Buscar

Resenha - Uma luz na cidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MORAES, Sergio Torres. Uma Luz na cidade: subsídios para estudo de requalificação urbana. 
Jéssica Martins Pisa[1: Bacharelanda em Arquitetura e Urbanismo pela Sociedade Educacional Do Vale do Itajaí-Mirim – Uniasselvi-Brusque. E-mail: jessica_pisa@hotmail.com]
Paulo, Sergio Torres Moraes, escritor da obra Uma Luz na cidade usando o Bairro da Luz em São Paulo como tema de sua dissertação, com o intuito de analisar, e após, a aplicar um projeto de restauro nesta região, iniciou uma profunda pesquisa na estruturação das cidades. Resgatou por ordem cronológica fatos e acontecimentos que modificaram a história do urbanismo. 
RESUMO DA OBRA
No primeiro capítulo do livro é discutido a estruturação das cidades barrocas a partir do século XVII, onde a cidade toda convergia para a igreja, criando um centro dominante com uso de monumentos e praças. 
Com a Revolução Francesa, já no final do século XVIII, criou-se dois movimentos distintos, primeiramente a destruição dos monumentos como ação de depredação no pós-revolução. Logo após, devido à interesses, o poder público se vê obrigado a conservar os monumentos e reconhece-los como patrimônio nacional. 
Também neste período ocorreu o grande desenvolvimento da arquitetura neoclássica, como forma de revolução contra a cidade gótica, mas com a arquitetura indo em direção ao neoclassicismo racional e funcional, os importantes monumentos góticos eram esquecidos e abandonados. 
Na segunda década do século XIX, Vitor Hugo e René Chateaubriant, dois críticos medievais e românticos, agem em defesa do estilo gótico e defendendo a necessidade da memória do mesmo. Anos depois, inspirado em Hugo e Chateaubriant, o arquiteto e restaurador francês Viollet-le-Due, desenvolveu o conceito de valor e preservação de monumentos. 
No mesmo período, na Inglaterra vitoriana, a abolição da simetria e a “arte dos jardins” enaltece a arquitetura gótica como elemento fundamental da união do “construído” com a natureza. 
Dentro deste ambiente de repulsa ao mundo industrial e volta da vida medieval, surgem intelectuais que têm papel fundamental na definição do pensamento urbano inglês no final do século. Anos mais tarde, o intelectual John Ruskin e o utopista social Willian Morris colaboraram no desenvolvimento ideológico da “cidade jardim” de Ebenezer Howard. 
A segunda parte do primeiro capítulo fala sobre as company-towns e as Garden cities. 
A chegada da Revolução Industrial no século XIX, teve grande culpa no desencadeamento de uma grande crise urbana com moradias superpovoadas e de péssimas condições de vida. Na segunda metade do século, urbanistas europeus e americanos preocupados com a situação das moradias dos operários, desenvolveram propostas para integrar as cidades ao meio ambiente, com intuito de torna-las mais humanizadas. Com base nas críticas às cidades industriais superpovoadas, Ebenezer propõem a cidade jardim, imaginando a combinação entre cidade e campo. Um projeto circular com sistema de circulação radial concêntrico, dividido em zonas, onde cada uma teria sua função e destinação evitando assim a especulação imobiliária e o latifúndio agrário. 
Outro fato que marcou o século XIX foi o início do capitalismo nos Estados Unidos, criando um sistema de cidades operárias que eram nas dependências das empresas. Apesar de oferecer uma qualidade de vida melhor aos operários, ficou evidente o interesse dos empresários em controlar os funcionários.
Em paralelo a isso, surgia no Estados Unidos uma proposta de equilibrar a cidade e o campo onde os parques e áreas verdes vão assumir o papel principal na concepção urbanística. Com o intuito de quebrar a malha urbana uniforme, e adotando o modelo orgânico inglês, Frederick Law Olmsted, sentiu a necessidade de uma reforma urbana e reforma político-administrativa, incentivando a busca de novas formas de desenvolvimento urbano. 
Apesar da paisagem ser colocada como evidencia no desenvolvimento do planejamento urbano de Olmsted, na virada do século urbanistas apresentam diferentes enfoque e propostas com novas visões e conceitos de planejamento urbano, levando o urbanismo a rumos diferentes. 
A terceira parte do primeiro capítulo explica sobre a “Escola de Paris” e Haussmann. 
Com a intenção de transformar Paris na “capital das capitais”, o prefeito barão Georges-Eugëne Haussmann em 1853 refez praticamente a cidade toda, abrindo grandes bulevares e ruas, regularizando alinhamento das fachadas e realizando demolições radicais inclusive de monumentos de alto valor histórico e estético. 
As intervenções deram à cidade uma nova uma grande qualidade formal, dentro de uma tipologia arquitetônica organizada através das fachadas e elementos construtivos com grande coerência e beleza, e na criação de galerias comerciais adentrando ao interior dos quarteirões. Logo após, estas intervenções urbanas foram aplicadas em praticamente todas as grandes cidades da Europa. 
