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Livro_Educacao_Sociedade_e_Meio_Ambiente (1)

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Educação, Sociedade e 
Meio Ambiente
1ª edição
2017
Educação Sociedade e 
Meio Ambiente
3
Palavras do professor
Olá, aluno/a! Seja bem-vindo à nossa disciplina de Educação, Sociedade 
e Meio Ambiente. 
Como o nome da disciplina anuncia, trataremos três dimensões essen-
ciais para pensar na vida de uma forma integrada: a educação, a socie-
dade e o meio ambiente. 
Veremos o percurso histórico que a educação teve ao longo da vida 
humana para chegarmos nas instituições educacionais da modernidade 
tal qual temos hoje, em especial, no Brasil.
Serão também descritas as transformações nas relações sociais que fize-
ram com que ocorresse uma ampliação da escala do impacto da atividade 
humana sobre o meio ambiente.
Busca-se demonstrar uma perspectiva por meio da qual seja possível 
pensar os avanços tecnológicos criados pelos seres humanos de forma 
que esses avanços auxiliem na melhora da vida das pessoas no planeta a 
longo prazo e não apenas em caráter imediato, sempre relacionando os 
três âmbitos da disciplina.
O conteúdo propiciará concepções básicas sobre o meio ambiente, apre-
sentará fundamentos científicos e sua relação com a sociedade contem-
porânea, aliando a teoria à prática profissional.
Para isso, a disciplina estará dividida em quatro unidades:
1. Humanização, educação e sociedade; 
2. Sociedade, meio ambiente e suas relações com a educação; 
3. Conceitos da prática de ensino que envolvem aspectos relaciona-
dos ao meio ambiente; 
4. Congressos, convenções e legislações vigentes referentes ao meio 
ambiente.
Então, explorem ao máximo o material! 
Seja bem-vindo/a e bons estudos!
1
4
Unidade 1
Educação, Sociedade e Meio 
Ambiente
Para iniciar seus estudos
Olá estudante! Nesta unidade abordaremos a temática “Humanização, 
Educação e Sociedade” de forma reflexiva, para que você possa associar 
a teoria com a prática. Abordando campos diferentes do conhecimento, 
você será incentivado a pensar na educação ambiental de forma trans-
formadora e participativa. A ideia é que, como profissional, você seja um 
agente social capaz de contribuir para a sociedade mais justa e democrá-
tica. 
Objetivos de Aprendizagem
Estimular a prática profissional e a reflexão no campo da educação com 
contribuições nos diversos campos de conhecimento, para colaborar com 
uma sociedade justa e igualitária.
5
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 1: Educação, Sociedade e Meio Ambiente
1.1 Educação e Sociedade: caminhos que se cruzam
A educação existe desde os primórdios da história do ser humano. Baseia-se na troca de informações, saberes e 
conhecimento, podendo ser entendida como um meio de formação que permite a entrada para a sociedade do 
conhecimento, relacionado a códigos que são desvendados por meio de uma interpretação crítica (BIZELLI, 2015).
Não há um tipo de educação correta ou inerente ao ser humano. A educação formal e institucionalizada por meio 
da criação de escolas tem uma história recente se a considerarmos em relação à história da vida humana. 
Na história Antiga e Medieval a educação era responsabilidade da família ou do/a empregador/a das pessoas. 
Não havia uma divisão etária como existe hoje entre infância/adolescência/vida adulta e velhice. As crianças 
trabalhavam como aprendizes junto aos adultos e a maior parte de sua educação se dava na prática.
A necessidade de institucionalização escolar aparece com a complexificação na organização social pela institui-
ção de Estados-nação centralizados a partir o Renascimento e da Idade Moderna, crescente urbanização, revo-
lução científica, racionalismo filosófico e ascensão da burguesia (ARANHA, 1996). 
Enquanto a grande parte dos/as pensadores/as da educação entendem a escola como uma oportunidade de 
dar igual oportunidade à educação para todos/as e superar as desigualdades, pensadores como Michel Foucault 
(1987), Ivan Illich (1985) e Louis Althusser (1987), de diferentes formas, entendem a escola como um instru-
mento que serve ao Estado para manter o controle e propagar sua ideologia.
Para tratar da educação escolar brasileira, é importante salientar que a educação institucionalizada tal qual 
temos hoje no Brasil não é a mesma educação que existe em vários países, sendo ela construída socialmente de 
acordo com nossa história e cultura.
A heterogeneidade de perspectivas sobre a sociedade por parte dos indivíduos e instituições, bem como de ide-
ologias faz com que os significados da educação estejam em disputa na sociedade. Temas como liberdade, polí-
tica, diversidade, inclusão e desigualdade são frequentemente levantados ao buscar-se o estabelecimento de 
uma educação para todos/as que se considere legítima, ou seja, considerada em conteúdo e forma relevantes 
para a formação de cidadãos conscientes e capazes por conta dessa formação de exercer atividades relevantes à 
sociedade pela maioria das pessoas.
Permanência e mudança, institucionalidade e processos sociais, objetividade e subjetividade são 
resultantes da tensão existente entre o peso das instituições como preservação das estruturas ou 
pilares da sociedade e a capacidade de ação dos sujeitos sociais ou atores políticos. Mesmo assim, 
é preciso ponderar para o fato de que as práticas sociais dos sujeitos estão orientadas para manter 
ou para mudar os conteúdos das estruturas vigentes. (RUSCHEINSKY, 2002, pág. 66)
Um dos relevantes aspectos estruturais para pensarmos a educação brasileira é a grande desigualdade de classes 
sociais existente em nosso país. Segundo Silva (2015), a lacuna existente entre pobres e ricos, em nosso país, estimula 
a privação de direitos fundamentais, tais como: saúde, educação e habitação. Como consequência, os cidadãos não 
exercem seu papel social e democrático, premissa essa, que é necessária, para uma sociedade mais justa e igualitária.
Aspectos políticos, sociais e econômicos do Brasil podem ser observados na Constituição Federal de 1988, atra-
vés dos quais configuram a construção histórica do país. Relações de poder e resistências ideológicas estão pre-
sentes na organização da sociedade brasileira, devendo ser considerada na elaboração e implementação das leis. 
(DAVID, 2015)
A participação popular na elaboração da Constituição de 1988 redefiniu patamares em alguns direitos sociais 
(RUSCHEINSKY, 2002). Em contrapartida, hoje vemos o resultado dessa caminhada histórica, que teve como con-
sequência uma sociedade versada pelas diferenças socioeconômicas. O profissional de educação deve estar pre-
parado para lidar com esse tipo de desafio, pois no seu cotidiano de trabalho, estarão presentes situações onde 
devem ser levadas em conta diferenças socioeconômicas. Vejamos:
6
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 1: Educação, Sociedade e Meio Ambiente
Temos no Brasil um círculo vicioso, no qual a desigualdade social favorece a dicotomia entre 
direito dos pobres e dos ricos. Ou seja, a população economicamente menos favorecida não tem 
acesso real a muitos dos direitos considerados fundamentais pela própria Constituição. Dentro 
tais direitos, cabe destacar aqui o acesso à educação enquanto direito social fundamental, uma 
conquista que, se efetivada, seria potencializadora da inserção dos sujeitos como cidadãos ple-
nos. Essa população excluída de alguns dos direitos fundamentais exerce, então, uma cidadania 
marginal. (SILVA, 2015, pág. 178)
Figura 1.1 – Vista do Morro do Papagaio em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
Na imagem é possível observar um exemplo da disparidade socioeconô-
mica em Belo Horizonte. Situação que se repete pelo resto do Brasil.
Fonte: <http://br.123rf.com/> ID: 28931211.
O artigo 235 da Constituição Federal garante a educação como direito de todos e dever do 
Estado e da família: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será pro-
movida e incentivada com a colaboração dasociedade, visando ao pleno desenvolvimento 
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. 
(BRASIL, Constituição Federal, 1988).
A universalização da educação básica tem como premissa a oferta de uma educação de qualidade, porém, isso 
não vem acontecendo na sua integralidade, uma vez que, não atende a todos/as. Dessa forma, muitos são exclu-
ídos do contexto escolar privando-se do seu direito. 
Para que seja possível a educação atender a todos/as e manter sua qualidade, no Brasil, um país com desigual-
dades de classe marcantes, o fortalecimento da escola pública ainda é uma necessidade e um impasse para a 
construção da cidadania (DAVID, 2015).
É importante adotar alternativas que colaborem para a formação de pessoas autônomas, competentes para o 
exercício da cidadania e humanização da modernidade (DUVOISIN, 2002).
7
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 1: Educação, Sociedade e Meio Ambiente
A sociedade brasileira é extremamente diversa culturalmente, sendo difícil estabelecer um programa educacio-
nal nacional que contemple esta diversidade. 
