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TÉCNICA ENDODONTICA 2019

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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
 DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
 
DISCIPLINA DE ENDODONTIA
TÉCNICA ENDODÔNTICA
TAUBATÉ
2019
SUMÁRIO
Diagnóstico 		 	 03
Planejamento do Caso Clínico		 03
 Anestesia			 							 03
Preparo do Dente para Isolamento	 							 04
5. Isolamento do Campo Operatório							 04
6. Cirurgia de Acesso 									 05
6.1 Acesso a Câmara Pulpar e seu Preparo 				 05
6.2 Preparo da Entrada do Canal								 05
7. Esvaziamento e Odontometria 								 06
7.1 Pulpectomia										 06
7.2 Penetração Desinfetante								 06
7.3 Reintervenção										 07
8. Preparo do Canal Radicular									 08
8.1 Preparo Químico-Cirúrgico								 08
8.1.1 Técnica Seriada 	 			 08
8.1.2 Técnica Escalonada							 09
 8.1.3 Técnica Rotatória (sistema Easy – Logic) 		 09
8. 2 Irrigação-Aspiração	 						 10
9. Medicação Intracanal 								 10
10. Obturação	 									 11
10.1 Avaliação do Pós-operatório							 11
10.2 Seleção do Cone Principal 11
10.3 Travamento do Cone 12 10.4 Manipulação do cimento	 12
10.4.1 N-Rickert 12
10.4.2 Sealer 26 12
10.5 Inserção Cone-Cimento						 13
10.6 Condensação lateral 13 10.7 Condensação vertical 13
10.7 Selamento provisório 13
11. Controle Clínico-Radiográfico 13 
12. Urgências no Tratamento Endodôntico						 14
12.1 Polpa Viva									 14
12.2 Polpa Morta										 14							
 1.DIAGNÓSTICO
1.1 Anamnese: história médica, história odontológica, história do dente em questão.
1.2 Exame clínico: exame bucal, exame da região do dente suspeito (dentes vizinhos e tecidos adjacentes), sondagem periodontal, testes de percussão, palpação e de vitalidade;
1.3 Palpação ganglionar;
1.4 Exames complementares: exame radiográfico;
1.5 Definição do diagnóstico clínico provável.
2. PLANEJAMENTO: 
Estudo baseado nas características clínicas e radiográficas do caso visando estabelecer a conduta clínica a ser instituída durante o tratamento endodôntico.
3. ANESTESIA
3.1 Antissepsia da região: bochechos com clorexidina a 2% durante um minuto (ou outro enxaguatório disponível);
3.2 Aplicação de anestésico tópico na região da punção;
3.3 Anestesia infiltrativa e/ou bloqueio regional;
3.4 Anestesia complementar (supra-perióstica, sub-perióstica, intra-ligamentar e intrapulpar). 
Arcada superior:
Incisivos: infiltrativa terminal por vestibular;
Caninos: infiltrativa terminal por vestibular, bloqueio do infra-orbitário;
Pré-molares superiores: infiltrativa terminal por vestibular e complementação palatina ou subperióstica por vestibular, se necessária;
1s Molares superiores: bloqueio regional pós-tuber, infiltrativa terminal por vestibular entre a raiz mésio-vestibular do 1o. molar e o 2o pré-molar e na raiz disto-vestibular do molar e eventualmente por palatina.
2s e 3s molares: pós-tuber, infiltrativa terminal por vestibular e palatina.
Arcada inferior:
Incisivos inferiores e Caninos: bloqueio regional mentoniano e complementação com infiltrativa terminal por vestibular (penetrar com a agulha paralela ao osso), se necessário;
Pré-molares inferiores: bloqueio regional mentoniano (se necessário bloqueio regional mandibular - pterigomandibular);
Molares inferiores: bloqueio regional mandibular (pterigomandibular) e infiltrativa por vestibular. Complementações podem ser necessárias: intraligamentar e intrapulpar.
O tratamento endodôntico é um procedimento mais invasivo, requer um tempo maior para ser realizado que os procedimentos de dentística, e na maioria dos casos está associado a uma inflamação no tecido pulpar necessitando de uma anestesia mais profunda e para tal é necessário utilizar um maior volume de anestésico e/ou um produto com maior concentração do sal anestésico.
Nos casos clínicos de patologia periapical aguda (abcesso ou pericementite) a anestesia deve ser realizada à distância, preferencialmente por bloqueio regional.
