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Relatório Parasitologia

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ - VIII 
CURSO DE BACHARELADO EM BIOMEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
TEREZINHA DE JESUS CABRAL MARTINS 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO 
PARASITOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARABÁ-PA 
2018 
Terezinha de Jesus Cabral Martins 
Curso de Graduação em Biomedicina 
Número de matrícula: 20141400016 
Período: 8º 
Nome e local da instituição concedente: Centro de Saúde Carlos Barreto 
Professoras orientadoras: Dra. Monica Lima e Ma. Eveline Bezerra 
Supervisor técnico: Luzia Soares Martins 
Período: 20/03/2018 à 30/04/2018 
Carga horária total do estágio: 130 horas 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO 
PARASITOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
Relatório de estágio supervisionado obrigatório, realizado 
no Centro de Saúde Carlos Barreto, totalizando uma carga 
horária total de 130 horas no setor de Parasitologia, como 
requisito parcial à obtenção de nota na disciplina Estágio 
Supervisionado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARABÁ/PA 
2018 
Supervisor (a) responsável do local 
 
 
TEREZINHA DE JESUS CABRAL MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O conceito de estágio passou por inúmeras mudanças desde que foi citado pela 
primeira vez em 1080. Era descrito inicialmente como uma simples atividade de 
acompanhamento prático a um mestre na Idade Média. Hoje o seu conceito se expandiu e é 
vinculado a uma atividade curricular prática e obrigatória nos cursos dispostos pelas 
instituições de ensino, e é ainda regulamentado por uma legislação educacional vigente 
(BALLÃO et al, 2014). 
No Brasil, o estágio é regido atualmente pela Lei 11.788, sancionada em 25 de 
setembro de 2008, que prevê uma série de disposições legais acerca das regras de estágio 
curricular de estudante, que engloba desde sua definição às obrigações de todas as partes 
envolvidas, como a instituição de ensino representante do aluno, a parte concedente do 
estágio, o estagiário e as normas de fiscalização (BRASIL, 2008). 
O estágio supervisionado obrigatório é um componente importantíssimo da formação 
acadêmica, ele oportuniza o educando a contemplar e compreender sob a ótica da prática 
grande parte do conhecimento construído ao longo da graduação, além de possibilitar ao 
aluno o convívio com a sua futura formação e interação com uma realidade profissional 
ainda não vivenciada. Ele, portanto, contribui para que o estudante quando estiver atuando 
profissionalmente possa conduzir suas atividades com muito rigor, dessa forma, menos 
sujeito a possíveis falhas na execução de suas atribuições. 
A parasitologia é uma ciência que se iniciou no século XIX, a partir do estudo dos 
organismos parasitários de outros seres vivos, tal objetivo perdura até os dias atuais; é 
responsável também pela identificação do parasita e sua patologia. 
No âmbito laboratorial a maioria dos diagnósticos de doenças parasitárias é realizada 
por meio de exames de fezes. O EPF (Exame parasitológico de fezes) tem por intuito 
diagnosticar os parasitas intestinais, através da pesquisa das diversas formas parasitárias que 
são excretadas nas fezes. Além disso, o EPF pode ser utilizado para o estudo das funções 
digestivas, dosagem da gordura fecal, pesquisa de sangue oculto, etc. (NEVES, 2004). 
O estágio de Parasitologia busca aprimorar os conhecimentos na prática clínica 
parasitológica, permitindo, sobretudo, preparar o aluno para vivência laboratorial no setor de 
parasitologia, demonstrando os princípios dos vários métodos de preparo e análise de 
exames de fezes, além da interpretação dos resultados, que inúmeras vezes são relacionadas 
à sintomatologia clínica para o fechamento de um diagnóstico. 
2. OBJETO DE ESTUDO 
O estágio supervisionado obrigatório no setor de Parasitologia ocorreu no Centro de 
Saúde Carlos Barreto, localizado na BR 222/Entrocamento, Morada Nova. O horário de 
funcionamento é de segunda a sexta-feira das 07h00min às 12h00min (Laboratório). As 
atividades foram instruídas pelas profissionais responsáveis pelo setor e supervisionadas 
pela Biomédica Luzia Soares Martins e transcorreram do dia 20/03/2018 ao dia 30/04/2018. 
O Centro de Saúde Carlos Barreto é pertencente à rede pública e dispõe para a 
