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LIVRO OFICINA DE INSTRUMENTOS TÉCNICOS OPERATIVOS

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OFICINA DE 
INSTRUMENTOS 
TÉCNICOS 
OPERATIVOS
Professora Esp. Daniela Sikorski
Professora Esp. Fernanda Carvalho Basilio Hernandez
Professora Esp. Júlia Fernanda Mariotto Casini
Professora Esp. Suzie Keilla Viana da Silva
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; SIKORSKI, Daniela; HERNANDEZ, Fernanda 
Carvalho Basilio; CASINI, Júlia Fernanda Mariotto; SILVA, Suzie 
Keilla Viana da.
 
 Oficina de Instrumentos Técnicos Operativos. Daniela Sikorski; 
Fernanda Carvalho Basilio Hernandez; Júlia Fernanda Mariotto 
Casini; Suzie Keilla Viana da Silva.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. Reimpresso em 2018.
 189 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Oficina. 2. Instrumentos. 3. Técnicos. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0432-8
CDD - 22 ed. 361
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais
Nádila Toledo
Supervisão Operacional de Ensino
Luiz Arthur Sanglard
Coordenador de Conteúdo
Maria Cristina Araújo de Brito Cunha
Designer Educacional
Rossana Costa Giani
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Matheus Felipe Davi
Qualidade Textual
Pedro Barth
Gabriel Bruno Martins
Ilustração
Marcelo Goto
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Pró-Reitor de 
Ensino de EAD
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
A
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RE
S
Professora Esp. Daniela Sikorski
Especialista em Política Social e Gestão de Serviços Sociais pela Universidade 
Estadual de Londrina. Possui Graduação em Serviço Social pela Universidade 
Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Tem experiência profissional na área de 
Serviço Social na Educação, Terceiro Setor, Responsabilidade Social e Gestão 
na Área da Saúde. Experiência em Educação a Distância em Serviço Social.
Professora Esp. Fernanda Carvalho Basilio Hernandez
Especialista em EAD e as Novas Tecnologias. Graduada em Serviço Social 
pela Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (FECEA). 
Atualmente, é professora orientadora da Pós-graduação do Núcleo de 
Educação a Distância - NEAD Unicesumar. 
Professora Esp. Júlia Fernanda Mariotto Casini
Especialista em Gestão da Política de Assistência Social na Perspectiva do 
SUAS pela Faculdade de Paraíso do Norte (FAPAN). Especialista em Gestão da 
Saúde pela Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO). 
Graduada em Serviço Social pela Faculdade Estadual de Ciências Econômicas 
de Apucarana (FECEA). Foi aluna não-regular do mestrado em Serviço Social 
e Política Social da Universidade Estadual de Londrina (UEL) – 2015-2016. 
Atualmente, é assistente social do Centro de Referência Especializado para 
População em Situação de Rua (Centro POP), do Município de Maringá – PR.
Professora Esp. Suzie Keilla Viana da Silva
Especialista em Gestão da Política de Assistência Social na Perspectiva do 
SUAS – FAPAN e aluna Não-regular do Curso de Mestrado em Ciências Sociais 
na Universidade Estadual de Maringá – UEM. Bacharel em Serviço Social pela 
Fundação Universidade do Tocantins – UNITINS. Atualmente é Professora 
Mediadora do Curso de Serviço Social no Núcleo de Educação a Distância - 
NEAD Unicesumar. 
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro (a) estudante! É com imenso prazer que apresentamos a você o livro da discipli-
na de Oficina de Instrumentos Técnicos e Operativos. Este material foi produzido a partir 
de um trabalho coletivo de parte da equipe do curso de Serviço Social. 
Nós somos as professoras Fernanda Carvalho Basilio Hernandez, Júlia Fernanda Mariot-
to Casini, DanielaSikorski e Suzie Keilla Viana da Silva, autoras deste livro. Pensamos 
e realizamos esta produção com muito carinho, levando em consideração os aspectos 
mais relevantes que são necessários para o seu processo de formação profissional. Afi-
nal, você é um assistente social em formação! E, portanto, já faz parte da categoria pro-
fissional de assistentes sociais.
Logo mais, você estará inserido nos mais diversos espaços sócio-ocupacionais que ne-
cessitam do exercício profissional do assistente social. Sabe-se que, atualmente, são di-
versificados os espaços nos quais o assistente social se faz presente e impacta, de modo 
positivo, a vida da população usuária, independente da especificidade que a interven-
ção possua. Seja na esfera pública ou privada, o Serviço Social é requisitado para aten-
der demandas que emanam de seu objeto de estudo e intervenção: a questão social. 
Enquanto profissão, inserida na divisão social e técnica do trabalho, os assistentes so-
ciais precisam responder a necessidades sociais. Para tanto, é necessário realizar inter-
venção na realidade social. É a partir da intervenção no tecido social que o assistente 
social pode transformar a realidade social. O processo de trabalho do assistente social 
possui distintas dimensões que se relacionam: teórico-metodológica, ético-política e 
técnico-operativa. A dimensão técnico-operativa do assistente social é a dimensão que 
possibilita o “agir” profissional. É operando que o assistente social realiza intervenções e 
pode transformar a realidade dos sujeitos que atende. 
E é, desse modo, que a dimensão técnico-operativa traduz o agir profissional. Para in-
tervir na realidade o assistente social se utiliza de instrumentos e técnicas. Por isso que 
falamos em “instrumentos técnicos e operativos”. São, portanto, instrumentos de opera-
cionalização da prática profissional do assistente social. Tal dimensão oferece significa-
do ao “operar” do assistente social.
Para operar, para agir, para intervir na realidade social, o assistente social precisa, neces-
sariamente, estar ancorado em uma sustentável base teórico-metodológica e em uma 
base ético-política. Sendo assim, é preciso conhecer a realidade por meio de um méto-
do e de teorias e, ainda, assumir uma posição profissional que esteja ao lado da classe 
trabalhadora. A partir disso, é que a dimensão técnico-operativa ganha sentido. 
Pensando dessa forma, foi que organizamos este livro de modo a contemplar os prin-
cipais pontos, nesta disciplina, que são necessários ao processo de ensino e aprendiza-
gem. 
APRESENTAÇÃO
OFICINA DE INSTRUMENTOS TÉCNICOS 
OPERATIVOS
A unidade I introduzirá a instrumentalidade no Serviço Social e os seus conceitos, 
demonstrando como esse assunto toma corpo no âmbito da profissão. A diferen-
ciação entre instrumento e instrumentalidade e, ainda, as mudanças ocorridas no 
processo de operacionalização da prática.
Na unidade II, vamos discutir a dimensão técnico-operativa do Serviço Social e a 
sua relação com as dimensões teórico-metodológica e ético-política. Veremos que 
a atuação do profissional possui essas dimensões e é preciso que o assistente social 
tenha clareza sobre elas.
Na unidade III, abordaremos os principais instrumentos e técnicas utilizados pelos 
assistentes sociais. Você conhecerá os principais instrumentos e técnicas dos quais 
o Serviço Social se utiliza para intervir na realidade. 
Na unidade IV, vamos trabalhar a questão do registro e da documentação no exer-
cício profissional. Pois, a utilização de um instrumental pressupõe a coleta de infor-
mações para a intervenção no tecido social. Isso, por sua vez, requer registro e docu-
mentação. Sem registrar e sem documentar a prática profissional, não conseguimos 
dar materialidade ao nosso agir.
Por fim, na unidade V, vamos relacionar a importância do conhecimento para a prá-
xis (relação teoria e prática) no Serviço Social. Pois, é o conhecimento que oferece 
sustentação para a intervenção profissional que ocorre por meio da dimensão téc-
nico-operativa e, portanto, a partir da instrumentalidade.
Esperamos que seus conhecimentos possam ser aprimorados por meio das refle-
xões aqui propostas. Lembre-se que nenhum instrumento ou técnica utilizado pos-
sui valor ou materialidade se for desprovido do conhecimento. Desse modo, que-
remos possibilitar que você seja um profissional instrumentalizado e possa estar 
comprometido com a qualidade dos serviços prestados, na perspectiva da garantia 
dos direitos sociais, civis e políticos. 
