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Seção 2 ESPELHO DE CORREÇÃO DIREITO CIVIL A petição adequada à defesa dos interesses de Julião e Ruth é a Contestação com Reconvenção, já que eles foram citados na ação de usucapião ajuizada por João e manifestaram o desejo de que lhes sejam pagos todos os alugueres devidos e, ainda, pretendem o despejo dos inquilinos. Os dados constantes no enunciado proposto, invariavelmente, estão ali por alguma razão, motivo pelo qual você deve estar atento aos detalhes. Veja que o enunciado da questão traz que a citação foi recebida por correio em 1º/7/2019 (segunda-feira), e o AR (aviso de recebimento) foi juntado aos autos, cumprido, em 4/7/2019 (quinta-feira). Por fim, note a informação de que foi realizado um protocolo de petição pelo réu ao juízo na data de 5/7/2019 (sexta-feira), no qual o demandado (seu cliente) concordou com a manifestação do autor quanto ao desinteresse na autocomposição e pediu o cancelamento da audiência de conciliação e mediação. Objetiva, no caso, perceber se você tem conhecimento acerca do termo inicial do prazo para apresentação da contestação. Assim, a data correspondente ao início do prazo é aquela do protocolo do pedido de cancelamento da audiência (conforme o art. 335, II, CPC), que foi realizado pelas partes rés, conforme consta no parágrafo anterior. Ainda, lembre-se de que, na contagem do prazo para apresentação da contestação (15 dias – art. 335, caput, CPC), serão computados apenas em dias úteis (art. 219, CPC), excluindo-se o dia do começo e incluindo o dia do vencimento (art. 224, CPC). Para demonstrar o conhecimento do assunto, abra um tópico na sua petição com o título “Da tempestividade”, no qual você exporá que a sua contestação é tempestiva, pois foi protocolizada até o dia 26/7/2019 – considerando que a contagem se iniciou na segunda-feira, próximo dia útil ao termo inicial. Ademais, veja que o enunciado diz que, após ler a petição inicial, você percebeu que apenas João consta como autor e que não há consentimento expresso do outro cônjuge quanto ao ajuizamento de uma ação que trata de direito real imobiliário, para saber se você tem conhecimento da regra constante no art. 73, caput, do CPC, que exige dos cônjuges (e também dos companheiros) o consentimento para propor ações que versem sobre direito real imobiliário, como no caso da usucapião. Então, sugere-se que você aborde essa questão em um tópico preliminar. Ressalte-se Seção 2 DIREITO CIVIL Na prática! que, na seção anterior, você havia feito constar esse consentimento de Marcos – até mesmo porque você sabe muito bem disso. Estamos aqui para exercitar pontos de vista diferentes, para que você fique atento aos detalhes, por isso, a suposição, agora, de que não houve o consentimento, sequer a juntada de documento que comprove tal situação. O enunciado diz também que, na procuração anexada à inicial, consta apenas a digital do autor sob a rubrica “analfabeto”. Nesse ponto, é importante o conhecimento da regra constante no art. 595, do Código Civil de 2002, que estabelece a necessidade de a procuração estar assinada por duas testemunhas quando a pessoa representada for analfabeta. Portanto, abra outra preliminar para alegar a ilegitimidade ad processum. Quanto aos fatos, você deverá mencionar que os seus clientes são os proprietários do imóvel e que teriam feito um contrato verbal de locação com João e Marcos, com prazo indeterminado, por força de lei, com o valor do aluguel mensal fixado em R$ 300,00 (trezentos reais), que nunca foi pago. Também, esclareça que ficou pactuado verbalmente que os locatários pagariam todos os impostos e contas de água e luz, além de que Julião e Ruth nunca buscaram na Justiça os valores devidos, pois sabiam das dificuldades financeiras de João e Marcos. Já no tópico referente aos fundamentos jurídicos, você deve sustentar que o autor não tinha a posse do imóvel, pois era mero detentor, eis que estava na propriedade em virtude de permissão ou tolerância, e o art. 1.208, do CC, diz que os detentores