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EBOOK PAISAGISMO URBANO 1-10716104

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Paisagismo Urbano 
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Velhas Árvores 
 
Olha estas velhas árvores, mais belas 
Do que as árvores novas, mais amigas: 
Tanto mais belas quanto mais antigas, 
Vencedoras da idade e das procelas... 
 
O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas 
Vivem, livres de fomes e fadigas; 
E em seus galhos abrigam-se as cantigas 
E os amores das aves tagarelas. 
 
Não choremos, amigo, a mocidade! 
Envelheçamos rindo! envelheçamos 
Como as árvores fortes envelhecem: 
 
Na glória da alegria e da bondade, 
Agasalhando os pássaros nos ramos, 
Dando sombra e consolo aos que padecem! 
Olavo Bilac 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
 
Seja bem-vindo ao Ebook Fundamentos de Projetos Paisagísticos. 
O presente estudo trata do processo de entendimento de conceitos 
e fundamentos paisagísticos, assim como da escolha e aplicação de 
exemplares vegetais em projetos paisagísticos urbanos. 
O paisagismo ou a arquitetura da paisagem, corresponde as 
necessidades humanas em transformar elementos naturais para atender as 
necessidades cotidianas oferecendo, equilíbrio estético entre os 
componentes da paisagem: vegetação, áreas construídas, espaços livres e 
circulação, levando em conta as características geográficas, hidrográficas, 
bióticas e humanas. 
O projeto paisagístico deve ir além de projetar belos jardins e 
paisagens, a funcionalidade de elementos naturais aliados a intervenções 
segue como diretriz de projetual apresentando, estudos ambientais e sociais, 
aliando a estética e a setorização, como uma simbiose buscando 
harmonizar todos os elementos compositivos do espaço, assim como os 
usuários. A principal função do paisagismo é unir a natureza ao meio urbano. 
Neste sentido a escolha e aplicação das espécies paisagísticas deve 
ocorrer em paralelo ao desenvolvimento do projeto. O projeto paisagístico 
para atender aos anseios, exigências e necessidades dos usuários, através 
de uma distribuição qualitativa e funcional dos espaços. 
Boa leitura! 
 
Carolina Araújo, 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
Introdução ............................................................................................................ 03 
 
CAPÍTULO 1: A HISTÓRIA DO PAISAGISMO........................................................ 08 
1.1 paisagismo urbano........................................................................................ 08 
1.2 A história da arte do paisagismo.................................................................. 11 
1.2.1 Paisagismo Babilônico................................................................................ 13 
1.2.2 Paisagismo Egípcio e Persa......................................................................... 14 
1.2.3 Paisagismo Grego ...................................................................................... 16 
1.2.4 Paisagismo Romano ................................................................................... 17 
1.2.5 Paisagismo Chinês e japo........................................................................... 18 
1.2.6 Paisagismo Árabe........................................................................................ 20 
1.2.7 Paisagismo Medieval.................................................................................. 21 
1.2.8 Paisagismo Renascentista.......................................................................... 22 
1.2.9 Paisagismo Italiano ..................................................................................... 23 
1.2.10 Paisagismo francês ................................................................................... 24 
1.2.11 Paisagismos inglês .................................................................................... 25 
1.3 O Paisagismo brasileiro ................................................................................ 26 
1.4 Paisagismo contemporâneos (séculos XIX e XX) ...................................... 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 2: APLICAÇÃO DE EXEMPLARES VEGETAIS......................................... 31 
2.1 O paisagismo e as características plásticas e estéticas das plantas....... 32 
2.2 Desenvolvendo o projeto paisagístico........................................................ 34 
2.2.1 Plano de massas.......................................................................................... 35 
2.3 Espaços determinados por vegetações....................................................... 36 
2.4 Grau de definição .......................................................................................... 38 
2.5 Tipos vegetais aplicados ao paisagismo..................................................... 40 
2.5.1 Estratos arbóreos ......................................................................................... 44 
2.5.2 Arbóreas - Raiz e córtex ............................................................................. 47 
2. 5.3 Arbóreas - Folhagens, flores e frutos ........................................................ 49 
2.5.4 Composição com elementos de estrato arbóreo ................................... 50 
2.6 Composições paisagísticas com coníferas ................................................ 51 
2.6.1 Porte e forma ............................................................................................... 52 
2.6.2 Folhas, flores e frutos ................................................................................... 55 
2.7 Composições paisagísticas com palmeiras ............................................... 55 
2.7.1 Porte e forma ................................................................................................ 57 
2.7.2 Folhas, flores e frutos ................................................................................... 59 
2.8 Composições paisagísticas com trepadeiras ............................................. 59 
2.8.1 Porte e hábito .............................................................................................. 60 
2.8.2 Folhas, flores e frutos ................................................................................... 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.9 Composições paisagísticas com arbustos .................................................. 62 
2.9.1 Porte e forma ................................................................................................
63 
2.9.2 Folhagens, flores e frutos ............................................................................. 64 
2. 10 Plantas herbáceas ....................................................................................... 65 
2. 10.1 Composições paisagísticas com herbáceas ........................................ 66 
2.11 Forrações ...................................................................................................... 67 
2.12 Pisos vegetais ................................................................................................ 68 
2.13 Composições paisagísticas com plantas atípicas ................................... 69 
2.14 Arborização urbana ..................................................................................... 72 
2.15 Dicas de paisagismo .................................................................................... 76 
3 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 79 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 1: 
A HISTÓRIA DO 
PAISAGISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 1- A HISTÓRIA DO PAISAGISMO 
 
1.1 paisagismo urbano 
 
A urbanização é responsável pelo desenvolvimento das cidades, as 
edificações e os demais elementos que conformam o cenário urbano, 
tecem e determinam o desenho de cada espaço. O processo de 
desenvolvimento acontece na medida que o crescimento populacional 
avança, fator este que tende a melhorar a infraestrutura local, atribuindo 
espaços de lazer e utilidade pública. O desenvolvimento deve ser 
acompanhado de planejamento onde seja possível detectar e prever 
problemas sociais, econômicos e ambientais resultado das aglomerações 
urbanas. 
Dentro deste conceito de planejamento e desenvolvimento do 
espaço enquanto cidade, desperta-se a necessidade em pulverizar 
espaços verdes atrativos e condizentes as necessidades contemporâneas. 
Dessa forma compreende-se a importância da relação paisagismo e 
cidade. O paisagismo trata da organização do espaço externo, buscando 
a harmonia entre as construções e a natureza, baseado em critérios 
estéticos e na relevância que assumem os elementos naturais, em termos 
especiais e vegetais. 
Segundo Lima (2009), o paisagismo surge como necessidade 
fundamental a existência do homem nos centros urbanos, servindo para 
atenuar problemas da vida moderna e proporcionar equilíbrio ao 
ecossistema criado, consequências advindas de suas interferências que 
geraram imensas áreas construídas, pavimentadas e industrializadas. Pode 
ser aplicado a espaços externos e internos. Como exemplo: terrenos urbanos 
 
 
 
 
 
 
 
 
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residenciais, ruas, praças, parques, conjuntos habitacionais, estradas e áreas 
degradadas. 
O paisagismo urbano deve oferecer espaços para o lazer, a 
recreação, a cultura, assim como contemplar espaços destinados a eventos 
políticos e religiosos. A aplicação de tratamentos paisagísticos é 
fundamental em vias de circulação, conjuntos habitacionais, prédios 
públicos, como também na recuperação de áreas degradadas como 
aterros, antigas áreas de mineração, entornos de grandes obras de 
infraestrutura. 
São múltiplos os benefícios que o paisagismo urbano pode trazer aos 
cidadãos e à cidade, envolvendo a integração de ambientes naturais e 
projetos feitos pelo homem, a figura1apresenta o Parque villa Lobo, 
implantado em um dos últimos grandes vazios urbanos de São Paulo, o 
parque foi projetado tomando partido de um grande bosque 
biodiversificado com várias espécies de árvores e vegetação. 
 