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
15 Introdução
16 Um Breve Resgate Histórico 
18 Conceitos de Instrumentalidade 
21 Diferenças entre Instrumento e Instrumentalidade 
26 A Instrumentalidade como Mediação 
29 A Instrumentalidade no Exercício da Profissão 
31 Instrumentalidade e o Serviço Social 
34 Considerações Finais 
39 Referências 
40 Gabarito 
UNIDADE II
A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA E A SUA RELAÇÃO COM AS 
DIMENSÕES TEÓRICO-METODOLÓGICA E ÉTICO-POLÍTICA
43 Introdução
44 A Dimensão Técnico-Operativa no Serviço Social 
48 A Dimensão Ético-Política no Serviço Social 
50 A Dimensão Teórico-Metodológica no Serviço Social 
52 A Relação entre as Três Dimensões no Serviço Social 
56 Considerações Finais 
SUMÁRIO
10
61 Referências
62 Gabarito 
UNIDADE III
OS PRINCIPAIS INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DA INTERVENÇÃO 
PROFISSIONAL EM SERVIÇO SOCIAL
65 Introdução
66 Condições para um Bom Atendimento 
74 Observação e Diálogo 
82 Relacionamento 
88 Investigação 
89 Análise de Conjuntura 
91 Instrumentais Quantitativos 
92 Instrumentais Qualitativos 
94 Diário de Campo 
95 Entrevista 
97 Visita Domiciliar 
106 Abordagem 
107 Reunião 
110 Dinâmica de Grupo 
112 Relatório Social 
115 Estudo de Diagnóstico Pós-Acolhimento 
SUMÁRIO
11
117 Plano Individual de Atendimento (PIA) 
119 Estudo Social 
121 Perícia Social 
122 Laudo Social 
123 Parecer Social 
126 Considerações Finais 
132 Referências 
135 Gabarito 
UNIDADE IV
A RELEVÂNCIA DOS REGISTROS NA DOCUMENTAÇÃO DO COTIDIANO 
PROFISSIONAL
139 Introdução
140 Considerações Acerca da Documentação e Registro da Ação Profissional 
141 Informação, Registro e Documentação Como Instrumento de Trabalho do 
Assistente Social
146 A Documentação do Cotidiano Profissional no Espaço Sóciojurídico 
149 O Sigilo Profissional Acerca do Atendimento e da Documentação 
153 Considerações Finais 
159 Referências 
160 Gabarito 
SUMÁRIO
12
UNIDADE V
O CONHECIMENTO E A SUA IMPORTÂNCIA PARA O SERVIÇO SOCIAL: A 
PRÁXIS NO PROCESSO DE INTERVENÇÃO
163 Introdução
164 Conceitos do Conhecimento e a sua Importância para o Serviço Social 
170 Concepção de Práxis no Serviço Social 
179 A Relação Teoria e Prática no Serviço Social 
180 Considerações Finais 
187 Referências 
188 Gabarito 
 
189 CONCLUSÃO 
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ID
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Professora Esp. Fernanda Carvalho Basilio Hernandez
A INSTRUMENTALIDADE NO 
TRABALHO DO ASSISTENTE 
SOCIAL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar o processo de construção, análise e utilização do 
instrumental técnico-operativo do serviço social em concordância 
com o projeto ético-político profissional. 
 ■ Refletir e entender a instrumentalidade do serviço social na prática 
profissional cotidiana.
 ■ Compreender técnica, método, instrumento e instrumentalidade 
enquanto parte da prática profissional do assistente social.
 ■ Discutir a instrumentalidade enquanto mediação das dimensões 
ético-política, teórico-metodológica e técnico-operativa do serviço 
social.
 ■ Apresentar a relevância da instrumentalidade no cotidiano 
profissional.■ Discutir a estreita relação entre a instrumentalidade e a profissão.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Um breve resgate histórico
 ■ Conceitos de instrumentalidade
 ■ Diferenças entre instrumento e instrumentalidade
 ■ A instrumentalidade como mediação
 ■ A instrumentalidade no exercício da profissão
 ■ A instrumentalidade e o serviço social
INTRODUÇÃO
Caro (a) aluno (a), com imensa satisfação este conteúdo foi preparado para lhe 
auxiliar na compreensão do que é instrumentalidade no serviço social, pois muito 
se confunde instrumentalidade com instrumentos e você perceberá que embora 
sejam palavras parecidas, na prática profissional seus significados são diferentes.
Discorreremos sobre a instrumentalidade no serviço social e seus conceitos. 
Faremos um breve resgate histórico para compreendermos o início da profis-
são e as mudanças que ocorreram na forma de se trabalhar, mudanças estas que 
ocorrem até a atualidade, pois como veremos no decorrer desta unidade, cada 
profissional tem sua própria instrumentalidade, já que cada um age a sua maneira. 
Ou seja, mesmo utilizando os mesmos instrumentais, a instrumentalidade muda. 
Dessa forma, também abordaremos as diferenças existentes entre instrumento 
e instrumentalidade, bem como a utilização da mesma no cotidiano profissio-
nal, transformando a prática, a realidade social e o cotidiano das pessoas. Isso 
quer dizer que os assistentes sociais usam e/ou modificam os meios e as condi-
ções, transformando-as, adaptando-as e utilizando-as em benefício próprio a 
fim de atingir seus objetivos e ao transformar a natureza da matéria os homens 
transformam a si próprios.
Parece complicado, não é mesmo? Mas no decorrer da leitura você perceberá 
que é mais simples do que parece! E compreenderá cada vez mais as diferenças 
que tanto falamos entre instrumento e instrumentalidade.
Por fim, falaremos sobre a instrumentalidade na prática profissional, o que 
acaba se tornando um desafio, pois no dia a dia pode predominar a no agir 
profissional, a reprodução automática da prática por si só, o fazer por fazer. 
O desafio é não se deixar paralisar pelo costume de fazer as mesmas coisas do 
mesmo jeito. E também por esse motivo é que a instrumentalidade se torna tão 
importante. Espero que você goste do conteúdo desta unidade e que ele auxilie 
no seu processo de aprendizagem e futuramente no sucesso de sua prática pro-
fissional. Boa leitura! 
Introdução
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A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
UM BREVE RESGATE HISTÓRICO
O Serviço Social enquanto profissão pressupõe no desenvolvimento de suas 
funções algumas atribuições ético-políticas, teórico-metodológicas e técnico-ope-
rativas para trabalhar com as peculiaridades do dia a dia profissional. Portanto, 
para entendermos o que é instrumentalidade, voltaremos um pouco na história 
para entendermos melhor tudo isso. Vamos lá?
Na década de 1950, surgiu na América Latina, junto com a perspectiva 
desenvolvimentista, o Serviço Social de caso, grupo e comunidade. O objetivo 
do desenvolvimento, utilizando-se do capitalismo industrial, era possibilitar a 
transformação dos países subdesenvolvidos em uma potência como os Estados 
Unidos. Partindo desse cenário, os assistentes sociais, que antes analisavam os 
problemas da comunidade de maneira individual diante da concepção desen-
volvimentista, buscam um entendimento das relações sociais. Nesse período, 
constata-se uma tecnificação da ação profissional, junto com um processo buro-
crático intenso das atividades institucionais.
O primeiro estudo em nível de Serviço Social mais diretamente fundamen-
tado nas contribuições marxianas foi publicado na primeira metade dos 
anos 80 do século XX. Trata-se da obra “Relações Sociais e Serviço Social no 
Brasil – esboço de uma interpretação histórico-metodológica” (1985), de au-
toria da assistente social e professora Marilda Vilela Iamamoto, em parceria 
com Raul de Carvalho. 
Fonte: Silva (2007 p. 282). 
Um Breve Resgate Histórico
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Nos anos de 1960, as discrepâncias conjunturais auxiliam para que os primei-
ros questionamentos sejam realizados. Momento da Ditadura Militar, arrocho 
salarial, e outros acontecimentos contribuíram para que o Serviço Social tradi-
cional criasse o conhecido Movimento de Reconceituação.
O serviço social, na década de 1970, era problemático, pois, diante do 
Movimento de Reconceituação e o processo de ruptura com o tradicionalismo 
não foi bem aceito por toda a classe. Somente nos anos 1980 e 1990 é que o pro-
jeto ético-político rompe o tradicionalismo na profissão e constitui uma estrutura 
teórica com base na tradição marxiana.
