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CASO 5- BOCA E ESÔFAGO OBJETIVOS Geral: Compreender a morfofisiologia básica do sistema digestório da boca ao esôfago ; 1.0. Compreender a anatomia e histologia da boca e esôfago; 2.0. Relacionar mecanismos básicos envolvidos no controle da fome, gustação e salivação (reflexo salivar); 3.0. Compreender a formação do bolo alimentar (mecanismo da mastigação, enzimas envolvidas); 4.0. Estudar princípios gerais fisiológicos envolvidos na mastigação (boca-> estômago) Moore- 7ª ed e Junqueira: ANATOMIA E HISTOLOGIA DA BOCA E ESÔFAGO CAVIDADE ORAL Tem duas partes: vestíbulo da boca e cavidade própria da boca; Na cavidade oral que se sente o sabor dos alimentos e bebidas e que alimento é mastigado e manipulado pela língua; Vestíbulo da boca—semelhante a uma fenda entre dentes e a gengiva e os lábios e as bochechas, comunica-se com o exterior através da rima (abertura) da boca. Tamanho da rima é controlado por músculos periorais, como orbicular da boca, bucinador e depressores e elevadores da rima; Cavidade própria da boca—espaço entre arcadas/arcos dentais maxilar (sup) e mandibular( inf). Limite lateral e anterior pelos arcos dentais. Teto da cavidade oral é formada pelo palato, posteriormente a cavidade oral se comunica com a orofaringe. Quando a boca está fechada e em repouso, a cavidade oral é totalmente ocupada pela língua. LÁBIOS, BOCHECHAS E GENGIVAS Lábios são pregas musculofibrosas móveis que circundam a boca. Estendem-se: sulcos nasolabiais e narinas lateral e superiormente até o sulco mentolabial inferiormente. o Eles contêm músculo orbicular da boca e músculos, vasos e nervos dos lábios superior e inferior; Cobertos externamente por pele / internamente por túnica mucosa, atuam como válvulas da rima da boca, contendo o músculo orbicular da boca (controla entrada e saída da boca e dos sistemas digestório superior e respiratório). o Lábios são usados para apreender o alimento, sugar líquidos, manter alimento fora do vestíbulo da boca, produzir fala e osculação (beijo); Zona de transição dos lábios, muitas vezes considerada como próprio lábio, varia de marrom a vermelha, continua até cavidade oral, onde continua com túnica mucosa da boca. Essa membrana cobre parte intraoral, vestibular dos lábios. Os frênulos dos lábios são pregas de margem livre da túnica mucosa na linha mediana, que se estende da gengiva vestibular até a túnica mucosa dos lábios superior e inferior, o frênulo que se estende até lábio superior é maior. Às vezes há outro frênulo menor situado lateralmente nas regiões vestibulares pré-molares; As aas labiais superior e inferior, ramos das aas faciais, anastomosam-se entre si nos lábios para formar um anel arterial, pulso pode ser palpado segurando lábio superior ou inferior entre dois primeiros dedos; Lábio inferior é vascularizado por ramos labiais inferiores das aas facial e mentual; Inervação: lábio superior é suprido pelos ramos labiais superiores dos nervos infraorbitais (do NC V2), lábio inferior é suprido pelos ramos labiais inferiores dos nervos mentuais (do NC V3); Linfa do lábio superior e das partes laterais do lábio inferior segue principalmente para linfonodos submandibulares, enquanto a linfa da parte medial do lábio inferior segue inicialmente para linfonodos submentuais; Bochechas tem estrutura quase igual a dos lábios. São as paredes móveis da cavidade oral. Face externa das bochechas constitui região bucal, limitada anteriormente pelas regiões oral e mentual (lábios e queixo), superiormente pela região zigomática, posteriormente pela região paratideomassetérica e inferiormente pela margem inferior da mandíbula. o Proeminência da bochecha ocorre na junção das regiões zigomática e bucal; o Zigomático e arco zigomático= osso da bochecha; o Principais mms são bucinadores. Várias pequenas gl. Bucais se situam entre a túnica mucosa e os mms bucinadores. Superficial a eles existe os corpos adiposos da bochecha (maiores em lactentes, provavelmente para evitar colapso das bochechas na sucção); o Bochechas são supridas por ramos bucais da artéria maxilar e inervadas por ramos bucais do nervo mandibular. Gengivas: formadas por tecido fibroso coberto por túnica mucosa. o Gengiva propriamente dita está firmemente presa a processos alveolares da mandíbula e maxila e aos colos dos dentes. Aquelas adjacentes à língua são as gengivas linguais superior e inferior, as adjacentes aos lábios