado final de 
uma longa seqüência de causas. É um distúrbio do desenvolvimento, caracterizado por uma complexa desordem de 
linguagem, socialização e dificuldades perceptivo-motoras, de etiologia incerta. O transtorno do espectro autista é uma 
síndrome do neurodesenvolvimento que se caracteriza por comprometimento na comunicação social associado a um 
repertório restrito e repetitivo de comportamentos, interesses e atividades. Sua causa ainda é desconhecida e a evolução 
é muito variável. É de extrema importância estar atento aos sinais de alerta para a realização de um diagnóstico precoce e 
encaminhamento para reabilitação precoce e intensiva direcionada para o transtorno do comportamento e da 
comunicação. 
 
* Histórico 
 1906- psiquiatra suíço Plouller: “Autismo” tendo isolamento como característica. Para descrever um sintoma de 
esquizofrenia definido como “desligamento da realidade combinado com a predominância relativa ou absoluta da 
vida interior”. 
 1943 – médico austríaco Léo Kanner: “isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela 
preservação da constância". 
 Profunda falta de contato emocional com as outras pessoas 
 Ausência de fala ou forma peculiar de falar 
 Fascinação por objetos e destreza no manuseio deles 
 Obsessão pela rotina 
 Evidências de inteligência e memória 
 
 Nomenclaturas 
• Autismo infantil precoce 
• Psicopatia autística 
• Dificuldades centrais de processamento 
• Distúrbios pragmáticos 
• Personalidade esquizóide 
• TEA – Transtorno do Espectro Autista 
 
 Legislação 
• Lei 12764, de dezembro de 2012: Lei Berenice Piana; 
• São considerados para todos os efeitos legais como deficientes. 
• Atenção à saúde, atendimento multiprofissional, acesso a medicamentos e nutrientes, acesso ao mercado de trabalho e 
capacitação profissional 
 
Os dados mais recentes sugerem que a prevalência do transtorno está aumentando, mas se discute em que medida isso 
advém da expansão dos critérios diagnósticos no DSM, de diferenças metodológicas nos estudos científicos, de um melhor 
reconhecimento do transtorno por profissionais de saúde ou de aumento real na sua frequência (APA, 2013). 
 
 Metáforas clínicas: 
• Tomada desligada 
• Conchas 
• Fortalezas vazias 
• Carapaças 
• Ovo 
• Buraco negro 
 
 Cavalcanti e Rocha (2001) ao traçarem o percurso histórico acerca da invenção do conceito de autismo, apresentam 
conhecidas metáforas em torno do lugar da criança e dos pais no contexto e funcionamento da dinâmica familiar. “Ovos 
de pássaro” e “conchas fechadas” são algumas das expressões utilizadas na descrição de tais crianças, referindo-se à 
valorização de um mundo interior, próprio, em detrimento de um mundo exterior. Nesse contexto, os pais eram por vezes 
 
2 JENNIFER DELGADO FONTES 
descritos como “mães geladeiras” e “pais intelectuais”, pais frios e distantes, que não puderam investir libidinal e 
afetivamente em seus filhos. 
 É importante sublinhar que nas explicações psicanalíticas do transtorno, e mais especificamente no caso de dois dos 
seus principais teóricos, Leo Kanner e Bruno Bettelheim, o autismo era concebido exclusivamente em termos negativos, 
focalizando na culpa dos pais, os quais teriam falhado no estabelecimento de relações objetais precoces. A famosa “mãe 
geladeira” de Kanner, ou as metáforas de “fortalezas vazias”, “tomadas desligadas”, “conchas”, “carapaças”, “ovos de 
pássaros” e “buracos negros” usadas pela tradição psicanalítica para se referir às crianças autistas, remetem para uma 
visão negativa que enfatiza as idéias de déficit, impossibilidade e deficiência. 
 
 Incidência 
• Incidência maior no sexo masculino 
• 5/10000 nascidos são afetados 
• Sintomas aparecem até 36 meses (3 anos de idade) 
• Probabilidade do segundo filho 50-100 vezes maior 
 
 Classificação 
• Leve: alterações sutis na comunicação como falta de ritmo e insistência de falar assuntos do seu interesse, dificuldade 
de expressar emoções, de desenvolver amizades 
• Moderado: fala com ecolalia, dificuldades de socialização e problemas de comportamento 
• Grave: co-morbidades, não falam 
 
 Características 
 
* Transtornos alimentares: 
 Não procura o peito para amamentação 
 Não manifesta sinais de fome 
 Mama lentamente 
 Não aumenta o repertório alimentar 
 Mastigação atípica (lingual e não dental) 
 