Diante do breve resgate histórico, podemos compreender a razão, de na con-
temporaneidade, o projeto ético-político do Serviço Social ainda ser fortemente 
marcado pela tradição marxista, e comprometido com a classe trabalhadora na 
árdua luta de interesses travada entre capitalismo e proletariado.
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A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
CONCEITOS DE INSTRUMENTALIDADE
Para compreendermos o termo instrumentalidade é preciso compreender o 
sufixo “idade”, que aqui expressa qualidade, peculiaridade ou habilidade de algo. 
Instrumentalidade transmite a ideia de instrumentos necessários ao trabalho do 
profissional, permitindo aos assistentes sociais planejar, delinear seus objetivos 
até chegar a resultados efetivos. Percebemos dessa maneira que a instrumenta-
lidade do Serviço Social não é feita somente de termos teórico-filosóficos, mas 
sim “constituídas de históricos da realidade social, tendo como matéria prima 
sua profissionalidade que está sempre sendo construída, conduzida e reconstru-
ída.” (GUERRA, 1995, p. 13).
Dessa maneira, comprovamos que a instrumentalidade no dia a dia do 
assistente social não é composta por instrumentos técnicos, mas sim por uma 
capacidade de constituir da profissão, no íntimo dos vínculos sociais do desem-
penho profissional, oportunizando a possibilidade de atender às demandas e a 
conquista dos projetos traçados.
Segundo Guerra (2000, p. 2):
Foi dito que a instrumentalidade é uma propriedade e/ou capacidade 
que a profissão vai adquirindo na medida em que concretiza objeti-
vos. Ela possibilita que os profissionais objetivem sua intencionalidade 
em respostas profissionais. É por meio desta capacidade, adquirida no 
exercício profissional, que os assistentes sociais modificam, transfor-
mam, alteram as condições objetivas e subjetivas e as relações interpes-
soais e sociais existentes num determinado nível da realidade social: no 
nível do cotidiano.
Na medida em que os profissionais utilizam, criam, adequam às condições 
existentes, transformando-as em meios/instrumentos para a objetivação das 
intencionalidades, suas ações são portadoras de instrumentalidade. Deste 
modo, a instrumentalidade é tanto condição necessária de todo trabalho 
social quanto categoria constitutiva, um modo de ser, de todo trabalho.
Fonte: Guerra (2000, p. 2).
Conceitos de Instrumentalidade
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Dito isso, perceba que o assistente social dá instrumentalidade ao seu exercício 
quando modifica o dia a dia, tanto profissional quanto das classes sociais que são 
sua demanda, alterando as condições efetivas, as transformando em condições, 
modo e instrumentos capazes de atingir as metas profissionais.
Segundo Iamamoto (2003, p. 62-63):
as bases teórico-metodológicas, são recursos essenciais que o Assisten-
te Social aciona para exercer o seu trabalho: contribuem para iluminar 
a leitura da realidade e imprimir rumos à ação, ao mesmo tempo em 
que a moldam. Assim, o conhecimento não é só um verniz que sobre-
põe superficialmente a prática profissional, podendo ser dispensado; 
mas é um meio pelo qual é possível decifrar a realidade e clarear a con-
dução do trabalho realizado.
O ser social é a base necessária para constatar que além de novos instrumentos, 
o serviço social precisa de racionalidade, como parâmetro e expressão faz teo-
rias e praticas capaz de esclarecer os objetivos. Ou seja, o Assistente Social não 
deve tomar os instrumentos como um fim em si mesmo, e sim entendê-los como 
instrumentalidade necessária para transformar a realidade.
Você pode estar se perguntando: por que a instrumentalidade é requisito para 
que a profissão tenha reconhecimento social? 
A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
Vamos lá! Essa exigência ligada ao exercício profissional é transferida pelos 
homens no decurso de atendimentos das demandas materiais, por exemplo, 
comer, beber, dormir, procriar e também as necessidades espirituais, que dizem 
respeito à mente, ao espírito, às fantasias. Essa condição da instrumentalidade é 
construída e reconstruída no dia a dia por seus agentes no decorrer de todo tra-
balho social e suas ramificações, por exemplo, o Serviço Social.
O processo de trabalho proporciona a transformação do homem, dos outros 
e da realidade, e é por esse processo que, segundo Lessa (1999, p. 6), o homem
detém a capacidade de manipulação, de conversão dos objetos em ins-
trumentos que atendam as necessidades dos homens e de transforma-
ção da natureza em produtos úteis (e em decorrência, a transformação 
da sociedade). Mas a práxis necessita de muitas outras capacidades/
propriedades além da própria instrumentalidade.
Partindo desse pressuposto, o processo de trabalho é entendido como uma soma 
de atividades para se atingir o objetivo proposto, os quais advêm à existência e 
estão ligadas a adequação e criação dos modos e condições objetivas e subjetivas.
Em outras palavras, os profissionais usam ou modificam os meios e as con-
dições, transformando, adaptando e utilizando em benefício próprio a fim de 
atingir seus objetivos, e ao transformar a natureza da matéria os homens trans-
formam a si próprios, compondo um mundo necessário a realização do processo 
de trabalho. Conforme Guerra (2000, p. 4), “entretanto, tal conhecimento seria 
insuficiente se a ele não se acrescentasse a operatividade propriamente dita, a 
capacidade de os homens alterarem o estado atual de tais objetos”.
Dito isso, percebemos que por intermédio do trabalho, o homem passa a 
mediar seu relacionamento com os outros, desenvolvendo consciência e conhe-
cimento, pois “(...) o desenvolvimento do trabalho exige o desenvolvimento de 
suas próprias relações sociais e o processo de reprodução social como ser histó-
rico, e, portanto pela própria práxis” (LESSA, 1999; GUERRA, 2000).
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Veja que a transformação na discussão e na utilização da instrumentalidade se 
insere no cenário da construção e reconstrução da profissão, cenário esse que 
mudou ao longo dos anos, conforme vimos no conteúdo anterior. Agora, caro (a) 
aluno (a), você precisa saber diferenciar instrumentalidade e instrumentos, que 
parecem ser a mesma coisa, mas você verá que não são. Vamos ao próximo tópico!
DIFERENÇAS ENTRE INSTRUMENTO E 
INSTRUMENTALIDADE
Para começarmos a entender a instrumentalidade é necessário distingui-la de 
instrumentos. A autora Guerra (2007, p.1) nos mostra que a instrumentalidade:
No exercício profissional refere-se, não ao conjunto de instrumentos e 
técnicas (neste caso, a instrumentação técnica), mas a uma determina-
da capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construído e 
reconstruída no processo sócio-histórico.
O que é Práxis?
Prática; atividade ou situação concreta que se opõe à teórica. 
Filosofia. Marxismo. Atividade humana concreta que, contrária à teó-
rica, possibilita que alguém trabalhe no cultural, política e socialmen-
te, alterando e modificando as relações entre indivíduos e grupos.  
Tipo de conhecimento que se volta para as relações sociais e para o âmbito 
político, econômico e moral. 
Fonte: Dicionário Práxis1
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A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
Perceba que na concepção da 
autora, a instrumentalidade se tra-
duz no modo de ser característico 
do cotidiano do profissional, que 
é delineado tendo como ponto 
de partida as relações sociais. 
Relações estas que são firmadas no 
cerne da conjuntura, tanto obje-
tivas quanto subjetivas, nas quais 
se desenvolvem o cotidiano profis-
sional, e na medida em que viabilizam a efetivação dos objetivos a que se dispõe 
a profissão se firma como “condição concreta de reconhecimento social da pro-
fissão” (GUERRA, 2007, p. 2).
Conforme se compreende que instrumentalidade quer dizer capacidade for-
mada a partir do cotidiano profissional, haverá possibilidade de notar que é essa 
capacidade a viabilizadora para o profissional modificar as condições de traba-
lho que são dispostas em instrumentos e formas que oportunizam a realização 
das suas metas de trabalho. 
Diante disso, Guerra (2000, p. 54) nos diz que:
[...] a instrumentalidade possibilita que os profissionais objetivem sua 
intencionalidade em respostas profissionais. É por meio da instrumen-
talidade que os assistentes sociais modificam, transformam, alteram 
as condições objetivas e subjetivas e as relações interpessoais e sociais 
existentes num determinado nível da realidade social: no nível do co-
tidiano.
