Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE FOZ DO IGUAÇU CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GEODÉSIA Fernando Alves de Siqueira Nara Regina Silva Geodésia Foz do Iguaçu 2019 INTRODUÇÃO Um dos problemas da Geodésia é determinar o campo de gravidade externo às massas, além da superfície limitante, bem como a variação temporal do mesmo. Stokes propôs no século XVIII uma formulação para a solução desse problema, porém implicava em algumas dificuldades. Em muitas línguas, não é feita qualquer distinção entre as duas. A distinção, inerente à língua inglesa, causa provavelmente mais problemas do que resolve. Topografia é a prática do posicionamento. Geodesia é a ciência da geometria da Terra e sua dinâmica e é a fundamentação teórica da Topografia. Durante séculos, o papel da Geodesia foi servir principalmente o Levantamento topográfico/Cartográfico. Embora, parte significativa da informação fornecida pela geodesia cai dentro da área do posicionamento, uma contribuição igualmente substancial cai fora. Rotineiramente a Geodésia Física preocupa-se com o estudo da gravidade e suas aplicações geodésicas, pois o geodésia sempre está envolvido com três superfícies: ➢ Superfície física da Terra é a superfície onde são efetuadas as operações geodésicas; ➢ Superfície de referência é a superfície do modelo geométrico adotado - onde são efetuados os cálculos geodésicos (usualmente o elipsóide de revolução); ➢ Geóide é uma superfície eqüipotencial do campo da gravidade, em uma primeira aproximação é aquela que mais se aproxima ao nível médio dos mares não perturbado. A era dos satélites artificiais imediatamente seguida pela revolução da eletrônica, proporcionaram novos e atraentes rumos à geodésia. Primeiramente, os métodos de posicionamento ganharam muito em rapidez e precisão. Em seguida, a geodésia pode se lançar em outros campos, não de seu interesse específico, mas de valiosa utilidade, tais como: monitoramento das marés terrestres, controle do movimento de placas tectônicas, detecção de movimentos verticais da crosta, controle de grandes estruturas de engenharia, estudo do campo gravitacional, etc. Esta abrangência torna difícil definir exatamente geodésia e delimitar seus campos de aplicação, porém, mostra alguns de seus envolvimentos atuais. SENSORIAMENTO REMOTO O sensoriamento remoto é a junção de técnicas e procedimentos tecnológicos que busca à representação e coleta de dados da superfície terrestre sem a necessidade de um contato direto. Assim sendo, toda a informação é obtida por meio de sensores e instrumentos em geral. Tal processo vincula-se ao tratamento, armazenamento e análise de tais dados para que se conheça melhor os fenômenos que se apresentam na superfície. A utilização desse tipo de técnica é de fundamental importância no contexto atual das sociedades, pois ela é capaz de revelar muitos dados geográficos e até históricos concernentes aos espaços naturais e também sociais, como a distribuição das áreas florestais, o avanço do desmatamento, o crescimento das áreas urbanas, etc. Pode-se dizer que o sensoriamento remoto surgiu logo após a invenção da máquina fotográfica, quando se tornou possível o registro de imagens a partir do céu. Inicialmente, utilizavam-se pombos ou balões a fim de captar imagens da superfície vistas de cima, geralmente para o reconhecimento de lugares ou produção de mapas. Em tempos de guerra, essa foi também uma importante estratégia para o reconhecimento do território inimigo, o que auxiliava na elaboração de planos de ataque e contra-ataque. Foi durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que esse sistema começou a aperfeiçoar-se por meio da utilização de aviões então recentemente inventados. O conjunto de técnicas de registro da superfície por meio da fotografia foi chamado de aerofotogrametria, que, além do registro da imagem, consistia também no tratamento dessa e de suas adaptações para a produção de visualizações de áreas inteiras. Esse procedimento é até hoje amplamente realizado. Além da aerofotogrametria, outro recurso de sensoriamento remoto bastante utilizado são os satélites. Com eles, tornou-se possível o registro de imagens em pequena escala, ou seja, de amplas áreas; ou, até mesmo, de mapas com escalas variadas e flexíveis, possibilitando o manejo para diferentes mapas de localização e temáticos. Entre os satélites mais importantes e utilizados por nós para a observação e registro de informações da superfície estão o Landsat e o CBERS (Satélite Sino- Brasileiro de Recursos Terrestres). O primeiro foi pela primeira vez lançado pela Agência Espacial