Nas anestesias infiltrativas terminais observar o comprimento do dente, assim como a direção do seu longo eixo e o grau de inclinação na arcada visando realizar a deposição do anestésico o mais próximo possível do ápice.
4. PREPARO PARA O ISOLAMENTO ABSOLUTO
Remoção de indutos e cálculos, seguido de polimento, envolvendo o dente em questão e os seus vizinhos;
Remoção de cárie: brocas e curetas afiadas (da periferia do dente em direção ao centro);
Remoção dos bordos cortantes, paredes frágeis (esmalte sem suporte dentinário), restaurações inadequadas;
Preparo cervical do dente: deve-se recorrer a manobras periodontais com o objetivo de expor ou criar um colo clínico suficiente para a adaptação e estabilização do grampo.
Reconstrução coronária com resina composta, ionômero de vidro e bandas metálicas (se não houver paredes para apoiar o grampo e evitar infiltração de saliva);
Criar um referencial oclusal ou incisal para a odontometria em ponto com suporte dentinário;
Confecção de provisório.
O preparo do dente para isolamento deve ser realizado em sessões prévias ao tratamento endodôntico, sobretudo nos casos de aumento de coroa clínica, reconstruções coronárias, confecção de provisório, etc., salvo nos casos de atendimento de urgência. 
5. ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATÓRIO
Passos:
Isolamento relativo com rolete de algodão no sulco vestibular;
Escolha do grampo e teste de estabilidade e retenção com o mesmo em posição;
Lubrificar os lábios e as comissuras labiais do paciente com vaselina para evitar rachaduras devido ao ressecamento;
Adaptar o lençol de borracha no arco de Östby
Definir a área de perfuração do lençol de borracha, de modo que o isolamento absoluto cubra a ponta do nariz do paciente quando ele estiver de boca aberta;
Perfuração do lençol compatível com o grampo a ser utilizado;
Lubrificar o furo com anestésico tópico ou Endo-PTC;
Adaptar o grampo ao furo do lençol de borracha;
Levar em posição, com a pinça porta grampo, o conjunto grampo/lençol de borracha/arco;
Soltar o lençol de borracha das aletas do grampo com uma espátula;
Adaptar o lençol de borracha ao colo do dente com fio dental (mesial e distal);
Se restar espaços entre o lençol de borracha e o dente, estes devem ser preenchidos com barreira gengival ou cimento provisório;
Eliminar as tensões do lençol de borracha;
Fazer antissepsia do isolamento absoluto, utilizando uma bola de algodão embebida
em Líquido de Dakin, iniciando pelo dente, grampo, lençol de borracha até o arco de Östby.
Pode-se variar a maneira de instalar o isolamento absoluto posicionando primeiro o grampo no dente e em seguida levando o conjunto lençol de borracha/arco ou ainda adaptando primeiro o lençol ao dente e depois o grampo (ex: quando usar o grampo 212);
Para evitar a contaminação do campo operatório compreendido pelo isolamento absoluto, a aspiração só será realizada com o sugador endodôntico esterilizado. NUNCA UTILIZAR O SUGADOR DE SALIVA.
6. CIRURGIA DE ACESSO
6.1 Acesso à câmara pulpar e seu preparo:
Remover todo o tecido cariado e restaurações com infiltrações (Preparo para Isolamento); 
Eleger, analisando a radiografia, a broca compatível com o volume da câmara pulpar (esférica diamantada);
Demarcar o ponto de eleição e estabelecer a direção de trepanação baseados no conhecimento de anatomia dental e na imagem radiográfica;
Penetrar com a broca diamantada na direção de trepanação até acessar a câmara pulpar.
Realizar o isolamento relativo e em seguida o isolamento absoluto.