e às bochechas são as gengivas labial ou bucal maxilar e mandibular, respectivamente; o A propriamente dita normal é rósea, pontilhada e queratinizada; o A túnica mucosa alveolar é normalmente vermelho-brilhante e não queratinizada; o Nervos e vasos que suprem gengiva, osso alveolar subjacente e o periodonto (circunda raiz ou raízes de um dente, fixando-os no alvéolo dental): DENTES Funções: o Cortar, reduzir e misturar alimento à saliva na mastigação; o Ajudar própria sustentação nos alvéolos dentais, auxiliando desenvolvimento e proteção de tecidos que sustentam; o Participam da articulação (fala conectada distinta); Estão inseridos nos alvéolos dentais; Identificação: decíduo(primário) ou permanente(secundário); tipo de dente; sua proximidade da linha mediana ou da parte anterior da boca. Ex: o Incisivos mediais e laterais; o 1ºmolar é anterior ao 2º. Crianças—20 dentes decíduos/ Adultos—32 dentes permanentes. Antes da erupção, dentes em desenvolvimento se situam nos arcos alveolares como brotos dentais; Tipos de dentes: incisivos—margens cortantes finas; caninos—cones proeminentes únicos; pré-molares (bicúspides)–duas cúspides; molares— três ou mais cúspides; Face vestibular (labial ou bucal) de cada dente se apresenta voltada externamente, face lingual está voltada internamente, face mesial—uso na prática clínica–é voltada em direção ao plano mediano da parte facial do crânioínica, face distal está voltada em direção oposta a esse plano. Tanto face mesial quanto face distal são superfícies de contato—sup. Que tocam dentes adjacentes. Face oclusal, superfície mastigatória. Partes e estruturas dos dentes: um dente tem coroa, colo e raiz; o Coroa se projeta da gengiva; o Colo está situado entre coroa e a raiz; o Raiz está fixada no alvéolo dental pelo periodonto/ nº de raízes varia; o Maior parte do dente é formada por dentina, a qual é coberta por esmalte sobre a coroa e por cemento sobre a raiz; o A cavidade pulpar contém tecido conectivo, vasos sanguíneos e nervos; o O canal da raiz (canal pulpar) dá passagem a nervos e vasos que entram e saem da cavidade pulpar através do forame do ápice do dente; Alvéolos dentais estão nos processos alveolares da maxila e mandíbula, são os elementos ósseos que mais se modificam durante a vida; o Alvéolos adjacentes são separados por septos interalveolares; o No alvéolo, as raízes dos dentes com mais de uma raiz são separadas por septos interradiculares; o O osso do alvéolo tem um córtex fino separado dos córtices labial e lingual adjacentes por uma quantidade variável do osso trabeculado; o Parede labial do alvéolo é muito fina sobre incisivos, situação inversa nos molares, em que a parede lingual é mais fina (costuma-se fraturar a face labial para extrair incisivos e a face lingual para extrair molares). Raízes dos dentes são unidas ao osso do alvéolo por suspensão maleável que forma tipo especial de articulação fibrosa denominada sindesmose dentoalveolar ou gonfose; Periodonto (membrana periodontal) é formada por fibras colágenas que seestendem entre cemento da raiz e periósteo do alvéolo. Contem abundantes terminações nervosas táteis, pressoreceptoras, capilares linfáticos e vasos sanguíneos glomerulares, atuam como amortecimento hidráulico para controlar pressão mastigatória axial. Moore 7ª edição – Capítulo 7: Palato Forma o teto curvo da boca, assoalho das cavidades nasais, separa cavidade oral da nasal e da parte nasal da faringe (parte superior da faringe superior ao palato mole). A face superior/nasal do palato é coberta por túnica mucosa respiratória; já a face inferior/oral é coberta por túnica mucosa oral (densamente povoada por glândulas). O palato é divido em 2 regiões I. Palato Duro Anterior: - Tem formato de abóbada/côncavo, esse espaço é ocupado principalmente pela língua quando está em repouso; - Os 2/3 anteriores do palato é formado por esqueleto ósseo (formado pelos processos palatinos da maxila e as lâminas horizontais do palatino); - Fossa Incisiva: é uma depressão na linha mediana do palato ósseo posterior aos dentes incisivos centrais (na qual se abrem os canais incisivos); - Os nervos nasopalatinos partem do nariz através de um número variável de canais e forames incisivos (que se abrem na fossa incisiva) - Forame Palatino Maior: fica medial ao 3º dente molar/serotino, perfura a margem superior do palato ósseo de onde emergem os vasos e o nervo palatinos maiores, seguindo anteriormente