É importante conhecermos o percurso histórico da educação, considerando as ações políticas que foram funda-
mentais para a construção da democracia, e identificando como o Estado e a sociedade civil são muitas vezes 
divergentes quando se trata da garantia de direitos sociais. (ALMEIDA, 2015)
A luta pela educação não se dissocia de forma alguma da luta pela universalização dos direitos 
sociais, visto que as condições materiais necessárias a uma efetiva educação pública, aquela que 
se estende ao conjunto da sociedade e não apenas aos segmentos mais empobrecidos da classe 
trabalhadora, não se forjam a despeito de um amplo processo de reconstituição da vida social 
enquanto uma totalidade social, histórica e contraditória. (ALMEIDA, 2015, pág. 48)
Sendo assim, a educação no Brasil é reconhecida pela Constituição Federal de 1988 como direito social que deve 
ser garantido a todos. Desta forma, levando em conta a diversidade de toda sociedade, devem haver diversas cate-
gorias de ensino para que todas as pessoas se enquadrem e possam ser incluídas, tendo acesso à educação. Veja-
mos na sequência um quadro no qual consta as diversas modalidades de ensino de acordo com a Lei nº 9.394/96.
Quadro 1.1 – Modalidades de Ensino
Níveis Etapas Modalidades
Educação Superior Ensino Superior
Pós-Graduação EaD
EJA
Educação Profissional
Educação Escolar Indígena
Educação Especial
Educação do Campo
Educação Quilombola
Graduação
Educação Básica
Ensino Médio
Ensino Fundamental
Educação Infantil
Pré-escola
Creche
Neste quadro é possível verificar as modalidades de ensino definidas a partir da Lei nº 9.394/96. 
Desta maneira, todos podem ser inclusos em alguma modalidade de ensino.
Fonte: BRASIL (2014).
A educação deve estar presente através das ações do Governo. Sendo assim, David (2015) afirma que políticas 
educacionais são as propostas e ações dos planos de educação que só ganham significado quando atreladas às 
políticas sociais. 
Em meio às ações do Governo, as instituições sociais estão marcando presença na busca pela garantia de direi-
tos, sobretudo da educação. Nesse contexto, “as instituições sociais constituem-se em pilares importantes de 
sustentação da sociedade e, portanto, representam um setor fundamental nas percepções e leituras que per-
meiam os horizontes dos indivíduos”. (RUSCHEINSKY, 2002, p. 65)
8
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 1: Educação, Sociedade e Meio Ambiente
Desde 1992 a educação é um dos tópicos investigados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). 
Esta Pesquisa é feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o objetivo de levantar dados 
socioeconômicos sobre o país (IBGE, 2015). Vejamos no quadro a seguir, quais os subtópicos relacionados à edu-
cação que são investigados por esta pesquisa:
Quadro 1.2 – Educação – tópico investigado na PNAD
Educação
• Saber ler e escrever
• Frequência a escola ou creche
• Para quem frequenta escola ou creche
• Rede de ensino - pública ou privada
• Área de subordinação da escola pública - 
municipal, estadual ou federal (a partir de 
2009)
• Curso que frequenta
• Duração do ensino fundamental (8 ou 9 anos)
• Tipo de curso: seriado
• Última série frequentada
• Para quem não frequenta escola ou creche
• Frequentou anteriormente a escola ou creche
• O curso mais elevado que frequentou
• Duração do ensino fundamental que fre-
quentou anteriormente
• Tipo de curso: seriado
• Conclusão de, pelo menos, a 1ª série deste 
curso
• A última série concluída com aprovação
• Conclusão do curso
• Tecnologia da Informação (10 anos ou mais 
de idade)
• Utilização da Internet nos últimos três meses 
(a partir de 2009)
• Posse de telefone móvel celular para uso 
pessoal (a partir de 2009)
O quadro mostra quais são os subitens investigados na PNAD, quando relacionados à educação.
Fonte: IBGE (2017).
A partir do quadro apresentado, percebemos como a educação é analisada pelos órgãos a fim de identificar 
questões socioeconômicas do país. Vimos que, os diferentes níveis de ensino e tempo de estudo, são um dos 
subitens relevantes para a avaliação.
Para dar sequência no nosso estudo, no tópico a seguir vamos abordar sobre o profissional de educação e a 
sociedade.
1.2 O profissional de educação e a sociedade
O/a profissional de educação lida com diversos obstáculos no seu cotidiano de trabalho. O/a educador/a no Brasil 
deve responder às exigências das Diretrizes Nacionais Curriculares (DCNs) que estabelecem normas e orienta-
ções para o planejamento curricular (proposta pedagógica, avaliações, princípios como multidisciplinaridade e 
equidade) a todas as instituições de Ensino Básico brasileiras. 
Também importante no projeto educacional brasileiro a necessidade da produção de um Projeto Político Peda-
gógico (PPP) elaborado por cada escola de preferência com a participação de docentes, discentes e comunidade 
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Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 1: Educação, Sociedade e Meio Ambiente
no entorno da escola. Apesar de terem que responder às DCNs, cada escola tem relativa autonomia para criar um 
PPP que contemple os princípios e anseios específicos da comunidade escolar em relação à formação educacio-
nal e ao significado da escola para seu entorno. 
Apesar da exigência de cumprimento das DCNs e do PPP de cada escola por parte do governo, existem muitas 
deficiências relacionadas ao baixo investimento educacional, à falta de infraestrutura, a desvios das verbas desti-
nadas à educação, à falta de diálogo entre a escola e seu entorno e à falta de formação continuada de profissio-
nais da educação, resultando assim, em deficiências no sistema educacional brasileiro. 
Esse encaminhamento unilateral acaba por separar as questões colocadas para a escola dos pro-
blemas sociais. Isso porque focaliza a causa desses problemas na gestão da escola, na formação 
dos professores, nas matrizes curriculares, os quais ademais são problemas concretos, mas não 
únicos e menos ainda determinantes (do nosso ponto de vista) do fosso que persiste, por exem-
plo, em relação ao acesso dos diferentes segmentos sociais ao Ensino Médio, às creches e ao 
ensino superior (SILVA, 2015).
 
Vamos assistir um vídeo? O vídeo “Educação e Sociedade” fala sobre o papel da escola, da 
família e do professor. Nele você poderá ver vários relatos e discutir vários conteúdos apre-
sentados nessa disciplina e poderá se identificar com algumas situações. O vídeo está dispo-
nível em: <https://www.youtube.com/watch?v=uy9YuaR_1Fo>.
Profissionais da educação devem estar preparadas/os para lidar com problemas que podem surgir a partir de 
conflitos entre pessoas de diferentes origens, classes, raças,gênero e sexualidade. A formação pedagógica deve 
fornecer subsídios para que o pedagogo esteja apto a lidar e compreender essas dimensões. No entanto, deve-se 
levar em consideração que a educação não é responsabilidade apenas do/a professor/a, sendo também respon-
sabilidade da sociedade civil como um todo,. 
Neste sentido, Bizelli (2015) aponta para o Governo sobre a formação de professores, na qual há fragilidades 
sobre os problemas sociais citados. Vejamos:
[...] não há como escapar da análise o fato de o governo brasileiro ter dado atenção, nas últimas 
duas décadas, apenas aos aspectos que tratam da formação de professores para uma abordagem 
transversal das questões referentes à cidadania para todos; da convivência pacífica da diversidade 
– racial, étnica, cultural, de capacidades físicas e mentais, religiosa, socioeconômica e política; das 
questões pertinentes à educação acessível; do apreço às estratégias da democracia para resolu-
ção das diferenças político-sociais; da procura do consenso; da superação da pobreza extrema; e 
do desenvolvimento sustentável. (BIZELLI, 2015, p. 26)
A capacidade de reflexão e diálogo é uma das principais características do processo educativo. No entanto, os 
processos de ensino e aprendizagem não se mostram eficazes em seu papel formador na garantia uma convivên-
cia cidadã sem exclusão ou com igualdade de oportunidades real. Um dos impasses relacionados a esta situação, 
são os debates gerados em torno da pluralidade e diversidade cultura, etnicorracial, sexual, socioeconômica e 
política (BIZELLI, 2015). 
10
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 1: Educação, Sociedade e Meio Ambiente
Aluno, fique atento! No Desafio da disciplina, você deverá lidar com questões que possam 
estar inseridas nesse contexto!
O processo educacional muitas vezes está ligado à reprodução e transmissão da informação, se caracterizando 
como uma aquisição mecânica dos conteúdos, onde estudantes não desenvolvem raciocínio e crítica. Para 
mudar isso, o professor deve ser o mediador do conhecimento e o aluno deve-se tornar o protagonista da sua 
aprendizagem, favorecendo assim suas experiências, curiosidades, questionamentos, desafios e investigações 
do estudante devem ser considerados nesse processo educacional. (DUVOISIN, 2002). 