Com as novas intervenções urbanísticas os monumentos e centros históricos começam a ter altos valores imobiliários, e conjuntos edificados são demolidos por serem considerados “insalubres e degradados” excluindo a participação da população mais pobre, e expulsando-os da área central para a periferia. 
A quarta parte do primeiro capítulo explica sobre Camillo Sitte onde na segunda metade do século XIX, criou o projeto de reurbanização de Viena os “Ringstrasse”. Em planta poliédrica a disposição espacial dos “Ring” transmite um senso de isolamento só quebrando pela grande avenida de circulação, assim as perspectivas retilíneas são supridas em favor de um fluxo circular. 
O urbanismo de Haussmann que atendia as exigências do capitalismo industrial e as necessidades políticas e estéticas da nova classe dominante, fez com que Camillo Sitte criticasse alguns aspectos da urbanização moderna como por exemplo os traços repetitivos, os valores artísticos e os resultados paisagísticos e ambientais que foram ignorados, e as mudanças feitas em favor de fatores como o tráfego e as infraestruturas.
Com a intenção de resgatar o caráter social e estético da cidade medieval, focou em um elemento catalizador social, a praça, onde pode apontar mais um problema da reurbanização do século XIX: o deserto humano nos espaços públicos. O esvaziamento de pessoas foi motivado pelo grande alargamento das ruas e a transformação dos espaços públicos abertos em espaços privados. 
Na quinta parte do primeiro capítulo fala sobre Gustavo Giovannoni e Marcello Piacentini, dois urbanistas italianos que fizeram grandes trabalhos na Europa valorizando o patrimônio histórico-arquitetônico das cidades e o saneamento dos antigos centros urbanos. 
Com ideias de preservação aos monumentos, Giovannoni é pertencente aos arquitetos restauradores “pais” da Carta de Atenas. A diversidade e a falta de integração da malha urbana da cidade contemporânea e da cidade antiga, fez com que Gustavo procurasse soluções para reverter esta situação, apresentando então a proposta de descompactação física da cidade antiga. 
Marcello tinha como conceito de arquitetura a continuidade histórica e a geografia, o mesmo se considerava um “ambientalista”. Com base nas ideias de Camillo Sitte, era contra a demolição do antigo núcleo central da cidade e a favor da introdução de novas utilizações. 
A sexta parte do primeiro capítulo explica sobre o City Beautiful Movement e sobre Burnham e Mulford Robinson. 
Pertencente à primeira geração de construtores de arranha-céus, Daniel Burnham foi um arquiteto bem sucedido. Um pouco contraditório com o que projetava, Burnham conduziu o movimento City Beautiful, que surgiu com a proposta de requalificação urbana, enfatizando a integração do paisagismo, de esculturas e na criação de espaços cívicos, mas buscava operações urbanas na monumentalidade. 
Burnham trabalha com Olmsted em parceria na “World’s Columbian Exposition”, e um pouco mais tarde trabalham em organizações que procurava criar uma identidade e “orgulho profissional” entre os planejadores. Essas organizações funcionaramcomo catalisadores do movimento City Beautiful. Após isso, o movimento foi difundindo-se rapidamente, gerando bons e maus projetos. 
A sétima parte do primeiro capitulo explica sobre A Cidade Moderna: A RPAA e sobre Le Corbusier. 
Na busca de novas formas urbanas e rejeitando os moldes haussmanianos da cidade tradicional, americanos intelectuais de várias áreas formaram o grupo Regional Planning Association of America (RPAA). Com o intuito de recuperar os valores comunitários, criaram um planejamento regional onde criticavam a indiscriminada dispersão da cidade. 
Dentro desse grupo surgiram projetos como a “cidade-jardim” de Clarence Stein e Henry Whright. O projeto do conjunto habitacional possuía tipologias que quebravam a forma tradicional de projetar cidades, tendo aplicação de conceitos como a ampliação do espaço público de convivência com áreas verdes no interno dos quarteirões, separação completa de automóveis e pedestres, e as “UV” que são áreas urbanos onde existe um controle habitacional e territorial, e possuem serviços que incentivam as relações sociais. 
A cidade tradicional começa a se desestruturar e perder seus elementos organizadores com a chegada do zoneamento e dos arranha-céus. 
Idealista e acreditando numa arquitetura capaz de um papel “pedagógico”, o arquiteto suíço Charles_ Edouard Jeanneret Le Corbusier, desenvolve uma teoria que vai influenciar a cultura arquitetônica até os dias atuais. 
Fazendo apologia ao ângulo reto, Le Corbusier rompe com o passado e de defende a ideia de que funcionalidade e geometria criam a ciência urbanística moderna. Propondo ainda que os centro antigo das cidades devessem desaparecer e no lugar deveria ser projetado arranha-céus elevados do solo para criar espaços verdes e de circulação. 