* Transtornos do sono: 
 Dorme menos que o esperado 
 Períodos curtos de sono 
 Algumas vezes, sinaliza que despertou; outras, não – permanecem acordados no berço em silêncio 
 Os pais costumam relatar que é um bebê “bonzinho”; 
 
* Transtornos de relacionamento: 
 Não se anima nem se entusiasma 
 Não reage aos chamados 
 Irrita-se quando submetido a novos estímulos 
 
* Transtornos de relacionamento com brinquedos: 
 Não os usa de forma apropriada para a idade 
 Não os explora visualmente 
 Não busca contato com o brinquedo e recusa-se a interagir com ele 
 Forma de brincar estranha e intermitente 
 Gira objetos 
 
* Transtorno de comunicação: 
 Não aponta 
 Choro inconsolável 
 Indiferente a sons 
 Leva a pessoa pela mão para obter o que deseja 
 
3 JENNIFER DELGADO FONTES 
 Não imita o outro 
 O “não” é comunicado por gesto de cabeça 
 Quando fala, apenas reproduz o que ouve (ecolalia). 
 Resiste a métodos normais de ensino 
 Risos e gargalhadas inadequadas 
 Ausência de medo de perigos reais 
 Aparente insensibilidade a dor 
 Não se aninha 
 Não mantém contato visual 
 Conduta distante e retraída 
 Indica suas necessidades através de gestos 
 Apego inadequado a objetos 
 Age como se fosse surdo 
 Crises de choro e extrema angústia por razões não discerníveis 
 Dificuldade em se misturar com outras crianças 
 Resiste a mudança de rotina 
 Habilidades motoras fina/grossa desniveladas 
 Hiperatividade física marcante ou extrema passividade 
 
 Eles utilizam a terceira pessoa para referir-se a si mesmo e invertem os pronomes. Às vezes repetem uma série de frases 
memorizadas de um programa de televisão, inúteis à comunicação. Podem cantar a mesma canção durante horas. Alguns 
são mudos e parecem compreender muito pouco o que lhes é dito. 
A ausência de reciprocidade social ou emocional é evidenciada pela preferência por brincadeiras solitárias e utilização de 
objetos não apropriados para brincar. As crianças autistas mostram indiferença afetiva ou afetos impróprios e carência de 
empatia social ou emocional. Elas têm dificuldade em interpretar o estado emocional dos outros, não compreendem o 
pensamento a partir do contexto social e não deduzem o que as outras pessoas provavelmente estão pensando — o que se 
convencionou chamar de ausência de “teoria da mente”. 
 
 De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico das Desordens Mentais da Associação Psiquiátrica Americana (DSM 
IV-R), os critérios para diagnóstico de autismo são: 
•Manifestação dos sintomas antes dos 3 anos de idade 
•Prejuízo qualitativo na interação social 
•Prejuízo qualitativo da comunicação (ecolalia) 
•Padrões restritos e repetitivos de comportamento,interesses e atividades. 
 
São sinais de alerta: não balbuciar ou apontar aos 12 meses, não falar palavras únicas aos 16 meses e não combinar 
duas palavras espontaneamente aos 24 meses. 
 
 História Evolutiva 
 
 Primeiro ano – ou são muito quietas ou muito agitadas (gritam a noite toda) 
Sintomas sociais 
•Capacidade limitada de antecipar que será pego no colo 
•Baixa frequência do olhar para as pessoas 
•Interesse limitado em jogos interativos 
•Afeição limitada pelas pessoas da família 
•Satisfeito em ficar sozinho 
 
Sintomas da comunicação 
•Fraca resposta ao próprio nome (não responde quando chamado) 
•Com frequência não olha para objetos que os outros seguram 
 
Interesses restritos e comportamentos estereotipados 
•Coloca objetos na boca excessivamente 
 
4 JENNIFER DELGADO FONTES 
•Não gosta de ser tocado 
Fonte: Chawarska e Volkmar (2005) 
 
 Dos 2 aos 5 anos – isolamento social 
Sintomas sociais 
•Contato visual anormal 
•Referencial social limitado 
•Interesse limitado em outras crianças 
•Sorriso social limitado 
•Baixa frequência do olhar para as pessoas 
•Variação limitada da expressão facial 
•Compartilhamento limitado de afeto ou prazer 
•Interesse limitado em jogos interativos 
•Brincadeira funcional limitada 
•Sem brincadeiras de faz de conta 
•Imitação motora limitada 
 