Nesse sentido, o famoso educador, pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Freire (2005) refletiu sobre o processo peda-
gógico levantando a importância da compreensão sobre a realidade social em que o/a educando/a está inserido/a. 
Para Paulo Freire a educação deve ser transformadora da realidade e não responsável por sua mera reprodução. 
Auxiliar no processo de tomada de consciência dos cidadãos do local que eles ocupam no mundo é essencial 
para seu entendimento do mundo.
A consciência social dos seres humanos é definida a partir de suas práticas sociais que “(...)consolidam uma inter-
pretação das relações sociais, bem como expressões que compõem a visão de mundo (...)” (RUSCHEINSK & COSTA, 
2002, pág. 76). Podemos relacionar essa afirmação ao profissional de educação, que deverá ter uma prática vol-
tada à consolidação das relações sociais a partir de uma perspectiva dialógica, ou seja, por meio do diálogo.
Nota-se que seja uma atuação social voltada à educação é desafiadora. Neste ponto devemos considerar o que 
afirma Saito (2002). Para o autor, a prática de ação transformadora, deve estar relacionada à busca de uma socie-
dade democrática e socialmente justa.
Figura 1.2 – Professor com alunos em sala de aula.
O profissional de educação deve considerar as dimensões da vida social dos estudantes.
Fonte: <http://br.123rf.com/> ID: 20235293.
11
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 1: Educação, Sociedade e Meio Ambiente
1.3 Cultura, Educação e Humanização
A cultura é um produto do povo, podendo ser usada para fins educacionais. Ela se apresenta de várias formas e 
representa um meio de troca de conhecimentos. Quando falamos em humanização, é importante levarmos em 
conta como a educação e a cultura estão ligadas para tal processo, sabendo também que a formação pedagó-
gica perpassa por esses pontos. 
Cultura: a cultura envolve ações e práticas desenvolvidas historicamente pelos grupos sociais. 
São manifestações culturais a linguagem, a arte, os esportes, a alimentação, a forma de con-
sumir, entre várias outras dimensões da vida social. A vida social está permeada por cultura.
Humanização: ação ou efeito de humanizar; de tornar humano. Seria a evolução do homem 
a partir do aperfeiçoamento de suas aptidões, por meio da interação com o meio em que vive.
Glossário
Para Gonçalves (2006), “o homem é um ser que por natureza produz cultura”, (p. 94). Na figura que apresenta-
mos na sequência, é possível identificar vários tipos de manifestações culturais, o que nos leva a compreender a 
amplitude do tema e pensarmos em suas diversas aplicações, principalmente na educação.
Figura 1.3 – 20 ícones de cultura.
A figura representa 20 ícones de cultura, representando as diversas manifestações culturais.
Fonte: <http://br.123rf.com/> ID: 52459767.
Para melhor entendermos essa relação da cultura com a educação, vamos dialogar com Coutinho (2000). Este 
autor considera a organização da cultura como um sistema no qual as instituições com função dominante, con-
solidam o papel da cultura na reprodução e transformação da sociedade. E um desses momentos da organização 
cultural seria o sistema educacional.
12
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 1: Educação, Sociedade e Meio Ambiente
Mas, o que Coutinho (2000) quis dizer com isso? O autor trata da cultura como um agente da reprodução da 
sociedade, de modo que a educação esteja inserida nesse processo. A presença educacional estaria marcada 
através da manifestação social, na qual estão presentes várias correntes político-ideológicas. 
É nesse contexto que devemos levar em consideração as diferenças culturais, prezando pela pluralidade e res-
peito. Diversos países, cada um com um costume. Imaginemos então a importância no contexto educacional, 
onde cidadãos estão sendo formados, para que isso seja levado em conta e trabalhado de forma a respeitar e 
valorizar cada particularidade. 
Ainda considerando esse cenário, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) garantem a Pluralidade Cultural 
como um tema transversal a ser guiado com orientações didáticas: 
Para viver democraticamente em uma sociedade plural é preciso respeitar os diferentes grupos e 
culturas que a constituem. A sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como 
por imigrantes de diferentes países. Além disso, as migrações colocam em contato grupos dife-
renciados. Sabe-se que as regiões brasileiras têm características culturais bastante diversas e a 
convivência entre grupos diferenciados nos planos social e cultural muitas vezes é marcada pelo 
preconceito e pela discriminação. O grande desafio da escola é investir na superação da discri-
minação e dar a conhecer a riqueza representada pela diversidade etnocultural que compõe o 
patrimônio sociocultural brasileiro, valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a 
sociedade. Nesse sentido, a escola deve ser local de diálogo, de aprender a conviver, vivenciando 
a própria cultura e respeitando as diferentes formas de expressão cultural. (BRASIL, 1997)
Aluno, fique atento! No Desafio da disciplina você deverá lidar com questões que possam 
estar inseridas nesse contexto!
Figura 1.4 – Crianças com trajes da Jamaica, Cuba e México.
Na figura é possível observar a pluralidade em apenas três países. Isto nos dá mar-
gem a pensar na pluralidade da cultura a nível mundial.
Fonte: <http://br.123rf.com/> ID: 53195107.
13
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 1: Educação, Sociedade e Meio Ambiente
Ao considerarmos as instituições de ensino ligadas ao Governo – universidades,por exemplo – estas também se 
mostram como um espaço de predominância cultural. Nestes contextos, a cultura pode se manifestar através de 
organizações da sociedade civil (diretórios acadêmicos, sindicatos, entre outros). 
É importante salientar as ações de organizações não-governamentais (ONGs) ou outras iniciativas informais em 
projetos sociais educativos. Muitas dessas organizações visam ocupar o espaço deixado pelas lacunas e defici-
ências das instituições educacionais formais, em especial em relação a grupos que apresentam vulnerabilidade 
social e econômica. A ação de ONGs e indivíduos interessados em educação a partir da criação de projetos alter-
nativos pode servir de inspiração principalmente no que concerne a atividades voltadas à cultura, à inserção na 
comunidade em seu entorno, aprendizagem crítica e em uma aprendizagem mais dinâmica (que não se limita a 
sentar na sala de aula). 
Nos dias atuais é possível notar diversas manifestações culturais que se fazem presentes nas 
ruas. Pensando em sua prática profissional, qual a relevância de levar as manifestações cul-
turais para pensar as práticas pedagógicas?
A questão cultural também vai estar relacionada (assim como também as condições socioeconômicas) com o 
nível de escolarização de jovens e adultos no Brasil. Como discutido por Silva (2015), esta situação está relacio-
nada com a dificuldade do Governo Brasileiro em garantir justiça social, principalmente, quando se refere ao 
acesso dos adolescentes à educação básica. 
Bizelli (2015) discute sobre as diversidades quando relacionadas à cidade, defendendo que esta deve estar aberta 
para a presença e atuação de dirigentes, pais, professores e estudantes. O autor defende que pequenos municí-
pios que abrigam escolas podem servir para experiências de extensão dos direitos dos cidadãos, uma vez que o 
território urbano possui as características da diversidade que podemos observar constantemente.
A cidade é um importante espaço de manifestação cultural. Sendo assim, vamos considerar o que afirma Almeida 
(2015) no tocante a este espaço e a educação. Ele considera que na relação da educação com a cidade, deve haver 
uma política educacional que articule os diversos governantes, juntamente com as demais políticas públicas.
Partimos da premissa de que esse diálogo ao mesmo tempo que se submete ao rigor de lógicas 
estranhas ao campo dos direitos humanos e sociais também fecunda significados potentes de 
uma educação humanizadora. Não se trata apenas de conhecer a estrutura política de educação 
na cidade, mas como ela se constrói com a vida política e cultural da cidade. (ALMEIDA, 2015, p. 34) 
14
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 1: Educação, Sociedade e Meio Ambiente
Figura 1.5 – Grupo de capoeiristas.
A capoeira é uma atividade cultural brasileira que auxilia na educação motora, musical e na afirma-
ção identitária, em especial de pessoas negras. A afirmação identitária auxilia na compreensão do ser 
humano de seu lugar no mundo a partir de uma perspectiva histórica e cultural, tornando maior sua capaci-
dade de ser crítico em relação à sua realidade. A capoeira tem, portanto, grande potencial educativo.
Fonte: <http://br.123rf.com/> ID: 23942448.
Analisando a cidade em que você mora, quais as principais características que você 
observa relacionadas aos direitos dos cidadãos? E em relação ao direito à educação, o que 
você destacaria?