Com uma broca esférica de pescoço longo em baixa ou alta rotação promover a remoção do teto com movimentos de tração para oclusal;
Realizar o alisamento das paredes circundantes da câmara pulpar com brocas de baixa rotação do tipo Largo, ao mesmo tempo promovendo a divergência dessas paredes;
Lavar fartamente o dente e câmara pulpar com líquido de Dakin (hipoclorito de sódio 0,5%);
Sondar a cavidade pulpar com a parte angulada do explorador para verificar a persistência do teto, assim como presença de concrescências de dentina, eliminando-as a seguir;
Com curetas afiadas remover o eventual conteúdo da câmara pulpar (pulpotomia, remoção tecido necrótico, etc);
Lavar fartamente a câmara pulpar e a entrada do canal com liquido de Dakin concomitante à aspiração;
6.2 Preparo da entrada do canal
Com explorador reto ou lima fina localizar a entrada do(s) canal(is);
Realizar o cateterismo do canal com uma lima de pequeno calibre até o terço médio do canal (CRI);
Preparar (alargar) a entrada do canal utilizando limas preparadas e em seguida instrumentos rotatórios dos tipos Gattes–Glidden, promovendo o desgaste compensatório dentinário de maneira a ter um infundíbulo para facilitar a penetração dos instrumentos endodônticos. Nos canais curvos o desgaste deverá ser seletivo na parede oposta à curvatura e nos dentes anteriores devemos promover a remoção do cotovelo na parede palatina;
Lavar fartamente a câmara pulpar e a entrada do canal com Líquido de Dakin realizando concomitantemente a aspiração;
Durante a cirurgia de acesso e preparo da entrada dos canais manter sempre a câmara pulpar preenchida com a substância química auxiliar, que deve ser constantemente renovada.
O instrumento rotatório em baixa rotação deve penetrar e sair da câmara pulpar e entrada de canal em movimento para evitar fraturas (movimento de bicadas).
Não devem ser realizados movimentos pendulares com a broca Gattes-Gliden, o que pode provocar sua fratura.
Quando não for possível realizar o preparo químico-cirúrgico na mesma sessão preencher a câmara pulpar com a medicação intracanal (polpa viva= NDP; polpa morta e desobturações=PRP) e realizar o selamento provisório.
7. ESVAZIAMENTO E ODONTOMETRIA
7.1 Pulpectomia (Polpa Viva):
De posse da radiografia medir o dente e anotar o valor, subtrair 4 milímetros desse valor estabelecendo o CRI (comprimento real do instrumento).
 Utilizar uma lima tipo K 08, 10 ou 15 (de acordo com o volume do canal) para deslocar a polpa radicular, interpondo-se a lima entre a polpa e a parede dentinária radicular, realizando-se movimento de translado no sentido horário, percorrendo todas as paredes do canal;
Selecionar uma lima tipo K que deve estar ajustada às paredes dentinárias e atinja o CRI, mantendo-se estável nesse limite com a ajuda de cursores, que deverão permanecer bem posicionados e firmes, apoiados no ponto de referência coronária (anotar qual é o ponto na ficha clínica);
Posicionar o paciente para a realização da tomada radiográfica (plano oclusal paralelo ao solo);
Focar o cilindro para a região apical (radiografia excêntrica);
Realizar o processamento do filme radiográfico;
Mensurar na radiografia a distância da ponta do instrumento ao vértice radiográfico (x), somando esse valor ao valor do CRI, estabelecendo o CRD (comprimento real do dente);
Subtrai-se um milímetro do valor do CRD, estabelecendo o CRT (comprimento real de trabalho)
Realizar o descolamento de toda polpa com limas finas (08 ou 10), deslocando-a da parede do canal, realizando um movimento de translado da lima por toda a parede;
Penetrar com uma lima K ajustada as paredes do canal, que atinja o CRT, mantendo-se estável nesse limite (com ajuda de cursores), apoiada no ponto de referência coronário.
Realiza-se a tomada radiográfica novamente focando o ápice, visando confirmar o CRT;
Selecionar uma lima tipo H e limitar seu comprimento ao CRT com cursores;
Penetrar com a lima H até o CRT e realiza-se discreta pressão contra o filete pulpar e tração para incisal/oclusal, de modo a obter-se o corte da polpa.
Em algumas situações, a lima tipo H n 15 é muito calibrosa para permitir sua penetração até o CRT, dessa maneira, deve-se utilizar uma lima tipo K que alcance o limite desejado e, com movimentos de limagem, proceder a remoção da polpa. Nesses casos o esvaziamento do canal coincide com o início do preparo químico-cirúrgico.
7.2 Penetração Desinfetante (Polpa Morta):
Estabelecer o CRI como supracitado no tópico Pulpectomia;
Estando com a câmara pulpar totalmente preenchida com Líquido de Dakin, penetrar com uma lima tipo K fina (08 ou 10) de dois em dois milímetros, realizando movimentos suaves de mistura do conteúdo do canal;
A cada dois milímetros realizar farta irrigação-aspiração com Líquido de Dakin;
Ao atingir o limite do CRI, introduzir uma lima que fique justa nessa medida e proceder a tomada radiográfica focando o ápice (incidência excêntrica)
Medir da ponta do instrumento até o vértice radiográfico (x), somando essa medida ao CRI estabelecendo o CRD.