população local diversos serviços no âmbito da saúde, dentre eles a realização de exames 
laboratoriais. A equipe de profissionais e os estagiários cumprem as suas atividades de modo 
sério e responsável, os mesmos utilizam sempre dos Equipamentos de Proteção Individual 
(EPIs), dessa forma, possibilitando o exercício seguro de todas as atividades. 
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
No Laboratório do Centro de Saúde Carlos Barreto em relação ao setor de 
Parasitologia, tem-se que a rotina dos exames é realizada exclusivamente pelo período da 
manhã. Dentro do setor de Parasitologia do Laboratório em questão, o EPF (Exame 
Parasitológico de Fezes) é o único realizado. A rotina inicia-se com o recebimento e 
identificação das amostras dos devidos pacientes, as quais após serem organizadas são 
destinadas à sala de parasitologia, onde são processadas. 
No EPF, as amostras são analisadas por meio do Método de Hoffman, também 
conhecido como sedimentação espontânea. Dispõe-se que essa metodologia deva ser 
constituída tanto de uma análise macroscópica (observação da cor, consistência, forma, odor 
fecal, peso e presença de elementos anormais), quanto uma análise microscópica que admite 
a visualização de ovos ou larvas de helmintos, cistos, trofozoítos ou oocistos de 
protozoários, porém, em tal Laboratório a análise macroscópica não é realizada, portanto, 
nem disponibilizada no resultado do exame. 
3.1. COLETA E CONSERVAÇÃO DE AMOSTRAS 
Para a realização do EPF são elencadas algumas instruções para a coleta e 
conservação das amostras. Recomenda-se que no ato da coleta de fezes se evite a 
contaminação com urina, água ou outro elemento. As fezes devem ser colhidas diretamente 
no frasco, em jornal ou em papel limpo e transferidas diretamente para o recipiente que é um 
frasco fornecido pelo laboratório ou adquirido na farmácia que é próprio pra este fim. Após 
efetuar a coleta da amostra, é recomendado o envio ao laboratório ou mantenha sob-
refrigeração por um período de no máximo 12h (CARLI, 2010). 
De modo geral, para a realização do EPF utiliza-se somente uma amostra fecal, 
porém, recomenda-se que seja feita uma coleta de amostras em dias alternados (aconselha-se 
no mínimo três dias), devido isso elevar a chance de encontrar organismos. Dessa forma, o 
paciente é instruído a colocar a porção de fezes coletada nesses dias em um frasco com 
conservador, homogeneizando-as no conservante. O conservador usado é o MIF (Mertiolato 
Iodo Formaldeído), um corante-fixador que promove coloração e preservação de quase todos 
os estágios dos parasitas. 
No caso de amostras sem conservadores estas devem ser provisoriamente 
refrigeradas entre 3°C e 5°C em recipientes fechados para impedir que haja putrefação, 
dessecamento, e manter os ovos, larvas e cistos viáveis por mais tempo. Contudo, as 
amostras devem ser examinadas no máximo três dias após a emissão. 
Para a realização do EPF em casos de amostras líquidas ou pastosas por serem menos 
instáveis,recomenda-se que o exame seja realizado dentro de 30 minutos para as amostras 
liquidas e de 1 hora para as amostras pastosas. No caso dos espécimes sólidos, estas podem 
ser analisadas até 24 horas após a excreção (CARLI, 2010). 
Obs: Novas amostras só são solicitadas em casos que haja verificação de 
contaminação das fezes. 
3.2. EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES (EPF) 
O EPF tem por intuito o diagnóstico de parasitos intestinais. São pesquisadas as 
diferentes formas dos diversos parasitas que ocasionam patologias em humanos. Há casos 
que alguns parasitos que são verificados no exame não causam doenças, contudo, estes 
devem ser relatados, devido refletirem o contato do paciente com alimentos, água ou outras 
fontes contaminadas, podendo ser indicativo de possibilidade de infecção futura por outras 
parasitas. 
Para a realização do EPF, são utilizados métodos quantitativos e qualitativos. Os 
métodos quantitativos permitem mensurar a quantidade do parasitismo, porém é pouco 
usado, sendo mais utilizado para fins acadêmicos. No caso dos métodos qualitativos, estes 
são mais utilizados e podem abarcar métodos de enriquecimento e coloração para ajudar na 
identificação dos parasitas (CARLI, 2010). 
No presente em estágio o método empregado foi: Método Hoffman, também 
conhecido como Sedimentação Espontânea. 
 Método de concentração por sedimentação espontânea – Hoffmann 
 