Para além da educação urbana no Brasil devemos pensar também na educação rural. O campo, caracterizado a 
partir do espaço rural, também deve ser levado em consideração, tendo em vista que todos devem ter acesso à 
educação. No meio rural o acesso à educação, bem como a outras políticas, podem ser implementados a partir 
da extensão rural, na qual o educador deve estar apto para atuar a partir da realidade do campo. 
Segundo Ruscheinsk & Costa (2002), a extensão rural deve ter uma postura problematizadora, propiciando resul-
tados em suas ações, tanto em longo como a médio prazos.
A extensão rural deve proporcionar um espaço de encontro, respeitando os múltiplos olhares 
socioculturais e políticos, compreendendo que sua atuação situa-se em um campo educativo, 
cuja realidade é desafiante pela diversidade e desigualdade, pelas contradições e conflitos. A 
extensão rural deve existir pela conexão de sujeitos que, na perspectiva dialógica, devem encon-
trar as condições de expressão e de atuação significativa (RUSCHEINSK & COSTA, 2002, p. 85).
15
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 1: Educação, Sociedade e Meio Ambiente
Figura 1.6 – O menino e o burro.
O meio rural também precisa de acesso à educação. Na imagem apresentada temos o exem-
plo de uma criança trabalhando junto com um burro. Esse é um exemplo de particularida-
des que devem ser levadas em conta na extensão rural, para o acesso educacional.
Fonte: <http://br.123rf.com/> ID: 60105103.
Aspectos como acesso à escola por meio de fornecimento de transporte escolar, acesso ao material e professor/
as capacitados/as para lecionarem em regiões rurais são essenciais para pensar na formação rural principal-
mente devido a algumas limitações de acesso geográfico e pequenas populações de algumas cidades. Essas 
características acabam dificultando a fiscalização da qualidade da educação no meio rural e dificultando a fre-
quência de estudantes em escolas. 
A educação rural e a educação urbana fazem parte também de um processo de conscientização cidadã, em 
que deve ser feita a ponte entre esses dois espaços que são interdependentes respeitando suas peculiaridades e 
fomentando sua interação para além das trocas econômicas, ou seja, a partir do reconhecimento da importância 
cultural de ambas as populações para a produção de conhecimento e tecnologia do país.
Vimos aqui elementos norteadores da discussão sobre educação de forma que seja possível pensá-la no Brasil a 
partir das instituições conhecendo suas leis e formulações enquanto direito básico e também pensá-la além das 
instituições como um processo cotidiano presente nas práticas e manifestações culturais.
Diante do exposto, busca-se auxiliar na reflexão sobre as formas pelas quais sua formação contribui para a prá-
tica de uma educação humanizadora, levando em conta todos os desafios possíveis, principalmente se conside-
rar diferenças socioeconômicas e culturais. 
16
Considerações finais
Finalizamos aqui o estudo dessa unidade. No decorrer de nosso estudo 
vimos que:
• A instituição escolar é uma construção histórica e social, ou seja, 
uma necessidade criada pela complexificação da sociedade a par-
tir da urbanização, revolução científica, surgimento do Estado-
-nação, racionalismo filosófico e ascensão da burguesia.
• Não existe uma concepção de educação certa, sendo os projetos 
educacionais de diferentes localidades distintos e guiados por 
diferentes interesses, ideologias, economias e culturas.
• A grande diferença entre as classes sociais que há no Brasil resulta 
na privação de direitos fundamentais, tendo como consequência, 
cidadãos que não exercem seu papel social e democrático. 
• No Brasil, a educação é um direito constitucional garantido a todos.
• O governo deve dar subsídios para a atuação profissional em edu-
cação para que os/as profissionais da educação estejam aptos a 
lidar com as principais demandas sociais dos/as estudantes, da 
escola e de seu entorno. Para tanto, governo, profissionais da 
educação, estudantes e comunidade devem dialogar e atuar jun-
tos na formulação de políticas educacionais.
• A capacidade de reflexão e construção do conhecimento são prá-
ticas que devem ser adotadas no processo educacional, tendo em 
vista que a formação apenas pautada na repetição de conteúdos 
não garante o estímulo ao raciocínio lógico.
• A cultura é produto do homem e deve ser usada na prática huma-
nizadora da educação. Diferençassocioculturais devem ser consi-
deradas, prezando pela pluralidade e respeito.
• As zonas rural e urbana possuem características diferentes, 
devendo ser analisadas para que possam ser atendidas por políti-
cas educacionais efetivas e que tragam resultados transformado-
res, que contribuam para a construção da cidadania, prezando por 
uma sociedade mais justa e igualitária.
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Acadêmica, 2015.
Educação, Sociedade e 
Meio Ambiente
1ª edição
2017
Educação Sociedade e 
Meio Ambiente
2
23
Unidade 2
Sociedade, Meio Ambiente e 
suas relações com a educação
Para iniciar seus estudos
Olá, seja bem-vindo! 
Nesta unidade estudaremos as relações entre os seres humanos e o meio 
ambiente que habitam. A unidade está dividida em três tópicos: 
• Sociedade e meio ambiente: considerações iniciais; 
• A educação na transformação da realidade socioambiental; 
• Consequências ambientais e processo educativo. 
Fique atento à leitura e aos ícones ao longo do e-book, eles irão auxiliá-lo 
na construção do seu conhecimento. 
Bons estudos!
Objetivos de Aprendizagem
• Promover uma reflexão sobre o papel da educação para o conhe-
cimento e transformação da realidade socioambiental;
• Avaliar as consequências ambientais;
• Refletir ações de intervenções no processo educativo ambiental.
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Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
2.1 Sociedade e Meio Ambiente: Considerações Iniciais
As transformações que o ser humano provoca no meio ambiente vem sendo preocupação de órgãos governa-
mentais e não governamentais por afetar diferentes instâncias que afetam nosso cotidiano, tais quais:
• Mudanças climáticas e de funcionamento do ecossistema decorrentes da crescente urbanização e polui-
ção do meio ambiente pelo ser humano;
• As relações econômicas, por meio da exploração de matéria-prima e todos os processos que envolvem 
essa exploração como: extração, transporte, industrialização e propriedade.
• As relações políticas
• Relações interculturais, em especial as relações de disputa territorial entre povos colonizadores, povos 
originários (também conhecidos como populações indígenas ou inuits), populações ribeirinhas e 
povos da floresta. 
Inuits: são vulgarmente conhecidos como “esquimós”, tratando-se dos povos originários 
das regiões árticas.
Glossário
Com os impactos que o ser humano vem causando ao meio ambiente, em especial a partir da Revolução Indus-
trial, cada vez mais nota-se a necessidade de mudanças comportamentais imediatas de pessoas físicas e jurídi-
cas em sua relação com a natureza. Nesse contexto, o debate sobre desenvolvimento, sustentabilidade e coexis-
tência vai além de questões ambientais e envolvendo interpretações multidisciplinares (MANIGLIA, 2015).
Figura 2.1 – Degradação do meio ambiente.
Na imagem observa-se a degradação do meio ambiente, o que nos alerta para a necessidade de medidas sustentáveis.
Fonte: <http://br.123rf.com/> ID: 60623062.
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Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
Mas, o que devemos entender por meio ambiente? Velasco (2002, p. 38) afirma que “meio ambiente é o espaço-
-tempo histórico ocupado pelos entes no qual transcorre a vida dos seres humanos”. O autor esclarece ainda que 
esse referido ‘espaço-tempo’ se configura a partir da relação entre os envolvidos nesse processo.
No final da década de 1970, as ciências humanas e sociais passaram a contribuir no debate ecológico, pois antes 
este centrava-se apenas às questões biológica, o que excluía debates políticos e sociais sobre a temática ambiental. 
Passaram a ser incorporadas nas discussões ambientais as influências culturais e ideológicas, imposições políticas, 
modelos de desenvolvimento, conflitos de classe e relações entre Estado, sociedade e mercado, dando lugar assim 
para uma visão crítica sobre a interação dos seres humanos com o meio ambiente (LAYRARGUES & LIMA, 2014).
Para entendermos a forma pela qual o ser humano se relaciona com o meio ambiente na atualidade é preciso 
entender o principal sistema político-econômico sobre o qual ser organizam as relações sociais, políticas, eco-
nômicas e ambientais na sociedade ocidental: o capitalismo. Alguns dos pilares deste sistema, em especial do 
sistema capitalista neoliberal dominante são a exploração do ser humano pelo ser humano e sua consequente 
divisão em classes sociais, a proteção à propriedade privadaindividual e a influência mínima do Estado nas dinâ-
micas econômicas ou de mercado (BAUMAN, 2014).