 
Figura 1: Parque Villa Lobos. 
Fonte: http://arquiteturaurbanismotodos.org.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A funcionalidade de um jardim varia de acordo como a localização, 
podendo ser caracterizado como público ou privado. Em áreas residenciais, 
o jardim entende-se como um prolongamento da edificação, o desenho 
pode oferecendo espaços para as crianças brincar, áreas de 
contemplação e atividades ao ar livre. Por outro lado, ao se tratar de um 
jardim inserido em locais públicos a funcionalidade, depende do aparato 
de equipamentos que compõe o espaço, assim como a setorização e a 
localização. 
Lima (2009), cita a importância em aliar conhecimentos científicos de 
botânica, variações climáticas, estilos arquitetônicos, agricultura, arte e 
vários outros fatores como o equilíbrio de cores, formas e texturas. O 
resultado é um projeto harmônico, utilizando-se de plantas adequadas a 
cada área, que além de ornamentais sejam compatíveis com o clima, solo 
e lugar onde será implantado o jardim e prever questões que enfatizem a 
sustentabilidade. 
O paisagismo sustentável é voltado a adapta à realidade em que será 
inserido, buscando encontrar o equilíbrio entre as dimensões da 
sustentabilidade integrando a arquitetura, os usuários e a natureza, favorece 
a prática de atividades de lazer voltadas ao público, e o plantio de espécies 
nativas e de relevância ambiental. 
Integrar sustentabilidade e paisagismo permite que a área verde 
funcione como um espaço de educação ambiental para a comunidade. 
Culturalmente visa a preservação do patrimônio e a valorização da 
memória local, considerando as características originais das edificações 
existentes, unindo a vegetação local. A imagem 2, demonstra a relação de 
elementos construtivos com a natureza, as plantas se relacionam com as 
estruturas em ruinas, Projeto paisagístico de Rosa Grena Kliass: Parque da 
Juventude, SP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 2: Projeto paisagístico de Rosa Grena Kliass: Parque da Juventude, SP. 
Fonte: http://www.arcoweb.com.br 
 
Ao longo da história, os jardins passaram por uma complexa evolução 
até atingirem a concepção atual do espaço verde funcional voltado, ao 
planejamento eficiente, com materiais de baixo custo para a criação das 
estruturas, considerando o seu ciclo de vida, e a inserção de plantas nativas 
para evitar a necessidade de frequente manutenção e menor demanda de 
água. 
 
1.2 A história da arte do paisagismo 
 
Desde os primeiros relatos históricos o homem está intimamente ligado 
a natureza e seus elementos, sendo este fator preponderante para sua 
sobrevivência. 
Do Éden criado por Deus e perdido pelo homem ao violar o fruto 
proibido, às construções egípcias, persas, gregas, romanas e islâmicas, o 
 
 
 
 
 
 
 
 
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paisagismo sempre representou fartura e bonança (PREST, 1981). Os jardins 
eram idealizados com a finalidade de demonstrar poder e grandeza. 
O paisagismo materializava, dentro de um determinado perímetro a 
natura como generosa, sendo a recriação dos espaços, sob o controle do 
homem, simbolizando a harmonia mútua entre as espécies, como
se houve 
simbiose entre animais, rios e fontes e a figura humana (SANJAD, 2001). 
Segundo Prest (1981), para os povos cristãos os jardins associavam-se 
a espiritualidade, tanto religiosa como filosófica. Os espaços com 
tratamento paisagísticos eram considerados símbolos de benevolência 
divina, da pureza, a imagem do jardim fechado, ordenado racionalmente 
em oposição ao mundo exterior selvagem, era frequentemente utilizada na 
Idade Média para a representação visual do paraíso. 
A reprodução da natureza, integrando espécies vegetais a locais 
privados, fascina, encanta e desperta a imaginação das pessoas com a 
multiplicidade de cores e formas proporcionado pelas plantas. Segundo 
Rodrigues (2005), o paisagismo muitas vezes aparece em contos e histórias 
vinculado ao imaginário popular. 
O início do século XVI foi marcado pela nova fase do paisagismo. Este 
período é demarcado pelas evidências do poder imperial, um fato 
marcante foi a construção dos jardins da Corte Belvedere para a 
apresentação da coleção papal de escultura. Segundo Sanjad (2001), este 
momento histórico representou uma nova fase para o paisagismo, os jardins 
expressavam poder e importância, seria impossível idealizar os grandiosos 
palácios principescos que se espalharam pelas Cortes italianas, francesas e 
inglesas, sem os devidos tratamentos paisagismos que circundavam as 
construções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Os fatos que a história da civilização registra pode-se constatar que o 
paisagismo sempre esteve presente durante o desenvolvimento das 
civilizações, sendo descrito como parte da evolução e expressão artística. A 
expressão artística paisagística encontra-se dividida por diferentes períodos 
e povos. 
1.2.1 Paisagismo Babilônico 
 
A região do oriente médio era banhada por dois grandes fluentes o 
rio Tigre e o Eufrates, esta característica contribuiu para o desenvolvimento 
agrícola da região, contribuindo para a urbanização do local. Segundo 
Panzini (2013), o quarto milênio (a. C.) na Mesopotâmia deu origem as 
primeiras porções territoriais urbanas, os espaços eram murados e pequenos 
grupos de pessoas fixavam-se para realizar atividades agrícolas e 
comerciais. 
Com a afirmação de um modelo urbano surge a necessidade em 
transpor o verde como subsídio as necessidades humanas. Desta forma é 
incorporado diversas áreas destinadas a diferentes atividades, como 
pomares, hortas e os primeiros jardins registrados pela história, (Figura 3). 
 
Figura 3:Jardins Suspensos da Babilônia. 
Fonte: http://dicasarquitetura.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Para Panzini (2013), os Jardins Suspensos da Babilônia 604 a 562 (a.C.): 
jardins em terraços de 25 a 100 metros de altura irrigados. Os Jardins 
Suspensos foram construídos durante o reinado do rei Nabucodonosor, no 
século VI a.C., tornando-se uma das principais obras arquitetônicas 
empreendidas pelo monarca durante seu reinado pela Mesopotâmia. A 
obra é considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, apesar de 
não se ter registros de sua existência em pesquisas arqueológicas. 
Cada superfície era adornada com jardins botânicos que continham 
inúmeras árvores frutíferas, esculturas dos deuses cultuados pelos acádios e 
cascatas, situadas em uma planície retangular. 
 
1.2.2 Paisagismo Egípcio e Persa 
Para os egípcios o paisagismo seguia a mesma linha dos povos da 
Mesopotâmia, era destinado a prática agrícola, e possuíam sistemas de 
irrigações oriundas do Rio Nilo. 
Segundo Panzini (2013), existem referências de jardins no antigo Egito, 
em torno de 2000 (a.C.). Estes jardins seguiam critérios de plantio baseados 
na agricultura desenvolvida na planície do rio Nilo. Utilizavam canais de 
irrigação, esculturas, muros e apresentavam desenhos de linhas retas e 
formas simétricas. Os jardins egípcios exploravam o sentido religioso e 
simbólico de muitas plantas como o papiro, lótus, tamareira, videira, romã, 
figueira e cipreste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 4: Taj Mahal, na Índia. 
Fonte: https://sundaycooks.com/o-paraiso-e-persa/ 
 
Os jardins persas, possuíam a mesma finalidade agrícola da maioria 
dos povos antigos, porem faziam usos de espécies algumas ornamentais. 
Panzini (2013), descreve o paisagismo persa projetado com desenhos 
quadriculados, como tapetes, utilizando plantas frutíferas, aromáticas e 
flores como cravos e rosas. Usavam canais com tanques no centro, 
revestidos de azulejos. Os jardins eram exuberantes, destinados ao prazer, 
saúde e luxo. Havia uma relação direta entre arquitetura e jardim. A figura 
4, apresentam o jardim do Taj Mahal, na Índia, onde é possível observar, 
rigidez e simetria nas formas simétricos, presentes nos dois estilos paisagísticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.2.3 Paisagismo Grego 
O cenário mediterrâneo, composto de colinas montanhas e 
pequenos vales é considerado desfavorável a prática agrícola, diferente 
das planícies do oriente médio e do vale do Nilo. Dessa forma os gregos 
adaptaram o paisagismo de acordo com as necessidades da época, e 
deram início aos primeiros jardins públicos. 
Para Panzini (2013), a Grécia teve um papel importante na definição 
dos espaços públicos, surgem as primeiras praças utilizadas para a prática 
de esportes e para local de encontro dos pensadores,(Figura 5) . 
 
 
Figura 5: Parteón. 
Fonte: https://www.antrophistoria.com 
 
O paisagismo grego servia de “santuários” para adorar os deuses, 
como grutas ou bosques. O estilo grego também teve forte influência 
egípcia, porém, em virtude das elevações e declives do relevo, utilizaram 
formas mais naturais. Utilizavam jardins em recintos fechados e cultivavam 
espécies frutíferas como romãs, pêras, figos, azeitonas, entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.2.4 Paisagismo Romano 
Os povos romanos identificaram a necessidade de transpor a 
natureza como parte das edificações. Segundo Panzini (2013), essa visão 
surge no século I (d. C.) neste período o Jardim Romano de assume como 
jardim propriamente dito, com a função de lazer. 
O paisagismo romano era caracterizado de forma ordenada e 
retilínea, contendo pequenas hortas. As residências romanas possuíam 
jardins internos utilizados para a realização de festas, contendo diversos 
objetos, como: estátuas, mesas de mármore, pérgolas, espelhos d’água, 
vasos e floreiras, (Figura 6). 
 