Subtrair um milímetro do valor do CRD estabelecendo o valor do CRT;
Com a câmara pulpar repleta de Liquido de Dakin continuar o esvaziamento de dois em dois milímetros e irrigação-aspiração até atingir a medida do CRT;
Introduzir uma lima que fique justa na medida do CRT e realizar a tomada radiográfica para confirmação dessa medida (incidência excêntrica).
A irrigação deve ser sempre realizada com a agulha de menor calibre existente em sua caixa e a aspiração com a agulha de maior calibre.
Para as tomadas radiográficas a lima deve ser no mínimo a de nº15, para que seja possível visualizá-la radiograficamente.
7.3 Reintervenção
Remoção do material obturador existente na câmara pulpar com brocas Carbide esféricas em baixa rotação e curetas, quando próximo ao assoalho;
Preencher a câmara pulpar com um solvente (Óleo de Casca de Laranja, Eucaliptol);
Penetrar de dois em dois milímetros, realizando movimentos de rotação e pressão apical com uma lima de pequeno calibre até atingir o CRI previamente estabelecido, fazendo um cateterismo do canal para detectar iatrogenias resultantes do tratamento endodôntico previamente realizado;
Promover a desobturação até o limite do CRI e então colocar no canal uma lima que esteja justa nesse limite e realizar uma tomada radiográfica;
Medir na radiografia a distância entre a ponta do instrumento e o vértice radiográfico (x) e somar esse valor ao do CRI, resultando no CRD;
Subtrair um milímetro do CRD estabelecendo o CRT;
Preencher a câmara pulpar com Endo-PTC e penetrar com uma lima de pequeno calibre com movimentos de rotação e pressão apical até o CRT, fazendo então uma tomada radiográfica para confirmação dessa medida;
Irrigar fartamente com Liquido de Dakin e aspirar, renovando a substância química;
Se houver cones soltos penetrar com uma lima H, após criar espaço com a lima K de mesmo calibre, pressioná-la
contra o material obturador e tracioná-la para removê-los;
Penetrar com limas mais calibrosas no limite do CRT até que seja removido todo o material de preenchimento existente no canal, limpando as limas a todo o momento em uma gaze umedecida com Liquido de Dakin.
Para que o solvente não ataque o lençol de borracha deve-se isolá-lo aplicando Endo-PTC ou vaselina ao redor da porção adaptada ao colo do dente.
 No caso de remoção de cones de prata, se houver uma extremidade saliente na câmara pulpar, prende-la com uma pinça mosquito e tracioná-la. O ultrassom, quando disponível, também pode ser utilizado, aplicando sua ponta entre o cone de prata e a parede do canal, na tentativa de deslocá-lo.
Após o procedimento de esvaziamento, o tratamento pode ser interrompido, ser realizada a medicação intracanal e selamento provisório ou pode-se dar continuidade aos procedimentos endodônticos realizando o preparo químico-cirúrgico. 
8. PREPARO DO CANAL RADICULAR
8.1 Preparo Químico-Cirúrgico (PQC):
8.1.1 Técnica Seriada
De posse das radiografias estabelecer o primeiro e o ultimo instrumento a ser utilizado no preparo químico-cirúrgico. De modo geral utiliza-se um instrumento inicial e no mínimo quatro instrumentos de calibres subsequentes;
Lavar a câmara pulpar com Líquido de Dakin e preenchê-la com Endo-PTC e gotejar Líquido de Dakin sobre ele;
Tomar uma lima tipo K, que fique justa às paredes do canal e penetrar no canal com movimentos de ¼ de volta à direita e à esquerda (movimento de penetração) e retrocesso, sem, contudo, remover a lima do canal, penetrando cada vez mais profundamente e retrocedendo, até atingir o CRT. A partir daí realizar movimentos de tração em viés, transladando com o instrumento por todas as paredes do canal (ação propriamente dita), sempre observando o CRT, até que a lima fique folgada no interior do canal;
A cada troca de lima deve ser realizada a irrigação-aspiração com Líquido de Dakin e renovadas as substâncias químicas coadjuvantes, mantendo assim continua efervescência no interior do canal;
Repetir a cinemática acima proposta com as limas de calibre subsequentes até a lima escolhida para concluir o preparo;
Proceder a irrigação-aspiração com Líquido de Dakin;
Confecção do nicho apical com lima de calibre subsequente a última utilizada no PQC, realizando movimentos de ¼ de volta no sentido horário e tração até que se tenha dado uma volta completa;
As substâncias químicas auxiliares devem permanecer no dente por um tempo mínimo de 15 minutos, tempo necessário para que as reações químicas se processem, promovendo a desinfecção do canal;
A instrumentação deve ser harmônica e uniforme com movimentos firmes, sempre observando o limite de trabalho e o ponto de referência;
Se durante o PQC, na troca de limas, a lima subsequente não atingir o CRT, irrigar e aspirar com Líquido de Dakin em abundância, mantendo-o no interior do canal e penetrar com uma lima fina fazendo movimento de mistura, penetrando até o ápice para desobstruir o canal.