Como citado anteriormente, as transformações das relações entre seres humanos e meio ambiente recebem 
forte estímulo a partir da Revolução Industrial. A Revolução Industrial ocorre a partir do século XVIII na Europa 
e consiste na mecanização das indústrias e subsequente modificação na divisão do trabalho, por meio da qual 
o trabalho é cada vez mais dividido em etapas e o/a trabalhador/a cada vez mais alienado do processo total de 
produção de mercadorias.
A alienação consiste no distanciamento do/a trabalhador/a do entendimento e da produção das mercadorias, 
de forma que a tecnologia de produção passa a ser única do dono dos meios de produção, conhecido na teoria 
sobre o capitalismo como a figura do burguês enquanto o/a trabalhador/a é chamada de proletário, que tem sua 
mão-de-obra explorada pelo burguês (MARX, 2004; GIDDENS, 2005). 
A urbanização, o aumento populacional e a diminuição das áreas verdes se intensificaram a partir da Revolução 
Industrial e continuam aumentando exponencialmente pelo mundo todo.
Outro processo relevante nas transformações de produção que vão influenciar na relação do ser humano com o 
meio ambiente é a Revolução Verde. 
A Revolução Verde consiste na mecanização específica da produção agrícola bem como a disseminação de 
sementes geneticamente modificadas e práticas agrícolas, como a aplicação de agrotóxicos em larga escala, a 
partir do fim dos anos 1950 nos Estados Unidos e na Europa e ao longo dos anos 1960 pelo mundo, causando um 
grande impacto no meio ambiente e na alimentação dos seres humanos (MACHADO & MACHADO FILHO, 2014). 
Ocorre neste processo o aumento da produção de monoculturas (cultivo de apenas um tipo de vegetal) em gran-
des propriedades (latifúndios). Esse tipo de produção possibilita a produção em larga escala de tipos variados de 
legumes, verduras e frutas ao longo de todo ano, que geralmente não são alimentos da época. No entanto, este 
tipo de produção a longo prazo danifica o solo e o torna improdutivo. O uso de agrotóxicos também aparece 
como um problema à saúde de acordo com pesquisas mesmo havendo um limite de seu uso na produção, esta-
belecido pelos governos, e que os produtores não devem ultrapassar (MACHADO & MACHADO FILHO, 2014).
Dentro da lógica capitalista, essas modificações são realizadas pelo bem do desenvolvimento econômico. No 
caso do Brasil por exemplo, quanto maior a produção agrícola de matéria-prima (que não se resume a alimentos), 
maior a exportação desta matéria-prima, uma das principais fontes de lucro do país. 
Uma questão que se faz presente, e que vai de encontro à sustentabilidade, é sobre como a ideologia e o funcio-
namento do sistema capitalista afetam o meio ambiente. O sistema capitalista conserva uma lógica que motiva 
o consumo, transformando a relação entre as pessoas e as coisas e aumentando a quantidade de lixo. 
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Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
A ideologia do sistema, por meio de suas instituições, dissemina a ideia de que para construir-se 
uma ideia de si é necessário consumir. É a predominância do ter sobre o ser. 
A pessoa considerada bem-sucedida em nossa sociedade é a pessoa que consegue consumir e acumular mais 
bens. Para Bauman (2014) as relações humanas estão cada vez mais intermediadas pelas coisas, havendo uma 
desumanização e insensibilização na percepção para com o meio ambiente e entre seres humanos, afetando 
inclusive sua comunicação.
O problema da lógica de consumo é que recursos ambientais são finitos, o que acarreta hoje numa crise. Velasco 
(2002) levanta problemas relacionados à questão do consumo. O autor afirma que as consequências da produ-
ção-distribuição-consumo no sistema capitalista representam os resultados diários de devastação e poluição de 
terras, mares e rios.
O estímulo ao consumismo acarreta na alienação pelo uso, aumentando a quantidade de bens que são descarta-
dos. Nesse contexto, a redefinição de valores merece destaque, com o objetivo de produzir sem prejudicar o meio 
ambiente, e também utilizar o mínimo de recursos naturais e controlar o consumo para a densidade populacional 
(MANIGLIA, 2015).
Você sabe o que é obsolescência programada? Ou para onde vão os objetos que você des-
carta? Assista ao vídeo “A história das coisas” e saiba mais sobre estes temas: https://www.
youtube.com/watch?v=MWUHurprTVA.
Figura 2.2 – Consumo consciente.
A imagem ilustra um carrinho de compras representando o consumo exage-
rado, que aumenta a quantidade de lixo e prejudica o meio ambiente.
Fonte: <http://br.123rf.com/> ID: 44597807.
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Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
Você se considera uma pessoa consumista? Você costuma descartar o lixo de forma correta? 
Essas reflexões e nossa fiscalização dos órgãos responsáveis pelo descarte do lixo são impor-
tantes para nossa contribuição à preservação do meio ambiente!
Ambientalistas relacionam o respeito à crise ambiental a uma crise da civilização, baseada no domínio da natu-
reza, na industrialização, na tecnificação e na concentração urbana. Ou seja, tudo que está relacionado ao estilo 
de vida social moderna e à cultura de consumo. (RUSCHEINSKY, 2002)
A crise ambiental e de civilização significa que estão sendo questionados os pilares da sociedade 
resultante do processo ora indicado. Abrem-se espaços para o questionamento do conjunto das 
grandes realizações, em especial o grau de desenvolvimento tecnológico, econômico e intelec-
tual que, na sua desenvoltura, acaba em desequilíbrio. Considerado o modelo das sociedades 
ocidentais modernas, progressivamente são questionadas aquelas caracterizadas pela diferen-
ciação social, divisão do trabalho, urbanização e concentração de poder político e econômico. 
(RUSCHEINSKY, 2002, p. 66)
Qual seria a solução para a crise ambiental? Um dos conceitos que vem sendo amplamente disseminado na ela-
boração e implementação de alternativas menos destrutivas ao meio ambiente é o conceito de sustentabilidade.
Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as 
necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou 
seja, a sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material 
sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se 
mantenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o desenvolvi-
mento sustentável. (LEITE, 2013, p. 3)
Uma das questões discutidas em relação à sustentabilidade é a de conciliá-la ao crescimento econômico. Ou 
seja, como desenvolver economicamente as nações sem prejudicar o meio ambiente. Essa discussão abarca 
setores econômicos, sociológicos e jurídicos na busca de uma solução, principalmente, para os países que estão 
em desenvolvimento. (MANIGLIA, 2015).
De acordo com a ONG WWF (2017), a definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é: 
(...) o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer 
a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não 
esgota os recursos para o futuro.
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas 
Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento 
econômico e a conservação ambiental.
Ignacy Sachs (2002; 2004 apud Maniglia, 2015) destaca cinco pilares do desenvolvimento sustentável. Vejamos: 
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Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
• Social: a ruptura social está relacionada com diversos problemas em nosso planeta. Édesejável a igual-
dade de oportunidades independentemente de cor/etnia, sexualidade e religião garantindo a justiça, 
emprego, qualidade de vida e igualdade no acesso a serviços e recursos.
• Ambiental: seriam os sistemas de sustentabilidade da vida como provedor de recursos e/ou como dispo-
sição de resíduos. Aqui está presente a questão ecológica, relacionada a produção de recursos renováveis 
e limitação do uso de recursos não renováveis.
• Territorial: trata da distribuição espacial dos recursos, populações e atividades. Trata do desenvolvi-
mento do meio rural através de investimentos públicos para atrair populações ao trabalho na zona rural. 
Já o setor urbano, estaria envolvido através da superação das desigualdades regionais e estratégias de 
desenvolvimento seguras para as áreas ambientalmente frágeis. 
• Econômico: busca viabilizar o desenvolvimento econômico intersetorial e equilibrado, segurança ali-
mentar, modernização dos instrumentos de produção, autonomia da pesquisa científica e tecnológica e 
inserção na economia internacional.
• Política: apropriação dos direitos humanos para desenvolver a capacidade estatal e implementar um 
projeto nacional em parceria com empreendedores, envolvendo coesão social. Em instância internacio-
nal, é necessário a prevenção de guerra por parte das Nações Unidas, para assegurar a paz e a promoção 
da cooperação internacional. Além disso, destaca-se o controle do sistema internacional financeiro, o 
auxílio aos parceiros mais fracos e um sistema de cooperação ao meio ambiente. 