 
Figura 6: Jardins Vila Adriana. 
Fonte:http://paisagismo-brasil.blogspot.com 
 
Entre as espécies utilizadas, destacam-se os ciprestes, os álamos, 
buxus, videira, hera, macieira, rosas e as flores da estação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.2.5 Paisagismo Chinês e japonês. 
Segundo Panzini (2013), o paisagismo Chinês data de dois séculos 
(a.C.), já no Japão estimasse que tenha iniciado no século VI.
A concepção 
paisagística tanto na China como no Japão, apresenta-se voltado à 
recriação da natureza, o principal ponto em comum entre ambos é a 
presença de um desnível no terreno e a água. O jardim chinês apresenta 
fundamentos na contemplação, imobilidade e silêncio, com múltiplos 
significados simbólicos, transmitindo mensagens espirituais. O projeto 
paisagístico sempre apresentou relevância aos condicionantes naturais, 
como: topografia, clima e vegetação existentes, sem se prenderem as 
formas rígidas e simétricas, essa ideia projetual influenciou os jardins ingleses 
do século XVIII. 
Os elementos presentes neste estilo paisagístico sempre estiveram 
norteados por simbolismo, a água estava presente em vários espaços do 
jardim e representava uma imagem do paraíso. As pedras eram 
consideradas elementos de grande beleza, sua utilização encontrava-se 
comum, em contornos a água, e ladear caminhos, criando espaços para a 
meditação. A presença de elementos, como: areia, edificações, pontes e 
lanternas eram utilizados com o desejo de unir o homem com a natureza. 
Os jardins japoneses também eram apropriados para meditação e 
repletos de simbologia. Em sua aparente simplicidade, eram extremamente 
elaborados, e neles, cada detalhe assumia grande importância. O princípio 
da arte nos jardins japoneses consistia em concentrar a atenção no 
essencial, seja nas formas precisas ou na vegetação utilizada. 
De acordo com Pinheiros (2014), assim como no jardim chinês os 
elementos como água, pedras, cascalho, pontes e lanterna eram utilizados 
para compor uma paisagem elaborada. Os caminhos de pedras de 
formatos irregulares permitiam atravessar o jardim e proporcionavam 
 
 
 
 
 
 
 
 
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também a conservação dos caminhos de areia. A areia era utilizada para 
representar a água nos jardins que não a possuíam. 
Como uma forma de garantir estabilidade na paisagem, as plantas 
utilizadas eram perenes, como: pinheiros, cerejeiras, camélias, azaléias, 
bambus e grama japonesa são normalmente alguns dos elementos vegetais 
presentes. Dentre as árvores, a preferida era o Acer, com suas variações de 
cores e folhas e algumas espécies de pinus com formas e texturas variadas. 
A imagem 7, apresenta a conformação de um jardim japonês, onde é 
possível observar, a relevância com elementos como o relevo, a água e o 
uso de cores marcantes. 
 
 
Figura 7: Jardim japonês. 
Fonte: http://gideaopaisagismo.com/bonsai-e-jardins-japoneses/ 
 
Nos lagos a presença de carpas era sempre constante, e possuía uma 
simbologia voltada para a fecundidade. A água também simbolizava os 
momentos de calma, e os momentos de agitação quando em movimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.2.6 Paisagismo Árabe 
O conceito árabe de paisagismo á a representação terrena do 
paraíso, voltado a simbologia religiosa onde cada elemento tem um 
significado diante do projeto: o eixo central dos jardins árabes inclui fontes e 
canais por onde flui a água, flanqueadas por árvores de fruta. 
Os árabes desenvolveram a relevância sensorial que o paisagismo 
representa, explorando os elementos: água, cor e perfume. As cores 
também eram valorizadas através dos pisos e paredes com placas de 
cerâmica, (Figura 8). 
 
 
Figura 8: Jardim árabe. 
Fonte: http://conloquendicausa.blogspot.com 
 
As plantas utilizadas geralmente possuíam perfumes como jasmins, 
cravos, jacintos, alfazemas, rosas e espécies trepadeiras junto a colunas. O 
estilo árabe influenciou os jardins espanhóis, que também empregavam a 
água com função simbólica e como agente refrigerador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.2.7 Paisagismo Medieval 
O período medieval é marcado por guerras, dessa forma o verde 
encontra-se limitado ao meio rural. Para Panzini (2013), o paisagismo na 
idade média foi demarcado pela simplicidade. Os jardins eram cultivados 
nos mosteiros e castelos, em espaços planos e fechados. Neles se cultivavam 
plantas úteis para alimentação, medicinais e floríferas para a ornamentação 
de altares, esses jardins eram cercados por trepadeiras ou espécies 
arbustivas. 
 
 
Figura 9: Jardim medieval. 
Fonte: http://paisagismo-brasil.blogspot.com 
Os caminhos cortavam-se em ângulos retos, evocando a cruz cristã. 
O paisagismo presente nos mosteiros oferecia simbolismo religioso, os jardins 
eram a representação ideal do paraíso, (Figura 9). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.2.8 Paisagismo Renascentista 
De acordo com Panzini (2013), o Renascimento ocorreu a partir da 
ascensão da burguesia com o fim do Feudalismo nos séculos XV ao XVI, o 
período consta de importantes movimentações em todos os setores, 
principalmente no científico e no artístico. 
O renascimento traz o paisagismo com características próprias em 
cada país europeu. Na Itália, são mais volumosos e opulentos; na França 
predominava a vegetação de porte baixo, de modo a revelar totalmente a 
grandiosidade das construções. Neste período as formas geométricas e a 
simetria predominam e a arquitetura é muito valorizada. 
 
 
Figura 10: Jardim renascentista. 
Fonte: http://www.vivatoscana.com.br 
 
O estilo denominado clássico iniciou com o renascimento italiano. A 
cidade de Florença (séc. XIV) era a capital da pintura e dos jardins. A 
imagem 10, apresenta A Villa la Petraia, onde é possível observar os 
elementos característicos do paisagismo renascentista, como: a presença 
de uma fonte, uso de labirintos e demarcação de acessos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.2.9 Paisagismo Italiano 
O Renascimento promoveu a música, as artes, a ciência, arquitetura 
e o paisagismo. O paisagismo italiano, foi demarcado por centros de retiro 
intelectual para sábios e artistas. As plantas mais utilizadas eram: ciprestes, 
topiaria, com predomínio da cor verde escuro para dar fundo às estátuas 
em cores claras, (Figura 11). 
 
 
Figura 11:Jardim italiano. 
Fonte: https://www.jardineiro.net/jardim-italiano.html 
 
Os projetos paisagísticos exploravam ao máximo o relevo acidentado, 
formando escalinatas (água no interior de calhas em degraus). 
As características gerais deste estilo são: predomínio da parte 
arquitetônica, uso de terraços para se adaptar à arquitetura, grutas com 
santos nos jardins, vegetação verde escuro, escadarias e escalinatas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.2.10 Paisagismo francês 
A partir da metade do século XVII a França, que se encontra no auge 
de seu poder e riqueza, passa a criar um modelo próprio de paisagismo, 
surgindo o estilo francês. Como reflexo da prosperidade, do poder e da 
inflexibilidade do governo, o modelo francês adota como premissa o 
domínio do homem sobre a natureza. Apresentam um eixo central que se 
eleva para o horizonte, valorizando a perspectiva e a sensação de 
grandiosidade, (Figura
12). 
 
 
Figura 12: Jardim francês, Museu do Ipiranga/SC. 
Fonte: http://www.aliancafrancesa.com.br 
 
As principais características deste estilo são: rígida distribuição axial, 
simetria, proporções matemáticas, perspectiva sem fim, artificialismo, 
labirintos, estátuas, bordaduras nos canteiros com plantas verde escuro e no 
interior flores anuais coloridas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.2.11 Paisagismos inglês 
No século XVIII os ingleses propuseram novos modelos estéticos para 
as artes e paisagismo. Os projetos compreendiam todo o panorama visível 
desde a residência, ou seja, toda a paisagem. Buscavam explorar diferentes 
impressões visuais como reflexos luminosos, textura, além da sonoridade do 
movimento das plantas. 
As principais características deste estilo podem ser representadas por: 
grandes espaços com cobertura em gramados, caminhos amplos, 
formações vegetais heterogêneas e flores com cores suaves, água em 
formas mais naturais, exploração dos elementos surpresa, variedade, 
simulação e sequência de perspectivas e eliminação de barreiras entre o 
jardim e a paisagem, (Figura 13). 
 