sobre o palato - Forames Palatinos Menores: situados posteriormente ao forame palatino maior, perfuram o processo piramidal do palatino, dando passagem aos nervos e vasos palatinos menores até o palato mole e estruturas adjacentes. II. Palato Mole Posterior: - É o terço posterior móvel do palato, ficando suspenso na margem posterior do palato duro; - Não tem esqueleto ósseo, mas sua parte aponeurótica anterior é reforçada pela aponeurose palatina (que se fixa a margem posterior do palato duro); - Aponeurose: é anteriormente espessa e posteriormente fina, a qual se funde a uma parte muscular posterior - Uvula: processo cônico que fica na parte posteroinferior do palato mole, pendente em uma margem livre e curva - Durante a deglutição, o primeiro palato mole é tensionado, permitindo que a língua seja pressionada contra ele, levando o bolo alimentar para a parte posterior da boca. Em seguida, o palato mole é elevado posteriormente e superiormente contra a parede da faringe, impedindo a entrada de alimentos na cavidade nasal. - Lateral: o palato mole é contínuo com a parede da faringe e é unido a língua e a faringe pelos arcos palatoglosso e palatofaríngeo, respectivamente obs: há algumas papilas gustativas no epitélio que cobre a face oral do palato mole, a parede posterior da parte oral da faringe e epiglote - Fauces: são o espaço entre a cavidade e a faringe - Istmo das Fauces: espaço estreito e curto que faz a conexão entre a cavidade própria da boca e a parte oral da faringe - Tonsilas Palatinas: massas de tecido linfoide (uma de cada lado da parte oral da faringe), cada uma se localiza em uma fossa/seio tonsilar. MUSCULOS DO PALATO MOLE: (5 mm.) -M. Tensor do Véu Palatino - M. Levantador do Véu Palatino - M. Palatoglosso - M. Palatofaríngeo - M. da Uvula Os músculos do palato mole realizam entre seus funções: - Elevação do palato mole, de modo que o palato entre em contato com a parede posterior da faringe. Isso fecha o istmo faríngeo e exige que a pessoa respire pela boca. - Elevação do palato mole afim de ficar em contato com a parte posterior da língua, isso fecha o istmo das fauces, fazendo o ar a ser expirado passar pelo nariz (mesmo quando a boca estiver aberta), evitando que substâncias na cavidade oral entrem na faringe - A tensão do palato mole se dá em nível intermediário, dessa forma, a língua pode ser empurrada contra ele e impulsionar o alimento mastigado para a faringe, onde será deglutido. III. Elementos Superficiais do Palato: - A túnica mucosa do palato duro está firmemente unida ao osso subjacente ( por isso injeções submucosas nesse local são extremamente dolorosas). - Gengiva Lingual Superior: a parte da gengiva que cobra a face lingual dos dentes e o processo alveolar é contínua com a túnica mucosa do palato e, portanto, a injeçnao de um agente anestésico na gengiva de um dente anestesia a túnica mucosa palatina adjacente - Glândulas Palatinas: são secretoras de muco e os óstios dos ductos dessas glândulas conferem a túnica mucosa palatina uma aparência ondulada (de casca de laranja) - Papila Incisiva: elevação da túnica mucosa - Pregas Palatinas Transversas Paralelas: ajudam na manipulação do alimento durante a mastigação - Rafe do Palato: crista esbranquiçada e estreita que segue posteriormente a linha mediana do palato, indica o local de fusão dos processos palatinos embrionários (prateleiras palatinas). IV. Vascularização do Palato: A principal responsável pela vascularização do palato é a artéria palatina maior (ramo da artéria palatina descendente de cada lado). Essa artéria atravessa o forame palatino maior e segue em sentido anteromedial. A artéria palatina menor (ramo menor da artéria palatina descendente de cada lado) entra no palato no forame palatino menor e se anastomosa em artéria palatina ascendente (ramo da a. facial). As veias do palato são tributárias do plexo venoso pterigoideo. V. Inervação do Palato Os nervos sensitivos do palato são ramos do n. maxilar (NC V) originários do glânglio pterigopalatino Nervo Palatino Maior: supre a gengiva, túnica mucosa e glândulas da maior parte do palato duro Nervo Nasopalatino: supre a túnica mucosa da parte anterior do palato duro Nervos Palatinos Menores: suprem o palato mole Obs: os nervos palatino acompanham as aa. Através dos forames palatinos maior e menor Obs: todos os mm. Do palato mole são supridos pelo plexo faríngeo de nervos (com excessão do m. tensor do véu palatino, que