Norte-Americana (NASA) em 1972, tendo outras versões mais modernas construídas posteriormente, de modo que a mais recente é a Landsat 7. Já o CBERS é resultado de uma parceria entre o Brasil e a China, cujo primeiro lançamento ocorreu em 1999, enquanto o mais recente, o CBERS 3, foi lançado em 2011. Graças aos satélites, são possíveis as confecções de mapas temáticos com as mais variadas escalas de abrangência, conforme já mencionamos. Assim, é possível obter informações e registrar cartogramas sobre formas de relevo, topografia, ocupação humana, entre outros. Há também a funcionalidade meteorológica, em que a movimentação das massas de ar é captada de modo a auxiliar na previsão do tempo, que também conta com outros muitos instrumentos. Podemos dizer, portanto, que o sensoriamento remoto é um dos maiores avanços já produzidos pela ciência e tecnologia no que se refere ao estudo da superfície terrestre e, por que não dizer, de todos os elementos que compõem a biosfera. Assim, conseguiu-se avanço no monitoramento de fenômenos naturais e também antrópicos, tais como o monitoramento do avanço do desmatamento e outros. Um bom exemplo também de sensoriamento remoto é o Google Earth, que integra uma combinação de imagens de satélite, aerofotogrametrias e até imagens registradas nas ruas a fim de nos auxiliar na localização e no deslocamento pelos diferentes lugares. ESPECTRO MAGNÉTICAS Espectro eletromagnético é uma escala de radiações eletromagnéticas. Nele estão representados os 7 tipos de ondas eletromagnéticas: ondas de rádio, micro- ondas, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios x e raios gama. As ondas se propagam à velocidade da luz e, com exceção da luz visível, são todas invisíveis a olho nu. • Ondas de rádio As ondas de rádio são um intervalo de frequências do espectro eletromagnético que são largamente utilizadas nas tecnologias de telecomunicações. As ondas de rádio têm os maiores comprimentos de onda do espectro eletromagnético, estendendo-se entre 1 mm (10-3 m) até 100 km. Esse tipo de onda é usado para transmitir sinais de televisão, rádio, celular, internet e GPS. • Micro-ondas As micro-ondas são ondas eletromagnéticas cujos comprimentos de onda estendem- se entre 1 m e 1 mm ou 300 GHz e 300 MHz, respectivamente. Dessa forma, as micro- ondas encontram-se dentro do intervalo das ondas de rádio. Apesar disso, apresentam frequências um pouco maiores que as ondas de rádio e são usadas em aplicações diferentes. Os principais usos tecnológicos das micro-ondas são as redes sem fio (roteadores wi-fi), radares, comunicação com satélites, observações astronômicas, aquecimento de alimentos, entre outros. • Infravermelho O infravermelho é uma onda eletromagnética de frequência menor que a luz visível (300 GHz a 430 Thz) e, portanto, invisível ao olho humano. A maior parte da radiação térmica emitida pelos corposque se encontram em temperatura ambiente é radiação infravermelha. Por tratar-se de uma faixa de frequências muito grande, com diversas aplicações tecnológicas, o infravermelho é subdividido em regiões menores: infravermelho próximo, médio e longínquo. Além de poder ser utilizado para aquecer, em razão de sua capacidade de fazer com que as moléculas de um corpo vibrem, o infravermelho é utilizado para cocção de alimentos, para o aquecimento de ambientes, para a produção de sistemas de detecção de presença e movimento, sensores de estacionamento, controles remotos e câmeras de visão térmica. TIPOS DE SENSORES Podem ser classificados em função da fonte de energia ou em função do tipo de produto que produz. • Em função da fonte de energia: ✓ PASSIVOS: não possuem fonte própria de radiação. Mede radiação solar refletida ou radiação emitida pelos alvos. Ex.: Sistemas fotográficos. ✓ ATIVOS: possuem sua própria fonte de radiação eletromagnética, trabalhando em faixas restritas do espectro. Ex.: Radares. • Em função do tipo de produto: ✓ Não-imageadores: não geram imagem da superfície sensoriada. Ex.: Espectrorradiômetros (assinatura espectral) e radiômetros (saída em dígitos ou gráficos). Essenciais para aquisição de informações precisas sobre o comportamento espectral dos objetos. ✓ Imageadores: obtém-se uma imagem da superfície observada como resultado. Fornecem informações sobre a variação espacial da resposta espectral da superfície observada. Os sistemas imageadores podem ser divididos em: ✓ Sistema de quadro ("framing systems"): adquirem a imagem da cena em sua totalidade num mesmo instante. Ex.: RBV. ✓ Sistema de varredura ("scanning systems"). Ex.: TM, MSS, HRV. ✓ Sistema fotográfico: Fácil de operar. Limitada capacidade de