 
Figura 13: Jardim inglês. 
Fonte: https://universodasflores.wordpress.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O estilo inglês influenciou o paisagismo nos EUA. No entanto, os 
pequenos jardins das residências americanas não permitiam a adoção 
completa deste estilo. No final do século XIX, os americanos incorporaram 
ao estilo inglês a utilização de maciços florais e arbustos. Atualmente o 
planejamento paisagístico deve ser feito respeitando-se as condições 
ambientais e sociais, conciliando as necessidades dos usuários com as 
possibilidades do ambiente 
 
1.3 O Paisagismo brasileiro 
 As primeiras expressões paisagísticas brasileiras surgiram com a 
chegada da família imperial. Segundo Panzini (2013), o período colonial não 
apresentou desenvolvimento do paisagismo no Brasil, este período foi 
marcado por uma mistura de estilos, com presença de azulejos do estilo 
espanhol, obeliscos em granito e mármore de estilo italiano e organização 
espacial francesa. Os primeiros passeios públicos tiveram início no final do 
século XVIII e as famílias ricas seguiram modelos europeus em seus jardins. 
Com a chegada de D. João VI no Rio de Janeiro, foram criadas várias 
praças e parques e fundado o Horto Real, atual Jardim Botânico do Rio de 
Janeiro. Neste período foram introduzidas várias espécies como cinamomo, 
canforeira, gardênia, cássia, cróton e acalifa, entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 14: Residência em Petrópolis de Oscar Niemeyer, paisagismo de Roberto Bule Marx. 
Fonte: https://www.archda 
 
De acordo com Panzini (2013), Roberto Burle Marx foi considerado 
destaque internacional, iniciou sua atuação como paisagista em 1934. Burle 
Marx renovou o paisagismo no Brasil, pesquisando e valorizando as espécies 
nativas. Utilizou princípios da arte moderna no desenho e distribuição dos 
jardins, (Figura 14). Demonstrou uma grande preocupação com as 
condições locais, instaurando o jardim tropical. Entre suas obras, destacam-
se: Parque Ibirapuera, SP, os Jardins e passeios da praia de Botafogo e 
Parque do Flamengo RJ, Jardins do prédio da UNESCO Paris/FR, Parque Del 
Este, Venezuela. 
Tabela 1: Comparativo dos estilos paisagístico clássico e paisagismo 
contemporâneo. 
Estilo Clássico: Estilo Paisagístico contemporâneo ou 
natural: 
Os Jardins de Versailles, na França, são 
um exemplo deste estilo, 
apresentando as seguintes 
características: 
 
Os jardins projetados por Burle Marx são 
exemplos deste estilo, que apresenta as 
seguintes características: 
 
 Linhas rígidas; 
 Circulações retas 
 Imita a natureza; 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Simetria absoluta 
 Vegetais conduzidos 
artificialmente (podas e topiarias) 
 Cores fortes e quentes 
 Bordaduras com plantas podadas 
(Buxus) 
 Presença de fontes e chafarizes 
 
 Utiliza planos inclinados, respeitando o 
relevo existente; 
 Circulações retas ou curvas, nunca 
simétricas; 
 Vegetais com formas naturais; 
 Cores variadas; 
 Repousante, proporcionando bem-
estar; 
 
 
A tabela 1 apresenta um comparativo dos estilos paisagísticos clássico 
e paisagismo contemporâneo natural. 
 
1.4 Paisagismo contemporâneos (séculos XIX e XX) 
 Os jardins contemporâneos são influenciados por todas as tendências 
que se desenvolveram no passado, podem ser projetados em um único 
estilo, ou ainda com a influência de estilos pré-existentes. 
Alguns dos principais estilos que ocorrem no Paisagismo estão 
descritos a seguir. 
 Jardim clássico ou formal: Neste estilo de paisagismo predomina as 
formas geométricas, simetria e separação rígida dos espaços; usam-se 
frequentemente coníferas e plantas apropriadas para serem podadas, 
formando figuras de topiaria, esculturas, escadarias e fontes de desenho 
clássico, fazem o complemento ideal. Panzini (2013), o paisagismo 
clássico vem da época do Renascimento (século XVl) e atingiu seu maior 
esplendor na França e Itália. Neles não podem faltar sebes baixas e 
rigorosamente aparadas, que emolduram canteiros floridos. 
 Jardim inglês: Apresenta traçado orgânico, integrando os diversos 
elementos; as plantas são mantidas em sua forma natural; inspira-se nos 
jardins chineses e japoneses, ou no jardim inglês do século XVIII. 
 Jardim tropical: Com traços e composições informais, a vegetação é 
composta, predominantemente, por palmeiras, aráceas, plantas 
aquáticas e palustres, helicônias, zingiberáceas, bromélias, agaves e 
 
 
 
 
 
 
 
 
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outras plantas tropicais. é aquele que evoca a exuberância da flora 
tropical, com muito verde e muitas flores. Árvores como flamboyant e o 
jasmim-manga, arbustos como o hibisco, a primavera, e o cróton, 
palmeiras diversas, folhagens tipo filodendros, monsteras, samambaias, 
helicônias, biris, bromélias, dracenas, dentre outras. As forrações 
gramíneas promovem a integração entre as diversas plantas. 
 Jardim rochoso ou árido: O jardim rochoso ou árido, é apropriado para 
solos arenosos e climas secos; é formado por cactos, outras plantas 
suculentas e plantas xerófitas, usando-se pedras e areia para completar 
a composição. O jardim seco, desértico ou rochoso, tenta reproduzir uma 
paisagem árida. Pedras e areia fazem o pano de fundo para cactos, 
agraves, yucas e suculentas em geral. Uma ou outra palmeira de regiões 
áridas, como a carnaúba e o urucuri, arvoretas de tronco retorcido, 
arbustos esgalhados. 
 Jardim alpino: Uma excelente opção para regiões de clima temperado, 
onde temperaturas mais baixas sejam predominantes. Nesta condição 
de clima é muito importante a seleção de plantas que provenientes de 
regiões frias, como coníferas, hortênsia, camélia, plátano, amor-perfeito, 
magnólia branca, dentre outras. 
 Jardim japonês: Os elementos utilizados apresentam
concepção 
espiritual de acordo com a filosofia de vida oriental. A presença de 
pedra, água, ponte, lamparina de pedra, bambu, bonsai, carpa, 
transmitem simbolismo espiritual. Os exemplares vegetais utilizados 
seguem os antigos padrões estabelecido desde o século XVIII, exemplo: 
azaléia, camélia, cerejeira Japonesa, íris, glicínia, samambaia e grama. 
A liberdade no uso das espécies é uma característica marcante deste 
estilo, a combinação de plantas utilizadas em outros estilos é um exemplo: 
combinar plantas topiadas que são utilizadas em jardins clássicos europeus, 
com palmeiras típicas do estilo tropical. O uso de elementos, como: paredes 
 
 
 
 
 
 
 
 
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verdes, espelhos d’água e pedras são bem-vindos, compondo com vasos e 
mobília para espaços externos, (Figura 15). Flores como rosa do deserto e 
orquídeas também formam o paisagismo contemporâneo. 
 