Nos casos de polpa morta pode ser necessário um maior alargamento do canal buscando promover sua desinfecção, já que existe contaminação.
CANAIS CURVOS:
Em canais curvos as limas devem ser pré-curvadas antes de serem introduzidas no canal, baseando-se na curvatura expressa na radiografia. A pré-curvatura pode ser realizada manualmente, utilizando uma gaze para apreender o instrumento ou com uma pinça clínica, observando a curvatura na radiografia.
Não se deve realizar o movimento de translado, mas apenas apoiar a lima na parede contrária à curvatura, realizando apenas tração em viés.
Quando forem utilizadas limas de níquel-titânio essas não necessitam ser pré-curvadas, entretanto, devem ser utilizadas com movimentos de alargamento. 
Em canais curvos deve-se confirmar ao comprimento de trabalho a cada três instrumentos estabelecendo o CRT dinâmico.
O nicho apical é realizado apenas levando a lima ao CRT e tracionando, sem executar movimentos de ¼ de volta.
8.1.2 Técnica Escalonada
Essa técnica é indicada para canais com a região apical delicada, canais cilíndricos e para canais curvos.
Baseando-se nas radiografias, estabelecer o instrumento inicial, o instrumento memória, o instrumento que vai finalizar o escalonamento e o instrumento do nicho.
Preencher o canal com o Endo-PTC e gotejar o Líquido de Dakin, realizando o preparo químico-cirúrgico de acordo com a técnica seriada até o instrumento memória, realizando a irrigação-aspiração e a renovação das substâncias químicas a cada troca de lima.
Após a instrumentação com a lima memória no CRT, a cada lima de calibre subsequente recuar 1mm do CRT;
A cada lima reinstrumentar com a lima memória, realizar irrigação-aspiração e renovação da substância química;
O nicho deve ser realizado com a lima de calibre subsequente a lima memória.
8.1.3 Técnica Rotatória (sistema Easy – Logic)
A técnica descrita a seguir é uma entre várias que utilizam instrumentos movidos à motor. Ela pode ser utilizada para todos os tipos de canais, especialmente os curvos. Em raízes com achatamento mésio-distal necessita de complementação manual.
Preencher o canal com Líquido de Dakin, introduzindo um instrumento 10 ou 15 até o CRT, realizando irrigação-aspiração e a renovação das substâncias químicas;
Ajustar o motor endodôntico na velocidade de 350rpm e torque de 1,4 N;
Preencher o canal com Líquido de Dakin, introduzir a lima Easy Logic 25.01 na entrada do canal, acionar o motor endodôntico, fazendo suaves movimentos de penetração e retirada do instrumento, aprofundado o preparo cada vez mais até atingir o CRT;
Caso a lima 25.01 não atinja o CRT, realizar a irrigação com líquido de Dakin e penetra com a lima 10 até o CRT;
Remover o instrumento Easy Logic 25.01 do contra ângulo;
Ajustar o motor endodôntico para velocidade 950rpm e torque de 4 N;
Após irrigação e aspiração com Líquido de Dakin, preencher o canal novamente com esta substancia e introduzir a lima Easy Logic 25.05 com Endo PTC na entrada do canal, acionar o motor, fazendo suaves movimentos de penetração e retirada do instrumento até o terço médio (remover a lima do canal e limpa-la com uma gaze antes de introduzi-la novamente);
Realizar farta irrigação com Liquido de Dakin;
Preencher o canal com Liquido de Dakin e penetrar com a lima 10 até o CRT, realizando irrigação aspiração com Liquido de Dakin;
Preencher o canal com Liquido de Dakin e colocar a lima 25.05 na entrada do canal, acionar o motor e penetrar até o CRT.