É um teste qualitativo conhecido também como método de Lutz ou Hoffman, Pons & 
Janer, que foi desenvolvido para o diagnóstico das enteroparasitoses, mais especificamente 
esse teste tem por intuito aumentar a concentração de ovos, cistos, larvas e o isolamento de 
óleos e gorduras da maior parte dos detritos. Devido ser pesados, os cistos, oocistos, ovos e 
larvas são retidos no fundo do recipiente, ao passo que os detritos são suspensos para a 
superfície, não intervindo no diagnóstico final. Essa técnica é muito usada em laboratórios 
clínicos em virtude de ser um teste de baixo custo e de fácil execução (CARLI, 2010). 
 Material: 
 2 a 5 g de fezes 
 Tubo de plástico com a amostra 
 Cálice de decantação – é importante que o copo para decantação seja de formato 
cônico 
 Parasitofiltro para copo cônico 
 Bastão de plástico, ou de vidro. Ou espátula de madeira (tipo abaixador de língua) 
 Pipetas Pasteur 
 Água 
 Lâmina e lamínula 
 Lugol 
 
Figura 1: Na ordem temos: 1 copo cônico para sedimentação; um bastão de plástico e 
um parasitofiltro. 
 
Fonte: Exames Laboratoriais 
 
 Procedimento: 
 No próprio frasco plástico de coleta mistura-se uma pequena quantidade de fezes (2 a 5 
gramas) com 50 ml de água e homogeneíza-se bem com um bastão; 
 Transfere-se a suspensão para o copo cônico, filtrando-a com o parasitofiltro. 
 Despreza-se o material presente no parasitofiltro, posteriormente adiciona-se água até 
preencher ¾ do copo cônico, onde ocorre a sedimentação espontânea dos ovos e larvas. 
 Depois de 1-2 horas, coleta-se a matéria do fundo (sedimento) e transfere-se para a 
lâmina (uma gota). 
 Adiciona-se 1 gota de lugol, o material é misturado e coberto com a lamínula. 
 A lâmina deve ser observada ao microscópio com uma objetiva de 10x e, posteriormente, 
muda-se para a objetiva de 40X. 
 Principais parasitas encontrados no curso do estágio e sua importância clínica 
No decorrer do estágio os parasitas mais encontrados e que apresentam grande valor 
clínico foram: Ascaris lumbricoides, Entamoeba coli, Entamoeba histolytica, Enterobius 
vermicularis, Giardia lamblia, Trichuris Trichiura e Ancilostomídeo. 
 