 
Figura 15: Parque BURLE MARX/SP. 
Fonte: https://blogdaarquitetura.com 
 
Independente do estilo adotado ou dos critérios, sejam: estéticos ou 
funcionais, o conhecimento dos tipos de exemplares vegetais e das possíveis 
composições é fundamental para que o paisagismo cumpra a função para 
a qual foi projetado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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APLICAÇÃO DE 
EXEMPLARES 
VEGETAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 2: APLICAÇÃO DE EXEMPLARES VEGETAIS 
 
2.1 O paisagismo e as características plásticas e estéticas das plantas 
 
As características plásticas ou estéticas irão definir o potencial 
ornamental de uma espécie vegetal. Entre estes critérios, podem ser 
destacados: 
Forma e porte: A natureza oferece uma riqueza de formas vegetais, 
encontrando-se plantas mais arredondadas, ovaladas, alongadas, com 
galhos arqueados entre outras diversas formas. O arranjo dos galhos 
também pode oferecer diferentes sensações. Galhos ascendentes, por 
exemplo, transmitem sensação de força e altivez, enquanto galhos 
descendentes evocam reflexão e leveza, como no caso de samambaias ou 
da sálvia da gripe (Lippia alba). 
 Cor: Pode-se explorar a coloração da floração e da folhagem das plantas, 
buscando as diferentes sensações que as cores podem produzir. Além disso, 
deve-se considerar a época de florescimento de cada espécie e as 
alterações que ocorrem na coloração da folhagem de acordo com a 
estação do ano. Muitas espécies medicinais destacam-se pelo colorido da 
floração, como a calêndula (Calendula officinalis), com flores amarelas ou 
laranja durante o inverno. Outras se destacam pela coloração da folhagem, 
como a pulmonária (Stachys byzantina), com folhas cinza. A escolha do 
exemplar vegetal deve considerar a percepção da cor nas folhas, o 
tamanho da superfície, a textura, a pilosidade, capacidade de refletir mais 
ou menos luz e de ser mais ou menos translúcida. 
As cores quentes como; o vermelho, o laranja e o amarelo, transmitem 
sensação de alegria, ação e proximidade, desta forma tronam-se 
 
 
 
 
 
 
 
 
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excelentes opções para locais amplos, de intensa atividade, chamando a 
atenção dos usuários ou transeuntes. 
As cores frias como: o azul, o violeta e o verde, transmitem a sensação 
de repouso, serenidade e calma. Desta forma, são recomendadas em áreas 
de descanso ou lazer passivo, como em áreas de contemplação e em 
pequenos espaços, pois proporcionam a sensação de amplitude. Podem 
ser aplicadas teorias cromáticas, buscando-se obter efeitos de contrastes ou 
de harmonia entre tonalidades e matizes. 
 Textura: As espécies possuem diferentes texturas, que são percebidas 
especialmente pelo tato, mas também pela impressão visual que a 
superfície das folhas, troncos ou frutos provoca. Esta característica também 
altera a cor da vegetação, já que texturas ásperas absorvem a luz, 
enquanto as texturas lisas tendem a refletem. 
As características das texturas das plantas podem favorecer a senção 
de suavidade ou de agressividade. Podem ser encontradas plantas 
medicinais com texturas muito variadas, como por exemplo, plantas de 
folhas lisas e suculentas como os bálsamos (Sedum spp), e plantas de folhas 
macias e pilosas, como a pulmonária (Stachys byzantina) e a sálvia (Salvia 
officinalis). Esta característica deve ser privilegiada em Jardins Sensoriais ou 
Jardins dos Sentidos, estimulando o tato. 
 Transparência: Refere-se ao volume da folhagem, transmitindo leveza 
e evitando a formação de barreiras visuais, exemplo a mil folhas (Achillea 
millefolium). 
 Mobilidade: O movimento dos ramos, folhas ou da planta inteira pode 
provocar sensações variadas, sendo interessante ser explorado em jardins 
sensoriais pela geração de sons a partir dos ventos. A mobilidade pode 
destacar a coloração da folhagem, especialmente em espécies que 
 
 
 
 
 
 
 
 
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apresentem diferentes nuances de cores nas faces das folhas, como a 
goiaba da serra (Acca sellowiana). 
 Aroma: O aroma ou perfume exalado pelas plantas possui efeitos 
terapêuticos, estimulando o cérebro e provocando diferentes sensações. 
Esta característica também deve ser especialmente explorada de forma 
sensorial. 
 
2.2 Desenvolvendo o projeto paisagístico 
 
Segundo o paisagista Benedito Abbud “o paisagismo é a única 
expressão artística em que participam os cinco sentidos do ser humano”. Um 
dos pontos principais do paisagismo é tornar um espaço funcional, 
esteticamente agradável e convidativo. Dessa forma é fundamental 
conhecer o perfil do usuário, buscando atender às necessidades de 
diferentes faixas etárias e com diferentes necessidades de usos. Outro ponto 
importante é compreender a preferência dos usuários por espécies vegetais, 
estilo paisagístico ou aspecto estético. 
Após identificar as necessidades dos usuários, é importante realizar o 
diagnóstico do terreno, nesta etapa devem ser observados aspectos como 
a área disponível, limites do terreno, topografia, tipo de solo e drenagem do 
local, vegetação existente, exposição solar, ocorrência de ventos ou 
geadas, presença de fiação elétrica e tubulações, entre outros. Esta análise 
dever levar em conta as necessidades e aspirações dos usuários. 
O próximo passo é a setorização do local, e aplicação dos 
exemplares vegetais. Este momento inclui as necessidades dos usuários e as 
condicionantes da área projetada, somente com levantamento de todos os 
de todos será possível passar para a etapa de projeto e execução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Segundo Panzini (2013), o projeto paisagístico segue de uma 
representação de duas partes: a parte gráfica e a parte escrita. A parte 
gráfica constitui de: plantas-baixas, representações em elevação, cortes e 
perspectivas. A parte escrita consiste no memorial descritivo onde são 
contidas as seguintes informações:
localização da área, características e 
estilo do jardim, relação das espécies vegetais e recomendações sobre a 
manutenção das mesmas, elementos construídos, instalações específicas 
como: irrigação e iluminação, trabalhos a realizar como: terraplanagem, 
adubação, mobiliário a compor o espaço como: bancos e mesas. 
 
2.2.1 Plano de massas 
O plano de massa é o estudo preliminar da paisagem, quando se 
define a estrutura básica dos espaços a serem produzidos, exemplo: uso, 
forma, cor, textura, os caminhos entre outros aspectos. 
Segundo Bonafé (1986), o plano de massas consiste na delimitação e 
organização dos espaços livres oferecidos durante o zoneamento. Durante 
essa fase é verificado os vazios do projeto, analisando a passagem de ar e 
de luminosidade. Os elementos estruturadores do espaço são responsáveis 
por condicionar fluidez ao espaço projetado, dentre estes elementos 
podemos destacar: os volumes vegetais, os volumes edificados, pisos, e 
elementos naturais, como: solo, taludes, pedras, rochas, água e vegetação 
existente. 
Muitas vezes trona-se difícil a visualização de uma setorização 
espacial ou de uma delimitação, isso ocorre devido a dimensão do espaço 
projetado, ou da quantidade de exemplares vegetais dispostos no projeto. 
O desenvolvimento do plano de massa funciona como a apoio para 
o projeto final, nesta etapa são estudadas as configurações da futura 
 
 
 
 
 
 
 
 
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paisagem produzida. Para cada item do plano, bem como para seu 
conjunto, são produzidas alternativas espaciais, que depois de analisadas e 
selecionadas direcionam a produção de um croqui onde são representadas 
as intervenções pretendidas na paisagem, para então posteriormente ser 
transformado em um anteprojeto. 
 
2.3 Espaços determinados por vegetações 
Segundo Bonafé (1986), a vegetação é apenas um dos elementos 
dentre tantos componentes de um projeto paisagístico, porém é o único ser 
vivo que permanece preso ao chão, contribuindo durante todo o ciclo de 
vida para a delimitação de vazios na paisagem. 
Durante o ciclo de sua existência são visíveis diversas alterações em 
sua forma e volume. As alterações ocorrem durante o ciclo de vida da 
planta, acompanhando as características das estações do ano. 
Assim trabalhar com vegetação é trabalhar com fator tempo e com 
a condição de ser vivo. Essas variáveis são as responsáveis pelas principais 
diferenças entre o trabalho de se projetar com ou sem vegetação (BONAFÉ, 
1986). 
Os volumes vegetais básicos são facilmente identificados, quando 
posicionados isoladamente apresentam pouca importância na 
configuração geral de determinados espaços livres, principalmente nos 
espaços de grande e médio porte. No caso de parques ou grandes praças, 
os conjuntos formados pelos diferentes tipos de vegetação são fatores 
determinantes da organização e produção dos espaços. Entretanto os 
espaços menores, como jardins residenciais ou pequenas praças, os 
elementos únicos, como uma árvore por exemplo, podem ser estruturadores 
do espaço, podem também desempenhar função de elementos 
 
 
 
 
 
 
 
 
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complementares, dependendo dos conjuntos de outras espécies de porte 
menor, dos pisos e edifícios. 
Os elementos vegetais isolados nos grandes espaços livres existem e 
devem ser considerados como componentes complementares de cada 
área, como um detalhe, um referencial, ou um marco. 
 