Todas as vezes que os instrumentos forem removidos do canal devem ser limpos com uma gaze para a remoção de raspas de dentina, antes de serem utilizados novamente.
Nos casos de polpa morta deve ser realizada a patência no inicio do preparo, introduzindo a lima em todo o comprimento do canal, que deve ser realizada até a lima de calibre 25 no máximo e deve ser repetida no final do preparo.
8.2 Irrigação-aspiração
 1. Aquecer a seringa com EDTA-T (17%) nas proximidades da chama da lamparina (5 ml por canal);
Realizar a irrigação com movimentos de penetração e retrocesso da agulha, promovendo agitação mecânica, realizando a aspiração concomitante com uma agulha 40/20 na entrada do canal;
Manter o canal inundado com o EDTA-T, realizando movimentos de mistura com uma lima fina, penetrando até o CRT e aguardar de 3 a 5 minutos;
Realizar irrigação com Líquido de Dakin (10 ml por canal). 
 9- MEDICAÇÃO INTRACANAL
Após completo preparo do canal
Trocar a agulha da seringa carpule e introduzir o tubete de curativo NDP;
Penetrar com a agulha até as imediações do CRT e ao mesmo tempo em que se pressiona o êmbolo vai-se retirando a agulha em sentido cervical, preenchendo o canal radicular (cuidado para não fazer pressão excessiva);
Acomodar uma bolinha de algodão esterilizada embebida na medicação na entrada do canal e com uma outra bolinha remover o excesso da medicação, mantendo-a sobre a primeira;
Lavar suavemente com líquido de Dakin a câmara pulpar, para remover a medicação das paredes;
Realizar
o selamento provisório;
Verificar a oclusão.
Se o PQC não for concluído nos casos de polpa morta deve-se utilizar o PRP, assim como em dentes que estavam muito contaminados, como por exemplo, em dentes que estavam com a câmara pulpar exposta ao meio antes do atendimento.
Casos Especiais
Nos casos de rizogênese incompleta, reabsorção externa, exsudação e infecção persistentes a medicação intracanal de escolha é o Hidróxido de Cálcio PA; 
O Hidróxido de Cálcio PA está na forma de pó e deve ser manipulado com um veículo originando uma pasta;
O veículo pode ser: anestésico, soro fisiológico, PRP e NDP, resultando numa mistura de consistência semifluida;
Essa medicação pode ser levada ao canal com limas e cones de papel;
Com uma bolinha de algodão calca-se a medicação na entrada do canal, acomodando a seguir uma bolinha de algodão esterilizada na entrada do canal.
Promove-se uma farta irrigação com Líquido de Dakin e então realiza-se o selamento provisório. 
Selamento Provisório
Acomodar uma bolinha de algodão esterilizada na entrada do canal;
Sobre a bolinha de algodão colocar uma camada de cimento provisório de presa úmida (Cimpat, Citodur, Coltosol ou outros)
Sobre o cimento provisório utilizar o cimento de ionômero de vidro para preencher toda a cavidade;
Ajustar a oclusão, utilizando fita de papel carbono e aliviar a articulação em relação ao dente antagonista. 
10- OBTURAÇÃO
10.1 Avaliação do pós-operatório da sessão de preparo do canal
- ótimo: ausência de sinais e sintomas, eventualmente o paciente poderá apresentar ligeira sensibilidade à percussão ou à palpação em nível apical nas primeiras doze horas;
- Bom: ocorre também a ausência de sinais e sintomas, exceto por uma sensibilidade que, conforme o limiar de tolerância do paciente, exigirá a administração por via oral de analgésicos comuns nas primeiras 24 horas;
- Satisfatório: o paciente apresenta um quadro de dor relativamente intenso, sendo necessária a administração de antiinflamatório por dois ou três dias. Através da medicação sistêmica promove-se o controle da fase aguda e da sensibilidade à palpação e percussão (verificar a necessidade de refazer o PQC se persistir a sensibilidade à percussão vertical); 
- Mau: quando os sinais e sintomas fazem-se presentes tais como: dor exsudação, podendo ou não haver edema, e exigem a reintervenção clínica com reabertura da câmara pulpar para drenagem e consequentemente novo preparo do canal. Essa situação caracteriza um quadro de urgência;
* quando o pós-operatório for ótimo, bom ou satisfatório poderá ser efetuada a obturação do canal.