não possuem o animus domini (ânimo de dono), um dos requisitos para configurar a usucapião. Para enriquecer sua petição, mencione o direito à propriedade consagrado na Constituição Federal de 1988 (art. 5º, caput e inciso XXII) e, depois, demonstre que a posse qualificada, um dos requisitos da usucapião, não está presente no caso. Em seguida, você deverá abrir um tópico para a reconvenção, que será uma ação de despejo com cobrança dos aluguéis (arts. 5º e 62, da Lei nº 8.245/1991), na qual você indicará as partes, os fatos e os fundamentos jurídicos, como se fizesse uma petição inicial (sem renovar o endereçamento, é claro, pois você já fez isso na contestação). Quando as partes da reconvenção são as mesmas da ação principal e os fatos forem os mesmos que você utilizou para a defesa da contestação, nada impede que você simplifique a sua petição, abrindo um tópico de reconvenção e nele apenas fazendo constar os fundamentos jurídicos, os quais estão no art. 9º, III (falta de pagamento), e no art. 62 (cobrança de aluguéis), ambos da Lei nº 8.245/1991. Quanto à cobrança dos aluguéis, você deverá indicar que a planilha de cálculos do valor devido encontra-se anexada à sua petição. Ao final da petição, formule os seguintes pedidos: a) pela improcedência da ação de usucapião; b) pela rescisão do contrato de locação com o consequente despejo; c) para que João seja condenado a pagar os valores devidos dos aluguéis; d) condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, custas e despesas processuais; e) requeira a produção de prova testemunhal (art. 442, CPC) e de todas as demais admitidas em Direito. Logo após, aponte o valor da causa, que corresponderá a doze meses de aluguel (conforme art. 58, III, da Lei nº 8.245/1991), indique o recolhimento das custas, o local, a data, o nome do advogado e o número da OAB, acompanhado da expressão assinado digitalmente. EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE LONDRINA, DO ESTADO DO PARANÁ Autos nº JULIÃO [nome completo], casado, [profissão], [número do CPF], [endereço eletrônico], [endereço completo] e RUTH [nome completo], casada, [profissão], [número do CPF], [endereço eletrônico], [endereço completo], devidamente representados por seu advogado (procuração anexa), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 335 e 343, do CPC, oferecer e propor, respectivamente, a presente CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 1. DA TEMPESTIVIDADE A presente contestação com reconvenção é tempestiva, nos termos do art. 335, I, do CPC/15, que concede o prazo de 15 (quinze) dias úteis para sua apresentação, excluindo-se o dia do começo e incluindo o dia do vencimento (art. 224, CPC), tendo como início o dia útil seguinte ao do protocolo do pedido (em 5/7/2019), no qual concorda com o desinteresse de autocomposição e de cancelamento da audiência de conciliação ou mediação (art. 335, II, CPC), correspondente à data de 8/7/2019 (segunda-feira). Logo, a presente contestação é tempestiva, pois foi protocolada em momento anterior ao prazo legal. Questão de ordem! https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893534/artigo-335-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893532/inciso-i-do-artigo-335-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 2. DOS FATOS O autor ajuizou Ação de Usucapião do imóvel de propriedade dos réus, situado na Rua das Bromélias, nº 100, Centro, na cidade de Londrina/PR, registrado sob o nº [...], no Cartório de Registro de Imóveis, alegando que há nove anos tem a posse mansa, pacífica e ininterrupta do imóvel rural. Alegou, para tanto, que desde que tomou posse, o autor teria cuidado do imóvel com animusdomini, pagando todos os tributos relacionados a ele desde então. Razão, porém, não lhe assiste, porquanto toda a narrativa distorce a realidade dos fatos. Na realidade, há nove anos, o autor, junto ao seu companheiro Marcos, firmou um contrato verbal de locação com os réus, de prazo indeterminado, com o valor mensal do aluguel fixado em R$ 300,00 (trezentos reais), que nunca foi pago. Também, ficou acordado que os locatários pagariam todos os impostos e contas de água e luz. Os réus nunca buscaram, junto ao Poder Judiciário, os valores devidos, pois sabiam das dificuldades financeiras de João e Marcos, razão pela qual toleraram que permanecessem no imóvel. 