 
Figura 16: Parque Villa Lobos. 
Fonte: https://www.galeriadaarquitetura.com.br 
 
As características espaciais podem variar de acordo com a estrutura 
vegetal dominante. A presença de uma clareira, ou de uma estrutura 
colunar, tende a ocorrer em meio a uma mata fechada ou a um renque de 
árvores de copa vertical, possui uma expressão espacial diferente apesar de 
apresentar as mesmas dimensões horizontais, exemplo; pinheiros ou 
coqueiros, (Figura 16). 
A quantidade de luz que transpassa os espaços determina o de 
luminosidade. As diferentes espécies vegetais possuem densidade e 
quantidade de folhagem diferentes: muito densas, densas, médias e ralas, 
 
 
 
 
 
 
 
 
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bem como podem variar estas quantidades de acordo com a estação do 
ano. Isto possibilita uma grande variedade. O tipo de folhagem também 
influencia na transparência, folhas mais finas, mais claras, mais translúcidas, 
outras opacas, escuras entre outras. 
De acordo com Bonafé (1986), as diversas cores e tons presentes nos 
elementos vegetais, proporcionam as mais variadas situações de acordo 
com a disposição das massas de vegetação, tais como: espaços sombrios, 
com pouco brilho, com o predomínio da cor verde escura, espaços claros 
com o predomínio de amarelos, verdes claros, panos de cor derivados de 
massas de arbustos e forrações e elementos de destaque em diferentes 
cores e composições. O uso de espécies que produzem floração aumenta 
a paleta de cores no paisagismo. 
 
2.4 Grau de definição 
O grau de definição consiste em determinar todos os elementos e 
componentes de projeto formadores da paisagem de modo que cada 
espaço, apresente suas formas e dimensões básicas, sendo caracterizados 
seus pisos, planos, volumes de vegetação, muros e equipamentos urbanos. 
O desenvolvimento do projeto paisagístico deve considerar os seguintes 
itens: 
 Configuração do Sítio: Apontar os movimentos de terra de modo a criar o 
suporte adequado à nova situação oferecendo: drenagem correta, 
assentamento e correção do solo, possibilitando a implantação de 
infraestrutura assim como edifícios, pisos e plantação. 
 Caminhos: Traçar um esquema geral de circulação de pedestres e veículos, 
dimensionando e especificando as características básicas de piso, definindo 
o tipo, sendo vegetal, permeável ou impermeável. São ainda sugeridos 
 
 
 
 
 
 
 
 
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critérios de iluminação e sinalização base, de modo a fornecer subsídios e 
segurança aos usuários. 
 
 
Figura 17: Traçado de caminho para pedestres. 
Fonte: https://br.pinterest.com. 
 
A vegetação ao longo dos caminhos exerce papel estruturador de 
planos horizontais e verticais, podem ser consideradas: paredes, pisos e 
coberturas, apresentando características básicas definidas, isto é, graus de 
fechamento, transparências, cores, texturas. 
Os aromas exalados pelas diversas espécies, o movimento das folhas 
e galhos ao vento contribuem para uma identificação dos espaços criados 
ao redor das trilhas, corredores. A cada um deles é atribuído um grau de 
importância de acordo com as necessidades de uso, correspondendo 
ainda a cada categoria de utilização, dimensões e tipos de piso. Aos 
caminhos principais, aquele que percorrem a área inteira, que definem ou 
circundam setores principais correspondem aos de maior uso, diversificados 
e intenso, necessitando de pisos permeáveis e de fácil escoamento das 
 
 
 
 
 
 
 
 
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águas. A definição destes caminhos pode comportar atividades simultâneas 
como caminhadas e passeios de bicicleta, o piso
pode ser compartilhado, 
apresentando pequenas sinalizações de setorização. 
Os caminhos destinados predominantemente ao uso por pedestres 
comportam pisos variados. A utilização por veículos pesados implica em 
uma escolha mais específica de materiais, mais resistentes, de espessura 
maior. Os caminhos secundários destinados a usos específicos, como como 
trilhas em meio a bosques, podem receber tratamentos de piso e dimensões 
mais modestas, utilizando materiais naturais, como pedras, (Figura 17). Os 
caminhos devem comportar um percurso prazeroso oferecendo: clareiras, 
pátios, mirantes, de modo a permitir ao usuário opções de parada para 
descanso e contemplação. 
 
2.5 Tipos vegetais aplicados ao paisagismo 
A escolha do exemplar vegetal requer conhecimento técnico, em 
relação a dois grupos de fatores determinantes. O primeiro é o aspecto 
visual da planta, forma, tamanho, estrutura, densidade e disposição da 
folhagem, textura e cores do conjunto e de suas partes vegetais. Segundo 
Bruce (1987), tais aspectos dizem respeito à arquitetura da planta tomada 
como objeto, ou ainda relacionados à forma como o vegetal ocupa e se 
desenvolve no espaço. 
O segundo conjunto de fatores, são os condicionantes de 
sobrevivência da planta com o ambiente. Neste contexto é importante 
compreender as necessidades do exemplar para se manter, desenvolver, 
florescer, frutificar. Suas exigências quanto ao tipo de solo, umidade, 
iluminação, tipo de crescimento, ciclos anuais de florescimento e 
frutificação, resistência a doenças e pragas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Os aspectos visuais das plantas são nomeados de acordo com o porte 
ou uso, na linguagem corrente podem ser: árvores, arbustos, trepadeiras, 
ervas, entre outros. Já os aspectos que se referem ao vegetal como um 
componente vivo da natureza não se apresentam relacionados a 
arquitetura da planta. 
Ao desenvolver projeto paisagístico inicialmente se escolhe o tipo 
vegetal, como composição do ambiente. Este modo abstrato de trabalhar 
com a vegetação facilita muito sua utilização como fator de estruturação 
plástica e ordenamento da paisagem. A especificação propriamente dita 
pode ser deixada para uma fase posterior do projeto, quando então se toma 
imprescindível levar em consideração os aspectos naturais de cada trecho 
da área a ser tratada, particularmente os tipos de solo e as variações de 
umidade e iluminação, fatores que irão influir decisivamente na escolha 
definitiva das espécies. 
O ideal é adotar uma classificação com a qual se possa trabalhar em 
qualquer fase do projeto. Uma das classificações mais usuais de tipos 
vegetais refere-se a uma definição que leva em conta exclusivamente o tipo 
de caule da planta. Assim, as árvores são plantas providas de um tipo de 
caule resistente e lenhoso, que se ramifica a uma certa altura do nível do 
solo, enquanto os arbustos possuem caule lenhoso, geralmente ramificado 
desde sua base. Os subarbustos possuem caule apenas parcialmente 
lenhosos, pois seu prolongamento é herbáceo, as trepadeiras caracterizam-
se por seu caule sempre pronto a se desenvolver e se apoiar sobre outras 
estruturas mais resistentes. 
Segundo Demattê (2006), as plantas que não apresentam caule de 
lenho são consideradas herbáceas, independentemente de sua forma e 
tamanho: diversas musáceas como as helicônias ou as bananeiras, por 
 
 
 
 
 
 
 
 
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exemplo, são consideradas herbáceas, da mesma forma que qualquer 
pequena erva rasteira. 
A escolha da planta deve observar características além do caule 
vegetal, tais com forma: porte, estrutura, além de outros detalhes relativos 
às diferentes partes vegetais. Com base nestes aspectos, que de modo 
especial se referem à presença física do elemento vegetal na paisagem, 
será possível definir um conjunto de tipos fundamentais que sejam 
relativamente fáceis de manusear para fins de projeto (DEMATTÊ, 2006). 
No entanto mesmo com diversas formas de classificar os exemplares 
vegetais aplicáveis no paisagismo, é possível que ocorram diferentes erros, 
devido o universo biológico das plantas ser tão grandioso. 
A simples diferenciação entre árvore e arbusto, que nos pode parecer 
à primeira vista suficientemente precisa, não tem uma correspondência 
exata na natureza, onde esta distinção nem sempre é tão clara, pois 
existem formas intermediárias que poderiam se enquadrar tanto em um 
tipo quanto em outro ou que dificilmente se ajustariam a algum deles. 
Por força de uma simplificação inevitável, não raramente são incluídas 
no mesmo grupo, plantas que têm algumas características importantes 
em comum, mas que ainda assim apresentam entre si diferenças tais 
que não podem ser inteiramente desprezadas (SALVIATÍ). 
 