Em outras palavras, a instrumentalidade no contexto capitalista se transforma 
em instrumentalização das pessoas que são aproveitadas para se conseguir alguns 
objetivos. Dessa forma, a profissão vem como uma maneira do capital conseguir 
alcançar objetivos político-econômicos, definindo-se como um instrumento a 
favor do capital.
A ação do profissional deve ser mediatizada por referenciais teórico-meto-
dológicos e princípios ético-políticos.
(Guerra) 2012.
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É necessário destacar que mesmo que as solicitações sejam urgentes e de 
cunho instrumental a ação do assistente social não deve ficar presa a elas, pois 
senão o profissional pode se tornar um simples instrumento para obter respos-
tas imediatas.
Iamamoto (2008, p. 20) diz que:
Um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no presente é de-
senvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas 
de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos,a partir 
de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional pro-
positivo e não só executivo.
Para isso, o assistente social tem que estar disposto a refletir e buscar uma opinião 
e um raciocínio crítico, indo de encontro às práticas cotidianas e ao desaponta-
mento teórico colocado a prova pela prática do dia a dia.
É importantve que o assistente social desenvolva sua instrumentalidade de maneira 
que traga originalidade ao seu cotidiano, sem cessar a habilidade para atender às 
demandas sociais. Sendo assim, é importante que você, caro (a) aluno (a), reflita 
sobre a importância sócia histórica da instrumentalidade do serviço social como 
premissa de oportunidade, e perceba a estrutura das políticas sociais, como área 
de atuação e intervenção.
Falando em políticas sociais, abordaremos agora os vínculos existentes entre 
elas e o Serviço Social, uma vez que a profissão tem utilidade social ligada às 
políticas sociais, a instrumentalidade pode ser vista como:
A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E24
(...) uma condição sócio histórica da profissão em três níveis:
1. Da instrumentalidade do Serviço Social face ao projeto burguês, o 
que significa a capacidade que a profissão porta (dado ao caráter re-
formista e integrador das políticas sociais) de ser convertida em ins-
trumento, em meio de manutenção da ordem, a serviço do projeto 
reformista da burguesia. Neste caso, dentro do projeto burguês de re-
formar conservando, o Estado lança mão de uma estratégia histórica 
de controle da ordem social, qual seja, as políticas sociais, e requisita 
um profissional para atuar no âmbito da sua operacionalização: os as-
sistentes sociais. Este aspecto está vinculado a uma das funções que a 
ordem burguesa atribui à profissão: reproduzir as relações capitalistas 
de produção.
2. Da instrumentalidade das respostas profissionais, no que se refere 
à sua peculiaridade operatória, ao aspecto instrumental-operativo das 
respostas profissionais frente às demandas das classes, aspecto este que 
permite o reconhecimento social da profissão, dado que, por meio dele 
o Serviço Social pode responder às necessidades sociais que se tradu-
zem (por meio de muitas mediações) em demandas (antagônicas) ad-
vindas do capital e do trabalho.  Isto porque as diversas modalidades 
de  intervenção profissional tem um caráter instrumental, dado pelas 
requisições que tanto as classes hegemônicas quanto as classes popula-
res lhe fazem. Nesta condição, no que se refere às respostas profissio-
nais, a instrumentalidade do exercício profissional expressa-se:
2.1. Nas funções que lhe são requisitadas: executar, operacionalizar, im-
plementar políticas sociais; a partir de pactos políticos em torno dos sa-
lários e dos empregos (do qual o fordismo é exemplar) melhor dizendo, 
no âmbito da reprodução da força de trabalho;
2.2. No horizonte do exercício profissional: no cotidiano das classes 
vulnerabilizadas, em termos de modificar empiricamente as variáveis 
do contexto social e de intervir nas condições objetivas e subjetivas 
de vida dos sujeitos (visando a mudança de valores, hábitos, atitudes, 
comportamento de indivíduos e grupos). É no cotidiano — tanto dos 
usuários dos serviços quanto dos profissionais — no qual o assisten-
te social exerce sua instrumentalidade, o local em que imperam as 
demandas imediatas, e consequentemente, as respostas aos aspectos 
imediatos, que se referem à singularidade do eu, à repetição, à pa-
dronização. O cotidiano é o lugar onde a reprodução social se realiza 
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através da reprodução dos indivíduos (NETTO, 1987), por isso um es-
paço ineliminável e insuprimível. As singularidades, os imediatismos 
que caracterizam o cotidiano, que implicam na ausência de mediação, 
só podem ser enfrentados pela apreensão das mediações objetivas e 
subjetivas (tais como valores éticos, morais e civilizatórios, princípios 
e referências teóricas, práticas e políticas) que se colocam na realidade 
da intervenção profissional.
2.3. Nas modalidades de intervenção que lhe são exigidas pelas deman-
das das classes sociais. Estas intervenções, em geral, são em nível do 
imediato, de natureza manipulatória, segmentadas e desconectadas das 
suas determinações estruturais, apreendidas nas suas manifestações 
emergentes, de caráter microscópico.
Nestes três casos (2.1, 2.2, 2.3) são respostas manipulatórias, fragmen-
tadas, imediatistas, isoladas, individuais, tratadas nas suas expressões/
aparências (e não nas determinações fundantes), cujo critério é a pro-
moção de uma alteração no contexto empírico, nos processos segmen-
tados e superficiais da realidade social, cujo parâmetro de competência 
é a eficácia segundo a racionalidade burguesa. São operações realizadas 
por ações instrumentais, são respostas operativo-instrumentais, nas 
quais impera uma relação direta entre pensamento e ação e onde os 
meios (valores) se subsumem aos fins. Abstraídas de mediações sub-
jetivas e universalizantes (referenciais teóricos, éticos, políticos, sócio 
profissionais, tais como os valores coletivos) estas respostas tendem a 
percepcionar as situações sociais como problemáticas individuais (por 
exemplo: o caso individual, a situação existencial problematizada, as 
problemáticas de ordem moral e/ou pessoal, as patologias individuais 
etc.) (GUERRA, 2007, p.10).
Tratamos anteriormente de duas dimensões da instrumentalidade da profissão, 
agora conheceremos uma terceira condição, a instrumentalidade como media-
ção, que é o passar das ações instrumentais para a prática profissional crítica, 
permitindo também o caminho contrário, em que a teoria pode compreender 
as singularidades da prática profissional do dia a dia.
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A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
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A INSTRUMENTALIDADE COMO MEDIAÇÃO
Quando se reconhece a instrumentalidade como mediação, toma-se a profissão 
como universalidade formada por várias dimensões, como: “técnico-instru-
mental, teórico-intelectual, ético-política e formativa” (GUERRA, 1997) e a 
instrumentalidade como singularidade e, sendo assim, transforma-se em área 
de mediação que articula as dimensões fazendo-as se tornarem respostas para 
a atuação profissional. 
No exercício profissional o assistente social lança mão do acervo ídeo-
cultural disponível nas ciências sociais ou na tradição marxista e o 
adapta aos objetivos profissionais.  Constrói um certo modo de fazer 
que lhe é próprio e pelo qual a profissão torna-se reconhecida social-
mente. Produz elementos novos que passam a fazer parte de um acervo 
cultural (re) construído pelo profissional e que se compõe de objetos, 
objetivos, princípios, valores, finalidades, orientações políticas, referen-
cial técnico, teórico-metodológico, ídeo-cultural e estratégico, perfis de 
profissional, modos de operar, tipos de respostas; projetos profissionais 
e societários, racionalidades que se confrontam e direção social hege-
mônica, etc.(...) Isso porque, no âmbito profissional, não existem ações 
pessoais, mas ações públicas e sociais de responsabilidade do indivíduo 
como profissional e da categoria profissional como um todo. Para tan-
to, há que se ter conhecimento dos objetos, dos meios/instrumentos e 
dos resultados possíveis (GUERRA, 1997, p.14).
A Instrumentalidade como Mediação
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Nesse contexto, compreendemos que a cultura profissional pega para si as teo-
rias críticas projetivas, e por meio da mediação da cultura da profissão talvez o 
profissional negue a ação que é somente instrumental e a transforme em respos-
tas sócio-profissionais e, dessa maneira, construindo novas legitimidades, com 
respostas qualificadas, a instrumentalidade por si só não é suficiente. 