é suprido pelo NC V) ANATOMIA DA LÍNGUA Resumo Moore – 7a Edição – Capítulo 7 1. Língua Órgão muscular móvel Recoberta por túnica mucosa Pode assumir vários formatos e posições Parte está situada na cavidade oral e outra na parte oral da faringe Principais funções: - Articulação (formar palavras durante a fala) - Compressão do alimento para a parte oral da faringe como parte da deglutição - Associada à mastigação, paladar e limpeza da boca. 2. Partes e Faces da Língua Língua é dividida em: - Raiz da língua: parte posterior fixa que se estende entre a mandíbula, hioide e a face posterior, quase vertical, da língua - Corpo da língua: 2/3 anteriores, entre a raiz e o ápice - Ápice/ponta da língua: extremidade anterior do corpo, que se apoia sobre os dentes incisivos Corpo e ápice da língua são muito móveis. Língua tem 2 faces: - Dorso da língua: face mais extensa, superior e posterior. Caracterizado por um sulco em forma de V (sulco terminal da língua), cujo ângulo aponta posteriormente para o forame cego. Essa pequena depressão (muitas vezes ausente) é o remanescente inativo da parte proximal do ducto tireoglosso embrionário a partir do qual se desenvolveu a glândula tireoide. - Face interior da língua: geralmente descansa sobre o assoalho da boca. Margem da língua que separa as duas faces está relacionada de cada lado com a gengiva lingual e os dentes laterais Sulco terminal divide o dorso da língua transversalmente em: - Parte pré-sulcal: na cavidade própria da boca - Parte pós-sulcal: na parte oral da faringe Sulco mediano: divide a parte anterior da língua em metades direita e esquerda Túnica mucosa da parte anterior do dorso da língua: relativamente fina e está bem fixada ao músculo adjacente. Tem textura áspera por causa de numerosas pequenas papilas linguais: - Papilas circunvaladas: grandes e com topo plano, situam-se diretamente anteriores ao sulco terminal e são organizadas em uma fileira em formato de V. São circundadas por depressões circulares profundas cujas paredes estão repletas de colículos gustatórios. Os ductos das glândulas seroas da língua abrem-se nas depressões. - Papilas folhadas: pequenas pregas laterais da túnica mucosa lingual, pouco desenvolvidas nos seres humanos. - Papilas filiformes: longas e numerosas, contém terminações nervosas aferentes sensíveis ao toque. Essas projeções cônicas e descamativas são rosa-acinzentadas e estão organizadas em fileiras com formato de V, paralelas ao sulco terminal, exceto no ápice, onde tendem a se organizar transversalmente. - Papilas fungiformes: pontos em formato de cogumelo, rosa ou vermelhos, dispersos entre as papilas filiformes, porém mais numerosos no ápice e nas margens da língua Papilas circunvaladas, folhadas e maioria das papilas fungiformes => contém receptores gustativos nos calículos gustatórios Túnica mucosa da parte posterior da língua: espessa e livremente móvel. Não tem papilas linguais, mas os nódulos linfoides (tonsila lingual) subjacentes conferem a essa parte da língua uma aparência irregular, em pedra de calçamento. Parte faríngea da língua constitui a parede anterior da parte oral da faringe e só pode ser examinada com espelho ou pressionando-se a língua para baixo com um abaixador de língua. Face inferior da língua: - Coberta por túnica mucosa fina e transparente - Superfície está unida ao assoalho da boca por uma prega mediana denominada frênulo da língua => permite o movimento livre da parte anterior da língua. De cada lado do frênulo, há uma veia lingual profunda visível através da túnica mucosa fina. Há uma carúncula (papila) sublingual de cada lado da base do frênulo da língua, que inclui o óstio do ducto submandibular da glândula salivar submandibular. 3. Músculos da Língua Não atuam isoladamente e alguns músculos realizam várias funções Partes de um único músculo podem ter ações independentes e diferentes (até mesmo antagonistas) - Músculos extrínsecos: modificam a posição da língua - Músculos intrínsecos: modificam o formato da língua Septo da língua: fibroso mediano, separa os 4 músculos intrínsecos e 4 músculos extrínsecos em cada metade da língua. Se funde posteriormente com a aponeurose lingual. 