Sintomas na comunicação 
•Baixa frequência de comunicação verbal ou não verbal 
•Falha em compartilhar interesses (p. ex., apontando, compartilhando, dando, mostrando) 
•Fraca resposta ao chamado do próprio nome 
•Falha em responder a gestos comunicativos (apontando, dando, mostrando) 
•Uso do corpo do outro como instrumento (puxa a mão até o objeto desejado sem fazer contato visual, como se fosse 
a mão, e não a pessoa, quem detém o objeto) 
 
Interesses restritos e comportamentos estereotipados 
•Maneirismos com as mãos ou os dedos 
•Uso inapropriado dos objetos 
•Interesses ou brincadeiras repetitivas 
•Comportamentos sensoriais incomuns 
•Hiper ou hipossensibilidade a sons, textura, gostos, estilos visuais 
Fonte: Reproduzido com permissão de Chawarska e Volkmar (2005, p. 230). 
 
 Dos 5 aos 10 anos – acomodação 
Competências sociais e dificuldades sociais 
•Métodos para o ensino de competências sociais 
•Compreensão das pistas sociais e das emoções 
•Resposta social adequada, iniciação 
•Ensino explícito referente à solução de problemas sociais 
•Ensino de rotinas sociais 
 
Aumento do autoconhecimento e autodefesa 
•Aumento da consciência de sentimentos e emoções 
•Uso de estratégias adequadas para ansiedade e situações problemáticas 
•Ensino da autodefesa e estratégias para buscar assistência 
•Aprendizagem sobre quando pedir ajuda – por exemplo, até mesmo o aprendizado de um gestual para “ajuda” pode 
reduzir substancialmente problemas de comportamento 
 
Competências de comunicação e linguagem 
•Uso da comunicação aumentativa, quando apropriado 
•Aumento gradual na complexidade da comunicação falada e escrita 
•Compreensão da linguagem social: pistas não verbais, prosódia, volume da voz 
•Competências conversacionais e pragmáticas 
•Iniciar e terminar uma conversa 
•Responder às pistas 
•Aprender a linguagem figurativa e não literal 
 
 
5 JENNIFER DELGADO FONTES 
Competências organizacionais 
•Organizadores visuais e por escrito, como horários, listas, códigos por cores 
•Trabalhar de forma independente por períodos mais longos 
•Manejo de materiais e tarefas (incluindo a autocorreção) 
•Uso do teclado (quando indicado) e recursos do computador 
•Uso do computador e recursos on-line para auxiliar na organização 
 
Problemas comportamentais e sensoriais 
•Abordar problemas de comportamento específicos ou problemas sensoriais 
•Aumentar a flexibilidade e a habilidade para lidar com as transições 
•Uso de recursos da terapia ocupacional (TO) para abordar os problemas sensoriais 
Fonte: Reproduzido com permissão de Volkmar & Wiesner (2009, p. 243-244). 
 
 Adolescência – exacerbação do comportamento 
O aumento da estatura da criança na adolescência pode tornar o manejo comportamental mais desafiador; por exemplo, 
pode ser mais difícil de conter fisicamente um comportamento agressivo ou autoagressivo. Como ocorre em outros 
momentos na vida do indivíduo, o prestador de cuidados primários deve estar alerta a qualquer contribuição física 
potencial para o aumento dos problemas; por exemplo, problemas dentários (em especial o surgimento dos dentes do 
siso) e infecções de ouvido podem iniciar ou desencadear mais autoagressão em pacientes não verbais. Algumas vezes, 
ocorre novo início de transtornos convulsivos. Para adolescentes isolados socialmente, sobretudo aqueles que fazem uso 
de determinadas medicações relacionadas ao comportamento, pode se iniciar obesidade. 
 
O número de crianças que melhoram sua comunicação, suas competências sociais e seu comportamento durante a 
adolescência varia de estudo para estudo e depende da definição de melhora, mas parece estar entre 40 e, talvez, 80% 
dos casos. Em alguns, a melhora é muito significativa, e às vezes a pessoa, quando jovem adulta, até mesmo parece 
“perder” o diagnóstico de autismo, embora algumas dificuldades associadas (ansiedade social e “esquisitice”, problemas 
de humor, etc.) possam persistir (Fein et al., 2013). Os indivíduos, provavelmente em cerca de 10% dos casos, parecem 
apresentar um declínio na adolescência. Isso pode estar associado a novos problemas médicos, como convulsões. 
 