Segundo Maniglia (2015) a atuação política é uma das principais responsáveis para a consolidação dos cinco 
pilares. Vejamos:
As políticas são fundamentais para que os pilares sustentáveis sejam viáveis. Tudo depende de 
uma vontade política na escola de suas ações, no empreendimento a ser construído, com a polí-
tica de arrecadação e ao desenvolvimento de verbas. É fundamental que haja a consciência na 
procura do desenvolvimento e o preparo para enfrentar críticas e falácias do capitalismo, diante 
da crise ambiental que não ocorre somente devido aos problemas da natureza ou do desgaste 
dos recursos naturais. (MANIGLIA, 2015, p. 59) 
Uma das críticas à ideia de sustentabilidade é de que o conceito é esvaziado e demagógico uma vez que as medi-
das políticas que são tomadas em nome dele não visam uma modificação profunda do sistema de produção, o 
sistema capitalista, mas uma diminuição de suas consequências para com o meio ambiente.
2.2 A Educação na transformação da realidade socioambiental
A educação ambiental deve ser configurada como uma prática transformadora na formação de cidadãos críticos 
e responsáveis pelo respeito às diversas formas de vida. Neste sentido, os desafios da educação refletem os desa-
fios dos educadores, de modo que estes profissionais estejam preparados para discutir soluções para os proble-
mas globais e locais, influenciando não só nas práticas dos indivíduos no cotidiano, mas em seu entendimento 
de seu lugar no mundo. (TRISTÃO, 2002)
A educação ambiental, é definida pelo governo brasileiro de acordo com a Política Nacional de Educação Ambien-
tal – Lei nº 9795/1999, Artigo 1º como:
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletivi-
dade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas 
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade 
de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999)
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Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
A educação ambiental é de grande importância para a manutenção da sustentabilidade. Ela não deve ser con-
fundida com a conscientização da preservação ambiental. Esta pode integrar-se à educação ambiental e ser 
posta em prática através de, por exemplo, campanhas publicitárias (MANIGLIA, 2015).
Educar é um processo complexo que envolve meios, sujeitos e objetos que devem ser preparados 
para que o sentido educacional – aqui educação ambiental – não se torne uma reprodução cul-
tural de valores estereotipados, baseados meramente em ações rotineiras derivadas de educação 
familiar, tais como não jogar papel nos passeios, escovar os dentes de torneira fechada, separar 
lixo e outras medidas, hoje, adotada nas escolas. Essas práticas são, sem dúvida, atitudes a serem 
exigidas a partir da educação dada pelos pais, mas não podem resumir todas as práticas tidas 
como ambientais oriundas da de educação sustentável. É preciso muito mais, ensinar a educação 
sem caráter imediatista e exclusivamente material (MANIGLIA, 2015, p. 63). 
De acordo com Layrargues e Lima (2014), a educação ambiental é formada por diversos atores e instituições sociais 
que compartilham de mesmos valores. No entanto, os autores ressalvam que os atores sociais possuem posturas 
distintas em relação a questão ambiental, relacionadas às relações sociais que a sociedade tem com o ambiente.
Baseado na sua formação reflita como você pode contribuir, intervindo nas relações sociais, 
para a preservação do meio ambiente.
Ao falarmos de transformação da realidade socioambiental, devemos levar em conta a pluralidade que está por 
trás dessa questão. Weiss & Jackson (2009) afirmam que paralelo às questões ambientais, está a necessidade de 
crescimento econômico, tendo em vista que, a pobreza, ainda se faz presente em várias partes do mundo.
Figura 2.3 – Presença da pobreza.
A imagem ilustra um “barraco” montado em uma comunidade, representando a pobreza 
que ainda se faz presente em várias partes do mundo e é um desafio a ser ganho atra-
vés do crescimento econômico, que deve ser aliado às questões ambientais.
Fonte: <http://br.123rf.com/> ID: 23486303.
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Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
Gonçalves (2006) também reforça essa ideia, chamando atenção para a questão social. Vejamos: 
É preciso reconhecer que foi efetivamente de fora dos muros das universidades e centros de pes-
quisa que ecoou o grito contra a degradação das condições de vida. O crescente interesse pela 
questão ambiental ganhou dimensão enquanto questão social e política a partir da década de 
sessenta sob contornos românticos e idealistas e a crescente desconfiança em relação à ciência e 
à técnica (GONÇALVES, 2006, p. 142).
Desta forma, é possível percebermos que a luta ecológica é acompanhada de contradições, sendo bastante diver-
sificadas as propostas de apropriação de recursos naturais. É importante salientar que, com a tecnologia disponí-
vel hoje em dia, não há escassez na produção de alimentos ou produtos necessários à infraestrutura social básica 
necessária para viver, sendo o grande problema da atualidade a distribuição dos recursos disponíveis. 
A forma como o sistema capitalista se organiza a nível privilegia os países com desenvolvimento tecnológico e 
industrial mais avançado e invisibiliza anos de exploração que os povos colonizados sofreram, em especial as 
populações ao sul do globo, sendo estes os povos que ainda hoje sofrem com a fome, disseminação de doenças, 
falta de infraestrutura básica e falta de investimentos para a melhoria das condições de vida, sendo considerados 
subdesenvolvidos em comparação com outros países.
Então, é necessário discutir sobre as práticas em relação ao meio ambiente, pois estão sendo cada vez mais 
devastadoras as consequências a nível de desequilíbrio social (GONÇALVES, 2006).
O maior desenvolvimento do debate sobre as questões ambientais não se consolidou apenas através de movimen-
tos ambientalistas. Questões políticas nacionais foram importantes, tendo em vista que, a redemocratização do país 
favoreceu a consolidação da educação ambiental, bem como, sua inclusão nos debates nacionais (SAITO, 2002).
Você já ouviu falar no GreenPeace?Esta é uma organização global de preservação do meio 
ambiente. Ela está presente em mais de 43 países e conta com mais de 18 mil voluntários. 
Acesse http://www.greenpeace.org/brasil/pt/ e saiba mais!
A defesa do meio ambiente vem sendo realizada tanto por órgãos institucionais quanto por órgãos não governa-
mentais, em especial as ONGs (Organizações Não Governamentais). 
A organização e a pressão populares influenciam na implementação de políticas públicas para atender as 
demandas entre o meio ambiente e atividades institucionais (RUSCHEINSKY, 2002). As instituições de ensino, 
sejam públicas ou privadas, devem atuar na preservação do meio ambiente, por meio de práticas sustentáveis. 
Mas deve-se pensar as políticas ambientais para além das instituições de ensino, pensando em redes entre os 
diferentes órgãos que se interessam pela pesquisa e iniciativas que visem integrar seus saberes na construção de 
um processo educativo ambiental integral, ou seja, que esteja presente além dos livros, além da teoria.
Uma das leis estabelecidos pelo governo federal brasileiro que visa a implementação de uma solução sustentá-
vel que fomente a produção dos pequenos agricultores é ligada ao PNAE – Programa Nacional de Alimentação 
Escolar. Este programa, “graças ao incentivo da lei, nº 11.947/2009 (...) determina que 30% dos recursos repas-
sados pelo Fundo Nacional da Alimentação Escolar (FNDE) para a merenda nas escolas brasileiras, devem ser 
destinados à aquisição dos produtos da agricultura familiar” (PORTAL BRASIL, 2013). 
31
Educação Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 2: Sociedade, Meio Ambiente e suas relações 
com a educação
Assim, a partir de 2009, houve a aliança entre pequenos produtores rurais, governo federal e escolas, de forma a 
fomentar a economia nacional, incentivar a agricultura familiar (mais sustentável do que a agricultura baseada 
no latifúndio) e fornecer alimentos de qualidade superior aos estudantes. O reconhecimento do trabalho dos 
pequenos produtores agrícolas no Brasil faz parte de um processo ambiental educativo.
Vimos esforços de políticas sustentáveis para tentar remediar as consequências do descuido para com o meio 
ambiente que afeta não só os seres humanos, mas a biodiversidade, ou seja, a variedade (e a qualidade de 
vida) de outras espécies. Como é possível, no sistema em que vivemos, estabelecer um processo ambiental 
educativo na sociedade?
2.3 Consequências ambientais e o processo educativo
Segundo Saito (2002) a sustentabilidade não pode ser entendida apenas como ideologia, numa perspectiva única 
de conservar recursos naturais. Ela deve ser compreendida a partir da ideia de ‘consciência’ ecológica, baseada na 
problemática dos conceitos ambientais. A forma de pensar a relação entre o ser humano e o meio ambiente faz 
parte de uma reflexão que deve ser também profundamente filosófica, de forma que a transformação da relação 
não seja superficial, mas também de reflexão sobre a própria vida e as outras formas de vida presentes na Terra.
Soluções diferentes são propostas para os problemas relacionados ao meio ambiente. Weiss e Jackson (2009) 
apostam em providências nos âmbitos internacional, nacional e local, a fim de controlar a poluição, bem como 
preservar ecossistemas e recursos naturais. Já para Velasco (2002), o meio ambiente está ameaçado pelo capi-
talismo, principalmente no que se refere aos resultados da ciência e da tecnologia, então a solução partiria de 
modificações mais profundas na forma de produção. À extensão dos danos já causados é difícil prever os impac-
tos futuros. As formas de pensar a relação com o meio ambiente estão intrinsecamente ligadas ao momento 
histórico que vivemos.