3. DAS PRELIMINARES 3.1. Inépcia da inicial por ausência de consentimento do companheiro (art. 73, caput, CPC) O art. 73, caput, do CPC/15, que exige dos cônjuges (e também dos companheiros) o consentimento para propor ações que versem sobre direito real imobiliário, que é o caso da usucapião. Ocorre que, no presente caso, o autor não juntou aos autos a declaração de consentimento de seu companheiro, deixando de observar, assim, a regra em questão. O art. 320, do CPC, estabelece que “A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação” (BRASIL, 2015, [s.p.]). Assim, faltando documento essencial para a propositura da ação, a petição inicial deve ser considerada inepta, extinguindo-se a ação de usucapião sem resolução de mérito. 3.2. Ilegitimidade ad processum por não observância do art. 595 do CC O art. 595, do Código Civil de 2002, estabelece o seguinte: “No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas” (BRASIL, 2002, [s.p.]). Observa-se que, na procuração anexada à inicial, consta apenas a digital do autor sob a rubrica “analfabeto”, sem a assinatura de duas testemunhas, como exige o mencionado artigo. Portanto, referida procuração não é apta a transmitir poderes ao patrono signatário da petição inicial. Assim, inexistindo procuração apta para a representação processual do autor, resta configurada a sua ilegitimidade ad processum, razão pela qual deve ser extinta a ação de usucapião sem resolução de mérito. 4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS A Constituição Federal, em seu artigo 5º, caput, estabelece o direito à propriedade como fundamental, ao lado dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade e à segurança: Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXII – é garantido o direito de propriedade. (BRASIL, 1988, [s.p.], grifos do autor) Uma das formas de transmissão da propriedade é a usucapião, em atenção à Função Social da Propriedade, que dentre as suas espécies consta aquela tratada pelo Código Civil, em seu art. 1.239, que estabelece: Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. (BRASIL, 2002, [s.p.]) Ocorre que um dos requisitos para a configuração desta e de qualquer espécie de usucapião é a posse qualificada (ad usucapionem), que não está presente no caso, já que o autor e seu companheiro ingressaram no imóvel por força de um contrato de locação, razão pela qual são meros detentores, nos termos do que dispõe o art. 1.208, do Código Civil, que preconiza o seguinte: “Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância” (BRASIL, 2002, [s.p.]). O direito fundamental à propriedade dos réus não pode ser afastado no presente caso, já que é evidente que o autor e seu companheiro não se encontravam no imóvel com animus domini. Tratavam-se de meros locatários que se encontram inadimplentes há anos e não podem ser premiados por isso. Ademais, o pagamento dos impostos pelo autor não pode servir de prova de seu animus domini, já que, no contrato verbal de locação, restou firmado que caberia a ele o pagamento dos referidos impostos e das demais taxas de uso do imóvel. Trata-se de simples respeito ao próprio contrato firmado entre as partes, e não de postura que autorize a usucapião por parte dos locatários. Portanto, observa-se que o autor não atende a todos os requisitos para que lhe seja declarado o domínio sobre a propriedade, razão pela qual deve ser julgada improcedente a ação de usucapião. 