 Algumas vezes, crianças que apresentam ganhos importantes também desenvolvem a percepção de que são diferentes 
e têm desejo de se adequar. Elas podem ser excelentes candidatas a psicoterapia ou aconselhamento, bem como estar em 
risco aumentado para ansiedade ou depressão (Lugnegard, Hallerback, & Gillberg, 2011). Lamentavelmente, são essas 
crianças mais aptas do ponto de vista cognitivo que costumam receber a menor quantidade de serviços na escola. Elas 
podem se beneficiar do ensino explícito de competências sociais e da participação em atividades cuidadosamente 
selecionadas na comunidade, onde poderão ter a oportunidade de generalizar as competências. De fato, muitas 
atividades podem ser terapêuticas sem ser psicoterapia! Às vezes, psicoterapia ou uso de medicamentos podem ser úteis. 
 
 Devido ao isolamento social, os adolescentes com TEA podem ter menos acesso às fontes de informação que 
costumam estar disponíveis (p. ex., irmãos e pares). Assim, é importante que o prestador de cuidados primários possa 
auxiliar o adolescente a se abrir à discussão desses tópicos e os ajude a encontrar outros recursos úteis, como, por 
exemplo, grupos de apoio para adolescentes com TEA. Alguns jovens com autismo terão fortes desejos sexuais; outros 
não. Algumas crianças, em particular aquelas com funcionamento superior, podem ser muito motivadas a ter um 
namorado ou namorada, e algumas vezes essa motivação extra as ajuda a alcançar ganhos significativos. É importante 
perceber que o desejo sexual está muito atrelado a sentimentos sobre relacionamentos – devido aos problemas com as 
competências sociais, isso é muito complicado para o adolescente com TEA, e em geral é necessário ensino explícito (p. 
ex., sobre o que é e o que não é adequado). 
 
 Vida adulta – aumenta a cooperação e diminuem os desafios 
 Assim como para todos nós, o principal desafio da adultez é o funcionamento independente. Mesmo quando problemas 
de aprendizagem e comportamento tornam isso menos provável, o objetivo geral deve serajudar o indivíduo a obter o 
máximo possível de autossuficiência e independência. Para um número cada vez maior de indivíduos, a independência 
adulta é possível, e, embora os desafios permaneçam, mais recursos estão disponíveis para ajudá-los a alcançar esse 
objetivo 
 
 
6 JENNIFER DELGADO FONTES 
 Diagnóstico 
• Clínico , complexo difícil 
• Causas orgânicas, não orgânicas, fatores psicológicos, genéticos, bioquímicos e até lesões neuro-anatômicas. 
 
NÃO SE SABE A ETIOLOGIA 
 
 Diagnóstico diferencial 
• Síndrome de Asperger 
 Ausência de retardo geral clinicamente significativo na linguagem falada ou receptiva ou no desenvolvimento 
cognitivo. O diagnóstico requer que palavras isoladas tenham-se desenvolvido até 2 anos de idade e que frases 
comunicativas estejam sendo usadas até 3 anos de idade. As competências de autoajuda, comportamento adaptativo 
e curiosidade sobre o ambiente durante os primeiros 3 anos devem estar em um nível consistente com o 
desenvolvimento intelectual normal. No entanto, os marcos do desenvolvimento motor podem estar um pouco 
atrasados, e é comum desajeitamento (estabanação) motor (embora não seja uma característica diagnóstica 
necessária). Competências especiais isoladas, frequentemente relacionadas a preocupações anormais, são comuns, 
mas não necessárias para o diagnóstico. 
 
 Anormalidades qualitativas na interação social recíproca (critérios como para autismo). 
 
 Interesse anormalmente intenso circunscrito ou padrões de comportamento, interesses e atividades restritos, 
repetitivos ou estereotipados (critérios como para autismo; no entanto, seria muito menos habitual para estes incluir 
maneirismos motores ou preocupações com objetos parciais ou elementos não funcionais de materiais de 
brincadeiras). 
 
• Síndrome do X- Frágil 
 
• Síndrome de Rett: 
 Período pré-natal e perinatal aparentemente normal e desenvolvimento psicomotor aparentemente normal durante 
os primeiros 6 meses e circunferência cefálica normal no nascimento. 
 
 Desaceleração do crescimento cefálico entre 5 meses e 4 anos e perda de competências manuais intencionais 
adquiridas entre 6 e 30 meses de idade que está associada a concomitante disfunção na comunicação e interações 
sociais prejudicadas e aparecimento de movimentos de deambulação e/ou tronco mal coordenados/instáveis. 
 
 Desenvolvimento da linguagem expressiva e receptiva severamente prejudicado associado a retardo psicomotor 
severo. 
 