 - Ascaris lumbricoides (Ascaradíase) 
Ascaris lumbricoides é uma espécie de nematódeo da família Ascarididae. 
Desencadeia a ascaradíase que é a verminose intestinal mais difundida no mundo, a popular 
“lombriga”. 
Com relação à morfologia do parasita, tem-se que ele apresenta corpo cilíndrico e 
alongado, tem aspecto liso e brilhante, sua cor varia entre o branco e o amarelo. Sua boca, 
em uma das extremidades, tem três grandes lábios. Sua reprodução é sexuada. Os machos 
são menores que as fêmeas, e exibem a cauda enrolada. O comprimento do parasita varia 
entre 15 e 40 centímetros, sendo que o número de parasitas em um mesmo hospedeiro pode 
chegar a 600. 
Os ovos apresentam coloração castanha, são grandes, ovais, e medem cerca de 55-75 
μm por 35-50 μm. Possuem cápsula espessa, em razão da membrana externa mamilonada. 
Apresentam também uma membrana média e outra mais interna, delgada e impermeável à 
água. Internamente, os ovos dos ascarídeos apresentam uma massa de células germinativas 
(NEVES, 2004). 
A contaminação por Ascaris lumbricoides acontece pela ingestão de água ou 
alimentos contaminados por seus ovos. Ocorre quando as condições de higiene e de 
saneamento básico contribuem para o contato desses ovos com a terra, a água, e com 
alimentos que são ingeridos. As crianças são o público mais atingindo, devido não entender 
e respeitarem as regras de higiene. 
A sintomatologia desencadeada pela ascaridíase é variável e está intimamente 
relacionada com o ciclo biológico do parasita. A fase de invasão larvária de modo geral é 
assintomática, porém quando há elevadas cargas larvárias pode causar hepatomegalia e mais 
raramente icterícia. Em alguns casos pode ocorrer anorexia, dor abdominal, cólicas, vômitos, 
diarreia, com ocorrência em alguns casos de má absorção que pode levar a desnutrição e 
déficits cognitivos em crianças. Vermes adultos de Ascaris lumbricoides em grande elevação 
podem ocluir o intestino a partir da compactação, podem ainda, levar a retorção do intestino 
e invaginação de uma porção do intestino para dentro de outra. Em casos que acontece um 
elevado número no estômago, estes parasitos adultos podem ser regurgitados e aspirados 
pela via respiratória podendo causar obstrução da árvore traqueobrônquica e consequente 
insuficiência respiratória (NEVES, 2004). 
Figura 2: Ovo de Áscaris lumbricóides fertilizado 
 
 Fonte: Acervo próprio, 2018 
 
 - Entamoeba coli 
No curso do estágio a morfologia vista foi a cística, que mede cerca de 15-20 µm, 
tendo até oito núcleos, com corpos cromatóides finos. Os trofozoitos medem 
aproximadamente de 20 a 50 µm, e seu núcleo exibe cromatina grosseira e irregular 
(NEVES, 2004). 
Desencadeia uma parasitose comumente assintomática, porém quando sintomático é 
verificada uma colite disentérica que se manifesta de 2 a 4 evacuações -diarreicas ou não- 
por dia, com fezes pastosas ou moles, podendo conter sangue ou mucos. Somado a isso, os 
indivíduos com E.coli podem exibir cólicas e desconforto abdominal, e em casos raros febre. 
Um ponto característico dessa infecção é a alternância entre períodos silenciosos 
(assintomáticos) e manifestação clínica (NEVES, 2004). 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Cisto de Entamoeba coli 
 
 Fonte: DE CARLI. 
 
 - Entamoeba histolytica 
A Entamoeba histolytica é o parasito que ocasiona a amebíase, esta por sua vez, 
acontece após a ingestão de cistos, e seus sintomas clínicos podem ocorrer após dias ou até 
mesmo anos, em muitos casos vários pacientes não apresentam sinais clínicos permanecendo 
assintomáticos durante o curso da infecção (SANTOS et al, 2008). 
Os sintomas mais comuns da amebíase incluem a colite amebiana em que o paciente 
apresenta dores abdominais e fezes com muco e sangue; podem ocorrer outros sintomas 
como náuseas, vômitos e cefaleia. Em alguns casos os pacientes passam a apresentar quadro 
de desinteria amebiana que é dada por múltiplas evacuações de pequeno volume. Pode 
ocorrer também amebíasehepática, o paciente pode sentir dor ou sensação de peso no 
hipocôndrio direito, icterícia, vômitos, diarreia e rigidez dos músculos abdominais na região 
hepática (SANTOS et al, 2008). 
Com relação à morfologia, os trofozoítos são assimétricos e emitem pseudópodes, 
possuem tamanho variável e seu núcleo é pouco visível. Os cistos são esféricos, quando 
imaturos possuem de um a dois núcleos e quando maduros possuem quatro núcleos, em seu 
citoplasma podem estar presentes corpos cromatoides e vacúolo de glicogênio (DE CARLI, 
2001). 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Cisto de Entamoeba histolytica 
 