A partir do momento em que se ultrapassa a ação imediata para uma 
ação mais aprofundada e qualificada, nos deparamos como um campo 
de “mediações” que permite a passagem das ações instrumentais para o 
exercício profissional crítico e competente, possibilitando, desta forma, 
que a profissão dê respostas mais enriquecidas e eficazes. (ALVES, 2012 
p. 103)
Ou seja, é primordial que o profissional saia da falsa concreticidade, buscando 
a natureza dos acontecimentos, ultrapassando o limite do imediatismo, fazendo 
assim a mediação com o concreto pensado. Nesse sentido:
Ao assistente social, no âmbito da sua inserção na divisão social e téc-
nica do trabalho, cabe captar como as diversas expressões da questão 
social se particularizam em cada espaço sócio-ocupacional e chegam 
como demandas que dependem de sua intervenção profissional. As-
sim, entendemos que a clareza acerca de como concebemos a “questão 
social”, ou seja, a partir de que pressupostos teóricos, a percepção que 
temos de suas expressões, tais como: desemprego, fome, doenças, vio-
lência, falta de acesso aos bens e serviços sociais (moradia, creches, es-
colas, hospitais etc.), bem como dos valores que orientam tais concep-
ções, são mediações que incidem sobre os meios e modos de responder 
às demandas profissionais. (GUERRA, 2009, p. 704)
Contra o que muitos podem pensar, quando falamos em mediação não esta-
mos nos referindo somente à mediação de conflitos, problemas, embates, mas a 
mediação discutida aqui é consistente na teoria crítica marxista e só é possibili-
tada por meio da dialética de análise da realidade. 
A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
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Figura 1 – Mediação em Serviço Social
Assistente
Social
Usuário Instituição
* Bens
* Serviços
* Políticas
Públicas
Fonte: a autora.
DIALÉTICA: a dialética pode ser descrita como a arte do diálogo. Uma dis-
cussão na qual há contraposição de ideias, em que uma tese é defendida 
e contradita logo em seguida; uma espécie de debate. Sendo ao mesmo 
tempo, uma discussão onde é possível divisar e defender com clareza os 
conceitos envolvidos.
A prática da dialética surgiu na Grécia antiga, no entanto, há controvérsias a 
respeito do seu fundador. Aristóteles considerava Zenôn como tal, já outros 
defendem que Sócrates foi o verdadeiro fundador da dialética por usar de 
um método discursivo para propagar suas ideias.
A DIALÉTICA MARXISTA: Karl Marx reformula o conceito de dialética, vol-
tando-o para a sociedade, as lutas de classes vinculadas a uma determinada 
organização social, surgindo assim, a chamada: dialética materialista ou ma-
terialismo dialético.
A dialética materialista une pensamento e realidade, mostrando que a re-
alidade é contraditória ao pensamento dialético. Contradições estas, que é 
preciso compreender para então, transpô-las por meio da dialética. Marx 
fala da dialética sempre em um contexto de luta de classes, diferentes in-
teresses, que geram a contradição. Sendo assim, o materialismo dialético é 
uma das bases do pensamento marxista.
Fonte: adaptado de Borges (2010 on-line).2
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A Instrumentalidade no Exercício da Profissão
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Não restam dúvidas que o saber, o conhecimento, é extremamente necessário 
ao cotidiano de trabalho, pois é ele quem direciona o agir profissional. Vamos 
aprofundar essa discussão no tópico seguinte.
A INSTRUMENTALIDADE NO EXERCÍCIO DA 
PROFISSÃO
Quando se fala de instrumentalidade 
no agir do assistente social logo se pensa 
naqueles instrumentos que os profissionais 
normalmente utilizam para desenvolver seu 
trabalho, pelos quais os profissionais obje-
tivam suas metas em resultados efetivos, e 
como dito anteriormente o sufixo “idade” 
traduz-se em capacidade, qualidade. 
Dessa forma, a instrumentalidade no 
Serviço Social faz referência não ao conjunto 
de instrumentais e técnicas, mas sim a capacidade que a profissão tem de cons-
truir e reconstruir ao longo do processo sócio-histórico. O objetivo aqui, caro 
(a) aluno (a), é fazê-lo (a) pensar na instrumentalidade profissional no coti-
diano do assistente social como um modo definido que a profissão conquista 
no íntimo das relações sociais, no embate entre objetividade e subjetividade do 
cotidiano da profissão. 
O dia a dia profissional é desafiante, pois nele predomina a práxis, a repro-
dução automática da prática por si só. Isso ocorre de maneira natural, pois dá ao 
assistente social o sentimento de confiança, já que ele pode se habituar a trabalhar 
daquela mesma forma. O importante é não se deixar paralisar pelo costume de 
fazer as mesmas coisas do mesmo jeito, sempre, apenas repetindo uma prática, 
sem transformá-la para melhor atender à demanda que carece de sua intervenção.
A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
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IU N I D A D E30
O cotidiano precisa ser suspendido de forma crítica, ou seja, realizar 
momentos de suspensão, ainda que temporariamente, para assim, re-
fletir e analisar criticamente a situação com a finalidade de mudar a 
rota, a direção da ação, não se trata apenas, por exemplo, de distribuir 
uma cesta básica todo mês para determinada família porque a mesma 
passa fome, mas refletir o “por que” desta situação, não se limitando a 
demanda imediata, mas extrapolando-a, buscando detectar a demanda 
real e nela intervir (GUERRA, 2002 apud ALVES 2012, p. 103).
O assistente social, por meio da capacidade adquirida, consegue mudar, trans-
formar as condições das relações sociais e interpessoais que existem em um 
certo ponto da realidade social. Também é capaz de mudar o dia a dia profissio-
nal e das classes sociais que precisam da sua intervenção; alterando os meios e 
instrumentos utilizados para se alcançar uma meta, os profissionais dão instru-
mentalidade a sua atividade.
Sendo assim, é viável que o profissional pense nas possíveis intervenções, na 
intenção de solucionar ou ao menos abrandar a demanda que lhe é retratada. A 
autora Iamamoto (2008, p. 208) nos mostra que o assistente social:
Requisita um perfil profissional culto, crítico e capaz de formular, re-
criar e avaliar propostas que apontem para a progressiva democratiza-
ção das relações sociais. Exige-se, para tanto, compromisso ético-polí-
tico com os valores democráticos e competência teórico-metodológica 
na teoria crítica em sua lógica de explicação da vida social. Esses ele-
mentos, aliados à pesquisa da realidade, possibilitam decifrar situações 
particulares com que se defronta o assistente social no seu trabalho, 
de modo a conectá-las aos processos sociais macroscópicos que as ge-
ram e as modificam. Mas, requisita, também, um profissional versado 
no instrumental técnico-operativo, capaz de potencializar as ações nos 
níveis de assessoria, planejamento, negociação, pesquisa e ação dire-
ta, estimuladora da participação dos sujeitos sociais nas decisões que 
lhes dizem respeito, na defesa de seus direitos e no acesso aos meios de 
exercê-los.É sabido que para todo tipo de intervenção é necessário que o profissional use 
diversos instrumentos para desempenhar seu trabalho, buscando modificar a 
essência da realidade existente, enfatizando que cada demanda tem suas singu-
laridades. Cabe ao profissional avaliar qual a melhor técnica para suprir ou ao 
menos amenizar as demandas dos seus usuários, conseguindo bom desfecho, 
não somente de imediato, e sim em médio e longo prazo.
Instrumentalidade e o Serviço Social
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Muitos se questionam “qual o serviço do assistente social?” ou “quais as 
ações no dia a dia desse profissional?”. Vemos que aqui se encaixa a prática 
profissional, que representa um componente constitutivo e efetivo a ação 
do cotidiano, isto é, o próprio trabalho. Há de se ressaltar, também, que para 
tal trabalho existir, é preciso meios, matéria-prima e objetos para atuação 
profissional. 