3.1. Músculos extrínsecos da língua Originam-se fora da língua e se fixam a ela Movimentam principalmente a língua, mas também alteram seu formato 3.2. Músculos intrínsecos da língua Limitados à língua (funções completamente na língua) Não estão fixados a ossos Mm longitudinais superior e inferior => atuam juntos para tornar a língua curta e grossa e para retrair a língua protrusa Mm transverso e vertical => atuam simultaneamente para tornar a língua longa e estreita, o que pode empurrar a língua contra os dentes incisivos ou protrair a língua com a boca aberta (principalmente ao agir com a parte posteroinferior do músculo genioglosso) 4. Inervação da Língua Inervação Motora: - TODOS os músculos da língua (exceção: m. Palatoglosso) => inervação motora do nervo hipoglosso (NC XII) - M. Palatoglosso => músculo palatino inervado pelo plexo faríngeo Sensibilidade geral (tato e temperatura): - 2/3 anteriores da língua => nervo lingual (ramo do NC V3) - 1/3 posterior da língua e papilas circunvaladas => ramo lingual do nervo glossofaríngeo (NC IX) Sensibilidade especial (paladar): - 2/3 anteriores da língua (exceção: papilas circunvaladas) => nervo corda do tímpano (ramo do NC VII). Este nervo une-se ao nervo lingual na fossa intratemporal e segue anteriormente em sua bainha. - 1/3 posterior da língua e papilas circunvaladas => ramo lingual do nervo glossofaríngeo (NC IX) Brotos do nervo laríngeo interno (ramo do nervo vago – NC X) são responsáveis sobretudo pela sensibilidade geral (mas também por parte da especial) de uma pequena área da língua imediatamente anterior à epiglote. Esses nervos basicamente sensitivos também conduzem fibras secretomotoras parassimpáticas para as glândulas serosas na língua. Existem 4 sensações básicas de paladar: - Doce: detectado no ápice da língua - Salgado: detectado nas margens laterais da língua - Ácido e amargo: detectados na parte posterior da língua Todos os outros “sabores” descritos por gourmets são olfatórios (odor e aroma). 5. Vasculatura da Língua Artérias da língua: - Derivadas da artéria lingual (se origina da artéria carótida externa) - Ao penetrar na língua, a artéria lingual segue profundamente ao músculo hioglosso: o Artérias dorsais da língua: vascularizam a raiz. O septo da língua impede a comunicação das artérias dorsais da língua. o Artérias profundas da língua: vascularizam o corpo da língua. Comunicam-se entre si perto do ápice da língua. Veias da língua: - São as veias dorsais da língua que acompanham a artéria lingual - Veias profundas da língua: começam no ápice da língua, seguem em sentido posterior além do frênulo lingual para se unirem à veia sublingual - Pessoas idosas => veias sublinguais costumam ser varicosas (dilatadas e tortuosas) - Pode haver drenagem de parte dessas veias (ou de todas elas) para a VII ou isso pode ser feito indiretamente, unindo-se primeiro para formar uma veia lingual que acompanha a parte inicial da artéria lingual. Drenagem linfática da língua: - Maior parte da drenagem linfática converge para a drenagem venosa e a acompanha - Linfa da extremidade da língua, frênulo e parte central do lábio inferior segue um trajeto independente - Linfa da língua segue 4 trajetos: o Linfa da raiz: drena bilateralmente para os linfonodos cervicais profundos superiores o Linfa da parte medial do corpo: drena bilateral e diretamente para os linfonodos cervicais profundos inferiores o Linfa das partes laterais (D e E) do corpo: drena para os linfonodos submandibulares ipsolaterais o Ápice e frênulo: drenam para os linfonodos submentuais e a porção medial tem drenagem bilateral - Toda a linfa da língua acaba drenando para os linfonodos cervicais profundos e chega vias troncos venosos jugulares ao sistema venoso nos ângulos venosos direito e esquerdo. GLÂNDULAS SALIVARES São as parótidas, submandibulares e sublinguais. Secretam a saliva (transparente, insípida e inodora); Funções: o Mantém túnica mucosa da boca úmida o Lubrifica alimento durante mastigação o Inicia digestão de amidos o Atua como “colutório” intrínseco o Importante para prevenção de cáries dentais e no paladar Além das gl salivares principais, há pequenas glândulas salivares acessórias dispersas no palato, nos lábios, na bochecha, nas tonsilas e na língua. Glândulas submandibulares: se situam ao longo do corpo da mandíbula, parte superior e parte inferior à metade posterior da mandíbula, e parte superficial e parte profunda ao músculo milo-hioideo. o Ducto submandibular, cerca de 5 cm, origem na parte da glândula situada entre mms milohioideo e hipoglosso. Nervo lingual faz uma volta sob o ducto que segue anteriormente, abrindo-se por meio de um a três óstios em uma pequena papila