 Fonte: Biomedicina Padrão 
 
 - Trichuris trichiura (Tricuríase) 
O Trichuris trichiura é um parasito que não se adapta muito bem a localidades com 
climas áridos ou muito frios, por conta disso, as regiões tropicais, onde o clima é mais 
quente e úmido, representam maior número de casos desta parasitose. Estima-se que mais de 
1 bilhão de pessoas estejam infectadas com esse parasito em todo mundo, sendo que a 
maioria é assintomática (NEVES, 2004). 
Com relação a sua morfologia, verificamos que ele é bastante parecido com o Ascaris 
lumbricoide, sendo, contudo, bem menor, medido em média, aproximadamente 4 cm 
comparado com os habituais 30 cm do áscaris. Tem-se também que pelo fato do Trichuris 
trichiura viver em ambientes com características parecidas aos do Ascaris lumbricoides, é 
verificado muito comumente a co-infecção por ambos parasitos (MD.SAÚDE, 2017). 
Com relação ao ciclo de vida do Trichuris trichiura tem-se que: um indivíduo 
infectado libera milhares de ovos do parasita a cada evacuação. Se as fezes entrarem em 
contato com o solo, os ovos encontram um local propício para amadurecer. Após cerca de 2 
ou 3 semanas, os ovos passam a conter um embrião do verme capaz de infectar quem o 
consumir. A ingestão de ovos que foram eliminados recentemente nas fezes não é capaz de 
contaminar outras pessoas, pois o embrião no seu interior precisa deste tempo de 2 semanas 
de amadurecimento no solo para poder completar o seu ciclo de vida (MD.SAÚDE, 2017). 
Em ambientes úmidos e com pouca exposição solar direta, os ovos do Trichuris 
trichiura podem permanecer viáveis por vários meses. Por outro lado, em locais secos, muito 
quentes ou com exposição solar direta, o ovo sofre desidratação e o embrião em seu interior 
morre rapidamente (MD.SAÚDE, 2017). 
A tricuríase é uma parasitose bastante comum em países subdesenvolvidos, onde as 
condições de saneamento básico são precárias. Tem transmissão fecal-oral. A contaminação 
com o Trichuris trichiura ocorre quando ingere acidentalmente ovos do parasita contidos em 
meios contaminados. As formas mais comuns de contaminação são dadas por meio do 
contato da boca com mãos que manipularam solo infectado ou por consumo de alimentos 
plantados em terra adubada com fezes humana. Uma vez ingeridos, os ovos do parasito 
conseguem atravessar incólumes o estômago e eclodem ao chegar ao intestino delgado, 
liberando as larvas do verme. Após cerca de 3 meses, as larvas se tornam vermes adultos e 
migram para o intestino grosso, onde irão habitar definitivamente. Uma vez no intestino 
grosso, o Trichuris trichiura pode viver por até 5 anos. A fêmea do parasito é capaz de 
colocar mais de 20 mil ovos por dia, que serão eliminados pelas fezes, dando início a um 
novo ciclo (MD.SAÚDE, 2017). 
A grande parcela dos pacientes contaminados com Trichuris trichiura é 
assintomática. Comumente, só os indivíduos com os intestinos infestados com centenas de 
parasitos é que desenvolvem sintomas de tricuríase. Nestes eventos, o quadro clínico mais 
comum é de diarreia crônica, que pode ou não vir acompanhada de muco ou sangue 
misturado às fezes. Distensão abdominal, enjoos, perda de peso, flatulência e anemia são 
outros sinais e sintomas possíveis. Um sinal físico comum é o baqueteamento digital, que é 
um alargamento da ponta dos dedos e da unha (MD.SAÚDE, 2017). 
Figura 5: Ovo de Trichuris Trichiura 
 