5. DA RECONVENÇÃO Há nove anos, o autor, junto ao seu companheiro Marcos, firmou um contrato verbal de locação com os réus, com prazo indeterminado, com o valor mensal do aluguel fixado em R$ 300,00 (trezentos reais), que nunca foi pago. A Lei nº 8.245/1991, em seu art. 9º, inciso III, estabelece: Art. 9º A locação também poderá ser desfeita: (...) III- em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos. (BRASIL, 1991, [s.p.]) Além desse, o art. 62, da mesma lei, ao tratar da cobrança de aluguéis na ação de despejo, estabelece: Art. 62 - Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, observar-se-á o seguinte: I - O pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o de cobrança dos aluguéis e acessórios da locação, devendo ser apresentado, com a inicial, cálculo discriminado do valor do débito. (BRASIL, 1991, [s.p.]) Portanto, o contrato de locação deve ser rescindido, expedindo-se mandado de despejo. Além disso, o autor deve ser condenado a pagar o valor dos aluguéis em atraso, devidamente corrigidos, de acordo com o cálculo discriminado anexado à presente. 6. DOS PEDIDOS Posto isso, se vencidas as preliminares de mérito, a parte demandada pugna pela integral improcedência da ação de usucapião e, na condição da autora reconvencional, requer a integral procedência da presente ação de despejo com cobrança de aluguéis e, em especial, requer o atendimento dos seguintes pedidos: 6.1. Extinção sem resolução de mérito. Pugna-se pela extinção do processo sem resolução de mérito, em razão da ausência de consentimento do companheiro para o ajuizamento de ação que versa sobre direito real imobiliário, conforme dispõem os arts. 73, caput, e 485, I, ambos do CPC/15; além disso, requer-se a extinção do processo, sem resolução de mérito, pois ausentes as duas testemunhas na procuração da parte autora, que é pessoa analfabeta, em desrespeito ao contido no art. 595, do Código Civil de 2002, e conforme dispõe o art. 485, VI, do CPC/2015. 6.2. Intimação. A intimação do autor, por meio de seu patrono, para que, assim querendo, o locatário efetue o pagamento do débito atualizado devido, no prazo de 15 dias (art. 62, II, Lei nº 8.245/1991), observando-se o prazo prescricional de três anos (art. 206, § 3º, I, CC/02); e, não querendo purgar a mora, para que conteste a ação reconvencional (art. 343, § 1º, CPC), em igual prazo, sob pena de revelia, conforme previsto no art. 344, do CPC. 6.3. Produção de Provas. Requer-se a produção de todos os meios de prova admitidos em Direito, em especial, a produção de prova testemunhal, conforme arts. 369 e 442, ambos do CPC. 6.4. Condenação. Pugna-se pela procedência integral da presente ação de despejo com cobrança dos aluguéis atrasados, para rescindir o contrato de locação e para que o réu seja condenado a pagar a quantia de R$ ( ), referente aos valores de alugueis devidos e não pagos, devidamente atualizada. Pugna-se pela condenação da parte adversa em honorários advocatícios, custas e despesas processuais, nos termos dos arts. 82, § 2º, e 85, ambos do CPC/15. Informa-se o devido recolhimentodas custas processuais iniciais. Atribui-se à causa o valor de R$ 3.600,00, com base no art. 58, III, da Lei nº 8.245/1991. Termos em que pede deferimento. Londrina, 26 de julho de 2019. Nome do advogado e número de inscrição na OAB [Assinado digitalmente] 1. Em face de uma petição inicial, como devo proceder para defender meu cliente das alegações? E qual seria o prazo para apresentar a peça processual pertinente? Como contar esse prazo, afinal? R: Nesse caso, poderemos utilizar a peça conhecida por contestação, útil para contrabater argumentos lançados em petições iniciais. Devemos alegar, nesse momento, toda a matéria de defesa, como dispõe o art. 336, do CPC/15. Quanto ao prazo para apresentá-la, este corresponde a 15 dias, de acordo com o caput do art. 335, do CPC/2015. O prazo tem início a partir da audiência de conciliação ou de mediação, sendo que a ausência da parte e/ou advogado não impede que eles saiam intimados quanto ao início do prazo (art. 335, I, CPC/2015). No caso de ambas as partes se manifestarem pelo desinteresse da audiência de conciliação ou mediação, o prazo se inicia do protocolo do pedido de cancelamento da audiência pelo réu (art. 335, II, CPC/2015), sendo que, havendo mais de um réu com advogados distintos, o início do prazo de cada réu se dará da data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência (art. 335, § 1º, CPC/2015). Quando a demanda não admitir autocomposição, o termo inicial vai depender da forma como foi feita a citação, nas hipóteses descritas no art. 231, do CPC (art. 335, III, CPC/2015). 