Para Iamamoto (2003, p. 94),
A leitura hoje predominante da “prática profissional” é de que ela não 
deve ser considerada “isoladamente”, “em si mesma”, mas em seus “con-
dicionantes” sejam eles “internos” – os que dependem do desempe-
nho profissional – ou “externos” – determinados pelas circunstâncias 
sociais nas quais se realiza a prática do assistente social. Os primeiros 
são geralmente referidos a competências do assistente social como, 
por exemplo, acionar estratégias e técnicas; a capacidade de leitura da 
realidade conjuntural, a habilidade no trato das relações humanas, a 
convivência numa equipe interprofissional etc. Os segundos abrangem 
um conjunto de fatores que não dependem exclusivamente do sujeito 
profissional, desde as relações de poder institucional, os recursos co-
locados à disposição para o trabalho pela instituição ou empresa que 
contrata o assistente social; as políticas sociais específicas, os objetivos e 
demandas da instituição empregadora, a realidade social da população 
usuária dos serviços prestados etc.
INSTRUMENTALIDADE E O SERVIÇO SOCIAL
Se o agir do Serviço Social for reduzido à dimensão técnico instrumental, ele se 
tornará apenas um meio para se atingir um objetivo, e assim restringir as deman-
das profissionais às condições do mercado de trabalho. Uma vez que as demandas 
trabalhadas pelos assistentes sociais necessitam de mais que ações imediatistas, 
como dito anteriormente, necessitam de atuação que estejam ligadas a projetos 
com referencias teórico-metodológicos e também a concepções ético-políticas.
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A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
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Para dar formas às ações realizadas, o profissional recorre a seus conheci-
mentos, capacidade, referência, instrumentos técnicos, sendo esses uma condição 
primordial para o cumprimento da intervenção. Porém, há várias opiniões a 
respeito do “como fazer” da profissão, como Guerra (2007, p. 30) nos mostra:
Para além das definições operacionais (o que faz, como faz), necessi-
tamos compreender “para que” (para quem, onde e quando fazer) e 
analisar quais as consequências que o nível “mediato” as nossas ações 
profissionais produzem.
Na contemporaneidade, o trabalho executado pelo assistente social teve um 
aumento significativo em virtude das demandas vindas da questão social, no 
qual o serviço prestado pelo assistente social procura trazer alterações efetivas 
a quem utiliza seus serviços, de maneira a fortalecer a garantia de seus direitos. 
Para que se efetive esse trabalho, de maneira investigativa e interventiva, é neces-
sário, segundo Netto (2009, p. 693-694):
todo/a assistente social, no seu campo de trabalho e intervenção, deve de-
senvolver uma atitude investigativa: o fato de não ser um/a pesquisador/a 
em tempo integral não o/a exime quer de acompanhar os avanços dos co-
nhecimentos pertinentes ao seu campo de trabalho, quer de procurar co-
nhecer concretamente a realidade da sua área particular de trabalho. Este 
é o principal modo de qualificar o seu exercício profissional, qualificação 
que, como se sabe, é uma prescrição do nosso próprio Código de Ética.
Mais uma vez a instrumentalidade entra em cena, pois mesmo fazendo uso de 
todos os instrumentos, técnicas, teorias disponíveis, o assistente social deve lan-
çar mão da sua instrumentalidade ao realizar a ação proposta pelo autor citado 
antes. Contudo cada profissional agirá a sua 
maneira, dentro do Código de Ética, para se 
chegar ao objetivo proposto. 
Dito isso, compreendemos que por 
intermédio do processo investigativo e da pro-
ximidade com certa realidade o profissional 
produz conhecimento, que acaba por funda-
mentar sua atuação profissional, afirmando 
que sem ele – o conhecimento – não capta-
ríamos as necessidades da realidade social.
Considerações Finais
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Da Assistência Social 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, indepen-
dentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
V - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora 
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser 
a lei. 
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão rea-
lizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 
195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa, cabendo à coordenação e as 
normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos 
programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades benefi-
centes e de assistência social; 
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na 
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. 
Fonte: Brasil (1988, on-line)3.
A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade abordamos o conceito de instrumentalidade e suas aplicabilida-
des, evidenciando que o fazer profissional tem como intuito tentar oportunizar 
uma melhoria, uma transformação no cotidiano do usuário, bem como a ins-
trumentalidade técnico-operativa, baseado nas competências e atribuições que 
constam na Lei de Regulamentação da profissão.
Os instrumentos, como bem vimos, são técnicas operacionais fundamentais 
para a atuação do profissional, visando à intervenção. A instrumentalidade faz 
referência às habilidades, conhecimentos que o (a) assistente social conquista no 
dia a dia, que são capazes de modificar a realidade social do usuário. 
Há que se enxergar como é importante saber o sentido sócio-histórico da 
instrumentalidade, como premissa da atuação profissional e como essa confere 
certas configurações, conteúdos e dinâmicas ao exercício profissional.
Mesmo tendo surgido no mundo das práticas reformistas, o Serviço Social 
ampliou suas atribuições ao longo do tempo até conseguir alcançar a esfera da 
universalização aoacesso a bens, serviços e direitos sociais e humanos. Quando 
ele se desvinculada da teoria de onde surgiu, a profissão se capacita para novas 
habilidades, competências e legitimidades, enriquecendo assim sua instrumentali-
dade e o resultado disso é um profissional apto para trabalhar com o instrumental 
técnico e que investe na criação de alternativas para sua intervenção.
É necessário que o(a) assistente social experimente a construção, recons-
trução e desconstrução de conceitos, de pré-conceitos, traga a experiência para 
a teoria e construa novos conhecimentos, para posteriormente serem substan-
cializados na prática.
Por fim, é preciso reafirmar a indispensabilidade do profissional ir além do que 
é visto, usando a habilidade crítica para compreender e atuar na realidade social.
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1. Frente ao conteúdo estudado nesta unidade, diferencie Instrumento de Instru-
mentalidade.
2. Na prática profissional, qual a importância da instrumentalidade?
3. Qual a relação existente entre instrumentalidade e o Serviço Social?
4. O que é práxis profissional e por que ela representa um desafio para os profis-
sionais?
5. Em relação à instrumentalidade no serviço social, pode-se dizer que ela faz refe-
rência a quê? 
36 
Caro (a) aluno (a), a Lei 8.662/93 é a lei que regulamenta a profissão de assistente social, 
leitura obrigatória para todos nós, profissionais e futuros profissionais, pois lá se encon-
tram as informações sobre competências, exercício profissional, conselhos e muito mais. 
Leia um trecho dessa lei, em que há o esclarecimento sobre as competências do assis-
tente social:
Art. 4º Constituem competências do Assistente Social:
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da adminis-
tração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do 
âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil;
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à 
população;
IV - (Vetado);
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar 
recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos;
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da 
realidade social e para subsidiar ações profissionais;
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, 
empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II 
deste artigo;
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas 
sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade;
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de 
Serviço Social;
XI - realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços 
sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e 
outras entidades.
Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente Social:
I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, 
programas e projetos na área de Serviço Social;
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social;
III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas 
privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social;
37 
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a 
matéria de Serviço Social;
V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto em nível de graduação como pós-
graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em 
curso de formação regular;
VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social;
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de graduação e 
pós-graduação;
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em 
Serviço Social;
IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de 
concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos 
conhecimentos inerentes ao Serviço Social;
X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre assuntos 
de Serviço Social;
XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e Regionais;
XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas;
XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e 
entidades representativas da categoria profissional. 
Fonte: Brasil (1993, on-line)⁴. 
MATERIAL COMPLEMENTAR
Elefante Branco (2012)
Direção: Pablo Trapero
Sinopse: O fi lme retrata a história de uma favela, em Villa Virgem (Buenos 
Aires), onde moram cerca de 30 mil pessoas - base cálculos feita levando em 
consideração os batismos realizados pela igreja. Os protagonistas são o Padre 
Nicolas que fazia um trabalho no Amazonas e que por ser europeu quase foi 
morto nessa missão, a assistente social Luciana, o padre Júlian, que realiza um 
trabalho dentro da favela e sendo responsável por supervisionar a obra dentro 
da comunidade e o Esteban (Macaquinho) um jovem dependente químico e 
que já trabalhou no tráfi co.