 Fonte: Acervo Próprio, 2018 
 - Enterobius Vermicularis 
 
Trata-se de um helminto nematódeo de 0,3 a 1,0 cm, conhecido como oxiúrus. Com 
relação a sua morfologia, apresenta como característica do verme adulto um par de asas 
cefálicas. 
Os ovos de Enterobius vermicularis medem aproximadamente 50-60 μm de 
comprimento e 20- 30 μm de largura. Possuem um aspecto grosseiro de um “D” pois um 
lado é sensivelmente achatado e o outro é convexo (CARLI, 2010). 
Não obrigatoriamente desencadeia sintomas, em alguns casos pode ser assintomática, 
porém, em diversos casos pode apresentar seu sintoma característico, o prurido retal, 
principalmente noturno que causa diversos desconfortos ao paciente. Em decorrência desse 
prurido frequente que muitas vezes é verificado, o ato de coçar leva à escoriações, que por 
sua vez, podem resultar em infecções secundárias em torno do ânus com congestão na região 
anal, acarretando inflamação com pontos hemorrágicos, onde se encontram comumente 
fêmeas adultas e ovos. Pode haver também sintomas inespecíficos do aparelho digestivo, 
como vômitos, dores abdominais, tenesmo e, raramente, fezes sanguinolentas 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). 
A contaminação entre pessoas da mesma casa é corriqueira. Dessa forma, hábitos de 
higiene corporal e limpeza de roupas íntimas, toalhas e lençóis são importante de forma a 
prevenir a infecção. 
Figura 6: Ovo de Enterobius Vermicularis 
 
 Fonte: Acervo Próprio, 2018 
 - Giardia lamblia 
A giardíase é uma infecção do intestino delgado ocasionada pelo protozoário Giardia 
lamblia, apresenta um quadro clínico extremamente variável, os pacientes podem cursar 
assintomáticos ou sintomáticos. Os casos que os pacientes são sintomáticos, estes 
apresentam, geralmente, quadro de diarreia aguda e auto-limitante, caracterizada por fezes 
liquidas com muco e que não há a presença de sangue, acompanhada de vômito, desconforto 
abdominal, perda de peso e flatulência ou um quadro de diarreia persistente, com má-
absorção e consequente perda de peso e parada ou retardo do crescimento (NEVES, 2004; 
PEDROSO et al, 2006). 
O trofozoíto apresenta formato de pera, dois núcleos, corpos medianos em formato 
de vírgula e flagelos. O cisto é oval ou elipsoide, com dois ou quatro núcleos, fibrilas em 
número variável e os corpos escuros que estão situados no polo oposto onde se localizam os 
núcleos (NEVES, 2004). 
 
 
Figura 7: Cisto de Giardia lamblia 
 
 Fonte: Biomedicina Padrão 
 
 - Ancilostomídeo (Ancilostomíase/Ancilostomose) 
Os Ancilostomídeos das espécies Ancylostoma duodenale ou Necator americanos 
podem desencadear a Ancilostomíase, Ancilostomose ou Necatoríase, que são verminoses, 
popularmente conhecidas como “amarelão”, que têm grande prevalência em regiões quentes 
e úmidas, de solo arenoso (NEVES, 2004). 
Os vermes que ocasionam estas helmintoses têm o peridomicilio como o principal 
foco de contaminação da população. Devido ao fato de que o único hospedeiro para esses 
parasitas é a espécie humana. 
Com relação a sua morfologia os ovos dos helmintos ocasionadores da 
ancilostomíase têm forma ovalada, casca fina e transparente e um espaço largo e claro entre 
a casca e o conteúdo dos ovos. As larvas rebditóide exibem bulbo esofageano (esôfago do 
tipo rabditóide) e vestibulo bucal longo. Já as larvas filarióide apresentam esôfago cilíndrico 
(do tipo filarióide) e cauda pontiaguda. Os vermes adultos alcançam cerca de um centímetro 
de comprimento sendo que as fêmeas são um pouco maiores que osmachos. Possuem o 
corpo cilíndrico, rígido, somente afilado nas extremidades. Os machos exibem na 
extremidade posterior uma expansão chamada de bolsa copuladora. Na porção anterior 
encontramos a cápsula bucal, que permite a distinção entre os dois parasitas (NEVES, 2004). 
A sua transmissão comumente pode ocorrer por penetração ativa das larvas 
filarióides infestantes na pele ou mucosas, sobretudo nas regiões dos pés, pernas, nádegas e 
mãos, como também pela ingestão das larvas junto com os alimentos. 
Tem-se que a infecção por ancilostomídeo é geralmente assintomática. Entretanto, 
uma erupção cutânea papulovesicular pruriginosa (coceira) pode se desenvolver no local da 
penetração da larva. A migração de um grande número de larvas através dos pulmões 
eventualmente provoca a síndrome de Löffler, com tosse, sibilos e, às vezes, hemoptise. No 
decorrer da fase aguda, vermes adultos no intestino podem desencadear dor epigástrica, 
anorexia, flatulência, diarreia e perda de peso. A infecção crônica pode provocar anemia por 
deficiência de ferro e a infecção importante pode provocar hipoproteinemia, causando 
palidez, dispneia, fraqueza, taquicardia, cansaço e edema periférico. Em alguns casos pode 
haver uma eosinofilia de baixo grau (NEVES, 2004). 
Figura 8: Ovo de ancilostomídeos 
 