2. Como, ao me defender, posso reivindicar direitos em nome do autor? Como instrumentalizar esse pedido, tecnicamente? Além disso, sendo mais específico, se alguém alega ser locador de um imóvel, mas os locatários não vêm efetuando o pagamento do aluguel, qual peça processual devemos instrumentalizar em seu favor? R: Devemos utilizar a contestação com um tópico de reconvenção, como instrumento hábil a conferir a ele a defesa de seus direitos. Quanto à questão da locação, podemos utilizar a ação de despejo como instrumento hábil a conferir a ele a defesa de seus direitos (art. 5º, Lei nº 8.245/1991). Nela, podemos pedir, em sede de liminar, o despejo do locatário, mas para isso devemos efetuar o depósito judicial de uma caução no valor de três meses de aluguel (art. 59, I, Lei nº 8.245/1991). 3. Quanto ao locatário, que é citado para se defender numa ação de despejo por falta de pagamento, qual é a orientação para se evitar o despejo? Resolução comentada R: O inciso II do art. 62 da Lei nº 8.245/1991 permite que, no caso de despejo por falta de pagamento, o locatário ou seu fiador efetuem o pagamento do valor cobrado na ação (aluguéis devidos, além de multa e honorários), no prazo de 15 dias contados da citação. Mas, preste atenção no parágrafo único do art. 62, pois ele preconiza que o locatário só pode se valer desse tipo de pagamento se não o tiver feito nos últimos 24 meses. 4. Quais são os pressupostos processuais da reconvenção? R: I – litispendência, ou seja, só há reconvenção se existir a ação principal; II – identidade procedimental, que significa que o procedimento da ação principal e da ação reconvencional precisam ser iguais; III – o juízo da ação originária precisa ser competente para a ação reconvencional, então, se a competência da ação reconvencional for outro e a competência for absoluta, o réu terá que ingressar com uma petição inicial no juízo competente; IV – conexão com a ação originária ou com os fundamentos de defesa, ou seja, não pode, na reconvenção, o réu trazer fundamentos de fato que não possuem nenhuma correlação com os fatos alegados pelo autor na petição inicial e nem com a sua defesa. 5. O locatário de um contrato de locação com prazo determinado, que foi transferido para outra cidade pelo seu trabalho, precisará pagar a multa pela rescisão do contrato? R: Normalmente, o locatário poderá devolver o imóvel antes do prazo do contrato, desde que pague uma multa, que deve ser proporcional ao período que falta para o cumprimento do contrato, ou, na sua falta, a que for judicialmente estipulada (art. 4º, caput, Lei nº 8.245/1991). Porém, o locatário ficará dispensado da multa se a devolução do imóvel decorrer de transferência, pelo seu empregador, devendo notificar por escrito o locador com, no mínimo, trinta dias de antecedência (art. 4º, parágrafo único, Lei nº 8.245/1991). Referências BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2019]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 9 dez. 2019. BRASIL. Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991. Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. Brasília, DF: Presidência da República, [2019]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8245.htm. Acesso em: 9 dez. 2019. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8245.htm BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF: Presidência da República, [2019]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 9 dez. 2019. BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Brasília, DF: Presidência da República, [2019]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 9 dez. 2019. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
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