OBS.:
Em casos de tratamento de polpa morta e abscessos dento alveolares, quando houver sintomatologia pulsátil, edema e rubor deverão ser executados procedimentos de drenagem da exsudação. A administração de medicação sistêmica dependerá do controle de quadro agudo, magnitude do quadro patológico, condições de saúde, e risco do comprometimento da saúde geral do paciente.
Se persistir uma sintomatologia no início da segunda sessão que corresponda ao pós-operatório satisfatório, recomenda-se a aplicação alternada de Endo-PTC e liquido de Dakin e agitação da mistura com lima fina por 10 a 15 minutos e renovação da medicação intracanal (NDP ou PRP associado a Hidróxido de cálcio).
10.2 Seleção do cone principal:
Anestesia;
Isolamento relativo;
Isolamento absoluto;
Antissepsia do campo operatório com Líquido de Dakin, realizando embrocamento do dente em direção ao arco;
Remoção do selamento provisório;
Realizar novamente a antissepsia do campo operatório e lavar fartamente a cavidade com liquido de Dakin;
Proceder a irrigação/aspiração, retomando o CRT com um instrumento fino, para remoção da medicação e eventual exsudato e realizar o preparo com a ultima lima utilizada no PQC;
Irrigar cada canal com 10 a 15 mL de EDTA-T (15%);
 Irrigar fartamente a câmara pulpar e canais com Líquido de Dakin e promover a aspiração com cânulas mais finas;
Levar um cone de papel de calibre correspondente ao do último instrumento utilizado e mantê-lo no CRT por 20 segundos. Repetir esse procedimento com novos cones até que saiam ecos;
10.3 Travamento do cone principal
Selecionar o cone principal de numeração igual ao diâmetro do último instrumento utilizado para o preparo apical;
O cone principal deve ser imerso em Clorexidina a 2%, Hipoclorito de sódio a 1% ou Álcool a 70% por um minuto e então seco com uma gaze estéril;
Levar o cone principal selecionado para o interior do canal até o CRT realizando os testes visual (atingir o CRT) e táctil (resistência a tração oclusal).
Se o cone atingir o CRT e não travar no CRT corta-se a ponta do mesmo com uma lâmina de bisturi até que ele trave no CRT. Se o travamento não acontecer tenta-se um cone de calibre maior verificando se ele atinge o CRT e trava nesse limite.
Estando o cone travado no CRT, realiza-se uma radiografia, para verificar se o cone está no CRT e se está adaptado aos dois últimos milímetros do preparo. 
Se o cone não estiver travando pode ainda haver magma no canal, sendo necessário desobstruir o forame. Estando o canal repleto de líquido de Dakin, deve-se introduzir uma lima fina no canal, realizando movimento de mistura até atingir o forame. Realiza-se a reinstrumentação com a última lima utilizada no PQC e então refaz-se o nicho, realizando em seguida o travamento do cone principal.
No trabalho em manequim, após a confirmação radiográfica, o cone deve ser armazenado e o canal deve ser preenchido com a medicação intracanal, bolinha de algodão na entrada do canal e selamento com cimento provisório e a obturação realizada em outra sessão. 
Manipulação do cimento 
10.4.1 N-Rickert
Dosar o pó e liquido do cimento endodôntico em uma placa de vidro despolida.
Triturar o pó contra a placa, utilizando uma espátula nº24 bem flexível;
Incorporar, numa primeira vez, a maior quantidade possível de pó ao liquido e então porções adicionais até que se atinja a consistência desejada (ponto fio de bala - formando um fio contínuo quando a espátula for desprendida da placa), utilizando-se a maior área possível da placa durante a espatulação.
10.4.2 Sealer 26
1. Em um bloco de papel para espatulação ou na face polida da placa de vidro dispensar uma parte de gel e o pó.
2. Agregar o pó ao gel até a mistura ficar homogênea e em ponto de “fio de bala”.
10.5 Inserção do cimento-cone
O cimento deve ser levado ao canal molhando a ponta do cone principal no cimento; 
As paredes do canal deverão ser lentamente pinceladas (4 a 6 vezes), levando pequenas porções de cimento, de uma maneira uniforme de cervical para apical. Realizar essa manobra até que todo o cone saia do canal envolvido por cimento;
Finalmente, levar o cone principal até a posição de travamento;
Completar o preenchimento do canal utilizando os cones acessórios, iniciando como os cones mais finos e longos (R7- preenchimento da porção apical e média) e então passando para os mais calibrosos e curtos (RS - preenchimento da porção cervical), tantos quantos forem necessários para o preenchimento do canal radicular. Todos os cones acessórios devem ser medidos para não ultrapassar o CRT.
