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Caso concreto 11 - Prática simulada cívil I - Concluído

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ANÁPOLIS/GO
Processo n°
JOÃO PINHO, já qualificado, por seu advogado, com endereço profissional na (endereço completo), onde deverá ser intimado para dar andamento aos atos processuais, nos autos da AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, pelo procedimento comum, movida pela empresa XYZ, vem a este juízo, oferecer/ou apresentar:
CONTESTAÇÃO
Para expor e requerer o que se segue:
I – PRELIMINARES
 A) DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO
 De atenta análise dos autos, resta evidente a ausência de procuração do advogado representando a PARTE AUTORA, configurando-se, dessa forma, o defeito de representação.
 Diante disso, deve a PARTE AUTORA ser intimada por esse Douto Juízo para que proceda à correção da irregularidade, sob pena de extinção do feito sem resolução do mérito, na forma do art. 485, IV, do Código de Processo Civil.
 B) INCOMPETÊNCIA
 É esse Juízo incompetente para julgamento da presente ação. Como já informado nos autos, a PARTE RÉ é residente e domiciliada na cidade de Goiânia/GO, e, de acordo com a previsão expressa no art. 46 do CPC, é competente o foro do domicílio do réu para as ações fundadas em direito pessoal.
 Portanto, é competente para o julgamento da presente ação o Juízo Cível da Comarca da cidade de Goiânia/GO, devendo os autos ser remetidos àquele Juízo, conforme determinação constante do art. 64, §3º, do CPC.
 II - PREJUDICIAL AO MÉRITO - DECADÊNCIA
 A ação é plenamente improcedente, uma vez que a direito do autor encontra-se totalmente fulminado pela DECADÊNCIA.
 Assevera o artigo 178, II, do Código Civil que, no caso de fraude contra credores, é de quatro anos prazo decadencial para se pleitear a anulação do negócio jurídico, contado do dia em que se realizou o ato.
 A doação feita pela PARTE RÉ às filhas ocorreu no dia 06/01/2012, tendo a PARTE AUTORA ajuizado a ação somente no dia 08/11/2016, ou seja, exatos 4 anos, 10 meses e 2 dias após o prazo decadencial, tendo a PARTE AUTORA decaído do direito de ação.
III – MÉRITO
 De fato, consta do art. 158 do CC a previsão de que os negócios de transmissão gratuita de bens, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderá ser anulado pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
 Porém, por uma questão notavelmente lógica, fez o legislador questão de salientar, uma vez que, em um país como o nosso, até o óbvio sempre precisa ser dito, no §2º do citado artigo que só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
 E é exatamente nesse ponto que reside a grande questão.
 O contrato de locação, que, conforme consta da inicial, hoje vigora por prazo indeterminado, inicialmente, possuía o prazo de duração de 30 meses. Dispõe o art. 39 da Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991 – a Lei do Inquilinato -, que salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garantias da locação se estende até a efetiva devolução do imóvel, ainda que prorrogada a locação por prazo indeterminado,
 Ciente das obrigações que lhe cabiam, com total zelo e diligência, mesmo diante do fato de ser o contrato de locação por prazo determinado, a PARTE RÉ, com 120 dias de antecedência do término do contrato, notificou o locador e o locatário de que não renovaria a fiança em caso de prorrogação do contrato, o que, na forma do inc. X do art. 40 da Lei do Inquilinato, desobriga o fiador dos efeitos da fiança após os 120 dias posteriores à notificação.
 É claro o art. 819 do CC quando estabelece que a fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva. Portanto, se, após a notificação ao locador e ao locatário de que a fiança não seria renovada. Diante disso, como não houve a assinatura da PARTE RÉ em novo contrato de fiança, com o fim do contrato de locação, finalizou-se também o contrato de fiança celebrado entre as partes, não podendo ser demandada a PARTE RÉ por obrigações posteriores ao término do contrato de locação.
 Ademais, com a doação dos imóveis às herdeiras, a PARTE RÉ antecipou a legítima, consoante permissão legal prevista no art. 544 do CC, por terem os imóveis de igual valor os imóveis e ser a última vontade declarada por esposa da PARTE AUTORA em seu leito de morte para que, no futuro, as irmãs não viessem a se desentender por conta de herança.
IV - PEDIDO
Diante do exposto, requer a esse juízo:
A – o acolhimento da preliminar de defeito de representação, com a consequente extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do art. 485, inc. IV, do CPC;
B – o acolhimento da preliminar de incompetência, com a consequente remessa dos autos para a Comarca de Goiânia/GO, conforme previsão constante do art. 64, §3º, do CPC;
C – o acolhimento da prejudicial de mérito, com a consequente extinção do processo com resolução do mérito, na forma do art. 487, inc. II, do CPC;
D - no mérito, a improcedência do pedido autoral;
E – a condenação da PARTE AUTORA ao pagamento das despesas processuais e os honorários advocatícios de sucumbência.
V - PROVAS
Requer a produção das provas documentais, depoimento pessoal, testemunhal e daquelas que se fizerem necessárias no curso da instrução processual.
Local e data.
Nome do Advogado
OAB/ (Sigla do Estado)

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