 A obra mostra claramente a brutalidade da polícia, a ameaça do tráfi co, a 
indiferença das altas esferas da igreja e o imenso descaso do governo, que 
reprime toda e qualquer revolta que saia dali, mantendo aquela comunidade 
alienada, esfomeada e revoltada à margem de um sistema a qual não escolheram.
Comentário: Esse fi lme é muito interessante para entendermos a prática 
profi ssional do assistente social de forma diferenciada da prática fi lantrópica. 
O Serviço Social ao superar neotomismo e promover a laicização permitiu o 
alargamento da prática profi ssional por meio do redimensionamento do ensino 
a fi m de formar profi ssionais capazes de responder às demandas não somente 
pela execução terminal, mas também por meio da elaboração, organização, 
coordenação, ou seja, por meio de todo o planejamento de políticas públicas. 
Rompendo com o tradicionalismo profi ssional e legitimando a profi ssão no 
mercado. 
REFERÊNCIAS
ALVES, A. P. S. G. A importância do conhecimento para a prática profissional. Saber 
Acadêmico, São Paulo, v. 14, 2012, p. 101-110.
GUERRA, Y. A dimensão investigativa no exercício profissional. In: CONSELHO FE-
DERAL DE SERVIÇO SOCIAL (org.) Serviço Social: direitos sociais e competências 
profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. 
______. A Instrumentalidade do Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1995.
______. A instrumentalidade no trabalho do assistente social. Anais do Simpósio 
Mineiro de Assistentes Sociais, Belo Horizonte, maio 2007, p. 1-35.
______. Instrumentalidade do processo de trabalho e Serviço Social. Serviço Social 
& Sociedade, São Paulo, Cortez, n. 62, 2000.
______. Ontologia do ser social: bases para a formação profissional. Revista Serviço 
Social e Sociedade, São Paulo, Cortez, n. 54, 1997.
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: 
Esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 22. ed. São Paulo: Cortez, 
2008.
IAMAMOTO, M. V. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, 
trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2008.
______. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissio-
nal. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
LESSA, S. O processo de produção/reprodução social: trabalho e sociabilidade. 
Programa de capacitaçãocontinuada para assistentes sociais, Módulo II: Reprodu-
ção Social, Trabalho e Serviço Social. Brasília: CFESS/ABEPSS-UNB/CEAD, 1999.
NETTO, J. P. Introdução ao método da teoria social. Serviço Social: direitos sociais 
e competências profissionais, Brasília, CFESS/ABEPSS, 2009, p. 668-700.
SILVA, J. F. S. Pesquisa e produção do conhecimento em serviço social. Revista Tex-
tos & Contextos, Porto Alegre, v. 6, n. 2 , jul./dez. 2007, p. 282-297. 
Referências On-Line:
1 - Em: <http://www.dicio.com.br/praxis/>. Acesso em: 30 maio 2016.
2 - Em: <http://www.infoescola.com/filosofia/dialetica/>. Acesso em: 30 maio 2016.
3 - Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado 
.htm>. Acesso em: 30 maio 2016.
4 - Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm>. Acesso em: 30 maio 
2016.
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GABARITO
1. Instrumentalidade no Serviço Social se refere à capacidade, habilidade constitu-
tiva da profissão, ou seja, o conhecimento utilizado como ferramenta de traba-
lho. Já instrumentos se referem à instrumentação técnica, o instrumental utiliza-
do, como entrevistas, relatórios, documentação, entre outros.
2. A instrumentalidade possibilita que os profissionais objetivem sua intenção, por 
meio dessa capacidade, que é adquirida no cotidiano profissional, os assistentes 
sociais transformam as condições, realidade social, relações no cotidiano. E ao 
modificarem o cotidiano eles estão dando instrumentalidade a suas ações. Des-
sa maneira, a instrumentalidade é condição necessária do trabalho social.
3. Ela é entendida como uma propriedade e/ou capacidade que o assistente so-
cial adquire à medida que concretiza objetivos pautados pelas dimensões teóri-
co- metodológicas, ético-políticas e técnico-operativas do trabalho profissional. 
O assistente social insere-se em processos de trabalho voltados diretamente à 
defesa de direitos, ampliação e consolidação da cidadania, diante do processo 
histórico e das contradições que se configuram no interior das relações sociais. 
Essas demandas sociais requerem uma intervenção crítica, criativa, propositiva, 
sensível, que só é possível quando se alia a teoria e a prática, dando instrumen-
talidade a atuação do assistente social, ou seja, o conhecimento aliado à ação 
profissional. 
4. Práxis é o costume de se fazer a mesma coisa do mesmo jeito sempre. É a repro-
dução automática da ação. O risco é o profissional não tentar outras formas de 
atuação por estar acostumado a fazer sempre igual. O problema disso tudo é 
que cada intervenção precisa de uma atuação diferente, pois as demandas não 
são iguais.
5. Faz referência não ao conjunto de instrumentais e técnicas, mas sim a capacida-
de que a profissão tem de construir e reconstruir ao longo do processo sócio-
-histórico.
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Professora Esp. Fernanda Carvalho Basilio Hernandez
A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA E 
A SUA RELAÇÃO
COM AS DIMENSÕES TEÓRICO-
METODOLÓGICA E ÉTICO-POLÍTICA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Desenvolver a postura crítico-reflexiva sobre as dimensões, saberes, 
habilidades na elaboração da intervenção profissional.
 ■ Desenvolver aprendizagem sobre as dimensões ético-política, 
teórico-metodológica e técnico-operativa da profissão; habilidades; 
atitudes e valores.
 ■ Compreender a relação existente entre as três dimensões, bem como 
sua importância para o Serviço Social.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ A dimensão técnico-operativa no Serviço Social.
 ■ A dimensão ético-política no Serviço Social.
 ■ A dimensão teórico-metodológica no Serviço Social.
 ■ A relação existente entre as três dimensões no Serviço Social.
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)!
Novamente nos encontramos e dessa vez para falarmos sobre as dimensões 
que são partes constituintes da atuação profissional.
Nesta unidade discutiremos as dimensões técnico-operativa, teórico-meto-
dológica e ético-política e a relação existente entre elas, e com isso veremos que 
a atuação do profissional está ligada a essas dimensões. É preciso que o assis-
tente social tenha clareza sobre elas. 
A palavra dimensão nos faz pensar em propriedade de algo, em direção. 
Aqui ela diz respeito aos princípios que colaboram para a efetivação do Serviço 
Social, ou seja, são todos os componentes que constituem e são constitutivos da 
profissão. As dimensões estão interligadas, são interdependentes, complemen-
tam-se, mas têm suas particularidades.
Conforme veremos mais adiante, a dimensão teórico-metodológica propor-
ciona ao assistente social a visão dos processos, a compreensão da importância 
da ação e também a avaliação da realidade. Já a dimensão ético-política engloba 
o projeto da ação levando em consideração os princípios e valores da profis-
são, do local onde ele trabalha e da população envolvida, sendo encarregada de 
analisar os resultados das ações realizadas pelos profissionais. E a dimensão téc-
nico-operativa, é a efetivação da ação, o fazer tudo que se planejou, respeitando 
valores e princípios, finalidades e avaliação da realidade.
Como sabemos, o Serviço Social é investigativo e interventivo, dessa maneira, 
suas pesquisas devem ser elaboradas a partir de situações reais e serem úteis 
para a sociedade em questão. Assim, o saber obtido apenas com finalidade des-
critiva não é interessante aqui, para que tenha utilidade é imprescindível que se 
tenha claro o projeto ético-político, o domínio teórico-metodológico e técnico-
-operativo, firmados em alicerces de saberes e conhecimentos, competências, 
habilidades e comprometimento com o processo de trabalho, onde quer que o 
profissional atue.
Espero que esse conteúdo traga compreensão sobre como é importante as 
dimensões se relacionarem na atuação do assistente social. Bom estudo!
Professora Fernanda.
Introdução
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A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA E A SUA RELAÇÃO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA NO SERVIÇO 
SOCIAL
Para iniciarmos esta unidade, discorreremos neste primeiro momento sobre a 
dimensão técnico-operativa do Serviço Social, seus componentes como instru-
mentos e técnicas e suas relações com as demais dimensões.
Diante disso, pode surgir a dúvida: o que são as dimensões de uma interven-
ção? Para que possamos entender vamos nos ater à dimensão técnico-operativa 
para estabelecermos os instrumentos e técnicas como elementos constituintes 
dessa e das demais dimensões.