Tabela 2: Classificação dos exemplares vegetais, segundo tipologia do 
caule. 
CLASSIFICAÇÃO DOS EXEMPLARES VEGETAIS 
PLANTAS 
ARBÓREAS: 
Plantas com 
altura 
normalmente 
acima de 5 ou 6 
metros, caule 
autoportante, 
único na base, 
com divisão 
acima do nível 
do solo. 
1. ÁRVORES: 
Plantas arbóreas, com estrutura ramificada 
em diferentes formas, caule único, ramos 
providos de folhas laminares, com formas e 
tamanhos variados. 
2. PALMEIRAS: 
Plantas de caule único, provido de folhas 
alongadas, caracteristicamente pinadas, 
inseridas em rosetas na extremidade superior 
do caule. 
3. CONÍFERAS: 
Plantas arbóreas, em geral de grande porte, 
estrutura monopodial (caule vertical com 
ramificações laterais), copa 
 
 
 
 
 
 
 
 
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frequentemente cônica, folha em forma de 
acículas, lâminas estreitas ou escamas. 
TREPADEIRAS: 
Plantas de caule 
não 
autoportante, 
com crescimento 
apoiado em 
outras estruturas. 
4 TREPADEIRAS: 
 
PLANTAS 
ARBUSTIVAS: 
Plantas com 
altura de 5 ou 6 
metros, caule em 
geral subdividido 
junto ao nível do 
solo. 
5 PLANTAS ARBUSTIVAS: 
PLANTAS 
HERBACEAS: 
Plantas 
herbáceas. 
6. HERBÁCEA Plantas de até 1 metro de altura, podendo 
atingir a altura de um arbusto, caule 
completamente herbáceo. 
7. FORRAÇÕES: Plantas herbáceas, rasteiras, geralmente 
densamente enraizada, com altura até 
30cm. 
8. PISOS VEGETAIS Plantas herbáceas, rasteiras, normalmente 
providas de rizomas ou estolões, fortemente 
enraizados. 
 
A tabela 2 apresenta a classificação onde é possível identificar a 
estrutura da planta de acordo com a tipologia do caule. 
 
2.5.1 Estratos arbóreos 
Dentro da classificação das espécies vegetais, as plantas arbóreas 
representam a magnitude da natureza. Algumas espécies podem chegar a 
100,00m de altura, a grandeza estrutural e a coerência na distribuição das 
folhas e ramos em busca da luz solar, a permanente mobilidade causada 
 
 
 
 
 
 
 
 
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pela movimentação do ar, traz a integração dessas espécies em um jogo 
de luz e sombras durante as estações do ano. 
O principal aspecto funcional das espécies arbóreas é sem dúvida 
servir como abrigo, para animais, pequenos seres vivos como fungos e 
protozoários, contribuir para o sombreamento, delimitações de espaços,
criar e dividir ambientes através de composições em maciços e contribuir 
para a diversidade natural ambiental. De acordo com Salviatí, a distinção 
das árvores, das coníferas e das palmeiras deve ser considerada devido a 
funções desempenhada em diferentes situações paisagísticas, pois a árvore 
pode ser pensada como um verdadeiro teto vegetal, provido de um suporte 
único, permitindo franca transparência para um observador localizado 
próximo a sua copa, enquanto as coníferas apresentam estruturas mais 
alongadas com copada esbelta, são excelentes opções para formação de 
cercas. As palmeiras encorparam situações na construção da paisagem, 
puramente estética. 
Os aspectos de classificação das espécies arbóreas podem ser 
divididos em três grupos fundamentais: Porte, forma e sombreamento. O 
porte é considerado a primeira divisão das espécies, dentro deste aspecto 
é comum se considerar uma subdivisão de três valores: árvore de grande, 
médio ou pequeno porte. Para Oliveira (2008), uma árvore poderá ser 
considerada de grande porte seja pela sua altura, como por exemplo o 
mogno (Swietenia macrophylla). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 3: Classificação das espécies vegetais por porte. 
CLASSIFICAÇÃO DE ESPÉCIES VEGETAIS ARBÓREAS POR PORTE 
ESTRUTURA DA 
PLANTA 
Pequeno Médio Grande 
Altura da planta 
(metros) 
Até 8 De 8 a 15 Maior de 15 
Diâmetro do 
caule (metros) 
Até 6 De 6 a 12 Maior de 12 
 
A tabela 3 provêm apresenta uma classificação simplificada, de 
aplicação antecessora ao projeto de paisagismo. 
Em relação a divisão das espécies arbóreas, ainda é possível 
identificar diferentes nomenclaturas intermediárias a duas espécies. Um 
exemplo são as arvoretas, plantas com estrutura parecida com árvores 
apresentando alturas de 5 ou 6m. 
 
As arvoretas como, por exemplo, o jasmim-manga (Plumeria rubra), a 
grevilha-anã (Grevillea banksii), a extremosa (Lagerstroemia) indica, 
algumas espécies de dracenas e chefleras, não podem na verdade ser 
utilizadas como árvores, porém seu pequeno porte as torna ideais para 
espaços limitados, que não comportariam plantas de porte mais 
avantajado, como as árvores propriamente ditas (SALVIATÍ). 
 
A variedade genética do grupo arbóreo também pode significar 
grande variação entre indivíduos da mesma espécie. As condições 
ambientais também interferem na formação estrutural da planta. Entre as 
condições de maior relevância ao desenvolvimento de uma espécie 
vegetal a luminosidade apresenta grande importância, modificam 
substancialmente sua forma e mesmo seu porte. Segundo Oliveira (2008), 
este fato pode ser observado em árvores nativas encontradas dentro das 
matas ou aquelas que são cultivadas em locais sombreados, estas plantas 
 
 
 
 
 
 
 
 
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tendem a se alongar em busca da luz, formando uma copa estreita e 
adquirindo um talhe esguio. Costuma-se, portanto, considerar que a forma 
específica da árvore é aquela adotada quando a mesma se desenvolve 
isoladamente em condições de plena insolação. 
A forma adulta da arvore ainda pode ser agrupada em relação ao 
tipo do fuste e a forma da copada, esta formação está totalmente ligada a 
ramificação da planta. O fuste pode ser definido como a porção do caule 
lisa, livre de subdivisões. Aos olhos do paisagismo o fuste é a porção do caule 
que se apresenta visualmente liberado, desobstruído da folhagem da copa. 
Pode se considerar como baixo o fuste com até 2,5m, médio o que tem sua 
altura entre 2,5 e 4m, e alto o que atinge mais de 4m. 
O caule ainda pode representar diferentes divisões dentro da 
classificação arbórea, segundo a tipologia de ramificação (Tabela 4): 
 
Tabela 4: Classificação pela ramificação do caule. 
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A RAMIFICAÇÃO DO CAULE 
Estrutura monoaxial 
Árvore com forma acentuadamente 
vertical, marcado por um único tronco, 
que ao invés de se dividir apenas lança 
ramos laterais. 
Estruturas poliaxiais 
Árvore com caule subdivido em laças ou 
ramos laterais. 
 
A densidade da folhagem é responsável pela qualidade do 
sombreamento que a arvore proporciona no local onde está inserida. A 
sombra pode ser entendida como densa, média ou rala. As arvores com a 
copada densa e volumosa a sobra torna-se densa, pois a luz solar encontra 
dificuldade em transpor as folhas e alcançar o solo, impedindo o 
crescimento de pequenas espécies, como arbustos, gramas e forrações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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De acordo com Salviatí, dois exemplos de arvores com copada densa 
são: a munguba (Pachira aquaíica), e o amendoim-bravo (Pterogine nitens). 
As arvores que proporcionam sombreamento médio, permite o crescimento 
de plantas umbrófilas, sendo ainda considerável a proteção a folhagem 
dessas espécies, como acontece com o pau-ferro (Caesalpinea ferrea), 
com o pequi (iCaryocar brasiliensé) ou com a sucupira- branca (Pterodon 
pubescens). As sombras ralas não oferecem proteção eficiente, como 
podemos ver, por exemplo, no angico (Piptadenia macro carpa). 
As árvores com pouca densidade de folhagem podem ser muito úteis 
em situações onde se necessita de proteção contra a insolação, 
especialmente nas orientações norte, e oeste sem obstruir muito o visual, pois 
a folhagem pouco densa chega a propiciar uma certa transparência que 
pode ser muito útil quando se quer proporcionar algum sombreamento sem 
comprometer totalmente a visualização do segundo plano. 
A permanência da folhagem também interfere diretamente na 
qualidade e quantidade de sombra. A folhagem pode ser persistente onde 
a existência de folhas o ano todo, como é o caso da sibipiruna (Caesalpinea 
peltophoroides), ou caducifólias estas plantas perdem as folhas em 
determinadas épocas do ano ou em estiagens, como acontece com a 
paineira (Chorisia speciosa) ou com o cambuí (Peltophorum dubium). 
Este primeiro momento em que são abordados conceitos que 
apontam aspectos relativos ao porte, forma e sombreamento constitui a 
qualificação da árvore quanto à sua arquitetura de um modo geral, sem 
levar em conta os detalhes, como: ocupação no espaço físico e o efeito 
que produz na paisagem enquanto elemento de forma e volume. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.5.2 Arbóreas - Raiz e córtex 
As raízes terminam a aplicação da planta sem que ocorra danos ao 
espaço físico, em especial no meio urbano. O tipo de raiz pode ser 
caracterizado como raízes pivotantes ou profundas e raízes superficiais. As 
plantas de raízes superficiais tornam-se excelentes opções para locais onde 
não é possível se extinguir pavimentação, como é o caso de faixas de 
serviço com canteiros ou mesmo pequenos jardins entre pisos, (Tabela 5). 
 