 Condensação lateral 
Introduzir um espaçador digital com cursor de calibre compatível ao canal, realizando movimentos de um quarto de volta a direita e esquerda (condensação lateral) e então preencher o espaço criado com cones acessórios, até preenchê-lo.
2. Realizar uma radiografia para avaliar a qualidade da obturação (radiografia de penacho) e necessidade de correções de falhas, repetindo o procedimento.
Condensação vertical
Aquecer bem um calcador tipo Paiva de maior calibre e cortar os cones na entrada do canal;
Com um calcador Paiva compatível com a entrada do canal aquecido cortar novamente a obturação 1 mm abaixo do colo clínico; 
Mergulhar no álcool o calcador Paiva de calibre inferior ao diâmetro da entrada do canal e então pressioná-lo verticalmente contra a obturação endodôntica, de modo a acomodar a
obturação realizada e eliminar eventuais “bolhas de ar” verificadas na radiografia anterior;
Realizar a limpeza criteriosa da câmara pulpar com álcool.
10.8 Selamento Provisório
Colocar uma fina camada de guta percha sobre a obturação e realizar a restauração provisória com cimento de ionômero de vidro;
Verificar a oclusão, realizando os ajustes necessários;
Realizar a radiografia final.
11. CONTROLE CLÍNICO-RADIOGRÁFICO
A avaliação do pós-operatório deverá traduzir ausência de sinais e sintomas;
A reparação só será concluída quando a função dental for restabelecida por meio de procedimentos de dentística ou prótese, realizados prontamente após a conclusão do tratamento endodôntico;
Exames radiográficos e avaliações clínicas deverão ser realizados num intervalo de três, seis e doze meses, no mínimo, após o término do tratamento endodôntico, mantendo um acompanhamento por um prazo mínimo de cinco anos;
Deve-se padronizar o exame radiográfico de maneira a obter imagens passíveis de serem comparadas, utilizando posicionadores radiográficos, mesmo tempo de exposição e de revelação. 
12 URGÊNCIAS NO TRATAMENTO ENDODÔNTICO
12.1 Polpa viva
Realizar as manobras referentes às etapas pré-operatórias e de cirurgia de acesso;
Proceder a pulpotomia;
Aguardar que a hemorragia cesse espontaneamente;
Irrigar fartamente com Dakin;
Retirar o excedente do líquido com cânulas de aspiração e bolas de algodão esterilizadas para secagem;
Caso ainda ocorra sangramento realizar a pulpectomia parcial, sempre irrigando fartamente com líquido de Dakin;
Após o controle do sangramento, secar a cavidade com bolinha de algodão esterilizada;
Preencher a cavidade com curativo NDP e acomodar uma bolinha de algodão esterilizada na entrada do canal;
Promover o selamento provisório e alívio oclusal;
Avaliar a necessidade de medicação sistêmica referente a analgésicos e/ou antinflamatórios.
12.2 Polpa morta
Realizar as manobras referentes às etapas pré-operatórias e cirurgia de acesso;
Proceder à penetração desinfetante, irrigando fartamente com Líquido de Dakin;
Realizar o trespasse do forame propiciando uma via para a exsudação;
Verificar a ocorrência de drenagem ( no caso de ADAA, dependendo da fase em que se encontra) e aguardar que termine;
Preencher o canal com PRP;
Promover o selamento provisório e alívio oclusal;
Avaliar a necessidade de medicação sistêmica representada por analgésicos, antinflamatórios e antibióticos;
Quando não ocorrer drenagem via canal em dentes sintomáticos, promover a drenagem via cirúrgica (mucosa ou óssea). Manter um dreno no ponto de drenagem e instruir o paciente para a realização de bochechos com água morna;
NUNCA DEIXAR O DENTE TOTALMENTE ABERTO! Quando a drenagem for persistente pode-se selar o dente com uma bolinha de algodão e um cimento provisório, mantendo um “respiro” no selamento, para ser uma via de drenagem do exsudato. Essa condição não deve ser mantida por mais de 72 horas.
OBS.:
A urgência requer acompanhamento do pós-operatório após a consulta e informar-se diariamente acerca das condições do paciente, devendo a próxima sessão ser marcada após o desaparecimento da sintomatologia.

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