sublingual ao lado da base do frênulo da língua. Seus óstios são visíveis e pode se ver o gotejamento da saliva (ou a pulverização durante bocejo); o Irrigação arterial provém das aas submentuais,veias acompanham aas; o Vasos linfáticos das glândulas terminam nos linfonodos cervicais profundos, sobretudo no linfonodo júgulo-omo-hioideo; o São supridas por fibras secretomotoras parassimpáticas pós- ganglionares, conduzidas pelo nervo corda do tímpano, do nervo facial para sublingual. Fazem sinapse com neurônios pós- ganglionares no gânglio submandibular. As ultimas fibras acompanham aas para chegar à glândula, junto com fibras simpáticas pós-ganglionares vasoconstritoras do gânglio cervical superior. Glândulas sublinguais: são as menores e mais profundas gl salivares. Situam-se no assoalho da boca, entre mandíbula e m genioglosso. Glândulas de cada lado se unem para formar uma em formato de ferradura ao redor do centro de tecido conectivo do frênulo da língua; o Muitos pequenos ductos sublinguais se abrem no assoalho da boca ao longo das pregas sublinguais; o Irrigação arterial é feita pelas aas sublinguais e submentuais, ramos das aas lingual e facial, respectivamente; o Nervos das glândulas acompanham nervos da submandibular; o Fibras secretomotoras parassimpáticas pré-ganglionares são conduzidas pelo nervo facial, corda do tímpano e lingual, fazem sinapse no gânglio submandibular. Parótida—Maior de três pares de glândulas salivares; o –revestida por cápsula facial resistente e inflexível, a fáscia parotídea, derivada da lâmina superficial da fáscia cervical; o –Tem formato irregular porque área ocupada pela glândula—leito parotídeo—é anteroinferior ao meato acústico externo, onde está inserida entre o ramo da mandíbula e o processo mastoide; o –Tecido adiposo entre lobos confere flexibilidade para permitir movimento da mandíbula; o –Ápice da glândula parótida é posterior ao ângulo da mandíbula, sua base se relaciona com o arco zigomático; o –Face lateral subcutânea—quase plana; o –Ducto parotídeo—horizontal a partir da margem anterior da glândula. Na margem anterior do m. masseter, ducto se volta medialmente, pefura bucinador e entra na cavidade oral através de uma pequena abertura em frente ao 2° dente molar maxilar; o –Inseridos na substância da glândula parótida, da região superficial para profunda: plexo intraparotídeo do nervo facial e seus ramos, veia retromandibular e artéria carótida externa; o –Na fáscia parotídea e na glândula estão os linfonodos parotídeos; o –Inervação: plexo intraparotídeo do NC VII está inserido na glândula, mas NÃO a inerva. O nervo auriculotemporal, ramo do NC V3 está intimamente relacionado com a parótida e segue superior a ela com vasos temporais superficiais, é responsável por sua inervação. Além dele, o nervo auricular magno, ramo do plexo cervical, formado por fibras dos nervos espinais C2 e C3, inervam fáscia parotídea e pele sobrejacente; o Componente parassimpático do nervo glossofaríngeo (NC IX) envia fibras secretoras pré-ganglionares para gânglio ótico. Fibras parassimpáticas pós-ganglionares são conduzidas do gânglio até a glândula pelo nervo auriculotemporal; o –Estimulação parassimpática produz saliva fina e aquosa; o –Fibras simpáticas são derivadas dos gânglios cervicais através do plexo nervoso carotídeo externo sobre artéria carótida externa— atividade vasomotora dessas fibras reduz secreção da glândula; o –Fibras nervosas sensitivas seguem até a glândula através dos nervos auricular magno e auriculotemporal. HISTOLOGIA Estrutura geral do tubo digestivo: o Tubo oco composto por um lúmen, com diâmetro variável, circundado por uma parede formada por 4 camadas distintas: mucosa, submucosa, muscular e serosa; o Mucosa: composta por revestimento epitelial; uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo rico em vasos sanguíneos e linfáticos e cél musculares lisas, algumas vezes com gl e tecido linfoide tbm; uma muscular da mucosa, que separa a camada mucosa da submucosa e geralmente consiste em duas subcamadas delgadas de células musculares lisas, uma circular interna e outra longitudinal externa. As subcamadas promovem movimento da camada mucosa, independente de outros movimentos do trato digestivo, aumenta contato da mucosa com alimento; o Submucosa: composta por tecido conjuntivo com muitos vasos sanguíneos e linfáticos e um plexo nervoso submucosos (plexo de Meissner), essa camada pode conter também