captar a resposta espectral (filmes cobrem somente o espectro entre ultravioleta próximo ao infravermelho distante). Limita-se as horas de sobrevôo e devido a fenômenos atmosféricos não permitem freqüentemente observar o solo a grandes altitudes. O Sensoriamento remoto é composto ativamente de diferentes maneiras por diversos autores, sendo a definição mais usual a adotada por Avery e Berlin (1992) e Meneses (2001): uma técnica para obter informações sobre objetos através de dados coletados por instrumentos que não estejam em contato físico como os objetos investigados. Por não haver contato físico, a forma de transmissão dos dados (do objeto para o sensor) só pode ser realizada pela Radiação Eletromagnética, por ser esta a única forma de energia capaz de se propagar pelo vácuo. Considerando a Radiação Eletromagnética como uma forma de energia, o Sensoriamento Remoto pode ser definido com maior rigor como uma medida de trocas de energia que resulta da interação entre a energia contida na Radiação Eletromagnética de determinado comprimento de onda e a contida nos átomos e moléculas do objeto de estudo. Quando se fala geoprocessamento, é até engraçado a cara que algumas pessoas fazem ao escutar esta palavra, mas isto é apenas para algumas pessoas, que não têm o costume de escutá-la. Esta é uma parte da disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica e que vem influenciando de maneira crescente as áreas de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Regional. As ferramentas computacionais para geoprocessamento, chamadas de Sistemas de Informação Geográfica GIS – sigla em Inglês para SIG -, permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados geo-referenciados. Tornam ainda possível automatizar a produção de documentos cartográficos. Com o avanço tecnológico, reuniões de especialistas em congressos, simpósios dentre outras formas de trocas de informações, pode-se observar “algumas” aplicações: ➢ Atualizar a cartografia existente; ➢ Desenvolver mapas e obter informações sobre áreas minerais, bacias de drenagem, agricultura, florestas; ➢ Melhorar e fazer previsões com relação ao planejamento urbano e regional; ➢ Monitorar desastres ambientais tais como enchentes, poluição de rios e reservatórios, erosão, deslizamentos de terras, secas; ➢ Monitorar desmatamentos; ➢ Estudos sobre correntes oceânicas e movimentação de cardumes, aumentando assim a produtividade na pesca; ➢ Estimativa da taxa de desflorestamento da Amazônia Legal; ➢ Suporte de planos diretores municipais; ➢ Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e Relatórios de Impacto sobre Meio Ambiente (RIMA); ➢ Levantamento de áreas favoráveis para exploração de mananciais hídricos subterrâneos; ➢ Monitoramento de mananciais e corpos hídricos superficiais; ➢ Levantamento Integrado de diretriz para rodovias e linhas de fibra ótica; ➢ Monitoramento de lançamento e de dispersão de efluentes em domínios costeiros ou em barragens; ➢ Estimativa de área plantada em propriedades rurais para fins de fiscalização do crédito agrícola; ➢ Identificação de áreas de preservação permanente e avaliação do uso do solo; ➢ Implantação de pólos turísticos ou industriais; ➢ Avaliação do impacto de instalação de rodovias, ferrovias ou de reservatórios; ➢ Existem também formas de sensoriamento remoto que utilizam satélites que são freqüentemente usados para definir objetos fabricados pelo homem e que estejam na órbita da Terra de forma geo-estacionária ou polar. Algumas das informações colhidas por satélites meteorológicos, como o GOES-8, incluem temperatura nas camadas superiores da atmosfera, umidade do ar e registro da temperatura do topo das nuvens, da Terra e do oceano. Os satélites também acompanham o movimento das nuvens para determinar a velocidade dos ventos altos, rastreiam o movimento do vapor de água, acompanham o movimento e a atividade solar e transmitem dados para instrumentos meteorológicos ao redor do mundo. TECNOLOGIA LiDAR Tecnologia de detecção e alcance de luz é baseada na determinação de distâncias entre o sensor e a superfície a ser mapeada, através de um pulso de laser que se propaga. É um método direto de captura de dados, onde possui sua própria fonte de energia, neste caso, uma fonte de luz, o laser. Essa tecnologia está cada vez mais frequente no campo de aplicações da Engenharia, tendo em vista a grande quantidade de informações geradas pelo sensor, a elevada precisão, a velocidade da aquisição e o baixo custo dessa tecnologia. ➢ Projeto de Terraplenagem; ➢ Projeto de Drenagem e Obras de Artes Correntes; ➢ Projeto de Estudos Ambientais.
Compartilhar