Seguindo nesse pensamento, consolidou-se o chamado “estilo internacional” onde o funcionalismo corbusiano ditou as regras. Somente a partir do ano de 1956, na fase final dos CIAM que se é pensado no caráter espiritual do contexto urbano tradicional. 
A oitava parte do primeiro capítulo fala sobre a estética urbana com Cullen, Lynch e os irmão Krier. 
Após a segunda guerra mundial, os centros urbanos europeus tiveram que passar por uma grande reconstrução, colocando o urbanismo numa escala interdisciplinar e facilitando uma gerencia apenas de soluções técnicas, sem levar em consideração os aspectos sociais e humanos do planejamento urbano. 
Em 1960 nos últimos CIAM surgem pessoas como Jane Jacobs e Christofer Alexander expondo reações contrarias à urbanística moderna, criticando fortemente a cidade funcionalista. 
Nesta mesma época, arquitetos como Gordon Cullen e Kevin Lynch iniciam uma “redescoberta” dos valores da paisagem urbana. Críticos ferozes da cidade funcional modernista, os dois foram protagonistas nesse período. 
Lynch se destacou criando uma metodologia onde mostrava a relação da imagem da cidade com o comportamento social e psicológico dos habitantes. Permitindo aos habitantes colocarem-se na estrutura geral da cidade, estabeleceu um quadro de referência para ações individuais. 
Cullen cria imagens seriais para mostrar a rota através dos elementos e espaços urbanos, as “boas e desejáveis” qualidade do meio ambiente urbano. Reagindo contra a despreocupação com a estética dos edifícios e objetos urbanos, Cullen procurava “manipular os elementos urbanos com intuito de provocar um impacto nas nossas emoções”. 
Os arquitetos Léon e Robert Krier, também vieram com fortes críticas contra a cidade modernistas. Léon é um pouco mais radical, totalmente contra o processo tecnológico e a industrialização, defende a relação entre a vida social e espaços identificáveis. 
Já seu irmão Robert é um pouco mais pragmático. Os fatores principais que regem seus projetos são a importância à herança histórica, a diversidade de formas na arquitetura, a criação de espaços sociais na área interna dos quarteirões.
Na nona parte do primeiro capítulo é falado sobre o New Urbanism. 
Em 1980 surge o termo “novo urbanismo” definido de várias formas diferentes por diversos autores. Lamas define como a “inversão” do desenho urbano, com uma preocupação maior com as formas da cidade. 
Para Bradley o novo urbanismo resgata a relação entre pessoas e o meio ambiente urbano, buscando solucionar problemas como a dispersão urbana e a “aridez” dos subúrbios americanos, propondo tirar os automóveis de lugares privilegiados e devolvendo esse lugar às pessoas. 
Peter Katz procura criar um meio ambiente urbano sustentável sem virar as costas para os benefícios tecnológicos da vida moderna, apresentando o “neotradicionalismo” do movimento. 
Apesar do New Urbanism ter a intenção de criar comunidades mais compactas, com infraestruturas ideais para a convivência de todos, o enfoque que ele trouxe sobre a estética da arquitetura, fez com que surgissem críticas ao movimento, assim como os arquitetos do modernismo também receberam. Mas apesar das críticas o novo urbanismo pode ser apontado como a mais forte e organizada tendência de planejamento urbano. 
O segundo capítulo é composto pelo tema da cidade sob o olhar sensível – a percepção do urbano na pós-modernidade
A primeira parte do segundo capítulo é abordado temas como Modernidade e pós-modernidade
A definição de modernidade e pós-modernidade são muitas vezes confusas, mas já no século V as palavras foram usadas para marcar uma mudança de fase. Na ocasião marcou a separação entre mundo cristão e o mundo pagão. Também foi usado no século XV na Antiguidade Clássica para expressar o “espírito moderno”, usado para marcar o rompimento com o período gótico que antecede o Renascimento florentino. 
CONCLUSÃO PESSOAL
A obra aborda temas importantes sobre como as cidades se constituíram e as principais influências da época. Como consta no texto, vários conceitos e formas de criar urbanismo fizeram parte da composição das cidades. Todas tiveram sua importância na cultura e no planejamento urbanos. 
Apesar de ser uma leitura que requer um conhecimento prévio para ser entendida, ficou evidente que desde de muito cedo as cidades são desenvolvidas a partir de um interesse, seja ele com o intuito de controlar as pessoas que ali habitavam e/ou com interesses lucrativos. 
O autor expõe características e circunstancias que nos leva a crer que todo o processo de planejamento foi composto por extremidades, onde em alguns poucos períodos tiveram equilíbrio nas manifestações. 
Nem mesmo com as várias manifestações urbanísticas, foi possível chegar a uma solução e recuperação da paisagem urbana de forma que fosse ideal para todos.
A leitura foi de extrema importância para que possamos fazer uma profunda análise de todo o contexto que se fez necessário para a criação das cidades. Retirar de todo esse processo os pontos positivos e os negativos, e poder criar senso crítico do que é a cidade e qual é a forma ideal, se é que existe, de projetar os grandes centros.

Outros materiais