Para o Serviço Social, dimensões são os princípios contributivos para efeti-
var a profissão, é a sua origem, ou seja, são todas as partes que constituem e são 
características dela.
No caso da dimensão teórico-operativa de uma intervenção, estamos falando 
das teorias que auxiliam na compreensão de uma determinada realidade que o 
profissional vai trabalhar e que está presente no dia a dia, possibilitando que ele 
faça uma análise real, e execute o que foi planejado, ou seja, o conhecimento teó-
rico do assistente social.
A Dimensão Técnico-Operativa no Serviço Social
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Podemos afirmar que o assistente social precisa ter um grande conheci-
mento para usar os instrumentos técnico-operativos com os objetivos de efetivar 
as ações, e, além disso, é necessário ter técnicas para oportunizar uma atuação 
crítica e eficaz na sua ação profissional juntocom os usuáriose suas demandas.
É essa dimensão que mais se aproxima da prática profissional, por causa da 
sua especificidade, sendo assim, ela expressa e contém as outras dimensões, quer 
dizer que, no agir do profissional, ele expressa as compreensões teórico-metodo-
lógicas e ético-políticas, abrangendo um composto de estratégias e técnicas da 
atuação profissional que demonstram teorias, meios e opinião política.
A dimensão técnico-operativa é formada por objetivos, tentativa de efetivar 
esses objetivos, condições objetivas e subjetivas. Propõe saber quem são os sujei-
tos da intervenção, perfil do usuário, de onde vêm as demandas, qual a realidade 
social, análise das condições subjetivas, entendimento do agir e das competências 
do profissional e também os procedimentos e instrumentais técnico-operativos.
Segundo Lima, Ioto e Dal Prá (2007, p. 36), “essa dimensão é entendida como 
o espaço de trânsito entre o projeto profissional e a formulação de respostas às 
demandas que se impõem no cotidiano dos assistentes sociais”.
A autora Guerra (2012) nos diz que: 
a dimensão técnico-operativa se constitui no modo de aparecer da pro-
fissão, pela qual ela é conhecida e reconhecida. Responde às questões: 
Para que fazer? Para quem fazer? Quando e onde fazer? O que fazer? 
Como fazer?
Tendo essa citação como base, concluímos que não podemos considerar tal 
dimensão como autônoma, uma vez que as demais dimensões estão contidas 
nela. Também não podemos considerá-la neutra, pois tem traços ético-políti-
cos que se sustentam em fundamentos teóricos. A autora julga essa dimensão 
como a base do Serviço Social, sua razão de existir, pois se reporta aos instru-
mentais que legitimam e reconhecem a profissão do assistente social, e é aqui 
que entram os instrumentos e técnicas da intervenção, pois constituem - embora 
não sejam os únicos elementos - a dimensão, pertencendo à esfera de operacio-
nalização da atuação profissional.
A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA E A SUA RELAÇÃO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Segundo Trindade (2001, p. 66), em relação ao instrumental técnico-ope-
rativo há de se considerar:
A articulação entre instrumentos e técnicas, pois expressam a conexão 
entre um elemento ontológico do processo de trabalho (os instrumen-
tos de trabalho) e o seu desdobramento – qualitativamente diferencia-
do – ocorrido ao longo do desenvolvimento das forças produtivas (as 
técnicas). 
Por serem ligados às técnicas, os instrumentos são continuamente aperfeiçoa-
dos por elas, pois há a necessidade de adaptação frente às mudanças da realidade 
visando o melhor atendimento as demandas existentes. Por esse motivo é que 
esse instrumental tem caráter histórico, porque vem mudando de acordo com a 
realidade da sociedade ao longo do tempo.
Os instrumentos são classificados como resultado da ação do homem em 
busca de se alcançar um objetivo. Há de se ressaltar que a ação que tem o pro-
pósito de se efetivar usando determinado instrumento está relacionada com o 
objetivo pretendido, lembrando que a finalidade está no campo teórico. 
Trindade (2001, p. 396) nos mostra que:
O conteúdo do instrumental técnico-operativo depende da análise da 
realidade, a qual fundamenta a intencionalidade/direção social empre-
endida à ação, pelos sujeitos profissionais.
É essa relação entre a dimensão técnico-operativa com as dimensões teórico-
-metodológica e a dimensão ético-política que possibilita transformar em ação 
os conceitos que norteiam o assistente social, sendo muito importante a escolha 
dos instrumentos e técnicas que serão utilizados para determinada finalidade/
objetivo da profissão.
Devemos ter cautela com os instrumentos de ação. Por serem tidos como 
meios para se alcançar objetivos, o assistente social precisa ter compreensão do 
objetivo que pretende alcançar, se está de acordo com os propósitos do Serviço 
Social e se possibilitará que as finalidades se efetivem.
Por esse motivo, o profissional deve acompanhar as mudanças da sociedade 
e da realidade social, levando em consideração as características dos diversos 
espaços em que atua, tendo sempre como base os fundamentos da profissão e 
também o código de ética que o rege. 
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É extremamente necessário que o assistente social conheça de fato a reali-
dade para que possa escolher o instrumental a ser utilizado. Isso permite que 
ele alcance o resultado esperado, bem como é necessário que ele conheça as exi-
gências de manuseio do instrumento escolhido, fazendo uma avaliação, pois por 
meio dessa ele analisará se as escolhas dos instrumentos estão coerentes às fina-
lidades propostas, e se ele conseguirá instrumentalizar as competências exigidas.
Dito isso, podemos afirmar que cada projeto define tanto uma compreensão da 
realidade quanto o tratamento aos instrumentos e técnicas utilizados pelos pro-
fissionais. Porém, isso não quer dizer que há instrumentos e técnicas destinados 
para cada teoria, ao contrário, não existe ligação entre instrumentos e teorias, 
mas sim, entre método e teoria.
Destaca-se um elemento fundamental no processo de escolha dos instru-
mentos que se refere à autonomia profissional. Aqui é importante levar em 
consideração como desempenhar as atividades determinadas pelas organi-
zações, haja vista que o profissional deve ter autonomia não só para emitir 
sua opinião técnica sobre a situação, mas também de escolher os instru-
mentos que contribuirão para a obtenção desta opinião técnica. O Serviço 
Social atua na satisfação das demandas sociais postas. A forma com que os 
profissionais respondem a essas demandas reflete o seu projeto profissio-
nal.
Fonte: Santos (2013, p. 28).
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A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA E A SUA RELAÇÃO
Reprodução proibida. A
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IIU N I D A D E48
A DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA NO SERVIÇO SOCIAL
Caro (a) aluno (a), essa dimensão se fez visível 
no exercício profissional após o Movimento 
de reconceituação início da década de 1980. 
Tal discussão tem duas direções, a rejeição 
do caráter apolítico e neutro e o comprome-
timento com as classes. Isso provocou alguns 
enganos na compreensão, que repercutiram 
na prática profissional. É importante ressal-
tar que tal debate no campo do Serviço Social 
contribuiu na estruturação de um olhar crí-
tico da sociedade e da profissão nela inserida. 
Os questionamentos que surgiram nesse momento fizeram com que as discussões 
sobre a história, a teoria e o método da profissão dessem um salto significativo.
Logo se percebeu que o profissional não poderia ficar neutro, devendo tomar 
uma posição política frente à realidade social, para que possa interferir, tomando 
consciência, então, do rumo a ser seguido, sendo imprescindível a compreensão 
e entendimento do código de ética. 
Diante disso, o Serviço Social transformou sua dimensão ética e o debate: 
elaborou com democracia sua base normativo-teórica, que está expressa na Lei 
da Regulamentação da Profissão, estabelecendo atribuições e competências para 
os assistentes sociais, e expressa também no Código de Ética, que traz os deve-
res e direitos do profissional, destacando:
 ■ O reconhecimento da liberdade como valor ético central, que re-
quer o reconhecimento da autonomia, emancipação e plena ex-
pansão dos indivíduos sociais e de seus direitos; 
 ■ A defesa intransigente dos direitos humanos contra todo tipo de 
arbítrio e autoritarismo;
 ■ A defesa, aprofundamento e consolidação da cidadania e da democra-
cia – da socialização da participação política

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