 Movimentos da linha média das mãos estereotipados (como contorcer as mãos ou “lavar as mãos”) com início na 
época ou depois que os movimentos manuais intencionais são perdidos. 
 
Os subtipos comportamentais descritos no DSM-IV, excetuando o transtorno de Rett, foram reunidos numa única 
denominação e passam a receber o diagnóstico único de transtorno do espectro autista (TEA). 
 
• Hiperatividade 
• Depressão 
• Dislexia 
• Hiperlexia 
 
 Tratamento 
• Não existe terapêutica que atinja um padrão de normalidade no que diz respeito ao comportamento 
• Aconselhamento familiar 
• Dietas 
• Diversas formas de terapias psicológica/psicopedagógica 
• Drogas – efeitos paradoxais 
 
7 JENNIFER DELGADO FONTES 
 
 Relacionamento 
• Incentive sempre 
• Estímulo ao desenvolvimento 
• Frequentar locais públicos 
• Incentivar a convivência 
• Encorajar a independência 
• Evitar contato físico excessivo 
• Impor limites 
• Não desistir 
 
 O tratamento odontológico no paciente autista: 
Para envolver a criança no tratamento e conseguir o incentivo dos pais, várias tentativas e abordagens são feitas. Depois 
de feita uma anamnese minuciosa, o dentista deve direcionar suas atenções para o paciente preparando-o para a consulta 
odontológica. 
 
1. Contato visual: A criança autista tem dificuldade de manter o contato visual, essa é uma característica 
importante, por isso, o dentista precisa tentar várias maneiras para conseguir essa comunicação. 
2. Demonstração da Técnica de Escovação com outras crianças: As crianças são usadas como modelos para 
que o autista faça o mesmo. É importante que essas crianças sejam conhecidas do autista, pode ser um 
irmão, primo ou coleguinha; 
3. Demonstração da escovação através de vídeos: Algumas crianças autistas têm mais dificuldades de 
entender os comandos que lhes são dados, quando comparados a outros autistas. Às vezes, é necessário que 
elas observem várias vezes o que está sendo falado, até que consiga fazer também. Por isso, a demonstração 
da escovação através da gravação de vídeos pode ser uma alternativa interessante. O ideal é que a gravação 
seja feita no mesmo local na qual a criança também faz a escovação; 
4. Músicas: O paciente autista tem grande aptidão musical. Por isso, utilizar a música durante a escovação 
pode se tornar prazeroso para a criança. Tanto os pais quanto os cirurgiões dentistas podem usar essa 
técnica para facilitar a abordagem odontológica24. A ideia é inventar uma música ou então trocar as 
palavras de uma música que a criança goste substituindo pela sequência da escovação. Com isso, toda vez 
que o autista for escovar os dentes, os pais ou o dentista canta a música induzindo o que a criança tem que 
fazer; 
5. TEACCH: Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Deficiência Relacionadas à Comunicação . O 
objetivo desse método é desenvolver sistemas organizados, pois acredita-se que as crianças se desenvolvem 
melhor em ambientes estruturados. Em um período de tempo, a criança autista compreenderá esse padrão 
e vai adquirir independência naquela atividade. 
 
 
 REFERÊNCIAS: 
DA COSTA SANT’ANNA, Luanne França; BARBOSA, Carla Cristina Neves; BRUM, Sileno Corrêa. Atenção à saúde 
bucal do paciente autista. Revista Pró-UniverSUS, v. 8, n. 1, 2017. 
 
VERA LÚCIA PRUDÊNCIA DOS SANTOS CAMINHA JULLIANE YONEDA HUGUENIN LÚCIA MARIA DE ASSIS PRISCILA PIRES 
ALVES. Autismo: Vivências e Caminhos, 2016. 
 
FRED R. VOLKMAR; LISA A. WIESNER. Autismo: GUIA ESSENCIAL PARA COMPREENSÃO E TRATAMENTO, 2019. 
 
DURANTE, Juliana Cáu. Autismo: uma questão de identidade ou diferença. Trabalho apresentado no III Simpósio 
Nacional: Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS)–Dilemas e desafios na contemporaneidade no dia, v. 
14, 2012. 
 
ORTEGA, Francisco. Deficiência, autismo e neurodiversidade. Ciência & Saúde Coletiva, v. 14, p. 67-77, 2009. 
 
 
8 JENNIFER DELGADO FONTES 
Varellis, Maria Lucia Zarvos. O paciente com necessidades especiais na odontologia: manual prático. 3. ed. – São Paulo: 
Santos, 2017.

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