Historicamente falando sobre a política do nosso país, em especial o período do governo militar, havia limita-
ções das ações coletivas e raros debates políticos. Naquela época, as questões sociais não estavam inseridas nas 
discussões educacionais, culturais e ambientais. Soma-se ainda o fato de que o ambientalismo era visto como 
obstáculo para o pretendido desenvolvimento econômico (SAITO, 2002).
Já na década de 1980, a mudança no quadro político nacional é acompanhada de um processo de redemocrati-
zação que trouxe benefícios para a discussão socioambiental. 
Esse processo tem seu grande momento com a promulgação da nova Constituição Federal, em 
1988. O debate em torno das questões ambientais avança no cenário nacional, e a nova Carta 
Magna guarda marcas desse fortalecimento, mencionando explicitamente a importância do 
meio ambiente para a nação. Antes mesmo da Constituição, essa tendência de valorização do 
meio ambiente já era observada, quando foram instituídas a Política Nacional do Meio Ambiente, 
por meio da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981 (SAITO, 2002, p. 48).
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com a educação
Figura 2.4 – A seca e a escassez de água.
A imagem apresenta uma foto de um rio seco, representando a escassez de água e desertifi-
cação do solo como algumas das respostas às ações prejudiciais ao meio ambiente.
Fonte: <http://br.123rf.com/> ID: 43412452.
A principal transformação que vai influenciar as relações entre os governos e a questão ambiental a partir dos 
anos 1990 é a globalização. A globalização é um processo que contou com a revolução e massificação das 
tecnologias de comunicação, acesso massificado aos meios de transporte e integração dos mercados globais, 
estreitando a relação e a comunicação entre as pessoas de diferentes lugares (BAUMAN, 2014). A partir de então, 
cada vez mais buscam-se soluções globais para os problemas ambientais.
O aumento de catástrofes naturais que vem ocorrendo nas últimas décadas tem sido relacionado aos danos cau-
sados ao meio ambiente pelos seres humanos. Alguns desses danos são grandes períodos de seca relacionados 
à mudança climática (aquecimento global), desabamentos relacionados à erosão do solo (principalmente pelo 
mau cultivo do mesmo), degelo nos polos, também relacionado ao aquecimento global, extinção de espécies de 
animais, entre outros.
Outros problemas de ordem dos direitos humanos a nível global somam-se à exploração capitalista e privatiza-
ção da propriedade privada, como o desrespeito territorial aos povos indígenas, povos das florestas e ribeirinhos, 
que acarretam em problemas como destruição das florestas, poluição de rios e desertificação dos solos (MANA-
GLIA, 2015).
Ao longo dos anos, diversas medidas políticas e tratados com objetivo de diminuir os impactos ambientais nega-
tivos causados pela ação humana vêm sido assinados pelos representantes das nações do mundo visando tomar 
medidas consideradas sustentáveis. Um exemplo é o “Acordo de Paris”, assinado em 2015 por 171 países no 
âmbito da “Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima” (sendo o Brasil um destes países) 
estabelecendo medidas que devem influenciar diretamente na redução da emissão de dióxido de carbono esta-
belecendo como meta para a redução proposta o ano de 2020. 
As medidas presentes no Artigo 2º do tratado envolvem o engajamento contra o aquecimento climático e dimi-
nuição de gases que provocam o efeito estufa : 
(a) Assegurar que o aumento da temperatura média global fique abaixo de 2°C acima dos níveis 
pré-industriais e prosseguir os esforços para limitar o aumento da temperatura a até 1,5°C acima 
dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isto vai reduzir significativamente os riscos e impac-
tos das alterações climáticas;
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(b) Aumentar a capacidade de adaptação aos impactos adversos das alterações climáticas e pro-
mover a resiliência do clima e o baixo desenvolvimento de emissões de gases do efeito estufa, de 
maneira que não ameace a produção de alimentos;(c) Criar fluxos financeiros consistentes na direção de promover baixas emissões de gases de efeito 
estufa e o desenvolvimento resistente ao clima (UNFCCC, 2015).
O efeito estufa consiste na absorção de parte da radiação infravermelha por gases presentes 
na atmosfera, chamados de gases estufa. Este fenômeno aumenta a sensação de calor.
Uma das crises envolvendo esta política ambiental engajada pela Organização das Nações Unidas (ONU) foi a saída, 
no ano de 2017, dos Estados Unidos deste acordo sob governo do presidente Donald Trump. Os Estados Unidos são 
hoje uma das principais potências econômicas do mundo e é apontado como um dos líderes na emissão de dióxido 
de carbono. Sua saída do acordo acarretaria em danos ambientais cada vez mais imprevisíveis e irreparáveis.
O dia 5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Esta data foi estabelecida pela Organi-
zação das Nações Unidas (ONU) em 1972.
Quando relacionamos educação e meio ambiente, devemos pensar em uma prática transformadora. De acordo 
com Saito (2002), deve haver uma articulação entre o conhecimento e a ação, de modo que a construção do 
conhecimento seja permeada pela reflexão e compreensão transformadora da realidade, pensando em caráter 
coletivo e não apenas individual na relação com o meio ambiente.
Cabe reconhecer como basilar da reflexão que a ação pedagógica possui, entre os seus intuitos, 
o desvelamento da realidade complexa e obscurecida na qual vigem múltiplas relações sociais. 
Além disso, a construção do saber, a coerência de pensamento e o diálogo com um conjunto de 
outras interpretações do mesmo fenômeno social exigem um olhar voltado para os atores que 
constroem as relações sociais (RUSCHEINSKY, 2002, p. 62).
Sendo assim, o processo educacional sustentável deve ser acessível a todas as idades, deixando sempre claro, 
a importância do respeito ao meio ambiente, baseado na economia, reciclagem, compartilhamento, solidarie-
dade, paz e respeito às diferenças das outras pessoas. (MANAGLIA, 2015)
Nessa discussão, é importante salientar: a questão ambiental é interdisciplinar. Mas o que seria isso? Na questão 
ambiental estão envolvidos: conhecimento técnico-científico, normas e valores e questões estético-culturais. Tudo 
está em torno de uma complexidade, dada a partir da relação da sociedade com a natureza. (GONÇALVES, 2006) 
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Tristão (2002) reforça essa ideia. A autora fala sobre a inserção do meio ambiente, ética, pluralidade cultural, 
saúde e saúde sexual como temas transversais na educação. Considerando esse contexto, a educação ambiental 
possui uma dimensão ética tanto quanto a pluralidade cultural. Desta forma, Tristão (2002, p. 172) afirma que “a 
pluralidade cultural é balizadora dos fundamentos da educação ambiental, aliás, emerge de uma necessidade 
dessa demanda de diversidade biológica, cultural e social”.
Aluno, fique atento! O Fórum desafio está relacionado a esta temática!
Desta forma, compreende-se que a complexidade da questão ambiental está inserida historicamente na socie-
dade. “A visão expressa a propósito do meio ambiente é de que em tudo se manifestam as respectivas conexões, 
e ao mesmo tempo, tudo se transforma na história.” (RUSCHEINSKY, 2002, p. 62)
Figura 2.5 – Grupo de pessoas recolhendo lixo.
A questão ambiental está relacionada com a relação da sociedade com a natureza. Na imagem, é possível ver um 
grupo de pessoas recolhendo lixo. Essa é uma das práticas que contribuem para a conservação do meio ambiente.
Fonte: <http://br.123rf.com/> ID: 62354044.
De acordo com Saito (2002), a exploração desenfreada do meio ambiente não pode ser combatida apenas na 
intocabilidade ou proibição do uso do meio ambiente. Deve ser trabalhada a partir da inclusão social e econô-
mica, buscando qualidade de vida para todos, ou seja, a problemática ambiental deve ser trabalhada a partir de 
sua complexidade. “Meio ambiente e sociedade encontram-se intimamente interligados.” (SAITO, 2002, p. 51)
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Nesse contexto, o processo educativo - materializado aqui como a educação ambiental - deve estar presente de 
forma multidimensional em todas as disciplinas, na reestruturação de currículos e na formação de professores, 
a fim de assegurar a reivindicação de direitos políticos, ambientais e sociais que contribuam para a prática da 
sustentabilidade (MANIGLIA, 2015).
A partir do uso da sustentabilidade como princípio maior, não há que se falar somente em edu-
cação sustentável apenas usando a questão ambiental, a visão holística deve ser tratada encade-
ando a discussão sobre as diferentes vertentes que englobam a destruição da natureza, a irres-
ponsabilidade humana, a pobreza, e respeito às diversidades (MANIGLIA, 2015, p. 64).