gl e tecido linfoide; o Camada muscular: contém células musculares lisas orientadas em espiral, divididas em duas subcamadas. Na subcamada mais interna (próxima do lúmen), orientação geralmente é circular; na sucamada mais externa, é mais longitudinal. Entre elas= plexo nervoso mioentérico (plexo de Auerbach) e tecido conjuntivo contendo vasos sanguíneos e infáticos; o Serosa: camada delgada de tecido conjuntivo frouxo, revestida por epitélio pavimentoso simples—mesotélio. Na cavidade abdominal, a serosa que reveste órgãos é denominada peritônio visceral e está em continuidade com mesentério. Em locais que órgão está unido a outras estruturas, a serosa é substituída por uma adventícia espessa, que consiste em tecido conjuntivo e tecido adiposo contendo vasos e nervos, sem o mesotélio; o Principais funções do revestimento epitelial da mucosa do TGI: formar barreira seletivamente permeável entre conteúdo do lúmen e os tecidos do organismo; facilitar transporte e digestão alimento; promover absorção dos produtos da digestão; produzir hormônios que regulem atividade desse sistema; o Lâmina própria é rica em macrófagos e células linfoides, IgA. Complexo SIgA protege contra invasões virais e bacterianas. Ele é resistente à digestão por enzimas proteolíticas, podem coexistir com proteases do lúmen. CAVIDADE ORAL Revestida por epitélio pavimentoso estratificado (queratinizado ou não), depende da região; o Camada queratinizada protege mucosa oral de agressões mecânicas durante mastigação, está na gengiva e no palato duro. Lâmina própria dessas regiões contém várias papilas e repousa diretamente sobre periósteo; o Não queratinizado reveste palato mole, lábios, bochechas e o assoalho da boca; Lâmina própria tem papilas e é contínua com a submucosa, contém gl salivares menores difusas; Nos lábios—transição epitélio oral não queratinizado para epitélio queratinizado da pele; Palato mole contém, no seu centro, m. estriado esquelético e numerosas glândulas mucosas e nódulos linfoides na submucosa FARINGE Região de transição entre cavidade oral e os sistemas digestivo e respiratório, comunica região nasal e a laringe; Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado--na região contínua com esôfago Epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado—células caliciformes nas regiões próximas à cavidade nasal; Contém as tonsilas; Sua mucosa possui muitas gl salivares menores DENTES Normalmente existem 32 dentes permanentes em adultos, dispostos em 2 arcos bilateralmente simétricos nos ossos maxilar e mandibular, com oito dentes em cada quadrante—2 incisivos, 1 canino, 2 pré-molares e 3 molares permanentes. Vinte desses dentes são precedidos por dentes decíduos (de leite); Coroa é recoberta por tecido mineralizado extremamente duro, o esmalte e as raízes por outro tecido mineralizado, o cemento. Elas se encontram no colo do dente; Mais internamente, abaixo do esmalte e do cemento, a dentina é outro tecido mineralizado que compõe maior parte do dente. o Circunda a cavidade pulpar, preenchido com tecido conjuntivo frouxo muito vascularizado e inervado denominado polpa dental. Contém uma porção coronária (câmara pulpar) e uma porção na raiz (canal radicular), estende-se até ápice do dente, onde orifício (forame apical) possibilitaa entrada e saída de vasos sanguíneos, linfáticos e nervos da polpa; o Ligamento periodontal—conjuntivo com feixes de fibras colágenas inseridos no cemento e osso alveolar, fixando dente no alvéolo; Dentina—mais dura que osso, devido a conteúdo mais elevado de sais de cálcio; o Composta por fibrilas de colágeno tipo I, glicosaminoglicanos, fosfoproteínas, fosfolipídeos e sais de cálcio na forma de cristais de hidroxiapatita; o Matriz orgânica é secretada pelos odontoblastos(periferia da polpa)—célula alongada, deposita matriz somente superfície dentinária. Apresentam estrutura de células polarizadas secretoras de proteínas, com grânulos de secreção no citoplasma apical e núcleo basal; o Odontoblasto—extremidade apical ramificada que penetra perpendicularmente a dentina, percorrendo toda sua extensão, os prolongamentos odontoblásticos (fibras de Tomes). Tornam-se gradualmente mais longos à medida que dentina se torna mais espessa, ocupando canais estreitos denominados túbulos dentinários, ramificam-se intensamente próximo da junção entre dentina e esmalte; Matriz inicial não mineralizada dos odontoblastos= pré-dentina; Mineralização: vesículas circundadas por membrana—as vesículas da matriz—aparecem, possuem elevado conteúdo de íons cálcio e fosfato em seu interior, facilitam aparecimento de cristais pequenos de hidroxiapatita que crescem e servem como sítios de nucleação para deposição adicional de minerais sobre fibrilas colágenas circundantes; Dentina é sensível a calor, frio, trauma e ph ácido, percebidos como dor. Polpa é muito inervada, mas dentina contém poucas fibras nervosas amielínicas que penetram túbulos na sua porção pulpar; Esmalte: componente mais duro do corpo humano, 96% de mineral, 1 % orgânico, 3% água. Componente inorgânico—hidroxiapatita; o Durante desenvolvimento do dente, é produzido por células ectodérmicas (maioria das outras derivam da mesoderma ou crista neural), os ameloblastos; o Matriz orgânica= amelogeninas e enamelinas; o Consiste em colunas alongadas, prismas do esmalte, unidas entre si pelo esmalte interprismático. São formados por cristais de hidroxiapatita, diferem apenas na orientação dos cristais. Arranjo dos prismas em grupos é importante para propriedades mecânicas do esmalte; o Ameloblastos são células colunares altas que contêm numerosas mitocôndrias na região abaixo do núcleo. REG e Golgi bem desenvolvido são observados acima do núcleo. Sua extensão apical (processo de Tomes) contém numerosos grânulos de secreção contendo proteínas que constituem a matriz do esmalte. Após término da síntese do esmalte, ameloblastos formam epitélio protetor que recobre coroa até erupção do dente. Polpa dental: tecido conjuntivo frouxo. Composta por odontoblastos, fibroblastos e uma matriz que contém fibrilas finas de colágeno e diversos glicosaminoglicanos; o Tecido altamente vascularizado e inervado. Vasos sanguíneos e fibras nervosas mielinizadas penetram o dente pelo forame apical e se ramificam. Algumas fibras perdem suas bainhas de mielina. São sensíveis a dor; Periodonto: estruturas que mantêm dente nos ossos maxilar e mandibular: o Cemento—recobre dentina radicular, parece tecido ósseo por sua composição, mas não tem vasos sanguíneos e sistemas haversianos. Mais espesso na região apical da raiz, encontra-se cementócitos, células com aspecto de osteócitos. Cementócitos estão enclausuradas em lacunas, mas quase não comunicam entre si. É lábil, reage às forças a qual é submetido, com reabsorção e produção de novo tecido. Menor atividade metabólica em relação ao osso pq não tem irrigação, possibilita movimentação dos dentes por aparelhos ortodônticos; Ligamento periodontal—tecido conjuntivo especial, arranjado em fibras de feixes grossos (fibras de Sharpey), penetram cemento do dente e paredes ósseas do alvéolo, possibilitando movimento limitado do dente; o Organização das fibras suporta pressões exercidas durante mastigação; o Colágeno desse ligamento lembra tecido imaturo, tem nível alto de renovação e muito colágeno solúvel, espaço entre fibras ocupado por glicosaminoglicanos; Osso alveolar: contato com ligamento periodontal. É tipo um osso imaturo (primário), fibras colágenas não estão em lamelas como adulto. Muitas fibras do lig periodontal penetram esse osso e cemento. Osso mais próximo das raízes dos dentes forma osso alveolar. Vasos perfurantes—atravessam osso alveolar e penetram ligamento. Alguns vasos e nervos vão para forame apical da raiz; Gengiva: membrana mucosa firmemente aderida ao periósteo dos ossos maxilar e mandibular. Formada por epitélio pavimentoso estratificado e lâmina própria com numerosas papilas conjuntivas. Epitélio juncional, unida ao esmalte do dentre por uma cutícula parecida com lâmina basal espessa. Células epiteliais aderidas a cutícula por hemidesmossomos. Sulco gengival, circula coroa, entre esmalte e epitélio acima do epitélio juncional; ESÔFAGO Mesmas camadas que resto do TGI; Mucosa-> revestida por epitélio pavimentoso não queratinizado; Lamina própria-> próxima ao estômago existem glândulas secretoras de muco, glândulas esofágicas da cárdia/secretam muco; Submucosa-> glândulas esofágicas, secreção facilita transporte de alimento e protege mucosa; Camada muscular-> porção proximal consiste exclusivamente em fibras estriadas esqueléticas (esfíncter superior, importante para deglutir), na porção média mistura esquelética e lisa, na distal só lisas; Somente porção na cavidade peritoneal é recoberta por membrana serosa, restante é envolvido por tecido conjuntivo—adventícia, que se mistura com tecido conjuntivo circundante.