Tabela 5: Classificação segundo o enraizamento das plantas: 
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A FORMAÇÃO DAS RAÍZES 
Raízes pivotantes ou 
profundas 
Árvores que possuem raízes 
pivotantes ou profundas 
(mogno, angico, pau-ferro). 
Aplicação em locais 
abertos, livre de pisos 
que possam ser 
danificados, 
excelentes opções 
para parques urbanos. 
Raízes superficiais 
Árvoreque possuem raízes 
superficiais (flamboiam,
guapuruvu, paineira). 
Ideais para pequenos 
espaços urbanos, 
podem ser locadas 
em canteiros e jardins, 
sem grandes danos. 
 
As árvores de raízes profundas, em especial as de maior porte, podem 
desenvolver raízes robustas próximo à superfície do solo, tornando-se um 
problema sério para as fundações dos edifícios ou para suas canalizações 
externas. 
Antes de plantar uma espécie arbórea próximas a edificações ou 
estacionamento e calçadas, onde a existência de tubulações subterrâneas, 
o ideal é utilizar covas com as faces verticais revestidas de até 60,00cm, com 
material rígido como pedras ou alvenaria, isso obrigara as raízes a se 
aprofundarem no solo deixando uma faixa livre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A casca da árvore ou córtex é formado por células mortas, e permite 
proteção a estrutura do caule. O aspecto de rugosidade da casca da 
arvore varia de acordo com a espécie e a idade da planta. De acordo com 
Salviatí, indivíduos mais antigos pode se despreender em forma de placas. 
Algumas espécies podem apresentar caule superficial, de coloração 
diferente. 
 
2. 5.3 Arbóreas - Folhagens, flores e frutos 
A formação da folhagem, pode ser despercebida quando se observa 
regiões de clima tropical e úmido. A diferença na coloração das folhas é 
praticamente imperceptível, porém quando se observa pequenas escalas 
delimitando o tamanho da área observada é possível identificar, as diversas 
colorações, formas e texturas presentes nas folhagens das plantas. 
A textura é representada especialmente pela forma e agrupamento 
das folhas. À primeira vista é praticamente imperceptível, mas quando se 
apresentam agrupadas e organizadas nos ramos a visualização tende a ser 
mais clara. A formação de padrão de textura ocorre a partir do padrão de 
distribuição e densidade, dimensão da lâmina foliar ou dos folíolos, e podem 
ser classificadas em: 
 Textura finíssima: Esse tipo de textura ocorre em folhas de dimensões muito 
pequenas, exemplo o angico. 
 Textura fina: Pode ser encontrada em árvores com folhas de dimensões 
reduzidas de até aproximadamente 5,00cm, exemplo a copaíba (Copaifera 
langsdorfii). 
 Textura média: A textura média ocorre em plantas com folhagens com 
dimensões entre 10,00 e 12,00cm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Textura robusta: As plantas com folhagens de dimensões acima de 12,00cm, 
em geral espessas, apresentam textura robusta, exemplo mangueira. 
 Textura pingente: Esse tipo de textura é comum em plantas como o salgueiro 
e o chorão, ocorre em geral por apresentarem um modelo peculiar de 
folhagem dando aspecto de pingente. 
A coloração da folhagem, contribui para a formação da paisagem, 
entretendo não causa o mesmo efeito que a presença de flores. 
 
Podemos citar seis tonalidades diferentes mais comuns para as folhas 
das árvores: verde-médio, verde-escuro, verde-esbranquiçado, verde-
acinzentado, verde-amarelado, verde-variegado, além da coloração 
prateada que é bastante típica, por exemplo, no eucaliptus argentino 
(Eucalyptus cinerea). O brilho também pode contribuir muito para 
distinguir as folhas, como no Ficus benjamim, uma pequena árvore 
muito utilizada em paisagismo (SALVIATÍ). 
 
No geral a elaboração do projeto paisagístico desconsidera a 
variação da coloração de folhagens arbóreas, os fundamentos de maior 
relevância para o projeto paisagístico, são baseados na forma, volume e na 
floração. 
As flores das espécies arbóreas podem ser encontradas em diferentes 
situações: Volumosas e vistosas, como é o caso do ipê, discretas e pequenas 
capazes de passarem despercebidas em meio a folhagem, exemplo 
amendoim-bravo. 
As flores e frutos constituem importantes recursos alimentares para a 
fauna, existe no ecossistema uma grande diversidade de floração e 
produção de frutos durante o ano todo. Outro importante fator é o tempo 
de floração de algumas espécies, sendo o ano todo, durante logos ou curtos 
períodos, ou mesmo situações onde a floração é interrompida de uma única 
vez, exemplo o ipê. Segundo Prest (1981), conhecer a épocas de 
 
 
 
 
 
 
 
 
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florescimento das plantas pode ser muito útil para que se possa programar 
a ocorrência de floradas sucessivas, possibilitando uma variação de 
diferentes efeitos e combinação de cores. 
Os frutos também podem contribuir para a composição paisagística 
final, além de servirem de alimentos para fauna e para o ser humano. A 
frutificação pode ser diferenciada entre atrativos do ponto de vista estético 
e frutos que servem de alimentos. Espécies frutíferas geralmente não 
apresentam ligações paisagísticas importantes, isso ocorre devido a 
manutenção da planta. De acordo com Oliveira (2008), a maioria delas 
normalmente exige cuidados especiais de adubação, poda, controle de 
pragas e doenças. No enteando podem ser selecionadas espécies rústicas 
de árvores com frutos comestíveis, menos exigentes de tratos culturais, que 
possam ser utilizadas também pelo seu valor ornamental. 
 
2.5.4 Composição com elementos de estrato arbóreo. 
Os grupos arbóreos apresentam características de efeito diferenciado 
de sua composição homogênea ou heterogênea, a distribuição das 
espécies no solo também contribui para a determinação da conformação 
dos maciços. 
Maciços plantados em distância mínima igual a soma dos raios de 
suas copas quando adultas; neste caso, quando as árvores crescem, seus 
ramos se tocam. 
Agrupamento de árvores com plantio isolado cuja noção de maciço 
é percebida através da perspectiva do observador: A vantagem de se 
utilizar maciços homogêneos é que tendem a melhorar os aspectos naturais 
da espécie na paisagem, como: textura, cor, floração, forma, folhagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tornando o contexto paisagístico muito mais expressivo, em relação a 
indivíduos isolados. 
A linearidade no plantio, proporciona sensação de ordem, geometria 
e perspectiva nas formas paisagísticas. 
 
2.6 Composições paisagísticas com coníferas 
As coníferas pertencem ao grupo botânico das Gimnospermas de 
porte arbóreo ou arbustivo, a maioria de clima temperado e subtropical. A 
estrutura dessas plantas adapta-se facilmente em composições de jardins e 
cercas vivas em regiões de clima temperado. 
No paisagismo as coníferas são um grupo de plantas de morfologia 
externa bem definida e reconhecíveis por uma série de características 
comuns que as diferenciam nitidamente das outras plantas. No geral 
apresentam porte majestoso, estrutura cônica e textura, e podem ser 
utilizadas tanto isoladas quanto na composição de maciços, 
proporcionando belos efeitos ornamentais, podendo ser utilizada para 
topiaria. 
Dentro do grupo das coníferas as famílias botânicas com maior 
relevância ornamental são: as Pinaceae (Pinus spp. e Cedrus libanni), 
Cupressaceae (Cupressus spp.), e Podocarpaceae (Podocarpus). Existem 
plantas com diferentes formatos; com crescimento horizontalizado 
(Juniperus horizontalis), com forma cônica (Chamaecyparis lawsoniana e 
Thuja occidenalis) com formato espiralado (Juniperus chinense ‘Kaizuka’) 
entre outras. A folhagem de muitas

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