Consideremos também a importância de refletir sobre os desafios do educador na inserção da educação ambien-
tal. Esse processo se consolida como um compromisso ético e político, que lidam com a racionalidade econômica 
e tecnológica, e ambas devem estar articuladas com a racionalidade ambiental (TRISTÃO, 2002).
O processo pedagógico está inserido numa ética ambiental. Há a necessidade de um processo educativo de 
larga abrangência, que trabalhe a consciência social, para efetivar a compreensão entre natureza e humaniza-
ção. Sendo assim, do ponto de vista ético, é importante a construção do diálogo entre a natureza e a ação do ser 
humano (RUSCHEINSKY, 2002).
A prefeitura da cidade de Recife, PE, tem o projeto “Desafio EcoRecife”, no qual premia jogos 
digitais focados no meio ambiente. Os jogos são interativos e os jogadores fazem atividades 
que preservem o ambiente da cidade. É uma iniciativa onde a educação ambiental está pre-
sente. Confira no link os jogos vencedores em 2016 e veja como os jogos são legais: https://
www.youtube.com/watch?v=BbZrYl0Q7oo. 
Assim finalizamos esta unidade de estudo. Aproveite para estudar o material complementar para reforçar e 
ampliar ainda mais seu conhecimento sobre o tema.
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Considerações finais
Finalizamos nosso estudo sobre a relação da educação com a sociedade e 
o meio ambiente. Vamos relembrar os principais pontos estudados.
• A questão do meio ambiente é uma das causas que tem exigido 
mudanças comportamentais de pessoas físicas e jurídicas, tendo 
em vista que a manipulação do meio ambiente pelo homem vem 
trazendo consequências negativas traduzidas pela natureza em 
catástrofes ambientais.
• O debate ecológico não se restringe apenas à questão biológica. 
É marcado pela interdisciplinaridade, de modo que as ciências 
humanas também se fazem presentes e necessárias.
• Uma das questões relacionadas à sustentabilidade, é o estilo de 
vida moderno e a cultura de consumo, onde as pessoas são cada 
vez mais incentivadas a consumir sem realmente ter necessidade, 
ocasionando uma maior quantidade de lixo que nem sempre é 
descartado da forma correta.
• Nesse contexto, está envolvida também, a questão do sistema 
capitalista e da apropriação privada, que vão de encontro ao 
debate ecológico.
• Considerando esse panorama, a educação ambiental se faz 
necessária, se configurando como uma prática transformadora, 
ou seja, estimulando o respeito ao meio ambiente através de uma 
reflexão multidisciplinar.
• A educação colabora com a transformação da realidade socio-
ambiental na medida em que avança nas discussões sociais, cul-
turais e econômicas.
Referências bibliográficas
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BAUMAN, Zygmunt; DONSKIS, Leonidas. Cegueira Moral. Rio de Janeiro: 
Editora Zahar, 2014.
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LAYRARGUES, P. P. & LIMA, G. F. da C. As macrotendências político-peda-
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MANIGLIA, E. Educação sustentável, pressuposto de cidadania. IN: DAVID, 
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Referências bibliográficas
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TRISTÃO, M. As dimensões e os desafios da educação ambiental na 
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UNFCCC. Adoption of the Paris Agreement. 2015. Disponível em: 
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VELASCO, S. L. Querer-Poder e os desafios socioambientais do século XXI. 
In.: RUSCHEINSKY, Aloísio (Org.). Educação Ambiental: abordagens múl-
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WEISS, E. B.; JACKSON, J. J. O enquadramento dos conflitos entre meio 
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desenvolvimento_sustentavel/>. Acesso em: 2 jul. 2017.
Educação, Sociedade e 
Meio Ambiente
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3Unidade 3
Conceitos da prática de ensino 
que envolve m aspectos 
relacionados ao meio ambiente
Para iniciar seus estudos
Olá, estudante! Seja bem-vindo a esta unidade. Falaremos sobre concei-
tos da prática de ensino que envolvem aspectos relacionados ao meio 
ambiente. Abordaremos a educação ambiental de forma reflexiva e crí-
tica, para que você possa associar a teoria com a prática na formação de 
uma sociedade que respeite o meio ambiente de forma consciente e com 
hábitos sustentáveis. Fique atento ao texto e às dicas ao longo da leitura. 
Bons estudos!
Objetivos de Aprendizagem
• Aplicar as diretrizes educacionais no contexto da educação 
ambiental.
• Criar estratégias de intervenções no contexto escolar a respeito da 
educação ambiental.
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Educação, Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 3 - Conceitos da prática de ensino 
que envolve m aspectos relacionados ao meio ambiente
3.1 A educação ambiental: considerações iniciais
Os problemas ambientais estão relacionados com a forma de organização da sociedade e da falta de consenso 
entre os efeitos da tecnologia e o controle da natureza. Sendo assim, os cidadãos devem engajar-se na cons-
trução de alternativas para mudar a realidade a partir de uma visão crítica sobre as transformações que o ser 
humano provoca na natureza (RUSCHEINSKY; COSTA, 2007).
Figura 3.1 – Poluição na praia.
Legenda: A imagem apresenta o lixo depositado em uma praia, representando a necessidade de uma educação que 
esteja voltada a uma prática social que minimize hábitos que poluam o meio ambiente. O lixo não tratado, não reci-
clado e tratado dessa forma leva anos para se decompor, causando danos a todo o ecossistema envolvido.
Fonte: http://123rf.com ID: 14805672
No seu cotidiano, você costuma ter alguma prática de preservação do meio ambiente? Você 
costuma multiplicar ideias sustentáveis entre seus familiares e amigos? 
Chamamos a atenção para a necessidade de respeito à natureza entendendo que é preciso considerar todos os 
aspectos d sua complexidade. Para tanto consideramos que 
A natureza é explorada por nossa sociedade como se fosse um recurso inesgotável, vista de forma 
fragmentada, sem a preocupação e o respeito com as relações dinâmicas do equilíbrio ecológico 
e sua capacidade de suportar os impactos sobre ela, o que resulta nos graves problemas ambien-
tais da atualidade. A natureza percebida a partir de uma visão mais complexa, em sua totalidade, 
potencializaria a construção de uma relação entre os seres humanos em sociedade e a natureza 
de forma mais integrada, cooperativa e, portanto, sustentável sócio ambientalmente (GUIMA-
RÃES, 2007, p. 87).
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Educação, Sociedade e Meio Ambiente | Unidade 3 - Conceitos da prática de ensino 
que envolve m aspectos relacionados ao meio ambiente
Nos anos de 1970 foram intensificados os debates da temática ambiental no mundo, relacionando-os ao desen-
volvimento socioeconômico, além das necessidades de mudanças de comportamento. 
Já na década de 1980, os debates eram mais voltados para a ampliação e consolidação de espaços institucio-
nais que favorecessem a educação ambiental. Nesse contexto, o Conselho Federal de Educação (CFE) chamava 
atenção para a ênfase interdisciplinar da temática ambiental. A década de 1990 foi marcada pela inclusão da 
educação ambiental como tema transversal nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), ou seja, um tema que 
não é possível compartimentalizar em uma disciplina específica, sendo necessário o entendimento ampliado do 
fenômeno para que se dê conta de sua realidade em sua totalidade para além de divisões como biologia/socio-
logia/matemática. No fim dos anos de 1990, a educação ambiental foi incluída nos currículos escolares de forma 
flexibilizada e diversificada (SAITO, 2007).
O surgimento da educação ambiental é marcado por uma crise ambiental no fim do século XX. Está atrelada à 
demanda de construção de visões de mundo que privilegiem o estabelecimento de projetos sociais e ambien-
tais que minimizem impactos ambientais. Inicialmente, a educação ambiental estava relacionada a uma prática 
conservacionista, ou seja, que isolasse áreas ambientais para que não fossem causados danos a elas por meio da 
ação do ser humano: tinha por base a ciência ecológica, para estimular a sensibilidade humana para preservação 
da natureza, deixando de lado as relações com a sociedade (LAYRARGUES; LIMA, 2014).
No Brasil, a luta dos ambientalistas ganhou reconhecimento nacional no fim dos anos 1990, com a promulga-
ção da Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, na qual foi instituída a Política Nacional de Educação Ambiental. De 
acordo com esta lei:
Art. 6 o É instituída a Política Nacional de Educação Ambiental. Art. 7 o A Política Nacional de 
Educação Ambiental envolve em sua esfera de ação, além dos órgãos e entidades integrantes do 
Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, instituições educacionais públicas e privadas dos 
sistemas de

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