 Fonte: Acervo Próprio, 2018 
4. CONTROLE DE QUALIDADE 
No setor de Parasitologia o controle de qualidade adentra por meio do 
monitoramento da metodologia empregada, atuando desde a averiguação da preparação 
adequada, o armazenamento, preservação das amostras, avaliação dos reativos e reagentes 
de forma permanente até o treinamento da equipe técnica de forma periódica, disposição 
para os laboratoristas de manuais de procedimentos, assim como revistas específicas. 
Impera-se que deva ser realizado um controle de qualidade interno (monitoração dos 
métodos e corantes empregados) e externo (programas de proficiência) (DE CARLI, 2001). 
5. DIFICULDADES ENCONTRADAS NO ESTÁGIO 
Não houve dificuldades no curso do presente estágio, o andamento do estágio foi 
muitíssimo proveitoso, desde as relações interpessoais à absorção dos conhecimentos que 
foram compartilhados pelos profissionais que se propuseram a me acompanhar. 
6. CONCLUSÃO 
Essa recente vivência de estágio no setor de Parasitologia confirmou a importância 
desse tipo de experiência para a formação de um futuro profissional. No decorrer do estágio, 
foi perceptível e confirmatória a expansão dos meus conhecimentos na área parasitológica, 
que até então eram rasos e constituíam-se basicamente em teoria. Aliar o conhecimento 
teórico às práticas laboratoriais, sem dúvidas, contribuiu e agregou muito na minha 
formação pessoal e principalmente em minha construção profissional. 
Referências 
BALLÃO, C.M.; COLOMBO, I.M. Histórico e aplicação da legislação de estágio no Brasil. 
Educar em revista. Curitiba, Brasil, 2014. 
BRASIL, LEI FEDERAL - ESTÁGIO 11.788, de 25.09.2008; 
NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 11ª ed. São Paulo: Atheneu, 2004. 
DE CARLI, G. A. Parasitologia clínica: seleção de métodos e técnicas de laboratório para o 
diagnóstico das parasitoses humanas. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2010. 
SANTOS, F. L. N.; SOARES, N. M. Mecanismos fisiopatogênicos e diagnóstico laboratorial 
da infecção causada pela Entamoeba histolytica. J. Bras. Patol. Med. Lab. v. 44, n.4, 2008. 
DE CARLI, G. A. Parasitologia Clínica: Seleção de Métodos e Técnicas de Laboratório para 
o Diagnóstico das Parasitoses Humanas. São Paulo: Atheneu, 2001. 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doenças infecciosas e parasitárias. 6ª edição. Distrito Federal: 
Brasília. 2006. 
PEDROSO, F. R.; AMARANTE, M. K. Giardíase: Aspectos parasitológicos e imunológicos. 
Biosaúde. p. 61-82, v. 8, n.1, 2006. 
 
APÊNDICE A 
LISTA DE FREQUÊNCIA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

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